Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

CENTRO CIRÚRGICO 
E CME
Cristiane Regina Scher
Assistência de enfermagem 
no perioperatório
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a importância da sistematização da assistência de enfer-
magem perioperatória (SAEP).
 � Descrever a atuação do enfermeiro na aplicação da SAEP em relação 
às recomendações nos períodos pré-operatório imediato, transope-
ratório e pós-operatório.
 � Identificar como a humanização da assistência ao paciente pode 
contribuir para a assistência no perioperatório.
Introdução
A sistematização da assistência de enfermagem perioperatória, conhecida 
pela sigla SAEP, objetiva ser um instrumento de realização privativa do 
enfermeiro, conforme a Lei do Exercício Profissional, para aprimoramento 
do cuidado ao paciente cirúrgico, de modo a desenvolver uma melhoria 
na qualidade assistencial, sendo documentada, sistematizada, partici-
pativa e individualizada, voltada para as necessidades do indivíduo, e 
com a finalidade de também melhorar a comunicação entre as equipes 
envolvidas no pré, no trans e no pós-operatório.
A atuação do enfermeiro nesses períodos cirúrgicos em relação à 
aplicação da ferramenta SAEP tem em comum a percepção dos sen-
timentos quanto ao procedimento, fazendo com que o paciente fique 
menos vulnerável nas fases cirúrgicas, pela explicação de todos os atos 
que se seguirão, trazendo informações claras e explícitas.
Além desses pontos, a humanização do atendimento de enferma-
gem desses períodos se dá por meio de ações e comportamentos do 
enfermeiro para tornar todos os processos mais leves e buscando uma 
melhor recuperação. Assim, cabe ao enfermeiro o cuidado humanizado, 
estando ciente dos possíveis fatores de interferência e promovendo a 
ligação entre os atos tecnológicos e humanos, favorecendo as relações 
entre profissional e paciente e visando a um resultado pós-cirúrgico 
satisfatório e com o menor número de complicações possíveis. 
Importância da sistematização da assistência de 
enfermagem perioperatória (SAEP)
O centro cirúrgico (CC) é uma das unidades mais críticas de um hospital, já 
que compreende o local onde há uma diversificada circulação de funcionários 
e a realização de procedimentos diversos, para diagnóstico ou tratamento 
(JOST; VIEGAS; CAREGNATO, 2018).
Inicialmente, a função do enfermeiro nos centros cirúrgicos, conforme 
Saragiotto e Tramontini (2009), era direcionada ao planejamento, ao acompa-
nhamento e à avaliação das ações, de modo a atender às solicitações médicas, 
em detrimento, portanto, da assistência direta ao paciente.
Com o objetivo de redirecionar a assistência ao paciente diretamente, a 
sistematização da assistência de enfermagem (SAE) e a implementação do 
processo de enfermagem foram regulamentadas pela Resolução COFEN n° 
358/2009, pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), indicando que 
o processo de enfermagem deveria ser realizado em todos os ambientes em 
que ocorre o cuidado de enfermagem. 
A SAE é realizada em cinco etapas, apresentadas a seguir. 
1. Coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem).
2. Diagnóstico de enfermagem.
3. Planejamento de enfermagem.
4. Implementação.
5. Avaliação de enfermagem.
Quando realizada em CC, a SAE passa a ser chamada de sistematização 
da assistência de enfermagem perioperatória (SAEP), com o objetivo em 
comum de promover uma assistência de qualidade ao paciente, de maneira 
documentada, individualizada e participativa, visando à maior humanização 
e especialização do processo (JOST; VIEGAS; CAREGNATO, 2018; SARA-
GIOTTO; TRAMONTINI, 2009).
Assistência de enfermagem no perioperatório2
Perioperatório é a definição usada para o conjunto de períodos de uma cirurgia, ou 
seja, engloba os períodos pré-operatório, transoperatório e pós-operatório (JOST; 
VIEGAS; CAREGNATO, 2018).
Buscando promover essa qualidade assistencial no CC, em 2013, o Minis-
tério da Saúde, em conformidade com o programa Safe Surgery Save Lives 
(“Cirurgias Seguras Salvam Vidas”), criado pela Organização Mundial da 
Saúde, em 2008, aprovou o programa de cirurgia segura, buscando melhorar 
a qualidade da segurança do paciente (BARBOSA; LIEBERENZ; CARVA-
LHO, 2018).
