Prévia do material em texto
1 2 Escola Municipal Olintha de Oliveira Vale Valberto Martins Diretor Escolar Kelly Marra de Jesus Correa Supervisora Pedagógica Leandro de Souza Professor Ensino Religioso ARAPORÃ-MG/2020 3 SUMÁRIO RETOMADA DOS CONCEITOS DE RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE--------------------------------04 ADOLESCER--------------------------------------------------------------------------------------------------------05 A FUNÇÃO DOS ESPAÇOS SAGRADOS------------------------------------------------------------------06 CARNAVAL A FESTA DA CARNE----------------------------------------------------------------------------07 FEMINICÍDIO--------------------------------------------------------------------------------------------------------09 QUANDO FOI CRIADA A RELIGIÃO?---------------------------------------------------------------------12 LIBERDADE DE CRENÇA E CONVICÇÃO POLÍTICO / IDEOLÓGICA-----------------------------13 Violência--------------------------------------------------------------------------------------------------------------15 RELIGIÃO E SAÚDE ---------------------------------------------------------------------------------------------16 A RELIGIÃO E O CORPO---------------------------------------------------------------------------------------18 TIPOS DE RELIGIÕES: PANTEÍSTAS – POLITEÍSTAS- MONOTEÍSTAS – ATEÍSTAS------19 SEXUALIDADE E RELIGIÃO, UMA DISCUSSÃO EM AMADURECIMENTO—------------------21 PÁSCOA-------------------------------------------------------------------------------------------------------------23 O SUDESTE E SUAS CULTURAS----------------------------------------------------------------------------24 FESTAS E RITUAIS RELIGIOSOS ---------------------------------------------------------------------------25 A CIÊNCIA E A RELIGIÃO EXPLICAM A ORIGEM DA VIDA------------------------------------------27 MITO DO FIM DO MUNDO--------------------------------------------------------------------------------------29 MATERIALISMO E CONSUMISMO---------------------------------------------------------------------------31 DEPOIS DE CRIAR FILHOS E NETOS, IDOSOS VIRAM ALVO DA VIOLÊNCIA DELES----32 O CONCEITO DE ESPIRITUALIDADE (ou o meu ―eu‖ interno?)-------------------------------------34 RESSURREIÇÃO, REENCARNAÇÃO, ANCESTRALIDADE E O NADA--------------------------36 A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA E O COMPORTAMENTO HUMANO---------------------------------38 DIA DO PROFESSOR--------------------------------------------------------------------------------------------40 INTOLERÂNCIA RELIGIOSA-----------------------------------------------------------------------------------41 DESIGUALDADE SOCIAL--------------------------------------------------------------------------------------43 CULTURA BRASILEIRA: DA DIVERSIDADE À DESIGUALDADE----------------------------------45 O QUE É CORRUPÇÃO?--------------------------------------------------------------------------------------46 O QUE É DEMOCRACIA?-------------------------------------------------------------------------------------48 O QUE SÃO FAKE NEWS?------------------------------------------------------------------------------------49 A BUSCA DA IDENTIDADE NA ADOLESCÊNCIA ------------------------------------------------------53 BULLYING VAI MUITO ALÉM DOS AUTORES E DAS VÍTIMAS------------------------------------56 Meio Ambiente-----------------------------------------------------------------------------------------------------58 A DISCIPLINA DO AMOR---------------------------------------------------------------------------------------59 ACEITANDO PELO O QUE É----------------------------------------------------------------------------------60 UM ATO IMPENSADO--------------------------------------------------------------------------------------------62 COMUNICAÇÃO E BOAS MANEIRAS----------------------------------------------------------------------64 "EXAGERADO" ----------------------------------------------------------------------------------------------------66 FOLHA AMASSADA-----------------------------------------------------------------------------------------------67 DEZ PENSAMENTOS PARA VIVER A SERENIDADE PESSOAL-----------------------------------68 NUNCA DEIXE DE SONHAR-----------------------------------------------------------------------------------69 MUNDO VIRTUAL-------------------------------------------------------------------------------------------------70 PARA AS PESSOAS MAIS IMPORTANTES DA MINHA VIDA----------------------------------------72 4 Texto 01 RETOMADA DOS CONCEITOS DE RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que significa "religação" com o divino. Essa definição engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do mundo físico. HERESIA é outro termo mal compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai contra a estrutura teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma Heresia Judaica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma Heresia Hinduísta. A MITOLOGIA é uma coleção de contos e lendas com uma concepção mística em comum, sendo parte integrante da maioria das religiões, mas suas formas variam grandemente dependendo da estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem mitos, mas podem existir mitos que não participem de uma religião. MÍSTICA pode ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre material. Um "Mistério". Religiosidade é a dimensão do ser humano pela qual ele experiência o sentido espiritual e transcendente da vida, este é um entre outros significados desta palavra. Uma pessoa pode não participar de nenhuma religião e ainda assim continuar sendo religiosa, isto porque a religiosidade é inerente ao ser humano, isto significa que ele nasce com esta dimensão. Não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra "ciência" social, de um grupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são então um fenômeno inerente a cultura humana, assim como as artes e técnicas. Grande parte de todos os movimentos humanos significativos tiveram a religião como impulsor, diversas guerras, geralmente as mais terríveis, tiveram legitimação religiosa, estruturas sociais foram definidas com base em religiões e grande parte do conhecimento científico, "filosófico" e artístico tiveram como vetores os grupos religiosos, que durante a maior parte da história da humanidade estiveram vinculados ao poder político e social. Hoje em dia, apesar de todo o avanço científico, o fenômeno religioso sobrevive e cresce, desafiando previsões que anteveram seu fim. A grande maioria da humanidade professa alguma crença religiosa direta ou indiretamente e a Religião continua a promover diversos movimentos humanos, e mantendo estatutos políticos e sociais. Tal como a Ciência, a Arte e a Filosofia, a Religião é parte integrante e inseparável da cultura humana, é muito provavelmente sempre continuará sendo. 5 Texto 02 ADOLESCER Começamos a adolescer... Desde o primeiro momento da vida, somos dependentes da relação com o outro, e assim permanecemos muito tempo, de certa forma, a vida toda. Quais são as fases de nosso adolescer? A criança desde seu nascimento depende da mãe para sobreviver. Através dos cuidados, da alimentação e do afeto, a mãe vai traduzindo o que imagina estar se passando com o bebê. O adolescente saído da infância depara-se com seu corpo que se modifica, torna-se diferente, às vezes desengonçado. A angústia é o sentimento mais eminente; crises de tristeza,cada uma dessas concepções em particular: REECARNAÇÃO: nascer-morrer-renascer A concepção reencarnacionista foi defendida por filósofos, historiadores, religiões como a do Egito Antigo, o Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Sikhismo, Taoismo, religiosidade indígena, Vodu, Cabala judaica, Rosacrucianismo, Espiritismo e inclusive o Cristianismo esotérico. Há indícios da crença na reencarnação desde a Pré-história onde achados arqueológicos encontraram pessoas mortas em posição fetal que os homens daquela época acreditavam ser uma preparação ritual para a entrada em outra vida. Outra fonte sobre a reencarnação são os Vedas - Escrito sagrado da religião Hinduísta. A crença no renascimento originou o costume de sepultar os mortos, nesse sentido, a sepultura simbolicamente representa o útero da mãe-terra que recebe a alma de volta como atesta diversas imagens primitivas sobre a Deusa-mãe, este era o sentido inicial dado ao sepultamento. ANCESTRALIDADE: nascer-morrer-ancestralizar É a crença segundo a qual quando um indivíduo morre torna-se um ser espiritual com capacidade de proteger seus parentes que ainda não transcenderam para outro plano de que agora gozam. Por essa razão os adeptos do ancestralismo reverenciam seus antepassados e restabelece uma nova comunicação através de orações, súplicas, sacrifícios. Embora não possam ser visto, os familiares sentem sua presença ou percebem alguns sinais de sua autenticidade através de sonhos e pela posse. Um espírito protetor define bem essa crença e prática religiosa muito comum entre tradições religiosas tribais, mas não é universal, pois 37 como se sabe, religiões de tradições orais não são proselitistas o que de certa forma acaba contribuindo para que sua prática fique restrita a determinado espaço geográfico ou mesmo étnico. Um espírito protetor é também um mediador entre os homens e o transcendente. Sua prática está presente no Oeste da África, Polinésia, Melanésia, vários povos indo-europeus, China e Japão. No Brasil, o período compreendido entre 1549 e 1888 há registros de crenças ancestrais que foram trazidas através do tráfico de escravos. Apesar de muitos escravos terem suas crenças obliteradas pelo Cristianismo que condenavam os rituais ancestrais, nas senzalas ou nos mocambos os escravos reviviam sua identidade religiosa. RESSURREIÇÃO: nascer-morrer-ressuscitar Embora a ideia da ressurreição tenha ganhado força com o Cristianismo, ela é bem mais antiga. Os egípcios já prenunciavam a ressurreição de Osíris. também no mitraísmo a ressurreição era bastante popular entre os soldados romanos, o culto a Mitra foi definitivamente abolido após a adoção do Cristianismo como religião oficial, sendo que a crença na ressurreição permaneceu como base da doutrina das três maiores religiões monoteístas para judeus, cristãos e muçulmanos. (OLIVEIRA, 2007). A perspectiva dos que defendem a ressurreição criticam tanto a reencarnação quanto a ancestralidade, não pactuando com nenhuma delas e menos ainda com os que defendem o pensamento materialista de que a vida acaba definitivamente no túmulo. Outro aspecto a ser considerado é que mesmo dentro do Cristianismo há dissensões teológicas sobre a ressurreição. Segundo a tradição teológica mais dominante, uma vez nascido, o indivíduo jamais deixará de existir. Afirmam que a alma é indestrutível, incorruptível e não pode ser aniquilada. NIILISMO: nascer-morrer-desaparecer Conhecido também como o nada ou ateísmo contemporâneo, o niilismo é uma percepção da vida em que o homem é o único responsável pelas suas ações. É uma cosmovisão desencantada da vida, afirmam não existir ser superior, nem outra dimensão além do mundo materialista – a vida se desfaz no túmulo e o indivíduo deixa de existir. Uma das características dessa visão de mundo é a fé na razão, no homem e na ciência, mas sobretudo a fé. Muitos pensadores contribuíram para o desenvolvimento do ateísmo como Sócrates, Hegel, Feuerbach, Marx, Nietzche, Freud e outros. As raízes do ateísmo contemporâneo está no movimento iluminista do século XVIII que rejeitava qualquer ideia sobre a existência de um ser transcendental. Segundo esta corrente de pensamento a crença em Deus ou vários Deuses impede que as pessoas vivam o presente, pois aguardam uma felicidade no além – o que seria um empecilho para as realizações humanas. Uma das argumentações mais comuns entre os adeptos do nada é, se Deus existisse como querem os ancestralistas, reencarnacionistas e a religião cristã o mundo todo conspiraria contra sua Criação, pois segundo a religiosidade tudo é criação de um ser superior que mesmo sendo onipotente, permite que catástrofes, doenças, pestes e outras adversidades da vida humana, sejam tão recorrentes. 38 TEXTO 22 A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA E O COMPORTAMENTO HUMANO As tradições religiosas têm poder de influências na vida de seus seguidores, tanto em nível pessoal como na vivência coletiva. As crenças religiosas direcionam os comportamentos humanos como: o modo de falar, de se alimentar, de praticar o lazer, de se vestir e outras dimensões da vida. A experiência religiosa é sempre pessoal, ocorre no íntimo de cada pessoa mesmo nos momentos coletivos de celebrações, cultos, missas, festas culturais religiosas e outros. Assim, toda experiência religiosa é ao mesmo tempo individual e coletiva e por mais que seja ligada a um grupo social, pode ser observada por meio dos comportamentos individuais. Compreende-se então que a experiência religiosa manifesta-se por comportamentos exteriores que revelam atitudes interiores, o que constituem o conjunto daquilo que se pode chamar de fenômeno religioso. Por Fenômeno Religioso entende-se o processo de busca que o ser humano realiza na procura de Transcendência que se traduz por atitudes e costumes, nos quais pode-se observar tanto a manifestação religiosa quanto a sua significação. As tradições religiosas influenciam o modo da sociedade se organizar, como exemplo as festas religiosas de diferentes povos: Na tradição islâmica o Ramadan (Jejum), no nono mês do calendário islâmico, é um tempo de jejum que dura um mês lunar, começa de manhã antes de nascer do sol e vai até o cair da noite. Neste período não se pode comer, beber, fumar e nem aspirar algum perfume: todos os sentimentos dever ser profundamente modificados; No judaísmo o Rosh Há-Shaná, marca o começo do ano religioso judaico, que dá início a um período de dez dias de penitência após o Ano Novo, termina com o ―Yon Kipur‖, o dia do perdão. Nesse dia, as celebrações da sinagoga duram o dia inteiro, contém a confissão dos pecados, as súplicas para obter a misericórdia de Deus e os rituais que o Sumo Sacerdote celebrava no Templo. A Páscoa dos cristãos, celebrações conhecidas popularmente na tradição católica como ―Semana Santa‖, precedida por um período de 40 dias denominado ―quaresma‖, um tempo de jejum e penitências em preparação às celebrações da páscoa que é a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, fundamento da fé cristã. Outras influências são as celebrações religiosas por motivos dos dias santos na tradição cristã católica No Hinduísmo as festas são inúmeras (mais de quatrocentas ao ano), dentre elas temos a que celebra a primeira colheita de arroz e celebra também os animais domésticos, no sul da Índia, em janeiro. 39 Outra festa celebrada é em honra a Krishna, que anuncia a chegada da primavera. Durante esta festa, os fiéis se aspergem com poeira e água vermelha, simbolizando o sangue novo que deve correr nas veias. Na cultura afra brasileira a festa da Iemanjá, orixá feminino do mar celebrada no dia 2 de fevereiro em diversas cidades do Brasil, dentre elas, a da paria do Rio Vermelho, em Salvador – BA. O rito sagrado, antes reservado só a comunidade, tornou-se público em 1923 e, hoje reúnecerca de 200 mil pessoas. Na cultura indígenas vários rituais acontecem em ritmo de festas: no povo Karajá tem- se a passagem da criança para fase adolescente ( jyre ) e o rito aruanã para receber o espírito do bem, a fim de que a aldeia viva na paz e harmonia. Outro ritual integrante da cultura dos povos indígenas é a celebração da abundância da caça e pesca, garantia de alimento, equilíbrio e a continuidade da convivência entre o povo indígena e a natureza. A sociedade por sua vez, também influencia o modo das religiões se organizarem. Há uma influência mútua nessa relação. Observa-se como exemplo: a utilização das novas tecnologias de comunicação e informação que foram introduzidas nas celebrações e divulgações das doutrinas religiosas. A influência social nos segmentos religiosos em vários aspectos como: vestuário; alimentação; a valorização da mulher; a abertura para constituição familiar entre diferentes culturas religiosas (união matrimonial); aceitação de políticas públicas em relação aos cuidados com a vida As influências da tradição religiosa no comportamento humano e na estruturação da sociedade ocorrem desde o início da humanidade em um processo cultural de mútuas relações determinando os modos de vida pessoal e coletiva. Conhecer esta inter-relação segmento religioso comportamento humano e estruturação da sociedade contribuem para o respeito, a aceitação das diferenças e a construção do cidadão crítico. Atividades: 1 – As tradições religiosas têm poder de influências na nossa vida? 2 – O que entendemos por Fenômeno Religioso? 3 – O que é o Ramadan? 4 - Como é celebrada a festa em honra a Krishna? 5 – Como acontecem os rituais indígenas do povo Karajá? 6- Marquem V ou F a) ( ) A sociedade influencia o modo das religiões se organizarem. Há uma influência mútua nessa relação. b) ( ) Somente a sociedade Indígena influencia o modo das religiões se organizarem. c) ( ) As influências da tradição religiosa no comportamento humano e na estruturação da sociedade ocorrem desde o início da humanidade em um processo cultural de mútuas relações determinando os modos de vida pessoal e coletiva. 