Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 19 de 64 Quadro 3 - Mesa dos instrumentais cirúrgicos Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptada). #PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didá co da arrumação correta da mesa do profissional instrumentador cirúrgico com a sequência e disposição ordenada dos instrumentais cirúrgicos que serão u lizados no ato anestésico-cirúrgico. Observamos os instrumentais de diérese, seguido pelo de preensão, hemostasia, de exposição, especiais e auxiliares e por úl mo os de síntese. Enfim, conhecer o centro cirúrgico é um desafio para qualquer profissional que atue no ato anestésico-cirúrgico. FIQUE DE OLHO A instrumentação cirúrgica requer habilidade e conhecimento do ato cirúrgico, materiais e instrumentais cirúrgicos pelo profissional de nível técnico em enfermagem. Para compreender o tema leia o ar go “instrumental cirúrgico” (MORIYA; VICENTE; TAZIMA, 2011, p.18-32). É recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, normas, ro nas e protocolos atualizados deste setor complexo e crí co. O enfermeiro do CC compõe a equipe mul profissional de saúde, e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e numa prá ca cien fica inovadora, que envolva a sistema zação da assistência em enfermagem no ambiente cirúrgico. Assista aí É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer as noções preliminares da enfermagem em centro cirúrgico, conceitos de centro cirúrgico, bloco cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica, bem como a estrutura sica e os equipamentos do bloco cirúrgico e da sala de recuperação pós-anestésica; compreender os critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos para o centro cirúrgico; entender a função do enfermeiro quanto aos recursos humanos e educação con nuada do centro cirúrgico; aprender sobre o gerenciamento do profissional enfermeiro na CME, no BC e SRPA; CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 20 de 64 avaliar os perigos para a saúde dos profissionais associados à falta do uso dos EPIs e aos procedimentos de lavagem e degermação das mãos no ambiente cirúrgico; assimilar os tempos cirúrgicos, bem como a importância do conhecimento da instrumentação cirúrgica para a equipe de enfermagem. REFERÊNCIAS AKAMINE, J. et al. Enfermagem em Centro Cirúrgico atualidades e perspec vas no ambiente cirúrgico. Gerenciamento em Centro Cirúrgico. São Paulo, 2013. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 307, de 14 de novembro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos sicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível: h p://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20RDC%20ANVISA%20n%C2%BA%20307,%20de%2014nov02.pdf. Acesso 18 de abril de 2020. ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegiada - RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível: h p://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html. Acesso em 18 de abril de 2020. BARBOZA, V. S. et al. Eficácia de dois métodos de degermação das mãos. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac. Camaragibe, v.15, n. 3, jul/set. 2015. CARVALHO, R BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri: Manole, 2016. COFEN - Conselho Federal de Enfermagem. Lei n. 7.498, de 1986. Legislação Ins tuidora do Sistema. h p://www.portalcofen.gov.br/sitenovo/node/4161. Acesso em: 18 de abril de 2020. DAMASIO, Y. L. R.; VASQUES, J. D. A importância do Enfermeiro no processo de gerenciamento na Central de Material e Esterilização Hospitalar. 2016. 21f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Faculdade Integrada de Pernambuco, Recife, 2016. FIGUEIREDO, R. M. et al. Higienização das mãos em ambiente hospitalar: uso de indicadores de conformidade. Rev Gaúcha Enferm. São Paulo, V. 35, n.1, 70-77, 2014. FREITAS, N. Q. et al, O papel do enfermeiro no centro cirúrgico na perspec va de acadêmicas de enfermagem. Rev Contexto e Saúde. São Paulo, v.10, n.20, 1133-1136, 2011. GRAZIANO, K. U. et al. Eficácia de três métodos de degermação das mãos u lizando gluconato de clorexidina degermante (GCH 2%). Rev Esc Enferm. São Paulo, v. 45, n. 6, 1440-1445, 2011. LEITE, M. D; DUARTE, I. G. L. Paramentação cirúrgica: ar go de revisão. Rev Med. Minas Gerais, V. 23, n. 3, 343-346, 2013. MALAGUTTI, W., BONFIM, I. M. Enfermagem em Centro Cirúrgico: atualidades e perspec vas no ambiente cirúrgico. São Paulo: Mar nari, 2013. MORIYA, T.; VICENTE, Y. A. M. V. A.; TAZIMA, M. F. G. S. Instrumental cirúrgico. Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Hospital das Clínicas da FMRP . v. 44, n. 1, jan-mar-2011. p. 18-32. Disponível em: h p://revista.fmrp.usp.br/2011/vol44n1/Simp1_Instrumental%20cir%FArgico.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020. PEDROSO, D. F. L. Gerenciamento de Enfermagem: um relato de experiência. 2015. 40f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, 2015. PORTES, C. M.; BISPO, D.; NOGUEIRA, L. D. P. Assistência de enfermagem na sala de recuperação pós-anestésica uma revisão de literatura. Revista Enfermagem em Evidência. Bebedouro, v.3, n. 1, 172-189, 2019. SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Prá cas Recomendadas. 7 ed. São Paulo: Nacional, 2017. SOUZA, M. C. B.; CERIBELLA, M. I. P. F. Enfermagem no centro de material esterilizado - a prá ca da educação con nuada. Rev La no Enfermagem. São Paulo, v.12, n. 5, 767-774, set/out, 2004. CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 21 de 64 UNIDADE 2 BIOSSEGURANÇA E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 22 de 64 INTRODUÇÃO Você está na unidade Biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória. Conheça aqui as ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos relacionadas às infecções hospitalares, bem como as iden ficações dos pos de material de proteção individual u lizados pelos profissionais da CME (central de material estéril). Entenda que a assistência de enfermagem perioperatória é considerada vital para a realização e o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das a vidades do enfermeiro. Compreender a u lização de terminologias adequadas, é de extrema importância para as pessoas envolvidas na assistência cirúrgica, uma vez que facilita o entendimento de todos, e proporciona uniformização da linguagem no CC (centro cirúrgico). 1 NOÇÕES PRELIMINARES A unidade de biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória apresentará a biossegurança como um desafio para os profissionais da saúde, principalmente no campo prá co de um setor pouco conhecido como CME (centro de materiais e esterilização). Esse setor de apoio tem fundamental importância por ser responsável pelo PPS (processamento de produtos para saúde), garan ndo segurança ao paciente e permi ndo o uso de materiais em condições adequadas de preparo e esterilização. No hospital, a CME é considerada uma área crí ca por processar PPS resultantes de intervenções clínicas e cirúrgicas, apresentando, desta forma, riscos aos profissionais que atuam nesse setor, tornando-os mais susce veis a acidentes ocupacionais. Levando em consideração o exposto, a Norma Regulamentadora n. 32, Portaria n. 485, de 11 de novembro de 2005, estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem a vidades de promoção e assistência à saúde em geral. O entendimento desta disciplina é necessário diante do avanço da tecnologia, associado à globalização, e faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados ao saber-fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para uma assistência de enfermagem operatória, ou melhor, perioperatória cirúrgicacom qualidade no cenário de saúde atual. 