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SANTO ANDRÉ 
2021 
MARLON CARDOZO BASTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PERÍCIA NO AMBITO DA ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
MARLON CARDOZO BASTOS 
 
 
 
 
A PERÍCIA NO AMBITO DA ENGENHARIA CIVIL 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Instituição 
Anhanguera 
Orientador: Rafael Marochi 
 
 
 
 
 
 
Santo André 
2021 
 
MARLON CARDOZO BASTOS 
 
 
 
 
A PERÍCIA NO AMBITO DA ENGENHARIA CIVIL 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Instituição 
Anhanguera 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Diana Pereira Costa 
 
 
Prof(a). Jardel Vilarino Santos da Silva 
 
 
Prof(a). Mauricio Farani Fenille 
 
 
 São Paulo, 29 de novembro de 2021 
 
BASTOS, Marlon Cardozo. A perícia no âmbito da engenharia civil. 2021. 28 folhas. 
Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenheira Civil – Faculdade 
Anhanguera de Santo André, SP, 2021. 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo descrever os procedimentos que envolvem a 
expertise dentro da engenharia, enfatizando a importância desta para supervisão e 
verificação por profissionais com conhecimento técnico e legislativo se os projetos 
construídos estão de acordo com os processos evidenciados. O objetivo geral é 
destacar as principais características da expertise promovida dentro do ambiente de 
engenharia, bem como objetivos secundários: destacar as informações que devem 
ser observadas pelos especialistas dentro do ambiente produzida pelos engenheiros, 
para avaliar as características do especialista profissionais do ambiente de 
engenharia, descrevem os requisitos a serem avaliados por especialistas no processo 
de verificação dos processos aplicados na construção. Buscando fundamentar o 
conteúdo apresentado, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, evidenciando os 
principais conceitos, análises e observações sobre o tema destacado ao longo dela. 
 
Palavra-chave: Expertise, Engenharia, Informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BASTOS, Marlon Cardozo. Expertise in the field of civil engineering. 2021. 28 
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Engenheira Civil – Faculdade 
Anhanguera de Santo André, SP, 2021. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present work aims to describe the procedures that involve the expertise within the 
engineering, emphasizing the importance of this for supervision and verification by 
professionals with technical and legislative knowledge if the projects built are in 
accordance with the evidenced processes. The general objective is to highlight the 
main characteristics of the expertise promoted within the engineering environment, as 
well as secondary objectives: to highlight the information that must be observed by the 
experts within the environment produced by the engineers, to evaluate the 
characteristics of the expert professionals within the engineering environment, 
describe the requirements to be assessed by experts in the process of checking the 
processes applied in construction. Seeking to substantiate the content presented, a 
bibliographical research was carried out, showing the main concepts, analyzes and 
observations on the theme highlighted throughout it. 
 
Keyword: Expertise, Engineering, Information. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 
2 A PERÍCIA NA ENGENHARIA ................................................................................ 9 
3 AS CARACTERÍSTICAS DOS PROFISSIONAIS PERITOS DENTRO DO 
AMBIENTE DE ENGENHARIA ................................................................................ 14 
4 OS REQUISITOS A SEREM AVALIADOS POR PARTE DOS PERITOS NO 
PROCESSO DE VERIFICAÇÃO DOS PROCESSOS APLICADOS NA 
CONSTRUÇÃO ......................................................................................................... 18 
4.1 A CRÍTICA DAS NORMAS DA ABNT, DE APLICAÇÃO NAS PERÍCIAS JUDICIAIS 
E EXTRAJUDICIAIS ...................................................................................................................21 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25 
 
 
7 
1 INTRODUÇÃO 
 
As práticas desenvolvidas pela engenharia se tornaram primordiais para o 
desenvolvimento de uma sociedade, por isso promover as mesmas de forma segura 
e eficiente vem se tornando cada vez mais necessário por parte dos profissionais e 
empresas de engenharia. Devido a alguns problemas que foram surgindo referente a 
estruturação dos empreendimentos construídos, foi desenvolvido um procedimento 
capaz de auxiliar na verificação se os estabelecimentos estão de acordo com as 
legislações ou regulamentações referentes as atividades de engenharia. 
A perícia dentro da área de engenharia busca comprovar se as 
regulamentações de segurança foram devidamente aplicadas no processo de 
construção, assim como evidenciar os processos que precisam ser alinhados para 
que os empreendimentos construídos alcancem o sucesso esperado e promovam a 
segurança dos usuários. Os profissionais peritos devem ser encaminhados ao 
ambiente construído a fim de avaliar os pontos que ainda apresentam necessidade de 
serem ajustados para atender todos os requisitos da legislação de construção. 
Ressaltando por meio de relatório o prazo para que os profissionais realizem os 
ajustes precisos e em observação as normas de segurança. 
O tema sob análise demonstra a sua importância tanto para a comunidade 
científica como para a sociedade pelo fato de ser a perícia um exame técnico de 
caráter especializado, fundamental, no âmbito da Engenharia, para a promoção da 
segurança dos usuários de edificações, já que é por meio dela que se encontra meios 
de prevenir possíveis desastres. Sendo assim, a realização dessa pesquisa está 
pautada na relevância acadêmico-científica da qual o mesmo é dotado, considerando-
se a importância de se proporcionar, em edificações, segurança aos usuários. 
As contribuições sociais e acadêmicas que a pesquisa poderá trazer são, pois, 
relativas à pertinência de realização da perícia em projetos de engenharia, por meio 
da apresentação de suas principais características, que apontarão para a sua 
necessidade em se tratando de segurança em edificações. 
A questão que norteará esta pesquisa é: quais são as principais características 
da perícia promovida dentro do ambiente engenharia? 
O objetivo geral foi destacar as principais características da perícia promovida 
dentro do ambiente engenharia. Os objetivos específicos foram: Ressaltar as 
informações que devem ser observadas por parte dos peritos dentro do ambiente 
8 
 
