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Intensivo Delegado de Polícia Civil Noturno 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
 Professor: Flavio Martins 
Aulas: 21 a 24| Data: 03/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
DIREITOS POLÍTICOS (ART. 14 A 17, CF) 
 
PERDA E SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS POLÍTICOS (ART. 14 A 17, CF) 
Conceito: são os direitos destinados a concretizar a “soberania popular”. 
“Soberania popular” descrita no art. 1º parágrafo único da CF: “Todo poder emana do povo”. 
 povo exerce sua soberania através dos seguintes direitos políticos: 
 
1. Plebiscito e referendo: 
São formas formas de consulta popular.] 
o Quem convoca: “autorizado” (não convocado) pelo Congresso Nacional art. 49, XV, CF, através do 
ato “decreto legislativo”. 
 PLEBISCITO REFERENDO 
Quem autoriza Congresso Nacional Congresso Nacional 
Ato que autoriza: Primeiro consulta para depois fazer 
o ato administrativo 
Primeiro faz o ato administrativo e 
depois consulta se o povo aceita ou 
não 
 
Exemplos 1993, república ou monarquia, 
presidencialismo ou 
Estatuto do desarmamento, o povo 
 
Página 2 de 10 
parlamentarismo foi contra 
 
2. Ação popular: 
 
3. Iniciativa popular: o povo pode fazer projeto de Lei Federal (art. 61, § 2º, CF). 
 Lei Federal: Necessário 1% de assinaturas do eleitorado nacional 150 milhões de eleitores, portanto 1,5 
milhão. 
o Assinaturas em pelo menos 5 Estados da Federação. 
o Pelo menos 0,3% dos eleitores de cada desses Estados. 
o O projeto é enviado à Câmara dos Deputados que votará, e depois o Senado vota. 
 Lei Estadual: a CF não diz, portanto é a CF de cada Estado que diz quantas assinaturas serão necessárias. 
 Lei Municipal: CF, art. 29, XIII – 5% do eleitorado municipal. 
 Espécies normativas permitidas: Lei Ordinária e Complementar, apenas. Exemplos: Lei Daniela Peres, 
que tornou o homicídio qualificado como crime hediondo; Lei da ficha limpa. 
 
 
4. Direito de Sufrágio 
Conceito: é conjunto de dois direitos: 
1. Direito de votar, ou alistabilidade, ou capacidade eleitoral ativa. 
2. Direito de ser votado ou elegibilidade ou capacidade eleitoral passiva. 
 
4.1 Direito de votar 
Obrigatório: para maiores de 18 e menores de 70. 
Facultativo: para: 
 Maiores de 16 e menores de 18 
 Maiores de 70 anos 
 Analfabetos 
Proibido: segundo art. 14, para: 
 Militares conscritos 
 Estrangeiros (exceto português equiparado). 
 
4.2 Direito de ser votado 
Condições de elegibilidade (CF, art. 14): 
 
Página 3 de 10 
É a capacidade de ser votado. 
a. Ser brasileiro nato ou naturalizado, exceto cargos que exigem ser brasileiro nato (presidente, etc.) 
b. Ter alistamento eleitoral 
c. Ter filiação partidária (Brasil não admite candidatura avulsa como os EUA) 
d. Estar no gozo dos direitos políticos: não pode tê-los suspensos ou perdidos. 
e. Ter domicílio eleitoral na circunscrição onde se candidatar 
f. Idade mínima: depende do cargo público: 
a. 35 anos: presidente, vice, senador. 
b. 30 anos: governador e vice. 
c. 21 anos: prefeito e vice, deputados em geral, juiz de paz. 
d. 18 anos: vereados. 
Hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14): 
É a incapacidade de ser votado. No Brasil temos dois tipos de inelegibilidade: 
a. Inelegibilidade absoluta: não pode ser eleito para absolutamente nada: 
a. Inalistáveis: os que não podem votar, ou seja, militar conscrito e estrangeiro. 
b. Analfabeto: pode votar, mas não pode ser votado. 
b. Inelegibilidade relativa: vale para alguns cargos (art. 14, § 5º e ss.): 
a. Reeleição: o chefe do Poder Executivo (prefeito, governador, presidente) só pode ser reeleito 
para 1 mandato consecutivo – mas é possível novo mandato não consecutivo. CUIDADO: Isso não 
se aplica ao Poder Legislativo. Atenção: renúncia ao atual mandato (a desincompatibilização) não 
é necessária para se candidatar a novo mandato do mesmo cargo. Mas não vale para o 
legislativo: Aécio não renunciou ao cargo de senador para se candidatar a presidente em 2014. 
b. Para outros cargos: o chefe do Poder Executivo só pode se candidatar a outros cargos se 
renunciar ao atual mandato 6 meses antes do pleito. 
c. Pelo parentesco: (CF, 14, § 7º) alguns parentes do chefe do Poder Executivo não podem se 
candidatar na mesma circunscrição, que são: 
i. Cônjuge ou companheiro (mesmo união homoafetiva): se o cônjuge de quem ocupa o 
cargo se separa, a súmula vinculante 18 do STF diz que “A separação durante o mandato 
não afasta a inelegibilidade”. 
ii. Parentes até 2º grau: como filhos, pais, irmãos, netos. Exceção: se o parente já ocupava 
cargo público eletivo, poderá se candidatar à reeleição. Exemplo: professor é vereador da 
cidade, 4 anos depois ele é reeleito vereador mas sua esposa é eleita prefeita. Quatro 
anos depois ele se candidata novamente: sua candidatura é regular. 
 
