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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO: ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: CONTROLE I PROFESSOR: Dr. JOÃO VIANA 1ª AVALIAÇÃO – RESPOSTA DINÂMICA ALLAS JONY DA SILVA OLIVEIRA / COD.: EE09122-78 SÃO LUÍS - MA 10/10/2011 INTRODUÇÃO Nesta simulação, serão estudados os circuitos RLC, ou seja, aqueles que possuem resistores, indutores e capacitores. Em geral, a análise desses circuitos resulta em equações diferenciais de ordens maiores ou iguais a dois. Porém, resolução de equações diferenciais de ordens superiores a dois está fora do objetivo desta simulação e, portanto, dois é a ordem máxima aqui estudada. Primeiramente, uma descrição analítica referente a equações de 2º ordem será abordada e posteriormente os circuitos serão analisados aplicando essa abordagem. Resolução de Equações Diferenciais Lineares de 2° ordem A forma geral das equações diferenciais lineares de 2° ordem é: (1) Onde: - t é a variável independente; - y(t) é a variável dependente ou resposta; - F(t) é a função forçante (ou excitação). Se: - F(t) 0 então a função é dita não homogênea - F(t) = 0 então a função é dita homogênea A equação homogênea deve possuir duas soluções diferentes e linearmente independentes y1(t) e y2(t). A solução mais geral da equação homogênea é: yH (t) k1 y1(t) k2 y2 (t) (2) Onde k1 e k2 são determinadas constantes tais que satisfazem as condições iniciais do circuito. Só podem ser determinadas após se encontrar a solução completa da equação diferencial. A solução completa da equação diferencial não-homogênea será: y(t) yH (t) yP (t) (3) Onde yP(t) é qualquer solução da equação não homogênea e é chamada de solução particular. 1.1.1 Solução da equação homogênea Para solucionar uma equação homogênea se pode utilizar a solução da equação de segunda ordem padrão (equação 4). Essa solução é deduzida a seguir. (4) Admitindo que yH(t) = est seja uma solução da equação 4 então: s2est 2sest 02est 0 (5) est (s2 2s 02 ) 0 (6) Para que essa equação seja satisfeita para todos os valores de t, é necessário que: s2 2s 02 0 (7) A equação 7 é chamada equação característica e é usualmente escrita por inspeção direta da equação homogênea padrão. Obviamente para 7: s 2 4 2 402 2 2 s 2 02 (8) (9) Pode-se observar que existem quatro casos possíveis de combinações para e o. Os quatro casos possíveis estão dispostos nos itens de ‘a’ a ‘d’ que se seguem: a) > o : CASO SUPERAMORTECIDO . No caso superamortecido as raízes são negativas ( 2 02 ) e a solução da equação homogênea é a seguinte: s t s t (10) Onde, s1 e s2 são, de acordo com a equação 9: s1 2 0 2 s2 2 0 2 Um esboço gráfico para o caso superamortecido é mostrado na figura 1. Figura 1: Gráfico para o caso superamortecido. b) = o : CASO CRITICAMENTE AMORTECIDO. No caso de amortecimento crítico a solução mais geral yH (t) k1es1t k2es2t , não dará a solução para equação homogênea. Isto ocorre porque neste caso, pela equação 9, s1 = s2 = - e as exponenciais da solução geral podem ser somadas resultando em uma resposta homogênea como yH (t) k3et que não torna possível satisfazer as condições iniciais de um problema. Então, para resolver tal questão, faz-se necessário tomar a equação diferencial homogênea: =0 2 d y(t) 2 dy(t) 02 y(t) 0 (11) dt 2 dt Para o= : 2 d y(t) 2 dy(t) 2 y(t) 0 (12) dt2 dt 2 d y(t) dy(t) dy(t) 2 y(t) 0 (13) dt2 dt dt d dy dy y y 0 (14) dt dt dt Chamando: Então: x dydt y Então: (15) dxdt x 0 Supondo: (16) k t Resulta em: x k1e 2 (17) k t k t k2k1e 2 k1e 2 0 (18) Portanto: k2 (19) dy x dt y k1et (20) Dividindo-se toda a equação 20 por et et dydt et y k1 (21) d t dt ye k1 (22) dy(t)et k1dt (23) yet k1t k2 (24) Desta maneira, obtém-se a forma desejada para a solução (combinação de duas soluções linearmente dependentes): y k1tet k2et (25) Um esboço do gráfico para o caso de amortecimento crítico é mostrado na figura 2. Figura 2: Gráfico para o caso de amortecimento crítico. c) < o: CASO