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3 ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO E PERÍCIAS JUDICIAIS 4 Sumário VÍDEOS ....................................................................................................................... 6 Unidade 1: Perícia Judicial Imobiliária .................................................................... 7 Seção 1.1: Conceito de perícia .................................................................. 7 Seção 1.2: Parecer técnico de aviliação mercadológico (PTAM) ............ 9 Seção 1.3: Relevância da perícia para a construção civil ..................... 15 Seção 1.4: PTAM –Patrimônio engenharia .............................................. 15 Unidade 2: O que se Espera da Avaliação de Bens e de Imóveis ....................... 21 Seção 2.1: Introdução ............................................................................... 21 Seção 2.2: Governança ............................................................................. 21 Seção 2.3: Diversidade de valores........................................................... 23 Seção 2.4: Diversidade de bens ............................................................... 23 Seção 2.5 Engenharia de avaliações ....................................................... 24 Seção 2.6: Questões legais ...................................................................... 28 Seção 2.7: Considerações ........................................................................ 31 Unidade 3: O Papel do Engenheiro como Perito Judicial e os Desafios Advindos do Novo Código de Processo Civil (CPC) ............................................................. 32 Seção 3.1: Introdução ............................................................................... 32 Seção 3.2: Referencial teórico ................................................................. 33 Seção 3.3: Perito ....................................................................................... 33 Seção 3.4: Perícia ...................................................................................... 36 Seção 3.5: Laudo ....................................................................................... 38 Seção 3.6: Assistente técnico .................................................................. 40 Seção 3.7: Tipos de ações ou perícias .................................................... 41 Seção 3.8: Estudo de caso ....................................................................... 45 Seção 3.9: Considerações ........................................................................ 49 Referências .............................................................................................................. 50 5 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 6 VÍDEOS Antes de iniciar a leitura do material assita os vídeos indicados abaixo, que farão a introdução oa assunto e também contribuirão com o conhecimento sobre a área de estudo. Vídeo 1: Laudos técnicos de engenharia: 05 tipos de laudos técnicos Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=NogzlfLHN5k> Sinopse: é muito importante conhecer todos os tipos de laudos para poder apresentar ao seu cliente a melhor opção possível, por isso neste vídeo são apresentados 05 tipos de laudos técnicos de engenharia. 1) Laudo de inspeção predial; 2) Laudo cautelar de vizinhança; 3) Laudo técnico de reforma; 4) Laudo de acessibilidade; 5) Laudo estrutural; Vídeo 2: Como realizar um laudo técnico Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=AwpVUQHu2NI> Sinopse: Neste vídeo o Eng. Giovanni Cremonezi apresenta como realizar um laudo técnico, mas perícia extra-jusdicial, que também ajudará você adquirir mais conhecimentos. Vídeo 3: A perícia Judicial, o Períto e o Assistente Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=5ej8SRbt4TY&list=RDCMUCvy91a3AyO3F75i9yOA2aQ g&index=1>. Sinopse: O curso é minsitrado pela professora Doutora Rousara Bland, tratando sobre a perícia Judicial, o perítos e o Assitente da perícia, na área criminal. Vídeo 4: Perícia Judicial na Engenharia Civil - Área promissora Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=rtI0TV15w0I> Sinopse: Neste vídeo o Eng. Alex Wetler explica os 3 principais aspectos que tornam perícia judicial uma área promissora e também quais são os principais requisitos para atuarmos nessa área. A principal função: auxiliar o juiz em situações processuais envolvendo serviços de Engenharia. https://www.youtube.com/watch?v=NogzlfLHN5k https://www.youtube.com/watch?v=AwpVUQHu2NI https://www.youtube.com/watch?v=5ej8SRbt4TY&list=RDCMUCvy91a3AyO3F75i9yOA2aQg&index=1 https://www.youtube.com/watch?v=5ej8SRbt4TY&list=RDCMUCvy91a3AyO3F75i9yOA2aQg&index=1 7 Unidade 1: Perícia Judicial Imobiliária Seção 1.1: Conceito de perícia Conforme Santos, Schmidt e Gomes (2006), desde as primeiras civilizações já havia evidencias de perícias, tempo este em que apenas um líder detinha o poder de julgar, legislar e executar. Indícios destes também observados na Grécia e Índia, com o árbitro, sendo este eleito para ser perito e juiz, a fim de promover soluções para os litígios. Kruk (2007), afirma que uma perícia imobiliária pode ser instaurada para fins de compra e venda, locação, ações judiciais, valores de impostos, territoriais, de transmissão, planta de valores genéricos, decisão sobre investimentos, seguros, fusões ou cisões de empresas e servidões de passagem entre outros. Segundo Silva e Jonov (2010), quando existe um conflito de interesses entre pessoas, a solução do Litigio ou Lide é feita judicialmente, firmando assim um processo judicial, este pode necessitar de uma perícia. Ghersi e Ghersi (2006), descreve que uma perícia se faz necessária a partir da necessidade de esclarecer fatos que ultrapassam a limitação do conhecimento científico e técnico de um magistrado. Segundo Montenegro Filho (2007), uma perícia consiste em uma prova, a mesma com o intuito de esclarecer ao magistrado requisitos técnicos que atingem um patamar além do saber cientifico do julgador, sendo irrelevante a natureza, se limitando dentro do conhecimento humano, em que se destaca áreas de medicina, contabilidade, engenharia entre ou outras. A norma NBR-13.752/96 – Perícias de engenharia na construção civil, define que uma perícia é uma apuração das causas que desencadearam determinado evento ou até mesmo dúvidas de direitos. Bittar (2017), afirma que uma Perícia Judicial Imobiliária é a forma de estabelecer o valor correto de mercado de um Imóvel, em que após todas as análises categórica é expedido um Laudo Pericial, que além de todas às descrições consta um Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica. Neto (2008), relata que perícia são investigações que podemoriginar de fatores ligados ao imóvel propriamente dito, ao empreendedor, forma endógena; ou também por quesitos externos relacionados a terceiros, exógenos; até mesmo por questões 8 naturais como por fenômenos da natureza, tanto previveis, evitáveis ou inevitáveis, e até mesmo por questões próprias do usuário conhecidas como funcionais. IBAPE (2006) o Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia com sede permanente em São Paulo descreve que pericias abrange uma divisão em três tipos principais avaliatórias, contratuais e cautelares. Britto (2016) menciona que perícias avaliatórias, são realizadas para determinar o valor de um bem ou até mesmo o direito sobre ele; já as contratuais possui como finalidade relacionar as obrigações entre partes envolvendo patologias e vizinhança, e as cautelares por vez caracterizam uma situação de pauta, ligadas a terra, como levantamento de divisa, medições entre outros. Segundo CONFEA (1990) uma prerícia em engenharia é a determinação da motivação de um evento através das atividades e causas que o envolvem, onde se faz necessário um esclarecimento técnico a partir da elaboração de um laudo, que é a peça desenvolvida por um perito ou profissional habilitado onde relata suas observações e conclusões. Ainda conforme Silva e Jonov (2010), é preciso neste ramo de atuação distinguir a Avaliação, que se caracteriza em uma atividade de determinação técnica de um valor monetário de um bem; Perícia, que abrange as causas que motivam o evento; e o Laudo, peça em que um profissional habilitado, perito, relata o observado e as conclusões, avaliando valores, coisas e direitos. De acordo com CONFEA (1990), a vistoria é a averiguação de um ocorrido, constatado após analises minuciosas dos elementos que deu origem ao mesmo, sem deixar indagações das causas deste. Segundo TMJ (2019), uma perícia judiciária é solicitada através de um oficio de um Juiz, ou por uma das partes envolvidas, sendo isto previsto no (Art. 421), sendo assim o perito apresenta seus honorários que ficam e cargo da parte requerida (Art. 421). Silva e Jonov (2010), o perito recebe algumas perguntas formuladas num prazo de cinco dias pelos advogados, e o mesmo deve responder apenas estes requisitos de forma objetiva, sem sair do foco da perícia. Ainda segundo TMJ (2019), o juiz detém o poder de cancelar a pericia, além de determinar o prazo de entrega da mesma, este poderá sofrer prorrogação, desde que seja pedido pelo perito. 