Em consonância com os checklists de cirurgia segura, que visam a melhorar 
a qualidade assistencial e a comunicação entre os profissionais, a SAEP obje-
tiva auxiliar o paciente durante o perioperatório, para promover a segurança 
do paciente e de toda a equipe envolvida no processo. Além disso, atua na 
educação para o autocuidado e no apoio aos pacientes, e a seus familiares, de 
modo a auxiliar na redução da ansiedade sobre o procedimento cirúrgico a ser 
realizado, por meio de apoio emocional, reforçando a qualidade e a eficácia 
na assistência de enfermagem (VASCONCELOS et al., 2014).
Similarmente à SAE, na SAEP há etapas a serem realizadas com o paciente 
no período perioperatório, por intermédio exclusivo do enfermeiro, conforme 
designado na Lei do Exercício Profissional. Essas fases foram descritas por 
Saragiotto e Tramontini (2009), conforme mostrado a seguir.
1. Fase pré-operatória:
 � realização de entrevista com o paciente (presencial ou não);
 � análise de prontuários dos pacientes, buscando a identificação de in-
formações relevantes.
2. Fase transoperatória
 � realização dos cuidados necessários identificados na fase anterior;
 � observação e monitoramento tanto do paciente quanto do ambiente.
3. Fase pós-operatória
 � realização de visitas no leito do paciente no período de recuperação 
pós-cirúrgica.
3Assistência de enfermagem no perioperatório
Tais fases têm diversos objetivos, todos com foco no paciente, já que o 
enfermeiro é o indivíduo mais qualificado para o desenvolvimento de ações 
que possibilitem alta qualidade assistencial e a segurança do paciente e da 
equipe no perioperatório (VASCONCELOS et al., 2014).
Atuação do enfermeiro na aplicação da SAEP 
nos períodos pré-operatório, transoperatório e 
pós-operatório
A segurança do paciente tem sido alvo de discussões há anos no mundo todo. 
Desde a década de 1990, pressupôs-se um instrumento para a coleta de infor-
mações dos pacientes cirúrgicos, denominado sistematização da assistência 
de enfermagem (SAEP) (MONTEIRO et al., 2014).
Conforme Saragiotto e Tramontini (2009), os principais objetivos a serem 
alcançados com a implementação da SAEP, bem como a importância de sua 
execução, consistem em:
 � determinar quais as necessidades individuais do paciente que fará a 
cirurgia, para minimizar os possíveis riscos em decorrência de materiais 
e equipamentos necessários à realização do procedimento; 
 � evidenciar a real necessidade de recursos humanos ao procedimento, 
de forma prévia e contínua; 
 � realizar a implementação da assistência de enfermagem de maneira 
individualizada, com a participação do paciente e de forma documentada 
com foco no paciente especificamente; 
 � contribuir para a sua recuperação por meio de ações emocionais e educati-
vas, minimizando a ansiedade e maximizando os cuidados pós-operatórios. 
Em geral, os períodos operatórios se classificam em (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009; 
MONTEIRO et al., 2014):
 � pré-operatório — compreende desde a informação ao paciente sobre a realização 
da cirurgia até o encaminhamento ao CC;
 � transoperatório — período do ato cirúrgico propriamente dito;
 � pós-operatório — período compreendido até as 24 ou 48 horas após o proce-
dimento cirúrgico.
Assistência de enfermagem no perioperatório4
O enfermeiro é muito importante nos processos operatórios em todos os 
seus períodos, já que compete a esse profissional o planejamento da assis-
tência de enfermagem, visando à qualidade assistencial do paciente, de seus 
familiares e da equipe envolvida no procedimento cirúrgico (CHRISTÓFORO; 
CARVALHO, 2009; MONTEIRO et al., 2014).
Ainda segundo Christóforo; Carvalho, 2009; e Rocha; Ivo, 2015, inde-
pendentemente do tipo de cirurgia (eletiva ou de urgência), o paciente e a 
sua famíliatendem a ficar bastante apreensivos em relação ao procedimento 
propriamente dito, à anestesia e à recuperação pós-cirúrgica.