40 TEXTO 23 15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR No Brasil, para tornar-se professor, é preciso ter curso superior em uma área relacionada com o ensino, seja a pedagogia ou qualquer curso na modalidade de licenciatura, no qual se apreendam os principais conceitos didáticos pedagógicos e agariem-se as primeiras experiências em sala de aula. Além disso, qualquer outro cidadão que tenha concluído o ensino superior com uma formação complementar posterior (pós-graduação lato sensu ou stricto sensu) também pode ministrar aulas na universidade, com a recomendação de que o profissional faça uma especialização de docência em nível superior ou algum outro curso correspondente. O grande problema com relação ao exercício do professorado é a desvalorização da profissão. Embora seja uma das competências mais admiradas pela sociedade, os profissionais da área sofrem, em alguns casos, com baixos salários, precárias condições de trabalho e com o trabalho excessivo. Além disso, destacam-se outros fatores, como a indisciplina dos alunos e a superlotação das salas. Essa realidade reflete-se no baixo interesse dos estudantes em se tornarem professores, pois a minoria dos que prestam vestibular e Enem deseja ingressar em carreiras relacionadas com licenciatura ou pedagogia. Soma-se a esses fatores o peso que, muitas vezes, o professor carrega em educar os estudantes, haja vista que, não raro, as famílias transferem essa responsabilidade para a escola. Segundo o professor e filósofo Mario Sérgio Cortella, há uma diferença nem sempre muito nítida entre ―educar‖ e ―escolarizar‖, sendo a primeira uma responsabilidade dos pais e da família e a segunda a função do professor e da escola. Apesar de todas as dificuldades e percalços, a carreira de professor é bastante importante e oferece uma grande oportunidade para que as pessoas não só acumulem saberes, mas também oportunizem a outras pessoas o desenvolvimento das diferentes formas de conhecimento. Vale lembrar que a função do professor não é transmitir informações, mas fazer com que o aluno consiga assimilar melhor as características e processos inerentes ao mundo em que vive. 41 TEXTO 24 INTOLERÂNCIA RELIGIOSA A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender e rechaçar religiões, liturgias e cultos, ou ofender, discriminar, agredir pessoas por conta de suas práticas religiosas e crenças. A intolerância religiosa está marcada na história da humanidade, principalmente porque, no passado, era comum o estabelecimento de pactos entre as religiões, em especial as institucionalizadas, como o cristianismo, e os governos. A religião foi um meio de demarcar o poder político e controlar a população. Houve, inclusive, um período em que os cristãos foram perseguidos e criminalizados no Império Romano. Hoje, o pensamento republicano e, em especial, a democracia impedem que, ao menos teoricamente, exista um vínculo direto entre Estado e religião, formando o que chamamos de Estado laico. Infelizmente, a intolerância religiosa ainda é uma realidade que assola comunidades em todo o mundo. No Brasil, esse problema está relacionado majoritariamente ao racismo, pois a intolerância religiosa é praticada, em maior escala, contra os adeptos das religiões de matriz africana. Nesse caso, a intolerância religiosa carrega uma vontade de anular a crença associada aos povos originários da África. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/influencia-igreja-historia.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/democracia.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estado-laico.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm 42 Lei sobre a intolerância religiosa O Brasil é, ao menos teoricamente e do ponto de vista jurídico, um país laico. Nós respeitamos, enquanto Estado Nacional, as predisposições estabelecidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 também assegura a igualdade religiosa e reforça a laicidade do Estado brasileiro. Para além da garantia constitucional e do pacto estabelecido pela ONU por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, existe a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, que em seu primeiro artigo prevê a punição para crimes motivados por discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Quem praticar, induzir ou incitar a discriminação por conta dos motivos citados pode ser punido com um a três anos de reclusão e aplicação de multa. Apesar da clara ofensiva de punição garantida pela lei 9.459/97, não há uma lei específica para tratar somente dos casos de intolerância religiosa. Intolerância religiosa no Brasil Dados levantados pelo antigo Ministério dos Direitos Humanos apontam que, entre 2015 e 2017, houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas no Brasil. O disque 100, número destinado à denúncia gratuita de intolerância religiosa, inclusive quando praticada por parte de agentes públicos e órgãos estatais, tem maioria de registros em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente|1|. Segundo as estatísticas, 25% de todos os agressores são identificados como brancos e 9% das ocorrências dizem respeito a atos praticados dentro de casa. A maior parte das vítimas de intolerância é composta por adeptos de religiões de matriz africana. Os católicos (64,4% dos brasileiros) registram 1,8% das denúncias de intolerância, e os protestantes (22,2% da população) registram 3,8% das denúncias. Ao mesmo tempo, os adeptos de religiões de matriz africana (candomblé, umbanda e outras denominações), que, juntos, representam 1,6%da população brasileira, também representam cerca de 25% das denunciantes de crimes de ódio e intolerância religiosa|2|. PORFíRIO, Francisco. "Intolerância religiosa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/intolerancia-religiosa.htm. Acesso em 08 de janeiro de 2020. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1988.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/onu.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/direitos-humanos.htm https://brasilescola.uol.com.br/religiao/diferenca-entre-candomble-umbanda.htm https://brasilescola.uol.com.br/religiao/diferenca-entre-candomble-umbanda.htm 43 TEXTO 25 DESIGUALDADE SOCIAL Desigualdade social é um mal que afeta todo o mundo, em especial os países que ainda encontram-se em vias de desenvolvimento. A desigualdade pode ser medida por faixas de renda, em que são consideradas as médias dos mais ricos em comparação às dos mais pobres. Também podem ser utilizados, como dados para o cálculo de desigualdade, fatores como o IDH, a escolarização, o acesso à cultura e o acesso a serviços básicos — como saúde, segurança, saneamento etc. A renda, por ela mesma, não garante que os dados de desigualdade sejam plenamente verificados, pois a qualidade de vida pode, em alguns casos, independer dela. Porém, em geral, qualidade de vida e renda caminham juntas. Foi pensando nisso que o estatístico italiano Corrado Gini criou, em 1912, o índice ou coeficiente de Gini, uma fórmula que permite a classificação da desigualdade social. O índice varia de 0 a 1, sendo 0 a condição perfeita, onde não há desigualdade social, e 1 o maior índice possível de desigualdade. O índice de Gini é medido com base na renda. Dados sobre a desigualdade social no Brasil https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-idh.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/indice-gini.htm 44 A imagem acima é um ícone da desigualdade social no Brasil. Aqui, assim como em vários outros países em desenvolvimento no mundo, há um abismo imenso entre as extremas classes sociais. No lado esquerdo da imagem, vemos Paraisópolis, um bairro favelizado de São Paulo. Paraisópolis tem um total de 50% de moradias irregulares, de cada dez habitantes do local, apenas 2,3 ocupam empregos formais. O local ocupa a 79ª posição no ranking paulista de bairros com espaços culturais e possui uma taxa de gravidez na adolescência de 11,45 por cem mil habitantes. A expectativa média de vida no distrito de Vila Andrade, região em que se localiza o bairro, é de 65,56 anos. A região de Morumbi mantém dados parecidos com de outros bairros nobres da capital paulista: alta taxa de empregabilidade formal e alta renda familiar; expectativa de vida que passa dos 80 anos de idade; a taxa de gravidez precoce está abaixo de 2 para cada cem mil habitantes; e, fora das zonas residenciais, existem diversos espaços culturais, ou as pessoas que lá moram deslocam-se até as regiões centrais para acessarem cinemas, teatros e museus, por exemplo. Essa configuração socioeconômica e espacial é um fator marcante das cidades brasileiras. Em todas as cidades, umas mais e outras menos, há desigualdade social. Pesquisa do Ipea aponta que o Brasil apresenta desigualdade total de renda de 51,5%, estando à frente de países como Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanhaii. Em nosso país, mais de 27% da renda está nas mãos de apenas 1% da população. Segundo o economista francês Thomas Piketty, em pesquisa que levantou dados socioeconômicos de vários países, o Brasil tem mais renda concentrada nas mãos de poucas pessoas que os grandes países árabes, onde o 1% de bilionários mais ricos representa apenas 26% da renda local. Em 2015, o coeficiente de Gini brasileiro foi marcado em 0,515, deixando o nosso país no 10º lugar do ranking dos mais desiguais do mundoiv, sendo que o 1º lugar é ocupado pela África do Sul. iFonte dos dados apresentados: ALESSI, G.; BETIM, F. O abismo dentro de São Paulo que separa Kimberly e Mariana. In: El País, 29/11/2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/27/politica/1543348031_337221.html. Acesso em: 14/03/2019. iiFonte dos dados apresentados: MENDONÇA, H. 10% mais ricos contribuem para mais da metade da desigualdade no Brasil. In: El País, 19/09/2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/17/economia/1537197185_613692.html. Acesso em 14/03/2019. iiiFonte dos dados apresentados: BORGES, R. Brasil tem maior concentração de renda entre o 1% mais rico. In: El País, 14/12/2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/13/internacional/1513193348_895757.html. Acesso em: 14/03/2019. ivFonte dos dados apresentados: CORRÊA, M. Brasil é o 10º país mais desigual do mundo. In: O Globo, 21/03/2017. Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-21094828. Acesso em: 14/03/2019. *Créditos da imagem: Andrey Lobachev | Shutterstock Por Francisco Porfírio Professor de Sociologia https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote2sym https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote4sym https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote1anc https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote2anc https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote3anc https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm#sdendnote4anc https://www.shutterstock.com/pt/g/Andrey+Lobachev https://www.shutterstock.com/pt/ 45 TEXTO 26 CULTURA BRASILEIRA: DA DIVERSIDADE À DESIGUALDADE A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social. A desigualdade social, uma característica marcante de nosso país, é atestada pela evidente hegemonia de uma classe social nos processos de divisão social do trabalho e de divisão da renda, além de fatores como o acesso à saúde, educação, saneamento e segurança. Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites, que selecionam arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido, relegando o que não foi selecionado para o limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura popular faz contraste ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de insumos básicos para a sobrevivência. É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e crenças religiosas sincréticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu, primeiramente, com a miscigenação entre povos africanos, portugueses (que já tinham em sua linhagem traços de miscigenação entre povos diversos do continente europeu) e indígenas. Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu imigrantes italianos, japoneses, alemães e de outros países sul-americanos. Isso somente atesta que, tomando o significado de cultura por uma concepção geral que envolve os hábitos, costumes, a culinária, as crenças e o modo de vida geral de um povo, o Brasil é realmente vasto. Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar equivocado quanto à não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social, o elitismo cultural e o racismo. Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade social são completamente diferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre as classes sociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz referência à vasta quantidade de culturas diferentes existentes em um nosso território. No Brasil, a associação entre os termos ―desigualdadesocial‖ e ―diversidade cultural‖ é possível, pois apesar de nossa diversa formação cultural, a exclusão social apresenta-se como um fator de exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença entre as diversas culturas que formam a população brasileira. i GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Província do Brasil. Rio de Janeiro: INL/MEC, 1965, p. 182. ii VELASCO, Clara. Negros ganham R$ 1,2 mil a menos que brancos em média no Brasil; trabalhadores relatam dificuldades e ―racismo velado‖. In: G1 Economia. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/negros-ganham-r-12-mil-a-menos-que-brancos-em-media- no-brasil-trabalhadores-relatam-dificuldades-e-racismo-velado.ghtml. Acesso em 25/04/2019 Por Francisco Porfírio Professor de Sociologia https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classes-sociais.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira-diversidade-desigualdade.htm#sdendnote1anc https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira-diversidade-desigualdade.htm#sdendnote2anc https://g1.globo.com/economia/noticia/negros-ganham-r-12-mil-a-menos-que-brancos-em-media-no-brasil-trabalhadores-relatam-dificuldades-e-racismo-velado.ghtml.%20Acesso%20em%2025/04/2019 https://g1.globo.com/economia/noticia/negros-ganham-r-12-mil-a-menos-que-brancos-em-media-no-brasil-trabalhadores-relatam-dificuldades-e-racismo-velado.ghtml.%20Acesso%20em%2025/04/2019 46 TEXTO 27 O QUE É CORRUPÇÃO? Corrupção, de acordo com o dicionário Aurélio, significa: ato ou efeito de corromper- se; decomposição; devassidão, depravação; suborno; peita. Sendo assim, podemos considerar que corrupção é o ato de se utilizar indevidamente de uma posição de influência para obter vantagens ou mesmo realizar alguma ação que é considerada ilegal de acordo com as leis vigentes. A corrupção pode acontecer em situações do dia a dia, mas também pode estar relacionada com a política. Esse é, por sinal, o campo mais associado com o termo. Na questão política, a corrupção relaciona-se muito com o suborno, isto é, quando pessoas utilizam-se de um cargo importante para exigir dinheiro de alguma pessoa. Tendo isso em vista, se um prefeito exige suborno para realizar a construção de um hospital em determinado local, por exemplo, ele está sendo corrupto. 47 Origem do conceito Segundo o cientista político Fernando Filgueiras, da Universidade Federal de Minas Gerais, nas civilizações da Antiguidade Clássica, isto é, as civilizações grega e romana, a noção de corrupção estava sempre associada à ideia de putrefação, destruição e degeneração. Tanto a palavra latina corrumpere quanto a grega diaphthora indicavam o corrompimento no sentido de um organismo vivo que é atacado por uma doença e pelo envelhecimento ou uma rocha que é destruída progressivamente pelo vento e pela água. O filósofo Aristóteles acreditava que a corrupção era típica do mundo sublunar, isto é, o mundo terreno existente abaixo das esferas celestes. Para Aristóteles, tudo o que não era terreno era perfeito e eterno, portanto, não podia ser alvo da corrupção (entendida como degeneração). Como seres terrenos, os humanos estavam também sujeitos à corrupção, e isso influenciou profundamente a própria noção de organização política nas civilizações gregas e romanas. Houve, portanto, uma transposição do conceito de corrupção, aplicado ao mundo físico e biológico, para o sentido propriamente humano ou político, como explica Filgueiras: Etimologicamente relacionado ao problema da ordem, o problema da corrupção (diaphthora) atravessa todas as formas de mediação nas quais a política está organizada, sendo um fenômeno presente e concebido em sua transfiguração da natureza para a política. A corrupção, inclusive, é um fato da política, porquanto, de acordo com a acepção do movimento do corpo político ao longo do tempo, uma vez ela propicia a geração de mecanismos institucionais para o seu controle. [1] Se a política é a arte da vida na cidade, ou seja, da vida em sociedade, formando, assim, um ―corpo social‖, para que ela não se degenerasse, era necessário que os homens se pautassem na razão (logos) e nas virtudes (areté), tais como a coragem, a honestidade e a prudência. A combinação entre razão e a virtude faria com que o homem não cometesse a chamada ―hýbris‖, a desmedida do poder, a insensatez que leva às catástrofes e tragédias. FILGUEIRAS, Fernando. Corrupção, Democracia e Legitimidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. pp. 32-33. [2] p.70-71 Por Me. Cláudio Fernandes https://brasilescola.uol.com.br/historiag/grecia-antiga.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/roma-antiga.htm https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-conceito-animal-politico-aristoteles.htm 48 TEXTO 28 O QUE É DEMOCRACIA? O que é democracia? É um modelo político originado na antiga Grécia, mas que teve em seu desenvolvimento moderno a sua principal condição de adaptação mundial. Sabemos que a palavra “democracia” nasceu na Grécia, especificamente na cidade-Estado de Atenas, no período clássico, sendo composta pelos radicais ―demos‖ e ―kratos‖, que significam, respectivamente: ―povo‖ e ―governo‖. Em linhas gerais, a democracia é definida, desde a antiga Grécia, como ―governo do povo‖, ou ―governo popular‖, em contraposição a outras formas de governo, que também remontam à Idade Antiga, como a aristocracia, a monarquia, a diarquia, a tirania, a oligarquia, entre outros. Entretanto, quando pensamos em democracia no mundo contemporâneo, algumas nuances devem ser feitas. Democracia moderna A democracia moderna, tal como a concebemos hoje, isto é, pautada em ordenamentos jurídicos e instituições políticas sólidas, que representam os três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo), só se tornou possível após a derrocada do Antigo Regime Absolutista, na transição do século XVIII para o século XIX. Com a Revolução Francesa e, depois, a Era Napoleônica, surgiram na Europa alguns dos alicerces do que viria a ser o nosso modelo de regime democrático: a formação de grandes centros populacionais, em virtude da Revolução Industrial; a noção de povo associada a uma nação; a soberania política da nação passou a ser vinculada a esse povo, e não mais ao rei; e a instituição do voto, ou sufrágio universal, como parte do sistema representativo direto. Diferenças entre a democracia ateniense e a democracia moderna A democracia desenvolvida em Atenas não era considerada o melhor dos governos possíveis (como é hoje o nosso modelo de democracia), e isso por um motivo razoavelmente simples: apenas uma fração mínima dos ―homens livres‖ integrava a vida política de Atenas. Mulheres, escravos, estrangeiros e outras categorias sociais não tinham direito de participar das deliberações da Assembleia (Ekklesia). A experiência da democracia ateniense tinha como preocupação fundamental, antes de qualquer coisa, evitar a tirania – pior forma de governo para época. Do mesmo modo, a forma de governo aristocrático também cumpria esse papel. DAHL, Robert A. Sobre a democracia. Trad. Beatriz Sidou. