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AD2 LITERATURA PORTUGUESA I GABARITO

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AD2 - Avaliação a Distância – 2015.1
Seja bem-vindo(a) à 2ª Avaliação a Distância da discipina Literatura Portuguesa I. 
Ela se refere aos conteúdos das Aulas 12,13, 14, 15 e 16 do seu Caderno Didático, abordando obras de quatro autores: Fernando Pessoa, Miguel Torga, José Cardoso Pires e Sophia de Mello Breyner Andresen. 
A postagem na plataforma sob a forma de arquivo WORD deve ser feita até  30 de Abril de 2015 às 23:55h. Respostas sem procedimento de envio ou em forma de Rascunho não serão consideradas após o prazo (observe com atenção se realmente completou o seu envio).
As respostas devem ter, cada uma, o mínimo de 5 e o máximo de 15 linhas (ou de 50 a 150 palavras) fora a citação do fragmento, aproximadamente.
Leia atentamente o que se segue: 
Sobre Portugal no século XX, diz Eduardo Lourenço:
“Mas uma vez terminada a aventura, desfeito o império da história, transformado numa mera carga de sonho o precioso comércio do Oriente, restava-nos como herança um Portugal pequeno e um imenso cais, onde durante séculos relembramos a nossa aventura, numa mistura inextricável de autoglorificação e de profundo sentimento de decadência e de saudade.” (LOURENÇO, 2001, p. 58)
Diante dessa realidade, muitos autores serão sensíveis à convocação de repensar Portugal, como Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga e José Cardoso Pires. 
Releia as aulas 12,13, 14, 15 e 16 e recolha textos ou fragmentos literários de cada um dos autores citados. Em seguida, analise os textos recolhidos, sem deixar de discutir a forma de repensarem a pátria no século XX. Ao final elabore uma reflexão conclusiva que retome a afirmação de Eduardo Lourenço e inclua semelhanças e diferenças entre eles. 
Apresente a sua análise na seguinte ordenação:
Questão 1 – Fernando Pessoa
Questão 2 - Sophia de Mello Breyner Andresen
Questão 3 - Miguel Torga 
Questão 4 - José Cardoso Pires. 
Questão 5 – Conclusão 
Boa pesquisa! Bons estudos! Bom trabalho!
GABARITO
Observação inicial: as respostas aqui comentadas ultrapassam o limite de 15 linhas pedido na resposta porque contém mais de uma alternativa a ser considerada na correção da questão.
Questão 1 – Fernando Pessoa (referências nas Aulas 12 e 13)
Nesta questão é importante mencionar a obra Mensagem, na qual Fernando Pessoa revela alto amor à pátria, enaltecendo os heróis do passado, tal como fez Camõoes na época gloriosa de Portugal. É preciso retormar as palavras do crítico Eduardo Lourenço para dizer que no século XX, além do “profundo sentimento de decadência” (cf. citação acima de Eduardo Lourenço), já mostrado em Os Lusíadas no século XVI, Fernando Pessoa foi sensível ao sentimento de “saudade” (idem) que o levou a imaginar um outro Portugal no futuro. Para exemplificar esta saudade de um tempo glorioso, junto ao desejo de uma nova pátria revigorada, é necessário comentar citações das Partes I e II de Mensagem (Brasão e Mar Português), embora as mais especiais estejam em alguns poemas da Parte III (O Encoberto). Assim, é possível mencionar e analisar os versos finais do primeiro poema de Mensagem em que o poeta coloca Portugal como o rosto de uma esfinge que “Fita, com olhar sphyngico e fatal, / O Occidente, futuro do passado. »(PESSOA, 2008, p. 55) expressando um movimento ativo e esperançoso, bem diferente da sensação de decadência vivida pelos seus antecessores. Também pode ser citado o poema a D. Tareja, a quem o poeta, diante da decadência, murmura em tom de oração: “Ó mãe de reis e avó de impérios,/ Vela por nós!”. A mesma argumentação pode se basear no poema da COROA, dedicada a Nuno Álvarez Pereira quando o poeta o invoca, como testemunha de esperança e de luz para o presente, dizendo:
Sperança consummada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!(PESSOA, 2008, p. 77)
Assim como o poeta invocou a proteção de D. Tareja e de Nuno Álvarez Pereira, também pede a atenção desta que é a “Madrinha de Portugal”, espécie de 2ª mãe da pátria cujos filhos levaram longe o nome do Império, como vemos no poema SÉTIMO (II) / D. PHILIPPA DE LENCASTRE de Brasão:
Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Graal,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal! (PESSOA, 2008, p. 66 )
Na parte de Mar Portuguez, há os últimos versos do primeiro poema dedicacdo ao INFANTE que mostram o forte sentimento de decadência experimentado por Pessoa diante da pátria: “Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez./ Senhor, falta cumprir-se Portugal!” (PESSOA, 2008, p. 89). Para exemplificar há ainda o poema final de Mar Portuguez - XII – PRECE, em forma de oração a Deus, que reflete nostalgicamente sobre o fim do Império do qual restou apenas “O mar universal e a saudade”:
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saüdade.
