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AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DE PARAUAPEBAS/PA
TITO, nacionalidade, estado civil, motociclista, RG: nº__, CPF nº__, CTPS nº__, PIS nº __, nascido __, endereço ____, com CEP__, ______ , cidade__, UF __, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar
RECLAMAÇÃOTRABALHISTA 
Nos termos do art 840, § 1º da CLT, combinado com art. 319 do CPC, c/c com 769 da CLT e art 15 do CPC, em face da PIZZARIA GOUMERT LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº __, com sede em endereço __, CEP __, pelos motivos e fatos que passa a expor.
FATOS DA RELAÇÃO DE TRABALHO
Trata-se de contrato de trabalho, firmado nas seguintes condições:
CARGO: MOTOCICLISTA
FUNÇÃO: ENTREGADOR
JORNADA DE TRABALHO: 9:30 horas diárias, por seis dias semanais, com início das 18:00 horas às 3:30 horas do dia seguinte, com 40 minutos de intervalo para refeição.
REMUNERAÇÃO em CARTEIRA: R$ Um salário mínimo.
Ocorre que o Reclamante foi admitido em 15/12/2018 como motoboy, pela reclamada, cumprindo jornada de trabalho das 18h às 3:30hs por seis dias da semana, tendo 40 minutos para refeição, recebia em carteira de trabalho o valor de um salário mínimo, e habitualmente recebia R$ 1,00 (Um Real) de bonificação voluntaria de cada cliente gerando em média R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) havendo também no mês de março de 2019 um desconto em folha pagamento de R$ 31,80, ( trinta e um reais e oitenta centavos), de contribuição sindical sem sua autorização, e no mês de agosto de 2019 sofreu um acidente no trabalho ao fazer entrega para um cliente, tendo sido atacado e mordido pelos cães do mesmo, ficando afastado do serviço por 30 dias, recebendo benefício pertinente da previdência do INSS, havendo também gasto com medicação no valor de R$ 30,00 (trinta reais) por causa do ocorrido, e ao retornar ao trabalho foi dispensado recebendo as verbas rescisória, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional pela presente Reclamação Trabalhista.
DA JUSTIÇA GRATUITA
A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe expressamente o cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor:
Art. 790 (...) § 3o  É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Assim, considerando que o Reclamante se encontra desempregado não tendo renda suficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a subsistência de sua família.
Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito ao benefício.
Trata-se de conduta perfeitamente tipificada pelo Código de Processo Civil de 2015, que previu expressamente: 
Art. 99. [...] § 2º - O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. § 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui presunção de veracidade, conforme expressa redação da súmula 463 do TST:
Súmula nº 463 do TST
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
Assim, tal declaração só pode ser desconsiderada em face de elementos comprobatórios suficientes em contrário, conforme lecionam grandes doutrinadores sobre o tema:
"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema:
JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a ação ajuizada após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15 (Novo CPC), nos termos da Lei nº. 1.060/50, a simples declaração lavrada pelo reclamante gera a presunção de que é pobre na forma da lei, apenas podendo ser elidida por prova em contrário. Apresentando o autor declaração de pobreza autônoma, sem qualquer impugnação quanto à sua forma ou conteúdo, resta mantida a concessão do benefício da justiça gratuita. Recurso a que se nega provimento. (Processo: RO - 0001367-63.2016.5.06.0145, Redator: Paulo Alcantara, Data de julgamento: 21/01/2019, Segunda Turma, Data da assinatura: 22/01/2019, #55571056)
EMENTA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. É presumivelmente verdadeira a declaração de insuficiência econômica formulada pelo trabalhador, sendo devida a concessão do benefício da gratuidade de justiça, salvo na hipótese em que demonstrada a falsidade do seu teor. Aplicação do art. 99, § 3º, do CPC/2015. (TRT4, RO 0020099-75.2016.5.04.0201, Relator(a): Tânia Regina Silva Reckziegel, 2ª Turma, Publicado em: 16/03/2018, #05571056)
AGRAVO INSTRUMENTO. RECURSO ORDINÁRIO. GRATUIDADE JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. MERA DECLARAÇÃO. Para o deferimento do benefício da justiça gratuita exige-se tão somente a declaração da parte quanto à sua hipossuficiência. Agravo Instrumento interposto pela reclamante conhecido e provido. (TRT-1, 00000082120175010521, Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: Marcia Leite Nery, Quinta Turma, Publicação: DOERJ 19-04-2018, #25571056)
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXV da Constituição Federal, pelo artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente.