Para minimizar as ansiedades, melhorando a qualidade da assistência e a 
recuperação final do paciente, o período pré-operatório constitui uma parte 
importantíssima do cuidado. Nesse momento, cabe ao enfermeiro fornecer, 
de maneira clara e explícita, as informações sobre o procedimento que será 
realizado e as necessidades pré-operatórias individuais, que incluem o preparo 
físico e emocional, com a finalidade de diminuir os riscos cirúrgicos, promo-
vendo a recuperação e evitando complicações pós-cirúrgicas (CHRISTÓFORO; 
CARVALHO, 2009; ROCHA; IVO, 2015).
Conforme Christóforo e Carvalho (2009), as complicações pós-cirúrgicas 
estão diretamente relacionadas às falhas ocorridas nas informações comunica-
das no período pré-operatório. Portanto, o enfermeiro busca, no pré-operatório, 
identificar alterações anatômicas e fisiológicas que possam estar associados 
ao tipo de anestesia, procedimento e tempo cirúrgico, para que não ocorram 
complicações no pós-operatório (MIRANDA et al., 2016).
Dessa maneira, os cuidados prestados nesse primeiro momento devem ser 
individualizados, com o fornecimento de informações claras, baseadas em 
evidências científicas e reforçadas pelas características do paciente, como 
estado de saúde, tipo de cirurgia a ser realizada, média de permanência hos-
pitalar pelo tipo de procedimento, etc. (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009; 
ROCHA; IVO, 2015).
No período transoperatório, a importância do enfermeiro reside nos cuida-
dos vinculados aos riscos que o paciente apresenta em decorrência do tempo 
de cirurgia e da necessidade de posicionamento cirúrgico (MIRANDA et 
al., 2016).
Conforme o tipo de cirurgia, haverá um posicionamento específico, cabendo 
ao enfermeiro, portanto, avaliar os fatores intrínsecos e extrínsecos do paciente 
no pré-operatório a fim de evitar ou minimizar complicações associadas ao 
posicionamento durante longos períodos na mesa cirúrgica, visto que todos 
os pacientes devem ser considerados de alto risco para o desenvolvimento de 
lesões por pressão (LPP) (Quadro 1) (MIRANDA et al., 2016). 
5Assistência de enfermagem no perioperatório
Fonte: Adaptado de Miranda et al. (2016).
Fatores intrínsecos Fatores extrínsecos
 � Idade — extremos de idade 
tendem a ter peles mais sensíveis
 � Peso corporal — extremos de peso 
podem potencializar o surgimento 
de lesões
 � Estado nutricional — desnutrição 
e desidratação podem, também, 
potencializar o risco de surgimento 
de lesões
 � Doenças crônicas — como 
diabetes melito, vasculopatias, 
neuropatias, etc.
 � Tipo e tempo de cirurgia — 
procedimentos com 2 horas 
ou mais podem comprometer 
a oxigenação dos tecidos por 
compressão
 � Anestesia — por ocasionar 
perda de proteção fisiológica 
compensatória
 � Problemas no controle da 
temperatura corporal — 
hipotermia pode promover 
hipóxia tecidual favorecendo o 
aparecimento de lesões
 � Posições cirúrgicas e imobilizações 
por posicionamento
Quadro 1. Fatores de risco para ocorrência de LPP em procedimentos cirúrgicos
Além da avaliação prévia, o enfermeiro no transoperatório tem por res-
ponsabilidades avaliar e utilizar os dispositivos cabíveis ao posicionamento 
do paciente a fim de prevenir lesões de pele ou situações mais agudas, como a 
síndrome compartimental, que se caracteriza por um aumento de pressão em um 
compartimento corporal, promovendo a redução da perfusão capilar, levando 
à isquemia. Se houver demora no diagnóstico da síndrome, pode ocorrer um 
dano neuromuscular permanente, necessitando, inclusive, da realização de 
fasciotomia descompressiva (MIRANDA et al., 2016).
De acordo com Miranda et al. (2016), o enfermeiro deve empregar todos 
os recursos de proteção ao posicionamento, a fim de manter a integridade 
tecidual, tanto por atritos quanto por pressão ou nos riscos de queimaduras 
provocadas pelo uso de bisturis elétricos.
O período pós-operatório se divide em três etapas (Figura 1) (MORAES; 
PENICHE, 2003):
1. pós-operatório imediato;
2. pós-operatório mediato;
3. pós-operatório tardio.