SUB-AMORTECIDO. No caso de sub-amortecimento, os valores de s1 e s2 são valores complexos conjugados: s 2 02 → s j 02 2 (26) Chamando: Então Usando a identidade de Euler: Como k1 e k2 são parcelas constantes, então, pode-se denominar: A1 k1 k2 A2 k1 k2 E a equação ficará da seguinte forma: yH (t) et [ A1 cosd t A2 sendt] ou yH (t) Bet cos(d t ) O gráfico resultante da equação 34 tem a forma mostrada na figura 3. (27) (28) (29) (30) (31) (32) (33) (34) Figura 3: Gráfico para o caso sub-amortecido. d) = 0 e d = o: CASO SEM AMORTECIMENTO OU OSCILATÓRIO PURO. No caso sem amortecimento, os valores de s1 e s2 são imaginários puros: s j e s j (35) O que resulta na seguinte solução: yH (t) k cos( d t ) (36)6) (37) Equação característica: s 2 2s 0 0 (38) Solução geral: s 2 02 (39) Equação homogênea padrão: z Onde: = freqüência neperiana ou fator de amortecimento expresso em nepers por segundo (Np/s); 0 = freqüência de ressonância ou freqüência natural; s = freqüência complexa. a) > o: SUPER AMORTECIDO (40) Onde: - s1 2 02 - s2 2 02 b) = 0: CRITICAMENTE AMORTECIDO yH (t) k1tet k2 et (41) c) < 0: SUBAMORTECIDO yH (t) k1et cos d t (42) Onde: d = 02 2 = 0, d = 0: SEM AMORTECIMENTO yH (t) k cosd t (43) 1.2 Circuito RLC Paralelo Sem Fonte Considera-se o circuito RLC paralelo mostrado na Figura 4. Figura 4: Circuito RLC paralelo sem fonte. Considerando a corrente Io inicial no indutor e a tensão Vo inicial no capacitor: (44) (45) Como os três elementos estão em paralelo, eles possuem a mesma tensão. De acordo com a convenção de sinal passivo, a corrente deve entrar em cada elemento, ou seja, a corrente que atravessa cada elemento estádeixando o nó superior. Portanto, aplicando a LCK ao nó superior, tem-se (46) Derivando essa equação com relação a t e dividindo por C, tem-se: (47) Comparando a equação 47 com a equação padrão: 2 d y(t) 2 dy(t) 02 y(t) 0 dt 2 (48) Tem-se para circuitos RLC paralelo: (49) (50) 2. OBJETIVO Utilizar os programas MATLAB e Simulink para obter as respostas no domínio do tempo associadas com circuitos de 1ª ordem. RESULTADOS Considere o circuito RLC paralelo mostrado na Figura 5, com as seguintes condições iniciais: v(0) =15V e i(0)=4 A. Utilize o programa simulink para obter a forma de onda da corrente i(t) no intervalo [0,2] segs. Sugestões: Utilize blocos integradores em cascata para modelar uma equação diferencial de 2ª ordem no Simulink. Figura 5: Circuito RLC paralelo. Resolução: EQUAÇÃO DIFERENCIAL RELATIVA AO PROBLEMA Usando a lei de Kirchhoff para as correntes em um nó: Mas Logo Dividindo por LC: Figura 6: Diagrama de blocos do Simulink para resolução desta questão. Figura 7: Forma de onda da corrente sobre o indutor no circuito da figura 5. Resolva a equação diferencial do circuito RLC da Figura 5, usando a função ode45 do MATLAB, para calcular i(t) no intervalo [0,2] segs. Compare os resultados obtidos com aqueles gerados pelo Simulink na questão 1. Sugestões: i) Converta uma equação diferencial de 2ª ordem em um sistema de equações diferenciais de 1ª ordem para resolver a equação diferencial referente ao circuito da Figura 1 com a função ode45. CONVERTENDO A EDO DE 2ª ORDEM EM UM SISTEMA DE EDO’S DE 1ª ORDEM Fazendo: Obtém-se o seguinte sistema de equações diferenciais de 1ª ordem Em anexo, encontra-se o “script” com o código em MATLAB para resolução do sistema de equações diferenciais de 1ª ordem. Figura 8: Forma de onda da corrente sobre o indutor no circuito da figura 5. No circuito RLC mostrado na Figura 9 R=1Ω, C=4F e L=20H. As condições iniciais são: i(0)=8 A e v(0)=0. Com relação a este circuito pede-se: Figura 9. Obtenha uma expressão analítica para v(t), T>0. Resolução: EXPRESSÃO ANALÍTICA Como , a resposta é com amortecimento supercrítico. As raízes da equação característica são e a resposta correspondente é Agora, aplicamos as condições iniciais para obter , Derivando v(t), teremos: Em t=0, Como , então: Logo, Determine o valor de pico e o tempo no qual este ocorre. Resolução: CÁLCULO