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Apostila 2fase Reclamacao Trabalahista - exame XXXII

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APOSTILA Da 2ª FASE 
Reclamação 
Trabalhista 
Schamky Arrasa 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 2 
 
 
 
MATERIAL DO ALUNO - revisado e atualizado 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
APOSTILA 2 
2 
 
 
1. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
A petição inicial é o ato em que o autor movimenta o judiciário quebrando a sua 
inércia. A petição inicial por excelência, no processo do trabalho é chamada de 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 
 
“Art. 840 da CLT - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
 
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a 
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, 
que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do 
reclamante ou de seu representante. 
 
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e 
assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o 
deste artigo. 
 
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados 
extintos sem resolução do mérito.” 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO EMPREGADOR 
 
A Reclamação trabalhista pode ser proposta por empregado ou empregador, caso 
o empregado cause por algum motivo, danos ao patrimônio do reclamado deverá 
responder por tais danos. Inclusive a lei prevê expressamente a possibilidade de o 
empregador descontar do empregado danos causados pelo mesmo por dolo ou culpa. 
“Art. 839 da CLT - A reclamação poderá ser apresentada: 
 
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e 
pelos sindicatos de classe; 
 
b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho. 
 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO SINDICATO 
 
 
Mas não apenas o empregado e empregador podem propor reclamação trabalhista, 
mas também o Sindicato, tendo em vista que o Sindicato possui legitimação 
extraordinária para defender direito alheio. 
3 
 
 
 
 
 
2. ESTRUTURA DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
➢ Endereçamento – Excelentíssimo Senhor doutor juiz do trabalho da ...Vara do 
Trabalho de .... ou Excelentíssimo Douto Juízo do trabalho da ... Vara do 
Trabalho de .... 
➢ Qualificação completa do reclamante – nacionalidade, estado civil, profissão, 
portador da RG e CPF, número do PIS, data de nascimento, filiação, endereço 
completo e CEP. 
➢ Por intermédio de seus advogados abaixo assinados 
 
➢ Fundamentação legal: art 839 da CLT e art 840 da CLT 
➢ Qualificação do Reclamado: CNPJ e endereço completo e CEP. 
➢ JUSTIÇA GRATUITA 
➢ TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL 
➢ Tutela provisória de urgência de natureza antecipada 
➢ Fatos (tópicos) / MÉRITO 
➢ Pedidos 
➢ Requerimentos Finais: Notificação/intimação do reclamado para querendo 
apresentar defesa sob pena de revelia e confissão, pedido de procedência dos 
pedidos, protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos. 
➢ Dá-se o valor da causa de R$... 
➢ Nestes Termos 
➢ Pede Deferimento 
➢ Local e data (sem identificação); Advogado; OAB e número. 
 
 
COMO DEVE SE DESENVOLVER A RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA. 
 
A reclamação trabalhista deve se desenvolver sendo dividida por tópicos, 
devemos na parte dos tópicos, dividir a reclamação trabalhista em tantos tópicos que me 
foi dado o problema. Assim, após o endereçamento e a qualificação, virão os tópicos 
que sejam preambulares, preferimos utilizar a expressão preambular tendo em vista, 
que entendemos serem matérias que devem vir antes de adentrar em questões de mérito 
4 
 
 
propriamente dito. 
 
 
Assim, seriam questões preambulares: 
 
1. Tramitação preferencial 
2. Gratuidade da Justiça 
 
• Tramitação Preferencial 
 
 
1. Idoso – Art. 71 da Lei 10.741/2003 e Art. 1048, I do CPC. 
 
 
“Art. 71 da lei 10.741/03 - É assegurada prioridade na tramitação 
dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências 
judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
 
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este 
artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade 
judiciária competente para decidir o feito, que determinará as 
providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em 
local visível nos autos do processo. 
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, 
estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou 
companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na 
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e 
instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria 
Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos 
Serviços de Assistência Judiciária. 
§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil 
acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos 
em local visível e caracteres legíveis. 
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial 
aos maiores de oitenta anos.” 
 
 
“Art. 1048, I do CPC - Terão prioridade de tramitação, em 
5 
 
 
qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: 
 
 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, 
assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, 
da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;” 
 
 
2. Dissídio originado pela falência do empregador - Art. 652 
parágrafo único da CLT. 
 
“Art. 652 da CLT - Compete às Varas do trabalho: 
 
 
Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os 
dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da 
falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do 
interessado, constituir processo em separado, sempre que a 
reclamação também versar sobre outros assuntos.” 
 
 
3. Portador de doença grave - Art. 1048, I do CPC. 
 
 
“Art. 1048, I do CPC - Terão prioridade de tramitação, em 
qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: 
 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, 
assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, 
da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988; 
II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto 
da Criança e do Adolescente ). 
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando 
prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária 
competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo 
as providências a serem cumpridas. 
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação 
própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. 
6 
 
 
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do 
beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do 
companheiro em união estável. 
§ 4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo 
órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da 
prova da condição de beneficiário.” 
 
4. Pessoa portadora de deficiência - LEI 13.146/2015 
 
 
“Art. 1º da IN 29 do TST - Assegurar, no Tribunal Superior do 
Trabalho, prioridade na tramitação dos processos cuja parte ou 
interveniente seja pessoa portadora de deficiência, desde que a causa 
discutida em juízo tenha como fundamento a própria deficiência. 
 
Parágrafo único. Considera-se pessoa portadora de deficiência a 
que se enquadra nas categorias definidas no art. 4º do Decreto nº 
3.298, de 20 de dezembro de 1999.” 
 
Por analogia ainda tem-se o Art. 69-A da lei 9784/99 
 
 
“Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão 
ou instância, os procedimentos administrativos em que figurecomo 
parte ou interessado: 
I- pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; 
II- pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 
III – (VETADO) 
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, 
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, 
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose 
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados 
da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, 
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com 
base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 
tenha sido contraída após o início do processo.” 
 
5. Dissídios que tratem exclusivamente de salários. 
7 
 
 
6. Crianças e Adolescentes - ART 1048, II do CPC (regulado 
pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). 
 
 
“Art. 1048, II do CPC - Terão prioridade de tramitação, em 
qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: 
 
II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto 
da Criança e do Adolescente ).” 
 
 
• A gratuidade da justiça ou justiça gratuita 
 
Com a gratuidade da justiça gratuita, o objetivo é que o reclamante venha a fica 
isento do pagamento das custas. Lembrando que aqui nesse caso, basta à 
declaração do advogado, sem necessitar de acostar declaração de pobreza aos 
autos. 
Art 14 da lei 5584/70 
 
“Art 14 da lei 5584/70 - Na Justiça do Trabalho, a assistência 
judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, 
será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer 
o trabalhador. 
 
§ 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual 
ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual 
benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua 
situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do 
sustento próprio ou da família. 
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em 
atestado fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e 
Previdência Social, mediante diligência sumária, que não poderá 
exceder de 48 (quarenta e oito) horas. 
§ 3º Não havendo no local a autoridade referida no parágrafo 
anterior, o atestado deverá ser expedido pelo Delegado de Polícia da 
circunscrição onde resida o empregado.” 
8 
 
 
 
Art 790- A CLT 
 
“Art. 790-A da CLT - São isentos do pagamento de custas, além 
dos beneficiários de justiça gratuita:” 
 
Art 790, § 3º da CLT 
 
“Art. 790 da CLT - Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de 
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de 
pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que 
serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (Redação dada 
pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) (...) 
 
(...)§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes 
dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive 
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada 
pela Lei nº 13.467, de 2017)” 
 
❖ JUSTIÇA GRATUITA 
 
O reclamante encontra-se desempregado e com sérias dificuldades de pagar às 
custas do processo. Assim de acordo com o, art 14 da lei 5584/70, art 790 parágrafo 3º 
da CLT, e ainda art 790-A da CLT o reclamante faz jus ao referido benefício, desde já 
requerendo o referido benefício. 
 