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. p. 117. Por Me. Cláudio Fernandes https://brasilescola.uol.com.br/historiag/absolutismo-mercantilismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/absolutismo-mercantilismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/absolutismo-mercantilismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa2.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa2.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa2.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa2.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa2.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/era-napoleonica.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/era-napoleonica.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/era-napoleonica.htmhttps://brasilescola.uol.com.br/historiag/era-napoleonica.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/era-napoleonica.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial-1.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/democracia-ateniense.htm 49 TEXTO 29 O QUE SÃO FAKE NEWS? Fake News são notícias falsas divulgadas principalmente nas redes sociais. Os boatos têm informações irreais que apelam para o emocional do leitor/espectador. Fake News são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo (geralmente figuras públicas). As Fake News têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam o material ―noticioso‖ sem confirmar se é verdade seu conteúdo. O poder de persuasão das Fake News é maior em populações com menor escolaridade e que dependem das redes sociais para obter informações. No entanto, as notícias falsas também podem alcançar pessoas com mais estudo, já que o conteúdo está comumente ligado ao viés político. Como surgiu o termo Fake News? O termo Fake News ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump. Como funcionam as Fake News? Nas redes sociais, são criados perfis falsos (com fotos, dados pessoais e publicações diárias) que começam a interagir com outras pessoas para dar veracidade. Depois, os perfis começam a espalhar notícias e vídeos de sites falsos e incentivam seus contatos a fazerem o mesmo. 50 Os sites que contêm as Fake News, em sua maioria, também são parte da estratégia das equipes especializadas nesse serviço. Os responsáveis pelas informações virais compram domínios de páginas e adotam uma identidade visual semelhante à do alvo (partido político, por exemplo), começam com publicações por vezes verdadeiras e, assim, atraem seu público. Com o ganho de relevância nos sites de busca, os produtores de Fake News passam a publicar informações falsas como se fossem reais. Os contratantes investem altos valores para que as notícias falsas sejam produzidas e veiculadas de forma sigilosa e sem deixar rastros para possíveis investigações. Existem gastos com alojamento temporário e com produtos como celulares pré-pagos e computadores, os quais são jogados fora após a produção das notícias. Pagamentos que são feitos costumam sair de cartões recarregáveis para que não haja rastreamento. É comum a prática de utilizar o CPF das pessoas a serem difamadas para que os cartões possam ser cadastrados e utilizados. Segundo a matéria do Correio Braziliense, a tática faz com que a vítima que decida investigar a movimentação acabe chegando ao seu próprio documento, impedindo-a de continuar a procura pelos criminosos. Para evitar a perseguição, os produtores mudam de local constantemente, assim como os profissionais de tecnologia da equipe alteram o IP (tipo de endereço do computador). O conteúdo produzido é guardado nas chamadas ―nuvens‖. O alto investimento em tecnologia e a adoção de estratégias para evitar identificação de quem contrata o serviço e das pessoas que o fazem são medidas que dificultam o rastreamento dos disseminadores de Fake News. Além da dificuldade de localização dos culpados, a legislação brasileira não tem uma punição exclusiva para esse tipo de crime. Uma história parece duvidosa? Desconfie e pesquise! As Fake News costumam ser sensacionalistas e apelam para a emoção do leitor. Por que as pessoas compartilham fake news? Segundo levantamento feito por veículos de comunicação, como a Folha de São Paulo, as páginas de Fake News têm maior participação dos usuários de redes sociais do que as de conteúdo jornalístico real. De 2017 a 2018, os veículos de comunicação tradicionais apresentaram queda de 17% em seu engajamento (interação), enquanto os propagadores de fake news tiveram um aumento de 61%. Para legitimar as Fake News, as páginas que produzem e divulgam esse tipo de informação costumam misturar as publicações falsas com a reprodução de notícias verdadeiras de fontes confiáveis. Outro problema presente nas redes sociais são as chamadas sensacionalistas que induzem ao erro. Quem deseja espalhar um boato pode retirar de contexto um dado ou declaração para usar em seu título ou no texto de sua postagem. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/fake-news-ganha-espaco-no-facebook-e-jornalismo-profissional-perde.shtml 51 Outra característica das Fake News é a utilização de montagens em vídeos e imagens. O usuário da internet é muito visual, por isso, uma foto manipulada ou fora de contexto pode ser facilmente divulgada como verdadeira. Consequências das Fake News Divulgar Fake News é um ato muito perigoso. Compartilhar informações falsas, fotos e vídeos manipulados e publicações duvidosas pode trazer riscos para a saúde pública, incentivar o preconceito e resultar em mortes. Veja alguns exemplos: • Linchamento de inocentes Em 2014, o Brasil presenciou o caso de uma Fake News que teve um fim trágico. Notícia divulgada pelo UOL Notícias relatou que moradores de Guarujá/SP lincharam uma mulher até a morte por causa de um boato divulgado no Facebook. Ela foi acusada de sequestrar crianças para fazer rituais de magia negra, no entanto, a informação era falsa. O uso das redes sociais para compartilhar notícias também perpetua a violência por causa das Fake News em outros países. A Índia é um cenário preocupante na divulgação de vídeos falsos pelo WhatsApp. Em 2018, cenas fictícias foram editadas e veiculadas como suposto sequestro de crianças em Rainpada, uma vila local na Índia (Para ler a notícia, clique aqui). Desesperados, os moradores começaram a perseguir os supostos sequestradores, resultando na morte de cinco pessoas. • Questões de Saúde Pública Movimentos antivacinação voltaram a crescer nos últimos anos. Algumas pessoas contrárias ao uso de vacinas disseminam notícias falsas e propagam suas visões de que vacinar a população faz mal, o que é um problema grave, pois a resistência à vacinação coloca em perigo a população. Por causa do crescimento de casos de sarampo no Brasil em 2018, o Ministério da Saúde teve que promover campanhas de vacinação. Para combater as fake news sobre o assunto e incentivar a participação nas campanhas, o Ministério da Saúde (MS) precisou lançar propagandas e informativos de combate às fake news sobre vacinas em diferentes veículos de comunicação e nas redes sociais. • Homofobia Outro Ministério teve que entrar em cena para desmentir boatos. Em 2016, o Ministério da Educação (MEC) precisou ir a público esclarecer que não havia a circulação do falso ―kit gay‖ nas escolas públicas do Brasil • Preconceito – Xenofobia O discurso de ódio que toma conta das redes sociais resultou em ataques a acampamentos de imigrantes venezuelanos. Moradores de Paracaima, cidade de Roraima https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2014/05/05/morre-mulher-linchada-pela-populacao-no-guaruja.htm https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/fake-news-pelo-whatsapp-ainda-e-um-problema-na-india-17092018 52 pela qual as pessoas vindas da Venezuela entram no Brasil, usaram paus, pedras e bombas caseiras para atacar os acampamentos.Outro exemplo foi o de um comerciante que ficou ferido após ser assaltado por um grupo de venezuelanos. As fake news sobre o caso divulgaram que o comerciante não foi socorrido porque a prioridade era atender imigrantes venezuelanos. A informação causou revolta na população da cidade, que passou a atacar os imigrantes. • Legitimação da Violência Posições contrárias a uma ideologia política podem alimentar o discurso de ódio. Fake News sobre a vereadora Marielle Franco, por exemplo, assassinada em 2018, foram espalhadas pelas redes sociais. Entre os boatos, estava a suposta ligação da vítima com o tráfico. A Justiça do Rio de Janeiro entrou no caso e determinou a retirada do conteúdo do ar. Marielle era uma vereadora ligada à luta pelos Direitos Humanos, em especial das mulheres e da comunidade negra do Rio de Janeiro. Ela denunciava políticos e policiais por abusos de poder e outras violações e, por isso, criou inimizades com várias figuras públicas. Como combater as Fake News? O combate às Fake News é algo difícil. Os mecanismos de produção e veiculação das falsas informações são muito eficientes e escondem a identidade dos criminosos. Para o usuário da internet, o importante é conseguir identificar uma notícia falsa ou sensacionalista e não compartilhar conteúdo duvidoso. Agências de jornalismo especializado são uma ferramenta útil para saber se um conteúdo é Fake News ou não. A Agência Lupa é uma criação da Revista Piauí com a Fundação Getúlio Vargas e com a rede Um Brasil. Lançada em 2015, o site analisa conteúdo nacional e internacional e classifica-os em: verdadeiro; verdadeiro, mas…; ainda é cedo para dizer; exagerado; contraditório; insustentável; falso e de olho. O Boatos.org é um site formado por vários jornalistas brasileiros que investigam conteúdos que circulam nas redes e informam aos leitores se são verdadeiros ou falsos. Outra agência especializada em desvendar Fake News é ―Aos Fatos‖. Seus criadores fazem parte de uma rede internacional de investigadores e trabalham com a análise dos assuntos mais populares da internet. O site possui uma parceria com o Facebook para ajudar os usuários do Messenger (serviço de mensagens instantâneas da empresa) na navegação e identificação da veracidade dos posts. As notícias são definidas pela equipe como verdadeiras, imprecisas, exageradas, contraditórias, insustentáveis e falsas. Por Lorraine Vilela Campos Equipe Brasil Escola CAMPOS, Lorraine Vilela. "O que são Fake News?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-que-sao-fake-news.htm. Acesso em 08 de janeiro de 2020. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm http://piaui.folha.uol.com.br/lupa/ http://www.boatos.org/ http://aosfatos.org/ 53 TEXTO 30 A BUSCA DA IDENTIDADE NA ADOLESCÊNCIA É na puberdade que o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações com o mundo externo. Entenda os processos que marcam a fase. por: AM Ana Rita Martins ALINE Essa sou eu? Quando o corpo cresce, assusta. Evolui rápido... Acho que eu não estava preparada, me sinto estranha. Queria conversar, mas não falo com meus pais sobre isso. A transformação tem início por volta dos 11 anos. Meninos e meninas passam a contestar o que os adultos dizem. Ora falam demais, ora ficam calados. Surgem os namoricos, as implicâncias e a vontade de conhecer intensamente o mundo. Os comportamentos variam tanto que professores e pais se sentem perdidos: afinal de contas, por que os adolescentes são tão instáveis? A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste. É a maneira que os jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças - nem adultos. Diante de um corpo em mutação, precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos. A adolescência é como um renascimento, marcado, dessa vez, pela revisão de tudo o que foi vivido na infância. 54 Falas como a de Aline*, 14 anos (leia o destaque acima), indicam a perda de segurança em relação ao próprio corpo. É comum que aflorem sentimentos contraditórios: ao mesmo tempo em que deseja se parecer com um homem ou uma mulher, o adolescente tende a rejeitar as mudanças por medo do desconhecido. Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada de referências infantis que entram em contradição com as mudanças recém-descoberta. Por causa disso, podem surgir dificuldades de higiene) e a de outros que veem numa parte do corpo a raiz de todos os seus problemas (seios que não crescem, pés muito grandes, nariz torto etc.). São encanações típicas da idade e que precisam ser acolhidas. "O jovem deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que ocorre com seu corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado. A dificuldade em lidar com o corpo está diretamente relacionada à nova relação que o jovem tem de construir com seus pais. Isso porque, na adolescência, o amadurecimento sexual provoca a necessidade de se provar que não se é mais criança. "Esse comportamento serve para que o adolescente exercite a definição de uma identidade baseada em experiências mais amplas", Tantas descobertas fazem o adolescente ter de remanejar constantemente as novas relações socioafetivas que incorpora à vida. Ele descobre que lidar com o olhar do outro, com um corpo que não para de se desenvolver e com conflitos sobre sua própria identidade gera angústias que precisam de tempo e espaço para serem desfeitas. E aí o jovem se volta para seu mundo interno, como faz Camila*, 14 anos (leia o destaque abaixo). Eu me sinto sozinha a toda hora... Daí vou pro meu quarto e fico pensando na vida. Acontece tanta coisa que é difícil entender! Eu sinto milhões de coisas ao mesmo tempo. Ficar sozinha ajuda a pensar nelas. O fato é que, apesar de ser um processo difícil, confuso e doloroso, a adolescência é um período em que se descobre como usar novas ferramentas emocionais para se relacionar com o mundo. À medida que integra as concepções que grupos, pessoas e instituições têm a respeito dele, compreendendo e assimilando os valores que constituem o ambiente social, o jovem reforça o sentimento de identidade. https://novaescola.org.br/conteudo/401/a-busca-da-identidade-na-adolescencia A Causa dos Adolescentes, Françoise Dolto, 350 págs., Ed. Ideias & Letras, tel. 0800-160-004, 53 reais Adolescência Normal - Um Enfoque Psicanalítico, Arminda Aberastury e Mauricio Knobel, 92 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 34 reais Corpo - Limites e Cuidados, Lidia Aratangy, 64 págs., Ed. Ática, tel. (11) 3990-1777, 25,90 reais 55 Atividades. 1. Procure no dicionário o significado das seguintes palavras: PUBERDADE ______________________________________________________________ CONTESTAR ______________________________________________________________ INCONSTÂNCIA____________________________________________________________ REBELDIA ________________________________________________________________ IDENTIDADE_______________________________________________________________ INSTÁVEIS _________________________________________________________________ 2. De acordo com o texto, coloque V (para as alternativas verdadeiras) ou F (para as alternativas falsas) ( ) Ora falar demais, ora ficar calado e uma característica da adolescência. ( ) Namoricos, as implicâncias e a vontade de conhecer intensamente o mundo são características da adolescência. ( ) Os comportamentos na adolescência variam muito, são instáveis. ( ) A adolescência é época de construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo, mesmo diante de tantas mudanças. 3. Por que, no texto,o autor compara inconstância com ajuste? “A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste”. R:_________________________________________________________________________ 4. Complete: A-- Por trás de manifestações tão distintas quanto ______________ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e_____________________. A adolescência é como um______________, marcado, dessa vez, pela _________________de tudo o que foi vivido na infância. B—Na adolescência é comum, sentimentos de perda de segurança em relação ao próprio corpo. É comum que aflorem sentimentos___________: ao mesmo tempo em que deseja se parecer com um homem ou uma mulher, o adolescente tende a _____________as mudanças por _________do desconhecido. Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada de referências infantis que entram em contradição com as ______________recém-descoberta. C--O jovem deve ficar à vontade para tirar _______________e conversar sobre o que ocorre com seu corpo sem que sinta _________________de ser diminuído ou ridicularizado. D-- Tantas descobertas fazem o adolescente entender que lidar com o olhar do outro, com um corpo que não para de se desenvolver e com conflitos sobre sua própria _______________gera ____________que precisam de _______________para serem desfeitas. E-- Apesar de ser um processo difícil, __________________, a adolescência é um período em que se descobre como usar novas ferramentas ____________________para se relacionar com o mundo. Compreendendo e assimilando os valores que constituem o ambiente social, o jovem reforça o sentimento de________________________. 