1.1 BIOSSEGURANÇA Entender biossegurança, atualmente, é de fundamental importância para os conceitos de promoção e prevenção a saúde. E um tema direcionado para redução parcial ou total dos fatores sicos, químicos e biológicos dentro de um ambiente de cuidados para com a saúde das pessoas, e do próprio profissional de saúde. Quando temos uma associação de medidas que tenham o obje vo de diminuir ou eliminar os riscos ou agressões a saúde dos pacientes e dos profissionais de saúde, temos a biossegurança (NATI, 2010). A biossegurança é um tema relevante na vida dos profissionais de enfermagem, visto que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados, principalmente os profissionais que desenvolvem suas a vidades em áreas crí cas dos hospitais, por estarem mais CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 23 de 64 susce vel a acidente envolvendo material biológico, químico, sico, ergonômico e psicossociais (NATI, 2010). Os profissionais de saúde estão expostos diariamente aos danos a sua vida, que chamaremos de risco ocupacional, porque está diretamente ligado as suas a vidades laborais (trabalho). Este risco pode estar ligado a falta de conhecimento do trabalhador as suas a vidades diárias, ou ainda, a situações emergenciais que o ambiente (trabalho) favorece constantemente. Os riscos ocupacionais que são mais comuns em um ambiente de trabalho, estão ligados ou conectados a diversos fatores, e são simbolizados por cores. Então podemos dizer que o risco: sicos é representado pela cor verde, químicos é representado pela cor vermelha, biológicos é representado pela cor marrom, ergonômicos é representado pela cor amarela, e acidentais/mecânicos é representado pela cor verde. Para se evitar os riscos ocupacionais é necessário fazer uso, principalmente, dos EPIs, que têm como obje vo evitar acidentes e contaminações no ambiente laboral. A baixa adesão ao uso desses equipamentos e o seu uso incorreto são fatores decorrentes da falta de adaptação dos profissionais, no ambiente laboral, por ocasionarem algum po de desconforto, incômodo, descuido, esquecimento, falta de hábito, inadequação, quan dade insuficiente, descrença de proteção quanto ao seu uso, sobrecarga de trabalho e cansaço sico. Já o fator de adesão ao uso dos EPIs se relaciona ao entendimento do profissional acerca dos riscos, laborais, que o profissional está exposto ou ligado. O uso dos EPIs é obrigado! E precisa ser fiscalizado no ambiente do trabalho (SILVA et al.,2017). Equipamento de proteção individual - é todo o disposi vo ou produto, de uso individual u lizado pelo trabalhador, des nado à proteção de riscos susce veis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (Brasil, 2001). 1.2 VISÃO GERAL - CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO O setor, no âmbito hospitalar, que se ar cula com todos as unidades do hospital é chamada de CME (central de material e esterilização). É uma unidade des nada a receber, de todos os setores, materiais hospitalares, para processamentos de limpeza, descontaminação, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição dos materiais u lizados para os diversos setores de um estabelecimento de saúde. A CME pode estar localizada dentro ou fora da unidade de saúde ou hospital (SOBECC, 2007). O trabalho desempenhado pela CME é de alta complexidade, e exige da equipe de enfermagem que a compõe um alto nível de conhecimento e qualidade nos processamentos dos materiais oriundos dos diversos setores de assistência à saúde no âmbito hospitalar. A equipe da central de material e esterilização é formada pelo profissional enfermeiro e técnicos em enfermagem. Diante das complexas técnicas de trabalho desenvolvidas na CME, e das ocorrências envolvendo a qualidade dos processamentos e reprocessamentos de diferentes materiais ou Produtos para a Saúde (PPS), foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada n. 15, de 15 de março de 2012,que tem como obje vo estabelecer os requisitos de boas prá cas para o funcionamento dos serviços para a saúde , levando em consideração o processamento de PPS (BRASIL, 2012). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 24 de 64 Mediante os obje vos estabelecidos na RDC-15/2012, o COFEN (conselho federal de enfermagem) elaborou e publicou no DOU (diário oficial da União) a Resolução n. 424, de 19 de abril de 2012, que norma za âmbito nacional as atribuições dos membros da equipe de enfermagem em Centros de Materiais e Esterilização. (COFEN, 2012). Conhecer o real obje vo das resoluções dos órgãos competentes poderá contribuir para as ações das unidades de assistência à saúde na busca de melhores condições de trabalho e na qualidade do processamento e reprocessamento dos PPS. É preciso iden ficar e prevenir e/ou reduzir fatores de riscos que poderão estarem presentes na CME. para garan r a diminuição das ocorrências de agravos a saúde dos profissionais da enfermagem, bem como de infecções cruzadas nos setores de assistência hospitalar (TIPPLE et al., 2007). 2 NORMAS REGULAMENTADORAS O MTE (ministério do trabalho e emprego) aprovou, em 1978, as NRs (normas regulamentadoras) per nentes à segurança e medicina do trabalho. Conforme Sarquis e Cruz (2005), elas são obrigatórias para as empresas privadas, públicas e órgãos do governo que são orientados pela CLT (consolidação das leis do trabalho). 2.1 NR-32 Em 2005, foi aprovada uma norma específica para a área da saúde, a NR-32 (norma regulamentadora n. 32), que estabelece as diretrizes para a implementação de programas de prevenção de riscos ocupacionais e de proteção à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. Para fundamentar e complementar os estudos relacionados sobre a NR-32 - segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, destaca-se na íntegra dessa norma zação. “Para fins de aplicação desta NR, entende-se por serviços de saúde qualquer edificação des nada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade” (BRASIL, 2005). A NR-32 abrange situações de exposições a riscos à saúde do trabalhador. A diminuição ou eliminação dos agravos à saúde laboral estão, em grande parte, relacionados à sua capacidade de entender a importância dos cuidados e medidas de proteção, as quais deverão ser seguidas no ambiente de trabalho (ACÁCIO et al., 2013). O obje vo dessa NR é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos serviços de saúde. É recomendado para cada situação de risco a adoção de medidas preven vas, e a capacitação dos trabalhadores para um âmbito laboral seguro. 2.2 OBRIGATORIEDADE DE VACINAÇÃO É de fundamental importância compreender que a NR 32 abrange a questão da obrigatoriedade da vacinação do profissional de enfermagem, conforme recomendação do MS (ministério da saúde), devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante ao trabalhador, e ainda, determina algumas situações na questão de vestuário e ves ários, refeitórios, resíduos, capacitação con nua e permanente na área específica de atuação, entre outras recomendações do Ministério (BRASIL, 2005). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 25 de 64 Ainda que a NR-32 tenha sido desenvolvida com foco na saúde do trabalhador que desempenha as tarefas laborais na área da saúde, a norma também beneficia a todos os grupos de pessoas que frequentam esses locais, e tem a obrigação de garan r a proteção dos diversos ambientes laborais. 3 SEGURANÇA DO PACIENTE E DO AMBIENTE Conforme foi abordado nos tópicos anteriores, o avanço da tecnologia, associado à globalização, faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados ao saber-fazer, focando suas habilidades para uma assistência de enfermagem com qualidade no cenário de saúde atual, sejam elas assistenciais,administra vas, educa vas e/ou gerenciais. Desta forma, será abordado, na sequência, que a SAE (sistema zação da assistência de enfermagem) é um método que visa aprimorar o cuidado prestado pelo enfermeiro em prol da segurança do paciente, buscando proporcionar uma assistência segura e com qualidade, melhorando a comunicação entre as equipes, e evidenciando um ambiente seguro e saudável para a prestação do cuidar. 