Assistência de enfermagem no perioperatório6
Figura 1. Etapas do pós-operatório.
• 12 a 24 horas após
o término da 
cirurgia
• Varia conforme o
porte, a gravidade
da cirurgia e o 
estado do paciente
• Inicia nas primeiras
24 horas até a alta
hospitalar
• Tempo de duração 
variável conforme
cirurgia:
 • cirurgia de menor
 porte – em torno
 de 2 a 4 dias
 • Cirurgia de grande
 porte – em torno
 de 7 a 10 dias
• Inicia ao término
do mediato
• Duração de 1 a 2
meses, até a 
completa
cicatrização da
ferida cirúrgica ou
até a fase de ganho
ponderal
Imediato
Tardio
Mediato
A recuperação anestésica está compreendida no pós-operatório imediato, 
contado a partir da saída do paciente da sala cirúrgica até a saída da sala de 
recuperação, seja para o leito de internação, seja para alta hospitalar, nos casos 
de procedimentos ambulatoriais (MORAES; PENICHE, 2003).
O período em que o paciente está na sala de recuperação é considerado crí-
tico, pois, nesse momento, ele poderá apresentar depressão cardiorrespiratória, 
ausência de sensações, ausência de tono simpático e inconsciência, todas as 
condições associadas diretamente aos anestésicos utilizados no procedimento, 
de anestesia geral ou regional. (MORAES; PENICHE, 2003).
Portanto, seguindo a indicação da SAEP, o enfermeiro deverá acompanhar 
e documentar todo o processo, para que esse meio de comunicação seja único, 
contínuo, com registros fidedignos ao paciente e acessíveis à toda a equipe 
de saúde.
Por ser considerado um período crítico, as ações documentadas nesse 
momento garantem a segurança e os cuidados específicos ao paciente, de 
maneira individualizada, prevenindo a ocorrência de complicações ou prevendo 
as possibilidades de ocorrência para que consigam ser revertidas.
7Assistência de enfermagem no perioperatório
O período pós-operatório, quando o paciente está recobrando a consciência, 
pode ser muito desconfortante, conforme Jouclas, Tencatti e Oliveira (1998), 
pois o paciente acorda em um local completamente desconhecido, após uma 
“agressão física” provocada pelo procedimento e, normalmente, sem um 
rosto familiar ou conhecido por perto. Assim, o papel do enfermeiro no pós-
-cirúrgico também é o de estar ao lado, oferecendo o conforto e a segurança 
necessários nesse momento, de forma a amenizar o processo doloroso do 
paciente, físico e psicológico.
Humanização da assistência ao paciente no 
perioperatório
Um processo cirúrgico promove muitos períodos de incerteza e ansiedade ao 
paciente, seja um procedimento realizado de forma eletiva, seja de urgência. 
Em ambos os casos, a acolhida do paciente é fundamental para a minimização 
de seus anseios, proporcionando, eventualmente, uma recuperação mais efetiva.
Além disso, o ato cirúrgico pode provocar constrangimentos e privações, 
já que, muitas vezes, o paciente, ainda em processo anestésico, está nu em 
uma maca, cercado de pessoas desconhecidas, e os preparativos, como a 
tricotomia, podem ser bastantes invasivos à sua privacidade e individualismo.
Muitas vezes, o avanço científico e tecnológico fez com que o enfermeiro 
assumisse mais cargos e encargos administrativos. Por vezes, isso promoveu, 
em centros cirúrgicos, uma cultura de um sistema fechado e rotineiro, visando 
às questões práticas envolvidas no processo, como a conferência de dados 
pessoais, do tipo de patologia e do procedimento a ser realizado. Esse processo, 
inúmeras vezes realizado mecanicamente e sem empatia, poderia agravar o 
grau de ansiedade do paciente, pois esse percebe não dispor do “conhecimento 
técnico” e, muitas vezes, se sentir acuado por esse motivo (BEDIN; RIBEIRO; 
BARRETO, 2005; DESLANDES, 2004).
Conforme Corbani, Brêtas e Matheus (2009), humanização e cuidado são 
indissociáveis e ambos inerentes à enfermagem, cujo principal instrumento 
de trabalho é ocuidar. Assim, pode-se afirmar que cuidar é uma forma de 
usar a própria humanidade para assistir o outro.