5. Leia a fala da adolescente CAMILA, no texto. Você tem sentimentos semelhantes. Escreva. R:_________________________________________________________________________ 56 Texto 31 BULLYING VAI MUITO ALÉM DOS AUTORES E DAS VÍTIMAS POR: Hegle Zalewska Lei Federal instituiu programa de combate ao problema, mas ignorância sobre leis dificulta sua aplicação O Brasil tem leis e também um Programa de Combate ao Bullying, mas a ignorância sobre estas leis que visam tratar do problema prejudica sua aplicação em escolas. Para entender melhor o quadro, vamos à origem da palavra. A palavra Bullying possui origem inglesa, e advém de bully, que significa tirano e corresponde ao indivíduo que pratica a violência. A Lei Federal Nº 13.185/15 traduziu o termo Bullying para Intimidação Sistemática e instituiu o Programa de Combate ao Bullying. Já em 2018 (Lei 13.663/18) foram acrescentados dois incisos ao artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB-Lei 9.394/96) para determinar que todos os estabelecimentos de ensino tenham como incumbência promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, ―especialmente a Intimidação Sistemática‖, e ainda estabelecer ações destinadas a ―promover a cultura de paz nas escolas‖. A matéria reforça a Lei de Combate ao Bullying (13.185/2015). Agressores (bullies) - que têm a necessidade de mostrar poder através da diminuição do outro, se aproveitando das fragilidades das vítimas. Os agressores sentem satisfação em causar danos, controlar situações, não aceitam facilmente as regras, podem, inclusive, roubar e agredir fisicamente. https://novaescola.org.br/autor/1243/hegle-zalewska 57 No caso da violação física, a situação pode ser confundida com uma simples briga, e a física e psicológica são muitas vezes tratadas de forma genérica, como maus tratos perante o Conselho Tutelar. Os autores só podem ser identificados pela forma como agem. Não há padrão físico ou intelectual. Podem ser menos ou mais inteligentes; alguns são atraentes e outros não; alguns são muito populares e outros detestados por todos. Vítimas (victims) ou alvos do bullying - que podem ser passivas, provocadoras ou agressoras. Vítimas passivas - São mais inseguras e ansiosas do que os outros integrantes do grupo social. Quando atacadas geralmente reagem chorando ou se retraindo. Em geral são solitárias. Vítimas provocadoras - Agem impulsivamente. Dessa forma atraem reações agressivas com as quais não sabem lidar e acabam se tornando vítimas. Vítimas agressoras – Sofreram bullying, então passaram para o papel de agressores, intimidando seu próprio agressor ou outra pessoa. Espectadores (bystanders) - São aqueles que manifestam expressamente apoio aos agressores, dão risada e incentivam as agressões, por isso tornam-se coautores da Intimidação Sistemática. Os defensores sentem empatia pela vítima, condenam as agressões e protegem o alvo ou informam a quem possa tomar providências, apesar do risco de sofrerem represálias. E os observadores nada fazem, o que costuma ser a conduta mais comum, apesar de muitas vezes condenarem o comportamento dos autores. É importante ressaltar que se calar é tão reprovável como o próprio ato de violência, pois pode ser entendido como apoio aos autores, e que qualquer programa de combate ao bullying deve dar a devida atenção aos espectadores, pois suas atitudes serão essenciais para diminuir a Intimidação Sistemática tanto no momento de presenciar a agressão, quanto no momento da mediação necessária para solucionar o caso concreto. A figura do professor nesse combate é fundamental, aliado a um respaldo organizacional, para que a escola não se torne um mero espectador. Ou, na pior das hipóteses, continue sendo apenas um espectador – como foi o caso em uma escola no Paraná com números alarmantes na falta de apoio às vítimas em sala de aula. As vítimas relataram que o bullying verbal com xingamentos e apelidos é o mais comum e poucos estudantes procuraram ajuda com familiares e com os professores. *Hegle Zalewska é advogada, pós-graduada no curso de "Direito e Tecnologia da Informação" da Escola Politécnica - USP, atua nas áreas de Direito Digital, Criminal e propriedade intelectual, é integrante da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da Ordem dos Advogados do Brasil - São Paulo e Secretária Geral na Comissão Especial de Direito Antibullying da OAB/SP. 58 Texto 32 O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido na conhecida Conferência de Estocolmo e passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis. Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo, iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência representou, não podemos afirmar, no entanto, que todos os problemas foram resolvidos a partir daí. Atualmente existe uma grande preocupação em torno do meio ambiente e dos impactos negativos da ação do homem sobre ele. A destruição constante de habitat e a poluição de grandes áreas, por exemplo, são alguns dos pontos que exercem maior influência na sobrevivência de diversas espécies. Tendo em vista o acentuado crescimento dos problemas ambientais, muitos pontos merecem ser revistos tanto pelos governantes quanto pela população para que os impactos sejam diminuídos. Se nada for feito, o consumo exagerado dos recursos e a perda constante de biodiversidade poderão alterar consideravelmente o modo como vivemos atualmente, comprometendo, inclusive, nossa sobrevivência. Dentre osprincipais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combustíveis fósseis, desperdício de água e esgotamento do solo. Esses problemas e outros poderiam ser evitados se os governantes e a população se conscientizassem da importância do uso correto e moderado dos nossos recursos naturais. Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto gerado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que merece bastante destaque no calendário mundial. Entretanto, não basta apenas plantar uma árvore ou separar o lixo nesse dia, é necessário que sejam feitas campanhas de grande impacto que mostrem a necessidade de mudanças imediatas nos nossos hábitos de vida diários. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "05 de Junho — Dia Mundial do Meio Ambiente"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-mundial-do-meio-ambiente-ecologia.htm. Acesso em 11 de junho de 2019. 59 Texto 33 A DISCIPLINA DO AMOR Foi na França, durante a segunda grande guerra; um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorrinho e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava a sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava a seu posto de espera. O jovem morreu num bombardeio mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias. Com o passar dos anos (a memória dos anos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?...Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para ―aquela‖ direção. TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Rio de Janeiro, Nova Fronteia, 1980.p.99- 100. ANALISANDO O TEXTO 01.Quando ocorreu a história que você leu? E qual é o espaço? 02. Por que o cão esperou pelo seu dono até a morte? 03.Conte o que aconteceu depois que o jovem soldado morreu. 04. Trata-se de uma história de uma bela amizade entre um jovem e um cão. Será que entre as pessoas podem haver amizade verdadeira? O que devemos fazer para sermos amigos? 05. Qual a sensação que você sente ao ser magoado? E o que você sente quando deixa um amigo triste? 60 Texto 34 ACEITANDO PELO O QUE É O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos a venda". Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja perguntando: -"Qual é o preço dos cachorrinhos?" O dono respondeu: - "Entre R$ 30,00 e R$ 50,00". O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas: - "Só tenho R$ 2,37... posso vê-los?". O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando. - "O que aconteceu com esse cachorrinho?", perguntou. O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se emocionou muito e exclamou: - "Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!". E o homem respondeu: - "Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de presente". O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse: 61 - "Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo". O homem respondeu: - "Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos". O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou de novo ao homem e lhe disse: - "Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda". O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas... sorriu e disse: - "Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como você". Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite e te ame incondicionalmente. ANALISANDO O TEXTO 01.De acordo com o texto o que identifica o menino com o cachorrinho que escolhera para comprar? 02.Retire do texto uma frase que expressa claramente a discriminação do dono da loja em relação aquele cachorrinho deficiente. 03.Qual a reação do menino ao ouvir o vendedor do cachorrinho defeituoso dizer que o daria de presente? 04. Sabemos que é importante termos amigos e sermos uma pessoa querida por todos. O que você tem feito para que todos gostem de você? 05.Escreva um parágrafo, de forma objetiva, dizendo quais os elementos indispensáveis para se constituir uma amizade. 62 Texto 35 UM ATO IMPENSADO Um belo dia de sol, Sr. Mário, um caminhoneiro, chega em casa depois de longos anos de trabalho e, todo orgulhoso, chama sua esposa para ver seu lindo caminhão, o primeiro que conseguira comprar após todos aqueles anos de sufoco, e a partir daquele dia, seria seu próprio patrão. Ao chegar à porta de sua casa, encontra seu filhinho de 6 anos, martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão. Irado, aos berros pergunta o que o filho estava fazendo e, sem hesitar, no meio de seu furor, martela impiedosamente as mãos do filho, que se põe a chorar sem entender o que estava acontecendo. A mulher do caminhoneiro, corre em socorro do filho, mas pouco pôde fazer. Chorando junto ao filho consegue trazer o marido à realidade e, juntos o levam ao hospital, para fazer um curativo nos machucados provocados. Passada várias horas de cirurgia, o médico desconsolado, bastante abatido, chama os pais e informa que as dilacerações foram de tão grande extensão, que todos os dedos da 63 criança tiveram que ser amputados, mas que de resto o menino era forte e tinha resistido bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo acordar no quarto. Ao acordar, o menino foi só sorriso e disse ao pai: – Pai, me desculpe, eu só queria consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo! O pai enternecido, disse que não tinha mais importância, que já nem estava mais bravo e que não havia estragado a lataria do seu caminhão.O menino com os olhos radiantes perguntou? – Quer dizer que não está mais bravo comigo? – Não! – respondeu o pai. – Se estou perdoado papai, quando meus dedinhos vão nascer de novo? REFLITA: Apesar de forte, esta história cunho muito real, porque na hora do ímpeto, machucamos profundamente quem amamos, e em muitas das vezes não podemos mais ―sarar‖ a ferida que deixamos. Assim espero que ao lerem, fiquem impressionados como fiquei. Pensem em suas atitudes e reflitam para ver o quanto têm sido impetuosos e, se for possível, mudem suas atitudes a fim de evitar os danos irreversíveis de seus atos. Prof. Solange da Cruz Battiro 64 Texto 36 COMUNICAÇÃO E BOAS MANEIRAS ―Gente não vive sem gente!‖ Essa é uma grande verdade! Veja só de quantas pessoas dependemos desde que acordamos pela manhã até a chegada à escola. Basta reparar em nosso café da manhã. Para tomar um leite quente e gostoso, coisa que parece tão simples, foi preciso: pessoas criarem e cuidarem da vaca, alguém tirar-lhe o leite, outros o transportarem, outros o colocarem na embalagem, alguém, com carinho, ferve- lo e coloca-lo na nessa para nós. O café? Por quantas mãos passou! Foi plantado, foi tratado, colhido, secado, despolpado, beneficiado, torrado, moído e coado antes de chegar até nós. O mesmo acontece com o pão, desde o plantio do trigo até chegar à nossa mesa. Quanta gente trabalhou para nós!… Assim é com tudo: Com o que usamos. Nossas roupas, nossos livros e mais mil coisas que vocês mesmos irão descobrindo. Já pensaram quantas pessoas colaboram conosco e nos ajudam todas as manhãs ? É legal demais a gente pensar que faz parte de um todo que é a humanidade! Nesse todo, temos a nossa parte de dar… São os nossos diretos e os nossos deveres. Como somos todos irmãos, é justo que nos ajudemos uns aos outros, pelo menos cada qual cumprindo direitinho com as suas tarefas e obrigações. Por isso é tão importante a gente estudar bem e se preparar para o futuro, refletindo sobre o presente! Poderemos ser muito úteis à humanidade. Foi assim que os grandes inventores e os grandes homens se prepararam e usaram sua inteligência e seu preparo para o bem comum.( direito, dever). Todos precisam de nós e nós precisamos de todos. Aí é que surge a necessidade de nos comunicarmos uns com os outros.Quando melhor for a comunicação, mais fácil e agradável se torna a vida. Qual será o meio mais fácil, simples e natural de nos comunicarmos? A fala, isto é, A PALAVRA. É muito importante, pois , cultivar o Dom da Palavra. Falando com clareza…. bem explicado… e o mais simples possível!!! Nada de ter medo de falar! Falar todas as vezes que tiver alguma coisa para dizer.Porém, sem se precipitar…e pensando no que vai dizer. Existe muita gente que exagera! Fala demais, aborrecendo todo o mundo!… Outros põem sua vida toda a público! E a da sua família também… contando tudo o que vivem fazendo fofocas e falando mal dos outros… que acham disso? Aí, entre uma coisa muito importante: o respeito por si mesmo e pelos outros. É também uma questão de Critério Mas o que será esse negócio de Critério? Critério é uma crítica que cada um faz a si mesmo antes de falar ou de agir, para verificar se o que vai dizer ou fazer não irá prejudicar os outros ou a si mesmo. Isso também se chama BOM SENSO e ajuda incrivelmente as pessoas que possuem. Quem não o tiver muito desenvolvido poderá perfeitamente se exercitar e conseguir essa qualidade tão importante para todos: é só faze uma parada antes de começar a falar para dar uma peneirada no que vai dizer , (esse hábito pode ajudar muito). 65 Existem várias maneiras de nos comunicarmos: o olhar… o sorriso…a palavra falada… a palavra escrita… a mímica… os gestos… o canto…os jogos em comum…expressão corporal… e muitas outras. Há também : televisão… cinema… rádio… teatro… circo… música… telefone… correio… a própria escola, além de muitos outros. Tudo isso nos põe em contato com os nossos semelhantes e estabelece o intercâmbio entre os homens,unindo suas idéias. Há muita gente, porém , que fala muito bem mas não sabe ouvir! Não dá oportunidade para os outros falarem… Ouvir também é um meio de comunicação! E muito importante! Saber ouvir é uma arte! Quantas vezes podemos ajudar muito apenas ouvindo o que alguém tem a dizer!… Veja agora uma coisa que parece estranha: apesar de hoje em dia existirem tantos meios de comunicação,há no mundo milhares e milhares de pessoas SOLITÁRIAS, embora rodeadas de gente! Sabia? Nas ruas… nas escolas… e até nos próprios lares… por falta de comunicação! As vezes nós mesmo contribuímos para nosso próprio isolamento e para o isolamento dos outros. Talvez por não queremos ou não sabemos nos comunicarmos, pensando e observando todas essas coisas. Como é bom a gente se comunicar! Fazendo com que os outros possam aproveitar também das coisas lindas que temos dentro do nosso coração e da nossa cuca1 Por que não? Coisas que precisam ser ajudadas, pois muitas vezes os outros podem nos ajudar, e muito! Do mesmo modo que podemos também, com amor, tentar descobrir as dificuldades dos outros e ajuda-las a vencer essas dificuldades. Muito importante é desenvolver e cultivar o Espírito critico. Já imaginou, por exemplo, se fôssemos acreditar em tudo o que os anúncios dizem? Quanto exagero! Quanta mentira! A gente sabe perfeitamente que tudo aquilo é só para vender o produto . Mas não deixa de ser uma tapeação pra cima de nós… E os programas de televisão? Podemos acreditar em tudo o que eles dizem? Achar certo tudo aquilo que vemos? Claro que não! É tão gostoso saber distinguir as coisas boas das coisas más… a verdade da mentira…É muito útil a gente saber analisar e julgar! Assim não se vai facilmente na conversa dos outros. Cada um de nós é um ser livre! Ninguém pode nos obrigar a fazer uma coisa que achamos errada.. A verdade é que , no fundo, todos admiram e respeitam aqueles que agem com lealdade, querendo acertar sempre! APROVETAMENTO DA LEITURA 1. Explique por que gente precisa de gente. 2. Por que não podemos viver sozinhos? 3. Quais são nossos direitos na sociedade em que vivemos? 4. Quais nossos deveres? 5. Qual é o meio mais fácil e natural de nos comunicarmos? 6. Como cultivar o DOM DA PALAVRA? 7. Que é critério ou Bom Senso? 8. É necessário saber ouvir Por quê? 9. Por que é tão importante desenvolver o ESPIRITO CRITICO? 10. Qual a vantagem de sermos LIVRES 66 Texto 37 "EXAGERADO" Amor da minha vida Daqui até a eternidade Nossos destinos Foram traçados Na maternidade... Paixão cruel Desenfreada Te trago mil Rosas roubadas Pra desculpar Minhas mentiras Minhas mancadas... Exagerado! Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado... Eu nunca mais vou respirar Se você não me notar Eu posso até morrer de fome Se você não me amar... E por você eu largo tudo Vou mendigar roubar, matar Até nas coisas mais banais Pra mim é tudo ou nunca mais... Exagerado! Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um a mor inventado... E por você eu largo tudo Carreira, dinheiro, canudo Até nas coisas mais banais Pra mim é tudo ou nunca mais... Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni Atividades 1. Pense em alguém que te faz ou faria falta. Pense na sua vida sem essa pessoa. Escreva um bilhete dizendo a essa pessoa como seria sua vida sem ela. 67 Texto 38 FOLHA AMASSADA Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado eme esforçava por consolar a quem tinha magoado. Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse: A M A S S E – A! Com medo , obedeci e fiz com ela uma bolinha. - Agora, deixe-a como estava antes. Voltou a dizer-me. Óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas. O professor me disse, então: - O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais... Alguém já disse, certa vez: - Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro. Acredite, principalmente em seus sentimentos! 68 Texto 39 DEZ PENSAMENTOS PARA VIVER A SERENIDADE PESSOAL 1-Somente hoje tratarei de viver integralmente o dia, sem pretender resolver todos os problemas pessoais, num só dia. 2-Somente hoje serei delicado no trato com os outros, não criticando ninguém, e não disciplinando ninguém a não ser a mim mesmo. 3-Somente hoje me sentirei feliz, na certeza de ter sido criado para a felicidade, tanto neste, como no outro mundo. 4-Somente hoje aceitarei as circunstâncias e ocorrências, sem pretender que elas se adaptem todas aos meus desejos. 5-Somente hoje dedicarei dez minutos a uma boa leitura, lembrando-me que, assim como preciso comer para sustentar o corpo, devo ler para alimentar o espírito. 6-Somente hoje farei uma boa ação ,sem conta-la a ninguém. 7-Somente hoje farei algo de que gosto menos, e, se for ofendido, procurarei não manifestar- me com emotividade. 8-Somente hoje realizarei uma programação detalhada do meu dia, e, mesmo sabendo que será difícil executar tudo perfeitamente, ficarei prevenido contra dois grandes males: a pressa e a indecisão. 