Mas a chamma, que a vida em nós creou,
Se ainda ha vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a occultou:
A mão do vento póde erguel-a ainda.
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ancia —
Com que a chamma do exforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distancia —
Do mar ou outra, mas que seja nossa! (PESSOA, 2008, p. 100)
O mar já não é mais português, é universal. Apesar disso, há o desejo de que a antiga “chama” oculta (talvez ligada à figura do Encoberto) seja reavivada pela “mão do vento” capaz de levantar as cinzas, com a ajuda do Senhor, daí o motivo da súplica do poeta: “Dá o sopro, a aragem”. 
Por fim, há vários poemas na parte III- O Encoberto, de que é exemplo máximo o último, chamado significativamente NEVOEIRO, resumindo a decadência do presente - “Ó Portugal, hoje és nevoeiro…” - mas também assinalando a esperança e o desejo de mudança: – “ É a Hora!” Muitos comentários de desencanto e de esperança podem ser feitos a partir deste texto:
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguem conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…(PESSOA, 2008, p. 126) 
Questão 2 – Sophia de Mello Breyner Andresen (referências na Aula 16)
Em diálogo com este último poema de Mensagem de Fernando Pessoa, pode-se comentar com o poema que inicia a aula sobre Sophia:
A memória longínqua de uma pátria 
Eterna mas perdida e não sabemos 
Se é passado ou futuro onde a perdemos. (ANDRESEN, 1995, v.II, p. 11). 
Aqui ela compartilha uma vivência que é uma “mistura inextricável de autoglorificação e de profundo sentimento de decadência e de saudade”, como afirma Loureço (citação acima). O texto mostra a “memória” de um passado glorioso, mas longínquo, perdido no passado (daí a melancolia) mas igualmente distante no futuro, ou seja, há desejo mas a possibilidade é remota. É preciso notar que, diferentemente de Pessoa, Sophia pensa de uma forma mais política, o que se explica pelo contexto histórico da sua época, marcado pela ditadura salazarista. Para exprimir a seu desconsolo com o presente e também contornar a censura, a metáfora da cidade servirá para falar da pátria como um lugar de grades. A cidade traz “as ameaças quase invisíveis” que surgem e nascem de “mortas luas” que estrangulam a poeta “Nas tristezas das ruas” (II,1995,p. 137). Na parte chamada “As grades”, há poemas diretamente referidos à situação de Portugal na época, em que se configura a ideia de exílio no interior da pátria. Para compensar este “sentimento de decadência”, há um poema justamente chamado “Pátria”, em que o eu lírico passa “Por um país de pedra e vento duro” e por “rostos de silêncio e de paciência”, em busca de uma pátria-poesia que lhe sirva de consolo, como uma espécie de exílio que se inscreve em pleno tempo” (II,1995, p. 141):
Pedra rio ventocasa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro (II,1995, p. 141)
Desse modo, além de sentir-se exilada dentro do país, também trata o poema como um lugar de “exílio” onde pode resistir e lutar. Isto marca uma diferença em relação a Pessoa. Nesta linha ela imagina “cidades acesas na distância” (I, 1995, p. 64), onde há jardins com “Descampados em flor”, que a inebriam de “perfume”, e ruas “cheias de exaltação e ressonância” (Idem). Estas expressões podem ser associadas ao que a poeta disse quando do recebimento do Grande Premio de Poesia (1964) sobre poesia e justiça. É possível comentar esta relação consciente de Sophia defendida em sua Arte Poética III. A poesia, a arte, a estética estão necessariamente unidas à ética. “Pois a justiça se confunde com aquele equilíbrio das coisas, com aquela ordem do mundo onde o poeta quer integrar o seu canto.” (I, 1995, p. 8) No poema intitulado exatamente “A forma justa”, explicita-se o desejo de justiça e o papel da poeta: 