O termo “humanização” vendo sendo utilizado na saúde como um sinônimo 
para cuidado, legitimado em 2000 quando da regulamentação, pelo Ministério 
da Saúde, do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar 
(PNHAH), que buscou a promoção de uma nova cultura no atendimento à 
saúde hospitalar (DESLANDES, 2004).
Assistência de enfermagem no perioperatório8
Deslandes (2004) afirma que o emprego do termo “humanização” no âmbito 
assistencial tem por objetivo a valorização da qualidade da assistência técnica 
associada ao reconhecimento dos direitos, subjetividades e traços culturais 
do paciente, de modo a valorizar, também, o diálogo entre os profissionais e 
o paciente, bem como entre as equipes de atendimento.
Com o passar do tempo, percebeu-se que eram necessárias modificações na 
sistematização da assistência, nas quais o enfermeiro voltaria a ter seu papel 
principal de atuação no cuidado direcionado a uma atenção mais direta ao 
paciente, destacando a importância dessas ações para o sucesso do tratamento 
(BEDIN; RIBEIRO; BARRETO, 2005).
Com a criação da SAEP, buscou-se diminuir essa diferença criada pelo 
tempo entre a real objetividade do enfermeiro no cuidar e a mecanização nos 
processos realizados em CC.
A SAEP é uma sistematização que auxilia o enfermeiro na humanização 
do cuidado aos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, pois visa 
a analisar as necessidades individuais, de forma participativa, orientada e 
documentada, com objetivo de diminuir a ansiedade atrelada ao processo 
(SARAGIOTTO; TRAMONTINI, 2009).
Se a humanização do cuidado em CC passar a ser considerada uma ação 
concreta da atividade do enfermeiro, a qualidade da assistência, pragmatizada 
no reconhecimento das individualidades e do diálogo, aumentará (DESLAN-
DES, 2004).
Em suma, a humanização do cuidado ao paciente durante o perioperatório 
se dá quando o enfermeiro consegue estabelecer uma relação de escuta, diálogo, 
respeito às individualidades e crenças, tornando o processo cirúrgico menos 
estressante a partir do momento em que o paciente recebe os cuidados e as 
orientações adequadas, claras e acolhedoras em todos os momentos (BEDIN; 
RIBEIRO; BARRETO, 2005; CORBANI; BRÊTAS; MATHEUS, 2009; 
DESLANDES, 2004).
No pré-operatório, o enfermeiro deverá ser empático às ansiedades do 
paciente, esclarecendo suas dúvidas sobre o procedimento de forma clara e 
explícita, respeitando-o e conhecendo-o da melhor maneira para que também 
consiga exercer seu papel profissional, realizando as previsões sobre possíveis 
complicações e necessidades do paciente no trans e pós-operatório.
Durante o procedimento, no transoperatório, cabe ao enfermeiro tornar 
o momento o menos invasivo possível, respeitando e cuidando para que os 
posicionamentos não promovam outros problemas para o paciente.
9Assistência de enfermagem no perioperatório
No pós-operatório cirúrgico, o enfermeiro terá uma postura humanizada, 
ao estar ao lado da pessoa que está acordando em um local desconhecido, 
cercado por rostos incomuns à sua vivência. 
Tais pontos, como dito anteriormente, poderão ser geridos e orientados para 
a execução pela SAEP, ao ponto de o cuidado humanizado estar tão implícito às 
rotinas diárias quanto a conferência de dados pessoais e patologias do paciente. 
BARBOSA, G. A.; LIEBERENZ, L. V. A.; CARVALHO, C. A.. A percepção dos profissionais 
de enfermagem do centro cirúrgico em relação aos benefícios da implantação do 
protocolo de cirurgia segura em um hospital filantrópico no município de Sete Lagoas, 
MG. Revista Brasileira de Ciências da Vida, Sete Lagoas, v. 6, n. 3, p. 1–15, 2018. Disponível 
em: http://jornal.faculdadecienciasdavida.com.br/index.php/RBCV/article/view/614/336. 
Acesso em: 24 maio 2019.
BEDIN, E.; RIBEIRO, L. B. M.; BARRETO, R. A. S. S. Humanização da assistência de enferma-
gem em centro cirúrgico. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v. 7, n. 1, p. 118–127, 
2005. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/download/846/1019. 