Por fim, no caso de qualquer improcedência aos pedidos aqui pleiteados, requer seja considerada a ADI 5766, na qual o STF declara inconstitucionais as previsões dos Arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
DA REINTEGRAÇÃO
Em agosto de 2019 o Reclamante sofreu acidente do trabalho por ter sido atacado por cães do cliente no momento em que fazia a entrega ´para este, ficando em licença por 30 dias, neste período passou a receber o auxílio acidentado de R$ X. No entanto, em contrariedade prevista no art. 118 da Lei 8.213/91, e sumula 378, I do TST, que concede o direito de 12 meses de estabilidade após o retorno da licença, o Reclamante após receber alta do INSS foi demitido sem motivo ou falta grave que justificasse sua saída em 20/09/2019, ou seja, antes do término do período de estabilidade.
A Lei 8213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social previu em seu art. 118 a estabilidade para o trabalhador em função da gravidade de acidente que trabalho, nos seguintes termos:
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessaçãodo auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
A Lei nº 6.367/76 tratou de conceituar didaticamente o que se enquadra como acidente de trabalho:
"Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho."
Assim, considerando que o acidente ocorreu durante o expediente de trabalho na entrega da compra para o cliente conforme laudo que junta em anexo, o nexo causal fica perfeitamente configurado, afinal, tratavam-se de atividades habituais inerentes à função exercida na empresa.
Pacificando qualquer controvérsia sobre o tema, foram publicadas as Orientações Jurisprudenciais 105 e 230 da SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho:
Orientação Jurisprudencial - SDI-1 - 105. Estabilidade provisória. Acidente de trabalho. É constitucional o art. 118, da Lei nº 8213/1991.
Orientação Jurisprudencial - SDI-1 - 230. Estabilidade. Lei nº 8213/1991. Art. 118 c/c 59. O afastamento do trabalho por prazo superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio doença acidentário constituem pressupostos para o direito à estabilidade prevista no art. 118 da Lei nº 8213/1991, assegurada por período de 12 meses, após a cessação do auxílio-doença
Assim, o empregado que, afastado de suas funções por mais de 15 dias decorrente de acidente de trabalho, faz jus à ESTABILIDADE PROVISÓRIA prevista no artigo 118 da Lei 8213/91, pelo prazo mínimo doze meses, contados do término do auxílio doença:
ACIDENTE DE PERCURSO. ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA. O acidente ocorreu no percurso normal e em horário compatível com o deslocamento diário do reclamante, equiparando-se a acidente de trabalho para todos os efeitos legais, inclusive para fins de assegurar ao empregado a estabilidade provisória no emprego (Súmula n. 378 do C. TST). Ademais, a empregadora emitiu a CAT em 05/05/2017, reconhecendo o acidente de trajeto ocorrido, sendo devida a manutenção da decisão. Recurso provido. (TRT-2, 1000257-96.2019.5.02.0022, Rel. PAULO EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA - 3ª Turma - DOE 29/01/2020, #15571056)
RECURSO DA RECLAMADA. DOENÇA OCUPACIONAL. ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA. Nos termos do artigo 118 da Lei 8.213/91, para que o empregado faça jus à estabilidade acidentária é necessária a comprovação do acidente do trabalho ou doença ocupacional a ele equiparada, bem como o afastamento previdenciário por mais de 15 dias. No entanto, constatada por meio de prova pericial, após a dispensa, a doença profissional que guarda relação de causalidade com a execução do contrato de emprego, faz jus a trabalhadora à estabilidade acidentária. Aplicação do inciso II da Súmula 378 do C. TST. Recurso não provido. (TRT-1, 0010428-80.2014.5.01.0007 - DEJT 2020-01-30, Rel. JORGE FERNANDO GONCALVES DA FONTE, julgado em 27/01/2020, #65571056)
Trata-se de reconhecimento inequívoco da jurisprudência do direito à estabilidade provisória, devendo ser indenizado o período integral que lhe era devido, não restando qualquer impedimento ao pedido de indenização pelo período que lhe era devido, conforme art. 496 da CLT.