produzido pelos engenheiros; avaliar as características dos profissionais peritos 
dentro do ambiente de engenharia; descrever os requisitos a serem avaliados por 
parte dos peritos no processo de verificação dos processos aplicados na construção. 
De modo a explicitar os conceitos relacionados com a temática, foi efetuado um 
levantamento teórico, recorrendo à pesquisa bibliográfica em livros, artigos e outras 
pesquisas científicas de acesso físico ou virtual que versarem sobre o tema estudado, 
nos últimos 20 (vinte) anos. Para viabilizar a realização das pesquisas e buscas de 
fontes, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: perícia, engenharia diagnóstica, 
engenheiro perito. A pesquisa foi realizada no Google Scholar e os principais autores 
que serão abordados são: Imamura (2016); Maia Neto (2016); Sousa; Grande (2010).
9 
2 A PERÍCIA NA ENGENHARIA 
 
No desenvolvimento da engenharia existe um procedimento aplicado para 
conceder uma maior segurança aos usuários do que foi construído consiste na perícia,meio pelo é verificado se as construções desenvolvidas estão obedecendo ou 
cumprindo todos os requisitos necessários para que o empreendimento possa ser 
utilizado. Em geral, são destacados profissionais com amplo conhecimento tanto 
técnico como prático, para observar e avaliar as condições apresentadas pelos pelas 
obras de engenharia realizadas. 
A perícia aplicada dentro do processo de engenharia consiste em identificar se 
existem condições de uso por parte do empreendimento realizado ou precisam ser 
promovidos ajustes para que sejam concedidas todas as medidas de segurança 
necessárias para os usuários do mesmo. Na visão de Maia Neto (2016) os 
procedimentos periciais devem promover uma análise tanto técnica como prática dos 
empreendimentos realizados por parte da engenharia, observando de forma 
minuciosa todas as instalações e componentes apresentados. Concedendo assim 
uma maior segurança aos usuários. 
Uma das principais dificuldades apresentadas pelos novos profissionais se 
refere as atividades que deverão ser realizadas e o valor salarial. De acordo com 
Imamura (2016) com o desenvolvimento de inovações técnicas e legislativas, os 
profissionais que provem suas rotinas dentro da esfera pericial passaram a ser muito 
cobrados ou exigidos quanto aos pontos a serem observados dentro de um 
empreendimento. Na visão do mesmo os profissionais devem avaliar bem mais que a 
parte técnica mais compreender quais requisitos legislativos devem estar sendo 
aplicados dentro das rotinas dos empreendimentos que envolvem a engenharia, 
concedendo principalmente a segurança das pessoas envolvidas em suas atividades, 
algo que ao longo do tempo vem sendo devidamente fiscalizado e observado por parte 
dos órgãos fiscalizadores. 
Segundo Kempner (2013), devido ao não conhecimento técnico, especifico e 
muitas vezes da parte legislativa por parte dos profissionais, ocorre uma grande 
dificuldade na aplicação jurídica ou judiciária, quanto a decisão a ser imposta as 
empresas ou estabelecimentos que trabalham com atividades de construção. Muitas 
vezes informações, fatos e dados sem fundamentação e sem com probabilidade, são 
levados aos autos e podem propiciar equívocos na tomada de decisões. É nesse 
10 
 