9 Seção 1.2: Parecer técnico de aviliação mercadológico (PTAM) Segundo BITTAR, o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, possui seus parâmetros e sua metodologia determinada pela NBR14653, que por vez determina em sua primeira parte os procedimentos gerais sendo subdivida em mais 6 requisitos, respectivamente: Imóveis urbanos, Imóveis rurais, empreendimentos; maquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral e Patrimônios históricos. A avaliação Mercadológica de um imóvel é a definição precisa do valor do mesmo através de fundamentação, técnicas e metodologias de aferição. A avaliação mercadológica vai muito além de comparação de preços entre imóveis similares. Ela utiliza uma gama muito maior de dados, evidências e cálculos para chegar a um valor realmente preciso (AMANCIO,2001). Ainda segundo BITTAR, o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, é um mecanismo de avaliação de mercado alicerçado na NBR 14653, Associação Brasileira de Normas Técnicas. COFECI (2006), normatiza o conteúdo técnico necessário para PTAM, documento este que pode ser usado em fins judiciais, pois comprova a partir de uma vistoria o valor de mercado do imóvel, seja para aluguel, venda, compra ou administração. O PTAM, possui um selo numerado, controlado pelo CRECI, que dá autenticidade e notoriedade ao documento. Ele pode ser usado para fins judiciais e para comprovação de valor de mercado de um imóvel, tanto para compra, venda, aluguel e fins administrativos (RUTTER, 2007). De acordo com SENGE (2001), um laudo deve descrever as condições verificadas na vistoria, com o conhecimento técnico da área de atuação, em que se torna relevante o padrão construtivo e a relação de seus elementos e equipamentos com suas respectivas anomalias, estas inclusive com o grau de risco, e apresentação da conservação geral do imóvel. Segundo Dino (2017), deve-se seguir os seguintes parâmetros para o laudo: “Para emitir um laudo de avaliação de imóvel é preciso tomar como base a norma Nbr 14.653. A Associação Brasileira de Normas Técnicas define os critérios para nortear todo o processo de avaliação – sua aplicação é obrigatória em todos documentos que definem o valor de bens, de seu produto ou direitos sobre os mesmos. Os critérios da ABNT são divididos em 7 partes: procedimentos gerais, imóveis urbanos, imóveis rurais, empreendimentos, máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral, recursos naturais e ambientais e bens de patrimônio histórico e artístico.” Highlight 10 Medeiros (2005) define o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) como um parecer realizado por profissionais, devidamente registrados COFECI (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis) e no CNAI (Cadastro Nacional dos Avaliadores Imobiliários), e trata-se de um trabalho profissional, legal e reconhecido. De acordo com Ato Normativo n. 01/2011, da Resolução n. 1.066/2007 do COFECI - Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, em seu Anexo IV, instituiu que o PTAM - Parecer Técnico de Avaliação Mercadológico, "deverá conter, no mínimo, os requisitos listados no modelo contido no Anexo IV". Por sua vez, o referido anexo nos traz os seguintes requisitos: Figura 1: Quadro 1. Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) 11 Fonte: CRECI, 2010, adaptada pelos autores Profissional Habiliatado A Fazer (PTAM) Segundo BITTAR (2017), para se emitir um PTAM de um imóvel, é essencial a convocação de um perito, este deve ser um profundo conhecedor da área da construção civil e de vendas, para assim garantir a veracidade dos resultados Britto (2016) afirma que um profissional desta área ao desempenhar bom trabalho necessita alicerçar-se nos mais experientes, pois este tipo de trabalho exige constantes praticas, técnicas e humildade para adquirir conhecimentos. CREA (2017) afirma que para ser um profissional apto a desenvolver perícias é necessário primeiramente o registro do mesmo no CREA, logo este se munir de treinamentos frequentes, busca de conhecimentos e experiências na área, tornando se assim habilitado. NETO (1999) se respalda na Lei Federal n5.194, de 24 de dezembro de 1996, especificamente no artigo 7° para determinação das atribuições necessárias para validade dos trabalhos e legalidade do profissional habilitado. Ainda conforme Britto (2016) ao desenvolver um laudo pericial é preciso ser didático ilustrado com fotos e croquis pois mesmo sendo um trabalho técnico, os leitores são geralmente leigos no assunto em questão. 12 NBR 13795/96 define atribuições para proceder uma perícia todo profissional legalmente habilitado pelos conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Toda e qualquer avalição técnica de bens se respalda na Lei federal nº 5.194/66, de 24/12/66: “Avaliações, vistorias, perícias e pareceres são atribuições de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos, devidamente registrados no CREA.” COFECI (2006), ressalta a importância de a avaliação do imóvel ser por um profissional que comprove seu Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, CNAI. Kruk (2007), afirma que uma estimativa de preço é dada a partir de um orçamento preliminar ou de uma Avalição munida de conhecimento técnico, estes capazes de resultar em um laudo que possibilita esclarecimentos e conclusões. Conforme a CLT (1943), o perito deve seguir dentrode todo este processo seus direitos e deveres, dentre eles, receber remuneração compatível com trabalho, este dentro de seu oficio, trazendo apenas a verdade dentro do prazo previsto, valendo todos os meios do (Art.429). Lei 6496/71.1.71 Código de Defesa do Consumidor afirmar e destaca a importância de laudos técnicos das perícias de engenharia possuírem acompanhamentos da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), pois apenas com a mesma esta possui valor legal. Ainda conforme a CPC, Lei 13105 (2015), o perito poderá ser munido de um assistente técnico que levantará informações e auxiliará o advogado durante o processo além de até endossar o Laudo descrito pelo perito de forma a parte. Silva e Jonov (2010), descreve que no ato de entrega do laudo o perito pode fazer a petição de seus honorários, o laudo poderá ser questionado em um prazo de dez dias pelos assistentes técnicos. Os honorários pericias podem se divergir, uma das formas de cálculo é seguir a Figura 2. tabela 1, IBAPE-MG, esta por vez do ano de 2010, visto que os valores não sofreram alterações até os tempos atuais deste estudo. 13 Figura 2: Tabela 1. Tabela de honorários do IBAPE-MG Fonte: IBAPE-MG (2010) A Figura 2. tabela 1, da IBPE-MG, determina os honorários através do valor do bem, onde se obtém um valor a partir de uma porcentagem definida. Outra forma de calcular os honorários de um perito é seguir a planilha demonstrativa da ASPEJUDI, figura 3. 14 Figura 3: Planilha demonstrativa de honorários periciais ASPEJUDI Fonte: ASPEJUDI (2010) Conforme a figura 1, os cálculos podem ser definidos a partir da carga horaria distribuída na programação e analise, diligencias, cálculos, redação, revisão, sendo R$110,00 o valor mínimo da hora trabalhada, mais despesas variáveis, sendo importante ressaltar que os valores apresentados são referentes ao ano de 2010, porém os mesmos não sofreram alterações até o ano de 2020. 15 Seção 1.3: Relevância da perícia para a construção civil Kopper (2016) relata que Programa Minha Casa Minha Vida foi criado pelo Governo Federal buscando suprir necessidades de moradia das classes média e baixa brasileira. Moreira e Silveira (2015), define que o governo Lula possui como marca o PMCMV, o mesmo originado no ano de 2009, levando grande investimento na construção civil. O Guia completo do Programa Minha Casa Minha Vida disponibilizado pela construtora Tenda (2018), afirma a ligação da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil com ao mercado construtivo, gerando uma injeção de capital no setor consequentemente aumento em sua produção. De acordo com Ministério da Cidade (2016), o aumento de construção gera uma cadeia de serviços, sendo a vistoria de grande impacto para a liberação do imóvel ao uso, caso o mesmo não esteja conforme há a possibilidade de uma perícia Judicial a fim de determinar decisões com embasamento técnico. NBR 15575 (2013) determina as condições de desempenho de uma habitação, estabelecendo avaliação com base nos requisitos e critérios das normas técnicas brasileiras vigentes. Segundo Borges (2008) o desempenho da construção civil está interligado diretamente as necessidades do usuário, sendo esta comprovada por vistorias, laudos, perícias e até mesmo perícias judiciais. Souza; Rapper (1998) relata a Patologia como o campo estudado pela Engenharia das Construções, os profissionais desta área buscam o domínio de suas origens, formas de manifestação, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas, sendo