DO DEVER DE INDENIZAR - DANOS MATERIAIS e MORAIS
Por força do acidente, por conta do ataque dos cães do cliente no momento em que fazia a entrega ao mesmo, o reclamante teve que se submeter a procedimentos médicos com a tomada de vacina antirrábica ao custo de R$ 30,00 (trinta reais) gerando o dever de indenizar, vejamos:
Conforme relatado, o Reclamante teve sérias lesões físicas e prejuízos materiais, uma vez que:
a) Foi afastado do serviço por 30 dias, sendo obrigado a providenciar R$ 30,00 (trinta reais) em medicamento, como vacina antirrábica, conforme comprovantes em anexo;
b) Teve sua integridade física lesionada ao sofre o ataque dos cães de propriedade do cliente que no momento estava envolvido recebendo a entrega pelo reclamante caracterizando prejuízo moral, conforme o art. 223-C da CLT, assim cabível indenização pela reclamada, como diz o art. 223-E da CLT e art. 186, art. 927 do Código Civil e ressarcimento do valor gasto com a vacina, art. 223-F da CLT, a nexo da necessidade da vacina com o acidente envolvido, e no art. 6º da lei nº 12.009/09 diz claramente sobre a responsabilidade da reclamada pelos danos sofridos pelo reclamante.
ACIDENTE DE TRABALHO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. Comprovados o dano, o nexo de causalidade entre este e o trabalho, bem como a culpa da empregadora, são devidas as indenizações a título de danos materiais e morais. (TRT-4 - RO: 00200825220155040305, Data de Julgamento: 09/12/2016, 1ª Turma, #35571056)
Afinal, todo transtorno e prejuízo causados originaram exclusivamente por decorrência de um acidente de trabalho.
DO DANO MORAL E ESTÉTICO
O dano moral em situações como estas é inequívoco. Afinal, o Autor teve sérias lesões graves que deixou sequelas físicas e estéticas, impactando em toda sua rotina para o resto de sua vida!
Trata-se de um ato ilícito que dificultou a condução normal da vida do Autor, ultrapassando os meros dissabores do dia a dia, gerando o dever de indenizar.
A Reforma Trabalhista tratou de positivar o direito ao recebimento de danos morais no seguinte sentido:
Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.’ 
‘Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.’ 
‘Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.’ 
Pelos laudos e fotos que junta em anexo, o autor teve graves danos estéticos, além de ter um forte impacto em sua produtividade, afetando a auto estima de qualquer ser humano, configurando Dano moral devendo ser indenizado.
E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido.
Diante do acidente e da conduta da Reclamada resta inequívoco o direito de ser indenizado, conforme jurisprudência, in verbis:
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO. A ofensa à integridade física e moral do trabalhador em decorrência de acidente de trabalho, enseja o dever de indenizar. Sentença mantida. (TRT-4 - RO: 00205738420155040232, Data de Julgamento: 20/07/2017, 6ª Turma, #65571056)
DANOS MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO. Devida a compensação por danos morais se provado que a sequela adquirida pelo trabalhador, que o incapacitou parcialmente para o labor, decorreu das atividades cotidianas desempenhadas na empresa. A dor e o sofrimento do obreiro que ainda convalescem deve ser minimizada pela indenização respectiva. (TRT-1 - RO: 00000413920105010009 RJ, Relator: Claudia de Souza Gomes Freire, Nona Turma, Data de Publicação: 27/10/2017, #55571056)
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, XXIII que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, o "adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei."
No presente caso, ao exercer a atividade de motociclista (motoboy), o Reclamante se enquadra perfeitamente ao Art. 193 § 4º da CLT que dispõe sobre atividades perigosas:
Art. 193 São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador. § 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
O reclamante, ao exercer função perigosa, com elevado grau de risco, nos termos do artigo 193, § 4º da CLT, adquire o direito ao adicional de periculosidade de 30% calculado sobre o salário base em carteira, conformeart 193 da CLT § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.   
