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CURSO DE EXTENSÃO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
CONCEITO ................................................................................................................. 5 
NATUREZA JURIDICA ............................................................................................... 6 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ....................................................................................... 7 
PRINCÍPIOS ................................................................................................................ 9 
Princípio constitucional da legalidade tributária................................................ 10 
Princípio constitucional da anterioridade tributária .......................................... 11 
Princípio constitucional da isonomia .................................................................. 14 
Princípio da irretroatividade tributária ................................................................ 15 
Princípio da uniformidade geográfica ................................................................. 16 
IMUNIDADE tributária ............................................................................................... 17 
Imunidade recíproca ............................................................................................. 18 
Imunidade dos templos religiosos ...................................................................... 18 
Imunidade para partidos políticos, entidades sindicais, instituições de 
educação e entidades de assistência social. ........................................................ 19 
Imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
 .................................................................................................................................. 20 
TRIBUTO................................................................................................................... 22 
Prestação pecuniária: ........................................................................................... 22 
Prestação compulsória: ........................................................................................ 23 
Prestação diversa de multa: ................................................................................. 23 
Prestação instituída por lei: ................................................................................. 23 
Prestação cobrada por lançamento: ................................................................... 23 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS .......................................................................... 25 
Impostos ................................................................................................................ 25 
Taxas ...................................................................................................................... 27 
Contribuições de melhoria ................................................................................... 29 
3 
 
 
 
Contribuições sociais ........................................................................................... 30 
Empréstimos compulsórios ................................................................................. 31 
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA ......................................................................... 34 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ........................................................................ 38 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO ........................................................................................... 40 
DÍVIDA ATIVA ........................................................................................................... 42 
CERTIDÕES NEGATIVAS ........................................................................................ 44 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................. 45 
Moratória. ............................................................................................................... 45 
O depósito do seu montante integral; ................................................................. 45 
As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo. ........................................................................................ 46 
A concessão de medida liminar em mandado de segurança; .......................... 46 
 A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies 
de ação judicial; ...................................................................................................... 46 
 O parcelamento.. .................................................................................................. 47 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO .................................................................. 48 
Demais Modalidades de Extinção ........................................................................ 48 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................................................................. 50 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO..................................... 51 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criada a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
CONCEITO 
O Direito Tributário é PÚBLICO, OBRIGACIONAL E COMUM. 
Atenção: Não se encaixam no conceito de tributo: Royalties; Foro e Laudêmio; Tarifa 
Portuária cobrada pela Infraero; Seguro Apagão. Conforme entendimento do STF, 
instrumento municipal denominado pelo STF de OUTORGA ONEROSA DO DIREITO 
DE CRIAR O SOLO, TAMBÉM DENOMINADO SOLO CRIADO, previsto no Estatuto 
das Cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
NATUREZA JURIDICA 
Nos moldes do art. 4º CTN, a natureza jurídica de cada tributo é verificada de acordo 
com seu fato gerador, não importando: O nome dado a esta; 
Suas características formais; A destinação estabelecida para a sua arrecadação. 
Cuidado: Você deve prestar atenção ao que a prova te induz. Se questionar apenas a 
natureza jurídica do tributo nos termos do artigo 4º do CTN, utilize a interpretação 
literal. 
 Entretanto, se a prova induzir que quer saber o entendimento doutrinário, saiba que 
para a doutrina mais moderna do Direito Tributário, a base de cálculo é relevante para 
definir e a natureza jurídica do tributo. Ademais, caso a questão induza a análise da 
natureza jurídica conforme a Constituição Federal de 1988, saiba que a destinação é 
relevante para definição da natureza jurídica das Contribuições Sociais. 
Assim, fique atento(a) ao comanda da questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIAda 
exigibilidade do crédito tributário. Entende-se por “integral” o depósito realizado em 
dinheiro, que engloba o tributo acrescido de juros e multas. Ressalte-se que seu valor 
será aquele exigido pelo Fisco, e não o pretendido pelo contribuinte. Vale observar 
que o contribuinte pode lançar mão do depósito integral mesmo nos casos em que já 
tenha obtido a suspensão do crédito tributário por outras formas, objetivando, em tal 
situação, livrar-se da incidência de juros, se o crédito voltar a ser exigível. 
46 
 
 
 
As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo. 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário pode se dar pela via administrativa. 
As reclamações e os recursos administrativos representam, em geral, o primeiro 
passo antes da via judicial, trazendo a vantagem de não imporem ao litigante a 
incidência das custas judiciais. Como é sabido, enquanto perdurar a lide no âmbito 
administrativo, a exigibilidade do crédito tributário permanecerá suspensa, e o 
contribuinte poderá obter uma certidão positiva com efeito de certidão negativa. 
A concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
A liminar em mandado de segurança sempre existiu como causa suspensiva da 
exigibilidade do crédito tributário. Até a LC 104/2001, mostrava-se como a única 
possibilidade de suspensão da exigibilidade, proveniente de ordem judicial, constando 
do inciso IV do art. 151 do CTN. Com o advento da LC 104/2001, passou-se a ter seis 
causas suspensivas. 
A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de 
ação judicial. 
Com o novo Código de Processo Civil (CPC/2015) – Lei 13. 105/2015, as medidas 
cautelares foram extintas, dando lugar à chamada tutela provisória, prevista no artigo 
294 e seguintes do CPC/2015, a qual foi dividida em tutelas de urgência (abrangendo 
as tutelas satisfativas e as tutelas cautelares) e tutelas de evidência. As tutelas de 
urgência poderão ser concedidas, desde que haja elementos que demonstrem o 
fumus bonis iuris (probabilidade do direito vindicado) e o periculum in mora (perigo de 
dano ou risco ao resultado útil ao processo). Já as tutelas de evidência poderão ser 
concedidas independentemente da caracterização do periculum in mora, ou seja, 
basta a demonstração da plausibilidade do direito. 
47 
 
 
 
O parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o 
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal 
cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes. 
O parcelamento se caracteriza pelo ato do contribuinte, após requerimento à 
autoridade administrativa, de conduzir recursos de forma não integral ao Fisco. A 
providência gera a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. O parcelamento 
reveste-se da natureza de uma moratória, pois os pagamentos se dão após o 
vencimento dos créditos tributários, em geral de forma mensal durante longo período 
de tempo. A princípio, o parcelamento constitui-se em ato discricionário da esfera 
administrativa, e, após sua concessão, passa a se revestir de direito líquido e certo 
para o contribuinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Conforme preceitua o art. 156 do CTN, são formas de extinção do crédito tributário: 
(1) pagamento; (2) compensação; (3) transação; (4) remissão; (5) prescrição e 
decadência; (6) conversão do depósito em renda; (7) pagamento antecipado e a 
homologação do lançamento; (8) consignação em pagamento, ao final dela; (9) 
decisão administrativa irreformável; (10) decisão judicial passada em julgado e (11) 
dação em pagamento. 
Por via de regra, o pagamento deve ser realizado em pecúnia (cheque, dinheiro ou 
equivalente). Nesse sentido, vale ressaltar que, com a edição da Lei Complementar 
104/2001, veio à baila uma nova possibilidade de extinção indireta do crédito tributário 
– porque depende de lei –, pela dação em pagamento, consoante o inc. XI do art. 156 
do CTN. Imperioso é recordar que essa modalidade de extinção indireta do crédito 
tributário refere-se apenas a bens imóveis. O pagamento do tributo por meio de 
cheque está chancelado no CTN, todavia a legislação tributária pode determinar as 
garantias necessárias, sem que tal exigência torne impossível o pagamento ou deixe 
mais oneroso do que se fosse feito em moeda corrente (art. 162, § 1.º). Ademais, não 
perca de vista que o crédito pago por cheque somente se considera extinto com o 
resgate deste pelo sacado, em razão do caráter pro solvendo do título (art. 162, § 2.º). 
Demais Modalidades de Extinção 
 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja 
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a 
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos 
ou 
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei 
determinará, 
para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, 
porém, 
cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) 
ao mês 
pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, 
objeto 
de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da 
respectiva decisão judicial. (BRASIL, 1966) 
 
A compensação tributária, delineada nos arts. 170 e 170-A do CTN, representa uma 
forma 
49 
 