3. TUTELAS PROVISÓRIAS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA 
 
Com o CPC /2015 passou a surgir dois tipos de tutela provisória: de urgência e de evidência. 
 
Tutela provisória de urgência 
 
A tutela de urgência será concedida quando tenham elementos que evidenciem 
 
1. Probabilidade do direito 
2. Perigo de dano ou Risco ao resultado útil do processo 
9 
 
 
Tutela provisória de urgência de natureza antecipada 
 
Já os requisitos da tutela provisória de urgência de natureza antecipada 
 
1. Probabilidade do direito 
2. Perigo de dano 
 
Obs: Perceba que os requisitos da tutela provisória de urgência de natureza antecipada 
têm requisitos muito mais leves que a antiga antecipação de tutela que tinha previsão no 
Art. 273 do CPC /1973 
A Tutela provisória de urgência de natureza antecipada é plenamente aplicável no 
processo do trabalho e suas situações mais recorrentes são duas: a reintegração do estável, 
e a transferência abusiva, esses dois casos existem previsão expressa no Art. 659 da CLT. 
 
 
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA DE NATUREZA 
ANTECIPADA 
 
 
A reclamante trata-se de portadora de estabilidade haja vista que ...., o 
empregador despediu a reclamante, sem justa causa, apesar de sua estabilidade. 
Em razão disso, nesta oportunidade postula sua reintegração. Encontram-se 
presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela provisória de urgência de 
natureza antecipada: a probabilidade do direito e o perigo de dano conforme autoriza os 
artigos: Art. 300 do CPC, Art. 300 §2º do CPC, Art. 300 §3º do CPC, Art. 303 do CPC e 
ainda Art. 659 X CLT (em que pese esse artigo falar do dirigente sindical utilizo para 
qualquer empregado com objetivo de ser reintegrado de forma com tutela provisória de 
urgência de natureza antecipada). 
É, portanto, inquestionável seu direito a reintegração ao emprego. Diante de todo 
o exposto, requer a tutela provisória de urgência de natureza antecipada por intermédio 
da concessão de liminar, sem a oitiva da outra parte, determinando a imediata 
reintegração da reclamante. 
 
Em seguida das preambulares o nosso primeiro tópico será: 
10 
 
 
DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
 
No tópico CONTRATO DE TRABALHO, deve constar: O reclamante foi 
admitido em ... para exercer a função de ... e perceber o salário de R$ ... 
Vale ressaltar que esse tópico não pontuará, mas valerá muito a pena colocá-lo, 
pois situa não apenas o candidato, mas também o examinador da prova que está lendo. 
Após o contrato de trabalho, é o momento de se colocar os demais tópicos: DA 
JORNADA DE TRABALHO, DA TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE 
TRABALHO, DO DANO MORAL, etc... 
Nesses tópicos deve ser utilizado: fato, fundamento e pedido para cada tópico, 
lembrando que o fato, será narrado de acordo com o que me foi dado o problema, em 
seguida o fundamento será a indicação legal; por artigo de lei, súmulas, OJs e em 
seguida o pedido, no pedido vou requerer que seja dado o que o direito violou, 
requerendo desde já, o determinado direito. 
Em seguida, os pedidos, neste é o momento de se repetir cada pedido que foi 
pleiteado nos tópicos acima, um por um. 
 
Após os pedidos, ter-se-á os requerimentos finais, aqui pretende se fechar a 
peça. 
 
 
 
Nos requerimentos finais deve constar o seguinte: 
 
 
Que seja notificada/ intimada à parte contrária para querendo apresentar defesa 
sob pena de revelia e confissão ficta. 
Que seja julgada totalmente procedentes todos os pedidos da reclamação 
trabalhista . 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente 
prova documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal. 
Dá-se o valor da causa R$ ... 
 
E por fim o fechamento da peça: 
11 
 
 
 
Nestes Termos 
Pede deferimento 
Local e Data 
Advogado 
OAB nº..... 
 
 
Assim nesse momento, veremos alguns tópicos possíveis nos fatos/mérito: 
 
DA JORNADA DE TRABALHO 
 
Em relação à jornada de trabalho podemos nos deparar com várias situações: 
extrapolação da oitava diária e quadragésima quarta semanal, sendo superior a 8ª diária 
e 44ª semanal, o que se tem as horas extras. Pode- se, ainda, ter a violação dos 
intervalos: intervalo intrajornada, interjornada e especiais, entre outros. O adicional 
noturno, etc.. 
Pode- se dizer que as horas extras é o mais comum dos pedidos 
 
Assim, poderemos montar um pedidode jornada de trabalho, com pleito de 
horas extras. 
 
 Da Jornada de trabalho 
 
 
O reclamante laborava numa jornada das 8:00h às 20:00h, sem perceber horas 
extras. 
 
Violando, portanto o Art. 7º, XIII da CF/88 e o Art. 58 da CLT que determinada 
a jornada de 8 horas e 44 horas semanais e ainda o art 7º, XVI da CR/88 que determina 
que a extrapolação dessa jornada o empregado tem direito a horas extras. 
Dessa forma requer as horas extras (com adicional de 50%) além da oitava diária 
e quadragéssima quarta semanal com repercussão no aviso prévio, décimo terceiro 
salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais +1/3, FGTS +40% e 
repouso semanal remunerado. 
12 
 
 
DANO MORAL NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 
 
 
É importante observar que o nome da peça é reclamação trabalhista e não 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA cumulado com DANOS MORAIS, danos morais é 
um tópico que pode existir na reclamação trabalhista o que não faz com que a ação mude 
de nome. 
 
Tópico bastante recorrente na reclamação trabalhista seria o DANO MORAL, mas 
é importante observar que a reclamação trabalhista que tiver o dano moral pode ter várias 
espécies ou tipos, assim podemos ter: 
 
1. Dano moral lesivo a honra ou imagem do empregado, nesse caso, o 
empregador xingará o empregado, ou o maculará a sua honra de alguma forma 
em ato único. 
 
2. Dano Moral decorrente de atitude ilícita do empregador, apenas a título de 
exemplo teremos a possibilidade do empregador não expedir a CAT quando o 
empregado vir a sofrer um acidente de trabalho, também será dano moral por 
atitude ilícita quando o empregador promover revista íntima em seus 
empregados( sobre revista íntima falaremos mais na frente ) 
 
3. Dano Moral decorrente de acidente ou doença do trabalho em que o 
empregador tenha agido com culpa ou em que sua atividade enseje risco ao 
trabalhador. 
 
4. Dano Moral decorrente de assédio moral, lembrando que assédio moral é 
atividade repetitiva e reiterada do empregador em face do empregado. 
Sobre assédio moral existem várias espécies de assédio moral: Assédio moral 
vertical descendente, assédio moral horizontal, assédio moral vertical 
ascendente, assédio moral organizacional, assédio moral coletivo, assédio 
moral estratégico. 
Para Alexandre Agra Belmonte 
 
 
O constrangimento moral decorre assim de atitudes e condutas 
13 
 
 
destinadas a pressionar (subjugar) ou simplesmente desrespeitar o 
trabalhador, de forma a expô-lo, eventual ou reiteradamente, a situações 
constrangedoras, atentatórias da sua dignidade. Às atitudes reiteradas 
dá-se a denominação de assédio moral. 
 
Com efeito, o assédio moral é uma violência psicológica reiterada por 
meio de atos diretos ou indiretos em que o agressor investe contra a 
esfera física, psíquica, moral ou social da vítima. 
 
Desse modo, desentendimentos e discussões isoladas ou até mesmo 
ofensas isoladas não configuram assédio moral. 
 