PARA DETERMINAR O VALOR DE PICO DE v(t) Logo, temos: Valide os seus resultados com uma simulação no Simulink. Apresente um diagrama legendado com o gráfico de v(t). Resolução: Figura 10: Diagrama de blocos do Simulink para resolução deste item. Figura 11: Forma de onda da tensão sobre o indutor no circuito da figura 9. Figura 12: Valor de pico da tensão sobre o capacitor do circuito da figura 9. Figura 13: Valor de pico da tensão sobre o capacitor do circuito da figura 9. Demonstre que o instante no qual o valor de pico ocorre é correto usando as seguintes funções do MATLAB: fsolve e fminbnd. Tabela I Instante da Tensão de Pico (s) Calculado Analiticamente 8,6080 Calculado pelas Funções do MATLAB 8.6081 Erro absoluto 10-4 Resposta: Como a diferença entre os valores da tabela I é relativamente muito pequeno, então fica demonstrado que o instante da tensão de pico foi calculado corretamente. Considere o circuito RLC série mostrado na Figura 14 com as seguintes condições iniciais: i(0)=12A e v(0)=12V. Com relação a este circuito pede-se: Figura 14. Obtenha uma expressão analítica para v(t) t>0. EXPRESSÃO ANALÍTICA Como , temos uma resposta subamortecida. e a resposta correspondente é Agora, aplicamos as condições iniciais para obter , Como , Mas, Para t=0, Substituindo , teremos: Logo, Determine o valor de pico e o tempo no qual este ocorre. Resolução: CÁLCULO PARA DETERMINAR O VALOR DE PICO DE v(t) Para k=1, temos: Logo, temos: Valide os resultados com uma simulação no Simulink. Apresente um diagrama legendado com o gráfico de v(t). Resolução: Figura 15: Diagrama de blocos do Simulink para resolução deste item. Figura 16: Forma de onda da tensão sobre o indutor no circuito da figura 14. Figura 17: Valor de pico da tensão sobre o capacitor do circuito da figura 14. Figura 18: Valor de pico da tensão sobre o capacitor do circuito da figura 14. d) O tempo de acomodação de um sistema dinâmico é definido como o tempo necessário para que o sinal de saída permaneça dentro de um intervalo de 5% do valor de regime permanente (valor estacionário). Utilize o Simulink e o MATLAB para determinar o tempo de acomodação para a tensão v(t) no circuito da Figura 3. Resolução: Tempo de Acomodação = 6.0269 s Sugestões: i) Utilize os blocos “Stop Simulation” e “Relational Operation” para determinar o valor de pico e o tempo no qual este ocorre no ambiente do Simulink. ii) Use o bloco “To workspace” para salvar a tensão no capacitor e o tempo de simulação na área de trabalho do MATLAB na forma de vetores (“arrays”). Em seguida, escreva um “script” (arquivo com extensão .m) para realizar um varredura no sinal v(t) e determinar o tempo de acomodação. iii) Use o intervalo de [0,8] segs para as simulaçãoes. [2] Baratto, G. B., (2010) EDO Para Circuitos RLC. [Internet]. Available from: <http://www-usr.inf.ufsm.br/~gbaratto/graduacao/ELC1021/atual/textos/EDO/ EDO_para_ circuitos_RLC.pdf> [Accessed 5th june 2011]. [3] Fernandes, T. S. P., (2010) Análise de Circuitos RLC. [Internet] Available from: <www.eletrica.ufpr.br/thelma/Capitulo9.pdf > [Accessed 5th june 2011]. [4] MATLAB version 7.10.0.499 Natick, Massachusetts: The MathWorks Inc., 2010. ANEXO I – SCRIPTS E FUNÇÕES DO MATLAB USADAS NESTA IMPLEMENTAÇÃO. SCRIPT Q2.M clc; x0=[4;(15/20)]; t0=0:0.0001:2; [tf,y]=ode45(@volpol,t0,x0); plot(tf,y(:,1)); hold on plot(time,sinal_out,'r'); xlabel('Tempo (s)') ylabel('Corrente (A)'); title('Forma de Onda da Corrente sobre o Indutor'); legend('ode45','Simulink'); Q4.M clc; x0=fsolve(@myfun,[0 50]); y=fminbnd(@myfun,x0(1),x0(2)); disp(x0); disp(y); Q5D.M i=length(time); tf=time(i); while (sinal_out(i)<=25.2 && sinal_out(i)>=22.8) ti=time(i); i=i-1; end disp(ti); FUNÇÃO VOLPOL.M function xdot = volpol(t,x) xdot=[0;0]; I=4; xdot(2)=I/(20*8*10^(-3))-(1/(10*8*10^(-3)))*x(2)... ...-(1/(20*8*10^(-3)))*x(1); xdot(1)=x(2); MYFUN.M function [y] = myfun(t) y=17.8891*exp(-0.1809*t)-17.8891*exp(-0.0691*t);
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