 
PERDA E SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS 
Não existe cassação de direitos políticos. CUIDADO COM PEGADINHAS DE CONCURSO. 
 
Página 4 de 10 
As hipóteses estão no art. 15, CF. 
Perda: se dá por prazo indeterminado. 
Suspensão: se dá por prazo determinado. 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em 
julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem 
seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
Algumas das hipóteses a doutrina não sabe se é perda ou suspensão: 
a. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: o sujeito deixa de ser brasileiro, 
portanto é perda de direitos políticos, assim é por tempo indeterminado, pois não se sabe quando ele 
pode recuperar a nacionalidade ou se poderá. 
b. Incapacidade civil absoluta: fica incapacitado, portanto não se sabe se é perda ou suspensão; não tem 
prazo determinado porque não se sabe quando a incapacidade cessará, por isso, alguns dizem que é perda 
de direitos políticos, mas não está pacificado na doutrina. 
c. Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos: a condenação implica a 
suspensão dos direitos políticos por tempo determinado: enquanto durarem os efeitos da condenação, e 
vale para qualquer infração penal; não importa se está preso ou solto – na verdade existem presos que 
podem votar, como prisão civil por dívida de alimentos, ou o preso preventivamente, o preso 
provisoriamente, o condenado aguardando recurso, pois não transitou em julgado, o menor acima de 16 
que está internado na fundação CASA – mas cada TER tenta resolver esse direito de voto do preso a seu 
modo. Já o solto, condenado transitado em julgado a 2 anos, em regime aberto (albergado) está solto e 
não pode votar enquanto durarem os efeitos da condenação, ou então o condenado a 2 anos que teve o 
benefício do sursis e foi solto, também não poderá votar. Para retomar os direitos políticos não é preciso 
ajuizar Ação de Reabilitação, pois é automática a partir do momento em que o juiz reconhecer que 
terminaram os efeitos da pena. 
d. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII: é a 
escusa de consciência ou não cumprimento da prestação alternativa, como ocorre com quem não prestou 
o serviço militar obrigatório; a Lei chama de suspensão (embora alguns chamem de pena), mas quando ele 
cumprir a prestação alternativa os direitos voltam, o que se parece com perda, daí a dúvida e polêmica. 
e. Improbidade administrativa,nos termos do art. 37, § 4º: tem consequências, como indenizar o erário e 
suspensão dos direitos políticos pela Lei de Improbidade Administrativa, com prazo determinado. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Conceito: é a verificação da compatibilidade das leis e atos normativos com a Constituição. 
 