momento que surge a necessidade e caracteriza-se a importância de um perito 
judicial, que busca elucidar, de forma simples e objetiva, os fatos, as informações e 
tornar claras e compreensíveis questões técnicas que são de suma importância para 
a tomada de decisão do Juiz. 
Nas palavras de Bigolin e Pacheco (2014), a percepção antiga acerca do 
ambiente construído tem se tornado menos aplicado nas rotinas atualmente, uma vez 
que ocorreu uma evolução tanto das técnicas como das práticas promovidas dentro 
desses empreendimentos. Estas questões se mostram como itens importantes e 
capazes de influenciar a qualidade de vida dos usuários das edificações. Essas devem 
ser devidamente avaliadas e mensuradas por parte dos profissionais fiscalizadores, 
apontando quais os ajustes ou consertos a serem aplicados dentro das rotinas de 
construção para que se tenha o êxito esperado tanto por parte dos construtores como 
por parte dos usuários desse empreendimento. 
 Neves e Branco (2009) ressaltam ao longo de seus estudos, que a inspeção 
predial se refere a um método desenvolvido a fim de avaliar se todos os pontos 
desenvolvidos nos empreendimentos imobiliários estão de acordo com as normas de 
segurança e as legislações que tratam do desenvolvimento de estruturas da 
construção dentro do território nacional. 
 Conforme Oliveira Filho (2017), a inspeção predial é realizada para verificar a 
capacidade funcional de uma construção, através da observação do desempenho da 
estrutura, da sua vida útil, da segurança, do estado de conservação, manutenção e 
desempenho, sendo um conjunto de exames visuais que devem ser realizados por 
um profissional habilitado e capacitado para tal tarefa. 
Portanto, a análise predial é uma ferramenta considerada importante para 
identificar anomalias nos edifícios e classificá-las através de um laudo técnico. No 
laudo, são descritas as causas e soluções para cada contradição encontrada, seguida 
de fotos especificando o local onde se encontra. As recomendações e soluções 
apresentadas no plano de manutenção precisam ser descritas de forma prática, de 
modo que o gestor ou proprietário consiga compreendê-las sem nenhuma dificuldade. 
(RODRIGUES, 2018) 
Mota (2018) apresenta que a avaliação realizada deve pôr em pauta o conceito 
de qualidade total e as condições de conformidade que a edificação apresenta 
11 
 
(técnicas, de uso, de manutenção). Em outro ponto, ao se realizar essa avaliação, a 
inspeção predial deve classificar as não conformidades que são encontradas. Tais 
não conformidades possuem denominações técnicas diferentes como, por exemplo, 
anomalia construtiva proveniente de problemas da própria construção, anomalia 
funcional referente aos problemas de uso e falha a partir da não conformidade de 
manutenção. A visão sistêmica tridimensional é o foco da avaliação nestas três 
vertentes: técnica, funcional e manutenção. 
Em outros países, como é o caso do Canadá e dos Estados Unidos, a 
supervisão das atividades predial é uma prática considerada comum, uma vez que, 
manter o patrimônio em boas condições de uso é um costume. Além disso, os laudos 
técnicos fornecidos são utilizados como ferramenta para avaliação imobiliária, assim, 
as ações de compra e venda são acompanhadas da realização de uma inspeção, para 
avaliar as reais condições dos imóveis. (FONTENELE, 2017) 
 Ribeiro (2015) apresenta que para fins de padronizar a inspeção predial, no ano 
de 2001, o IBAPE/SP lançou a primeira norma técnica acerca do tema, 
proporcionando ao profissional responsável pela elaboração do serviço, um balizador 
das atividades a serem executadas. A partir do seu lançamento, esta norma vem 
passando por diversas atualizações, sendo a última delas, realizada no ano de 2017. 
 O primeiro município brasileiro a apresentar uma lei que visava a realização de 
inspeções prediais foi Belo Horizonte, com a Lei Municipal nº 4.695, de 1987, que 
institui a obrigatoriedade de laudo técnico descrevendo sobre as condições de 
segurança de prédios comerciais acima de 10 (dez) pavimentos, supermercados, 
cinemas, loja de departamentos com área superior a 1000 m², hotéis, motéis e 
grandes depósitos. (LIMA, 2008) 
 Segundo a ABNT (2012), a averiguação predial é a avaliação do estado da 
edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de 
manutenção. A supervisão predial busca avaliar as condições da estrutura e seus 
sistemas para garantir as exigências mínimas de segurança, saúde, conforto, 
economia e adequação ao uso para os usuários do edifício. Esta deverá ser realizada 
por profissionais capacitados e seguir as recomendações técnicas das normas 
vigentes do IBAPE e da ABNT, bem como as exigências das leis municipais. 
12 
 