Portanto, é de ser reconhecida a atividade perigosa desenvolvida pelo reclamante, conferindo-lhe o adicional de periculosidade desde 15/12/2018, data em que iniciou nesta atividade, conforme laudo pericial que junta em anexo.
DO ADICIONAL NOTURNO
Conforme contrato de trabalho anexo, a jornada de trabalho era desenvolvida no horário das 18h às 3:30 horas do dia seguinte, seis dias por semana, 
Portanto, configurado o trabalho noturno, nos termos do art. 73, § 2º da CLT:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. 
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Todavia, apesar de cristalina previsão legal, o Reclamante não recebia adequadamente o adicional de trabalho noturno, bem como, o cômputo das horas trabalhadas não era realizado conforme determinação do referido dispositivo legal, qual seja, 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
A disposição contida no artigo 73 da CLT objetiva a garantir a higidez física e saúde mental do trabalhador, considerando a penosidade do labor noturno, uma vez que o trabalhador dedica maior esforço do que na jornada em período diurno. 
Ademais, as diferenças decorrentes da redução da hora noturna e respectivos reflexos, por ocasião do rompimento do contrato de trabalho, não estavam incluídas nas verbas rescisórias.
Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de 20% sobre cada hora (52min e 30s) por toda a contratualidade.
DA INCORPORAÇÃO DAS GORJETAS À REMUNERAÇÃO DO TRABALHADOR
As taxas de serviços incluídas na remuneração dos clientes, também conhecidas como gorjetas, tratam-se de remuneração dadas por terceiros aos empregados.
Ocorre que o reclamante recebia mensalmente o valor de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) de gorjetas dadas pelos clientes, estas não acrescidas em sua remuneração, portanto devem ser integradas a remuneração do reclamante como diz o art, caput, da CLT e sumula 354 TST, tendo a devida anotação em carteira, e art. 29, § 1º da CLT com acréscimos residuais para cálculos nas férias e 13º salário. 
O art. 457 da CLT , ao disciplinar o tema, dispõe que as gorjetas recebidas estão inseridas na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, in verbis:
Art. 457 Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
(...)
.
DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante, trabalhava seis dias por semana das 18h às 3:30 horas tendo 40 minutos de intervalo para refeições, assim passava além das 8 horas diárias regulamentada conforme a CF/88 em seu art. 7º, inciso XIII, art. 58, caput da CLT, sem receber hora extra, cabível então o direito a receber o pagamento de hora extrapolada, desde 15/12/2018 até data da dispensa do trabalho pelo reclamado acrescentando 50% (cinquenta porcento), conforme o art. 59, caput, e § 1º da CLT, e a devida correção nas verbas rescisórias, habituais.
Por habituais, requer ainda a condenação do Reclamado ao pagamento das seguintes correções:
a) Férias (Art. 142, §5º da CLT);
b) Aviso prévio (Art. 487 da CLT, §5º);
c) FGTS sobre verbas rescisórias (Súmula 63 do TST);
d) Multa de 40% do FGTS (Súmula 63 do TST);
e) Gratificações e 13º (Súmula 45 do TST);
f) Repousos semanais (Art. 7º, "a" da Lei 605/49 e Súmula 172 TST);
g) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT; 
DA HABITUALIDADE DAS HORAS EXTRAS
No presente caso, por tratarem-se de horas extras habituais, configuraram legítima expectativa do trabalhador, caracterizando o conceito de habitualidade, conforme descreve doutrina especializada sobre o tema:
"Por essas razões, não se mede a habitualidade pela frequência do pagamento ou pelo número de meses em que houve a repetição do evento, algo que significa apenas um indício e não um elemento seguro. Mede-se a habitualidade, sim, pela expectativa da repetição do evento, por aquilo que seja razoavelmente esperado por ambas as partes - esperado que se receba e esperado que se tenha aquele desembolso." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho Aplicado. Vol 2. Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 20)
E no presente caso, pela continuidade por mais de indicar meses exercendo a mesma quantidade de horas extras, tem-se pela manifesta habitualidade configurada. 