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CUIDADO – PEGADINHA DE CONCURSO: controle de Convencionalidade: É a verificação da compatibilidade das 
leis e atos normativos COM OS TRATADOS SUPRALEGAIS (que estão acima das Leis). Exemplo: o pacto de San José 
da Costa Rica está logo abaixo da Constituição, mas acima das Leis do país; agora as Leis devem ser compatíveis 
com a Constituição (controle de constitucionalidade) e com essas leis supralegais como os tratados internacionais 
(controle de convencionalidade). 
1. Espécies de inconstitucionalidade 
Material: o conteúdo da lei fere a Constituição. Exemplo: “cláusula de barreira”, o partido político só terá direito 
a fundo partidário e tempo gratuito de propaganda em rádio e TV se tiver ao menos 1 deputado ou 1 senador; 
mas todos os partidos nanicos cumprem esse requisito; o STF já disse no passado que isso é inconstitucional por 
ferir os direitos das minorias e o art. 1º da CF, pluralismo, e favorecer os partidos que já existem, desfavorecendo 
os partidos novos dos que nunca foram políticos até hoje. 
Formal: tem 2 tipos principais: 
a. Orgânica: é a incompetência para a elaboração do ato. Exemplo: município criar lei penal – a Constituição 
não lhe dá esta competência. Exemplo 2: o Estado de SP criou nos anos 90 o interrogatório por 
videoconferência por lei estadual, e o STF disse quem que é competência da União legislar sobre lei penal; 
anos depois, o Congresso Nacional mudou a lei e criou o interrogatório por videoconferência. Exemplo 3: 
câmara municipal de SP proibiu o patê de foie gras nos restaurantes franceses de São Paulo porque é 
desumano o tratamento dos animais em sua produção; mas não cabe ao município legislar sobre a 
produção de determinados produtos. 
b. Propriamente dita: é um vício novo processo legislativo. Exemplo1: desrespeitar o quórum; Exemplo2: 
um projeto votado na câmara foi para o senado e foi modificado, portanto deveria ter voltado para a 
câmara para apreciar essas emendas e não foi. 
 
2. Espécies de controle de constitucionalidade 
Com relação ao momento em que o controle é feito, temos: 
a. Controle Preventivo: ocorre antes do nascimento da lei e impede o nascimento de uma lei 
inconstitucional. 
a. Quem faz: três hipóteses podem ser feitas pelo: 
i. CCJ – Comissão de Constituição e justiça – é a primeira a fazer o controle preventivo. 
Presente em TODAS as casas legislativas – tem a função de verificar a constitucionalidade 
dos projetos de lei. É repleto de falhas devido à incompetência dos legisladores. 
ii. Veto jurídico: o chefe do poder executivo (governador, presidente e prefeito) pode vetar 
um projeto de lei que em sua opinião é inconstitucional. Exemplo: o prefeito de São 
Paulo deveria vetar o projeto que proíbe foie gras em São Paulo porque não é 
competência municipal, é inconstitucional. 
iii. Judiciário: ocorre quando um parlamentar impetra mandado de segurança para obstar o 
prosseguimento de um projeto de lei inconstitucional – ou seja, o judiciário tem que ser 
acionado pelos parlamentares que impetraram mandado de segurança. Exemplo: a PEC 
da maioridade penal que a reduz para 16 anos pode ser barrada por qualquer 
parlamentar que impetrar mandado de segurança no judiciário alegando sua 
inconstitucionalidade. 
 