3.1 PORTARIA N. 529/2013 - PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE Atualmente, no mundo inteiro, os profissionais de saúde discutem a melhor estratégia para garan r a segurança do paciente, sendo considerada uma importante questão de saúde pública. Entender que se faz necessário reduzir, ao máximo possível, riscos e danos desnecessários no processo do cuidar, é de extrema necessidade para estabelecer o melhor planejamento da assistência à saúde do paciente (BRASIL, 2013). Em abril de 2013, o MS elaborou estratégias, produtos e ações, por meio de normas e regras, que foram direcionadas para os gestores, profissionais e usuários, para redução das ocorrências dos EAs (eventos adversos) na assistência à saúde. Essas ferramentas foram direcionadas para o trabalho da promoção e prevenção da segurança e saúde dos pacientes. E, a par r dessa data, ficou ins tuído o PNSP (Programa Nacional de Segurança do Paciente) em todo território brasileiro (BRASIL, 2013). O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente depende do conhecimento e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos que regem o funcionamento dos estabelecimentos de saúde, condição básica para que estes estabelecimentos possam dar novos passos, como a elaboração de planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações monitoradas por indicadores, gerido por uma instância (núcleo) responsável e de uma polí ca de es mulo à u lização ro neira de protocolos e diretrizes clínicas (BRASIL, 2014). A segurança do paciente é um fator importan ssimo para avaliar a qualidade da assistência, mas, infelizmente, é influenciada, apesar das qualificações e avanços na área de saúde, pelas prá cas profissionais erradas, que chamaremos de iatrogenia, e que são come das pelos profissionais que atuam diretamente ou indiretamente nessa assistência e refletem, diretamente, na qualidade de vida dos usuários, pacientes ou clientes que procuram os serviços (públicos ou privados) de saúde. Essas iatrogenias podem provocar desagradáveis fatores, tanto para os pacientes como para os profissionais e para a organização hospitalar (MIASSO et al., 2006). Baseado nas condutas iatrogênicas e na necessidade de redução dos EAs, o Ministério da Saúde estabelece a importância para qualquer profissional que atue na assistência à saúde do entendimento da compreensão da cultura de segurança do paciente. Essa cultura é definida como CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 26 de 64 valores, a tudes, competências e comportamentos que determinam o comprome mento de uma melhor gestão da saúde e da segurança, subs tuindo a culpa e a punição pelas qualificações e educações permanentes para aprender com as falhas e melhor gestão da saúde e da segurança, subs tuindo a culpa e a punição pelas qualificações e educações permanentes para aprender com as falhas e melhorar a atenção e qualidade à saúde (BRASIL, 2013). Os eventos adversos devem ser informados, por meio de no ficação digital, ao SNVS (sistema nacional de vigilância sanitária), de acordo com a Resolução da Diretória Colegiada 36/2013. E é função do serviço de saúde informar os óbitos relacionados aos EA’s em até 72 horas após a ocorrência, e preencher corretamente as dez etapas correspondente à inves gação em até 60 dias corridos, a par r da data da informação ao SNVS. 3.2 SEGURANÇA DO PACIENTE A Anvisa ins tuiu as ações para segurança do paciente, conforme RDC n. 36/2013, com obje vo de prevenir e reduzir a incidência de eventos que gerem danos ao paciente, adotando como escopo de atuação para os eventos associados à assistência à saúde, as seis metas da OMS (organização mundial da saúde). Estas metas estão trazidas nos seis protocolos de segurança do paciente, publicados nas portarias GM/MS 1377/2013 e GM/MS 2.095/2013. A OMS, no segundo desafio global para a segurança do paciente, lançou o manual “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, com o obje vo de melhorar a segurança da assistência cirúrgica e reduzir o número de mortes e complicações cirúrgicas (OMS, 2009). E é nesse contexto que os órgãos competentes e legisladores da enfermagem têm implementado estratégias, no âmbito nacional, para melhor compreensão e qualificação de como u lizar, corretamente, os protocolos e checklists para as intervenções de enfermagem, que possibilitem a assistência de qualidade, segura e sem danos aos pacientes (LUZIA; ALMEIDA; LUCENA, 2014). 4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO Ao longo dos anos, foi necessário oferecer ao paciente uma melhor assistência, baseada em achados cien ficos, para garan r prá cas seguras e cuidados da equipe de enfermagem (enfermeiro, auxiliares e técnicos) com um olhar holís co, humanizado e seguro para com o paciente nos diversos níveis de complexidade da assistência em saúde. Esse cuidar é direcionado para uma assistência planejada e con nuada, que chamaremos de sistema zação. O ato de planejar o cuidar, requer leitura e conhecimento dos fatos e, tanto no âmbito hospitalar e de saúde cole va (pública), os princípios norteadores serão os mesmos; difere somente no processo saúde x doença. Para complementar os estudos da assistência e sistema zação de enfermagem, o COFEN, através da Resolução n. 358, de 15 de outubro de 2009, destaca: Toda ins tuição de saúde, pública e privada, sendo que cabe priva vamente ao enfermeiro realizar todas as etapas da SAE. A presente resolução organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE) descrito em cinco etapas: coleta de dados, diagnós co de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem (COFEN, 2009, on-line). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 27 de 64 Por volta de 1970, a enfermeira Wanda de Aguiar Horta, iniciou com PE, a SAE direcionada para CC (centro cirúrgico), denominada SAEP (sistema zação da assistência de enfermagem perioperatória). A SOBECC (sociedade brasileira de enfermeiros em centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização) recomenda as prá cas, a promoção e a divulgação da enfermagem, desde o momento da divulgação para o paciente da necessidade cirúrgica até a sua alta hospitalar (SOBECC, 2007). O foco na assistência perioperatória é o paciente e a sua família, que terá como obje vo ajudar a compreender a patologia e a necessidade de entender o tratamento, o processo anestésico-cirúrgico e a sua melhor recuperação fisiológica e psicológica. Conforme a SOBECC (2007), o profissional enfermeiro precisa reduzir os riscos ou agentes agressores inerentes ao ambiente do CC e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), e da u lização dos equipamentos ou instrumentais cirúrgicos u lizados nos procedimentos, bem como garan r a qualidade da assistência prestada. O período perioperatório compreende três fases: a fase pré-operatória; a fase intra-operatória ou transoperatória; e a fase pós-operatória. Ressalta-se que a assistência é complexa, peculiar e individualizada em todas as etapas. O PPO (período pré-Operatório) pode ser dividido em: PPOM (período pré-operatório mediato); e PPOI (período pré-operatório imediato). PPOM A SAEP no PPOM é direcionada ao paciente para a realização dos exames clínicos, que irão auxiliar no seu quadro clínico. Os exames serão importantes para planejar assistência médica e de enfermagem, aos diversos sistemas orgânicos, adequada ao tratamento, e terá o objetivo de diminuir as sintomatologias, e planejar os cuidadosnecessários para evitar possíveis complicações no Período Pós-Operatório Cirúrgico (PPOC). PPOI O período PPOI corresponde às primeiras 24 horas antes da cirurgia, e objetiva preparar o corpo do paciente de forma fisiológica (jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e administração medicamentosa pré-anestésica) e psicológica para o ato cirúrgico (TAUBE, 2006). O PPOM é de extrema necessidade no PE e na SAEP e tem que ser seguido para não comprometer o bom resultado do ato cirúrgico ou até mesmo provocar sua suspensão. É importante orientar ao paciente no PPOM quanto aos riscos inerentes aos fatores do tabagismo, desnutrição, obesidade, faixa etária, hipertensão arterial sistêmica, diabetes entre outras patologia e disfunção orgânica. Assim, por exemplo, no transoperatório, o médico cirurgião terá dificuldade em controlar o sangramento, de um paciente hipertenso; bem como o paciente tabagista apresentara um acúmulo de secreções pulmonares, desenvolvendo possivelmente broncopneumonia PO (SOBECC, 2007). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 28 de 64 Levando em consideração o transoperatório, SOBECC (2007) aponta que esse período cirúrgico se inicia com a chegada do indivíduo no centro cirúrgico e termina com a entrada dele na sala de recuperação anestésica, UTI ou unidade de internação. Pode ainda, ser dividida em dois momentos diferentes: PIO (período intra-operatório) e PTO (período (transoperatório). O primeiro ocorre na recepção do paciente no centro cirúrgico, e o segundo será a sua permanência na sala cirúrgica. Considerada a segunda fase da SAEP, é no período transoperatório que o enfermeiro, por meio de intervenções de enfermagem efe vas e planejadas, poderá minimizar os riscos aos pacientes decorrentes do procedimento anestésico cirúrgico (SMELTZER; BARE, 2005). O período transoperatório, que se caracteriza pela permanência do indivíduo na sala operatória, consiste quando o procedimento anestésico cirúrgico é realizado. O acompanhamento é feito por toda equipe de enfermagem (auxiliares ou técnicos de enfermagem), que deverão oferecer ao indivíduo apoio, atenção e respeito às suas necessidades, além de seguir as prescrições do enfermeiro (SOBECC, 2007). Terminando o PTO, imediatamente se inicia o POI (período pós-operatório imediato), que pode começar em sala operatória e terminar quando o paciente é transferido para a SRPA. O PPO é subdividido em POI (período pós-operatório imediato) e POM (período pós-operatório mediato). A recuperação do paciente até as primeiras 24 horas após cirurgia é considerado POI. Nesse período, existe a necessidade de observar o quadro clínico de recuperação do paciente com total segurança e parâmetros avançados para prevenir problemas comuns como: hemorragia, dor, febre, náuseas, vômitos e processos infecciosos. O POM corresponde à assistência voltada para as primeiras 24 horas após o ato cirúrgico, podendo se estender até o sé mo dia, e após o sé mo dia, até o recebimento da alta (MALAGUTTI; BONFIM, 2009). O Ideal seria que os pacientes em POI fossem encaminhados da SO para a SRPA para avaliação dos parâmetros hemodinâmicos de recuperação do ato anestésico-cirúrgico, até um período de uma a seis horas para o controle e recuperação dos seus reflexos, e transferido para a UTI (unidade de terapia intensiva) quando o quadro clínico es ver insa sfatório ou após cirurgias de longo período, para permanecer em SRPA, e para a enfermaria quando es ver estabilizado clinicamente (LOPES, 2016). Em resumo, podemos dizer que a comunicação e o relacionamento interpessoal são essenciais na fase pré-operatória; no transoperatório é preciso habilidade com equipamentos e materiais envolvidos nos procedimentos anestésico-cirúrgicos e estar atento para as intercorrências que coloquem em risco a vida do paciente; na fase pós-operatória, além de conhecimento sobre o aparato tecnológico, a observação de sinais vitais, controle da dor e o restabelecimento da consciência também estão somados aos inúmeros conhecimentos necessários à manutenção dos sistemas cardiovascular, respiratório, renal, neurológico entre outros. Têm-se, ainda, a necessidade de dominar conhecimentos peculiares a cada intervenção cirúrgica que demanda assistência imediata e individualizada (LOPES, 2016). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 29 de 64 4.1 POSICIONAMENTO DO PACIENTE PARA CIRURGIA O posicionamento do paciente cirúrgico é um procedimento que exige extrema competência e importância para o PE e SAEP, porque promove o acesso à intervenção no sí o ou local da cirurgia, devendo ser realizado corretamente, garan ndo segurança para o paciente e, dessa forma, evitando comprome mentos dos tecidos, órgãos e complicações durante e após o ato cirúrgico. FIQUE DE OLHO O posicionamento cirúrgico do paciente é procedimento importante na assistência de enfermagem no período perioperatório. O principal obje vo desse procedimento é promover a ó ma exposição do sí o cirúrgico e, ao mesmo tempo, a prevenção de complicações, decorrentes do posicionamento cirúrgico (MIRANDA; FOGAÇA; RIZZETTO, 2016). Observe abaixo, conceitos e algumas recomendações, segundo Lopes et al, 2016, para o posicionamento do paciente, na mesa cirúrgica. Decúbito dorsal ou supina : A equipe de enfermagem posiciona o paciente de costas (região dorsal), com membros superiores e inferiores estendidos, apoiado e fixado em talas cirúrgicas. acolchoar o calcâneo, o sacro, o cóccix, o olecrano, a escápula, a tuberosidade isquiá ca e o occipital. Podemos citar como exemplo as cirurgias da região craniana, região do tronco e região peritoneal. Decúbito ventral ou prona : A equipe de enfermagem posiciona o paciente com a região anterior para baixo, com os membros superiores estendidos e apoiado em tala cirúrgica. É importante proteger os seios e acomodar a genitália masculina em posição lateral. Proteger o dorso dos pés, a cintura escapular, o olecrano, a espinha ilíaca e a patela. Atenção para o sistema respiratório ficar em vulnerabilidade. Podemos citar como exemplo as cirurgias que os órgãos se localizam em posicionamento posterior do corpo. SIMS (lateral) : A equipe de enfermagem posiciona o paciente lateralmente (esquerdo ou direito) e mantem o alinhamento espinhal. Deve observar orelhas, colocar um apoio sob a cabeça, a região da axila e entre os membros inferiores, manter os mesmos em contato com a mesa flexionada na região do quadril e a superior es cada. Podemos citar como exemplo as cirurgias do sistema renal. Litotomia ou ginecológicas : A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito dorsal, membros inferiores flexionados, afastados e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os membros superiores estendidos e apoiados. U lizar acolchoamento nos estribos. Ter duas pessoas para levantar lentamente as pernas com leve rotação do quadril, posicionar os joelhos com leve flexão. Podemos citar como exemplo as cirurgias do aparelho reprodutor feminino e região perineal. Trendelenburg : A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito dorsal onde a parte superior do dorso do tronco (tórax e abdome) são abaixadas e os membros inferiores são elevados. Podemos citar como exemplo as cirurgias do tronco, pelve e membros superiores e inferiores. Trendelenburg reverso : A equipe de enfermagem posiciona o paciente ao contrário do posicionamento de trendelenburg. Podemos citar como exemplo as cirurgias da região abdominal e região craniana. CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 30 de 64 Fowler : A equipe de enfermagem posiciona o paciente sentado ou semissentado na mesa de cirúrgica. Posicionamento preferencial para pacientes que apresentem desconforto respiratório. Podemos citar como exemplo as cirurgias de tronco para inserção do dreno de tórax. Canivete : A equipe de enfermagem posiciona o paciente em decúbito ventral, com o membro inferior e a região torácica sobre a mesa e região pélvica posterior levementeinclinada. Podemos citar como exemplo as cirurgias da região anal. 4.2 ANESTESIA : TIPOS, ESTÁGIOS, MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO Anestesiar é o ato de tornar insensível, indiferente ou eliminar totalmente ou parcialmente a sensibilidade orgânica. Então, podemos entender que anestesia é o procedimento cirúrgico de suspender reflexos e sensibilidades (total ou parcial) do corpo humano. É um procedimento realizado pelo médico anestesiologista ou anestesista que, tem como obje vo principal evitar dor para a realização de cirurgias, no período intra-operatório (SMELTZER; BARE, 2005). O anestesiologista é o profissional médico responsável em prestar os cuidados desde o processo de avaliação do paciente no período pré-operatório mediato e imediato, podendo prescrever medicações pré-anestésica, administrar e controlar as condições fisiológicas e hemodinâmicas do paciente durante o período de transoperatório e prestar assistência na SRPA (POSSARI, 2003). Os fármacos ou drogas anestésicas são classificados conforme o poder que têm para fazer o paciente perder a sensibilidade em todo o corpo ou em partes dele. Então, temos os diferentes pos de anestesias, conforme Hinkler; Cheever (2006): anestésicas gerais - são causadoras de processo de depressão ou rebaixamento do funcionamento do sistema nervoso central; anestésicas regionais - são causadoras de rebaixamento ou perda de sensibilidade em uma determinada região do corpo; anestésicas locais - são ausadoras da perda de sensibilidade dos tecidos em uma local específico do sí o cirúrgico; e anestésicas combinadas - são combinações dos procedimentos gerais e regionais (HINKLER; CHEEVER, 2006). Para Sobecc (2017), o procedimento anestésico é associado a três importantes fatores: es mular o relaxamento das fibras musculares; neutralizar sensações dolorosas (mantendo ou não o nível de consciência); e propor condições fisiológicas e hemodinâmicas para a realização do procedimento terapêu co de intervenção cirúrgica. No PE e SAEP o enfermeiro assume a função gerencial, e a sua equipe auxilia com os procedimentos assistenciais simples da intervenção. A equipe de enfermagem deve checar, juntamente com o médico anestesiologista, o carro de emergência e anestesia, observando se todos os materiais necessários estão corretamente posicionados e em perfeitas condições de uso, bem como adequar o paciente em posicionamento ideal para o procedimento (MIASSO, et al.,2006). CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 31 de 64 Bueno et al (2002) afirma que a posição mais usada é o decúbito lateral fetal, com os região dos joelhos próximos a região abdominal e a região mentual (queixo) encostada na região torácica. É necessário manter o paciente imóvel com as mãos na região da nuca até o final do procedimento anestésico. Durante o procedimento de administração do anestésico geral, é importante que o paciente se posicione em decúbito dorsal, logo após a indução anestésica e, para facilitar a visualização do procedimento de intubação, das vias aéreas, é importante hiperestender o pescoço do paciente, sem ocasionar complicações, assegurando conforto e bem-estar ao mesmo. É preciso desenvolver o PE e a SAEP no PIO, de forma que o enfermeiro do CC esteja respaldado legalmente, embora, muitos profissionais, ainda permitam que o técnico ou o auxiliar de enfermagem prestem a assistência ao paciente anestesiado com respaldo do anestesiologista, chegando até mesmo a delegar essa responsabilidade a tais profissionais. Porém, essa é uma atribuição priva va e exclusiva do enfermeiro. 4.3 TERMOS TÉCNICOS EM CIRURGIAS Segundo Carvalho (2016), a u lização de uma terminologia apropriada fornece definição de termos cirúrgicos, descreve os pos de cirurgias, facilita o preparo de instrumentais cirúrgicos e equipamentos para cada po de procedimento e, ainda, facilita o entendimento de todos e proporciona uniformização da linguagem. Prefixos/raiz Nome Significado Ex (externo, fora) +oftalmo (olho) Exoftalmia Projeção acentuada do globo ocular Circun (ao redor) + cisão (separação) Circuncisão ou postectomia Excisão do prepúcio Sufixo Significado do sufixo Significado da palavra Tomia Incisão, corte Laparotomia: abertura da cavidade abdominal Stomia Comunicar um órgão tubular ou oco com o exterior através de uma "boca" Colostomia: abertura cirúrgica na parede abdominal para comunicar uma porção do cólon com o exterior Ectomia Retirar parcial ou totalmente um órgão Esplenectomia: retirada do baço Plastia Reparação plástica Rinoplastia: correção do nariz Ráfia Sutura Herniorrafia: sutura para correção da hérnia Pexia Fixação Nefropexia: elevação e fixação do rim Scopia Visualização da cavidade através de aparelhos especiais Laparoscopia: visualização da cavidade abdominal Quadro 1 - A cirurgia e os jargões cien ficos Fonte: CARVALHO, 2016 (Adaptado). PraCegoVer: a ilustração mostra um quadro com termos técnicos u lizados no ambiente da cirurgia. Como prefixos tem "ex" e "circun". Já os sufixos aparecem em maior número (sete). São eles: "tomia", "stomia", "ectomia", "plas a", "ráfia", "pexia" e "scopia". CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 32 de 64 5 ADMISSÃO DO PACIENTE NA SRPA A SRPA (sala de recuperação pós-anestésica) é um setor do CC (área sica) formada por médicos, enfermeiros e equipe de enfermagem, habilitados a prestar assistência mul profissional de alta complexidade e assistências individualizadas (AMANTE, et al., 2008), e tem início no término ou durante POI. 5.1 QUEM TEM ACESSO Essa área é des nada, exclusivamente, aos pacientes induzidos no procedimento anestésico- cirúrgico, onde se encontram monitorizados e permanecem sobre os cuidados da equipe até a recuperação dos seus reflexos, consciência e sinais vitais. Amante (2008) afirma que a sistema zação da assistência em enfermagem no período pós- anestésico é de importância e atribuição priva va do profissional enfermeiro. É quando o profissional recebe informações do período transoperatório, relacionadas com a condição geral do paciente, po de cirurgia, anestésico administrado, complicação ocorrida nesse período, posicionamento do paciente durante a intervenção médica, localização adequada da placa do bisturi elétrico, cura vos, sondas e drenos. 5.2 TRATAMENTO DE ENFERMAGEM NA SRPA: ESCORE DE ALDRETE A recuperação pós-anestésica é um processo dinâmico, que inicia ainda na sala de operações e estende-se até a recuperação completa do paciente, a qual depende da técnica e dos fármacos anestésicos u lizados (SOBECC, 2003). O tempo de permanência do paciente na sala de recuperação pós-anestésica é fundamental no manejo do fluxo de pacientes cirúrgicos e repercute tanto na capacidade de atendimento do centro cirúrgico quanto no custo global do paciente. Os critérios de alta da SRPA podem ser sistema zados através de protocolos assistenciais, como a escala de Aldrete e Kroulik, por critérios empíricos ou pelo anestesiologista que realizou o procedimento anestésico ao estabelecer um horário para alta (KINGDON; NEWMAN, 2006). O enfermeiro e sua equipe devem ter conhecimento para aplicação correta desse índice, que avalia vários parâmetros, tais como: a vidade muscular, respiração, circulação, consciência e saturação periférica. Claro que a sua aplicabilidade, não descarta avaliações complementares. (KINGDON; NEWMAN, 2006). Escala composta por cinco parâmetros para avaliação com pontuação de 0 a 2, sendo zero a pior resposta e dois a melhor resposta. Total de 10 pontos. É utilizada como um critério para alta do paciente na SRPA se tiver pontuação > ou = 8. Consciência 2 Está lúcido e orientado no tempo e no espaço 1 Desperta, se solicitado 0 Não responde Atividade Motora 2 Movimenta os quatro membros 1 Movimenta dois membros 0 É incapaz de mover os membros voluntariamente ou sob comando Respiração 2 É capaz de respirar profundamente ou de tossir livremente 1 Apresentaçãode dispneia ou limitação da respiração 0 Tem Apneia CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 33 de 64 Circulação 2 PA em 20% do nível pré-anestésico 1 PA em 20-49% do nível anestésico 0 PA em 50% do nível pré-anestésico Saturação de Oxigênio 2 É capaz de manter saturação de 02 maior que 92% respirando em ar ambiente. 