 
 
indireta (por via de lei) de extinção do crédito tributário, realizada pelo encontro de 
contas de 
créditos e débitos. Ver STJ: REsp 1.240.038/PR-2014. 
A compensação não pode ser realizada por mera iniciativa do contribuinte, pois 
depende de lei 
que a autorize, mais, especificamente, de uma autorização do Poder Executivo (com 
apoio naquela 
lei para sua aplicação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Ocorre via isenção ou anistia, modalidades de exclusão do crédito tributário que 
inibem o lançamento do tributo, após o surgimento da obrigação tributária. 
Ambas são dispensas legais que se referem a tributos (isenção) ou infrações (anistia). 
A exclusão do crédito tributário, através da isenção e da anistia reside na inviabilidade 
de sua 
constituição, ou seja, são contextos, em que não haverá lançamento e por 
conseguinte, o crédito 
tributário, ainda que tenha ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária. A lei isen 
classificado como tributo não vinculado, pois no aspecto material de sua hipótese de 
incidência não há qualquer atividade estatal específica tante atinge o 
tributo enquanto a lei anistiadora atinge a multa. 
É notório que deve haver correlação na esfera da competência tributária entre o poder 
de criar o 
tributo ou de exigir penalidade com o de isentar ou anistiar. Dessa maneira a União 
pode instituir 
tributos federais e simultaneamente detém a competência para isentá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
O rol não é taxativo, não é exaustivo. Todos os bens e rendas do sujeito passivo 
respondem pelo crédito tributário, salvo aqueles declarados por lei como 
absolutamente impenhoráveis (art. 649 do CPC e Lei 8009/1990). 
No mais, até mesmo os bens gravados por ônus real ou que contenham cláusula de 
inalienabilidade ou impenhorabilidade podem ser executados pelos entes tributantes. 
Caso ocorra dilapidação do patrimônio, com vistas a afastar o pagamento do tributo, 
o art. 185 considera isso fraudulento em sua essência, com presunção de 
anulabilidade e ineficácia de tal ato. 
PREFERÊNCIAS: Somente os créditos trabalhistas e os créditos decorrentes de 
acidente do trabalho têm prioridade em relação aos créditos tributários, ausentea 
falência. Art. 186 do CTN. 
 Em caso de falência, preferem ao crédito tributário (em quarto lugar na ordem de 
preferência), além dos acima elencados (em segundo lugar), também os créditos 
extraconcursais (em primeiro lugar) e as importâncias passíveis de restituição e os 
créditos com garantia real (em terceiro lugar). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CHIMENTI, Ricardo cunha. Sinopses Jurídicas - Direito Tributário. Volume 
16. Editora Saraiva. 9ª Edição - 2006. 
 
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Editora Saraiva. 2009. 
 
PAULSEN, Leandro. MELO, josé. EDUARDO, soares. Impostos Federais, 
Estaduais e Municipais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 6ª edição, 2011. 
 
MENDONÇA, Christine. A Não —Cumulatividade do ICMS. São Paulo: 
Quartier Latim. 
 
OLIVEIRA, Jose Jayme de Macedo. Impostos Estaduais — ICMS, ITCMD, 
IPVA. São Paulo: Saraiva. 
 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo: 
Impetus, 16ª Ed. 2011. 
 
AGRA, Walber de Moura. Manual de direito constitucional. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2002. 
 
AMARO, Luciano da Silva. Direito tributário brasileiro. 11. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
 
ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de 
Direito Constitucional. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
 
ATALIBA, Geraldo. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Revista 
de Direito Tributário, São Paulo, v. 51, p. 153, jan. 1997. 
 
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 10. Ed. São Paulo: 
Malheiros, 2000. 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 20. 
Ed. São Paulo: Malheiros, 2004. 
 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 17. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
 
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 8. 
Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
 
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. São 
Paulo: Saraiva, 1995. 
 
GOMES, Marcus Lívio; ANTONELLI, Leonardo Pietro. Curso de direito 
tributário. V. 1. São Paulo: Quartier Latim do Brasil, 2005. 
 
53 
 
 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 27. Ed. São Paulo:Nos moldes do art. 96 do CTN, a expressão “legislação tributária” compreende as leis, 
os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares 
que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
São normas complementares (art. 100, CTN): 
a) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: são 
normas editadas pelos servidores da administração tributária e visam a 
detalhar a aplicação das normas que complementam. 
b) As decisões dos órgãos coletivos e singulares de jurisdição administrativa 
a que a lei atribua eficácia normativa. 
c) As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. 
d) Os convênios que entre si venham a celebrar a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. (BRASIL,1966) 
 
Atenção ao disposto no artigo 103, CTN (PRESTE ATENÇÃO NOS PRAZOS): 
 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da 
sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos 
normativos, 30 (trinta) 
dias após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles 
prevista. Integração e 
interpretação da legislação tributária:(BRASIL,1966) 
 
Nesse tema, basta a leitura atenta do Código Tributário Nacional: 
 
 Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a equidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. 
 § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do 
pagamento de tributo devido. No que tange à interpretação da legislação 
tributária, leia o artigo 
111 do CTN: Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que 
disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
(BRASIL,1966) 
 
Já no que se refere à interpretação nos casos de infrações, tem-se o artigo 112 
do CTN: 
 
8 
 
 
 
 Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, 
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida 
quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou 
extensão dos seus efeitos; 
 III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. (BRASIL,1966) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS 
Figura – 1: Principios do Direito tributário 
 
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/50369547/principios-do-direito-tributario-mapa-
mental 
10 
 
 
 
 
 
 
Princípio constitucional da legalidade tributária 
O Princípio da Legalidade Tributária, também conhecido por Estrita Legalidade, 
Tipicidade Cerrada ou Reserva Legal, previsto no art. 150, inciso I, da CF/88 e no art. 
97 do CTN, reflete os alicerces em que se funda todo o Sistema Tributário Nacional, 
e sem o qual não há se falar em Direito Tributário 
 Significa dizer que os entes políticos tributantes (União, Estados, Distrito Federal e 
os Municípios) somente é permitida a criação ou a majoração de tributos por meio de 
lei, e que sua inobservância pela Administração na cobrança de um gravame criado 
ou alterado importa, via de regra, na sua inconstitucionalidade desde a origem. 
Este Princípio, portanto, expressa a justiça e a segurança jurídica que devem permear 
a relação jurídica tributária estabelecida entre o particular e o Fisco, e funciona como 
verdadeiro instrumento de limitação aos governantes no mister tributacional. 
Esta lei, no mais das vezes, é ordinária, salvo as exceções expressamente previstas 
no seio constitucional que preveem lei complementar para instituição de certas 
exações (IGF, E.C., Impostos Residuais da União e Contribuições Sociais Novas ou 
Residuais), ou mesmo a instituição de tributos por meio de Medida Provisória, 
acobertada pelo STF, exceto nos casos de matéria resguardada à lei complementar. 
Tal lei, ainda, para que detenha legitimidade, validade e eficácia, necessita conter em 
seu bojo todos os fatores afetos à tributação pretendida, quais sejam, base de cálculo, 
alíquota, sujeito passivo, fato gerador e multa, sob pena de o contribuinte ficar sujeito 
aos caprichos do ente fazendário, o que não pode ser, obviamente, tolerado. 
No que diz respeito às exceções ao referido Princípio, o STF tem entendido que, na 
esteira do que dispõe o art. 97, § 2º, do CTN, a mera atualização monetária da base 
de cálculo do tributo não implica seu aumento, e que se configura constitucional a lei 
que estabelece ao Ministro da Fazenda a competência para a fixação de prazo para 
o recolhimento do tributo. 
A primeira exceção encontrou limites na Súmula 160 do STJ, editada com vistas a 
vedar a atualização do IPTU por Município mediante decreto, em percentual superior 
ao índice oficial de correção monetária. Ainda, constituem ressalvas ao Princípio em 
11 
 
 
 
tela o II, o IE, o IPI e o IOF que, ante sua natureza extrafiscal – regulação do mercado 
ou da economia do País -, podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder 
Executivo (decreto-presidencial ou portaria do Ministro da Fazenda). 
 E com a edição da Emenda Constitucional 33/2001, a possibilidade de mudança nas 
alíquotas pelo mesmo instrumento veio a ser estendida aos casos de CIDE-
combustível (art. 177, § 4º, I, “b”, na parte inicial, CF/88) e ICMS-monofásico, incidente 
sobre combustíveis definidos em Lei Complementar (art. 155, § 4º, IV, CF/88). 
Princípio constitucional da anterioridade tributária 
O Princípio da Anterioridade, delineado no art. 150, inciso III, alínea “b”, da CF/88, 
assevera que a lei que institui ou que majora um tributo deve, via de regra, ter vigência 
e eficácia operantes em exercício fiscal anterior àquele em que o Fisco deseja ver 
satisfeita a sua cobrança, de modo a se preservar a segurança jurídica e proteger o 
contribuinte de eventuais surpresas previstas em alterações tributárias ocorridas de 
supetão, ofertando a ele um período de preparo, planejamento e adaptação para as 
novas regras que logo serão acolhidas pelo Sistema Tributário Nacional. 
 Em caráter especial, a EC 42/2003 veio incorporar ao Ordenamento Tributário 
vigente, na alínea “c” do mesmo inciso do artigo constitucional supracitado, a 
Anterioridade Nonagesimal por meio do qual deve ser observado o lapso temporal de 
noventa dias para o início de sua aplicação, no que se refere puramente às 
contribuições sociais do art. 195, § 6º, CF/88, devendo as demais contribuições se 
sujeitarem normalmente ao Princípio da Anterioridade “Anual”. 
Todavia, o Princípio da Anterioridade Anual comporta exceções, cujo rol encontra-se, 
previsto, dentre outros, no art. 150, § 1º, parte inicial, da CF/88, a saber, os impostos 
aduaneiros (II e IE), IPI e IOF, de modo que os referidos gravames, pela sua qualidade 
extrafiscal, podem ter suas alíquotas alteradas por meio de ato do Poder Executivo, 
com eficácia imediata e dentro do próprio exercício financeiro em que se deu a 
modificação, sem qualquer necessidade de espera para sua aplicação. 
O mesmo tratamento excepcional foi estendido aos casos de: 
 I) Imposto Residual da União instituído por força de guerra externa ou de sua 
iminência (Imposto Extraordinário de Guerra - IEG), explicitado no art. 154, II, CF/88; 
II) Empréstimos Compulsórios decorrentes de guerra externa, de sua impediência ou 
calamidade pública (art. 148, I), repisando, entretanto, que tal ressalva não se estende12 
 