Nas relações de trabalho, pode-se encontrar várias espécies de assédio moral tais 
como: assédio moral vertical, o assédio moral horizontal, assédio moral ascendente e 
ainda o assédio moral organizacional. 
O assédio moral vertical descendente é mais freqüente, trata-se de assédio na 
modalidade em que o superior hierárquico assedia o seu subordinado. 
O assédio moral horizontal também é frequente, em que pese ter menor incidência 
que o assédio vertical, naquela, a vítima sofre os abusos dos seus próprios colegas, ou 
seja, companheiros de trabalho de mesma hierarquia que a sua. Existe grande incidência 
do referido caso quando se trata de cumprimento de metas de vendas. Por exemplo, o 
colega que alcança a meta almejada, passa a assediar o outro que não conseguiu e, 
assim, passa a chamá-lo de bola murcha, zerado, fracassado, entre outros. 
Já o assédio ascendente ocorre em raríssimas situações e se refere ao assédio do 
subordinado, em face do seu superior hierárquico. É óbvio que a situação é incomum. 
Pode haver a incidência em situações em que o assediador visava o cargo do assediado. 
Assim começa a assediá-lo como forma de intimidação, tentando demonstrar que o chefe 
é incompetente, que não deveria estar naquele lugar. 
O assédio moral organizacional, diferentemente, do assédio moral típico, não 
decorre de uma atividade ostensiva do empregador tentando intimidar um determinado 
empregado, com o objetivo de excluí-lo e estigmatizá-lo dentro da relação laboral. Nesse 
tipo de assédio, nem sempre existem as características típicas do assédio moral, pois 
decorre de uma política própria da empresa. As metas são excessivas, o trabalho é exigido 
de forma rígida e desgastante. 
14 
 
 
 
5. Dano moral decorrente do assédio sexual 
O assédio sexual é uma prática que visa à satisfação da libido, o objeto de 
desejo é a pessoa assediada. O Assédio sexual é tipificado como crime. 
 
O crime de assédio sexual consiste no fato de o agente “constranger alguém 
com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o 
agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função” (CP, art. 216-A, caput). 
 
O assédio sexual pode ser por chantagem ou por intimidação 
 
 
Assédio sexual por chantagem 
 
Conhecido nos Estados Unidos da América desde os anos 60, onde recebeu o 
nome de “sexual harassment” (literalmente repetição de ataque sexual), essa forma 
imprópria de condução da sexualidade humana foi identificada de início, com um 
comportamento típico masculino de discriminação contra as mulheres. (SANTOS, 2002, 
p. 40) 
No assédio sexual por chantagem se pretende trocas de favores sexuais, 
aproveitando- se, o assediador, em geral, de seu cargo de superior hierárquico da vítima. 
Nesta esteira, o assédio sexual por chantagem seria a prática de ato, físico ou 
verbal, visando a molestar outrem, do mesmo sexo ou do sexo oposto, no trabalho ou 
em razão dele, aproveitano-se, assim, o assediador da condição de superior hierárquico 
ou de ascensão econômica sobre o assediado. O assediador promete melhorar ou manter 
o status funcional da vítima ou, mediante ameaça de algum prejuízo profissional, com a 
finalidade de obter a satisfação sexual que deseja (SANTOS, 2002, p. 43). 
 
 
Assédio sexual por intimidação 
 
 
Diz Aloysio Santos (SANTOS, 2002, p. 43) que: 
15 
 
 
 
O assédio sexual por intimidação, que se distingue do tipo 
anteriormente visto, pela atitude do patrão, superior hierárquico 
ou dirigente público, ou mesmo de colega de trabalho, de solicitar 
a atividade sexual importuna ou indesejada ou qualquer outra 
investida de índole sexual, com a intenção de restringir, sem 
motivo, a atuação de alguém no trabalho ou de criar uma 
circunstância ofensiva ou abusiva ou um ambiente de trabalho 
hostil, ainda que o assediado não venha a sofrer punição ou perder 
a posição funcional ostentada antes do assédio. 
 
 
No assédio sexual por intimidação, não existe uma chantagem, referente a uma 
troca isto por aquilo, mas o objetivo é intimidar, amedrontar a vítima, deixá-la aterrorizada, 
com o objetivo de conseguir o seu intuito sexual almejado. 
Inegavelmente, o assédio sexual pode ocasionar sérios danos à vítima, refletindo 
em sua saúde. 
O meio ambiente de trabalho ao qual o empregado estava sujeito a qualquer 
espécie de assédio trata- se de meio ambiente hostil e tenso, principalmente no que tange 
ao assédio sexual, e assim não importa se assédio sexual foi por intimidação ou por 
chantagem, ambos geram dever de indenizar em que o empregado deverá receber uma 
indenização por assédio sexual. 
 
 
6. Dano moral decorrente da revista íntima 
O dano moral decorrente da revista íntima ainda é um assunto polêmico e 
nesse caso específico, deve se defender a posição a favor de quem seja o seu 
cliente. Se estiver defendendo o empregado numa reclamação trabalhista em 
que o mesmo tenha sofrido revistas íntimassempre defenderá que a revista 
íntima é violadora ao direito a intimidade e privacidade não importando se a 
mesma foi realizada na pessoa ou em bolsas e sacolas, também pouco 
importando o gênero que faça a fiscalização nas bolsas e sacolas e se a 
revista tiver sido de forma coletiva ou individualizada, nada aqui importará, 
deverá ser pleiteado a indenização por danos morais decorrente da revista 
íntima. Já se tiver defendendo o empregador a tese será justamente o 
contrário que a revista íntima é diferente da revista pessoal, sendo a íntima 
16 
 
 
no corpo e a pessoal em bolsas e objetos, assim essa última poderia ser 
permitida, que a revista íntima é apenas para as mulheres e não para os 
homens e que decorre do poder fiscalizatório e diretivo do empregador. 
 
 
LEI Nº 13.271, DE 15 DE ABRIL DE 2016. 
 
 
Dispõe sobre a proibição de revista íntima 
de funcionárias nos locais de trabalho e 
trata da revista íntima em ambientes 
prisionais. 
 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º As empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública, 
direta e indireta, ficam proibidos de adotar qualquer prática de revista íntima 
de suas funcionárias e de clientes do sexo feminino. 
 
Art. 2º Pelo não cumprimento do art. 1º, ficam os infratores sujeitos a: 
I- multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao empregador, revertidos aos 
órgãos de proteção dos direitos da mulher; 
II- multa em dobro do valor estipulado no inciso I, em caso de reincidência, 
independentemente da indenização por danos morais e materiais e sanções de 
ordem penal. 
 
 
7. Dano moral fisiológico 
Esse dano moral é muito comum e bastante visto para as profissões de 
operadores de telemarketing, o empregador ou seus prepostos limitam o seu 
tempo a ir ao banheiro em minutos ou autorização prévia, ou quantidade de 
vezes, por exemplo. 
 
O TST já se posicionou nesse sentido em algumas de suas decisões: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 
LIMITAÇÃO AO USO DO BANHEIRO - DANO MORAL - 
17 
 
 
DESRESPEITO AO PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DIGNIDADE 
DA PESSOA HUMANA. DECISÃO DENEGATÓRIA. 
MANUTENÇÃO. A conquista e afirmação da dignidade da pessoa humana 
não mais podem se restringir à sua liberdade e intangibilidade física e psíquica, 
envolvendo, naturalmente, também a conquista e afirmação de sua 
individualidade no meio econômico e social, com repercussões positivas 
conexas no plano cultural - o que se faz, de maneira geral, considerado o 
conjunto mais amplo e diversificado das pessoas, mediante o trabalho e, 
particularmente, o emprego. O direito à indenização por danos moral e 
material encontra amparo no art. 186, Código Civil, c/c art. 5º, X, da CF, bem 
como nos princípios basilares da nova ordem constitucional, mormente 
naqueles que dizem respeito à proteção da dignidade humana e da valorização 
do trabalho humano (art. 1º, da CR/88). Na hipótese, restou consignadopelo 
Regional que houve ofensa à dignidade da Reclamante, configurada na 
situação fática de restrição ao uso do banheiro, já que: a) era necessária 
uma autorização para o uso; b) os empregados dispunham de somente 
sete minutos para ir ao banheiro (se ultrapassado tal limite, poderiam 
sofrer punições). A empregadora, ao adotar um sistema de fiscalização 
que engloba inclusive a ida e controle temporal dos empregados ao 
banheiro, ultrapassa os limites de atuação do seu poder diretivo para 
atingir a liberdade do trabalhador de satisfazer suas necessidades 
fisiológicas, afrontando normas de proteção à saúde e impondo-lhe uma 
situação degradante e vexatória. Essa política de disciplina interna revela 
uma opressão despropositada, autorizando a condenação no pagamento 
de indenização por danos morais. Ora, a higidez física, mental e 
emocional do ser humano são bens fundamentais de sua vida privada e 
pública, de sua intimidade, de sua auto-estima e afirmação social e, nessa 
medida, também de sua honra. São bens, portanto, inquestionavelmente 
tutelados, regra geral, pela Constituição Federal (artigo 5º, V e X). 
Agredidos em face de circunstâncias laborativas, passam a merecer tutela 
ainda mais forte e específica da Carta Magna, que se agrega à genérica 
anterior (artigo 7º, XXVIII, da CF). Desse modo, não há como assegurar o 
processamento do recurso de revista quando o agravo de instrumento 
interposto não desconstitui os fundamentos da decisão denegatória, que 
18 
 