 A análise predial é uma atividade que possui métodos próprios, estabelecidos 
na Norma de Inspeção Predial Nacional do IBAPE. Conforme prescrito pela norma, 
essa atividade classifica as deficiências constatadas na edificação com visão 
sistêmica, aponta o grau de risco observado para cada uma delas e gera uma lista de 
prioridades técnicas com orientações ou recomendações para a sua correção. 
(LOPES; SOARES, 2017) 
Souza (2017) expõe que a inspeção predial é fundamental para que se evita a 
deterioração precoce da edificação e consequentes acidentes, ou dispendiosas 
manutenções corretivas após o agravamento dos problemas patológicos. Com a 
correta inspeção, associada à correta manutenção predial, mortes e acidentes podem 
ser evitados, assim como, a consequente responsabilidade civil e penal. 
No geral, a inspeção predial é um instrumento que visa garantir a qualidade, o 
conforto e a segurança dos usuários, a partirda apresentação de prognósticos e 
prescrições técnicas para que seja efetuada uma boa gestão de manutenção de 
edificações. As conclusões que são expostas em laudos periciais e de inspeção vão 
apontar as anomalias, falhas e patologias construtivas, assim como as intervenções 
de correções, que vem para minimizar os riscos envolvidos. 
A norma insculpida nos parágrafos 1° e 3° do art. 156 do CPC evidencia que 
os peritos devem ser escolhidos entre os profissionais que apresentam cadastro junto 
ao órgão fiscalizador, tem conhecimento técnico e legislativo do que deve ser 
devidamente observado ou avaliado no ambiente de construção. Assim como os 
tribunais devem realizar uma avaliação do mesmo para que seus cadastros sejam 
devidamente atualizados. Outro ponto destacado ao longo do CPC se refere aos 
profissionais de engenharia, como observado no §2° do art. 156, esses devem 
apresentar cadastro junto ao CREA, órgão que realiza a supervisão e 
acompanhamento dos profissionais que estão hábitos a exercer tal função (YEE, 
2016). 
No que diz respeito do fato de o profissional estar devidamente registrado no 
seu órgão de classe, mesmo sendo parte do requisito, na prática não é condição 
necessária e suficiente para o exercício do cargo de perito, pois depende do seu 
conhecimento técnico ou científico. E, em algumas situações, não se limitam apenas 
ao âmbito profissional, mas sim, dentro do escopo de perito, à linguagem técnica do 
13 
 
Direito, que é muito mais ampla. Tais conhecimentos estão associados a priori com 
as suas atribuições profissionais, inerentes a cada título profissional devidamente 
registrado junto ao CREA, estabelecidas pelas Resoluções do Conselho Federal de 
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA. 
Nas palavras de Oliveira (2018), as recomendações técnicas devem informar 
medidas para a restauração ou adequação das anomalias e falhas verificadas na 
edificação em estudo de maneira clara e simplificada, de modo a possibilitar uma fácil 
compreensão por parte do interessado. Recomenda-se que seja efetuado o uso de 
ilustrações, manuais e normas, de modo a facilitar possíveis providências por parte 
do contratante. 
 De acordo com o Instituto de Engenharia (2012), as recomendações técnicas 
para intervenção nas anomalias construtivas devem ser pertinentes ao nível de 
inspeção e ao escopo contratado. O principal objetivo é orientar o planejamento da 
manutenção. Sempre que o edifício estiver em garantia, os serviços que requerem 
assistência técnica pela construtora, ou empresa responsável, devem ser descritos 
quando aplicável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 AS CARACTERÍSTICAS DOS PROFISSIONAIS PERITOS DENTRO DO 
AMBIENTE DE ENGENHARIA 
 
A norma insculpida nos parágrafos 1° e 3° do art. 156 do CPC evidencia que 
os peritos devem ser escolhidos entre os profissionais que apresentam cadastro junto 
ao órgão fiscalizador, tem conhecimento técnico e legislativo do que deve ser 
devidamente observado ou avaliado no ambiente de construção. Assim como os 
tribunais devem realizar uma avaliação do mesmo para que seus cadastros sejam 
devidamente atualizados. Outro ponto destacado ao longo do CPC se refere aos 
profissionais de engenharia, como observado no §2° do art. 156, esses devem 
apresentar cadastro junto ao CREA, órgão que realiza a supervisão e 
acompanhamento dos profissionais que estão hábitos a exercer tal função (YEE, 
2016). 
No que diz respeito do fato de o profissional estar devidamente registrado no 
seu órgão de classe, mesmo sendo parte do requisito, na prática não é condição 
necessária e suficiente para o exercício do cargo de perito, pois depende do seu 
conhecimento técnico ou científico. E, em algumas situações, não se limitam apenas 
ao âmbito profissional, mas sim, dentro do escopo de perito, à linguagem técnica do 
Direito, que é muito mais ampla. Tais conhecimentos estão associados a priori com 
as suas atribuições profissionais, inerentes a cada título profissional devidamente 
registrado junto ao CREA, estabelecidas pelas Resoluções do Conselho Federal de 
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA. 
Cita-se como exemplo, com base na Resolução CONFEA 218/73, os 
profissionais que possuem a atribuição profissional para atuarem em perícias, 
contemplada a habilitação profissional na Atividade 06 – vistoria, perícia, avaliação, 
arbitramento, laudo e parecer técnico, que não significa, necessariamente, que 
tenham o conhecimento técnico necessário para o deslinde da causa, objeto da prova 
pericial. Mesmo porque algumas das atribuições sob características mais largas 
podem envolver segmentações amplas, como é o caso dos engenheiros civis, 
engenheiros agrônomos, entre outros. 
Os profissionais, embora devidamente registrados nos seus órgãos de classe, 
não têm necessariamente conhecimento técnico ou científico, na matéria objeto da 
15 
 