 
 
ao caso da citada exação para fins de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional (art. 148, II), sendo imperioso, nesta segunda situação, a 
observância do Princípio da Anterioridade, sob pena de inconstitucionalidade; e 
 III) por força da edição da EC 33/2001, que veio acrescentar o § 4º ao art. 155 da CF, 
as alíquotas de ICMS de tributação monofásica sobre combustíveis e lubrificantes, 
prevista em lei complementar, serão objeto de definição por deliberação dos Estados 
e do DF, podendo ser diminuídas ou mesmo restabelecidas sem a observância do 
Princípio da Anterioridade (tese acolhida pelo STF). 
 A mesma regra se estende ao caso disposto no art. 177, § 4º, também da Constituição 
vigente, vez que a alíquota da CIDE na importação ou comercialização do petróleo e 
de seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível pode também 
ser reduzida ou restabelecida por simples ato do Poder Executivo, sem o requisito 
elencado no art. 150, III, “b”. 
Por outro lado, constituem ressalvas ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal os 
Impostos de Importação e Exportação, o Imposto de Renda, o IOF, o IEG, os 
Empréstimos Compulsórios destinados a combater a Calamidade Pública ou a Guerra 
Externa e as alterações na fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU. 
Por fim, não se pode olvidar que as Medidas Provisórias, a despeito de terem se 
tornado instrumento governamental hábil à instituição e alteração de impostos, 
abraçadas pela Constituição e por decisões do STF, não podem legislar acerca de 
matéria reservada apenas à lei complementar, além do dever de obediência, dada sua 
conversão em lei, ao Princípio da Anterioridade. 
Quais são as exceções ao princípio da anterioridade tributária? 
Na própria Constituição Federal há uma série de tributos que comportam exceções à 
Anterioridade de Exercício ou à Nonagesimal, e alguns como ambas as espécies. São 
exceções ao princípio da anterioridade tributária: 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
Figura -2: Exceções ao princípio da anterioridade 
 
Fonte: https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-anterioridade-tributaria/ 
 
Para exemplificar: no caso do Imposto sobre a Renda (art. 153, III, da 
Constituição Federal), por comportar exceção apenas à anterioridade nonagesimal, 
Anterioridade de Exercício deve ser obedecida. 
Porém, caso seja publicada em 31/12/2020 uma lei que aumente o IR, já no dia 
seguinte (01/01/2021) o fisco poderá exigir os novos moldes. 
O Supremo Tribunal Federal, por meio da ADIN 939, já declarou que o princípio 
da anterioridade tributária é cláusula pétrea, pois consiste em garantia individual do 
contribuinte, confirmando, a Corte Maior, a existência de direitos e garantias de caráter 
individual dispersos no texto constitucional. 
 
https://www.aurum.com.br/blog/principio-da-anterioridade-tributaria/
14 
 
 
 
Princípio constitucional da isonomia 
O Princípio da Isonomia Tributária (também conhecido por Princípio da Igualdade 
Tributária ou Princípio da Proibição dos Privilégios Odiosos), delineado no art. 150, 
inciso II, da CF/88, é uma garantia individual dos cidadãos brasileiros e dos 
estrangeiros aqui residentes, e informa que todos são iguais perante a lei, mas 
explicita a necessidade da instituição de tratamento igual àqueles contribuintes que 
se encontrem em situação idêntica, e desigual aos que estejam em situações 
diversas, na medida da sua desigualdade, não devendo ser consideradas as 
distinções operadas em razão de ocupação profissional, ou função exercida, 
independentemente da denominação jurídica dada aos rendimentos, títulos ou 
direitos. Isso implica dizer que, existindo uma lei “A”, todos os contribuintes devem se 
sujeitar ao seu mandamento, desde que, obviamente, perfeitamente enquadrados na 
hipótese tributária por ela descrita. 
Desse modo, não é possível a alegação de haver pessoas diferentes a ponto de, sob 
tal pretexto, não serem incluídas no comando normativo. 
 Portanto, os aspectos subjetivos (atividades ilícitas; nulidade, anulabilidade ou 
invalidade de ato ou negócio jurídico; incapacidade civil) da pessoa tributada não 
devem ser levados em conta para fins de interpretação de alcance do fato gerador do 
tributo, devendo este ser pautado exclusivamente por aspectos objetivos (“cláusula 
Non Olet”). 
Desse modo, a Isonomia oferece verdadeira proibição de práticas arbitrárias pela 
Administração, obstaculizando ao legislador a adoção de critérios casuísticos e 
opções políticas no tratamento normativo das situações equivalentes, que o levem a 
promover discriminações gratuitas e artificiais. 
A avaliação sobre a possibilidade de uma lei estar divorciada do referido Princípio é 
feita pelo Poder Judiciário, levando-se em conta o aspecto da razoabilidade. A grande 
questão, portanto, reside em conseguir identificar qual é, com exatidão, a 
desigualdade que obriga o tratamento diferenciado entre os contribuintes que não se 
encontrem em situação idêntica. 
 A resposta é que o tratamento diferenciado, pela via de isenções ou de incidência 
tributária menos onerosa, revela-se nas situações que exponham ausência de 
capacidade contributiva (art. 145, § 1º, CF/88) ou que mereçam tratamento fiscal 
compatível com a diferença verificada na questão da expressão econômica, por meio 
15 
 
 
 
técnica de incidência de alíquotas, passíveis de exteriorização pela via da 
seletividade, da progressividade ou da proporcionalidade. Logo, devem ser tratados 
de forma semelhante todos os contribuintes que apresentarem capacidade 
contributiva parelha, e de forma dessemelhante aqueles contribuintes que 
apresentarem riquezas diferentes, que resulta em diversa capacidade contributiva. 
 
 
Princípio da irretroatividade tributária 
O Princípio da Irretroatividade Tributária está previsto no art. 150, inciso III, alínea “a”, 
da CF/88, bem como no art. 144 do CTN, e veda a possibilidade de cobrança de 
tributos relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início de vigência da lei 
que os instituiu ou aumentou. 
 É dizer, a lei a ser aplicada é sempre aquele vigente na época da ocorrência do fato 
gerador. 
A Carta Maior proíbe, portanto, a aplicação de uma lei tributária nova, que criou ou 
que aumentou um gravame, a fato pretérito, limitando seu uso apenas aos fatos 
futuros e subsecutivos, cronologicamente pospostos ao início de vigência da lei, e seu 
alcance não fica restrito tão somente ao aplicador da lei, mas atinge igualmente o 
legislador, ao impedir que sejam instituídas regras para tributar um fato ocorrido no 
passado. 
 Imperioso notar que é permitida, desde que de forma expressa, a legislação referente 
à retroação legal para fins de redução ou dispensa do pagamento de tributos, já que 
se trata de situações benéficas aos contribuintes, com a ressalva, todavia, de que tal 
permissivo não se estende ao aplicador da lei. 
Nessa esteira, não se deve olvidar que também a lei nova que regula formalidades, 
aspectos formais ou procedimentais relativos ao lançamento tributário, diversos da 
criação, alteração ou extinção de direitos materiais, pode retroagir e atingir fatos 
pretéritos (art. 144, § 1°, CTN). 
Da mesma forma, tolera-se a retroação da lei aos fatos pretéritos quando abarcar 
tributos lançados por período determinado ou cujos fatos geradores sejam de natureza 
periódica, como o IPTU, o IPVA e o ITR. Vale lembrar, ainda, que a retroação, de 
acordo com o disposto no art. 106 do CTN, pode ocorrer nos casos de lei interpretativa 
16 
 
 
 