1 Necessita de O₂ para manter saturação maior que 90% 0 Apresenta saturação de O₂ menor que 90%, mesmo com suplementação de Oxigênio Quadro 2 - Escala de Aldrete e Kroulik Fonte: CARVALHO, 2016 (Adaptado). #PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com a escala de Aldrete e Kroulik. O material é feito em cima de parâmetros como: consciência, a vidade, motora, respiração, circulação e satauração de oxigênio, que ficam na coluna da esquerda. Na coluna do meio fica a pontuação (de 0 a 2), sendo zero a pior resposta e dois a melhor. E, por sua vez, na coluna da direita são colocadas os resultados das avaliações de cada um desses parâmetros. A ferramenta serve como critério para a alta do paciente na sala de recuperação. Enfim, é sempre recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, normas, ro nas e protocolos atualizados de saúde que envolvem condutas e procedimentos adequados e desejados para a segurança do paciente. O enfermeiro compõe a equipe mul profissional de saúde, e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e em uma prá ca cien fica que envolva a sistema zação da assistência em enfermagem no perioperatório. É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer as noções e conceitos sobre biossegurança e equipamentos de proteção individuais; compreender os fundamentos legais e princípios da NR-32 em saúde; aprender conceitos importantes do centro cirúrgico e central de material de esterilização; estudar sobre o processo de sistema zação da assistência de enfermagem perioperatória e as suas terminologias cirúrgicas; conhecer e aprender sobre processo anestésico cirúrgico e admissão do paciente na SRPA; avaliar o paciente cirúrgico desde sua admissão até o processo de sua alta do centro cirúrgico. REFERÊNCIAS ACACIO, ET AL. APLICABILIDADE DA NORMA REGULAMENTADORA 32 (NR32) IMPLICAÇÕES PARA O ENFERMEIRO DO TRABALHO. REVISTA ELETRÔNICA DE ENFERMAGEM DO CENTRO DE ESTUDOS DE ENFERMAGEM E NUTRIÇÃO. GOIÁS, V. 2, N. 2, 150-152, JAN/SET. 2013. AMANTE, ET AL. IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA (SRPA). 2008. 21F. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC), FLORIANÓPOLIS, 2008. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N. 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012. DISPONÍVEL: HTTP://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/SAUDELEGIS/ANVISA/2012/RDC0015_15_03_2012.HTML. ACESSO EM: 8 MAR. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N. 36, DE 25 DE JULHO DE 2013. DISPONÍVEL: HTTP://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/SAUDELEGIS/ANVISA/2013/RDC0036_25_07_2013.HTML. ACESSO EM: 8 MAR. 2020. BRASIL. VOCÊ SABIA QUE PODE COLABORAR PARA UM CUIDADO MAIS SEGURO E COM QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE? BRASÍLIA, DF: ANVISA, 2012. BRASIL, NORMA REGULAMENTADORA 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE. PORTARIA GM N. 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA, DF, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2005 B. BRASIL, NORMA REGULAMENTADORA 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI EM SERVIÇO DE SAÚDE. GABINETE DO MINISTRO, DE 25 DE OUTUBRO DE 2001. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA. DISPONÍVEL: HTTP://WWW.GUIATRABALHISTA.COM.BR/LEGISLACAO/NR/NR6.HTM. ACESSO EM: 8 MAR. 2020. CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 34 de 64 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA O PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE. BRASÍLIA DF: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014. DISPONÍVEL: HTTP://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/PUBLICACOES/DOCUMENTO_REFERENCIA_PROGRAMA_NACIONAL_SEGURANCA.PDF. ACESSO EM: 8 MAR. 2020. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA N. 2.095, DE 24 DE SETEMBRO DE 2013. APROVA OS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 25 SET 2013. DISPONÍVEL EM: HTTP://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/SAUDELEGIS/GM/2013/PRT2095_24_09_2013.HTML. ACESSO EM: 7 MAR. 2020. BRASIL. PORTARIA N. 485, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2005, APROVA A NORMA REGULAMENTADORA NR 32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA, N. 219, 16 NOV. 2005. SEÇÃO 1. BRASILEIROS. DISPONÍVEL: HTTP://SBBQ.IQ.USP.BR/ARQUIVOS/SEGURANCA/PORTARIA485.PDF. ACESSO EM: 6 MAR. 2020. BUENO, ET AL. VISITA PÓS-OPERATÓRIA DE ENFERMAGEM: APLICAÇÃO DE INSTRUMENTO E APRECIAÇÃO DOS ENFERMEIROS. ACTA PAUL. ENF, SÃO PAULO, V. 15, N. 4, 45-54, OUT/DEZ, 2002. CARVALHO, R; BIANCHI, E. R. F. ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E RECUPERAÇÃO. BARUERI: MANOLE, 2016. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. RESOLUÇÃO COFEN N. 242, DE 31 DE AGOSTO DE 2000. DISPÕE SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E A IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM AMBIENTES, PÚBICOS OU PRIVADOS, EM QUE OCORRE O CUIDADO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA, DF, DE 23 DE ABRIL DE 2012. DISPONÍVEL: HTTP://WWW.COFEN.GOV.BR/RESOLUO-COFEN-2422000-REVOGADA-PELA-RESOLUO-COFEN-N- 4212012_4282.HTML. ACESSO EM: 7 MAR. 2020. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. RESOLUÇÃO COFEN N. 424, DE 19 DE ABRIL DE 2012. NORMATIZA AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO E EM EMPRESAS PROCESSADORAS DE PRODUTOS PARA SAÚDE. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, BRASÍLIA, DF, DE 23 DE ABRIL DE 2012. DISPONÍVEL: HTTP://WWW.COFEN.GOV.BR/RESOLUO-COFEN-N-4242012_8990.HTML. ACESSO EM: 6 MAR. 2020. KINGDON, B., NEWNAN, K. DETERMINING PATIENT DISCHARGE CRITERIA IN AN OUTPATIENT SURGERY SETTING. AORN JOURNAL, V.83, N. 4, P. 898-904, 2006. LOPES, ET AL. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO: CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO. REV. SOBECC. SÃO PAULO, V. 21, N.1, 52- 58, JAN/MAR. 2016. LUZIA, M. F.; ALMEIDA, M. A.; LUCENA, A. F. MAPEAMENTO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM RISCO DE QUEDAS NA NURSING INTERVENTIONS CLASSIFICATION. REV. ESC. ENFERM. USP, SÃO PAULO, V. 48, N. 4, 632-639, 2014. MALAGUTTI, W; BONFIM, I. M. ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO: ATUALIDADES E PERSPECTIVAS NO AMBIENTE CIRÚRGICO. SÃO PAULO: MARTINARI, 2009. MIASSO, A. I. ET AL. O PROCESSO DE PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS PARA PROPOR MELHORIAS E PREVENIR ERROS DE MEDICAÇÃO. REV. LATINO-AM. ENFERMAGEM, RIBEIRÃO PRETO, V. 14, N. 3, MAIO/JUN. 2006. MIRANDA, A. B.; FOGAÇA, A. R.; RIZZETTO, M.; LOPES, L. C. C. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO: CUIDADO DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO. REV SOBECC, V.21, N.1, SÃO PAULO, 2016. DISPONÍVEL EM: HTTPS://REVISTA.SOBECC.ORG.BR/SOBECC/ARTICLE/VIEW/42. ACESSO EM: 7 ABR. 2020. NATI, N. BIOSSEGURANÇA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DE PORTO VELHO/RO. WEBARTIGOS, 2010. DISPONÍVEL EM: HTTPS://WWW.WEBARTIGOS.COM/ARTIGOS/BIOSSEGURANCA-DOS-PROFISSIONAIS-DE-ENFERMAGEM-DA-CENTRAL-DE-MATERIAL-ESTERILIZADO-DE- UMA-UNIDADE-DE-SAUDE-DE-PORTO-VELHO-RO/36186. ACESSO EM: 8 MAR. 2020. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. SEGUNDO DESAFIO GLOBAL PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE: CIRURGIAS SEGURAS SALVAM VIDAS (ORIENTAÇÕES PARA CIRURGIA SEGURA DA OMS) TRADUÇÃO: MARCELA SÁNCHEZ NILO E IRMA ANGÉLICA DURÁN. RIO DE JANEIRO: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2009. POSSARI, J. F. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA (RPA). SÃO PAULO: IÁTRIA, 2003. SARQUIS, L. M. M; CRUZ, E. B. UMA REFLEXÃO SOBRE A SAÚDE DO TRABALHADOR DE ENFERMAGEM E OS AVANÇOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. COGITARE ENFERM. SÃO PAULO, V. 9, N. 1. 2005. SILVA, ET AL. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL UTILIZADOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM CENTROS DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. REV. SOBECC.SÃO PAULO, V. 22, N.1, 36-41, JAN/MAR. 2017. SMELTZER, S. C; BARE, B. G. BRUNNER & SUDDARTH: TRATADO DE ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA. V. 1. RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN; 2005. SOBECC. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. DIRETRIZES DE PRÁTICAS EM ENFERMAGEM CIRÚRGICA E PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE. 7. ED. SÃO PAULO: MANOLE, 2017. SOBECC. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. PRÁTICAS RECOMENDADAS. 4. ED. SÃO PAULO: NACIONAL, 2007. TAUBE, S. A. M. O PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMEIRA NA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA TECNOLÓGICA AOS INSTRUMENTOS. CURITIBA, 2006. TIPPLE ET. AL. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO EM CENTROS DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: DISPONIBILIDADE, USO E FATORES INTERVENIENTE À ADESÃO. REVISTA CIÊNCIA CUIDADO E SAÚDE, UFG, 2007 CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 35 de 64 UNIDADE 3 ENFERMAGEM CIRÚRGICA - ABORDAGEM ASSISTENCIAL DO CUIDAR CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 36 de 64 INTRODUÇÃO Você está na unidade Enfermagem Cirúrgica abordagem assistencial do cuidar. Conheça aqui a SAEP (sistema zação da assistência de enfermagem perioperatória) - direcionada para a recepção e admissão do paciente no setor de clínica cirúrgica e centro cirúrgico, bem como para os cuidados e complicações cirúrgicas do período pré-operatório, transoperatório e pós-operatório para minimização ou eliminação dos riscos relacionados às disfunções orgânicas e infecções hospitalares. Entenda que a AEP (assistência de enfermagem perioperatória) é considerada vital para a compreensão das intervenções na fase pós-cirúrgica, e é uma das a vidades do enfermeiro. Compreender a ferida cirúrgica, processo de cicatrização e as suas complicações, é de extrema importância para uma assistência cirúrgica baseada em evidências cien ficas para a segurança do paciente no setor de clínica cirúrgica e centro cirúrgico. Bons estudos! 1 NOÇÕES PRELIMINARES A unidade de Enfermagem cirúrgica - abordagem assistencial do cuidar é considerada um desafio para os profissionais da saúde, principalmente no campo prá co do conhecimento de uma área fechada, crí ca e complexa como a CC (clínica cirúrgica) e o CC (centro cirúrgico) ou BC (bloco cirúrgico). Clínica cirúrgica É uma área des nada ao atendimento, recepção e admissão do paciente durante a fase do pré-operatório e pós-operatório, ou seja, admite os pacientes que irão fazer a intervenção cirúrgica, realizando os procedimentos e o preparo sico e mental do paciente, bem como os cuidados pós-cirúrgico. Centro cirúrgico É a área do ambiente hospitalar que tem por obje vo principal executar o ato anestésico-cirúrgico no período transoperatório, proporcionando a recuperação do paciente por meio de procedimentos para diagnós co, reparação e remoção. A clínica cirúrgica e o centro cirúrgico têm por finalidade que os pacientes passem pela cirurgia em um ambiente terapêu co seguro, com recursos materiais e humanos suficientes para a redução das ocorrências de riscos evitáveis. Para desenvolver prá cas eficientes, eficazes e resolu vas, a equipe mul profissional cirúrgica, na qual se incluem o enfermeiro e os técnicos de enfermagem, deve ter conhecimento e habilidade especial para lidar com inúmeras situações em que os erros poderão custar a vida de alguém ou um dano à integridade sica e biopsicossocial do paciente e família. Após o ato ou intervenção cirúrgica, o paciente é recepcionado na SRPA ( sala de recuperação pós- anestésica ) , área anexa ao CC, localizada no mesmo setor para favorecer rápida transferência e assistência necessária para o paciente sobre indução anestésica da sala operatória a SRPA, de modo a não proporcionar alterações fisiológicas no transporte do paciente no ato pós-anestésico, ou o seu rápido retorno à sala operatória, caso ocorra a necessidade de complicações anestésico-cirúrgicas. FIQUE DE OLHO CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 37 de 64 Não podemos esquecer que, além do procedimento cirúrgico, precisamos nos preocupar com a recuperação e a cicatrização da incisão intencional, realizada pelos cirurgiões, chamada de ferida cirúrgica. Geralmente, essas incisões se apresentam limpas, sem contaminações e são de curta duração, ou seja, a recuperação do tecido epitelial trauma zado intencionalmente ocorre em tempo adequado e esperado, quando não apresenta complicações. O entendimento desta disciplina se faz necessário para a implementação da SAEP, diante do avanço da tecnologia, associado à clínica cirúrgica e centro cirúrgico, e faz com que os enfermeiros estejam treinados, habilitados e direcionados ao saber-fazer, focando nas promoções, prevenções e intervenções de enfermagem para uma assistência operatória capaz de desenvolver planos assistenciais com as finalidades de avaliar os cuidados e os resultados alcançados pelo paciente no ambiente terapêu co envolvendo as fases cirúrgicas. Assista aí 1.1 ADMISSÃO OU RECEPÇÃO DO PACIENTE NO AMBIENTE HOSPITALAR O ato de aceitar, entrar ou ingressar em um recinto ou ambiente é chamado de admissão. Dessa forma, podemos dizer que a entrada ou permanência de um paciente recepcionado por um profissional, seja administra vo ou de saúde, em um hospital é denominado de admissão hospitalar. Lembrando que essa entrada ao ambiente hos l hospitalar requer adaptação, conforto e segurança para o paciente, seguido de cuidados da equipe mul profissional de saúde. Recepcionar o paciente de forma correta pode ser considerada uma estratégia relevante no atendimento hospitalar e, preferencialmente, deve contar com profissional treinado, habilitado e qualificado para que possa fornecer informações importantes referentes à permanência do paciente no setor de internação ou enfermaria. O enfermeiro é o profissional da equipe de saúde responsável por admi r o paciente nas unidades de internações no âmbito hospitalar ou unidade de saúde. As diversas ações administra vas e de saúde prestadas pelo enfermeiro têm por obje vo o cuidado ou assistência integral ao paciente, englobando a esfera sica, mental e espiritual – conforme a preconização de um atendimento holís co e humanizado (LAUTERT; ZINI; GLANZNER, 2006). No ato da admissão e quando o paciente es ver acomodado confortavelmente em uma unidade ou setor do hospital, faz-se necessário orientar o paciente e seus familiares, fornecendo informações das ro nas do hospital, dos horários de alimentação, da medicação, da higiene, do jejum, do acompanhante e do ambiente sico hospitalar, informando-se também os horários para visitas e os cuidados com os pertences e objetos pessoais. Além disso, é importante preparar o paciente, de forma integral, para o ato cirúrgico, caso necessite. Cada ser humano é único, individual, par cular, e apresenta situações ou circunstâncias de saúde específicas. É comum o profissional enfermeiro perceber que, ao se aproximar o momento da intervenção cirúrgica, o paciente sente-se atemorizado e estressado, não só pelo setor do centro cirúrgico e seus componentes como equipamentos, paramentação da equipe e pessoas estranhas, como, também, pela recepção e abordagem inicial a unidade cirúrgica, entendendo que cada indivíduo reage de forma diferente aos seus receios e