Sei que seria possível construir o mundo justo (…)
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia 
Cada dia a cada um a liberdade e o reino (…)
Se nada adoecer a própria forma é justa (…) 
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco 
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo 
(III, 1996, p. 238)
Também é possível se valer do poema “Marinheiro sem mar”, no qual a desolação da pátria também é representada pelos marinheiros desempregados que deambulam pelas “Ruas da cidade sem piedade”, em imagens pungentes de decadência e da nostalgia no. Novamente ocorre um diálogo com o passado glorioso, “perdido”, sobressaindo a visão do presente sem perspectivas, sob o “nevoeiro” da Ditadura, longe da “serena praia”: 
Longe o marinheiro tem
Uma serena praia de mãos puras
Mas perdido caminha nas obscuras
Ruas da cidade sem piedade.
Se ao falar da decadência do império português, Fernando Pessoa disse que “todo o cais é uma saudade de pedra!” (PESSOA, 1972, p. 315), em “Marinheiro sem mar”, Sophia mostra que o marinheiro busca “a luz da madrugada pura / Chamando pelo vento que há no cais” da cidade. Aqui a palavra cais identifica-se a um país que se tornou glorioso quando partiu para o mar e que depois foi obrigado a ficar na margem, no cais, um metáfora de sofrimento. 
	Pode ser interessante mencionar a recuperação que Sophia faz do período gloriso no livro Navegações, escrito a partir de uma visita a Macau no ano de 1977 para participar das comemorações do Dia de Camões. No poema XV a deriva pode ser vista em sentido náutico, puramente denotativo e circunstancial (desvio de rumo), mas também no plano metafórico, evocando “os marinheiros sem mar” que, assim como o país, perderam o rumo após o fim das explorações marítimas: “Inversa navegação / Tédio já sem Tejo (…)” “Lisboa anti-pátria da vida” (idem, p. 37).
Questão 3 - Miguel Torga (referências na aula 14)
Diversamente dos autores anteriores, Torga pensa o país a partir das aldeias, retomando as ligações afetivas e míticas com a terra. O seu próprio pseudônimo, Torga, se refere a um tipo de arbusto do norte de Portugal. O poema “Regresso” mostra esta relação telúrica forte quando o poeta retorna à serra e as árvores lhe acenam:
Ah! Minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram.
Mal eu surgi, cansado, na distância.
Os elemntos da natureza o saúdam, enquanto o poeta reentra no seu verdadeiro mundo, deixando atrás de si a “terra morta” que sugere o exílio da pátria: 
Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.
Também em Torga se deve considerar, como em Sophia, o contexto social e ideológico da época que justificou a sua filiação ao movimento literário neorrealista, em que a literatura assume uma função de denúncia e resistência ao ambiente totalitário e fascista, como se entrevê em poemas e no seu diário, a seguir:
Covadonga, 3 de setembro de 1962 - Torno a pisar, com a esperança da primeira vez, este reduto ibérico da insubmissão e da esperança, e junto honradamente à soma do que senti então e sinto agora, num preito que talvez simbolize outros preitos, a gratidão permanente de quem, desde que dura o fascismo peninsular, aqui mandou diariamente o espírito em peregrinação retemperar as energias da resistência. (2011, p. 71)
Por fim, pode-se comentar o conto “Homens de Vilarinho” em que há a presença de dois tipos portugueses, sendo um deles, Firmo, o representante dos navegadores ou emigrantes em geral, e o outro, o Padre, representante do amor à terra, à aldeia, sem menções à pátria como nação. Ou seja a terra é cenário e motivo de tomadas de posição, como elemento de conexão do homem com os seus desejos e afetos.