(em qualquer caso) e lei tributária mais benéfica, desde que não seja ato 
definitivamente julgado. 
Princípio da uniformidade geográfica 
O Princípio da Uniformidade Geográfica, também denominado Princípio da 
Uniformidade Tributária, encontra guarida no art. 151, inciso I, c/c art. 19, inciso III, in 
fine, ambos da CF/88, tendo sido inserido no Ordenamento Jurídicocomo ratificador 
do Princípio da Isonomia, vez que seu regramento impõe à União a necessidade de 
instituição de tributos federais de maneira uniforme em todo o território nacional, sem 
embargo da observância do pacto federativo. 
 Vê-se, por este ângulo, que o princípio em comento abrange tributos federais e, 
portanto, diz respeito a todos os impostos de alcance nacional (art. 153, CF/88), quais 
sejam: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos 
Industrializados, Imposto sobre a Renda, Imposto sobre Operações Financeiras, 
Imposto Territorial Rural, Imposto sobre Grandes Fortunas, Imposto Extraordinário de 
Guerra (art. 154, II, CF/88) e Impostos Residuais (art. 154, I, CF/88). 
Dessa forma, temos que o tributo federal deve gozar da mesma alíquota em todo o 
território brasileiro, reforçando o postulado da defesa da identidade das alíquotas. 
Significa dizer, portanto, que um eventual aumento de alíquotas atinge o País em sua 
inteireza, sob pena de se ferir o Princípio Constitucional da Uniformidade Geográfica, 
verdadeiro corolário do Princípio do Federalismo de Equilíbrio, em vigor no Brasil 
como núcleo imodificável, salvo o Poder Constituinte Originário, e também conhecido 
por cláusula pétrea, cujo teor se encontra no art. 60, § 4°, I, da CF/88. 
 Assim, busca-se a paridade entre as entidades que integram a nossa República 
Federativa, vedada a sua hierarquização. 
É dizer, os Estados-membros são parificados, e jamais hierarquizados, de modo que 
o Princípio da Uniformidade Tributária não derroga o Princípio Federativo, mas, ao 
contrário, corrobora-o. 
Entretanto, deve ser lembrada que fica mantida a ressalva prevista no próprio art. 151, 
I, da CF/88, que permite à União a expressa concessão de incentivos regionais, 
destinados a promover benefícios que visem ao equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões de nosso País, com base no fato de que 
situações desuniformes não podem ser tratadas de maneira igualitária. 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
Figura – 3: Diferença entre imunidade e isenção 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/326308/ 
 
A imunidade tributária encerra uma delimitação negativa da competência tributária 
exercida legislativamente pelos entes políticos tributantes, alçadas ao nível 
constitucional e delineadas no art. 150, inciso VI, da Carta Republicana. As 
imunidades, dessa forma, implicam uma dispensa constitucionalmente qualificada de 
pagamento de tributos, e que, por se encontrar fora do campo de incidência da exação 
desde a origem, nem mesmo há se falar no surgimento da relação jurídico tributária. 
https://slideplayer.com.br/slide/326308/
18 
 
 
 
Sua importância é tamanha no contexto do sistema tributário pátrio que o STF 
considera as normas imunitárias verdadeiras cláusulas pétreas, inalcançáveis por 
meio de emendas constitucionais, e, portanto, só passíveis de alteração ou supressão 
mediante a instalação de Poder Constituinte Originário. As imunidades previstas no 
art. 150, inciso VI, da CF/88 são quatro, a saber: 
Imunidade recíproca 
A imunidade recíproca, igualmente conhecida por “imunidade das entidades políticas”, 
ou ainda “imunidade mútua”, está elencada na alínea “a” do inciso VI, do art. 150 da 
Carta Maior, e afasta a possibilidade da instituição de impostos sobre o patrimônio, a 
renda, ou os serviços dos entes intergovernamentais considerados (União, Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios), protegendo-se, assim, o Princípio 
Federativo. 
O STF interpreta de maneira ampla esse dispositivo, o que implica não apenas a 
abrangência das exações incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços (IPTU, 
IR, IPVA, ITR, ITBI, ITCMD, ISS e IGF), mas igualmente a extensão dessa 
benemerência a outros gravames, como impostos aduaneiros, ICMS, IPI e IOF, 
afastando-se quaisquer impostos que possam vir a onerar economicamente a 
entidade política beneficiada. 
E a limitação do alcance dessa regra imunizante prevista na alínea “a” do inciso VI, 
do art. 150, CF/88, não se configura espartana, o que autoriza sua concessão às 
autarquias de regime especial (agências reguladoras e agências executivas), às 
associações públicas – desde que observado o requisito presente no art. 150, § 2°, 
CF, e até certas empresas públicas ou sociedades de economia mista que prestam 
serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, como, por exemplo, 
os Correios e a Infraero. 
Imunidade dos templos religiosos 
 A imunidade para os templos de qualquer culto se encontra delineada na alínea “b”, 
do inciso VI, do art. 150, da CF/88, proibindo a tributação das religiões como um direito 
e garantias fundamental dos seres humanos, o que impede a cobrança de impostos 
sobre os templos, independente da extensão a igreja beneficiada ou da quantidade 
de adeptos. 
19 
 
 
 
 Nessa esteira, vale lembrar as três teorias que definem o conceito de “templo”, a 
saber, a Teoria Clássico-restritiva, que o enxerga como o local da celebração do culto; 
a Teoria Clássico-liberal, que o entende como sendo tudo aquilo que direta ou 
indiretamente viabiliza o culto; e a Teoria Moderna, abraçada pelo STF, que o 
apresenta em sua esfera institucional, como entidade, organização ou associação 
mantenedora do templo religioso, desde que haja o reinvestimento integral do 
montante oriundo das atividades conexas na consecução dos objetivos institucionais 
da Igreja, e que não ocorra prejuízo à livre concorrência. 
 
 Imunidade para partidos políticos, entidades sindicais, instituições de 
educação e entidades de assistência social 
 
 O art. 150, inciso VI, alínea “c”, CF, cuida da imunidade tributária oferecida aos 
partidos políticos, às entidades sindicais de trabalhadores, às instituições 
educacionais e às entidades de assistência social. 
Primeiramente, temos a imunidade tributária dedicada aos partidos políticos, e que 
visa à proteção da liberdade política nacional, estimulando o debate de ideias e de 
posições políticas variadas por meio dos partidos políticos, que servem de instrumento 
de sustentação e autenticidade do regime democrático nacional e do próprio 
liberalismo. Portanto, tal imunidade vem desonerar as entidades políticas e as 
fundações a elas atreladas, da instituição e cobrança de impostos, de modo a 
estimular e colaborar com o pluralismo político de nosso País. 
Vale lembrar que para o gozo da referida imunidade, o partido político deve obter, 
perante o TSE, o seu registro (art. 17, § 2º, CF). 
 Já a imunidade tributária para as entidades sindicais de trabalhadores encerra a tutela 
da liberdade de associação sindical, prevista no art. 8º, CF. 
 Tal exoneração tributária reflete-se tão somente nos casos que envolvam sindicatos 
de trabalhadores empregados, é dizer, as entidades obreiras. 
 Assim sendo, os sindicatos patronais serão tributados normalmente. 
Busca-se, dessa forma, a proteção do lado considerado hipossuficiente da relação 
laboral, o que, no mais, reitera a existência dos direitos sociais delineados no art. 8º 
da CF/88. 
20 
 
 
 
 Vale lembrar que tal benesse atinge não só as associações sindicais estaduais e 
nacionais, mas igualmente as Federações, Confederações e as Centrais Sindicais. 
Por outro prisma, temos a imunidade aplicada às instituições de assistência social 
como ícone da difusão da educação e do ensino, na esteira do que preconizam os 
arts. 205, 208 e 214, da CF/88. A educação, neste caso, é protegida sob o manto 
imunitório em seu sentido mais amplo, ou seja, estimula-se tanto a educação formal 
ou curricular (escolas, universidades, faculdades etc.) como a informal e 
extracurricular (bibliotecas, centros de pesquisa, museus etc.). 
 Finalmente, temos a imunidade tributária aplicada às entidades de assistência social, 
como forma de estímulo à prática da assistência social (arts. 203 e 204da CF) tais 
como a maternidade, a segurança, a saúde, a moradia e o trabalho etc. Note que a 
parte final da alínea “c” do inciso VI do art. 150, CF, elenca a necessidade de 
atendimento dos requisitos legais para a fruição da imunidade tributária, ou seja, trata-
se de uma imunidade não auto aplicável, também denominada imunidade 
condicionada, que terá operatividade mediante lei complementar, nos termos do art. 
14 do CTN. 
Ainda, a entidade não poderá realizar a apropriação particular do lucro, pois o 
superávit deve ser vertido aos próprios fins a que a entidade se dedica. 
 Imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão 
 Esta imunidade visa tutelar a liberdade de expressão, a ampla difusão de cultura e 
utilidade social. 
Esta imunidade de imprensa, ao contrário das demais alíneas do inciso VI do art. 150 
da CF, possui natureza objetiva, por recair sobre determinados fatos, bens ou 
situações determinantes ao bom desenvolvimento de nossa sociedade. 
 Dessa forma, temos esta imunidade se referindo aos chamados impostos reais – 
ICMS, IPI IE e II, devendo os demais gravames incidir normalmente. 
 No que tange aos livros, o elemento teleológico vem prevalecendo sobre o conteúdo 
difundido, o que resulta no estímulo à plena liberdade de expressão, independente do 
suporte físico em que transita o conhecimento em si (papel, plástico, celuloide), ou 
mesmo de sua forma de transmissão (caracteres alfabéticos, signos, Braille, impulsos 
magnéticos), o que vem sendo, paulatinamente, abraçado pela jurisprudência, ainda 
21 
 