perícia, principalmente na profundidade que a natureza do litígio requer, ou não sabem 
escolher a opção metodológica mais adequada para a perícia em realização (YEE, 
2016). 
Assim sendo, ilustra-se o caso clássico onde todos os profissionais possuidores 
de atribuições para a atividade de perícia, nela encontram incluída a judicial e 
extrajudicial, quando do recebimento do seu respectivo título profissional devidamente 
registrado no seu órgão de classe. Embora tenham a atribuição, permanece a 
ausência do conhecimento da perícia judicial e dos aspectos inerentes, uma vez que 
os conhecimentos técnicos da aplicação em perícias judiciais não necessariamente 
fazem parte das disciplinas de graduação, consistindo em distorção do Código de 
Processo Civil, na operacionalização. E nas graduações das diversas modalidades de 
engenharia que possuem a disciplina de perícias, normalmente são ministradas de 
forma superficial, provavelmente muito aquém das necessidades básicas no âmbito 
do Código de Processo Civil (SOUSA et al, 2010). 
A análise das questões levantadas, habilitação profissional e conhecimento 
técnico, deve ser vista sob óticas diferentes. Do ponto de vista de poder de polícia 
exercido pelo CREA, restringia-se, exclusivamente, até o surgimento da Decisão 
Normativa CONFEA 69, de 23.03.2001, ao âmbito de habilitações profissionais, 
mesmo porque, via de regra, os cursos de pós-graduação (especialização, mestrado, 
doutorado e pós-doutorado) não acrescem atribuições ao profissional, além das já 
existentes na graduação, embora ampliem os conhecimentos. A única exceção ocorre 
com o curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho, 
regulamentada pela Resolução CONFEA 359/91, onde é acrescida a atribuição 
específica, porém os cursos existentes, não possuem nas suas disciplinas, os 
conhecimentos necessários para a elaboração de perícias, como perito e/ou 
assistente técnico (FIKER, 2011). 
Do ponto de vista da operacionalização do Código de Processo Civil, no que 
concerne à nomeação dos peritos, há necessidade de que esses profissionais 
nomeados tenham os conhecimentos técnicos ou científicos compatíveis, que não 
necessariamente são fornecidos nos respectivos cursos de graduação, e, portanto, 
devem ser adquiridos, através dos outros cursos já citados, a fim de que a perícia 
16 
 
realizada alcance o objetivo almejado, com a real eficácia, principalmente na visão da 
interdisciplinaridade (YEE, 2016). 
Conforme a Decisão Normativa CONFEA 69, de 23.03.2001, em relação ao 
profissional que se incumbir de atividades para as quais não possua conhecimento 
técnico suficiente, mesmo tendo legalmente essas atribuições, quando tal fato for 
constatado por meio de perícia feita por pessoa física ou jurídica habilitada, 
devidamente registrada no CREA, caracteriza imperícia conduzindo à autuação 
imediata. 
Entretanto, a imperícia no sentido jurídico, entende-se, a falta de prática ou 
ausência de conhecimento, que se mostram necessários para o exercício deuma 
profissão ou de uma arte qualquer. A imperícia, assim, se releva na ignorância, como 
na inexperiência ou inabilidade acerca da matéria, que deveria ser conhecida, para 
que se leve a bom termo ou se execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi 
confiado por alguém. A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil 
ou criminalmente, pelos danos que sejam calculados por seu erro ou falha (SOUSA et 
al, 2010). 
Portanto, não basta, quando da nomeação de peritos ou assistentes técnicos, 
sejam observados apenas se o profissional é inscrito no CREA, mas devem certificar 
as respectivas atribuições profissionais, as limitações metodológicas, dos perfis 
necessários em conformidade com as particularidades de cada ação entre outras, 
objeto de tópicos subsequentes. 
No que diz respeito de como os profissionais podem comprovar a atualização 
do conhecimento aplicada na perícia dentro do âmbito do seu conselho de classe 
profissional inscrito, pode ser entendido de formas diferentes, com comentários de 
suas distorções. 
Em primeiro lugar como se comprova a especialidade da matéria que deverão 
opinar, se a especialização não aumenta a atribuição além da adquirida na graduação. 
Devemos entender que, a priori, essa especialização (na matéria de perícias) deve 
ser apostilada junto ao Conselho de Classe Profissional, como forma marginal que o 
profissional tenha adquirido mais conhecimento, já que a atribuição foi adquirida pela 
graduação (YEE, 2016). 
17 
 
Em segundo lugar, deve-se conhecer de como são estruturadas as 
especializações na matéria de perícia em nosso País. Até a década de 1970, são raros 
os profissionais que atuavam como peritos judiciais. Com o surgimento dos Institutos 
Brasileiro de Avaliações e Perícias, especialmente do Estado do São Paulo, deram a 
origem de cursos de curta duração em avaliações e perícias direcionadas a 
engenharia civil (YEE, 2016). 
Posteriormente, foram formatados os cursos de Especialização em Perícias e 
Avaliações de Engenharia (lato sensu), que perdura até os dias atuais, ofertadas na 
maioria das Unidades da Federação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
4 OS REQUISITOS A SEREM AVALIADOS POR PARTE DOS PERITOS NO 
PROCESSO DE VERIFICAÇÃO DOS PROCESSOS APLICADOS NA 
CONSTRUÇÃO 
 