9-Somente hoje acreditarei que DEUS se ocupa de mim, como se somente eu existisse no mundo, 10- Nisso tudo acreditarei, mesmo que as circunstâncias me mostrem o contrário. Prof. Solange da Cruz Battirola 69 Texto 40 NUNCA DEIXE DE SONHAR Todo o ser humano possui sonhos. Sonhos grandes, sonhos pequenos, sonhos. Sonhos nascem a cada dia,a cada hora, a cada minuto.Sem percebermos, um sonho nasce dentro do nosso coração. Sonhos nos motivam a viver, a continuarmos caminhando. Vivemos na verdade, na busca da realização dos nossos sonhos. Às vezes, pessoas que estão ao nosso redor: tentam mata-los com palavras de pessimismo, algumas acham que, se não podem realizar seus sonhos… as outras pessoas também não merecem realizar os seus. Puro egoísmo! Muitas vezes, nós mesmos, chegamos a pensar que não conseguiremos realiza-los, que eles estão muito distante de nós . Ou achamos que não merecemos, porque não somos ninguém. Se não acreditarmos neles, os perderemos. E assim não conseguiremos mais realiza-los, A realização vem da luta, esforço e persistência. Caminhar ao lado de pessoas que nos motivam a sonhar e a persistir nos mesmos é muito importante. É um passo para a realização deles. Mesmo que tudo leve a pensar que pareça impossível, não desista do seu sonho. Busque forças dentro de você. Peça ajuda de Deus. Nenhuma oração volta sem resposta. Acredite que tudo possa acontecer, quando desejamos do fundo do nosso coração. Na Bíblia lemos num versículo: ―TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE‖. Tudo e não algumas coisas! Acredite na beleza dos seus sonhos e na capacidade de realiza-los. Você é capaz! Sonhe sempre! Nunca deixe de sonhar e você será sempre um vencedor ou uma vencedora! Acredite em você! Eu acredito! As pessoas que te amam acreditam nos teus sonhos. Nunca deixe de sonhar! PROFESSORA. DE ENSINO RELIGIOSO: SOLANGE DA CRUZ BATTIROLA 70 Texto 41 MUNDO VIRTUAL Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias,que há tempos não sei o que são.Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga,uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha, atrás de mim: - Tio, dá um trocado? Só uma moedinha para comprar um pão? - Não tenho moedas , menino. Está bem, compro um para você. - Para variar, minha caixa de entrada estava lotada de emails. Fico distraído vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música me leva a boas lembranças de bons tempos. Percebo que o menino tinha ficado ali. - OK, mas depois me deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá? Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer. Digo que está tudo bem. - Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele. Então o menino se sentou à minha frente e perguntou: - Tio, o que está fazendo? - Estou lendo uns emails .- O que são emails? - São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet. Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse: - É como se fosse uma carta, só que via Internet. 71 - Tio, você tem Internet? - Tenho sim, é essencial no mundo de hoje. Internet é um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas,notícias,músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual. - E o que é virtual, tio? Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas: – Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse. - Legal isso. Gostei, tio, eu também vivo neste mundo virtual. - Você tem computador? - Não, mas meu mundo também é desse jeito… Virtual. Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia. Isto não é virtual, tio? Fechei meu notebook, não antes que as lágrimas caíssem sobre o teclado. Esperei que o menino terminasse de literalmente ‖devorar‖ o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na vida, e com um ‖Obrigado tio, você é legal!‖. Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não percebemos! E VOCÊ, COMO TEM TRABALHADO COM SEU MUNDO REAL E O SEU MUNDO VIRTUAL? REFLITA : AS PESSOAS DÃO TANTA IMPORTÂNCIA AOS ASSUNTOS VIRTUAIS QUE ACABAM NÃO PERCEBENDO O QUE ACONTECE NO MUNDO REAL. PROFESSORA. DE ENSINO RELIGIOSO:inibições, nervosismos e agitações são muitas vezes externadas em atos de agressão, seja consigo mesmo, seja com o outro. Os pais já não possuem as respostas a todos os porquês. A adolescência é, ou deveria ser, a porta de entrada para a vida adulta. São muitas as portas, e apontam para um tempo de incertezas, do despertar __ para o sexo, para o outro, para o trabalho, para a vida adulta cheia de escolhas, responsabilidades, frustrações, ilusões, amores e desamores. Para superar essa FASE da vida, o adolescer exige da família e do próprio adolescente um trabalho de elaboração de valores, para que possa saber o que é importante para ele e, portanto, o que deve fazer de seu desejo, de suas aspirações, do que quer para si. Ele precisa superar as dificuldades que isso acarreta, tentando produzir uma história particular de sua existência; caso contrário, a base de sustentação é insuficiente para encontrar novos modos de existir no mundo, e o adolescente tende a alienar-se, participando superficialmente da construção de sua história. A melhor porta de entrada na vida é a porta de acesso ao outro, o exercício do amor e do trabalho, com criatividade e responsabilidade. Viver cada etapa como se fosse a única requer conhecimento de si, auto-estima. O amor próprio está fundamentado nos valores essenciais do amor, do respeito, da empatia, do diálogo, do perdão, da responsabilidade e da liberdade, entre tantos. Na verdade, alguém torna-se adulto pela capacidade de viver as alegrias da adolescência e da juventude, a camaradagem, as baladas, a gradual experiência do afeto e da sexualidade, os momentos de realização no esporte, namoro, estudo, trabalho. OBS: Texto tirado do livro: Ensino Religioso de José A. Galiani 6 Texto 03 A FUNÇÃO DOS ESPAÇOS SAGRADOS Borres Guilouski Cada tradição religiosa organiza o espaço sagrado de acordo com as suas crenças. As igrejas, capelas, catedrais e santuários católicos são decorados com vitrais, imagens, estátuas, entre outros símbolos. Nos templos evangélicos não há imagens religiosas, mas podem ter vitrais decorativos e simbólicos. Terreiro é o nome do espaço sagrado das religiões Afro-Brasileiras. Os povos indígenas realizam as suas práticas religiosas em contato com a natureza e em algumas aldeias há também ―a casa de reza‖ chamada opy na língua dos guarani. Sinagoga é o espaço sagrado do Judaísmo, onde aos sábados os seguidores desta religião se reúnem para o culto semanal. A mesquita é o local de oração dos muçulmanos. Eles costumam reunir-se nas sextas- feiras ao meio dia para a oração comunitária. O centro espírita é o local de reuniões e estudos da doutrina dos seguidores do Espiritismo. Entre outras funções os espaços sagrados destinam-se: · ao contato com o sagrado; · à realização de práticas devocionais e rituais; · às celebrações religiosas; · às reuniões de ensino e pregação. ATIVIDADES 1) Como as diversas tradições religiosas organizam seus espaços sagrados? 2) Comente o que o texto fala sobre os espaços sagrados destas tradições: a) Igreja Católica: b) Igrejas Evangélicas: c) Religiões Afro-Brasileiras: d) Povos Indígenas: e) Judaísmo: f) Muçulmanos: g) Espiritismo: 7 TEXTO 04 CARNAVAL A FESTA DA CARNE O Carnaval tem sua origem mais remota nos rituais de fecundidade da pré - história, quando os homens celebravam o final de inverno e início da primavera, no hemisfério norte. Com o passar dos séculos e início da civilização, também era comemorado como festa de deuses específicos de cada cultura. Com o advento do Cristianismo, o Carnaval acabou perdendo esse sentido místico, o simbolismo que representava para os antigos e tornou -se o período que antecede a época de jejum e oração. Foi na Idade Média que surgiram os primeiros bailes de máscaras, que se tornaram populares em outros países da Europa e se espalharam pelas terras descobertas pelos europeus. A maior popularidade do Carnaval foi alcançada na época do Renascimento, principalmente na Itália e mais especificamente em Veneza, que ainda mantém um baile de máscaras à luz do dia, varando pelas noites, na Praça de São Marcos, no centro da cidade, que ainda atrai turistas do mundo todo. O turismo tornou o Carnaval mais um espetáculo do que uma festa popular, principalmente nos grandes centros, mas os blocos conseguem manter o sentido popular da festa, reunindo milhares de pessoas nas ruas. 8 O carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa, em fevereiro, geralmente, ou em março, conforme o cálculo da Páscoa; ocorre próximo do dia de Lua Nova. Apesar do carnaval brasileiro ser o mais famoso do mundo, a folia não é uma exclusividade nossa. Todos os países, cada um ao seu modo, vivem essa festa popular todos os anos , cada um ao seu modo. A ligação da festa carnavalesca com a religião surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antece dida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres. Em geral, o carnaval tem a duração de três dias - os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, esses dias são chamados "gordos", em especial a terça -feira: Terça-feira Gorda, também conhecida pelo nome francês "mardi gras" - termo sinônimo de Carnaval. O carnaval chegou no Brasil aproximadamente em 1723, com influência européia. Eram desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante a de hoje, com suas marchinhas e sambas. Atividades segundo o texto: 1) O carnaval tem sua origem em qual período? 2) Quando ele passou a ser introduzido no contexto religioso? 3) Qual significado da palavra carnaval? 4) Como o carnaval chegou ao Brasil? 5) Quando surgiu o baile de mascaras? O que eles queriam esconder? 9 Texto 05 FEMINICÍDIO Feminicídio é o homicídio cometido contra mulheres que é motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher (misoginia e menosprezo pela condição feminina ou discriminação de gênero, fatores que também podem envolver violência sexual) ou em decorrência de violência doméstica. A lei 13.104/15, mais conhecida como Lei do Feminicídio, alterou o Código Penal brasileiro, incluindo como qualificador do crime de homicídio o feminicídio. Tipos de feminicídio A Lei do Feminicídio não enquadra, indiscriminadamente, qualquer assassinato de mulheres como um ato de feminicídio. O desconhecimento do conteúdo da lei levou diversos setores, principalmente os mais conservadores, a questionarem a necessidade de sua implementação. Devemos ter em mente que a lei somente aplica-se nos casos descritos a seguir: Violência doméstica ou familiar: quando o crime resulta da violência doméstica ou é praticado junto a ela, ou seja, quando o homicida é um familiar da vítima ou já manteve algum 10 tipo de laço afetivo com ela. Esse tipo de feminicídio é o mais comum no Brasil, ao contrário de outros países da América Latina, em que a violência contra a mulher é praticada, comumente, por desconhecidos, geralmente com a presença de violência sexual. Menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher:SOLANGE DA CRUZ BATTIROLA 72 Texto 42 PARA AS PESSOAS MAIS IMPORTANTES DA MINHA VIDA Era uma vez…um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob cuidado constante de sua mãe. Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão de sua mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor a primeira vista. Abriu a porta e entrou sem olhar para mais nada que não fosse a sua amada. Aproximando-se timidamente chegou até o balcão que ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso, e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um cd. Pegou o primeiro que encontrou, sem olhar de quem era, e disse ―esse aqui‖. ―Quer que embrulhe para presente‖? Perguntou a garota sorrindo ainda mais e ele só mexeu com a cabeça para dizer que sim. Ela saiu do balcão e voltou pouco depois com o cd muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina. Daquele dia em diante, todos os dias voltava a loja de discos e comprava um cd qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem nem abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha 73 medo da reação dela, e assim por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la, para sair e conversar. Comentou sobre isso com a mãe e ela incentivou muito, a chamá-la para sair. Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro cd e como sempre ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo. No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe desconsolada nem perguntou quem era, começou a chorar e disse: ―Então você não sabe? Faleceu esta manhã. Mais tarde a mãe entrou no quarto do filho para olhar as suas roupas e ficou surpresa com a quantidade de pedaço de papel onde estava escrito ―Você é muito simpático não quer me convidar para sair? Adoraria. Emocionada a mãe abriu outro cd e dele também caiu outro papel que dizia o mesmo. Emocionada a mãe abriu outro cd e dele também caiu outro papel que dizia o mesmo. E assim todos os que ela abria traziam uma mensagem de carinho e esperança de conhecer aquele rapaz. Assim é a vida!!! Não espere demais para dizer a alguém especial o que você sente. Diga-o já. Amanhã pode ser tarde. Essa mensagem foi escrita para fazer as pessoas refletirem e assim pouco a pouco, ir mudando o mundo. Esta mensagem é para dizer que você é muito especial, então, faz o mesmo que eu e manda esta mensagem. Agora, de imediato, não daqui a pouco, para as pessoas de quem goste e estime!!! Aproveite e fale, escreva, telefone e diga o que ainda não foi dito. Não deixe para amanhã. Quem sabe não dá mais tempo. QUEM SÃO AS PESSOAS MAIS IMPORTANTES DE TUA VIDA? LISTE-AS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PARA TORNÁ-LAS MAIS FELIZES? 74 Referencias bibliográficas: CAMARGO, Orson. "Sociedade"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/sociedade-1.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2020. RIBEIRO, Paulo Silvino. "O que é ética?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-etica.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2020. FLÁVIA CUNHA ‖Professora Formadora da Diversidade‖ CEFAPRO – Barra do Garças. Cláudia Rodrigues, ―Apostila ensino Religioso‖ 6º ano, 1º ao 4º Bimestre 2017. Temas de Ensino Religioso. Organizado pelo Professor Luiz Antonio Burim – Professor de Ensino Religioso – Ensino Fundamental e Professor de Filosofia no Ensino Médio. Projeto didático: a ética no convívio escolar. Disponível em: http://karlawanessa.blogspot.com.br/2010/05/projeto-didatico-etica-no- convivio.html Acesso em 19. Jan. 2018. Projeto Ética: Ética também se aprende na escola. Disponível em: http://www.karlawanessa.blogspot.com.br/#uds-search-results Acesso em 29. Jan. 2017. CRESCER COM ALEGRIA E FE VOL 6 - FTD - GLAIR ARRUDA / EDNILCE DURAN. ... Distribuidora Curitiba de Papéis e Livros SA. CBC; Ensino Religioso, Secretaria de Educação de Minas Gerais,2014 http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html http://prhh.wordpress.com/2012/05/01/as-escrituras-sagradas BRASIL. Lei nº LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015. Brasília, DF, mar, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm FEMINICÍDIO: a realidade brasileira. Produção: FOLHA, Állison A. et al. 20 min, colorido. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UuLfMufHL0Y. Acesso em: 01 set. 2019. GARCIA, L. & SILVA, G. D. M. da. Texto para discussão: Mortalidade de mulheres por agressões no brasil: perfil e estimativas corrigidas (2011-2013). Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2016. http://www.projetodidaticoetica.com.br/ http://karlawanessa.blogspot.com.br/2010/05/projeto-didatico-etica-no-convivio.html http://karlawanessa.blogspot.com.br/2010/05/projeto-didatico-etica-no-convivio.html http://www.projetoetica.com.br/ http://www.karlawanessa.blogspot.com.br/#uds-search-results http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_cidadania.html http://prhh.wordpress.com/2012/05/01/as-escrituras-sagradas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm https://www.youtube.com/watch?v=UuLfMufHL0Y 75 MENEGHEL, S.N. et al. Femicídios: narrativas de crimes de gênero. Interface (Botucatu), v.17, n.46, p.523-33, jul./set. 2013. PÉREZ, Victoria A. Ferrer; FIOL, Esperanza Bosch. Violencia de género y misoginia: reflexiones psicosociales sobre un posible factor explicativo. Papeles del psicólogo, n. 75, p. 13-19, 2000. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA; FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA (ORG). Atlas da violência 2019. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. https://www.infoescola.com/profissoes/ CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Editora Vozes: Petropólis, Rio de Janeiro, 2008. DAS, V.; POOLE, D. Anthropology in the margins of the State. Oxford University Press: New York, 2004 LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm. Art. 5º da Constituição Federal de 1988. http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_5_.asp BHABHA, Homi. O local da Cultura. Belo Horizonte-MG: Editora da UFMG, 1998. DA SILVA, Rosane Leal et al. Discurso de ódio em redes sociais: jurisprudência brasileira. Revista direito GV, v. 7, n. 2, p. 445-467, 2011. http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v7n2/a04v7n2 http://www.institutouniao.com.br/artigos/solidao.asp http://pt.wikipedia.org/wiki/Solidão http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/solideliber.html Oro, Ari Pedro. Intolerância religiosa Iurdiana e Reações Afro no Rio Grande do Sul. IN: SILVA, Vagner G. da (org.). Intolerância religiosa: Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007. Disponível: https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_u kCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false http://www.gotquestions.org/Portugues/predestinacao.html http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/predestinacao.html http://www.guia.heu.nom.br/fe.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9https://www.infoescola.com/profissoes/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_5_.asp http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v7n2/a04v7n2 https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false https://books.google.com.br/books?id=uKew3ynPFS8C&lpg=PA29&ots=QzCAa_ukCn&dq=intoler%C3%A2ncia%20religiosa&lr&hl=pt-BR&pg=PA6#v=onepage&q&f=false http://www.gotquestions.org/Portugues/predestinacao.html http://www.espirito.org.br/portal/artigos/jose-chaves/predestinacao.html 76 http://www.acasadoaprendiz.com/poder_da_fe.htm http://img157.imageshack.us/img157/874/fdeustn2.jpg http://www.fogosagrado.com/ensina22/miguel_fe.jpg "HowStuffWorks - Por que 1º de abril é considerado o dia da mentira?". Publicado em 30 de março de 2001 (atualizado em 17 de julho de 2008) Disponível em http://pessoas.hsw.uol.com.br/questao6041.htm Acessado em: 24 de fev. 2009. http://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/RolNobP0.html Alan Beedle et al. Principles of Evolutionary Medicine. Second Edition. Oxford. 