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS. Mantida a condenação ao pagamento de horas extras no período de 01.03.2012 a 20.01.2016, são devidos os reflexos em DSRs, férias+1/3, 13º salário, FGTS+40%. Prosseguindo, o simples argumento de que o Reclamante era mensalista, em hipótese alguma, elide a incidência das horas extras nos descansos. As horas extras habituais integram o salário por previsão legal (artigo 7º, Lei 605/49). Nesta integração, como a jornada suplementar é habitual, o descanso pela hora extra também é uma parcela salarial habitual. A Súmula 172 do TST e a nova redação dada à alínea "a" da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85 determinam que as horas extras habitualmente prestadas devem integrar o DSR, mesmo que o trabalhador preste serviços por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. Rejeito. (TRT-2, 1000920-45.2017.5.02.0271, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma - DOE 22/08/2018)
Portanto, configurada a habitualidade das horas extras, a sua incorporação é medida que se impõe.
 DO INTERVALO INTRAJORNADA
Nos termos do Art. 71 da CLT, todo e qualquer trabalho contínuo, o qual sua duração exceda a seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação.
A Reclamante foi contratada para laborar no horário das 18h às 3:30 do dia seguinte 6 (seis) dias por semana tendo apenas 40 minutos (quarenta minutos) de intervalo para refeições sendo menos que 1 hora (uma hora), trabalhando mais de 6h (seis horas) diárias, e conforme art. 71 caput da CLT o reclamado tem a obrigação de conceder 1 (uma) hora de intervalo para refeições ou repouso e apenas no período suprimido de 20 minutos diários na concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, implica o pagamento, de natureza indenizatória, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
Assim sendo, a indenização das horas deve ser em sua integralidade com adicional de no mínimo 50%.
Da devolução do desconto da contribuição sindical
O reclamante teve descontado em seu salário o valor sindical de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) sem a sua autorização, e conforme regulamento exposto no art. 578 da CLT, é permitido o desconto desde que previamente e expressamente autorizado pelo Reclamante, assim o mesmo pede a devolução do valor descontado à título de contribuição sindical.
Dos honorários advocatícios
O reclamante está com advogado devidamente constituído, sendo assim a fixação dos honorários de sucumbência, relatado no art. 791-A da CLT, pregando os honorários no que diz o § 2º, art. 791-a da CLT.
DOS REQUERIMENTOS
Diante todo o exposto REQUER:
O deferimento do pedido liminar para:
1) Da concessão da gratuidade da justiça 
2) A reintegração do Reclamante ou caso melhor seja o pagamento da indenização pelo tempo da estabilidade, no importe de R$______________,
3) A indenização pelo dano moral e material, no importe de R$ ____________,
4) O pagamento do adicional de periculosidade de 30% (trinta porcento), integração salarial e incorporação dos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ _________
5) O pagamento do adicional noturno com acréscimo de 20% (vinteporcento) sobre a hora noturna, bem como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ________,
6) A integração salarial das gorjetas, com a devida anotação em carteira e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário, no importe de R$ _________,
7) O pagamento das horas extras a 50% da hora normal, a partir da 8ª (oitava) hora da jornada, no importe de R$ ______,
8) A indenização do intervalo intrajornada suprimido, no importe de R$ ______,
9) A devolução do valor descontado a titulo de contribuição sindical, no importe_
10) Da condenação da reclamada aos honorários advocatícios de sucumbência, fixados em 15% sobre o valor da liquidação da sentença.
11) Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do Advogado ________ , OAB ________ .
12) Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII do CPC.
Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do Art. 840, §1º da CLT.
Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________ 
Nestes termos, pede deferimento.
Local, Data. ______________
Advogado _________ 
OAB_____________
Documentos anexados:
1. Comprovante de renda
2. Declaração de hipossuficiência
3. Comprovante do comprometimento da renda
4. Prova do acidente de trabalho
5. Prova da incapacidade superior a 15 dias
6. Laudo pericial de periculosidade
7. Procuração
8. RG e CPF do Reclamante
9. Comprovante de residência
10. CTPS Reclamante
11. Cópia contracheques
12. Cópia do extrato da conta do FGTS
13. Cópia do atestado de saúde demissional
14. Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT
15. Demais documentos relacionados a cada argumento
	
	
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