Acesso em: 24 maio 2019.
CHRISTÓFORO, B. E. B.; CARVALHO, D. S. Cuidados de enfermagem realizados ao pa-
ciente cirúrgico no período pré-operatório. Revista da Escola de Enfermagem USP, São 
Paulo, v. 43, n. 1, p.14–22, jul. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/
v43n1/02.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre 
a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de 
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional 
de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/
resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 24 maio 2019.
CORBANI, N. M. S.; BRÊTAS, A. C. P.; MATHEUS, M. C. C. Humanização do cuidado de enfer-
magem: o que é isso? Revista Brasileira de Enfermagem, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 349–354, 
maio/jun. 2009. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2670/267019599003.pdf. 
Acesso em: 24 maio 2019.
DESLANDES, S. F. Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hos-
pitalar. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 7–14, jan. 2004. Disponível 
em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2004.v9n1/7-14/pt. Acesso em: 24 maio 2019.
JOST, M. T.; VIEGAS, K.; CAREGNATO, R. C. A. Sistematização da assistência de enferma-
gem perioperatória na segurança do paciente: revisão integrativa. Revista Sobecc, São 
Paulo, v. 23, n. 4, p. 218–225, 2018. Disponível em: https://revista.sobecc.org.br/sobecc/
article/view/440. Acesso em: 24 maio 2019.
Assistência de enfermagem no perioperatório10
JOUCLAS, V. M. G.; TENCATTI, G. T.; OLIVEIRA, V. M. Qualidade do cuidado de enfermagem 
transoperatório e de recuperação anestésica de acordo com a satisfação do cliente. Co-
gitare Enfermagem, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 43–49, jan./jun. 1998. Disponível em: https://
revistas.ufpr.br/cogitare/article/download/44255/26780. Acesso em: 24 maio 2019.
MIRANDA, A. B. et al. Posicionamento cirúrgico: cuidados de enfermagem no transo-
peratório. Revista Sobecc, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 52–58, jan./mar. 2016. Disponível em: 
http://files.bvs.br/upload/S/1414-4425/2016/v21n1/a5578.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
MONTEIRO, E. L. et al. Cirurgias seguras: elaboração de um instrumento de enfermagem 
perioperatória. Revista Sobecc, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 99–109, abr./jun. 2014. Disponível 
em: http://www.sobecc.org.br/arquivos/artigos/2015/pdfs/site_sobecc_v19n2/07_so-
becc_v19n2.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
MORAES, L. O.; PENICHE, A. C. G. Assistência de Enfermagem no período de recuperação 
anestésica: revisão de literatura. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 
37, n. 4, p. 34–42, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v37n4/04. 
Acesso em: 24 maio 2019.
ROCHA, D. R.; IVO, O. P. Assistência de enfermagem no pré-operatório e sua influência 
no pós-operatório: uma percepção do cliente. Revista Enfermagem Contemporânea, 
Salvador, v. 4, n. 2, p. 170–178, 2015. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.
php/enfermagem/article/download/631/545. Acesso em: 24 maio 2019.
SARAGIOTTO, I. R. A.; TRAMONTINI, C. C. Sistematização da assistência de enfermagem 
perioperatória: estratégias utilizadas por enfermeiros para sua aplicação. Ciência, Cui-
dado e Saúde, Maringá, v. 8, n. 3, p. 366–371, jul./set. 2009. Disponível em: http://www.
periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/9018/5003. Acesso 
em: 24 maio 2019.
VASCONCELOS, A. S. et al. Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória 
em cirurgia da cavidade oral ambulatorial. Revista Sobecc, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 34–43, 
jan./mar. 2014. Disponível em: http://doi.editoracubo.com.br/10.4322/sobecc.2014.001. 
Acesso em: 24 maio 2019.
Leitura recomendada
COSTA, V. A. S. F.; SILVA, S. C. F.; LIMA, V. C. P. O pré-operatório e a ansiedade dopaciente: 
a aliança entre o enfermeiro e o psicólogo. Revista da SBPH, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, 
p. 282–298, jul./dez. 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v13n2/
v13n2a10.pdf. Acesso em: 24 maio 2019.
11Assistência de enfermagem no perioperatório

Mais conteúdos dessa disciplina