2016 Generation. Your Dictionary. Acesso em: 10/2018. Klug, W et al. Conceitos de genética. 9ª Edição. Artmed. 2009. Reece, Jane B. et al. Biologia de Campbell. 10ª Edição. Artmed. 2015 Tremblay, M & Vézina, H. New estimates of intergenerational time intervals for the calculation of age and origins of mutations. Am J Hum Genet. 2000. https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2019/08/conheca-geracao-alfa-e- saiba-como-ela-pode-moldar-o-futuro.html BETTIOL, M. T. O Trabalho Informal no Brasil: Um resgate histórico. VII Seminário de Trabalho da Rede de Estudos do Trabalho. Anais... 2010. Disponível em: http://www.estudosdotrabalho.org/anais-vii-7-seminario-trabalho-ret- 2010/Tania_Mary_Bettiol_O_trabalho_informal_no_Brasil_um_resgate_historico.pdf. Acesso em 01 de abril de 2018. NUNES, D. No Brasil, trabalho informal é a nova regra. Carta Capital (On line). 01/02/2018. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/economia/No-Brasil-trabalho-informal-e-a- nova-regra. Acesso em 19 de fevereiro de 2018. Desistência e informalidade seguram a taxa de desemprego no país. Carta Capital (On line). 07/07/ 2017. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/economia/desistencia-e-informalidade- seguram-a-taxa-de-desemprego-no-pais. Acesso em 19 de fevereiro de 2018 ARENDT, Hannah. Compreender: Formação, Exílio e totalitarismo. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. http://www.ufrgs.br/ppgs/index.php?formulario=linhas&metodo=0&id=8 http://www.fogosagrado.com/ensina22/miguel_fe.jpg https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation https://www.nobelprize.org/nobel_organizations/nobelfoundation http://www.yourdictionary.com/generation https://books.google.com.br/books?id=4LAp7ih7_rcC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10677323 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10677323 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10677323 https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2019/08/conheca-geracao-alfa-e-saiba-como-ela-pode-moldar-o-futuro.html https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Vida/noticia/2019/08/conheca-geracao-alfa-e-saiba-como-ela-pode-moldar-o-futuro.html http://www.estudosdotrabalho.org/anais-vii-7-seminario-trabalho-ret-2010/Tania_Mary_Bettiol_O_trabalho_informal_no_Brasil_um_resgate_historico.pdf http://www.estudosdotrabalho.org/anais-vii-7-seminario-trabalho-ret-2010/Tania_Mary_Bettiol_O_trabalho_informal_no_Brasil_um_resgate_historico.pdf https://www.cartacapital.com.br/economia/No-Brasil-trabalho-informal-e-a-nova-regra https://www.cartacapital.com.br/economia/No-Brasil-trabalho-informal-e-a-nova-regra https://www.cartacapital.com.br/economia/desistencia-e-informalidade-seguram-a-taxa-de-desemprego-no-pais https://www.cartacapital.com.br/economia/desistencia-e-informalidade-seguram-a-taxa-de-desemprego-no-pais http://www.ufrgs.br/ppgs/index.php?formulario=linhas&metodo=0&id=8quando o crime resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher. Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga simples entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio. O feminicídio somente qualificará um homicídio nos casos descritos nos tópicos acima. Objetivo e a importância da Lei do Feminicídio Em razão dos altíssimos índices de crimes cometidos contra as mulheres que fazem o Brasil assumir o quinto lugar no ranking mundial da violência contra a mulher, há a necessidade urgente de leis que tratem com rigidez tal tipo de crime. Dados do Mapa da Violência revelam que, somente em 2017, ocorreram mais de 60 mil estupros no Brasil. Além disso, a nossa cultura ainda se conforma com a discriminação da mulher por meio da prática, expressa ou velada, da misoginia e do patriarcalismo. Isso causa a objetificação da mulher, o que resulta, em casos mais graves, no feminicídio. A imensa quantidade de crimes cometidos contra as mulheres e os altos índices de feminicídio apresentam justificativas suficientes para a implantação da lei 13.104/15. Além disso, são necessárias políticas públicas que promovam a igualdade de gênero por meio da educação, da valorização da mulher e da fiscalização das leis vigentes. Lei do Feminicídio A Lei 13.104/15, mais conhecida como Lei do feminicídio, introduz um qualificador na categoria de crimes contra a vida e altera a categoria dos chamados crimes hediondos, acrescentando nessa categoria o feminicídio. Confira a lei: Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 11 função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Aumento de pena § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.‖ (NR) Art. 2º O art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte alteração: ―Art. 1º I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI); Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 9 de março de 2015; 194º da Independência e 127º da República. Também houve alteração da seção dos crimes hediondos (lei nº 8.072/90) por meio da lei 13.104/15, que colocou o feminicídio na mesma categoria desses crimes, o que resultou na necessidade de se formar um Tribunal do Júri, ou o conhecido júri popular, para julgar os réus de feminicídio. Pena para os crimes de feminicídio Por se tratar de uma forma qualificada de homicídio, a pena para o feminicídio é superior à pena prevista para os homicídios simples. Enquanto um condenado por homicídio simples pode pegar de 6 a 20 anos de reclusão, um condenado por feminicídio pode pegar de 12 a 30. Isso iguala a previsão das penas para condenados por homicídio qualificado e feminicídio. 12 Texto 06 QUANDO FOI CRIADA A RELIGIÃO? A religião surgiu no mundo em razão das necessidades do homem. As primeiras crenças da humanidade estavam relacionadas, principalmente, à agricultura. O homem sentia a necessidade de prever quando iria chover para que a produção dos alimentos fosse eficiente. Como resultado disso, o homem criou métodos para tentar prever o futuro, como a astrologia, a *quiromancia e a *necromancia; e também métodos para tentar modificar o futuro, como a magia, a bruxaria e os encantamentos. A ideia de Deus esteve, inicialmente, associada aos fenômenos meteorológicos. Assim, surgiram também os conceitos de deuses específicos para determinadas situações vivenciadas pelo homem, como o deus da guerra, da caça e do amor. Assim, podemos entender que a criação da religião aconteceu pela necessidade do homem de compreender alguns fenômenos misteriosos. A partir do Cristianismo, o homem passou a acreditar na existência de um Deus semelhante à humanidade. Pela Bíblia, o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus [Gênesis 1:26]. Em seguida, na evolução do conceito de religião, o homem criou métodos para interagir com Deus, rezar e pedir bençãos e favores. Isso acontece tanto nas aldeias indígenas, quanto nas civilizações urbanas e contemporâneas. Com o passar dos anos, a religião começou a se basear em orações e promessas, e a determinar intermediários entre Deus e as pessoas comuns, como os padres, pastores e pais de santo, por exemplo. Hoje, as religiões têm na figura do sacerdote o desafio de converter mais adeptos. Nesse contexto, a utilização de um antagonista de Deus, o chamado demônio, também serve para encaminhar os fiéis para o caminho da religião. * A quiromancia é a arte de ler as mãos. O estudo revela aspectos importantes sobre seu jeito de ser mostrando seus defeitos e suas qualidades mais marcantes. *necromancia , Segundo referências da língua portuguesa, necromancia é a "suposta previsão do futuro através da comunicação com o espírito dos mortos 13 Texto 07 LIBERDADE DE CRENÇA E CONVICÇÃO POLÍTICO / IDEOLÓGICA Artigo 5º da CF, Incisos VI a XI Inciso VI – O estado não deve coagir ninguém em relação as suas opções religiosas, políticas, partidárias. – Liberdade de crença e convicção político/ ideológica. – Símbolos ideológicos (CNJ): 95% da população é cristã. – Participação de alunos judeus no ENEM (STF): Para os judeus sábado é um dia sagrado e como a prova do Enem é realizada as sábados, eles não querem fazer a prova, dizem que é contra seus preceitos. O Supremo nega o pedido de alteração do dia para eles. Inciso VII – Assistência religiosa nas entidades de internação coletiva (alguns hospitais, presídio). Inciso VIII – Conexão direta com o inciso VI. 14 – Escusa (objeção) de consciência. – Vide Art. 143 Parágrafo 1º da CF. – Prestação alternativa. – Por exemplo: todo jovem na idade de 18 anos é obrigado a prestar serviço militar (obrigação legal a todos imposta); todavia, poderá recusar-se alegando que o Exército usa armas e que armas são instrumentos para tirar a vida de pessoas, o que a sua religião não permite, pois a vida é divina (convicção religiosa). Por qualquer que seja o argumento, o jovem não poderá ser obrigado a alistar-se, e também não poderá ser punido por isso, até que no inciso V, acima, fica garantida a inviolabilidade de consciência. Mas será obrigado a prestar outra obrigação, alternativa ao serviço militar, fixada em lei. Se recusar a essa prestação alternativa, aí sim será punido com a privação de direitos. Inciso IX – Liberdade de expressão intelectual, artística, cientifica. – Proibição de censura (limitação) – Dispensa do diploma de jornalista (STF): Liberdade de imprensa é a regra. Dispensar é não tornar obrigatório. Inciso X – Todo cidadão tem o direito se si mesmo. Controle de certos aspectos. – Proteção à hora, intimidade. – Sigilo bancário/ fiscal: Só quem pode quebrar o sigilo é o poder judiciário e as CPI`s. – Pessoas públicas e celebridades (STF): Pessoapublica (bem mais exposta) tem uma menor proteção do que a uma pessoa normal. Inciso XI – Inviolabilidade domiciliar – Exceções: fragrante delito, desastre, socorro, determinação judicial. – Conceito jurídico de ―casa‖: todo local que ocupa com exclusividade. – Conceito jurídico de ―dia‖: luz solar. – Reserva de jurisdição 15 Texto 08 Violência A violência se manifesta por meio da tirania, da opressão e do abuso da força. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer. Existem diversas formas de violência, tais como as guerras, conflitos étnico- religiosos e banditismo. Nos últimos dez anos, 101 torcedores morreram em brigas de estádio no Brasil. O número é cinco vezes o de mortos em ataques de terroristas muçulmanos na França e o dobro das vítimas da Inglaterra no mesmo período. Podemos então dizer que esporte mata? Que o futebol provoca violência? Pois é exatamente o que fazemos quando culpamos a religião pelo terrorismo. A crueldade do ataque aos jornalistas do Charlie Hebdo faz muita gente ligar os pontos e afirmar que religião causa violência. Gente graúda pensa assim – como Richard Dawkins, um dos gênios vivos da ciência. Também parece haver bons argumentos para essa idéia. As cruzadas, as carnificinas entre protestantes e católicos nos séculos 16 e 17, os conflitos entre hindus e muçulmanos na Índia: banhos de sangue em nome da fé são frequentes na história. Mas isso é um mito. Religião não provoca violência, ou melhor: provoca tanta violência quanto qualquer identidade de grupo. O homem mata em nome da fé, mas também em nome de ideologias políticas, da nação, de etnias, da escolha sexual, do estilo de roupas e músicas (como as gangues de Nova York dos anos 80) ou em nome de times de futebol. O problema não é a religião, mas a tendência humana à hostilidade entre grupos. Basta uma olhadela na história mundial para perceber que boa parte dela se resume a hordas, gangues, tropas, tribos, times, bandos, exércitos – enfim, coalizões de homens jovens cooperando entre si – lutando contra outras coalizões de homens jovens. A religião, nessa história, é mais um pretexto para justificar uma antiga tendência humana ao antagonismo entre grupos. Achar que guerras e atentados diminuiriam se as religiões acabassem é ser otimista demais. Como mostrou o século 20, não é preciso religião para haver massacres e genocídios. Significado de Horda. Substantivo feminino Tribo tártara; povo nômade; povo sem habitação fixa. [Por Extensão] Bando de pessoas indisciplinadas, de malfeitores causadores de tumulto: uma horda de bandidos 16 Texto 09 RELIGIÃO E SAÚDE Por: Francisco José da Silva A saúde sempre teve relação com a religião, os sacerdotes foram os responsáveis pelo cuidado dos enfermos e a atenção a estes era dada em principio nos templos. Com a modernidade e a descoberta das causas das doenças, como os micróbios, bactérias e vírus, a cura deixou de ter um caráter sagrado para se tornar resultado de uma atividade profana, a medicina. Os egípcios são conhecidos pelas suas técnicas médicas desenvolvidas pelos sacerdotes. A religião grega sacralizou a medicina e a saúde, exemplo disso são as figuras mitológicas de Apolo, Asclépio e Hígia. Apolo o deus do sol, da musica, era também o deus da medicina, seu filho Asclépio era adorado como um médico sagrado, que por sua vez é considerado o pai de Hipócrates (460-370 a.C), o pai da medicina. Pitágoras (570-497 a.C), o filosofo grego, também é conhecido por suas curas milagrosas. Também são dignos de nota os médicos Galeno, no período romano, e os árabes Avicena (980-1037) e Averróis (1126- 1198), vale dizer que a cultura religiosa islâmica foi responsável pelo desenvolvimento de instituições de saúde como o hospital. Na Bíblia, a palavra equivalente a saúde é shalom; porém, esta palavra envolve um 17 conjunto de outros sentidos possíveis: além de saúde e bem-estar, Shalom ocorre mais de 250 vezes em 213 diferentes passagens do Antigo Testamento. Shalom é usada 25 vezes no Antigo Testamento como saudação ou como despedida (Juízes 19:20, I Sam. 25:06,35.). Entre os judeus a saúde é vista como dom de Deus, assim como as plantas que são por ele criadas em vista de nossa saúde, assim como a atividade do medico. Como diz o Eclesiastes: ―Honra o médico por seus serviços, pois o Senhor criou também a ele. É do Altíssimo que vem a cura, e é do rei que ele recebe o dom. A ciência do médico o faz andar de cabeça erguida, e diante dos grandes será admirado. O Senhor fez sair da terra os remédios, e o homem sensato não os rejeita. (...) Foi o Senhor quem deu a ciência aos seres humanos, para que pudessem glorificá-lo por suas maravilhas. Com os remédios o medico cura e acalma a dor; com eles o farmacêutico prepara unguentos. As obras do Senhor não têm fim, e o bem estar (saúde) que dele procede se espalha sobre a terra...‖ (Eclesiastes, 38,1-15) Jesus no Novo Testamento se apresenta como aquele que veio curar os enfermos. A doença era vista pelos judeus como originada do pecado, com Jesus ela passa a ser vista como resultado da negação do perdão. Ao perdoar os pecados, Jesus, em oposição aos fariseus, traz o ser humano para o centro, inclui aqueles que foram marginalizados. ―Alguém entre vós está sofrendo? Então ore! Está alegre? Então cante louvores! Alguém entre vós está enfermo? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração de fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará. E se tiver cometido pecado, será perdoado.‖ (Carta de Tiago 5,13-15). Estudos recentes apontam para os efeitos que a oração e a crença em Deus tem na saúde das pessoas, como sensação de paz, serenidade, conforto, evitando assim os males modernos como pânico, depressão e estresse. Um dos maiores equívocos de nossos tempos foi o distanciamento da espiritualidade das questões de saúde, a secularização da medicina por parte de filósofos modernos como Descartes (séc. XVII) fez com o corpo, e a própria saúde, fossem vistos como resultado de uma mera interação mecânica entre suas partes.Questões como o aborto, a eutanásia e a própria preparação para a morte devem ser compreendidas não apenas como questões de saúde pública, mas inseridas numa concepção global que inclui a espiritualidade, a religião e o modo como as diversas culturas encaram os limites e a condição humana. Esta notícia foi publicada no site O Povo em 20 de Outubro de 2013. http://www.opovo.com.br/app/opovo/espiritualidade/2013/10/19/noticiasjornalespiritualidade,3149332/religiao-e-saude.shtml 18 Texto 10 A RELIGIÃO E O CORPO Antiguidade - A perfeição dos Deuses Na Grécia Antiga, os homens - só eles tinham esse direito - malhavam por um físico ideal de inspiração divina Atleta, ginástica, estádio, pentatlo - ligadas ao esporte, todas essas palavras são de origem grega. Na Grécia Antiga, berço da civilização ocidental, surgiu a idéia do corpo perfeito conquistado por meio da atividade física. Os homens helênicos não se envergonhavam de exibir-se despidos em jogos e danças. Mais do que isso, gostavam de se admirar. Eles perceberam que a nudez, além de bela, melhorava o desempenho do atleta, sobretudo nas competições periodicamente disputadas na península grega, os Jogos Olímpicos. Deuses e homens A celebração das divindades por meio de provas físicas expressava as concepções politeístas dos gregos. Eles consideravam os deuses semelhantes aos homens em virtudes e defeitos, sujeitos às mesmas paixões e impulsos, embora dotados de imortalidade e de força, velocidade e beleza superiores. Assim, desejar um corpo belo, forte e rápido era um meio de se aproximar dos deuses e, com isso, da perfeição. Não era somente essabusca divina que fazia os gregos dedicar especial atenção ao corpo. Para a Grécia, ter bons atletas entre os cidadãos significava contar com soldados fortes e resistentes, preparados fisicamente para combater os exércitos das cidades-estado vizinhas. Os mais famosos e importantes jogos esportivos eram os que ocorriam a cada quatro anos em Olímpia, na cidade-estado de Elis, para homenagear Zeus, o deus supremo do Olimpo. Os primeiros registros dos vencedores datam de 776 a.C., mas há indícios de que as competições já eram realizadas 500 anos antes. Os Jogos Olímpicos assumiram tamanha importância que os antigos gregos os utilizaram como medida de tempo: a palavra olimpíada designava o intervalo de quatro anos entre dois períodos de competição - e até hoje é assim. Além disso, durante as provas, realizadas em agosto e setembro, qualquer guerra em curso na região era suspensa para que os cidadãos pudessem se deslocar até Olímpia a fim de aplaudir seus campeões. Se as guerras eram precedidas de sentimentos de tristeza, inquietação e medo, a disputa dos jogos gerava disciplina, método, respeito e uma alegre