preocupações. CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 38 de 64 1.2 ADMISSÃO OU RECEPÇÃO DO PACIENTE NA CLÍNICA CIRÚRGICA Podemos dizer que a recepção e a permanência de um paciente na clínica cirúrgica, pré-operatório e pós-operatório, é denominado de admissão na clínica cirúrgica. As informações ou orientações de saúde nos diversos tempos cirúrgicos são diferentes. Por exemplo, na fase do pré-operatório, as orientações correspondem ao procedimento cirúrgico, incluindo cuidados gerais, específicos, necessidades biopsicossociais, bem como informações aos familiares do paciente e planejamento da assistênciamul profissional a serem realizados nesse período cirúrgico (CARVALHO, 2012). Quadro 1 - Períodos Cirúrgicos Fonte: CARVALHO, 2012 (Adaptado). #PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didá co dos períodos cirúrgicos. Fase pré-operatória (tomada de decisão para ocorrer a intervenção cirúrgica e transferência para o bloco cirúrgico), logo após fase transoperatória (ocorre a cirurgia ou intervenção cirúrgica e admissão na SRPA), em seguida, tem-se a fase pós-operatória (admissão na unidade da SRPA e ambiente da clínica cirúrgica ou domiciliar). Após o conforto do paciente na enfermaria e no leito se inicia o processo de enfermagem, composto por cinco etapas: inves gação, diagnós co, planejamento, implementação e avaliação das ações de enfermagem, para que ocorra a sistema zação da assistência em enfermagem no centro cirúrgico. Lembrando que a SAEP é priva va e exclusiva do profissional enfermeiro. CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 39 de 64 Quadro 2 - Processo de Enfermagem Fonte: COFEN, 2012 (Adapado). #PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didá co do processo de enfermagem. No primeiro momento, temos a inves gação (coleta de dados e obtenção de informação), no segundo momento, o diagnós co de enfermagem (interpretação dos dados), no terceiro momento, temos o planejamento de enfermagem (elaboração dos cuidados de enfermagem), no quarto momento, temos a implementação de enfermagem (realização prá co dos cuidados de enfermagem) e no quinto e úl mo, temos a avaliação de enfermagem (avalia os cuidados de enfermagem que foram prestados aos pacientes). O PE (processo de enfermagem) é sistema zado pelo enfermeiro, que tem o obje vo de prestar cuidados clínicos de acordo com a patologia do ser humano que se encontra internado ou vai se submeter a um procedimento cirúrgico. As orientações são fornecidas ao paciente, por meio do enfermeiro, a par r do momento da internação até a sua alta. Por meio da SAEP, o enfermeiro elabora um plano assistencial de cuidados de enfermagem para o paciente, o qual deverá ser executado pela equipe de auxiliares e técnicos de enfermagem. Esse plano assistencial foi elaborado de acordo com análise do diagnós co de enfermagem, avaliado pelo enfermeiro no momento inicial do PE, examinando-se os problemas sicos e mentais levantados, as necessidades afetadas e o grau de dependência do paciente. No decorrer dos dias de hospitalização, e de acordo com a melhora orgânica do paciente, é feito o planejamento da alta hospitalar. Neste momento, a família e o paciente são orientados pelo profissional médico e pelo enfermeiro para os cuidados de saúde necessários quando retornarem ao domicílio (MALAGUTTI; BONFIM, 2009). 1.3 ADMISSÃO OU RECEPÇÃO DO PACIENTE NO CENTRO CIRÚRGICO A recepção e a permanência de um paciente, realizada pelo enfermeiro e a sua equipe, no setor do centro cirúrgico, correspondente ao período do transoperatório, é denominado de admissão no centro cirúrgico. É ro na de um centro cirúrgico, a elaboração diária de um mapa cirúrgico realizado pelo enfermeiro líder ou coordenador para organizar a demanda cirúrgica solicitada pelos médicos cirurgiões. Esse mapa deve conter o nome do paciente, dia, hora e o nome da cirurgia, equipamentos e instrumentais cirúrgicos, solicitação ou não de bolsa de componentes de hemoderivados, reserva no setor de unidade de terapia intensiva, preferência de sala operatória, de acordo com o porte e a demanda cirúrgica e o possível grau de contaminação da cirurgia (CARVALHO, 2016). A admissão do paciente no CC tem por obje vo prestar uma assistência humanizada mul profissional para reduzir, ao máximo possível, os riscos internos de desenvolver infecção hospitalar no ato anestésico-cirúrgico. Para isso, é preciso minimizar o grau de ansiedade do paciente para que ocorra uma melhor recuperação da disfunção orgânica. É importante recordar que cada ser humano que se submete a uma intervenção cirúrgica é único. Por isso, a necessidade de um planejamento diferenciado um do outro para melhor segurança de todos (KINGDON; NEWNAN, 2016). De acordo com estudo de SOBECC (2017), existe uma organização no ato da admissão do paciente no CC e, preferencialmente, deve ser realizado pela equipe de enfermagem, que recepciona o paciente com princípios é cos legais, iden ficando-o e se iden ficando. É indicado observar, detalhadamente, no prontuário documentos importantes como exames, registros e protocolos, CENTRO CIRÚRGICO E CME| Página 40 de 64 anotando no prontuário o horário, condições e aspectos clínicos do paciente, registrar e confirmar a realização dos cuidados e procedimentos pré-operatórios tais como: jejum, tricotomia, administração medicamentosa de pré-anestésicos, re rada e armazenamento adequado de próteses, adornos, entre outros objetos, registrar e comunicar à equipe médica se tem alergia medicamentosa ou cirurgias prévias. Todas as informações precisam ser registradas, garan ndo e camente o sigiloso das informações, com a finalidade de garan r seguramente o andamento das cirurgias. Todas as informações e etapas cirúrgicas têm como meta a segurança dos pacientes internados que serão subme dos à intervenção cirúrgica, visando minimizar as intercorrências, eventos adversos e a mortalidade. 2 COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIO Complicação cirúrgica pode ser definida como uma intercorrência ou evento inesperado em um procedimento ou intervenção médico cirúrgico, que não poderia ser, em geral, previsto pela equipe profissional médica. Normalmente, essas intercorrências ocorram após o ato cirúrgico em um período chamado de PO (pós-operatório). 2.1 PÓS-OPERATÓRIO O período do PO se inicia no momento da admissão na SRPA e estende-se até o período após a alta do paciente do ambiente hospitalar. Esse período cirúrgico pode ser divido em três momentos: POI (período pós-operatório) : Período operatório que tem início nas primeiras 24 horas após o ato cirúrgico. Pode ser considerado um período complexo e crí co, em que se deve ter muita atenção da equipe médica de anestesiologista e por parte da equipe de enfermagem. POM (pós-operatório mediato) : Período operatório que tem início após as primeiras 24 horas da cirurgia até o sé mo dia que o paciente se encontra internado, seguido de alta hospitalar. POT (pós-operatório tardio) : Período operatório que tem início após os primeiros sete dias e pode durar até a úl ma avaliação médica. Geralmente, ocorre em ambiente domés co. Durante o POI, a equipe médica e de enfermagem precisa avaliar clinicamente e orientar o paciente quanto à homeostase dos diversos tecidos e órgãos do corpo, desconforto, dor e seu alívio, promoção e prevenção de complicações pós-operatórias, plano de cuidados adequados e sua alta hospitalar. A unidade ou setor de pós-operatório atende aos pacientes oriundos CC e SRPA e que foram subme dos a diversas categorias de cirurgias, de acordo com a necessidade e urgência. Essas categorias podem incluir as cirurgias de reparação de hemorragias, cálculos renais, catarata, hérnias simples e cirurgias plás cas, bem como cirurgias para alívio ou correção orgânica e até para diagnós co de doenças (SMELTZER; BARE, 2005).
Compartilhar