 
 
que parte minoritária da doutrina ainda resista à necessidade de seu suporte físico em 
papel. 
 Para os jornais, a imunidade é absoluta, abarcando inclusive as propagandas, como 
já decidiu de forma reiterada o STF, desde que venham impressas no corpo do jornal 
ou periódico. 
Com referência aos periódicos, o legislador não fez distinção aos variados tipos de 
revista que o termo engloba, nem mesmo nos casos que contenham pouco conteúdo 
intelectual, material pornográfico, álbum de figurinhas, entre outros. Por fim, o papel, 
ainda que relacionado como único insumo deste tipo de imunidade tributária, não 
restam dúvidas de que o alcance do instituto bem poderia abraçar as máquinas, tinta, 
e outros bens utilizados na fabricação dos jornais, livros e periódicos, ao contrário da 
interpretação restritiva que tem sido acobertada pelo STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
TRIBUTO 
Figura – 4: Conceito de tributo 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/5644784/ 
 
Estabelece o art. 3° do CTN que tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” 
(BRASIL, 1966). Ou seja, temos que o gravame sempre se caracteriza numa 
prestação pecuniária, compulsória, legalmente instituída, diversa de multa e cobrada 
por meio do lançamento tributário. 
 Detalhando a definição prevista no art. 3° do CTN, temos: 
Prestação pecuniária: 
 Significa que o tributo nada mais é do que a obrigação que tem o contribuinte de 
carrear recursos financeiros (dinheiro) ao Estado, para que este cumpra as suas 
finalidades essenciais. 
 A expressão “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” aponta meramente 
para a vedação da satisfação do pagamento do tributo por meio de bens (in natura) 
ou trabalho e serviços (in labore). 
 O pagamento pode ainda ser feito nos termos dos incisos do art. 162 do CTN, ou por 
Dação em Pagamento, válida apenas para bens imóveis, e que ainda carece de 
regulamentação. 
https://slideplayer.com.br/slide/5644784/
23 
 
 
 
Prestação compulsória: 
Encerra a imposição unilateral do Fisco, baseada na lei, com relação ao contribuinte, 
na cobrança dos tributos, independente da vontade do sujeito passivo da relação 
jurídica tributária. 
Prestação diversa de multa: 
 O tributo não é multa, nem multa é um tributo. 
Multa trata-se de uma penalidade resultante do descumprimento da obrigação 
tributária, detendo evidente caráter punitivo ou sancionatório. 
 E o pagamento da multa não significa o pagamento do tributo. 
 Prestação instituída por lei: 
O tributo sempre é instituído por lei (ou medida provisória, no caso de alguns impostos, 
cuja criação ou modificação não dependam de lei complementar), nascido com a 
ocorrência do fato gerador, e sendo absolutamente irrelevante a vontade das partes. 
Prestação cobrada por lançamento: 
O art. 142 dispõe acerca do lançamento, com verdadeira atividade administrativa 
documental e escrita de quantificação do crédito tributário e qualificação do devedor 
do tributo, plenamente vinculada à letra da lei e sendo vedada qualquer forma de 
discricionariedade na sua apuração. 
Sendo assim, da lei emanam não só o caráter pecuniário do tributo, mas também seu 
timbre de compulsoriedade e a feição documental que deve permear o ato 
administrativo do lançamento que, vale lembrar, não é auto executável, podendo o 
contribuinte, se quiser, discutir administrativa ou judicialmente o pagamento da 
exação. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 
 
A classificação dos tributos é um tema fundamental no direito tributário, pois permite 
a compreensão das diferentes formas em que os impostos, taxas e contribuições são 
instituídos e arrecadados pelo Estado. Segundo a doutrina de diversos autores, essa 
classificação é importante para que se possa definir as bases jurídicas e os critérios 
para a cobrança dos tributos e para a distribuição das competências tributárias entre 
as diferentes esferas de governo. 
Figura – 6: Espécies de tributos 
 
FONTE: HTTPS://SLIDEPLAYER.COM.BR/SLIDE/5644784/ 
De acordo com Sacha Calmon Navarro Coelho e Misabel Abreu Machado Derzi 
(2015), a classificação dos tributos no Brasil é feita com base em critérios 
constitucionais, que estabelecem a competência de cada ente federativo para instituir 
e arrecadar os tributos. Essa competência é distribuída entre a União, os estados, o 
Distrito Federal e os municípios, de acordo com o art. 145 da Constituição Federal de 
1988. 
 
Outros autores, como Ricardo Lobo Torres (2016), destacam a importância da 
classificação dos tributos para a compreensão das regras de arrecadação e 
fiscalização do Estado. Segundo ele, essa classificação é fundamental para a análise 
25 
 
 
 
dos diferentes tipos de tributos, como os impostos diretos e indiretos, as taxas de 
serviço e as contribuições sociais, e para a definição das alíquotas e bases de cálculo 
de cada um deles. 
Figura – 5: Tributos 
 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/5644784/ 
 
Impostos 
Impostos são uma modalidade de tributo cujo fato gerador não traz em seu bojo 
qualquer atividade estatal que justifique a sua cobrança (arts. 145, I, CF/88 e 16, CTN). 
Trata-se, portanto, de uma exação não vinculada e independente, e que quanto à sua 
destinação, não é dirigida a uma área específica, como um fundo, um órgão ou uma 
certa despesa, consoante o Princípio Constitucional da Não Afetação (art. 167, IV, 
CF/88). 
26 
 
 
 
Ao contrário, a receita oriunda de sua arrecadação deve ser aplicada no custeio de 
despesas públicas gerais e universais, tais como a saúde, educação, segurança 
pública, limpeza pública. 
 Imposto sempre se refere a uma atividade meramente do particular. 
 Há um agir ou ter do contribuinte, mas nenhuma ação estatal em contrapartida que o 
justifique, sendo, dessa forma, um tributo sem causa, verdadeiro gravame sem 
quaisquer contraprestações e de caráter unilateral. 
Podem cobrá-los a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 Os impostos se dividem da seguinte maneira: em âmbito federal, temos os impostos 
aduaneiros - de importação (art. 153, I) e de exportação (art.153, II) -, IOF (art. 153, 
V), IPI (art. 153, IV), IR (art. 153, III), ITR (art. 153, VI), Imposto sobre Grandes 
Fortunas (art. 153, VII), Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II), e Imposto 
Residual (art. 154, I). 
 Na esfera estadual, vemos o Imposto sobre Heranças e Doações (ou “causa mortis”, 
art. 155, I), ICMS (art. 155, II) e IPVA (art. 155, III). Por fim, em sede municipal, há o 
IPTU (art. 156, I), o ISS (art. 156, III) e o ITBI (art. 156, II). Vale lembrar que todos os 
impostos estão sujeitos ao Princípio da Legalidade Tributária, devendo, via de regra, 
sempre serem instituídos por meio de lei ordinária, salvo disposição legal contrária, tal 
como a exigência de Lei Complementar para a criação de Imposto de competência 
Residual da União (art. 154, I, CF) e Imposto sobre Grandes Fortunas (art.153, VII). 
Estes afastam sua instituição por medida provisória, ao passo que todos os demais 
impostos, que como já explanado, podem ser criados pela via da lei ordinária, também 
podem á medida provisória estar adstritos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Figura – 7: Impostos 
 
 
 
Fonte: https://www.treasy.com.br/blog/tipos-de-impostos/ 
28 
 
 
 
Taxas 
Taxas (arts. 145, II, CF/88 e 77, CTN) representam uma tributação vinculada a uma 
atividade estatal específica relativa ao contribuinte, podendo tal atividade ser de duas 
naturezas. 
A primeira é aquela que existe em razão do efetivo exercício regular do poder de 
polícia (taxa de polícia, também chamada de taxa de fiscalização - art. 78, CTN), 
limitando e disciplinando direitos e deveres com base no interesse público, regulando 
questões pertinentes à segurança, higiene, ordem etc (exemplos: taxa de alvará, taxa 
de fiscalização de anúncios, entre outras). 
A segunda decorre de um serviço público específico e divisível, efetivamente prestado 
ao contribuinte ou posto à sua disposição, como a água, luz, telefone (art. 79, CTN). 
Daí porque elas têm este caráter contraprestação, bilateral, sinalagmático. 
Podem cobrá-las a União, os Estados, o DF e os Municípios, e sua instituição, 
modificação ou revogação ocorre por meio de lei ordinária. Ressalte-se, por 
importante, que não enseja cobrança de taxa o serviço público universal (geral), 
prestado indistintamente à coletividade, como segurança pública, iluminação pública, 
limpeza pública, dentre outros. 
 A diferença reside em que os serviços específicos denotam aqueles que podem ser 
previamente determinados, destacados em unidades autônomas de fruição, ou seja, 
em áreas delimitadas de atuação, ficando limitados somente a determinadas pessoas. 
Já os serviços divisíveis são quantificáveis, suscetíveis de utilização separadamente 
por seus usuários, de forma individual e mensurável, como a certidão expedida a 
requerimento do interessado, uma conta de luz ou de telefone. 
 Entretanto, para o STF, todo serviço público específico também é considerado, 
necessariamente, divisível. 
 Quanto aos arts. 145, § 2°, CF, e 77, parágrafo único, CTN, lembre-se de que as 
taxas não podem ter base de cálculo própria dos impostos, argumento este 
plenamente sedimentado jurisprudencialmente, inclusive por meio da edição da 
Súmula 595 do STF. 
No caso de impostos, a base de cálculo é o valor do bem ou da renda. 
Em se tratando de taxas, a base de cálculo se expressa no custo do serviço. 
No que se refere à distinção entre taxa e tarifa, vemos que esta é uma espécie do 
gênero preço público, que, rememorando, não é nem jamais deve ser confundida com 
29 
 