 
subsiste por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido. 
(AIRR - 137940-94.2007.5.01.0038 , Relator Ministro: Mauricio Godinho 
Delgado, Data de Julgamento: 01/12/2010, 6ª Turma, Data de Publicação: 
10/12/2010) 
 
DANO MORAL. RESTRIÇÃO AO USO DO SANITÁRIO. Restringir o 
uso de toaletes por meio de autorização prévia expõe indevidamente a 
privacidade do trabalhador, ofendendo sua dignidade sem qualquer 
razoabilidade, posto que não se pode objetivamente controlar de forma 
genérica a periodicidade da satisfação de necessidades fisiológicas que se 
apresentam em níveis diferentes em cada indivíduo. Tal proceder revela 
extrapolação aos limites do poder diretivo do empregador, ocasionando 
constrangimento a sua intimidade e uma inaceitável sustentação de 
interesses negociais com o sacrifício e humilhação do empregado, como 
se nota na apontada -medição da ANATEL-, como argumento para a não 
utilização dos toaletes. As assunções dos riscos do negócio pelo empregador 
apenas a ele atingem. Recurso de Revista conhecido neste tópico. (RR - 
109400-43.2007.5.18.0012 Data de Julgamento: 01/09/2010, Relator 
Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, 3ª Turma, Data de Publicação: 
DEJT 10/09/2010). 
 
8. Dano existencial 
O dano existencial decorre de um dano moral, em que o indivíduo é violado 
em seus direitos fundamentais de intimidade, privacidade e inviolabilidade, 
ou seja, são direitos que se referem à própria existência do indivíduo. 
 
Recente decisão do TST concede dano existencial para empregada em caso 
semelhante ao do reclamante, haja vista: 
 
DANO MORAL. DANO EXISTENCIAL. SUPRESSÃO DE DIREITOS 
TRABALHISTAS. NÃO CONCESSÃO DE FÉRIAS. DURANTE TODO 
O PERÍODO LABORAL. DEZ ANOS. DIREITO DA PERSONALIDADE. 
VIOLAÇÃO. 1. A teor do artigo 5º, X, da Constituição Federal, a lesão 
causada a direito da personalidade, intimidade, vida privada, honra e imagem 
19 
 
 
das pessoas assegura ao titular do direito a indenização pelo dano decorrente 
de sua violação. 2. O dano existencial, ou o dano à existência da pessoa, 
“consiste na violação de qualquer um dos direitos fundamentais da pessoa, 
tutelados pela Constituição Federal, que causa uma alteração danosa no 
modo de ser do indivíduo ou nas atividades por ele executadas com vistas ao 
projeto de vida pessoal, prescindindo de qualquer repercussão financeira ou 
econômica que do fato da lesão possa decorrer.” (ALMEIDA NETO, Amaro 
Alves de. Dano existencial: a tutela da dignidade da pessoa humana. Revista 
dos Tribunais, São Paulo, v. 6, n. 24, mês out/dez, 2005, p. 68.). 3. 
Constituem elementos do dano existencial, além do ato ilícito, o nexo de 
causalidade e o efetivo prejuízo, o dano à realização do projeto de vida e o 
prejuízo à vida de relações. Com efeito, a lesão decorrente da conduta 
patronal ilícita que impede o empregado de usufruir, ainda que parcialmente, 
das diversas formas de relações sociais fora do ambiente de trabalho 
(familiares, atividades recreativas e extralaborais), ou seja que obstrua a 
integração do trabalhador à sociedade, ao frustrar o projeto de vida do 
indivíduo, viola o direito da personalidade do trabalhador e constitui o 
chamado dano existencial. 4. Na hipótese dos autos, a reclamada deixou de 
conceder férias à reclamante por dez anos. A negligência por parte da 
reclamada, ante o reiterado descumprimento do dever contratual, ao não 
conceder fériaspor dez anos, violou o patrimônio jurídico personalíssimo, 
por atentar contra a saúde física, mental e a vida privada da reclamante. 
Assim, face à conclusão do Tribunal de origem de que é indevido o 
pagamento de indenização, resulta violado o art. 5º, X, da Carta Magna. 
Recurso de revista conhecido e provido, no tema. (TST - RR - 727- 
76.2011.5.24.0002, 1ª Turma, Relator Hugo Carlos Scheuermann, 
Publicação 28/06/2013). 
 
9. Dano estético 
No dano estético, o indivíduo diferencia dos demais da sua espécie, ficando 
com sua aparência externa diferenciada. É possível a cumulação de dano 
material, com dano moral e ainda com dano estético (SÚMULA 387 do 
STJ). 
20 
 
 
10. Dano Material / Danos emergentes 
O dano emergente é o prejuízo que a pessoa teve, aquilo que foi gasto 
naquele momento. 
 
O dano emergente corresponde ao prejuízo imediato e mensurável, 
decorrente do acidente do trabalho, que pode ser apurado pelos documentos 
de pagamento de despesas hospitalares, honorários médicos, tratamentos de 
saúde, funeral, luto, jazigo, remoção do corpo, etc. 
"A queda no padrão de vida da família do empregado é ressarcida com a 
indenização pelo salário que ele deixou de receber, ou seja, lucros 
cessantes.” 
O acórdão unânime dos Desembargadores Federais do Trabalho da 6ª Turma 
do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) foi publicado em 
13/06/2008, sob o nº Ac.20080493240. 
 
 
11. Lucros Cessantes 
Os lucros cessantes como explanado acima trata-se do que efetivamente a 
pessoa deixará de lucrar. 
 
Com a reforma o dano moral passou a ter um novo formato, inclusive 
existindo o tabelamento do dano moral que antes não existia esse tipo de 
previsão. 
 
 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL 
 
 
Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial 
decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. 
 
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que 
ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são 
as titulares exclusivas do direito à reparação. 
 
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a 
21 
 
 
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens 
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. 
 
Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da 
correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica. 
 
Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que 
tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da 
ação ou da omissão. 
 
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida 
cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do 
mesmo ato lesivo. 
§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, 
discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das 
reparações por danos de natureza extrapatrimonial. 
§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros 
cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos 
extrapatrimoniais. 
 
Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
I - a natureza do bem jurídico tutelado; 
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; 
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; 
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 
VII - o grau de dolo ou culpa; 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea; 
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; 
X - o perdão, tácito ou expresso; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; 
XII - o grau de publicidade da ofensa. 
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a 
22 
 
 
cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a 
acumulação: 
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário 
contratual do ofendido. 
§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com 
observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas 
em relação ao salário contratual do ofensor. 
§ 3º Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o 
valor da indenização. 
 