Engenheiro Civil o mais indicado a acompanhar e determinar a degradação das estruturas causadas pelos mesmos. Ainda conforme Borges (2008) a qualidade das edificações é uma das exigências impostas aos engenheiros civis, que devem passar segurança aos usuários permitindo a vida útil da mesma. Seção 1.4: PTAM –Patrimônio engenharia Este parecer tecnológico foi desenvolvido pela empresa Patrimônio Engenharia, com objetivo de avaliar dois terrenos na cidade de Curitiba-PR. 16 O parecer segue os seguintes requisitos: Resumo Da Avalição Neste primeiro passo é exposto um breve resumo de todas informações gerais da avalição, incluindo identificação da localização dos imóveis, dados do proprietário e dos terrenos juntamente com o valor encontrado de mercado. (Figura 4) Figura 4: Resumo da avaliação Fonte: Patrimônio Engenharia 17 Identificações De forme breve descreve por quem foi solicitado o laudo, em seguida informa os dados do proprietário e dos ocupantes das matriculas dos imóveis, logo a finalidade e objetivo do referido Laudo de Avalição. (Figura 5) Figura 5: Laudo de Avalição 18 Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes Neste pressupõe o seguimento da NBR 14653 - Avaliações de Bens, todo a documentação do imóvel, especificações de valores e ressalva os desacordos das matriculas com o espaço físico do mesmo, limitando todo o campo de estudo. (Figura 6) Figura 6: Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes Fonte: Patrimônio Engenharia 19 Identificação e caracterização dos imóveis Os terrenos são novamente especificados, avaliados conforme a situação, topografia, serviços públicos e urbanos, restrições de uso e lei de zoneamento. (Figura 7) Figura 7: Identificação e caracterização dos imóveis Fonte: Patrimônio Engenharia 20 Diagnóstico e valores Após todas as analises anteriores se chega em um valor correto de mercado dos imóveis. (Figura 8) Figura 8: Diagnósticos e valores Fonte: Patrimônio Engenharia 21 Unidade 2: O que se Espera da Avaliação de Bens e de Imóveis Seção 2.1: Introdução Uma abordagem plausível para se compreender a atividade técnica de Avaliação de Bens, no geral, e da Avaliação de Imóveis, em particular, parte da necessidade dos clientes que demandam esse produto ou serviço. A Avaliação de Bens e a Avaliação de Imóveis têm, sob o ponto de vista panorâmico, a função de sustentar negócios, ou seja, transações entre os diversos agentes econômicos. Seja uma avaliação realizada para subsidiar uma operação de venda e compra entre particulares ou entre empresas, seja para escorar demonstrações financeiras de uma empresa de capital aberto ou para auxiliar a um juízo arbitral ou ao próprio Poder Judiciário em uma demanda qualquer, em última análise, ela estará dando suporte técnico, direta ou indiretamente, a uma transação. E esse suporte somente poderá ser considerado adequado quando atender plenamente aos requisitos de governança, apresentar o tipo de valor adequado à transação e a diversidade de bens que pode ser objeto de avaliação. Seção 2.2: Governança A regra do ambiente de negócios exige amparo técnico fundamentado para suportar as decisões e afasta os valores balizados em opiniões. Como exemplo, em uma compra de bens e/ou imóvel utilizando o crédito de uma instituição financeira. Esta irá se cercar de alguns cuidados para garantir a qualidade do crédito e a segurança da operação, o que envolve conhecer o bem e/ou imóvel e o seu valor de mercado. Ela também se preocupará com garantias de que esse valor de aquisição é justo e não fraudulento, ou seja, de que o interessado não está simulando uma transação com valor superior ao real com o intuito de se favorecer indevidamente com a obtenção de recursos a juros baixos. 22 Quando nos deparamos com negócios que envolvem pessoas jurídicas,sejam entes públicos ou privados, tais exigências se mostram ainda maiores. Isso é absolutamente natural, visto que essas transações afetam não somente aqueles que participam da transação, como também outras partes interessadas, que muitas vezes não possuem poder de influência direto. Dessa forma, nas transações que envolvem pessoas jurídicas, não basta a vontade dos participantes, mas é necessário garantir a lisura e o respeito aos interesses de terceiros, que muitas vezes não estão representados ou sequer identificados na transação. Exemplificando, a aquisição de um ativo por uma empresa de capital aberto tem de ser feita por um valor tal que lhe dê retorno econômico. Se assim não for feito, os acionistas, que podem não ter participado diretamente ou autorizado a transação, podem ser prejudicados. Esse acionista pode ser, inclusive, uma pessoa física ou jurídica, domiciliada em qualquer parte do globo. A indenização em uma desapropriação deve ser justa, ou seja, equivalente ao patrimônio retirado do particular. Diferente disso, perde o particular, caso ela seja menor que esse patrimônio que lhe foi retirado, ou, caso ela seja maior, perdem os contribuintes que, sem qualquer poder sobre o negócio, promovem o enriquecimento indevido desse particular em detrimento dos impostos pagos. Assim como a avaliação de penhora de bens para fins de leilão, o valor do bem dado em garantia deve ser tecnicamente lastreado para que não prejudique as partes. Ademais na alienação de bens públicos, a sociedade não participa das aprovações e da definição do valor, mas não pode ser prejudicada por vendas malsucedidas ou realizadas por valores vis, embasadas em opiniões e em elementos subjetivos. Portanto, se infere que a Avaliação de Bens e a Avaliação de Imóveis servem para sustentar negócios e agregar valor à cadeia produtiva na medida em que colabora com os mecanismos e sistemas de governança das organizações, públicas ou privadas, que demandam esse serviço de tamanha importância. Não se trata de mera exigência formal imposta por um burocrata e sim uma necessidade técnica que formata uma resposta robusta ao valor do bem e/ou imóvel envolvido no negócio! 23 Independência O profissional de avaliações deve também, para atender aos requisitos de governança, ser independente e isento. Isso significa que ele deve ter um único interesse, qual seja, encontrar o correto valor do bem. Ele não pode ter qualquer interesse secundário na transação, como, por exemplo, ser beneficiado caso o valor seja mais alto ou mais baixo que o correto, ou ser bonificado pelo sucesso ou pelo fracasso da transação à qual está dando suporte. Eventual interesse secundário caracterizaria conflito de interesses, o que infecta a avaliação realizada. Seção 2.3: Diversidade de valores A sustentação das transações pode exigir o cálculo de diferentes valores para um mesmo bem. Com efeito, o valor de mercado é um dos valores possíveis, mas não é o único e sequer é indicado para o indistinto suporte de todas as transações possíveis entre os agentes econômicos. Por exemplo: a contratação de um seguro de incêndio exige o conhecimento do valor em risco em nada parecido com o valor de mercado; as desapropriações demandam o cálculo do valor indenizatório, que, dependendo do caso, pode ou não ser igual ao valor de mercado; os leilões envolvem o conhecimento do valor de liquidação forçada, além do valor de mercado. O profissional de avaliação somente poderá dar o adequado suporte aos agentes econômicos caso tenha consciência dessa amplitude de possibilidades, reconheça a necessidade específica da transação a ser suportada e disponha de conhecimento técnico-científico, bem como ferramentas e mecanismos para atendê- la. Seção 2.4: Diversidade de bens O profissional de avaliações pode ser demandado para calcular o valor de bens dos mais diversos tipos, sejam eles corriqueiramente encontrados no mercado ou não. Exemplificando somente no universo dos bens imóveis, pode ser demandado a avaliar terrenos, apartamentos ou residências horizontais, mas pode também ser demandado ao cálculo de valores de bens atípicos, tais como infraestruturas urbanas 24 (redes de água ou de esgoto, estações de tratamento de água, subestações de energia, redes de transmissão elétrica, etc.) ou equipamentos urbanos (creches, escolas, museus, teatros, etc.). A avaliação pode também ter como finalidade a determinação do valor de mercado de aluguel de imóveis. Também são avaliados Shopping Centers, Hotéis e diversas tipologias de empreendimentos imobiliários e bases imobiliárias, além de indústrias, agroindústrias, propriedades rurais, culturas e ativos biológicos. Por conseguinte, esse profissional deve contar com repertório técnico-científico capaz de satisfazer a essa pluralidade de situações, sob pena de não suportar, com a devida robustez, a transação que será realizada pelos agentes econômicos demandantes. Seção 2.5 Engenharia de avaliações A Engenharia de Avaliações tem por objetivo satisfazer a todas essas necessidades indicadas no item precedente e compreende o conjunto de conhecimentos técnicocientíficos especializados, aplicados na avaliação de bens. Essa especialidade nasceu e se desenvolveu na engenharia e na arquitetura, não por