Página 6 de 10 
b. Controle Repressivo: ocorre depois do nascimento da Lei. No Brasil esse controle, em regra, é 
jurisdicional, é o Poder Judiciário quem o realiza. Mas há exceções. 
a. EXCEÇÃO: Controle repressivo feito pelo Poder Legislativo: há várias hipóteses: 
i. Congresso Nacional: quando rejeita uma medida provisória considerada inconstitucional, 
art. 62, CF. Exemplo: presidente faz medida provisória, que já entra em vigor, então a 
manda ao congresso que a rejeita dizendo ser inconstitucional. 
ii. Congresso Nacional: pode sustar a lei delegada que extrapole dos limites da delegação. 
Exemplo: Lei delegada é aquela que o Congresso delega ao Presidente para legislar sobre 
um assunto. Se o presidente extrapolar os limites desse assunto que o congresso 
determinou, pelo art. 49, V, CF, pode declarar inconstitucional. 
iii. Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder Legislativo: Súmula 347, STF: Tribunal de 
Contas pode declarar uma lei inconstitucional no exercício de suas atribuições, que são a 
fiscalização das contas do Poder Público. 
b. REGRA: Controle repressivo feito pelo Poder Judiciário: Se dá por meio de um “sistema misto”, 
pois de um lado há o controle difuso ou por via de exceção, ou o controle concentrado ou por via 
de ação: 
i. Controle difuso ou por via de exceção: originado nos EUA, 1.803, Suprema Corte 
Americana, caso Marbury vs. Madison, onde o juiz responsável John Marshall criou tal 
controle difuso. Foi o primeiro controle a surgir no Brasil, na CF/1.891 de Rui Barbosa. 
Difuso significa disperso, espalhado. 
Definição: qualquer juiz (daí difuso) pode declarar uma lei inconstitucional, desde que 
haja um caso concreto e que a inconstitucionalidade seja matéria incidental. Exemplo 1: 
há juízes que declaram o art. 28 da Lei de Drogas inconstitucional porque legal que o 
porte de drogas para consumo próprio não ofende bem jurídico de terceiro (na verdade 
ofende, porque estimula o comércio ilegal de drogas, que é tráfico). Exemplo 2: juiz pode 
se recusar a aplicar a qualificadora de feminicídio por considerar inconstitucional por ferir 
o princípio da igualdade. 
O art. 97, CF trata da “cláusula de reserva de plenário” (existe desde 1934), ou seja, 
Tribunais somente podem declarar uma lei inconstitucional pela maioria absoluta dos 
seus membros ou dos membros do órgão especial (não é o pleno que seria todos os 
membros, é um órgão criado nos tribunais maiores que tem mais de 15 desembargadores 
como o TJ-SP, onde reunir todos os desembargadores é difícil, daí cria-se o órgão especial 
para não reunir o pleno). Assim, não pode um órgão fracionário do Tribunal declarar uma 
lei inconstitucional (uma câmara de um TJ, um órgão não pode declarar lei 
inconstitucional), SALVO DUAS EXCEÇÕES (cuidado com essa pegadinha de concurso): 
a. Se o pleno ou órgão especial já se manifestou: digamos que mês passado 
o órgão especial do TJ-SP já declarou a lei inconstitucional, então as 
câmaras do TJ pode seguir a decisão do pleno e declarar a lei 
inconstitucional. 
b. Se o pleno do STF já se manifestou: igual à hipótese anterior. 
Cuidado: a cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica às Turmas Recursais dos 
Juizados Especiais, porque estas NÃO SÃO TRIBUNAIS! Por isso não se aplica essa 
cláusula. 
 
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Observação 1: a cláusula de reserva de plenário NÃO impede que juiz de primeira 
instância declare uma lei inconstitucional. 
Observação 2: a cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica ao Tribunal de Contas 
porque este é LEGISTATIVO, e esta cláusula só se aplica ao Judiciário. 
Observação 2: a cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica às turmas do STF. 
Exemplo: em Habeas Corpus, em Recurso Extraordinário, etc. O STF tem 2 turmas com 5 
ministros cada; pode uma das turmas declarar uma lei inconstitucional? SIM. Exemplo: 
Lei de drogas, vedação da conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de 
direitos; em habeas corpus uma turma do STF declarou este artigo inconstitucional. 
Observação 3: para burlar a cláusula de reserva de plenário, o órgão fracionário do 
tribunal, como um TJ Estadual que se omitia, deixava de aplicar a lei para não ter que 
declará-la expressamente como inconstitucional com justificativa para não aplica-la 
(como por exemplo feminicídio), nãotocava no assunto; para coibi-los, o STF criou a 
Súmula Vinculante 10: “Não pode o órgão fracionário do Tribunal deixar de aplicar uma 
lei ainda que não a declare expressamente inconstitucional, por violar o art. 97 da CF”. 
Observação 4: o efeito do controle difuso é só para aquele caso concreto daquele 
processo, inter partes. A decisão do Juiz de primeira instância declarando 
inconstitucionalidade faz efeito inter partes; mas o promotor, se recorrer ao TJ-SP, que 
continuar declarando inconstitucional, continua valendo inter partes; o procurador de 
justiça descontente recorre ao STF, que declara a inconstitucionalidade, que ainda vale só 
inter partes, pois é esse o efeito do controle difuso. E para as partes do processo o efeito é 
ex-tunc, ou seja, retroativo até o início da Lei, é como se aquela lei declarada 
inconstitucional nunca existisse para as partes, fosse nula para eles. Observação: 
jurisprudência do STF – é possível modular os efeitos dessa decisão, por 2/3 de seus 
membros (2/3 de 11 são 8 ministros), assim o STF pode determinar até quando a Lei vai 
retroagir: se só para o futuro, se num tempo determinado, etc. Exemplo: R.O. 
relacionado ao município de mira estrela-SP, que aumentou seu número de vereadores, e 
o STF declarou inconstitucional tal lei municipal, e pelo controle difuso o efeito é “ex-
tunc”, os vereadores perderiam o mandato; mas o STF resolveu “modular” os efeitos de 
modo que só valeriam para o futuro, ou seja, preservou os vereadores e só vale para as 
próximas eleições. 
Explicação: para criar o efeito da modulação de efeitos, o STF fez uma analogia da Lei 
9868/99, de controle concentrado, aplicando-a ao controle difuso. 
Conversão do efeito inter partes para erga omnes: a CF possui um mecanismo de 
conversão do efeito inter partes para erga omnes, no art. 52 inciso X: a remessa do 
processo para o Senado que, se quiser, suspende a execução da Lei no todo ou em parte 
(é uma “faculdade” do Senado, é opcional, discricionariedade do Senado, uma decisão 
política). Se o senado concordar e suspender a lei, o efeito passa a ser erga omnes. 
Atenção: não é revogação, é suspensão pelo Senado, e pode ser parcial ou total. E pode 
recair sobre lei Federal, Estadual ou Municipal. Exemplo: Lei de Drogas 11.343/2.006, art. 
44, diz que são “vedada à conversão de suas penas em restritivas de direitos”, mas o STF 
declarou tal parte do art. 44 inconstitucional no HC 97256 (efeito inter partes); a seguir, o 
STF remeteu tal processo (HC 97256) ao Senado, o qual suspendeu a execução desse 
trecho do art. 44 através da resolução 5/2012; O TEXTO CONTINUA CONSTANDO DA LEI, 
 