 
EXERCÍCIOS DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
EXERCÍCIOS DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 
PEÇA 1 ( QUESTÃO CESPE ) 
Ana foi admitida na empresa Delta, no dia 1.º de julho de 2004, para exercer as funções 
de assistente administrativo, recebendo um salário mensal de R$ 1.200,00. Apesar de todo 
o zelo profissional que Ana emprega ao desenvolver suas funções, a proprietária da 
empresa Delta, Senhora Maria, em diversas situações, acusa-a de ser incapaz, chamando- 
a de burra e incompetente. Tais acusações são feitas em alta voz e na presença de outros 
empregados e de clientes da empresa. Inicialmente, Ana, com receio de perder o emprego, 
desconsiderou as ofensas, mas elas se intensificaram. Ana já não suporta a situação, mas 
não quer simplesmente pedir demissão e ceder às pressões feitas por Maria. Ana gozou 
férias nos meses de agosto de 2005 e agosto de 2006. Considerando a situação hipotética 
apresentada e com base no ordenamento jurídico vigente, elabore uma reclamação 
trabalhista, abordando os direitos cabíveis a Ana e a melhor forma de se rescindir o 
contrato de trabalho dela. 
23 
 
 
 
 
 
Solução de resposta da peça 1 – Elaborada pela professora 
 
 
Comentário da questão: 
 
 
Reclamação trabalhista simples. O mais importante dessa peça seria identificar, o 
assédio moral sofrido pela vítima, pedir a declaração da rescisão indireta e 
consequentemente todos os pedidos decorrente de uma dispensa sem justa causa, haja 
vista que a rescisão indireta possui os mesmos efeitos que uma dispensa sem justa 
causa. Também deveria ser pedido a indenização por assédio moral sofrido pela vítima. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA... VARA DO 
TRABALHO DE... OU EXCELENTÍSSIMO DOUTO JUÍZO DO TRABALHO DA 
... VARA DO TRABALHO DE .... 
 
 
Endereçamento: Tudo por extenso, encaminhando ao Juiz do Trabalho da Vara do 
trabalho OU DOUTO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO Não é juiz de direito e sim 
Juiz do Trabalho mesmo. 
 
ANA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG de nº..., portadora do 
CTPS..., portadora do CPF de nº..., número do PIS, data de nascimento, filiação, 
endereço completo e CEP..., vem, por intermédio de seu advogado, abaixo assinado com 
procuração em anexo e endereço profissional onde recebe notificações e intimações, 
propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA com fulcro nos artigos 839 da CLT e 
artigo 840 da CLT; Artigo 840 §1º da CLT, em face de DELTA, CNPJ..., endereço 
completo e CEP..., pelas razões que passa a expor: 
 
Comentários. 
 
 
O nome dessa peça é apenas RECLAMAÇÃO TRABALHISTA e não Ação de 
rescisão indireta, nem é reclamação trabalhista cumulada com rescisão indireta, nada 
disso. É apenas RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 
 
Fundamentação legal: A fundamentação legal da Reclamação Trabalhista deverá ser 
24 
 
 
nos Art. 839 da CLT e Art. 840 da CLT e Art. 840 §1º da CLT. 
 
 
Preliminar: Como se está em uma RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – não temos 
preliminar, em regra. 
 
Prescrição: Também não se alega a prescrição na RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
que deverá ser alegada como matéria de defesa. 
 
 
DOS FATOS 
 
 
Dos fatos ou do mérito: O estilo de redigir irá partir de cada um – no entanto, indico 
que tanto na RECLAMAÇÃO TRABALHISTA quanto na CONTESTAÇÃO, você 
deverá dividirem tópicos, o que servirá de ajuda quando se chegar na parte dos 
pedidos. 
 
DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
 
A reclamante foi admitida na empresa reclamada no dia 1º de julho de 2004, para exercer 
as funções de assistente administrativo, recebendo salário mensal de R$ 1.200,00. 
 
 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL/ DO ASSÉDIO MORAL/ DA 
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DO ASSÉDIO MORAL. 
 
A reclamante dedicada, sempre trabalhou com zelo profissional, porém, 
inexplicavelmente, a proprietária da empresa reclamada, Senhora Maria, em diversas 
situações, afrontou a moral da autora, taxando-a de incapaz, usando expressões 
agressivas, desmoralizantes, tais como “burra” e “incompetente”. 
 
Sabe-se que as ofensas eram proferidas na presença de colegas da reclamante, 
assim como de clientes, o que só fazia agravar a situação vexatória. A reclamante, 
sempre suportou as ofensas, calada. Decorrente do assédio moral sofrido pela reclamante, 
merece a mesma receber uma indenização. A honra é direito constitucional do 
empregado ao qual sempre deverá ser protegida. Caso ocorra tal lesão, surge o direito à 
indenização 
25 
 
 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação, à luz dos artigos 186, 187 e 927 
do Código Civil. O direito a tal reparação é de cunho constitucional previsto no art. 5º, 
V e X, CF/ 88 e ainda art 223 A da CLT, art 223 B da CLT e art 223 C da CLT. 
 
Dessa forma requer, desde já, uma indenização por assédio moral no valor de 
R$..., decorrente do assédio moral sofrido. 
 
DA RESCISÃO INDIRETA 
 
 
A reclamante pretende ver terminado o seu contrato de trabalho, pois as agressões 
se intensificaram, tornando, por fim, insuportável a continuidade da relação empregatícia. 
Não mais tolerando a desonra, à reclamante só restou ingressar em juízo, utilizando-se 
da presente demanda para obter a declaração da rescisão indireta do seu contrato de 
trabalho – inteligência da norma do art. 483, “e”, da CLT. 
 
Reconhecida a rescisão indireta, decorrerá, naturalmente, a condenação da 
reclamada no pagamento das pertinentes verbas rescisórias, incluindo o aviso prévio 
indenizado, bem como a baixa em sua CTPS de acordo com esse tempo. 
 
Dessa forma, a rescisão indireta por ser uma justa causa do empregador, possui os 
mesmos efeitos que a dispensa injusta, fazendo portanto a reclamante jus a todas as 
verbas rescisórias: aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias 
proporcionais + 1/3 e FGTS + 40% (guias de depósito de FGTS acrescido da multa 
fundiária de 40%), seguro desemprego (ou indenização correspondente) e por fim saldo 
de salário ou seja dias trabalhados, baixa na CTPS, multa do art 467 da CLT, no valor 
de R$.... 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
Requer honorários advocatícios sucumbenciais, conforme art 791-A da CLT, no 
valor de R$... 
26 
 
 
. 
DOS PEDIDOS 
 
 
Pelo exposto, vem requerer a declaração da rescisão indireta do contrato de trabalho, por 
falta grave cometida pelo empregador, com a condenação do reclamado nas verbas abaixo 
discriminadas, acrescidas de juros e correção monetária: 
 
 
a) Aviso prévio indenizado proporcional ao tempo de serviço, no valor de R$... 
b) Saldo de salário, no valor de R$... 
c) Férias proporcionais + 1/3, no valor de R$... 
d) 13º salário proporcional, no valor de R$... 
e) FGTS + 40% (guias de depósito de FGTS acrescido da multa fundiária de 40%) ou 
indenização correspondente, no valor de R$... 
f) Seguro desemprego ou indenização – Súmula 389 do TST, no valor de R$... 
g) Multa do art 467 da CLT (questão polêmica) – Seria controverso a questão do 
cabimento da multa do art 467 da CLT, pois ainda há quem defenda que não teria 
cabimento a multa do art 467 da CLT pois não há o que se falar de incontroversa, por 
sua vez, há os que defendam que pode existir sim a multa do art 467 da CLT, quando 
a multa do art 477 da CLT não existe discussão sendo esta realmente incabível – no 
valor de R$... 
Assim como estamos pelo reclamante, não colocaria a multa do art 477 da CLT haja 
vista o não cabimento, já em relação à multa do art 467 da CLT em que seu cabimento, 
ainda existe discussão prefiro pleitear. 
h) Indenização por assédio moral, no valor de R$... 
i) Honorários advocatícios, no valor de R$... 
j) Baixa na CTPS 
 
 
 
REQUERIMENTOS FINAIS 
Requer a citação/intimação do reclamado, para que o mesmo apresente defesa sob pena 
de revelia e confissão. 
Requer que sejam julgados procedentes todos os pedidos da reclamatória trabalhista. 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, prova 
documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal. 
27 
 
 
Dá-se à causa o valor de R$.... 
Nestes Termos 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
OAB nº 
 
Atenção: Cuidado não assinar a peça. 
 