acaso, visto que necessita de profissional com sólidos conhecimentos técnicos sobre regressões lineares, custos, estatística e engenharia econômica, dado que a avaliação de bens é realizada pelos seguintes métodos: Comparativos de Dados de Mercado, Custo e Método da Renda. A Evolução da Engenharia de Avaliações O processo normativo na área de avaliações teve início em meados da década de 1950, com a participação ativa do Ibape, no mesmo período em que foi publicado o P-NB 74 Projeto de Norma Brasileira de Avaliação de Imóveis Urbanos. Desde então, esse trabalho vem sendo aprimorado por engenheiros e arquitetos que desde 1998 iniciaram a produção da norma ABNT NBR 14.653 Avaliação de Bens. Trata-se de um trabalho expressivo que nos últimos 21 anos revolucionou a Engenharia de Avaliações e elevou, em muito, a qualidade dos trabalhos avaliatórios no Brasil. A Norma Brasileira de Avaliações de Bens, que estabelece os padrões normativos para Avaliação de Bens, é resultado do esforço de um sem número de agentes intervenientes, entidades profissionais, bancos, sindicatos, conselhos de profissões regulamentadas, profissionais liberais e professores que trabalharam de 25 forma honorífica para consensuar e consolidar a regulamentação técnica de procedimentos para a realização de Avaliação de Bens. Participaram desse processo de revisão importantes players do mercado de avaliações, tais como Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Finep, BNDES, Petrobras, Dnit, além de engenheiros da Receita Federal, Sabesp, peritos e assistentes técnicos. Todos esses especialistas trabalharam traduzindo o estado da arte nessa matéria: a norma ABNT NBR 14653, que é reconhecida internacionalmente por sua excelência e referência em Avaliação de Bens. Esse amplo escopo de conhecimentos é pré-requisito da norma que se presta a avaliar bens, inclusive imóveis, apresentando o valor de mercado destes, é pautado em critérios técnicos, com níveis de fundamentação e precisão, e auditável, e apresenta todos os elementos que definiram o valor. Após exaustivos anos de trabalho, a Norma adquiriu um robusto conteúdo conceitual, alinhado com os conceitos das normas internacionais de avaliações (IVS), cujos conceitos e orientações são exigidos em todas as demonstrações financeiras no Brasil e no mundo. As normas brasileiras afastam das avaliações os critérios subjetivos e opinativos, e primam por conceitos e ferramentas técnico-científicas que demonstram e comprovam a formação de valor. Toda essa evolução e o atual estadoda arte trazem pré-requisitos para o Laudo de Avaliações, tais como: • Os métodos e critérios avaliatórios vigentes exigem profissionais gabaritados e treinados, pois passam pelo conhecimento de orçamento de construção, regressões lineares, processos estatísticos, relações matemáticas e conceitos de Engenharia Econômica; • A vistoria técnica que retrata o padrão do imóvel, condições de habitabilidade e eventuais inconformidades edilícias; • Nos laudos de avaliações para financiamentos bancários, exige-se informar as condições de habitabilidade dos imóveis e o levantamento de indícios de contaminações (informes padronizados desenvolvidos pelo Ibape e Febraban), por adesão a protocolos ambientais e que exigem a compreensão dos parâmetros técnicos da matéria; 26 • As avaliações devem estar amparadas em critérios de fundamentação e precisão, os laudos são auditáveis e todos os cálculos devem estar explicitados; • A avaliação deve ser isenta e realizada por um profissional independente, que não tenha interesses na comercialização do bem. Laudo de Avaliação Laudo Técnico de Avaliação é o documento elaborado por um profissional de avaliação onde, após a adequada análise e individualização do objeto da avaliação, dos fatores valorizantes ou desvalorizantes e das circunstâncias que possam influir no valor do imóvel, se busca definir o seu valor de mercado que, conceitualmente, é a quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente um imóvel, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente. Laudo de Avaliação versus Ptam Recentemente tem-se observado profissionais sem os conhecimentos necessários para emitir laudos, baseando-se em conceitos opinativos, denominando- os de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica – Ptam. O Ibape-SP, em parceria com o Ipeea, elaborou o presente informativo denominado “Laudo de Avaliação – Um trabalho baseado em métodos técnicos e normativos, não uma opinião” cujos objetivos básicos são: I. informar a sociedade sobre os conhecimentos necessários para realizar uma avaliação; II. esclarecer o que é um Laudo Técnico e do que se trata uma opinião. Enquanto a NBR 14.653 se presta a estimar valores de bens, entre eles o mais utilizado nos Laudos de Avaliação é o valor de mercado, principalmente quando se avalia imóveis, onde a parte 2 desta norma – se presta a avaliação de imóveis urbanos, com grande destaque para o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, cuja aplicação é a determinação do valor de mercado, o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (Ptam), fruto da resolução Cofeci, por sua vez, se presta a formalizar a opinião técnica, mas em nenhuma hipótese pode se configurar em um laudo técnico, pois carece de pré-requisitos técnicos. Essa diferença de procedimentos foi sintetizada no voto no Tribunal de Justiça do Poder Judiciário de São Paulo, do Relator Silveira Paulilo, cujo excerto reproduzimos, que disseca a ação movida pelo Confea e Ibape que pretendia anular 27 a resolução Cofeci, traz um bom entendimento sobre o teor do presente manual, a saber: “Mas a discussão está longe do fim. A coisa julgada ocorreu interpartes, não vinculando qualquer outro órgão do Poder Judiciário, estadual ou federal: isso vale dizer que o Confea e o Ibape não podem mais questionar a Validade da Resolução, citada, mais nada. Depois, com a devida vênia do respeitado julgado, ousa-se discordar dele porquanto não se pode estender o vocábulo “opinar”, da lei dos corretores, como autorizador para a avaliação nos termos da Lei n. 5.194/66. Uma Resolução classista não pode ofender uma lei federal. (destaque nosso) Diante do exposto, pelo meu voto, é dado provimento ao recurso para que a avaliação seja feita por profissional de engenharia civil, arquiteto ou engenheiro agrônomo”. Diversas decisões, reportadas ao fim deste documento, trazem essa questão para a realidade dos fatos, não se pode comparar um Laudo técnico com uma mera opinião, esse é o eixo central da discussão. Nos Pareceres Técnicos de Avaliações Mercadológicas (Ptam), não são previstos níveis de fundamentação e a demonstração dos critérios e cálculos, são exigidas apenas informações que não abordam a demonstração da apuração de valores, claramente demonstrados nas exigibilidades, a seguir discriminadas: Exigibilidade do Ptam I) Identificação do solicitante; II) Objetivo do parecer técnico; III) Identificação e caracterização do imóvel; IV) Valor resultante e sua data de referência; V) Identificação, breve currículo e assinatura. Exigibilidade do Laudo de Avaliação segundo a ABNT a) identificação do solicitante; b) finalidade da avaliação, quando informada pelo solicitante; c) objetivo da avaliação; d) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes; e) identificação e caracterização do imóvel avaliado; f) diagnóstico do mercado; g) indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s); h) especificação da avaliação; i) planilha dos dados utilizados; j) descrição das variáveis do modelo, com a definição do critério de enquadramento de cada uma das características dos elementos amostrais; 28 k) tratamento dos dados e identificação do resultado – explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e justificativas para o resultado adotado; l) resultado da avaliação e sua data de referência; m) qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is) responsável(is) pela avaliação. São atividades incomparáveis e produtos distintos. A seguir, apresentamos os requisitos exigidos na elaboração de Laudo de Avaliação comparados àqueles necessários no Ptam: Figura 9: Requisitos para um Laudo de Avaliação Seção 2.6: Questões legais A Lei Federal n. 5194/66, no seu art. 27, alínea f, concede ao Confea baixar e fazer publicar as resoluções previstas para regulamentação e execução da referida Lei. Dessa legislação resulta a Resolução N. 345/1990 que atribui competência exclusiva aos engenheiros para avaliações e perícias de imóveis, móveis e indústrias. O art. 13 da mesma Lei prevê que não possuem valor jurídico os laudos e demais trabalhos, quer públicos e/ou privados, quando não realizados por profissionais registrados no Crea. No mesmo sentido, o CAU apresenta na Resolução N. 51, art. 2, item d, a atribuição ao arquiteto para “inventário, vistoria, perícia, avaliação, 29 monitoramento, laudo e parecer técnico, auditoria e arbitragem em obra ou serviço técnico referente à preservação do patrimônio histórico, cultural e artístico”. O Código de Defesa do Consumidor reconheceu a necessidade dos serviços de avaliação e perícias atenderem às Normas da ABNT, reconhecendo como uma proteção do consumidor, proporcionando qualidade e orientação aos serviços. Reza o CPC: “Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.” § 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. § 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. Já o Art. 473 do mesmo CPC exige a escora técnica identificada em um Laudo Técnico de Avaliação, mas inexistente no Ptam: “Art. 473. O laudo pericial deverá conter: II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistasda área do conhecimento da qual se originou;” A seguir, relacionamos ações julgadas nos tribunais estaduais e federais sobre a impropriedade técnica na aplicação do Ptam na Avaliação de Bens e/ou Imóveis: 1. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO: APELAÇÃO CÍVEL. DESAPROPRIAÇÃO. Indenização mantida conforme laudo subscrito pelo perito judicial. Ausência de elementos aptos a alterar as assertivas do “Expert” oficial. CORRETOR DE IMÓVEIS que não tem formação técnica específica para realizar o trabalho em apreço, nos termos do artigo 7º, “c”, da Lei nº 5.194/66. Precedentes deste C. Tribunal de Justiça. Recurso desprovido. TJSP — APELAÇÃO CÍVEL Nº 1000882- 05.2015.8.26.0103 — Rel. OSVALDO DE OLIVEIRA — 28/11/2018; 2. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 30 ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. PERÍCIA. CORRETOR DE IMÓVEIS. IMPOSSIBILIDADE. REALIZAÇÃO POR ENGENHEIRO. DETERMINAÇÃO IMPOSTA PELO ARTIGO 12 DA LEI 8.629/93. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO PARA DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. STJ — AGRAVO N. 1.334.673 — ES (2010/0140240-6) — RELATOR: MINISTRO MAURO CAMPBELL/MARQUES — DJe: 06/10/2010; Do voto: “Conforme se observa, a prova pericial é uma prova que demanda especial conhecimento técnico. Na perícia, há declaração de ciência na medida em que o perito relata no seu laudo as percepções colhidas.” (Curso de Direito Processual Civil, Luiz Fux, p. 729); 3. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL IMISSÃO DE POSSE. IMÓVEL ARREMATADO EM LEILÃO. INDENIZAÇÃO. ACESSÕES. AVALIAÇÃO. PERITO CORRETOR. INAPTIDÃO TÉCNICA. SENTENÇA. BASEADA EM LAUDO IMPRÓPRIO. CASSAÇÃO. PREJUDICIALIDADE DOS DEMAIS PEDIDOS. (...) Determino a realização de nova perícia, por engenheiro civil inscrito no Cadastro Eletrônico de Peritos e Órgãos Técnicos ou Científicos (Cptec), mantido pela Corregedoria de Justiça deste Tribunal, nos termos da Resolução n. 233, de 13 de julho de 2016, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). TJDF — APC 201 403 1030 9938 DF 0030622.96.2014.8.07.0003 — Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO — Acórdão n.: 1036883 — 3 de agosto de 2017 — pub. 9/8/2017; 4. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. LIBERAÇÃO DE VALORES. IMPUGNAÇÃO RECEBIDA NO EFEITO SUSPENSIVO. RECURSOS ESPECIAIS AINDA NÃO JULGADOS NO STJ. CAUÇÃO OFERECIDA PELO CREDOR. AVALIAÇÃO DO IMÓVEL POR CORRETORES DE IMÓVEIS. INCABIMENTO. ATRIBUIÇÃO LEGAL DOS ENGENHEIROS. INVALIDADE DA AVALIAÇÃO. (...) É inválida a avaliação do imóvel através de corretor de imóvel, porque esta atribuição pertencente aos engenheiros, conforme Lei n. 5.194/66 (art. 7.º letra c). (TJ-RS — Agravo de Instrumento n. 70058717851, Relator: Lúcia de Castro Boller, Data do Julgamento: 10/09/2014, Décima Terceira Câmara Cível, Data da Publicação: Diário da Justiça do dia 12/09/2014). 31 Seção 2.7: Considerações Diante da exposição de motivos elencados neste documento de atribuição do profissional de avaliação, podemos concluir que: • O ambiente de negócios exige escora técnica robusta para suportar decisões, não admitindo valores balizados em opiniões; • O profissional de avaliação (engenheiros e arquitetos) deve ser independente e somente poderá dar o adequado suporte aos negócios caso tenha consciência da amplitude de possibilidades, reconheça a necessidade específica da transação a ser suportada e disponha de conhecimento técnico-científico, bem como ferramentas e mecanismos para atendê-la, sob os auspícios da isenção; • A Engenharia de Avaliação compreende o conjunto de conhecimentos técnicocientíficos especializados, aplicados na avaliação de bens; • O Laudo Técnico de Avaliação é o documento elaborado por um profissional de avaliação (engenheiros e arquitetos) que, após a adequada análise e individualização do objeto de avaliação, busca definir o seu valor de mercado que, conceitualmente, é a quantia mais provável pela qual se negociaria um imóvel, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente; • Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (Ptam), elaborado por um corretor de imóveis, se presta única e exclusivamente a formalizar uma “opinião de mercado”, mas em nenhuma hipótese pode se configurar em um laudo técnico, pois carece de prérequisitos técnico-científicos; • Os tribunais nas esferas estaduais e federal proferiram decisões em que não se deve comparar um Laudo Técnico, elaborado por profissional de avaliação, com uma mera “opinião de mercado” emitida por um corretor de imóveis. Por fim, ressaltamos que o eixo central desta discussão – Laudo Técnico versus Ptam – está fincado no conhecimento técnico-científico que sustenta a avaliação de bens e/ou imóveis, que terão seus valores perquiridos e verificados metodologicamente a exaustão pelos engenheiros e arquitetos, que compõem o corpo de profissionais de avaliações, sob os auspícios da independência e isenção! 32 Unidade 3: O Papel do Engenheiro como Perito Judicial e os Desafios Advindos do Novo Código de Processo Civil (CPC) Seção 3.1: Introdução A engenharia tem-se empenhado em agregar novas tecnologias, principalmente em um campo globalizado que reforça a competitividade. Além da necessidade de inovação o engenheiro se lança em desafio na busca de compatibilizar projeto, custo, qualidade e prazo, objetivando o sucesso de sua gestão nesses novos cenários. Nesse contexto, de acordo com Takahashi (2002), no esforço de construir sob pressão mercadológica, os utilitários de aperfeiçoamento da produção passam pela linha tênue entre o êxito da execução e suas falhas, com o risco de litígios técnicos. Mesmo sem a finalidade de causa, o desacerto, seja na camada de produtos ou de serviços, ocasiona desvantagens tanto para o profissional que executa como para todos os terceiros ali envolvidos. Para Nelson Nór apud Giovanny Gerolla (2011) as irregularidades podem acontecer na etapa de execução, na aquisição de terrenos, na escolha de materiais, e até mesmo devido à má qualificação da mão de obra selecionada para realização dos serviços. Além disso, a falta de manutenção e correção preventiva por parte dos responsáveis pelos bens, comprometem a infraestrutura e põe em risco a sociedade nos diversos ambientes acarretando em inúmeros questionamentos. Diante do quadro apresentado a presença do engenheiro como perito é de suma importância. É evidente, principalmente após a vigência do novo Código de Processo Cível (CPC), em março de 2016, que o profissional deverá buscar constante reciclagem e modernização. Para tanto deverá enfrentar constantes desafios que agregam valor à perícia de engenharia. Deste modo, o aperfeiçoamento da atividade carece de ser apresentada de forma atualizada e objetiva. 33 Seção 3.2: Referencial teórico A demanda dos processos judiciais que implica a presença do engenheiro como perito não se restringe às empresas do setor da construção. A informalidade na habitação executada por grande parte da população, e até mesmo a atuação de agentes da natureza interferem na qualidade e segurança da infraestrutura urbana. Comumente visto nos últimos anos, os sinistros podem ter como origem um acidente, incidente ou desastre ambiental. De acordo com o Watanabe (2012): “Sinistros são ocorrências imprevisíveis e ocorrem de forma inesperada nos locais mais improváveis e nos horários mais inapropriados. Em geral há perda de patrimônio como casas e seu conteúdo e também produzem como vítimas pessoas e algumas delas fatais.” Na ocorrência de tais fenômenos faz-se necessária a presença do profissional de engenharia como perito na investigação das suas causas e responsabilidades. “Perícias tornam-se imprescindíveis nas relações dos agentes produtivos e mercadológicos sendo atividade essencial ao fornecimento de subsídios confiáveis aos esclarecimentoscientíficos dos fatos e lides” (TAKAHASHI, 2002). O perito em engenharia é aquele que investiga, analisa informações colhidas e apresenta conclusões sobre as condições técnicas de um imóvel, de uma máquina, ou de qualquer outro produto da engenharia. Para Nelson Nór apud Giovanny Gerolla (2011): "O perito engenheiro civil avalia as causas de um acidente, como o desmoronamento de um edifício por falha estrutural, patologias, anomalias ou qualquer desempenho insatisfatório da edificação decorrente de má- execução, erro de projeto ou problema com material..." “Sempre que o juiz não for suficientemente apto para realizar a verificação dos fatos, seja pela ausência de conhecimentos técnicos, ou pela impossibilidade de colher os dados necessários, o trabalho será realizado por pessoas entendidas na matéria, através de perícia” (MAIA NETO, 1997). Seção 3.3: Perito De acordo com o glossário do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP) perito é o profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma perícia. Segundo Vendrame (1997), apud Veronesi (2004) 34 “O perito é individuo de confiança do juiz, sendo até denominado de “olhos e os ouvidos do juiz”, figurando como auxiliar da justiça [...], deve reunir os conhecimentos técnicos e científicos [...]