 
 
um tributo, por expressar um preço praticado por empresas particulares, prestadoras 
de serviços públicos (concessionárias e permissionárias); ao contrário das taxas, que 
são uma espécie do gênero tributo e inerente à ação estatal. 
Por fim, interessante é abordar a questão das taxas e sua relação com os pedágios, 
já que hodiernamente vê-se a cobrança de pedágio nos moldes do preço público, e 
não de tributo. 
 Pacificando o tema, considere que se a administração da via pública é feita por órgão 
da administração direta, teremos uma verdadeira taxa, enquanto se a via sofre 
exploração por concessionária ou permissionária, é possível se escolher entre o 
pedágio como modalidade de taxa ou de tarifa, dependendo das circunstâncias e da 
forma de sua exigência. 
Contribuições de melhoria 
As contribuições de melhoria são espécies de tributos exigidos para fazer frente ao 
custo de obras públicas decorrente da valorização imobiliária, tendo como limite total 
a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor a cada imóvel 
resultante da obra (art. 81, CTN). 
Dessa forma, vê-se que o princípio norteador da exigência de tal exação se baseia na 
proporcionalidade em que a obra pública beneficia os proprietários dos imóveis por 
ela atingidos e favorecidos, e na referibilidade, sendo sua hipótese de incidência uma 
atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte, tratando-se, no mais, assim 
com no caso das taxas, de um gravame bilateral ou sinalagmático ou 
contraprestacional. 
 No mais, tal gravame também serve de instrumento para afastar o locupletamento 
injustificado dos donos de imóveis beneficiados, devendo estes indenizar o Estado 
por essa vantagem econômica especial, mesmo que contra a sua vontade. 
Então, trata-se de um tributo vinculado, pois há uma atividade estatal específica, que 
gera uma valorização imobiliária, e que enseja o pagamento dessa contribuição. 
 Sua instituição é feita por lei ordinária, e podem cobrá-la todos os entes políticos 
tributantes, desde que atendidos os requisitos elencados no art. 82 do CTN. 
 São exemplos de obras provocadoras da cobrança de tal contribuição o calçamento 
ou asfaltamento de ruas, iluminação pública, obras contra enchente, instalação de 
rede elétrica. 
30 
 
 
 
O pagamento desse tributo, via de regra, dá-se apenas ao término das obras de 
benefício, e a base de cálculo tem como parâmetro o “quantum” de valorização 
experimentada pelo imóvel, isto é, o benefício real ou o “plus” valorativo que a obra 
pública veio a somar ao imóvel existente. 
 Os limites de sua cobrança são o total e o individual, devendo ser aplicados de forma 
conjunta, ou seja, partindo-se do limite individual, e não podendo extrapolar o limite 
global dos gastos com a obra pública, daí o uso do termo “sistema de duplo limite”. 
Contribuições sociais 
As contribuições encontram-se delineadas no art. 149 da CF/88, divididas em 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, de exclusiva competência da União (“caput”); 
contribuições estaduais e municipais, cobradas de seus servidores e em seu 
benefício, relativamente ao regime previdenciário, de competência dos Estados, DF e 
Municípios (§ 1°); e contribuições municipais, para o custeio do serviço de iluminação 
pública, de competência dos Municípios (art. 149-A). 
 Trata-se de uma espécie tributária cujo produto da arrecadação é destinado ao 
financiamento de gastos específicos, como a intervenção do Estado nos âmbitos 
econômico e social, o regime previdenciário de seus servidores e o custeio do serviço 
de iluminação pública. 
As contribuições parafiscais, cujas instituições arrecadam em benefício próprio, em 
função de intervenção do Estado no domínio econômico, no interesse de categorias 
profissionais ou no campo da seguridade social. 
 As contribuições de intervenção no domínio econômico têm caráter ora nitidamente 
fiscalizatório, ora de regulação do seu fluxo produtivo, ora de fomento ao setor 
premiado com tal benemerência, o que faz ressaltar a sua natureza extrafiscal, já que 
se trata de instrumento de planejamento e de correção de distorções e abusos nos 
segmentos descompassados (exemplos: CIDE-Combustível e CIDE-Royalties). 
As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas se dividemem Contribuição anuidade (exemplos: CRM, CRC, OAB) e Contribuição Sindical, 
aplicada aos trabalhadores celetistas integrantes das categorias, sejam eles 
sindicalizados ou não, que devem compulsoriamente pagar tal exação, ao contrário 
31 
 
 
 
da Contribuição Confederativa, que não é tributo e nem compulsória, por ser 
decorrente de contrato, e não de lei. 
Por outro giro, existem as contribuições sociais – terminologia adotada pelo STF, que 
as divide em contribuições sociais gerais, contribuições de seguridade social e outras. 
As contribuições sociais gerais são de competência da União, sujeitam-se 
integralmente ao regime constitucional tributário, obedecem ao princípio da 
anterioridade e são instituídas por lei ordinária, e cujo objetivo é o de custeio da 
atuação estatal no campo social diverso do previsto no art. 195 da CF. 
 São exemplos a contribuição ao salário-educação e a contribuição ao sistema “S”. 
As contribuições para a seguridade social são financiadas por toda a sociedade, de 
forma direta ou indireta. Esta contribuição atende o princípio da anterioridade 
nonagesimal para o início de sua cobrança, e são imunes à sua incidência as 
entidades beneficentes de assistência social e as receitas decorrentes de exportação. 
 Já as outras contribuições sociais são aquelas que podem ser instituídas no plano de 
competência residual da União, nos termos do art. 195, § 4°, e 154, inciso I, ambos 
da CF/88. 
 Criada somente por lei complementar, atendendo-se ao princípio da não-
cumulatividade, e seu fato gerador e sua base de cálculo devem ser diversos daqueles 
utilizados em outras contribuições. 
Finalmente, há que se comentar acerca da COSIP e do SIMPLES. A primeira encerra 
uma contribuição para o serviço de iluminação pública, que acaba por caracterizar 
num tributo “sui generis”, não se confundindo com as demais, previstas no “caput” do 
art. 149 da CF/88. 
 Já o SIMPLES representa um tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para 
as microempresas e as empresas de pequeno porte e envolve os seguintes tributos: 
IRPJ, IPIM PIS/PASEP, COFINS, CSLL e as Contribuições Patronais. 
Já o SUPERSIMPLES abarca gravames federais, estaduais e municipais, a saber 
IRPJ, IPI, ICMS, ISS, PIS/PASEP, COFINS, CSLL e Contribuição da Folha de 
Pagamentos. 
Empréstimos compulsórios 
O empréstimo compulsório veio a se firmar, através dos tempos, como nítido tributo, 
ao contrário da sua natureza de contrato coativo que chegou a viger no passado. 
32 
 
 
 
Trata-se de tributo federal, de competência exclusiva da União e instituído somente 
pela via da Lei Complementar, que detém clara autonomia em relação às demais 
espécies tributárias, notadamente em função do caráter de restituiilidade que o 
reveste. 
Cuida-se de um gravame cuja arrecadação e ingresso de recursos é sempre 
temporária, e vinculada à despesa que o fundamentou. 
São pressupostos autorizativos da cobrança dessa exação os itens elencados nos 
incisos do art. 148 da CF/88, a saber, despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (inciso I); e investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (inciso II). 
Para o primeiro caso, é necessário que venham a se exaurir todos os recursos e 
fundos públicos convencionais, o esgotamento dos cofres estatais, quando então se 
justifica a obtenção de recursos financeiros por meio dessa espécie tributária. 
 Ainda, a cobrança deve ser precedida da verificação de efetiva ocorrência de sérias 
catástrofes naturais, como terremotos, maremotos, secas e incêndios, ou eventos 
socioeconômicos muito severos. 
 E a guerra externa deve ter sido iniciada por país estrangeiro, e não o Brasil, o que 
acarretaria, no mais, a cobrança do imposto extraordinário de guerra, previsto no art. 
154, inciso I, da CF/88. 
Para o segundo caso, trata-se de evidente situação de antecipação de receita, 
devendo tal investimento se refletir ao longo do território pátrio, e jamais somente em 
uma área delimitada. 
Quanto à aplicação ou não do Princípio da Anterioridade Tributária, este não recai nos 
casos elencados no inciso I do art. 148 da CF/88, por se apresentarem emergenciais, 
mas tão somente na situação descrita no inciso II do referido artigo constitucional. 
 Ou seja, enquanto para o inciso I temos uma exceção às anterioridades anual e 
nonagesimal, para o inciso II tais anterioridades devem ser normalmente atendidas. 
 Não se deve, entretanto, os pressupostos autorizadores da instituição e cobrança do 
empréstimo compulsório com seu fato gerador, que, por não ter sido apontado pelo 
legislador constituinte, ficou à mercê da lei complementar a eleição de seu fato 
imponível. 
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 Vale lembrar, ainda, que por sua característica finalística, este gravame não tem sua 
natureza jurídica definida pelo fato gerador, afastando-se, dessa forma, as 
disposições expressas nos incisos I e II do art. 4° do CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA 
 