Dentro do processo de inspeção existem dois pontos que podem ser 
observados e comprovados durante a inspeção, são eles: anomalias e falhas. Ambos 
são apontados como pontos que não estão de acordo com as normas previstas para 
a segurança do edifício, de uma forma direta ou indireta podem comprometer o 
desempenho estrutural e da segurança do edifício por isso devem ser reparados ou 
reformulados. (IBAPE, 2012) 
Conforme Pujadas (2013), anomalia pode ser conceituada como uma oposição 
ao que está descrito nas normas ou regulamentos, a mesma tem por característica 
uma irregularidade ou lesão e defeito. Quando essa é construtiva, se refere a uma 
deficiência observada no projeto, assim como as atividades ou utilização de materiais 
no processo de construção. Essas anomalias podem ser consideradas pontos a serem 
ajustados ou trabalhados para que o empreendimento imobiliário venha ser 
considerado correto e dentro das normalidades especificas que abordam sobre como 
devem ser apresentados e estruturados. 
Ainda nas palavras da autora supracitada, já falha é incorrer em erro, 
relacionado ao desvio de uma previsão técnica, ou ainda, ligado à interrupção de um 
processo operacional. Com isso, a falha se vincula a problemas decorrentes de 
serviços de manutenção e operação de edificações. De acordo com Fontenele (2017) 
as falhas podem ser classificadas da seguinte forma: 
a) De planejamento: inadequação do plano de manutenção; 
b) De execução: a realização inadequada da manutenção; 
c) Operacionais: não observação dos relatórios de controle, registro e 
demais procedimentos voltados a parte operacional dos empreendimentos. 
d) Gerenciais: não verificação ou aplicação dos procedimentos de 
qualidade necessários, assim como altos custos não apresentados nos relatórios 
devidos. 
Após a classificação das anomalias, o inspetor deve enquadrá-las como sendo 
corrigíveis ou incorrigíveis, visando à adequação do plano de reparos e um 
19 
 
direcionamento destas correções. As anomalias corrigíveis podem ser identificadas 
como pequenos problemas que podem ser corrigidos pela própria equipe de 
manutenção, ou seja, que apresentam um grau de complexidade compatível com o 
conhecimento desta equipe. Já as anomalias consideradas incorrigíveis, são 
problemas que requerem que o serviço seja completamente refeito, incluindo a 
demolição do item danificado e a elaboração de um novo projeto. Para este caso, 
soluções paliativas podem ser propostas, no intuito de evitar o agravamento destes 
danos. (CARVALHO, 2019) 
Nas palavras de Oliveira (2018), as recomendações técnicas devem informar 
medidas para a restauração ou adequação das anomalias e falhas verificadas na 
edificação em estudo de maneira clara e simplificada, de modo a possibilitar uma fácil 
compreensão por parte do interessado. Recomenda-se que seja efetuado o uso de 
ilustrações, manuais e normas, de modo a facilitar possíveis providências por parte 
do contratante. 
De acordo com o Instituto de Engenharia (2016), as recomendações técnicas 
para intervenção nas anomalias construtivas devem ser pertinentes ao nível de 
inspeção e ao escopo contratado. O principal objetivo é orientar o planejamento da 
manutenção. Sempre que o edifício estiver em garantia, os serviços que requerem 
assistência técnica pela construtora, ou empresa responsável, devem ser descritos 
quando aplicável. 
Souza (2017) expõe que para o nível 1 (um) da classificação do IBAPE, não se 
recomenda o detalhamento das soluções, realização de projetos, ou alternativas de 
intervenção, visto que, excedem o escopo deste nível. Já para os níveis dois ou três, 
quando a equipe for multidisciplinar, ou quando o escopo for de diagnóstico 
aprofundado, auditorias, com exames complementares, é recomendado a indicação a 
indicação de normas técnicas e demais documentos técnicos, sendo estes incluídos 
anexos ao laudo. 
Já para Moura (2017), as recomendações técnicas não devem ser efetuadas 
de forma aprofundada. Elas devem ser genéricas e simples, de modo a orientar os 
responsáveis quanto aos serviços que devem ser realizados, uma vez que, os serviços 
de reparo e os projetos técnicos são de responsabilidade dos profissionais e empresas 
contratadas para a realização deles. Além disso, a prescrição técnica não fazer parte 
20 
 