 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA. 
A reclamação trabalhista com tutela provisória de urgência de natureza antecipada deve 
ser observada os requisitos a probabilidade do direito e o perigo de dano. E tem-se ainda 
risco ao resultado útil do processo. 
Alguns exemplos de antecipação de tutela no direito do trabalho temos: reintegração de 
empregado estável e quando se tem transferência abusiva, essas estão expressas no art. 
659, IX e X da CLT. 
A reclamação trabalhista com tutela provisória de urgência de natureza antecipada, deve 
vir no nome da reclamação trabalhista, ou seja, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
COM TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA. 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
 
Rosangela foi contratada em 01 de outubro de 2007, pela empresa Egleice Luna shoes 
Ltda. para trabalhar, na cidade de Igarassu, como divulgadora de produtos, com salário 
de R$ 800,00, sendo a sua jornada de trabalho de segunda à sexta, das 9h às 18h, com 
30 minutos de intervalo para almoço e aos sábados, das 9h às 13h. Rosangela fazia 
divulgação dos produtos da empresa no Shopping Igarassu, onde a reclamada possui 
uma loja, efetuando trabalho idêntico, de mesmo valor, na mesma localidade que sua 
colega Natália Silveira, contratada na mesma data. A única distinção entre ambas era 
que Natália Silveira tinha salário de R$ 1.200,00, o que deixava Rosangela 
inconformada e triste demais. Em 10.01.2012 Rosangela sofreu um acidente de trabalho 
28 
 
 
na empresa, tendo em vista que teria que calçar sapatos altíssimos e muitas vezes 
desconfortáveis, assim, sofreu uma queda da escada, a qual já caíram vários 
funcionários e que todos já reclamavam dessa escada, Rosangela foi socorrida pelas 
demais colegas de trabalho que ficaram super preocupadas com a mesma, quando foram 
falar com seu empregador, o mesmo disse o seguinte: Que a culpa era integralmente de 
Rosangela, haja vista que a mesma sempre foi bastante desastrada. Dia 25 de janeiro de 
2012 Rosangela ao sair do hospital com a perna e braço quebrados e sentindo muitas 
dores nas costas foi questionar do seu empregador por que o mesmo não tinha expedido 
o CAT e estaria alí para receber os 15 dias, desde o momento que sofreu o acidente e os 
15 dias posteriores e que deveria ser encaminhada ao INSS para receber beneficio, e 
insistiu que o empregador deveria expedir o CAT, ele disse que ela desaparecesse da 
frente dele, aquele desastre ambulante para que não ocasionasse mais danos a empresa 
dele, falou isso gritando e a puxando pelo braço, retirando-o da sala dele e por fim disse 
que não expediria CAT nenhum. Em 26 de janeiro de 2012, (nesta mesma data) o 
empregador dispensou Rosangela, por intermédio de sua secretária sem pagar- lhe nada 
a título de verbas rescisórias. 
Uma semana depois de sair da empresa, Rosangela, desempregada, tentou de várias 
formas outro emprego, em outro lugar, pois anda passando sérias dificuldades, no 
entanto, quando vai fazer o exame de admissão para os outros empregos, nesses lugares, 
informam que a mesma não tem condiçõesde assumir a vaga, haja vista, está inapta para 
o trabalho com lesões sérias nos braços, pernas e coluna. Rosangela encontra-se 
desempregada, passando fome, sem condições, inclusive, de arcar com as custas de um 
possível processo que fosse mover contra o empregador. 
Rosangela procurou o seu sindicato disposta a buscar seus direitos, informando que 
precisa muito de seu emprego para sua subsistência. Na qualidade de advogado do 
Sindicato que Rosangela faz parte, elabore a medida processual cabível. 
 
 
Resposta sugerida pela professora 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho / Douto Juízo do trabalho da ...Vara do 
Trabalho de Igarassu. 
 
 
Rosangela, nacionalidade, estado civil, divulgadora de produtos, identidade, CPF, 
29 
 
 
CTPS, data de nascimento, filiação, número do PIS, endereço completo e CEP, vem, por 
intermédio de seu advogado abaixo assinado, com procuração em anexo, e endereço 
profissional onde recebe intimações e notificações propor RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA COM TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA 
ANTECIPADA, com fulcro no art. 839 da CLT, art. 840 da CLT, art. 840 § 1º da CLT. 
art. 300 do CPC, art 300, §2º do CPC, art. 300, §3º do CPC, art 303 do CPC, em face de 
Egleice Luna Shoes LTDA, CNPJ..., endereço completo e CEP, pelas razões de fato e 
de direito que passa a expor: 
 
BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
A reclamante encontra-se desempregada, sem condições de arcar com as despesas 
do processo, sem prejuízo do seu próprio sustento e de suafamília. 
Dessa forma se enquadra nas condições para a concessão do benefício da 
assistência judiciária fundamentada no art. 790 §3º da CLT, art 790-A da CLT, art. 14 
da lei 5584/70 e art 14, §1º da lei 5584/70. 
Por fim, requer desde já, o benefício da assistência judiciária, isentando desde já 
a autora de quaisquer custas processuais, salientando que o advogado tem poderes 
especiais para requerer a justiça gratuita. 
Comentários da professora: A questão te indicou que você deveria pedir o 
benefício da Justiça gratuita dando a seguinte informação “Rosangela encontra- se 
desempregada, passando fome, sem condições, inclusive, de arcar com as custas de 
um possível processo que fosse mover contra o empregador”. 
 
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA 
 
A reclamante em 10.01.2012 ao utilizar sapatos altíssimos os quais era exigido o 
uso para o trabalho, levou uma queda da escada, tal escada, sabe-se, já foi motivo de 
declamação de vários funcionários, a reclamante foi ainda socorrida pelos demais colegas 
de trabalho. 
Com fulcro no art. 19 da lei 8213/91 seria, o ocorrido com a reclamante, no caso 
em tela, acidente de trabalho, tendo em vista que tal acidente se deu no local de 
trabalho, estando a reclamante a serviço de seu empregador. 
30 
 
 
No entanto o seu empregador se furtou de expedir o CAT que seria de sua total 
obrigação de acordo com art. 22 §3º da lei 8.213/91. 
Tendo em vista que a reclamante encontra-se com sua capacidade laborativa 
reduzida, sem poder ingressar em novo emprego, resta evidente que a reclamante faz jus 
tanto à reintegração ao emprego, bem como a expedição do CAT, ficando sem efeito a 
sua despedida imotivada. 
Percebe-se que os requisitos da tutela provisória de urgência de natureza 
antecipada restaram atendidos: perigo de dano, probabilidade do direito e risco ao 
resultado útil do processo, conforme art 300 do CPC, art 300 parágrafo 2º do CPC (que 
autoriza a liminar), art 300 parágrafo 3º do CPC e ainda art 303 do CPC. 
 
Dessa forma requer, a tutela provisória de urgência de natureza ANTECIPADA, 
concedendo a liminar sem a oitiva da parte contrária de acordo com o artigo 300, § 2º e 
§3º do CPC e art 303 CPC para que seja expedido o CAT, para que a mesma possa 
perceber o benefício previdenciário auxílio doença - acidentário e para que a mesma seja, 
em seguida, reintegrada ao emprego, em face a sua estabilidade acidentária prevista no 
art. 118 da lei 8.213/91 e Súmula 378,I do TST. 
Comentário da professora: Nesse tópico juntei as duas TUTELAS, teria a 
reintegração da empregada estável e a antecipação de tutela pela obrigação de fazer 
do empregador. 
 
DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
A reclamante foi contratada pela reclamada em 01 de outubro de 2007, na função 
de divulgadora de produtos, com salário de R$800,00. 
Comentários da professora: Aqui o tópico de admissão, função e salário, 
tópico que inicia a peça, devendo ser o primeiro tópico, quando inicia os fatos. 
 