A relação jurídico tributária pode ser assimilada por meio da “Linha do Tempo” recurso mnemônico 
pedagógico que, por didático, representa com clareza todos os episódios norteadores do evento 
tributacional. 
Figura – 8: Relação jurídica 
 
Fonte: https://www.treasy.com.br/blog/tipos-de-impostos/ 
A hipótese de incidência tributária representa o momento abstrato, previsto em lei, 
hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária. 
 Caracteriza-se pela abstração, que se opõe à concretude fática, definindo-se pela 
escolha, feita pelo legislador, de fatos quaisquer, no mundo fenomênico, propensos a 
ensejar o nascimento do episódio jurídico-tributário. 
 O fato gerador é a materialização da hipótese de incidência, representando o 
momento concreto de realização da hipótese, que se opõe à abstração do paradigma 
legal que o antecede. 
É importante ressaltar que, da perfeita adaptação do fato ao modelo ou paradigma 
(arquétipo) legal, tem-se o fenômeno da subsunção. 
35 
 
 
 
 A partir da subsunção tributária, nasce o liame jurídico obrigacional, que lastreará a 
relação intersubjetiva tributária. 
Ademais, o fato gerador é momento de significativa magnitude na “Linha do Tempo”, 
uma vez que define a natureza jurídica do tributo (taxas, impostos, contribuições de 
melhoria), consoante a dicção do art. 4º, I, do CTN, valendo lembrar que o nome ou 
denominação do tributo são irrelevantes. 
 Entretanto, isso não se aplica às Contribuições Parafiscais e aos Empréstimos 
Compulsórios, que são tributos finalísticos, não definidos pelo fato gerador, mas pela 
finalidade para a qual foram instituídos. Destaque-se que o fato gerador ganha 
significativa importância ao definir a lei a ser aplicada no momento da cobrança do 
tributo, em abono ao Princípio Constitucional da Irretroatividade Tributária (Art. 150, 
III, “a”, da CF). 
 A hipótese de incidência e o fato gerador podem ser divididos em cinco aspectos, que 
são: 
Pessoal – sujeito ativo (direto ou indireto) e sujeito passivo (direto ou indireto). 
Temporal – momento da ocorrência do fato gerador. 
Espacial – Lugar de ocorrência do fato gerador. 
Material – Descrição do núcleo da hipótese de incidência. 
Quantificativo – Base de cálculo e alíquota. 
 
Então, retomando, temos a hipótese de incidência tributária, de natureza abstrata, e 
que ao ser verificada de forma concreta, dá ensejo à ocorrência do fato gerador, que 
por sua vez acarreta o surgimento da obrigação tributária. 
A obrigação tributária (art. 113 do CTN) se divide em principal, quando se refere ao 
pagamento de um tributo, de cunho pecuniário (art. 113, § 1°), ou seja, a entrega de 
determinado montante em dinheiro; e acessória, quando se refere a prestações 
positivas ou negativas (ou seja, um ato de fazer, tolerar ou deixar de fazer), de cunhonão pecuniário, previstas na legislação tributária no interesse da fiscalização ou 
arrecadação de tributos, é dizer, a realização de certos deveres instrumentais ou 
formais previstos em lei (art. 113, § 2°). 
O parágrafo terceiro do art. 113 do CTN reza que o descumprimento de uma obrigação 
acessória faz nascer uma obrigação principal com relação à multa. 
36 
 
 
 
 Significa dizer que tal multa será exigida como se fosse um tributo, com todas as 
garantias e privilégios inerentes a ele. 
Em Direito Tributário, a obrigação acessória não segue a principal! Logo, a obrigação 
tributária se divide em principal e acessória e, dessa forma seu fato gerador pode ser 
a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114, 
CTN), no primeiro caso, ou qualquer situação que, definida legalmente, impõe a 
prática ou a abstenção da prática de um ato diverso da obrigação principal (art. 115, 
CTN), no segundo caso. 
Já o art. 116 do mesmo Diploma encerra que, salvo disposição de lei em contrário, 
considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem 
as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que 
normalmente lhe são próprios; 
 II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja 
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Por sua vez, o art. 
117 define que, para efeitos do inciso II do art. 116, exceto em caso de 
existência de lei expressa que aponte de forma diversa, os atos ou negócios 
jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados.(BRASIL, 1966) 
 
 
Finalmente, o art. 118 dispõe que são irrelevantes, para a ocorrência do fato gerador, 
a natureza do objeto dos atos praticados e seus efeitos. Portanto, são passíveis de 
sofrer tributação tanto os atos nulos como os atos ilícitos, em nítida prevalência do 
princípio da interpretação objetiva do fato gerador do tributo. 
 Voltando aos elementos que compõem os polos da relação jurídico-tributária, temos 
o sujeito passivo (arts. 121 a 123 do CTN - aquele obrigado a pagar o tributo e/ou 
penalidade, podendo ser o próprio contribuinte, quando há uma relação pessoal e 
direta com a situação que constitui o fato gerador, ou o responsável pelo pagamento 
definido em lei, art. 128 do CTN), o sujeito ativo (arts. 119 e 120 do CTN - pessoa 
jurídica de Direito Público titular do direito de receber tal tributo e/ou penalidade, ou 
entidade com capacidade tributária definida em lei). 
 O art. 126 do CTN define que a capacidade para figurar no pólo passivo da obrigação 
tributária independe da capacidade civil. Assim, tanto o incapaz como a sociedade de 
fato podem ser sujeitos passivos de uma obrigação tributária. E quanto ao local do 
cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo, o art. 127 registra que o 
domicílio é o lugar de exercício dos direitos e cumprimento das obrigações. No âmbito 
37 
 
 
 
tributário, local onde o sujeito passivo é chamado para cumprir seus deveres 
tributários. 
Como regra geral, temos o domicílio de eleição, e na sua ausência, aplicam-se os 
incisos do art. 127. Se estes forem incabíveis, aplica-se o § 1º, que também será 
aplicado diante da recusa fundada pela Administração ao domicílio de eleição 
apontado pelo sujeito passivo da relação jurídico-tributária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
Via de regra, o tributo deve ser cobrado do sujeito que realiza o fato gerador, o 
denominado sujeito passivo direto (contribuinte – arts. 121 e seguintes do CTN). 
Entretanto, existem casos em que a cobrança se desloca, por determinação legal, 
para terceira pessoa, chamada de sujeito passivo indireto, nos termos do art. 128 do 
CTN. 
Tal responsabilidade pode ser por substituição, em que terceira pessoa designada por 
lei ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador, ou por 
transferência, situação em que a ocorrência de um fato posteriormente à realização 
do fato gerador implica a transferência da condição de sujeito passivo a um terceiro, 
por determinação legal, podendo ou não permanecer a responsabilidade do 
contribuinte em caráter supletivo. 
Ainda, vale repisar que, quanto ao ICMS, a doutrina aponta duas espécies de 
substituição tributária, a saber, “para trás”, em que há o adiamento do recolhimento 
do tributo para um momento posterior à ocorrência do fato gerador, e “para frente”, 
por meio do qual ocorre a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador 
somente se dará em momento posterior. 
Por outro lado, existe o responsável tributário (arts. 128 e seguintes do CTN), pessoa 
que, a despeito de não se revestir na condição de contribuinte, é legalmente obrigada 
a pagar o tributo, com vistas a facilitar a fiscalização e a arrecadação dos gravames 
pelo Poder Público, em verdadeiro caso de responsabilidade derivada (art. 121, 
parágrafo único, inciso I, CTN). Há que se falar, ainda, na responsabilidade dos 
sucessores, seja por morte ou por venda de bem imóvel ou de estabelecimento 
comercial, nos termos dos arts. 130 a 133 do CTN. 
 E não nos olvidemos do art. 134 do mesmo Diploma, que cuida, em seus incisos, da 
responsabilidade solidária, que não é de natureza plena, mas meramente de caráter 
subsidiário. 
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 Finalmente, o art. 135 indica a responsabilidade pessoal de terceiros, nos casos 
elencados nos incisos, enquanto o art. 136 nos relembra de que, salvo disposição 
expressa de lei em sentido contrário, a responsabilidade por infrações da legislação 
tributária não depende da intenção do agente que a pratica ou mesmo do responsável 
e da sua efetividade, natureza e extensão de seus efeitos. 
E o art. 138 do CTN, que caracteriza a denúncia espontânea, indica a possibilidade 
de o devedor comparecer voluntariamente e dentro do prazo, à repartição fiscal para 
o fim de noticiar a ocorrência de infrações tributárias não apontadas pelo Fisco e pagar 
tributos em atraso, quando for o caso, o que afasta a incidência da multa moratória e 
da multa punitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Os arts. 139 e seguintes do CTN tratam do lançamento tributário, ato administrativo 
documental vinculado que, uma vez aperfeiçoado, ensejará o momento da cobrança 
do tributo, o momento da exigibilidade da relação jurídico-tributária pelo Fisco. 
 Sendo assim, o crédito tributário é verdadeira obrigação tributária lançada, 
devidamente quantificada e qualificada. 
O lançamento pode ser de ofício, também denominado direto, em que o Fisco dispõe 
de dados suficientes à realização do lançamento sem qualquer auxílio por parte do 
contribuinte. Exemplos: IPVA, IPTU, taxas e contribuição de melhoria. 
 Pode ser, ainda, misto (ou por declaração), ato representado por uma ação conjugada 
entre o Fisco e o contribuinte, e este contribui suprindo lacunas de informação da qual 
aquele não dispõe por meio de declaração prestada. 
 São exemplos os impostos aduaneiros finalmente, temos o lançamento por 
homologação, ou autolançamento, onde o contribuinte auxilia ostensivamente a 
Fazenda, bastando ao Fisco a conferência dos dados prestados e sua homologação. 
Exemplos: ICMS, IR, IPI, dentre outros. 
Para fins de contagem de prazo de decadência, que representa a perda do direito do 
Fisco de lançar a obrigação tributária, deve-se atentar para as disposições expressas 
nos arts. 173 e 150, § 4°, ambos do CTN, podendo ser o marco inicial o primeiro dia 
do exercício seguinte àquele em que o Fisco poderia ter realizado o lançamento (art. 
173, I), ou a data da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°). 
 Nos dois casos deve se somado o prazo de cinco anos, também denominado 
quinquênio, quinquídio ou lustro decadencial,em linhas gerais, seguem adiante duas 
situações práticas possíveis, que servem, de início, para demonstrar a utilização dos 
referidos artigos: 
1ª Situação: casos de lançamento por homologação, COM pagamento do tributo 
Recomenda-se, neste caso, a aplicação exclusiva do art. 150, §§ 1º e 4º, CTN. Trata-
se da hipótese típica e clássica de aplicação do comando. O prazo é de 5 (cinco) anos 
a contar do fato gerador. Assim concebe o STJ1 , na esteira de uma posição 
considerada irrepreensivelmente correta pela doutrina. 
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2ª Situação: casos de lançamento por homologação, SEM pagamento do tributo neste 
caso, em que o lançamento é por homologação, porém não se tem antecipação de 
pagamento, destacam-se duas soluções propostas. 
 a) Aplicação exclusiva do art. 173, I, CTN: sem pagamento, não há o que homologar, 
pois falta objeto ao lançamento por homologação. Sendo assim, diz-se que a 
constituição do crédito deve observar o art. 173, I, do CTN. 
 b) Aplicação cumulativa dos artigos 150, § 4º e 173, I, ambos do CTN: o dies a quo 
do prazo do art. 173 é o primeiro dia do exercício seguinte ao do dies ad quem do 
prazo do art. 150, § 4º, CTN. 
 