do escopo da inspeção e sim das atividades de consultoria. É importante destacar que 
a finalidade precípua da inspeção é fazer o diagnóstico. 
Algo que deve ser evidenciado ao longo do processo de perícia consiste nos 
pontos observados por parte dos profissionais, a fim de conceder as melhorias ou 
ajustes necessários a serem realizados e o prazo apresentado ao longo das 
legislações de segurança para cumprimento ou apresentação dos demais 
procedimentos ressaltados. 
Dentro das práticas periciais os dados e informações são considerados de 
extrema importância, ambos devem ser mensurados e destacados por parte do perito. 
A esse cabe a responsabilidade de destacar em seus devidos relatórios tudo que foi 
observado e avaliado no momento da visita, assim como destacar quais 
procedimentos relativos à parte legislativa não foram cumpridos por parte dos 
gestores, empresários ou demais personagens administrativos. Na rotina operacional 
de um perito devem ser introduzidas fotos, documentos e demais representações das 
possíveis irregularidades observadas no campo avaliado, proporcionando aos órgãos 
jurídicos uns conhecimentos mais aprofundados do que deve ser penalizado e quais 
aspectos devem ser julgados pelos mesmos. 
Pode-se destacar como requisitos essênciasaqueles que são a base de 
desenvolvimento da análise ou mesmo do perecer emitido pelo perito, eles 
fundamental os principais pontos a serem analisados, supervisionados e destacados 
pelos peritos em suas ações junto aos empreendimentos. Para uma melhor 
fundamentação do que foi observado por parte dos peritos e dos pareceres emitidos 
pelos mesmos, devem ser anexadas fotos, imagens e filmagens sobre o que não se 
encontrava em conformidade com a legislação ou norma dos empreendimentos 
imobiliários (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996). 
Na linguagem corrente, a perícia técnica tem sido entendida como matéria de 
conhecimento de um tipo de profissional, quer perito engenheiro, perito médico, perito 
contador ou de outras modalidades profissionais. 
Entretanto, na prática, tem se verificado, pelo menos no campo das perícias de 
engenharia, em vista de envolvimento de profissionais de modalidades profissionais 
diferentes, com bases de conhecimentos direcionados à área técnica, que não se 
contemplam necessariamente todos os requisitos para a realização da perícia dentro 
21 
 
da especialidade técnica que exige uma determinada perícia, aparentemente 
corriqueira (FIKER, 2011). 
A própria normalização de procedimentos via Associação Brasileira de Normas 
Técnicas – ABNT, para algumas questões de avaliações e de perícia, faz que os 
profissionais das áreas apenas cumpram as regras existentes, como se fossem 
dogmas, o que não corresponde, necessariamente à veracidade dos fatos, muitas 
vezes, cumprindo apenas o papel formal, com prejuízo à aplicação da Justiça. 
 
4.1 A CRÍTICA DAS NORMAS DA ABNT, DE APLICAÇÃO NAS PERÍCIAS JUDICIAIS 
E EXTRAJUDICIAIS 
 
A maioria do contingente de profissionais que atuam em perícias judiciais de 
engenharia é proveniente de áreas de avaliações, e como consequência, utilizam as 
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, aplicáveis, e outras 
direcionadas especificamente às perícias. Entretanto, a essas normas existem 
limitações; nisto consistirá a discussão do presente tópico, a título de reflexão aos 
operadores do direito. 
Serão analisadas três situações distintas, que as normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT não levam em consideração, e, que em muitas 
situações, podem ocorrer de forma concomitante: a) Legitimidade do imóvel avaliado; 
b) Cobertura florestal existente no imóvel; e c) Bens pertencentes a empresa jurídica. 
O estudo da legitimidade do título dominial como um estudo antecedente a 
qualquer aquisição de bens privados, infelizmente, não é procedido para as questões 
públicas, nas perícias judiciais ou extrajudiciais. O que de certa forma demonstra o 
excessivo valor que é atribuído aos conceitos contidos no então art. 859 do Código 
Civil1, que por si só mascara a própria fragilidade. 
Dentro desse meio, existem na prática, alguns mitos que devem ser 
derrubados. Um deles trata do estudo da cadeia dominial, que corresponde à 
 
1 CC/1916, art. 859 – Presume-se pertencer o direito real à pessoa, em cujo nome se inscreveu, ou 
transcreveu. 
22 
 
verificação restrita da cronologia dos títulos dominiais até a sua origem, em termos de 
titularidade, utilizados de forma marginal em Ações de Desapropriação Indireta contra 
o Poder Público ou em algum tipo de Ação de Desapropriação (exemplo: Reforma 
Agrária, de forma não sistemática); porém existem algumas considerações a serem 
ponderadas. 
Em primeiro lugar, registre-se que a experiência tem mostrado, pelo menos em 
termos de Investigação Dominial realizada no Estado do Paraná, para fins de 
segurança patrimonial e em perícias judiciais de Ações de Desapropriação ou 
Indenização com suspeita de títulos dominiais viciados, o agrupamento de 
irregularidades detectadas somente através do estudo da cadeia dominial, o que 
representa, do ponto de vista estatístico, um índice inferior a 10% (dez por cento). 
Outras irregularidades que conduzem à nulidade, encontram-se agrupadas sob outras 
características, demonstrando sua total ineficácia para a finalidade pretendida, 
necessitando da adoção de pesquisas mais aprimoradas (YEE, 2000). 
Em segundo lugar, a Investigação Dominial realizada em imóveis situados em 
outras unidades da Federação, divergente da do Estado do Paraná, confirma que o 
uso tão-somente do estudo da cadeia dominial é suficiente para detectar até 15% 
(quinze por cento) no agrupamento de vícios, não se constituindo em meio eficaz para 
a identificação dos que contaminam os títulos dominiais (YEE, 2000). 
Em terceiro e último lugar, considerando que a maioria dos casos, quando 
aplicado o estudo de cadeia dominial, apenas retroage ao espaço temporal vintenário, 
o que é inadequado, posto que, como o maior prazo de hipoteca pode atingir trinta 
anos, poderão ocorrer situações em que, por circunstâncias adversas, não foram 
transferidos os ônus hipotecários existentes no título dominial original para o seguinte 
há mais de vinte anos e, mesmo que o título dominial vigente encontre-se desonerado 
formalmente, continua hipotecado (YEE, 2000). 
Dentro desse contexto, há necessidade de reflexões mais profundas pelos 
operadores do direito que lidam com processos judiciais que contenham avaliação de 
imóveis, como em Ações de Desapropriação e de Indenização. Devem certificar-se 
da natureza do conhecimento técnico do perito judicial nomeado, pois, poderá ocorrer 
o fato de que o título dominial, embora legítimo, seja passível de imputação de 
23 
 
