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Pressão arterial Profa. Ms Priscila França de Araújo Profª Thais Marques Profª Fernanda Fontenele CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR I 2 OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM • Compreender alguns aspectos conceituais envolvidos com a pressão arterial; • Entender o conceito de pressão arterial, seus fatores determinantes e de regulação; • Compreender a importância da avaliação correta da PA; • Conhecer a técnica de verificação e os materiais necessários para a verificação da pressão arterial; 3 ASPECTOS CONCEITUAIS • Função do coração: gerar pressão para deslocamento do sangue; das regiões de maior pressão para menor pressão; • Sangue: líquido viscoso, formado de células e plasma que flui nos vasos sanguíneos – leva às células - glicose, O2 e hormônios – retira produtos do metabolismo - ácidos e CO2; Quanto mais estreita, maior a resistência (pressão); Ao passar nos vasos, o sangue encontra resistência (pressão), provocada pelo atrito. 6 A pressão arterial depende da largura (calibre) da artéria; Artérias com calibre normal permitem que as pressões máxima e mínima sejam também normais; Pressão Normal Artéria Normal Pressão Aumentada Artéria Estreitada 7 Fatores que influenciam na pressão arterial • Idade: tende a aumentar com o avançar da idade. • Estresse: aumenta a PA. • Etnia: afro-americanos tendem a desenvolver hipertensão. • Sexo: após a puberdade os homens tendem a ter valores mais elevados de PA. • Variação diária: menor durante o sono. • Medicamentos, atividade; • Tabagismo: aumenta a pressão arterial (vasoconstrição). A pressão sanguínea arterial ou sistêmica é bom indicador da saúde cardiovascular. CICLO CARDÍACO Quando se contrai Ejeção: expulsa o sangue DIÁSTOLE SÍSTOLE Quando se dilata Relaxamento: enche- se de sangue 9 Quando o coração se contrai temos uma pressão máxima (sistólica) Ao se medir esta pressão se determinam duas pressões: MÁXIMA MÍNIMA Quando ele se dilata temos uma pressão mínima (diastólica) A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. E é medida em milímetros de mercúrio. MINISTÉRIO DA SAÚDE Coordenação de Doenças Crônico-Degenerativas 10 11 ASPECTOS CONCEITUAIS – FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial reflete as inter- relações do débito cardíaco, resistência vascular periférica, volume de sangue, viscosidade do sangue e elasticidade da artéria; 12 A PRESSÃO ARTERIAL DEPENDE DO DÉBITO CARDÍACO • DC = volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto; Quando o DC aumenta: - Aumento na FC, - Maior contratilidade muscular; - Aumento do volume de sangue; Um aumento rápido ou significativo na FC reduz o tempo de enchimento do coração. Como resultado, ocorre diminuição da PA. FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL 13 DC = Volume sistólico x Frequência cardíaca. • Volume sistólico diminuído devido ao bombeamento cardíaco deficiente ou volume sanguíneo diminuído pode resultar em DC diminuído; Bradicardia - DC diminuído; Taquicardia – DC aumentado; • É essencialmente o Fluxo Sanguíneo. FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL • Depende do gradiente de pressão que tende a empurrar o sangue pelo vaso e resistência vascular; • Resistência Vascular Periférica – Resistência ao fluxo sanguíneo determinada pelo tônus muscular dos vasos e diâmetro das veias; Quanto menor lúmen da veia, maior é a resistência vascular periférica ao fluxo de sangue – PA aumenta. Conforme as veias se dilatam e a resistência cai, a PA diminui. 14 ASPECTOS CONCEITUAIS http://www.mundodosgifs.com/gifamor.php?id=200 • Volume de Sangue – Normalmente, o volume de sangue circulante é de 5000ml; - Se o volume aumenta, a PA aumenta; - Quando o volume de sangue circulante diminui, como hemorragia ou desidratação – PA diminui (hemorragia e desidratação); 15 ASPECTOS CONCEITUAIS • Viscosidade do Sangue – HEMATÓCRITO – percentual de hemácias no sangue, determina a viscosidade; Quando hematócrito aumenta e velocidade do fluxo diminui, a PA aumenta. O coração contrai com força maior para empurrar sangue viscoso pelo sistema circulatório. 