Resumidamente, na trilha do STJ, diz-se que, para os lançamentos por homologação, 
será utilizado o art. 150, § 4º, CTN, nos casos típicos de antecipação de pagamento, 
e o art. 173, I, CTN, nos casos de ausência de antecipação, ressaltando que se 
defende, neste último caso – hoje, com menor força – a aplicação cumulativa dos 
artigos. Não é demasiado relembrar que o art. 150, § 4º do CTN deverá ser ressalvado, 
nos seguintes casos: 
a) se a lei não fixar outro prazo para a homologação, o que só poderá fazê-lo 
pra menos: o prazo só será de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador, se a 
lei não fixar outro para a homologação. 
 b) se houver prova da ocorrência de dolo, fraude ou simulação: neste caso, 
avoca-se a aplicação do art. 173, I, CTN. Ainda, nos termos do art. 173, inciso 
II, o Fisco pode relançar, no prazo de cinco anos um lançamento dotado de 
vício formal e que foi objeto de impugnação pelo contribuinte, contados da 
data do seu trânsito em julgado. (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 
Recurso Especial) 
 
Quanto à prescrição (art. 174 do CTN), trata-se do prazo de cinco anos dentro do qual 
o Fisco deve agir, executando um crédito tributário regularmente inscrito, sob pena de 
perda deste direito. 
Esse prazo deve ser contado tendo como início ou da data da notificação do 
lançamento, caso não se verifique protocolização de impugnação administrativa do 
lançamento, ou da data da notificação da decisão administrativa final, mantendo 
integral ou parcialmente o tributo exigido. 
E a prescrição pode sofrer interrupção nos casos delineados nos incisos do art. 174 
do CTN. 
 
 
 
 
 
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DÍVIDA ATIVA 
 
A inscrição do crédito tributário em dívida ativa ocorre em razão do inadimplemento 
da obrigação tributária, nascida com o fato gerador. 
O crédito tributário não suspenso, não excluído e não extinto será inscrito na dívida 
ativa, passando então a ser exequível. Então, surge a Ação de Execução Fiscal (Lei 
n° 6.830/1980). 
Após a garantia do juízo, o contribuinte poderá opor Embargos à Execução Fiscal, 
buscando extingui-la. A inscrição deve observar os ditames previstos no art. 202 do 
CTN. Caso haja erro ou omissão de um deles, gera a nulidade da inscrição e do 
processo de cobrança (art. 203). 
Nas palavras de Eduardo Sabbag: 
a dívida ativa é o crédito tributário inscrito, conforme a fórmula a seguir: 
DA = CT + INSCRIÇÃO 
Uma vez inscrito o crédito tributário na dívida ativa, estará aberto o caminho 
para a execução 
fiscal, que é realizada conforme a Lei 6.830/1980. 
O contribuinte responderá à execução, após o fornecimento de garantia ao 
juízo, valendo-se dos 
“embargos à execução”, com o intento de fulminar a cobrança executiva. 
O termo de inscrição na dívida ativa é o documento que permite à Fazenda 
Pública dar início à 
execução, por meio do ajuizamento da ação de cobrança. Modernamente, a 
inscrição propriamente 
dita é realizada em meio eletrônico, e não mais em livros, como o parágrafo 
único do art. 202 faz 
referência. 
O termo de inscrição dá origem à CDA (Certidão de Dívida Ativa), que 
consiste em título 
executivo extrajudicial, o qual servirá de lastro da ação judicial de execução 
fiscal. (Código Tributário Nacional Comentado / Eduardo Sabbag. – 2. ed. 
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.) 
 
 
Por sua vez, o nome dos responsáveis não é indispensável, já que existe a 
possibilidade dessa responsabilização ser feita em momento ulterior. Frise-se que, a 
imprecisão no nome do executado torna-se irrelevante, quando há elementos precisos 
de sua identificação constantes da petição inicial para sua certeira individualização. 
Assim diz o art 202 do CTN: 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade 
43 
 
 
 
competente, indicará obrigatoriamente: 
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, 
sempre 
que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; 
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III – a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a 
disposição da 
lei em que seja fundado; 
IV – a data em que foi inscrita; 
V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o 
crédito. 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a 
indicação 
do livro e da folha da inscrição. (BRASIL,1966) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CERTIDÕES NEGATIVAS 
 
As certidões negativas encerram a satisfação das necessidades do dia a dia do 
cidadão comum, de documento que traduza quitação fiscal, permitindo sua 
participação em licitações, obter empréstimos e financiamentos e, fundamentalmente, 
manter-se quite com a Fazenda (arts. 205 a 208, CTN). 
 Se o contribuinte for alvo de um lançamento tributário e não concordar com a 
exigência, poderá suspendê-la por qualquer um dos métodos previstos no art. 
 151 do CTN e, necessitando de certidão negativa enquanto perdurar tal suspensão, 
a Administração emitirá uma certidão de regularização, ou certidão positiva com 
efeitos de negativa, hábil a produzir os mesmos efeitos da certidão negativa, uma vez 
que o requerente não está irregular perante o Fisco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário pode se dar pela via administrativa. 
As reclamações e os recursos administrativos representam, em geral, o primeiro 
passo antes da via judicial, trazendo a vantagem de não imporem ao litigante a 
incidência das custas judiciais. Como é sabido, enquanto perdurar a lide no âmbito 
administrativo, a exigibilidade do crédito tributário permanecerá suspensa, e o 
contribuinte poderá obter uma certidão positiva com efeito de certidão negativa, 
conforme o art. 206 do CTN. 
O art. 151 do CTN traz a luz as hipóteses que dão causa a suspensão, vejamos 
detalhadamente seus incisos. 
“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
 Moratória. 
A moratória é a dilatação legal do prazo de pagamento e é regulada pelo CTN em 
seus arts. 152 a 155, diferentemente do que ocorre com as demais causas 
suspensivas, cujo tratamento é inexistente. Até a LC 104/2001, que introduziu o 
parcelamento como causa de suspensão do crédito tributário, a moratória acabava 
sendo a forma mais comum de parcelamento do crédito tributário. A moratória é 
concedida por meio de lei ordinária, permitindo ao sujeito passivo que pague em cota 
única o tributo, porém com vencimento prorrogado. 
O depósito do seu montante integral. 
O depósito integral é um direito do contribuinte, que o utiliza visando à suspensão

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