Questão 4 - José Cardoso Pires (referências na aula 15) 
Assim como Miguel Torga, José Cardoso Pires se dedicou a escrever sobre o século XX português, concedendo especial destaque à sociedade portuguesa em tempos salazaristas. Também se filiou ao Neorrealismo, inovando a forma narrativa, como se pode verificar em seu romance O Delfim, onde se observa um jogo entre as classes sociais. 
Pode-se comentar o valor metonímico do romance O Delfim, lembrando que a aldeia aqui é uma espécie de microcosmo político da nação sob o regime salazarista. Como é um romance publicado seis anos antes (1968) da Revolução dos Cravos (1974) cuja história se passa em 1964-1965, há uma forte relação com a instabilidade do contexto português, quando o regime totatlitário estava em crise. Portanto não existe na obra aquela “mistura inextricável de autoglorificação e de profundo sentimento de decadência e de saudade” (cf. Eduardo Lourenço). Ao contrário, há uma crítica ao passado e às suas figuras opressoras, como a família aristocrata enfocada, e um movimento em favor do povo que toma posse da lagoa, até então propreidade da classe superior. 
Também pode-se mencionar a prosa ensaística de Cardoso Pires - E agora, José? (1977) -, que discute os rumos de Portugal e do homem português na segunda metade do século XX, carregado de memórias históricas e vítima de uma superidentidade. Este ser é criticado pelo autor porque vive entre a lembrança de um passado tido como glorioso pela Hiistória mas sentido como desastroso pelo povo:
Lá vai o português, diz o mundo, quando diz, apontando umas criaturas carregadas de História que formigam à margem da Europa.
Lá vai o português, lá anda. Dobrado ao peso da História, carregando-a de facto, e que remédio – índias, naufrágios, cruzes de padrão (as mais pesadas). Labuta a côdea de sol-a-sol e já nem sabe se sonha ou se recorda. Mal nasce deixa de ser criança: fica logo com oito séculos.
No grande atlas dos humanos talvez figure como um ser mirrado de corpo, mirrado e ressequido, mas que outra forma podia ele ter depois de tantas gerações a lavrar sal e cascalho? Repare-se que foi remetido pelos mares a uma estreita faixa de litoral (Lusitânia, assim chamada) e que se cravou nela com unhas e dentes, com amor, com desespero ou lá o que é (PIRES, José Cardoso. Lá vai o português. In: -----. E agora, José? Lisboa: Moraes, 1977).
 
Questão 5 – Conclusão
Esta resposta dependerá em parte daquilo que o aluno desenvolveu antes e da corência de suas conclusões. Mas, será desejável aproximar-se de uma comparação que se assemelhe ao que se segue. 
Em todos os autores estudados observa-se um certo desencanto e uma crença num futuro melhor para o país. No entanto há diferenças. Pessoa é talvez o mais saudoso das glórias passadas e consequentemente mais fervoroso na crença de um futuro glorificante para Portugal, seja ele qual for. Aproxima-se de Camões em seu desalento mas dele se afasta ao projetar miticamente um futuro a construir. 
Nota-se que os autores que viveram sob a ditadura salazarista, antes da Revolução dos Cravos, como Sophia, Torga e Cardoso Pires, tiveram uma postura de resistência que os afasta do desalento e saudade pessoanao.Em Sophia e Torga a literatura - o texto literário - é um ato de resistência aos homens do regime em vigor, adeptos do fascismo. Já em Cardoso Pires a crítica política se faz de forma mais geral à sociedade de classes, responsável pelas desigualdades e pela pobreza da nação, como aparec em O Delfim. Na sua prosa, por sua vez, Cardoso Pires condena o português “dobrado ao peso da História” em que “índias, naufrágios, cruzes de padrão” não lhe permitem construir uma outra pátria sem “autoglorificação”, “decadência” ou “saudade”.

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