expectativa. Toda essa movimentação amargava um detalhe: as mulheres não participavam das competições nem podiam assistir a elas. 19 Texto 11 TIPOS DE RELIGIÕES: PANTEÍSTAS – POLITEÍSTAS- MONOTEÍSTAS - ATEÍSTAS Nessa divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÍSTAS são as mais antigas, dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto nos primórdios da civilização mesopotâmica, européia e asiática, quanto nas culturas das Américas, África e Oceania. As Religiões POLITEÍSTAS por vezes se confundem com as Panteístas, mas surgem num estágio posterior do desenvolvimento de uma cultura. Quanto mais a sociedade se torna complexa, mais o Panteísmo vai se tornando Politeísmo. Já as MONOTEÍSTAS são mais recentes, e atualmente as mais disseminadas, o Monoteísmo quantitativamente ainda domina mais de metade da humanidade. E embora possa parecer estranho, existem religiões ATEÍSTAS, que negam a existência de um ser supremo central, embora possam admitir a existência de entidades espirituais diversas. Essas religiões geralmente surgem como um reação a um sistema religioso 20 Monoteísta ou pelo menos Politeísta, e em muitos aspectos se confunde com o Panteísmo embora possua características exclusivas. Essa divisão também traça uma hierarquia de rebuscamento filosófico nas religiões. As Panteístas por serem as mais antigas, não têm Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do que a tradição oral, embora na atualidade o renascimento panteísta esteja mudando isso. Já as politeístas muitas vezes possuem registros de suas lendas e mitos em versão escrita, mas Nenhuma possui uma REVELAÇÃO propriamente dita. Isto é um privilégio do Monoteísmo. TODAS as grandes religiões monoteístas possuem sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As Ateístas também possuem seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal, não tem o peso dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados filosóficos. PANTEÍSTAS – O panteísmo é a crença de que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, e imanente, ou que o Universo (ou a Natureza) e Deus são idênticos. Sendo assim, os adeptos dessa posição, os panteístas, não acreditam num deus pessoal, antropomórfico ou criador. POLITEÍSTAS -- Politeísmo é a crença em muitos deuses ou sua adoração. MONOTEÍSTAS - Monoteísmo é o sistema doutrinário que admite a existência de apenas uma divindade, que segue uma única religião. Atualmente, as principais religiões monoteístas são o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. ATEÍSTAS -- Ateísmo é uma palavra que deriva de ateu. Por sua vez, esta tem sua origem do grego atheos, ou seja, ―sem deus‖ (prefixo ―a‖ indicando negação + ―theos‖, que significa Deus). Foi utilizada a partir do século V a.C., para designar aqueles que não acreditavam nos deuses ou que desrespeitavam seus lugares sagrados. 21 Texto 12 SEXUALIDADE E RELIGIÃO, UMA DISCUSSÃO EM AMADURECIMENTO Há muito se discute sobre o exercício da religião e da sexualidade. O debate que surge protagoniza mudanças e adaptações nas mais diversas religiões. A discussão não fica somente no âmbito da possibilidade ou não de mulheres exercerem o sacerdócio, da possibilidade ou não do casamento para os sacerdotes, dos casos de pedofilia envolvendo sacerdotes, etc. A configuração social do momento acirra para a aceitação de pessoas homossexuais e de práticas comuns previstas para os casais heterossexuais, como a adoção e direitos matrimoniais, por exemplo. A ideologia veiculada pelas religiões, como as católicas, as evangélicas, protestantes, islâmicas, conserva um conflito não resolvido com a questão da sexualidade. Isso porque vem para desempenhar um papel regulador dos comportamentos e não o de esclarecer sobre os dogmas das religiões. Muitas religiões ainda consideram o desnudar do corpo como algo obsceno e imoral, e não como um fato natural. Para a maioria é inaceitável o uso de métodos contraceptivos em relação ao planejamento familiar, são contrários ao sexo antes do casamento, condenam o adultério, o aborto e o homossexualismo (sendo considerado pecado), há liberdade quanto às variações sexuais, mas a prática do sexo anal é condenado. O Estado brasileiro tornou-se formalmente laico a partir da primeira Constituição Republicana de 1891. Mas um olhar mais atento, podemos observar que os evangélicos e outros grupos religiosos estão ocupando espaços importantes dentro do cenário político. 22 Encontramos representantes no Parlamento Nacional (Frente Parlamentar Evangélica, 2003; Pastoral Parlamentar Católica, 1991; Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, 2007; Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Tradicionais de Terreiros, 2011), assim como em organizações da sociedade civil e em associações de classe (União de Juristas Católicos do Rio de Janeiro e de São Paulo – esta última conta com o celebrado Ives Gandra, um dos maiores juristas do país). Embora os evangélicos sejam mais citados nas matérias jornalísticas (em 1.062 matérias contabilizadas, os evangélicos são referidos 358 vezes – entre título, subtítulo e matéria), eles não são os únicos a se posicionarem de modo controverso e em defesa de posições ditas conservadoras (os católicos são referidos 239 vezes no mesmo quantitativo de matérias). Assim podemos constatar que os religiosos estão presentes e atuantes dentro e fora do parlamento, com uma voz ativa forte. Do outro lado, temos o Governo Federal que trata de assuntos delicados e polêmicos. Como por exemplo, o Programa de Combate à Violência e à Discriminação Contra GLTB e Promoção da Cidadania Homossexual, mais conhecido como Programa Brasil Sem Homofobia, apresentado em 2004. O programa tem o objetivo de propor e executar políticas públicas contra a homofobia de forma transversal aos Ministérios e secretarias do governo federal. ―A questão existe e precisa ser debatida e respeitada. A opção sexual não diz respeito ao Estado, mas o preconceito, o bullying e as doenças sexualmente transmissíveis diz. Enquanto não deixarmos as crenças religiosas e o conservadorismo de lado para discutir de forma madura e respeitável a questão, o Estado não poderá trabalhar corretamente para combater a violência contra os que se declaram homossexuais, bissexuais e transexuais. O Brasil precisa de políticas de ações inclusivas culturais e de respeito‖, destacou a presidenta da Comissão de Cultura deputada federal Jandira Feghali (PCdoB- RJ). Na opinião do deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), ―é imprescindível nesse momento debater com a sociedade esse tema, já que o fundamentalismo vem tolhendo os espaços de discussão dos direitosdas minorias culturais‖. Fonte Câmara dos Deputados. Pesquisa realizada no dia 20/01/2019 as 11:02h http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes- permanentes/ccult/noticias/sexualidade-e-religiao-uma-discussao-em-amadurecimento http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ccult/noticias/sexualidade-e-religiao-uma-discussao-em-amadurecimento http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ccult/noticias/sexualidade-e-religiao-uma-discussao-em-amadurecimento 23 Texto 13 PÁSCOA A Páscoa Cristã é uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). A data é sempre entre os dias 22 de março e 25 de abril. A Páscoa já era comemorada antes do surgimento do Cristianismo. A Páscoa para os judeus - Pessach (―passar além‖, na tradução do hebraico) é comemorada pela conquista da liberdade pelos hebreus, que viviam como escravos no Egito, simbolizando o retorno à vida digna. Essa libertação coincidiu com o início da primavera, assim fundiram-se numa só festa, a renovação da natureza e o renascimento de Israel, como eram chamados os hebreus. Os rituais que precedem a Semana Santa começam 40 dias antes da Páscoa, período conhecido por "Quaresma" - quando os cristãos se dedicam à penitencia do jejum, para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e também o sofrimento que ele suportou na crucificação. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, onde a estrada era enfeitada com folhas da palmeira. A Sexta Feira é o dia da celebração da morte de Jesus na Cruz. O Sábado de Aleluia é o dia da celebração da missa da meia noite, na passagem para o Domingo da Ressurreição. No domingo é celebrada a Páscoa – o Domingo de Páscoa, o dia da Ressurreição de Jesus e sua primeira aparição para seus discípulos. ATIVIDADES 1. Explique o que a páscoa representa para o cristianismo? 2. Defina sobre a páscoa dos Judeus. 3. Quais são os rituais que precedem a semana santa segundo o texto 24 Texto 14 O SUDESTE E SUAS CULTURAS Na região sudeste do Brasil, formada pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, existe uma diversidade cultural ricamente influenciada pelas culturas indígena, africana, européia e asiática. Festas, danças, gastronomia, entre outros aspetos, representam as manifestações culturais da população da região sudeste. Carnaval – A festa mais popular do Brasil é comemorada em todos os estados da região sudeste, onde há desfiles das escolas de samba. Embora o desfile em São Paulo tenha ganhado maiores proporções nos últimos anos, o desfile no Rio de Janeiro continua sendo o mais conhecido, no Brasil e no mundo. Festas Juninas – As festas dos santos populares (Santo Antônio, São João e São Pedro), também conhecidas como festas caipiras, são festas populares brasileiras especialmente comemoradas nas regiões Nordeste e Sudeste. Essas são comemoradas com a dança da quadrilha, com comidas e bebidas tradicionais da época (canjica, pipoca, bolo de fubá, arroz doce, vinho quente e quentão). Além da fogueira, muitas brincadeiras juninas estão presentes nessas festas, que são decoradas com bandeirinhas e balões coloridos de papel. São elas: cadeia, correio-elegante, pescaria, entre outras. AS DANÇAS PRESENTES NA CULTURA DA REGIÃO SUDESTE SÃO: Bate flechas – é uma dança de cunho religioso, em louvor a São Sebastião, tipicamente capixaba. Nesta, os dançarinos (homens e mulheres), usam duas flechas cada para marcar ritmo juntamente com a batida dos pés. Mineiro-pau – é uma dança tipicamente mineira que conta com a participação de apenas homens, os quais usam bastões de madeira, que marcam o ritmo da coreografia. Outras danças da região sudeste: Batuque, Capoeira, Catira, Caxambu, Ciranda, Congo, Dança açoriana, Dança alemã, Dança de cana-verde, Dança do tamanduá, Dança de S. Gonçalo, Dança de velhos, Fandango, Funk, Jongo, Quadrilha e Samba de lenço. No que respeita à música, a expressão musical mais conhecida da região Sudeste compreende: Bossa Nova, Choro, Funk, Lundu, Pagode e Samba. https://www.todamateria.com.br/historia-e-origem-do-carnaval/ https://www.todamateria.com.br/historia-e-origem-do-carnaval/ https://www.todamateria.com.br/historia-e-origem-do-carnaval/ https://www.todamateria.com.br/festas-juninas/ https://www.todamateria.com.br/quadrilha/ https://www.todamateria.com.br/brincadeiras-juninas/ https://www.todamateria.com.br/capoeira/ https://www.todamateria.com.br/catira/ https://www.todamateria.com.br/bossa-nova/ https://www.todamateria.com.br/samba/ 25 Texto 15 FESTAS E RITUAIS RELIGIOSOS As festas e rituais religiosos são realizados nos municípios em homenagem aos seus santos padroeiros e aos santos de devoção tradicional com origens históricas, como é o caso das festas realizadas em cidades mineiras com origem nas irmandades surgidas no século 18. Nessas festas, a comunidade faz suas homenagens aos santos com levantamento de mastros, pagamento de promessas e outras manifestações culturais típicas regionais, que incluem a ornamentação, a mesa farta para os convidados, jogos e artesanatos comercializados nas barraquinhas, leilões, danças, apresentações musicais, espetáculos pirotécnicos, etc. São exemplos dessas festas as de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora da Abadia, do Divino Espírito Santo, Santo Antônio e outros, que acontecem em diversos municípios mineiros. As festas e rituais profanos são festas de descontração e lazer. Podem envolver encontros sociais - como os do habitante ausente -, encontros comunitários e os comemorativos - como as festas de colheita e carnaval. Nessas festas, cada comunidade exalta sua memória histórica, seus valores, suas características e usa modos peculiares de se manifestar e de receber os visitantes. Barbacena, por exemplo, realiza a Festa das Rosas; Ibertioga, o Festival do Carro de Boi; Alpercata, a Festa do Quiabo; Sabará, o Festival da Jabuticaba; Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei e Diamantina, o Carnaval com seus blocos típicos. Os calendários de eventos de Minas ainda incluem entre suas festas profanas as feiras de artesanato e culinária típica, festas da Cumeeira (quando se termina de construir a casa), festivais de música e exposições agropecuárias. A literatura sobre este assunto, entretanto, muitas vezes comete equívocos quando a festa e o ritual são religiosos. Além disso, foca nos aspectos mais exóticos dos festejos, deixando de abordar com propriedade a sua origem, ou seja, o processo histórico da região e o aspecto devocional ao santo que a inspirou. Por isso, é preciso, primeiramente, entender 26 que não há festas folclóricas e sim festas com manifestações folclóricas. Por exemplo, não existe a festa de Folia de Reis e sim a Festa dos Santos Reis, durante a qual a Folia de Reis é uma manifestação folclórica. Não existe a festa de Congado, mas sim a Festa de Nossa Senhora do Rosário ou a de São Benedito, durante as quais as Guardas de Congado, autênticas manifestações folclóricas, têm constante atuação. Convém lembrar, ainda, que as festas e rituais religiosos do Candomblé e da Umbanda, por discriminação, preconceito, ou até por ignorância, são consideradas pelos expectadores simples manifestações folclóricas. Na verdade, são festas com rituais ensinados por essas religiões de origem negra e que são tão importantes quanto às realizadas pela Igreja Católica ou por outras filosofias orientais. Ao considerá-las folclóricas, o público demonstra desconhecimento e um grande desrespeito em relação a essas religiões. Festa tradicionalno triangulo mineiro Festa de Nossa Senhora da Abadia A devoção a Nossa Senhora da Abadia chegou ao Brasil através dos portugueses e se instalaram primeiramente na região do Triângulo Mineiro. Nessa região, várias cidades têm como Padroeira Nossa Senhora da Abadia. Com o tempo, a devoção passou para Goiás, principalmente em Muquém e na antiga capital, Vila Boa, que ainda conserva sua Igreja Matriz, construída no século XVIII. Atualmente um dos locais mais famosos pelas romarias é o de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, antigo centro de garimpagem de diamantes. O Santuário de Nossa Senhora da Abadia atrai todos os anos, no dia 15 de agosto, um grande número de devotos e a procissão é famosa. Já em Araporã-MG a festa tradicional religiosa católica é da padroeira de Nossa Senhora da Guia, comemorada em 17 de setembro. Assim, as festas e rituais com manifestações folclóricas são normalmente organizados ou induzidos pelo Estado, pela Escola ou pela Igreja. Essas festas e rituais obedecem a um planejamento com previsão de gastos e seguem os critérios de uma programação convencional. Acrescidas a essa programação é que aparecem, então, as manifestações populares e folclóricas típicas de cada região. Essas manifestações poderão ter, então, caráter religioso ou profano. O que é Profano: Profano é tudo que transgride as regras sagradas. É o que se torna contrário ao respeito devido às coisas divinas. Gramaticalmente, profano é um adjetivo que qualifica o que é estranho à religião. Do latim ―profanu‖. Ser profano é violar as regras sagradas, é fazer uso abusivo de práticas impuras, indignas. No sentido figurado, profano é aquele indivíduo que é alheio ou estranho às ideias e conhecimentos sobre determinado assunto, é um leigo. 27 TEXTO 16 A CIÊNCIA E A RELIGIÃO EXPLICAM A ORIGEM DA VIDA A ciência apresenta diversas teorias para explicar a origem da vida no planeta Terra. Trata-se de um tema que tem despertado interesse por parte de muitas pessoas desde os tempos mais remotos. Na Antiga Grécia os filósofos se ocupavam em explicar a origem da vida. Entre eles, Aristóteles. Ele afirmava que a origem da vida na Terra era o resultado da ação de um princípio passivo, que é a matéria, e outro ativo, que é a forma. Assim, em certas condições favoráveis, esses dois princípios se combinavam permitindo o surgimento da vida. O princípio ativo agindo sobre a matéria inanimada tornava-a animada. Essa teoria ficou conhecida como teoria da Geração Espontânea. Tal teoria vigorou por muito tempo, atravessou a Idade Média, quando não faltaram pessoas que suponham ser a origem da vida um fenômeno que ocorria a partir da matéria inanimada. Elas pensavam que os odores dos pântanos podiam gerar rãs, que a carne podre gerava larvas de moscas e que um monte de roupa suja depois de algum tempo podia gerar ratos. A teoria da geração espontânea começou a ser superada a partir dos experimentos de um médico e naturalista, Florentino Francesco Redi (1626-1698). Redi demonstrou que só é possível surgirem larvas de moscas em um pedaço de carne quando se deixa que estas pousem sobre ela. No século XIX, Pasteur refutou definitivamente, por meio dos seus experimentos, a teoria da Geração Espontânea, demonstrando que existem na natureza seres microscópicos, as bactérias, entre outros, que não podem ser vistos a olho nu. Esses minúsculos seres são responsáveis pela fermentação e putrefação da matéria orgânica. Sendo reconhecido o princípio de que a vida provém sempre de outras formas de vida, um importante cientista do final do século XIX, chamado Lord Kelvin, passou a defender a teoria da Panspermia, à qual sustenta que a vida poderia ter sido ―semeada‖ no planeta Terra vinda do espaço com os meteoros que aqui caíram. Essa teoria explica que a vida está espalhada em todo o universo. Os esporos de vida são elementos das nuvens interestelares e chegam aos planetas por meio de cometas e asteroides. 