DA ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA / REINTEGRAÇÃO AO 
EMPREGO ou INDENIZAÇÃO REFERENTE AO PERÍODO DE 
ESTABILIDADE 
A reclamante sofreu acidente de trabalho na empresa, quando tendo que calçar 
sapatos altíssimos levou uma queda da escada, a qual já cairam vários funcionários e 
31 
 
 
todos já reclamaram da escada, no entanto a sua empregadora não expediu o CAT nem 
tampouco lhe deu qualquer assistência, sendo a autora socorrida pelas suas colegas de 
trabalho. Ao retornar do hospital no dia 25 de janeiro de 2012 sofreu danos por 
intermédio de seu empregador e no dia seguinte foi DESPEDIDA DE FORMA 
IMOTIVADA, sendo ignorado por completo o seu acidente de trabalho ocorrido na 
empresa. 
O reclamado também não pagou os dias de trabalho referentes ao dia do acidente 
até a data da despedida. 
Não resta dúvida que o que ocorreu com a reclamante trata-se de um acidente de 
trabalho conforme art. 19 da lei 8213/91, bem como faz jus a estabilidade provisória 
acidentária por no mínimo 12 meses com fundamentação no art. 118 da lei 8213/91. 
Assim requer desde já a reintegração ao emprego da reclamante em face a sua 
estabilidade acidentária, ou subsidiariamente, caso V. Exa considere desaconselhável a 
sua reintegração ao emprego converta o período de estabilidade em indenização 
correspondente, conforme permitido pelo art. 496 da CLT e consequentemente fazendo 
jus a reclamante a todas as verbas rescisórias, decorrente de sua dispensa imotivada: 
aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias proporcionais+ 1/3, FGTS + 
40% (guias de depósito de FGTS acrescido da multa fundiária de 40%), seguro 
desemprego ou indenização substitutiva, bem como o saldo de salário ou seja os salários 
do período de afastamento e as vantagens desse período, fazendo jus ainda as multas 
contidas no art 467 da CLT e art 477 da CLT, no valor de R$.... 
Comentários da professora: lembrem-se que neste tópico, mesmo que eu 
tenha falado sobre a estabilidade anteriormente, terei que abrir um tópico aqui 
mesmo sobre estabilidade e reintegração, lembrando que nesse caso o reclamante 
não teve o benefício concedido por culpa do empregador, não lhe retirando portanto 
o direito a estabilidade. 
 
 
DA JORNADA DE TRABALHO 
 
A reclamante laborava de segunda à sexta das 9h às 18h, com intervalo de 30 
minutos e aos sábados de 9h às 13h. 
Percebe- se que a reclamante ultrapassava da jornada ordinária, ou seja, 8 horas 
32 
 
 
diárias e 44 horas semanais violando, portanto o art 58 da CLT, art 59 da CLT e ainda 
art. 7º, XVI da CF/88. 
Dessa forma requer desde já o pagamento das horas extras com repercussão no 
aviso prévio, 13º salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais + 1/3, 
FGTS +40% e Repouso semanal remunarado, no valor de R$... 
Em relação ao intervalo intrajornada, percebe-se que a reclamante, apenas tinha 
30 minutos de intervalo intrajornada, violando o art. 71 da CLT e o art. 71, §4º da CLT. 
Fazendo jus, portanto ao intervalo de trinta minutos, acrescido de 50%. 
 
Dessa forma, requer desde já o pagamento trinta minutos face a não concessão do 
intervalo intrajornada acrescido de 50%, no valor de R$... 
Comentários da professora: o intervalo intrajornada sem repercussões 
tendo em vista a sua natureza meramente indenizatória e não mais salarial. 
 
 
DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL E REFLEXOS 
 
A autora exercia trabalho idêntico, de mesmo valor ena mesma localidade que 
sua colega de trabalho, Natália Silveira, contratada na mesma data. Porém está última, 
recebia salário no valor de R$1.200,00. 
Presentes todos os requisitos do art. 461 da CLT: mesma função, mesmo 
empregador, mesma produtividade, mesma perfeição técnica, mesmo estabelecimento, 
tempo de serviço não superior a 2 anos entre paradigma e paragonado e tempo na empresa 
não superior a 4 anos. 
Não resta dúvida a existência da equiparação salarial conforme art. 7º, XXX e 
XXXI da CF/88, Súmula 6 do TST, e ainda art. 461 da CLT. 
Assim requer a Vossa Excelência a equiparação salarial, consequentemente as 
diferenças salariais decorrente da equiparação salarial e reflexos em aviso prévio, 13º 
salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais +1/3, FGTS + 40% bem 
como as devidas anotações na CTPS, no valor de R$... 
33 
 
 
Comentários da professora: Aqui pede-se a equiparação salarial, as 
diferenças e as repercussões decorrente dessas diferenças. 
 
 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL/ DA INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL 
 
A reclamante sofreu vários danos morais na empresa: inegável o dano ocorrido 
decorrente do acidente de trabalho, haja vista o mesmo ter sido provocado pelo 
empregador, pela falta de seu cuidado e precaução com o meio ambiente de trabalho, 
devendo salientar que o meio ambiente de trabalho para o empregado deve ser seguro e 
saudável. 
O segundo dano ocorrido trata-se do dia que a reclamante foi reivindicar a 
expedição do CAT ao seu empregador e o mesmo gritou com sua ex-empregada a 
retirando do local do trabalho, puxando-a pelo braço. 
Por último a não expedição do CAT pelo empregador causou graves danos à 
empregada. 
Em todos os casos o empregador cometeu ato ílicito conforme art 186 do CC e 
187 do CC, gerando portanto uma indenização por danos morais para a autora, de 
acordo com o art 5º, V e X da CR/88 e art 927 do CC e ainda o art 223 A da CLT, art 
223 B da CLT e art 223 C da CLT. 
Dessa forma requer desde já, indenização por danos morais decorrente do acidente 
de trabalho, somada a indenização por danos morais decorrente da não expedição do CAT 
e por último a indenização por danos morais decorrente da atitude do empregador no valor 
de R$... para ambos os danos. 
Comentários da professora: As indenizações por dano moral podem ser 
somadas: E aqui seria importante identificar três tipos de indenizações. A primeira 
delas seria o dano moral decorrente do acidente de trabalho, a segunda o dano 
moral por lesão a honra, depois o dano moral pela não obrigação de fazer que causou 
danos ao empregado. 
34 
 
 
 
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS 
 
Requer honorários advocatícios sucumbenciais de até 15%, conforme art 791-A da CLT. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Requer a Tutela provisória de urgência de natureza antecipada concedendo a 
liminar reintegrando a reclamante ao emprego inaudita altera partes, ou seja, sem a 
oitiva da parte contrária, bem como tutela provisória de urgência também para 
expedição do CAT, subsidiariamente caso o juízo não entenda pela reintegração que 
converta a reintegração em indenização correspondente e assim determine o pagamento 
das verbas rescisórias: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais + 1/3, 
FGTS + 40% (guias de depósito de FGTS acrescido da multa fundiária de 40%), seguro 
desemprego ou indenização equivalente e saldo de salário e ainda as multas do art 467 
da CLT e art 477 da CLT, no valor de R$... 
 
Requer ainda: 
 
a) A concessão de benefício da justiça gratuita. 
 
b) As horas extras (com adicional de 50%), além da oitava diária e 
quadragessima quarta semanal, com repercussão: no aviso prévio, décimo 
terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais + 
1/3, FGTS + 40% e repouso semanal remunerado no valor de R$... 
c) Trinta minutos do intervalo intrajornada, face a não concessão, acrescido de 
50% no valor de R$... 
d) Equiparação salarial e diferença salarial decorrente da equiparação salarial e 
suas repercussões no aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e proporcionais + 1/3, FGTS + 40% no valor 
de R$..., bem como as devidas anotações na sua CTPS. 
e) Indenização por dano moral decorrente de acidente de trabalho no valor de 
R$... 
f) Indenização por dano moral decorrente da não expedição do CAT no valor 
de R$... 
g) Indenização por dano moral decorrente da atitude ílicita do empregador no 
valor de R$.... 
35 
 
 
h) Honorários advocatícios, no valor de R$... 
 