Página 8 de 10 
MAS NÃO ESTÁ VALENDO!!! Agora, o que valia só entre as partes (inter partes), por 
controle difuso, passou a valer erga omnes, para todos. 
Teoria da transcendência dos motivos determinantes ou Abstrativização do controle 
difuso: algumas pessoas e ministros do STF eram contra essa manifestação do senado 
suspender a Lei, apesar de existir desde 1934, pois senadores não costumam ter 
formação jurídica adequada para tal. Alguns ministros do STF defendiam que a decisão do 
Tribunal (STF) já produziria efeito erga omnes ainda que em controle difuso, e a remessa 
para o senado seria uma “mera comunicação”. (Ministro Gilmar Mendes é um defensor 
dessa teoria). Transcender é ir além, os motivos que determinaram essa decisão 
“transcendem”, vão além daquele processo, que são os efeitos erga omnes. O STF fez isso 
no HC em relação à inconstitucionalidade de regime integralmente fechado para crimes 
hediondos num HC de Campos do Jordão e determinou que valia para todo o Brasil (erga 
omnes) sem enviar ao Senado. MAS, desde 2014, tal teoria tornou-se posição minoritária 
no STF. A justificativa é que o supremo estava “revogando” o art. 52, X, da CF sem ter 
legitimidade para tal, ou seja, fazendo “mutação constitucional” sem tal poder. 
ii. Controle concentrado ou por via de ação: originado na Europa, Áustria. Surgiu no Brasil 
aos poucos na CF/1.934. É feito apenas através de 5 ações constitucionais: 
1. ADI ou ADIN Genérica - Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica: CF, 102, 
I, “a”. 
Competência: STF e TJ: 
 Lei federal que contraria Constituição Federal: ADIN ao STF (102,I,”a”) 
 Lei Estadual que contraria Constituição Federal: ADIN ao STF (102,I,”a”). 
Exemplo: Lei paulista que criou interrogatório por videoconferência, 
declarada inconstitucional por STF. 
 Lei Estadual contraria Constituição Estadual: TJ Estadual (CF,125,§2º) 
 Lei Municipal contraria Constituição Estadual: TJ Estadual (CF,125,§2º) 
 Lei Municipal contraria Constituição Federal: NÃO CABE ADIN, NÃO ESTÁ 
PREVISTO NA CF!!! PEGADINHA DE CONCURSO, CUIDADO!!! Cabe ADPF 
por previsão expressa na Lei 9882/99 da ADPF ou Controle Difuso, como 
Mandado de segurança. 
 Lei Distrital que fere a Lei Orgânica do DF: ADIn ao TJ/DF 
 Lei Distrital que fere a CF: DEPENDE DA LEI DISTRITAL! O DF é um ente 
federativo híbrido, mistura de Estado e Município, portanto suas leis 
podem ser de caráter Estadual ou Municipal, pois pela CF ele exerce 
funções de Estado e Município. Se a Lei Distrital tiver caráter Estadual 
cabe ADIN para o STF; mas se a Lei Distrital tem caráter municipal não 
cabe ADIN, é momo se fosse lei municipal contrariando a CF, PEGADINHA 
DE CONCURSO, caberá então ADPF ou Mandado de segurança. 
 Lei municipal que fere a Lei Orgânica do Município: não cabe ADIN, não 
existe controle de constitucionalidade, pois Lei Orgânica do Município 
não é constituição!!!. Caberá controle de legalidade feito por qualquer 
juiz. 
 