. É justamente por isso que o perito judicial deve ter conduta incorrupta, ética com a verdade técnica, além de expertise no assunto que irá tratar em sua perícia, pois tem a função de apresentar ao juiz, de forma clara e precisa, sua análise técnica para solver as dúvidas e divergências existentes no litígio em curso.” O novo Código de Processo Civil (CPC) trouxe consideráveis modificações quanto à nomeação do perito. Anteriormente, como descrito por Maia Neto (1997) o juiz nomeava o perito, que era efetivado através de um despacho no processo, publicado no Diário Oficial, no qual o cartório expedia um mandado de intimação, que era a forma oficial pelo qual o profissional tomava ciência de sua nomeação para realização da perícia. De acordo com o novo CPC/2015 no art. 156, o juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico assim disposto: § 1.º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. Grifo nosso § 2.º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. § 3.º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados. § 4.º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos Arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade. § 5.º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou cientifico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. O novo CPC/2015 foi além, ao prever que, mesmo quando a nomeação for feita livremente pelo juiz, deverá ser nomeado profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. Grifo nosso. 35 Quanto às avaliações periódicas do cadastro servirão para, além da manutenção, apurar os casos de suspeição. “Aprimorando o art. 138 do CPC de 1973, o art. 148 do CPC/2015, estende os casos de impedimento e de suspeição ao membro do Ministério Público, aos auxiliares da justiça e, de forma ampla e interessante, aos demais sujeitos imparciais do processo. ” (BUENO, 2015). “A vigência do novo Código de Processo Civil reforça a necessidade do mercado por um profissional que alie a formação em engenharia civil, e áreas afins, com conhecimentos do mercado imobiliário e do direito. ” (IPOG, 2017). Uma grande dificuldade para o profissional iniciante é o devido reconhecimento tanto em relação à atividade em si como em relação à sua remuneração. Para Imamura (2016) com a evolução das técnicas processuais e da legislação, também evoluíram as técnicas das perícias, necessitando da atualização constante do profissional nas diversas matérias que envolvem sua atuação. Outro ponto que o mesmo autor chama atenção, e que é de suma relevância, é o alto custo da estrutura técnica e administrativa que o perito necessita para o seu escritório. Há poucos anos atrás a função do perito era exercida como um complemento de sua atividade profissional, pois normalmente era funcionário de empresas privadas ou órgãos públicos, sendo que hoje muitos se dedicam exclusivamente a atender às nomeações de Juízes ou possuem suas próprias empresas para atuarem como perito do Juízo ou assistente técnico de partes, na atuação na área jurídica. Um aprimoramento válido que torna mais justa a nomeação do perito é o § 2º do artigo 157 do CPC/2015 que, em seus termos, determina que será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta dos interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área do conhecimento. Já o art. 157 do CPC/2015 diz que o perito tem o dever de cumprir oficio no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, (anteriormente eram 5), contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. O Art. 158 o CPC/2015 atualiza os critérios para a inabilitação. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo 36 o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. De acordo com o art. 475 tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico. Neste caso deixa de ser responsabilidade do perito a contratação de um consultor especialista na respectiva área. Para Imamura (2016) os honorários devem custear não só as atividades, como também ser uma forma de equiparar a competência, experiência e qualidade dos serviços prestados. Isto porque, o engenheiro que atua na função de perito não somente deve se apresentar como capaz ao juiz, assim como ter uma sólida formação que inclui especializações e a aquisição de materiais que o auxilie em sua prática. O CPC/2015 trouxe uma grande e vantajosa inovação para todos que é a Perícia Consensual de acordo com o art. 471, em que as partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento ao juiz, desde que: I – Sejam plenamente capazes; II – A causa possa ser resolvida por autocomposição. § 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz. § 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz. Entende-se por autocomposição a situação em que uma das partes desista de exercer a sua manifestação de vontade ou a outra deixe de resistir à pretensão, ou haja concessão de ambas as partes no sentido de firmarem um acordo. A expectativa é que este procedimento inovador acelere a tramitação judicial. Para Bueno (2015) o novo CPC inovou ao permitir que as partes, observadas as exigências feitas pelos incisos do caput do art. 471, escolham perito de comum acordo, substituindo assim a prova pericial que seria realizada por perito nomeado pelo magistrado. Seção 3.4: Perícia A perícia é o ato da investigação onde o profissional habilitado utiliza-se de ferramentas propicias para evidencia dos fatos e apuração das causas. Segundo 37 Brandimiller (1996) apud Veronesi Junior (2004, p.25) “Perícia é o exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialistas na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos". Na perícia é necessário estar atento aos elementos que serão examinados e posteriormente utilizados para responder às arguições das partes. Para identificar uma causa precisa-se saber o que se está averiguando, transpondo-se assim para um laudo claro e objetivo. Ainda de acordo com Veronesi Junior (2004, p.25) “A perícia é realizada por requisição formal de instituição, pública ou privada, ou de pessoa jurídica. Seus resultados são apresentados através de parecer sucinto, apenas com respostas aos quesitos formulados, ou de laudo técnico com exposição detalhada dos elementos investigados, sua análise e fundamentação das conclusões, além da resposta aos quesitos formulados.” Para Kempner (2013) a prova pericial é fundamental para os casos em que as confissões, as provas documentais ou quaisquer elementos trazidos aos autos, através dos meios previstos em lei, não são suficientes para dar subsídio ao julgamento neste caso, é a prova pericial que norteia a decisão judicial. O mesmo julga pertinente afirmar que a prova pericial é a bússola do magistrado. Encontra-se disciplinada no art. 464 do novo CPC que a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação, cujas definições jurídicas são: • Exame é a inspeção judicial feita por perito sobre pessoas, animais, coisas móveis, livros e papéis, a fim de verificar algum fato ou circunstância ao mesmo relativa; • Vistoria é a inspeção judicial feita por perito sobre um imóvel, para verificar fatos ou circunstâncias ao mesmo relativas; • Avaliação é o exame pericial destinado a verificar o valor em dinheiro de alguma coisa ou obrigação. No art. 472 (CPC/2015) diz que “O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.” Critérios Normativos Para Perícia De Engenharia Na Construção Civil Todos os trabalhos periciais de engenharia devem ser orientados e atender às diretrizes preconizadas pelas Normas Brasileiras aprovadas pela Associação 38 Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), aplicáveis à natureza e espécie do objeto da perícia. A NBR 13.752/1996 é a norma que trata das perícias. Ela determina as diretrizes básicas, conceitos, critérios e procedimentos para a realização das perícias de engenharia. Esta Norma é exigida em todas as manifestações escritas de trabalhos periciais de engenharia na construção civil e é aplicável às demais áreas da engenharia. A realização deste trabalho é de responsabilidade e exclusiva competência dos profissionais legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA), de acordo com a Lei Federal nº 5194/1966 e, entre outras, as Resoluções nos 205, 218 e 345 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA). Seção 3.5: Laudo O resultado do trabalho realizado na perícia é apresentado em forma de laudo ao