28 Existe ainda a teoria de que a vida pode ter surgido de forma natural sobre o planeta Terra, por meio de uma evolução química das substâncias não vivas. Há bilhões de anos ocorreram grandes transformações na Terra que era bastante diferente do que é hoje. Essas transformações químicas permitiram o surgimento de moléculas que se autoduplicavam. Com o passar do tempo, foram surgindo as bactérias e depois outros seres simples, que a partir da água passaram por um longo processo evolutivo do qual resultaram todos os seres, inclusive os humanos, que povoam a Terra. Essa teoria foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936. Teorias religiosas e mitológicas Antes de surgirem os experimentos sobre a origem dos seres vivos e do planeta, as idéias que predominavam eram as religiosas e mitológicas. Muitas resistem até os dias atuais. Muitas religiões possuem seu livro sagrado, que explica sobre a origem no universo. Ainda que muito difundidas e respeitadas mundialmente, essas teorias não são aceitas pelos cientistas, pois a ciência só aceita o que pode ser provado experimentalmente, e até então ninguém conseguiu fazer um homem de areia se transformar em um ser vivo, ou de uma costela desenvolver uma mulher. Muitas pessoas, em decorrência de sua crença na religião, acreditam apenas nessa hipótese. Hipótese extraterrestre Nessa teoria, fragmentos de ―vida‖ ou moléculas que possam ter dado origem á vida chegaram ao planeta terra através de meteoros e meteoritos. Naquela época, a Terra recebia milhares de toneladas de meteoritos, e neles poderiam ter chegados esporos ou outras formas de vida extraterrestres, que aqui encontraram condições ideais de vida, se desenvolveram e se diversificaram até dar origem à todos os seres vivos que existem.Esta teoria não é muito aceita, pois quando algum objeto entra na atmosfera, sua velocidade e atritocom o ar são tão grandes, que o aquecimento provocado era capaz de destruir qualquer forma de vida ali existente. Evolução química Esta é a teoria mais aceita pelos cientistas e defende que a vida tenha começado a partir de alguns átomos que surgiram na atmosfera, e que com o passar do tempo, mudanças climáticas e tempestades da atmosfera primitiva começaram a fazer ligações químicas, se tornando moléculas cada vez mais complexas, e que depois de milhares de anos originaram um ser vivo. Como foi dito acima, a ciência só aceita aquilo que pode ser provado. Francis Miller, em 1953, realizou experimentos em laboratório e conseguiu demonstrar que esta teoria estava, em parte, correta. Não realizou o experimento por completo, revendo toda a teoria porque precisaria milhões de anos para isso. https://www.infoescola.com/fisica/atrito/ https://www.infoescola.com/geografia/atmosfera/ https://www.infoescola.com/quimica/ligacoes-quimicas/ 29 TEXTO 17 MITO DO FIM DO MUNDO A ideia de que o mundo tem um fim é antiga, antiguíssima. Vários povos já contemplavam grande parte dos mitos de criação e de destruição. O mundo moderno, apesar de ter destruído grande parte dos mitos e ressignificados outros, não aboliu a ideia de um fim para a humanidade (ELIADE, 1972). É importante observar que o mito do fim do mundo desenvolveu uma função importante para as pessoas, pois possibilitou uma compreensão de que a sociedade não é estática, mas ao contrário, está em pleno desenvolvimento. Essa movência, presente no pensamento mítico religioso, permitiu estabelecer uma relação entre o passado mitológico e um futuro encantado, fabuloso, cujo enredo localiza-se no pensamento mítico do eterno retorno: início-fim- renascimento. Mas, esse pensamento também está ancorado na ideia de um mundo ideal e salvífico que contrasta frontalmente com a realidade. Sendo a organização social uma realidade que exclui e oprime grandeparte da população em diferentes contextos culturais, os povos se vêem compelidos a recriarem ou reorganizarem uma nova sociedade com base nos mitos de origem e de destruição. Desenvolvem sua escatologia pautada numa sociedade igualitária, sem diferenças sociais e étnicas em que reinem a fraternidade universal entre os povos. Os mitos de cataclismos cósmicos atualmente são os mais difundidos e é possível que catástrofes naturais tenham inspirados mitos diluvianos do fim do mundo. Nesses relatos 30 estão presentes a ideia de que o fim do mundo é na verdade, o recomeço de outro. Assim, origem e destruição estão interligados e são os dois uma única coisa. Entre os povos Guaranis verifica-se a presença de mitos de destruição através de uma catástrofe que destruiria todas as suas terras. A iminência de que o mito se realizasse fez com que esse povo desenvolvessem outro mito: o da Terra sem Males. Por sua vez a crença nesse mito desencadeou uma migração dos Guaranis por mais de 100 anos. Os Guaranis procuravam um paraíso onde a dor e o sofrimento não existissem. Se verifica a ideia de final do mundo entre diferentes povos como, por exemplo, entre os Choctaw (povos caçadores), a crença desse povo é de que o mundo acabará em chamas, porém a destruição do mundo trará de volta os espíritos dos antepassados. Também se observa nesse mito a ideia seminal do ciclo cósmico da origem e destruição. Nele está presente a mesma ideia de fim, variando apenas a morfologia de como se dará o evento, sem a qual não é possível haver renovação da terra. Outro povo, conhecidos como Cherokees, compreendem que a Terra envelhecerá e será submergida pelo oceano. Já o mito Maidu nos diz que quando o mau dominar o mundo, o Criador destruirá tudo para refazer outro. — Novamente está presente a ideia cíclica do cosmo: origem e destruição, criar e recriar. Desse modo, o mito do fim do mundo se repete em inúmeras culturas como na mitologia Kato, nas cosmogonias da costa do Pacífico, etc. É preciso perceber a mensagem que os mitos procuram transmitir ao homem nas narrativas sobre o fim do mundo. O planeta necessita de cuidado para não se extinguir e com ele todas as formas de vida, mesmo que a destruição do velho implique uma nova forma de vida. O Fim do Mundo para os cristãos se pauta na visão escatológica do apóstolo João através do relato do Apocalipse. Diferente das cosmogonias aqui elencadas, para os cristãos o Fim do Mundo não está ligado a nenhum acontecimento passado, nesse sentido nem o mito do Dilúvio nem as cosmogonias de outros povos sinalizaram o fim, pois este será um evento único, sem repetição. No entanto, terá a mesma característica das cosmogonias, destrói-se o mundo atual para se regenerá um novo mundo que não deverá mais ser destruído. A ideia de que o mundo tem um fim é uma característica do messianismo em que o Messias, ou salvador, restaurará o equilíbrio da Criação inaugurando um novo tempo. À teoria messiânica se vincula a doutrina de um Juízo Final, paraíso e inferno e profecias soteriológicas. Mas para que o Paraíso judaico-cristão se estabeleça é necessário que haja a renovação do Cosmo, nenhum novo mundo poderá ser inaugurado sem que o antigo pereça completamente. É um equívoco pensar que as teorias sobre um Fim do Mundo, com base em cataclismos universais, é exclusividade dos povos primitivos. Enquanto que as antigas civilizações não datavam o fim dos tempos, pois usavam termos indefinidos, a ciência moderna estima que o fim do mundo ocorrerá como um fenômeno cósmico natural: a morte do sol (ELIADE, 1972). 31 TEXTO 18 MATERIALISMO E CONSUMISMO Brasil: primeiro lugar no ranking do consumismo mundial Não há quem não se sinta remotamente atraído pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea. Hoje em dia, ter o melhor par de tênis ou as roupas mais descoladas é essencial para manter o status de poder – principalmente entre os adolescentes. Segundo a revista Veja, um estudo realizado com garotas e rapazes de nove países mostra que, no Brasil, sete em cada dez jovens afirmam gostar de fazer compras. Para tentar entender a presença da juventude brasileira na economia mundial, preste atenção no resultado da pesquisa: estamos em primeiro lugar no ranking do consumismo, deixando para trás países como França, Estados Unidos e Japão. Mídia, infância e compulsão O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) apresenta valores de R$ 210 milhões para a propaganda dirigida ao público infantil. A pergunta é: que tipo de criança precisa de dez pares de sapato, três bolsas e maquiagem cara para ser feliz? É interessante – e assustador – perceber que os pais perderam o controle da situação. No contexto atual do consumismo no Brasil, os meios de comunicação social podem ser apontados como os principais propulsores da compulsão de crianças e adolescentes por produtos mais novos, mais caros e mais bonitos. Não é de hoje que a publicidade interfere na formação dos mais jovens: estamos todos imersos em imagens e sons que invadem nossas casas sem pedir permissão. Hoje, o desejo toma conta da necessidade. O consumo faz parte do dia a dia, e ele é feito cada vez mais por meio da internet. No Brasil, 21% das pessoas realizam compras online semanalmente - o maior índice registrado desde 2014 pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) dados de 2018. Se o brasileiro consome mais online, ele o faz em todas as categorias analisadas pelos pesquisadores. Comparando os dados de 2018 com os de 2014, o número de consumidores que fizeram todas ou a maior parte de suas compras via internet subiu 16% em vestuário e calçados e livros, e músicas, filmes e videogames. A internet, aliás, é a principal fonte de compras para 34% dos que consomem livros, músicas, filmes e videogames, e para 27% dos que compram equipamentos eletrônicos. Nas outras categorias, a preferência pela compra online é: saúde e beleza (24%), vestuário e calçados (22%), móveis e utensílios domésticos (18%), equipamentos esportivos (18%), brinquedos (16%), eletrodomésticos (19%), joias e relógios (15%) e alimentos (13%). ATIVIDADE 1· Você tem o hábito de comprar objetos não necessários? Por quê? 2. Ao comprar um objeto, o que você prioriza a marca, a qualidade ou o preço?Justifique a sua escolha: 32 TEXTO 19 DEPOIS DE CRIAR FILHOS E NETOS, IDOSOS VIRAM ALVO DA VIOLÊNCIA DELES... O certo seria que os filhos cuidassem de seus pais, principalmente quando os mesmos já estivessem idosos, já que é na velhice que eles precisam mais da compreensão, e de cuidados especiais, mas na pratica isso não costuma acontecer com a naturalidade que deveria ser. E infelizmente, é bastante comum ouvir falar de casos de filhos inescrupulosos, que através de chantagem emocional, dominam seus pais ao ponto dos mesmos não se darem conta de que estão sendo explorados financeiramente. Muitas vezes os pais já aposentados são obrigados a retornar ao mercado de trabalho porque a aposentadoria não dá para suprir as necessidades de sua casa, ou fazer pequenos serviços para reforçar o orçamento, enquanto seu filho adulto, se recusa a trabalhar, e prefere viver sugando de seus pais, e não sente nenhum tipo de remorso, sem contar os casos onde além de se encostarem nos pais, eles ainda levam seus filhos para que os avós sustentem,já que eles são incapazes para isso. O Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa é celebrado no dia (15/6). Embora o Estatuto do Idoso tenha virado lei em 2003, assegurando diversos direitos às pessoas com mais de 60 anos no Brasil, pouco se avançou nesse sentido. Números da Central Judicial do Idoso do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) mostram que apenas entre janeiro e maio deste ano, foram atendidos 111 casos na unidade. A maioria deles envolvendo violência financeira (30,9% e psicológica (29%).Pior. Os maiores agentes de violência foram os próprios filhos (41,4%) ou outros familiares (12,6%). A violência financeira consiste na exploração indevida da renda ou apropriação do patrimônio do idoso, como, por exemplo, obrigar a pessoa a contrair empréstimos. A violência psicológica é caracterizada por agressões verbais ou gestos que visem afetar a autoestima, a autoimagem, a identidade ou aterrorizar a pessoa idosa. Incluem-se aqui insultos e ameaças. 33 A negligência e a violência física representaram 17,4% e 15,4%, respectivamente. As menores incidências relatadas referiram-se ao abandono (3,2%), autonegligência e violência institucional, ambas com 1,9%. Em alguns casos atendidos constatou-se a existência de mais de um tipo de violência. As maiores vítimas foram as mulheres (58,5%) e a faixa etária mais atingida foi de 76 a 80 anos (27%). As pessoas viúvas foram as mais vitimizadas (31,5%) e a faixa de renda mais frequente foi a que vai de um a dois salários mínimos (29,7%). Artigo 99 da Lei nº 10.741 de 01 de Outubro de 2003 Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: Pena - detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2o Se resulta a morte: Pena - reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos Disque - Idoso Nacional 0800-6441401 O BRASIL ESTÁ ENVELHECENDO Que o mundo está mais velho é uma realidade. Que o país está envelhecendo rapidamente é uma constatação. A realidade sócio demográfica brasileira, nas últimas constatações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), representa um fator preocupante. Nossa população cresce numa taxa abaixo de 2,5%, e a de idosos, perto de 5%. O aumento da longevidade tem sido explicado pelo controle da natalidade, pela erradicação de doenças transmissíveis, pelo aperfeiçoamento nos cuidados da nutrição e da saúde. A expectativa de vida no mundo, que era de 50 anos em 1900, passou para 79 em 2000. Essa é a maior conquista da humanidade no século XX e o grande desafio do século XXI. O grupo de idosos, em 1992, era de 7,9% da população total; hoje é de aproximadamente 11,5%. Alguns indicadores apontam que em 2050 nosso planeta terá o mesmo número de jovens e de idosos. Essa projeção está a exigir que a sociedade se prepare para esse mundo novo. Onde as políticas públicas oportunizem aos idosos vivências educacionais, para que o país possa transformá-los de fardos para aeconomia em pessoas integradas à sociedade produtiva. Envelhecer na sociedade tendo vez e voz é mais importante do que envelhecer com saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que nos países em desenvolvimento um indivíduo é considerado idoso a partir dos 60 anos, enquanto nos países desenvolvidos a idade limite é de 65anos. Mas o envelhecimento não começa de um ponto zero. Vamos envelhecendo na própria experiência de viver, no tempo e no espaço. O envelhecimento e o desenvolvimento são variáveis correlatas. Fonte: https://www.mundovestibular.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10984345/artigo-99-da-lei-n-10741-de-01-de-outubro-de-2003 https://www.mundovestibular.com.br/articles/8329/1/O-Brasil-esta-envelhecendo/Paacutegina1.html 34 TEXTO 20 O CONCEITO DE ESPIRITUALIDADE (ou o meu “eu” interno?) Quando buscamos no dicionário o conceito de espiritualidade, encontramos a seguinte definição: 1. Qualidade do que é espiritual. 2. Característica ou qualidade do que tem ou revela intensa atividade religiosa ou mística; religiosidade, misticismo. 3. Tudo o que tem por objeto a vida espiritual 4. Elevação, transcendência, sublimidade. Este conceito é demasiado amplo para conseguir exprimi-lo em algumas linhas, pois ele dá margem a diversas perspectivas e interpretações. De uma forma geral, a espiritualidade é a busca de conexão com algo maior do que nós mesmos, envolve também a procura por um sentido na vida. É uma busca muito particular, que alguns podem descrever como uma experiência sagrada ou transcendental enquanto outros sentem apenas um sentimento de vivacidade e ligação com uma divindade superior – seja ela um Deus, deuses, a força da natureza, seu Eu interno, etc. Independente de qual seja a definição deste conceito, a espiritualidade pode mudar o significado que possui dentro da vida de cada um, adaptando-se às suas próprias experiências de vida. 35 A RELAÇÃO ENTRE ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO Normalmente estes dois conceitos aparecem interligados, entretanto uma pessoa espiritualizada não é necessariamente uma pessoa religiosa. Enquanto algumas pessoas ligam a sua vida espiritual *intrinsicamente à uma religiosidade, uma igreja, um templo, mesquita ou sinagoga, outros encontram conforto em um relacionamento pessoal com Deus (ou poder superior) sem o intermédio de dogmas. Apesar de diversos elementos da religião estarem incorporados ao conceito de espiritualidade, este último é um conceito mais amplo. Não são conceitos iguais, mas também não são totalmente distintos. Para ficar mais fácil de entender, vejamos como os questionamentos da espiritualidade são diferentes dos questionamentos religiosos. Na espiritualidade: onde eu encontro pessoalmente o significado da vida? Como descobrir os meus próprios valores? Como encontrar conexão espiritual? Na religiosidade: o que é o certo e o que é errado? O que Deus (ou a divindade em que acredita) nos guia a fazer? O que devo fazer para alcançar o caminho dos céus/vida eterna? Apesar das diferenças, há também nestes dois conceitos uma interceção, um ponto de encontro no que diz respeito à crença, à busca de conforto, de reflexão, de ética, na reverência e respeito por algo sagrado e superior à nossa efêmera existência. ESPIRITUALIDADE E SAÚDE EMOCIONAL É muito comum as pessoas começarem a despertar interesse pela vida espiritual quando a sua saúde física ou emocional não vai bem. Independente desse ser ou não o melhor motivo para buscar essa *ressignificação da sua vida, é fato que a espiritualidade traz um controle emocional e equilíbrio notável à quem a pratica diariamente. Na verdade, à medida que encontramos bem-estar emocional na espiritualidade, temos mais vontade de nos tornar espiritualizados, e isso é um ciclo benéfico, saudável e prazeroso. A busca de uma conexão consigo mesmo e com algo maior do que nós traz emoções positivas aos nossos dias, sentimento de paz interna, gratidão, aceitação, contentamento, completude. As emoções e a espiritualidade são distintas mais profundamente integradas, quando elas se unem o resultado é maravilhoso para o equilíbrio emocional e espiritual da pessoa. *Você sabe o que é ressignificar? Ressignificar é, antes de tudo, uma escolha. É aprender a dar novo sentido na vida! *O que é intrinsicamente intrinsecamente: Essencial; inseparável; próprio e inerente. http://www.wemystic.com.br/artigos/aprenda-a-se-livrar-e-evitar-uma-obsessao-espiritual/ 36 TEXTO 21 RESSURREIÇÃO, REENCARNAÇÃO, ANCESTRALIDADE E O NADA As civilizações ao longo de sua história elaboraram quatro diferentes concepções fundamentais para a compreensão do que possa acontecer com a alma depois da morte. São elas a reencarnação, a ancestralidade, a ressurreição e o Nada. Inicialmente parte-se da premissa de que o corpo material é um composto habitável por um ser incorpóreo denominado de alma (espírito ou adjacente). Desse modo, supõem-se que o corpo humano (com forma, peso, tamanho, cor) seja animado por um princípio vital (sem forma, sem peso, sem tamanho, sem cor). Vejamos