16 ASPECTOS CONCEITUAIS • Elasticidade da Artéria Normalmente as paredes arteriais são elásticas e de fácil distensão; Entretanto, em determinadas doenças como arteriosclerose (perdem a elasticidade, espessamento e endurecimento da parede arterial) – resistência maior ao fluxo sanguíneo; 17 ASPECTOS CONCEITUAIS 18 • É um procedimento clínico que pode ser obtido no contexto clínico, mediante técnicas simples; • Suas implicações diagnósticas e prognósticas são importantes; • Avaliação do débito cardíaco, volemia, viscosidade do sangue, elasticidade arterial e permeabilidade das arteríolas; PORQUE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL? 19 • Pode ser aferida direta ou indiretamente • A medida direta é utilizada de forma invasiva mediante a introdução de um cateter em uma artéria (radial, braquial, femoral ou pediosa); • A medida indireta se faz com a utilização de um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide e um estetoscópio; 20 Manômetro de mercúrio já foi “padrão-ouro”, porém são menos comuns atualmente por conterem mercúrio, substância perigosa; 21 PULSOS UTILIZADOS NA VERIFICAÇÃO INDIRETA DA PA 21 ARTÉRIA POPLÍTEA ARTÉRIA BRAQUIAL ARTÉRIA RADIAL 23 A técnica se baseia na percepção de que ao desinflar o manguito que oclui totalmente uma artéria, diferentes tipos de sons são perceptíveis com o estetoscópio, o que corresponde a diferentes graus de obstrução parcial da artéria; 23 FASES DE KOROTKOFF 24 I - Aparecimento do primeiro som, ao qual se seguem batidas progressivamente mais fortes, bem distintas e de alta frequência (Pressão Sistólica); II - O som adquire características de chicotada, sopro, podendo ocorrer sons de baixa frequência; III - Sons nítidos e intensos; IV - Abafamento dos sons, correspondendo ao momento próximo ao desaparecimento deles (Pressão Diastólica em crianças); V - Desaparecimento total dos sons (Pressão Diastólica). 25 • A largura deve ser de pelo menos 40% do comprimento do braço (distância entre o olécrano e o acrômio) e o comprimento, de pelo menos 80% de sua circunferência (BRASIL, 2006). Para o braço de um adulto não obeso, com musculatura usual e estatura mediana, a câmara ideal tem 23cm de comprimento para 30cm de circunferência) e 12cm de largura (para 30cm de comprimento do braço). MANGUITO 25 26 • A bolsa de borracha deve estar centrada sobre a artéria braquial; • A borda inferior do manguito deve estar 2 cm acima da dobra antecubital (ângulo cubital); MANGUITO 27 MANGUITO •Manguitos estreitos em relação ao diâmetro do braço dão valores hiperestimados; •Manguitos mais largos em relação ao diâmetro do braço dão valores hipoestimados; 27 28 DENOMINAÇÃO DOS MANGUITOS FONTE: VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 28 29 • O manômetro de mercúrio é o instrumental mais adequado; • A coluna de mercúrio deve estar na posição vertical; • A coluna deve ser colocada ao nível dos olhos do observador; • Testar anualmente manômetros aneróides contra os de mercúrio; ESFIGMOMANÔMETRO 29 30 • As olivas do estetoscópio devem ser colocadas voltadas para frente; • O diafragma ou a campânula do estetoscópio devem ser colocados de forma firme, diretamente sobre a artéria braquial (nunca sob o manguito); ESTETOSCÓPIO 30 31 • Verificar o local - privado, silencioso, iluminado e com temperatura confortável; • Indagar sobre controles anteriores e valor da PA habitual; Se ele não souber, diga depois de medir. Essa é boa oportunidade para educar o cliente sobre os valores ótimos de PA e seus fatores de risco; Iniciando 32 - Determine o local para medir a PA (evite colocar o manguito nas extremidades - infusão de líquido, cirurgia de mama ou axilar, em situações como trauma, doença,imobilização); - Durante avaliação inicial, você pode obter e registrar a PA em ambos os braços. Normalmente, existe diferença de 5 a 10 mmHg; - Diferença de PA no braço maior que 10mmHg indicam problemas vasculares e são informadas profissional de saúde responsável; 32 33 Preparo do paciente: 1.Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso (tempo necessário); -Deve ser instruído a não conversar durante a medida. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento; 2. Certificar-se de que o paciente NÃO: • Está com a bexiga cheia; • Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; • Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; • Fumou nos 30 minutos anteriores; Higienizar as mãos 34 Preparo do paciente: 3. Posicionamento do paciente: Deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; - O braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou quarto espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e cotovelo ligeiramente fletido; 35 8 Localizar as pulsações da artéria braquial por palpação; 9 Colocar o manguito firmemente cerca de 2,5 cm acima da fossa antecubital; 10 Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos ruídos que produzem; 11 Colocar o mostrador do manômetro anaeróide de modo que fique bem visível ou posicionar os olhos no nível da coluna de mercúrio; 12 Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para estimativa do nível da pressão sistólica (Pressão sistólica estimada - PSE); 36 37 38 13 Desinsuflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente. Acrescentar a PSE +30mmHg = nível de insuflação mínima; 14 Colocar o estetoscópio na orelha com as olivas auriculares voltadas para frente e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial na fossa antecubital, evitando compressão excessiva; 15 Inflar rapidamente de 10 em 10mmHg, até 20 a 30 mmHg do Ponto de desaparecimento do pulso radial; 16 Abrir a válvula, procedendo à deflação na velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo. Após determinada a pressão sistólica, aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg por segundo, evitando a congestão venosa e desconforto do cliente; 17 Determinar a pressão sistólica (máxima) no momento do aparecimento do 1º som de Korotkoff; 39 18 Determinar a pressão diastólica (mínima) no momento do desaparecimento do som (último som) 5º som de Korotkoff; 19 Retirar o ar do manguito rápido e completamente, removê-lo e deixar o cliente confortável; 20 Recompor a vestimenta do paciente; 21 Limpar as olivas auriculares e diafragma com algodão e álcool a 70%; 22 Lavar as mãos novamente; 23 Informar ao paciente o valor de sua pressão arterial; 24 Checar o procedimento realizado na folha de anotação de enfermagem do prontuário do paciente. 40 A T E N Ç Ã O 41 Elevar o braço acima do nível do coração resulta em uma medição baixa falsa; Posicionar o braço abaixo do nível do coração resulta em uma leitura alta falsa; Método da palpação para verificação da PA • Esta medida é útil para clientes que apresentam pressão arterial muito fraca para produzir sons de Korotkoff; • A perda de sangue acentuada e a diminuição da contratilidade cardíaca são exemplos de condições que resultam em uma PA muito baixa para ser auscultada corretamente; • Sendo assim, você pode acessar a pressão sistólica por palpação da artéria radial no punho; 42 Método da palpação para verificação da PA • Quando usar a técnica da palpação, registre o valor sistólico e o modo como você fez para medir; • Ex: BD 90/ -, palpado, decúbito dorsal; 43 Método de verificação da PA em membro inferior • O manguito pode ser enrolado ao redor da coxa ou acima do tornozelo; • A medição da pressão na coxa exige um manguito maior e apropriado; • Coloque o cliente em posição horizontal, decúbito ventral ou dorsal, com manguito centralizado na metade da coxa sobre a artéria poplítea; 44 45 Método de verificação da PA em membro inferior • Para medir a pressão arterial no tornozelo, coloque o cliente em posição horizontal, de decúbito dorsal, e posicione um manguito de braço padronizado exatamente acima do maléolo; • Ausculte ou palpe o pulso tibial posterior ou pedioso à medida que você desinfla o manguito; • A pressão sistólica nas pernas usualmente é 10 a 40mmHg maior que na artéria braquial, mas a pressão diastólica é a mesma; 46 • Valor final dos níveis pressóricos; • Largura do manguito; • Membro utilizado; • Posicionamento do cliente; •Classificação da PA; 46 IMPORTANTE REGISTRAR 47 FONTE: VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 VALORES DA PA em ADULTOS 48 HIPERTENSO – A hipertensão é muitas vezes assintomática; NORMOTENSO HIPOTENSO – Hipotensão ocorre por dilatação das artérias, perda de grande quantidade de sangue ou ineficiência do músculo cardíaco; CONCEITUANDO 49 HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA – Nos adultos, mover-se de uma posição horizontal para uma posição vertical resulta no represamento do sangue nos membros inferiores. O cliente a mudar de posição lentamente, permitindo que vários minutos transcorram antes de prosseguir para a próxima posição. 50 Obrigada!