juiz para que este dê prosseguimento no processo e contribua na sua sentença. No glossário do IBAPE/SP apud Medeiros Junior e Fiker (2013) o laudo é um parecer técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista indicado por autoridade, relatando resultados de exames e vistorias, assim como eventuais avaliações com ele relacionadas. No laudo deve-se evitar palavras de sentido ambíguo ou confuso, ainda que necessite apresentar termos técnicos, objetivando facilitar assim a sua leitura e compreensão do mesmo. Segundo Medeiros Junior e Fiker (1996, p.31) O laudo é o resultado da perícia expresso em conclusões escritas e fundamentadas, devendo conter fiel exposição das operações e ocorrências das diligências, concluindo com parecer justificado sobre a matéria submetida a exame do especialista e respostas objetivas aos quesitos formulados pelas partes e não impugnados pelo juízo. O laudo deve ser imparcial e de inteira responsabilidade com a verdade técnica, baseando-se nas perguntas elaboradas em forma de quesitos, mas não somente a estas, devendo o engenheiro fazer suas devidas observações e análises de acordo com o elemento a ser investigado. Como afirmado por Yee (1999) o laudo pericial é apresentado de acordo com os quesitos formulados pelas partes, com as respectivas respostas. Ainda sinaliza que o perito não está adstrito somente às respostas aos 39 quesitos, mas ao objeto da perícia, devendo esclarecer todas as questões técnicas levantadas. O novo CPC traz no art. 469 a possibilidade de as partes apresentarem quesitos suplementares durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos. “A novidade está na expressa possibilidade de o perito responder aos quesitos suplementares previamente ou na audiência de instrução e julgamento, consagrando, legislativamente, prática forense bastante difundida. ” (BUENO, 2015). Não cabe ao perito ao redigir o seu laudo interferir ou opinar para as decisões do juiz. Como elucidado por Veronesi (2004) o objeto da perícia é o fato ocorrido e seu nexo de casualidade e não o fato jurídico. Para a elaboração do trabalho a ser apresentado, não existe um padrão préestabelecido, porém existem orientações normativas, além dos quesitos, que direcionam o laudo pericial. Como explica Medeiros Junior e Fiker (1996, p.31) A legislação não prescreve a forma pela qual o laudo deve ser apresentado. Constituindo a peça representativa das operações periciais, das ocorrências das diligências e da concatenação dos fatos que determinam as conclusões do vistor, deve obedecer à orientação individual deste, razão pela qual, sem sombra de dúvida, seria desaconselhável exigir-se respeito a fórmulas predeterminadas. O deferimento é tarefa atribuída ao juiz e a sua forma de conclusão está explicitada de forma atualizada e abrangente no CPC/2015 no art. 479 em que diz “O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.” Para Bueno (2015) A fórmula adotada pelo novo CPC é, inegavelmente, mais completa e preferível que a do art. 436 do CPC de 1973, sendo pertinente também a expressa remissão ao art. 371, que permite ao magistrado apreciar a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido (princípio da aquisição da prova), indicando na decisão as razões da formação de seu convencimento. Quando as provas coletadas ou a elaboração do laudoé julgada ineficiente o art. 480 estabelece que o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. 40 § 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. § 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. § 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra. Seção 3.6: Assistente técnico O assistente técnico, de acordo com a NBR 13.752/1996 da ABNT, é o profissional legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs), indicado e contratado pela parte para orientá-la, assistir aos trabalhos periciais em todas as suas fases da perícia e, quando necessário, emitir seu parecer técnico. Com relação ao acompanhamento das diligências pelas partes Bueno (2015, p.314) destaca que o § 2º do artigo 466 é novo e pertinente porque impõe ao perito que assegure, comprovadamente, e com antecedência mínima de cinco dias, acesso a todos os documentos, informações e diligências aos assistentes técnicos complementando o disposto no Art. 474, que repete dispositivo do CPC 1973. Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova. Art. 466. § 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. Para Imamura (2016) muitos engenheiros preferem atuar como assistentes técnicos, pois sua remuneração é tratada diretamente com as partes, o que dá maior segurança quanto aos prazos e pagamentos dos honorários, não cabendo impugnação dos mesmos, haja vista, terem sido acordados anteriormente à aceitação da causa. credibilidade dos engenheiros que atuam como assistentes por muitas vezes é questionada devido ao mal entendimento que aponta o profissional como auxiliar dos advogados das partes. Porém, há de se reconhecer que a mesma conduta ética que cabe ao perito deve ser reconhecida aos assistentes, devendo os mesmos ter responsabilidade com a verdade técnica e com a ética profissional abraçando a tese do seu cliente, se está convencido da sua justeza. 41 O engenheiro abstém-se de qualquer função que caiba à advocacia, pois sua atividade é voltada unicamente para as questões técnicas pertinentes à perícia em que atua. Seção 3.7: Tipos de ações ou perícias Para Medeiros Junior e Fiker (2013) quando duas ou mais pessoas possuem interesse sobre o mesmo bem ou utilidade, surge entre elas um conflito de interesses, tal conflito pode dar lugar à manifestação da vontade de uma delas de exigir a subordinação do interesse da outra ao próprio (pretensão). Se essa vontade é resistida, configura-se então um litígio ou lide. A função de decidir a lide é atribuída a um terceiro sujeito, desinteressado e imparcial, que é o Estado, através de seus órgãos jurisdicionais. Quando alguém ingressa em Juízo, geralmente o faz para obter do órgão jurisdicional que, na primeira instância, é o juiz, uma decisão que acolha sua pretensão pondo fim à lide. O processo civil é, portanto, um actum trium personarum, ou seja, uma relação entre três pessoas, em que um litigante (autor) pede a um juiz que lhe reconheça ou faça valer um direito contra uma outra pessoa (réu). Seguem abaixo as principais ações ou lides que envolvem perícia de engenharia. Ordinária As lides que necessitam de maior trabalho do engenheiro são movidas por ação ordinária. São ações que normalmente envolvem maior complexidade prevendo indenização por uma das partes. “Indenizações por vícios de construção, danos causados a terceiros e todas aquelas que envolvam a participação pecuniária por ocorrência que implique uma verificação ou parecer técnico de Engenharia” (MAIA NETO, 1997). Desapropriação Segundo Medeiros Junior e Fiker (1996), nas ações de desapropriação a função do perito e dos assistentes técnicos é apontar a indenização pelos bens expropriados. Maia Neto (2000) define que a desapropriação é a ação onde o Poder Público, de forma direta, ou através de concessionário de serviço público, promove, de forma compulsória, a transferência da propriedade de um imóvel pertencente ao particular 42 para o patrimônio público, consistindo na apuração do justo valor da indenização a ser paga. Há casos especiais em que as desapropriações ocorrem em áreas ambientais que necessitam de licença ambiental ou até mesmo do estudo de impacto ambiental carecendo de especialistas na área. Haddad e Santos (2009, p. 240) apud Nadalini (2013) argumentam que a desapropriação ambiental possui notáveis diferenças em relação à desapropriação geral e, portanto, a utilização dos mesmos critérios de valoração empregados nos processos de desapropriação comum acabam por gerar grandes distorções no valor da indenização final. Não é simples a quantificação quanto ao valor material da natureza o que gera complexidade na sua comparação em relação a bens de valor econômico. Dentro do campo do mercado imobiliário tange ao engenheiro ações de cunho renovatório e revisional. Ações Renovatórias “referem-se a imóveis comerciais, onde o inquilino solicita judicialmente a prorrogação do prazo contratual e havendo divergência com relação ao aluguel inicial para o novo período” (MAIA NETO, 1997). Sendo assim, necessária a realização de uma perícia para arbitramento do valor. Ainda de acordo com Maia Neto (1997) Ação Revisional refere-se tanto aos imóveis comerciais como residenciais, onde o proprietário, por considerar o valor atual defasado em relação ao valor de mercado, solicita a intervenção do perito para arbitrar o justo valor locativo. Demarcatória e Divisória As ações que envolvem divisão de terras são pertinentes desde os primórdios do Brasil e necessita também do profissional de engenharia. “Estas ações surgem quando existem divergências nos limites físicos que constituem as divisas de um imóvel devendo ser levantado o traçado da linha demarcanda, ou no caso de necessidade de divisão de uma propriedade