nulidade, invalidando a perícia, uma vez que a valoração do bem e a legitimidade da 
titularidade encontram-se associados intrinsecamente. 
Na verdade, trata-se de conhecimento interdisciplinar, dentro do contexto das 
perícias técnicas de engenharia, que os profissionais devem dominar, para adequar-
se às necessidades e às mudanças com a evolução do tempo. Ao admitir a avaliação 
de um determinado bem imóvel, desconsiderando-se o estudo da legitimidade 
dominial, parece ser um ato vulnerável e despropositado (FIKER, 2011). 
Assim sendo, nos laudos periciais elaborados pelos profissionais de 
engenharia, deve ser evitada a citação de algumas “ressalvas”, do tipo de que 
pressupõem que os títulos de propriedade integrantes sejam sem irregularidades”, 
como forma de se esquivar de suas responsabilidades profissionais, de assunto que 
não seja de matéria de engenharia propriamente dita, mas faz parte do contexto da 
Engenharia Legal (SOUSA et al, 2010). 
Como se trata de um conhecimento interdisciplinar especializado de base e 
vivência jurídica que não se encontra inserida dentro das atribuições de engenharia, 
de nenhuma das modalidades, a solução em termos processuais, seria da formulação 
de quesito de questionamento (sobre a possibilidade que o título dominial possa ser 
viciado) pelo Juízo de Direito ou Ministérios Públicos, transferindo a responsabilidade 
aos peritos, ou da indicação de perito de área de conhecimento especializado, 
conforme está prevista na legislação vigente (FIKER, 2011). 
Paralelamente, podem ser supridos os conhecimentos aos profissionais de 
áreas afins desde que possuam os pré-requisitos necessários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Como evidenciado ao longo do trabalho os procedimentos periciais é algo de 
extrema importância por parte dos empreendimentos desenvolvidos, a fim de obter a 
segurança dos usuários, assim como observar quais as legislações devem ser 
cumpridas por parte dos engenheiros no processo de elaboração e construção do 
empreendimento planejado. 
 A perícia dentro das atividades de engenharia promove uma compreensão de 
quais requisitos não foram promovidos ou executados ao longo do processo de 
construção, comprovando dessa maneira como os profissionais podem realizar suas 
atividades a fim de melhorar os processos realizados e quaisas práticas que precisam 
ser promovidas dentro de um prazo estabelecido pelos órgãos e profissionais peritos 
a fim de que o empreendimento consiga alcançar um desenvolvimento eficiente e 
positivo para uso. 
 Os profissionais peritos como observado ao longo do trabalho precisam 
apresentar um conhecimento teórico e prático para que suas atividades de supervisão 
tenham o êxito esperado, assim como os procedimentos de ajustes ou implantações 
sejam devidamente observados ao longo da fiscalização ou inspeção promovida junto 
ao estabelecimento. 
 Essas e outras medidas que foram desenvolvidas ao longo do tempo buscam 
dar uma maior segurança para as pessoas iram utilizar os produtos fornecidos pelos 
engenheiros, assim como evidenciam que os riscos envolvendo as construções 
promovidas pelos estabelecimentos de engenharia devem ser muito bem avaliados e 
observados, para que problemas ou mesmo desastres envolvendo as obras se tornem 
cada vez mais raro. 
 
25 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Intervenientes. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC, 56., 2014, 
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SOUSA, Sergio Henrique Miranda; GRANDE, Cristiane Garcia. Perícias na Prática. 
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YEE, Zung Che. Perícias de Engenharia. 2. ed. Curitiba: Juruá Editora, 2016. 
 
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	1 INTRODUÇÃO
	2 A PERÍCIA NA ENGENHARIA
	3 AS CARACTERÍSTICAS DOS PROFISSIONAIS PERITOS DENTRO DO AMBIENTE DE ENGENHARIA
	4 OS REQUISITOS A SEREM AVALIADOS POR PARTE DOS PERITOS NO PROCESSO DE VERIFICAÇÃO DOS PROCESSOS APLICADOS NA CONSTRUÇÃO
	4.1 A CRÍTICA DAS NORMAS DA ABNT, DE APLICAÇÃO NAS PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS

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