Página 9 de 10 
Legitimados para propor a ADI Genérica: antes de CF/88 era só o Procurador 
Geral da República. Após a CF/88 são 9 legitimados do art. 103, CF: 
I. Presidente da República: Exemplo: a presidente Dilma fez PEC sobre 
Defensoria Pública da União, que foi aprovada; anos depois ela mesma 
ajuizou ADIn contra a própria PEC dela!!! Apesar de absurdo é permitido. 
II. Mesa do Senado Federal: órgão que representa o Senado Federal. 
III. Mesa da Câmara dos Deputados: órgão que representa a órgão que 
representa o Senado Federal. 
IV. Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal: pegadinha de concurso: MESA DE CONGRESSO NÃCIONAL NÃO 
TEM LEGTITIMIDADE PARA AJUIZAR ADIN!!! A mesa de assembleia 
legislativa dos Estados também. A Câmara Legislativa do DF foi esquecida, 
mas foi acrescentada à CF pela EC 45/2004. 
V. Governador do Estado ou do Distrito Federal: O Governador do DF foi 
acrescentado pela EC 45/2004. 
VI. Procurador-Geral da República. 
VII. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil: CUIDADO, só 
federal! Jamais o seccional, que são órgãos Estaduais da OAB. 
VIII. Partido político com representação no Congresso Nacional: pelo menos 
um deputado ou um senador. Entretanto, havia um partido que só tinha 
um senador, e este trocou de partido (deputado não pode trocar porque 
perde o mandato, mas senador pode); aquele partido passou a não ter 
representação; a ADIn já iniciada para ou continua? Segundo o STF, a 
perda superveniente de representação no congresso nacional não 
paralisa a ADIn. O que importa é ter representação no momento em que 
a ADIn foi ajuizada. 
IX. Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional: 
Confederação sindical está definida na CLT como união de pelo menos 
três federações sindicais em pelo menos três Estados; centrais sindicais 
como CUT, CGT ou Força Sindical não podem ajuizar ADIn, segundo 
jurisprudência do STF. Entidade de classe de âmbito nacional segundo o 
STF para ser nacional deve ter membros em pelo menos 9 Estados (por 
analogia com a Lei dos Partidos Políticos); a UNE, segundo o STF, não 
pode porque “classe” é classe profissional, trabalhadora, e não classe 
social como estudante, amantes da natureza, protetoresde cachorro e 
gato, etc. 
Esse 9 legitimados podem ser divididos em 2 grupos: 
1. Legitimados universais: podem propor ADIn sobre qualquer 
assunto. Exemplo: PGR, Presidente da República, OAB, etc. 
2. Legitimados interessados: devem provar o “interesse especial no 
objeto da ação”, o que é chamado de pertinência temática, só 
pode ajuizar ADIn sobre assuntos de seu interesse. Exemplo: 
APENAS TRÊS DA LISTA DOS NOVE: 
 
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a. Assembleia Legislativa do Estado. 
b. Governador: só para Leis de interesse de São Paulo ou 
que firam os interesses de São Paulo. Inclusive pode 
ajuizar contra Lei do Estado de Minas Gerais que 
claramente fira os interesses de São Paulo, como Lei 
Tributária. 
c. Confederação sindical ou entidade de classe nacional. 
2. ADI Interventiva - Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: CF, 36. 
3. ADI por Omissão - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão: CF,102,§ 
3º. 
4. ADC ou ADECON – Ação Declaratória de Constitucionalidade: CF, 102, I, “a”. 
5. ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: CF, 102, § 1º. 
Leis: 9.868/99 (ADI e ADC) e 9.882/99 (ADPF). 
Questões 
Pode(m) propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade perante o 
Supremo Tribunal Federal: 
(A) partido político sem representação no Congresso Nacional. 
(B) os Conselhos Federais de órgãos de classe profissional. 
(C) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito regional. 
(D) a Mesa da Câmara dos Deputados. 
(E) o Procurador-Geral de Justiça. 
Resposta: D 
É privativo de brasileiro nato o cargo de: 
 (A) Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
(B) Senador. 
(C) Juiz de Direito. 
(D) Delegado de Polícia. 
(E) Deputado Federal. 
Resposta: A

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