comum” (MAIA NETO, 1997). De acordo com o novo Código Processual Civil (CPC/ 2015) Art. 579 antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda. importante observar que nesta ação faz-se necessária a presença de profissionais de engenharia de agrimensura. Reintegração de Posse e Reivindicatória 43 Ainda relacionado às propriedades, existem as ações de reintegração de posse e reivindicatória. De acordo com Maia Neto (1997) “questões de terra”, envolvendo casos em que há dúvida sobre a perfeita localização de um determinado imóvel em relação ao outro ou existam casos de invasões e esbulhos sobre determinado imóvel. Usucapião Outra lide que envolve problemas relacionados ao uso e ocupação do solo é a ação de usucapião onde o ocupante do imóvel solicita a transferência da propriedade decorrente da comprovação de posse, caracterizada por um período de ocupação mansa e pacífica conforme prazos e condições definidos no Código Civil, devendo a perícia definir os limites da divisa ou determinar se o imóvel pertence ao Poder Público, cujos bens não são abrangidos por estas ações. (MAIA NETO, 1997). Nunciação de Obra Nova Problemas entre vizinhos, devido a obras que afetam um ou mais envolvidos, implicam na possibilidade de ação de nunciação de obra nova. Para Maia Neto (1997) são ações que visam a interrupção de uma determinada obra em decorrência de risco iminente a terceiros exigindo extrema cautela do engenheiro para que seu parecer sejaimparcial e consistente, pois o Juízo, normalmente, só tem este referencial para decidir. Ambiental No âmbito das lides que envolvem os recursos naturais, ocorre a perícia ambiental onde se dá a apuração dos fatos que envolvem as questões ambientais e os impactos sofridos pelas ações do homem. Também regida pelo CPC, diferencia- se pelo objeto de estudo. “[...] Em outras palavras, a perícia ambiental tem como objetivo o estudo e a preservação do meio ambiente, o que abrange a natureza e as atividades humanas” (NADALINI, 2013). É comum o envolvimento de equipe multidisciplinar com outros profissionais das mais diversas especializações em ações que necessitam de uma equipe técnica capacitada nas áreas em questão. A figura 10 aponta, de forma mais clara, o fluxo da prova pericial no âmbito do processo judicial. 44 Figura 10: Fluxograma básico da prova pericial. Fonte: adaptado de Nadalini (2013). 45 Seção 3.8: Estudo de caso A seguir será apresentada uma lide (manifestação de uma vontade resistida por outrem), de forma resumida, que culminou em uma ação ordinária. Abaixo segue a imagem (figura 11) do condomínio autor da ação e objeto do litígio Figura 11: Demonstração do objeto da lide (perímetro em amarelo) Fonte: Laudo técnico de engenharia. Os autores propuseram na petição inicial uma Ação Ordinária contra o órgão de fiscalização e a construtora, resumidamente pelo seguinte: A parte autora é um condomínio fechado horizontal composto por casas exclusivamente residenciais, entregue pela Construtora (Ré) em 15/07/2005, com todas as autorizações necessárias à sua liberação e funcionamento, expedidas pelos órgãos públicos competentes. O condomínio autor afirmou que, em decorrência das chuvas que caíram no município de Aracaju/SE, especialmente no dia 04/11/2013, apresentou problemas estruturais alegando ser em função de deficiência na rede de drenagem do condomínio tendo ocorrido alagamento das ruas internas e de aproximadamente 60 (sessenta) casas, o que causou danos ao patrimônio dos moradores. Alegou ainda que a captação da água proveniente das ruas externas era feita por galerias públicas insuficientes ou inexistentes, de modo que ocorria o escoamento das águas da chuva para a área interna do condomínio sendo que tal fato não foi levado em consideração por ocasião da implantação do aludido condomínio, nem pela 46 construtora ré e nem pelo órgão de fiscalização, também ré no presente processo. Para melhor demonstração do trabalho realizado pela engenheira civil, como perita, foi elaborado um quadro elucidativo – Figura 12 Figura 12: Resumo do laudo pericial Fonte: Adaptado de Takahashi (2002). 47 Deferida a necessidade da prova pericial, o Juiz nomeou a perita judicial e a referida empresa fiscalizadora e a construtora indicaram seus respectivos assistentes técnicos tendo, ambas as partes, formulado quesitos. Resultados A perita concluiu que no caso em questão, a destinação das águas de chuva, que ocorreram em um curto período de tempo (135,4 mm em 3 horas), para a Av. Augusto Franco cujo sistema de macrodrenagem já se encontrava saturado somado ao aumento da área impermeabilizada do solo e à deficiência no sistema de drenagem das ruas adjacentes ao condomínio autor, impediram a infiltração das águas de chuva diretamente no solo e no sistema de galerias pluviais. Acabaram por sobrecarregar o sistema de drenagem existente no referido condomínio ocasionando o alagamento das ruas internas do mesmo, no dia 04 de novembro de 2013. O assistente técnico da ré empresa de fiscalização concordou integralmente com o Laudo Oficial e as conclusões nele apresentadas. O assistente técnico da ré empresa construtora, em seu parecer técnico, também concordou com o laudo da signatária. O autor apresentou quesitos suplementares os quais foram devidamente respondidos. Na Figura 13 abaixo é possível estabelecer comparações entre as normativas do novo CPC/2015 com o de 1973 no que tange aos engenheiros atuantes como perito: Figura 13: Comparativo entre o atual e o antigo CPC. 48 Fonte: Elaborado pelo autor O novo CPC/2015 inovou em diversos aspectos que mudou não somente os procedimentos da perícia judicial como seu mercado de atuação. Ao inserir no art. 156 a possibilidade da nomeação de órgãos técnicos ou científicos o novo código abriu inúmeras possibilidades para formação da estrutura do quadro profissional. A novidade é benéfica para as instituições e para os engenheiros. Isto porque para os que já atuam, ou desejam atuar dentro de algum órgão, passará a estar não só disponível para os ofícios internos como para auxilio da justiça. Se por um lado a mudança gera benefícios por outro surge grandes desafios, o engenheiro enfrenta agora a necessidade de uma maior especialização que o diferencie e o faça mais preparado em determinado conteúdo. 49 Seção 3.9: Considerações As constantes mudanças no campo da engenharia legal trouxeram inovações tanto para o campo técnico como jurídico. Neste ponto é indiscutível a necessidade do perito em manter-se atualizado. A engenharia tem se empenhado em desenvolver novas tecnologias que auxilia as pericias nos diversos segmentos. Sendo assim, cabe ao engenheiro perito dedicar-se ao constante aprendizado, tanto nas questões técnicas, como no âmbito judicial. Cabe ainda ao profissional ter ciência da complexidade que demandam as práticas forenses aplicando-se ao estudo das causas que lhe forem designadas para apuração pois, nenhuma lide é igual a outra, mesmo que semelhante. Os honorários, a forma de remuneração do perito, devem, também, equiparar e retribuir ao engenheiro sua capacitação e dedicação à profissão. Isto porque, toda qualificação é onerosa de tempo e custo. A impugnação dos honorários, por qualquer das partes, deverá ser feita levando em consideração os gastos diretos no trabalho, além da manutenção do perito. Muitas perícias requerem a necessidade da contratação de mais de um especialista. Como exemplo temos as causas que envolvem demarcação de terras onde, faz-se necessária a participação de um engenheiro agrimensor, assim como desapropriação e perícia ambiental, que requer equipe multidisciplinar. O novo CPC/2015 deixou ainda mais evidente o dever do perito com a ética e responsabilidade, devendo ser imparcial na sua atividade como já estabelecido pelo Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA). Abordado apenas em poucas instituições de engenharia, na graduação, os conceitos e fundamentos da perícia precisam estar mais difundidos para os engenheiros. Fica como sugestão para um próximo trabalho a discussão acerca do ensino da engenharia legal tratada no meio acadêmico. 50 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13752: Pericias de engenharia na construção civil. Rio de Janeiro, 1996. BRASIL, Código de Processo Civil. Lei n.13.105/2015. [S.l.], 2015. BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, v. 2105, 2015. GEROLLA, Giovanny. Carreira: Perito em Engenharia. São Paulo: Revista Téchne, edição 182. 2011. IBAPE/SP, INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIA DE SÃO PAULO. Perícias de engenharia. [S.l.]: São Paulo: Pini, 2008. IMAMURA, Ricardo Henrique de Araújo. Perícias judiciais: A importância do perito judicial. 2016. IPOG, INSTITUTO DE PÓS GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO. (Goiânia). O perito no Novo Código de Processo Civil. 2017. KEMPNER, Dorilene Bagio. A importância da prova pericial. Goiânia. 2017. MAIA NETO, Francisco. Roteiro prático de avaliações e perícias judiciais. [S.l.]: Belo
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