 
DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
 
 
Requer a citação/ intimação da parte contrária para querendo apresentar defesa 
sob pena de confissão e revelia. 
Requer que sejam julgados procedentes todos os pedidos da reclamatória 
trabalhista. 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente, prova documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal. 
Dá-se a causa o valor de R$... 
Nestes termos, 
Pede deferimento, 
Local e data 
Advogado 
OAB nº 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
 
“João” empregado da empresa “B” foi admitido em 01 de janeiro de 2012, para exercer 
as funções de auxiliar administrativo, e laborar numa jornada de 8:00h às 20:00h com 
30 minutos de intervalo, sem perceber horas extras, no entanto, em 01 de maio de 2012 
começou a não mais receber os salários, dessa forma fazendo três meses que a empresa 
não realizava o pagamento dos salários, em 01 de agosto de 2012 não suportando a 
devida situação, João foi falar com seu superior hierárquico, questionando sobre o 
pagamento dos três últimos meses. Nilson chefe de João mandou ele “calar a boca”, 
disse que ele era um “ morto de fome” e que ele não merecia nada porque ele era um 
nada. Naquele momento João se sentindo humilhado, pediu demissão por não ter mais 
condições de continuar naquela empresa, pois estava sem receber salários e ainda fora 
humilhado pelo seu superior hierárquico, Você como advogado de João redija a peça 
cabível. 
 
Sugestão de resposta da professora: 
36 
 
 
 
 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/ DOUTO 
JUÍZO DO TRABALHO DA ...VARA DO TRABALHO DE... 
 
 
João, nacionalidade, estado civil, auxiliar administrativo, RG..., CPF..., CTPS..., 
número do PIS..., data de nascimento, filiação, endereço e CEP..., vem por intermédio 
do seu advogado adiante assinado (procuração em anexo) e com endereço profissional, 
onde recebe notificações e intimações, propor Reclamação Trabalhista, com fulcro 
no artigo 839 da CLT e artigo 840 da CLT e artigo 840 §1º da CLT em face de empresa 
B, CNPJ..., endereço e CEP..., pelas razões de fato de direito a seguir expostas: 
 
DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
 
O reclamante foi admitido em 01.01.2012 para exercer função de auxiliar 
administrativo, percebendo salário no valor de R$... 
DA JORNADA DE TRABALHO 
 
 
O reclamante laborava das 8:00h às 20:00h, com intervalo intrajornada de 30 
minutos, porém jamais recebeu horas extras pelo labor extraordinário. 
O Reclamante laborava além da oitava hora diária e quadragéssima quarta 
semanal, ultrapassando o módulo constitucional, violando os artigos 7º, XIII da 
CRFB/88, art 58 da CLT, art 59,§ 1º da CLT. 
Desta forma, requer o pagamento horas extras diárias (com adicional de 50%), 
além da oitava diária e da quadagéssima quarta semanal, e sua repercussão no aviso 
prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias proporcionais mais 1/3, FGTS mais 
40% e repouso semanal remunerado, no valor de R$... 
37 
 
 
O reclamante apenas gozava de intervalo de 30 minutos. Assim a reclamada 
violou o art. 71 da CLT, tendo em vista que dispõe intervalo mínimo de 1h para os que 
laboram mais de 6h diárias, sob pena de pagar o restante do intervalo não gozado 
acrescido de no mínimo 50%, conforme art 71 parágrafo 4º da CLT. 
Portanto, o reclamante faz jus aos trinta minutos acrescidos de 50%, pela não 
concessão dointervalo intrajornada mínimo de uma hora, no valor de R$... 
 
DO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS ATRASADOS 
 
O reclamante não percebeu salários entre os meses de maio a agosto de 2012, 
apesar de ter laborado durante esse período. 
Desta feita, resta clara a violação ao artigo 459, §1º da CLT e súmula 381 do 
TST, uma vez que não houve o pagamento do salário até o 5º dia útil do mês. 
Assim, requer o pagamento dos salários atrasados com a devida correção 
monetária do mês subsequente da prestação do serviço, a partir do dia primeiro, no valor 
de R$... 
 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL / DO DANO MORAL 
 
O reclamante laborou durante três meses sem a percepção de salários, e resolveu 
questionar o seu chefe Nilson sobre o atraso do pagamento. Todavia, não foi bem 
tratado pelo chefe, uma vez que este mandou o reclamante calar a boca e o chamou de 
“morto de fome” e que não merecia os salários porque era um “nada”. 
Diante do fato narrado, não restam dúvidas de que o reclamante foi humilhado e 
exposto ao ridículo no ambiente de trabalho. Praticando o empregador ato ilícito, gera o 
dever de indenizar conforme art 5º, V e X da CR/88, art 186 do CC, 187 do CC, 927 do 
CC, art 223 A da CLT, art 223 B da CLT e art 223 C da CLT. 
Dessa forma, requer a indenização por dano extrapatrimanial/ dano moral no 
valor de R$... 
38 
 
 
DA TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
O reclamante foi humilhado pelo superior hierárquico ao questioná-lo acerca dos 
salários atrasados. 
Diante disso, pediu demissão, pois não aguentava mais passar pelas humilhações 
no local de trabalho e ficar sem receber por três meses o seu salário. 
Dessa forma, requer a reversão do pedido de demissão em rescisão indireta, nos 
termos do artigo 483, “d” da CLT e artigo 483, “e” da CLT, com o pagamento das 
verbas rescisórias correspondentes da dispensa sem justa causa: aviso prévio 
proporcional ao tempo de serviço, 13º salário proporcional, férias proporcionais 
acrescidas de 1/3, FGTS + 40% (guias de depósito de FGTS acrescido da multa 
fundiária de 40%), saldo de salário e seguro desemprego, bem como as multas dos 
artigos 467 e 477, ambos da CLT, no valor de R$... 
 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
Requer honorários advocatícios sucumbênciais no percentual de até 15 %, 
conforme o art 791 A da CLT, no valor de R$... 
 
DOS PEDIDOS 
 
 
Diante do exposto, requer: 
a) O pagamento das horas extras (com adicional de 50%), além da oitava diária e 
quadragessima quarta semanal, com repercussão: no aviso prévio, décimo 
terceiro salário proporcional, férias proporcionais + 1/3, FGTS + 40% e repouso 
semanal remunerado, no valor de R$... 
b) Trinta minutos com acréscimo de 50% face a não concessão do intervalo 
intrajornada, no valor de R$... 
c) Os pagamentos dos salários atrasados referente aos meses de maio de 2012 a 
agosto de 2012, com a devida correção monetária, no valor de R$... 
d) O pagamento da indenização por dano extrapatrimanial/ dano moral, no valor de 
R$... 
e) A conversão do pedido de demissão em rescisão indireta com o correspondente 
39 
 
 
pagamento das verbas rescisórias: aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, 
13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, FGTS + 40% (guias de 
depósito de FGTS acrescido da multa fundiária de 40%), saldo de salário e seguro 
desemprego, no valor de R$... 
f) O pagamento das multas do art 467 da CLT e art 477 da CLT, no valor de R$... 
 
g) Honorários Advocatícios sucumbênciais no percentual de até 15 %, no valor de R$... 
 
 
DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
 
Requer a citação/ intimação da parte contrária para querendo apresentar defesa 
sob pena de confissão e revelia. 
Requer que sejam julgados procedentes todos os pedidos da reclamatória 
trabalhista. 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente, prova documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal. 
Dá-se a causa o valor de R$... 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento, 
Local e data 
Advogado 
OAB nº 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
 
Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, Identidade 
0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 
20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150 – Cuiabá – CEP 20000-000: que foi 
admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes Ltda., situada na Rua das 
Acácias, 58 – Cuiabá – CEP 20000-010, e dispensado sem justa causa em 27.10.2013, 
quando recebeu corretamente as verbas da extinção contratual; que teve a CTPS 
40 
 
 
assinada e exercia a função de empacotador, recebendo por último o salário de R$ 
1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes numa 
máquina adquirida para tal fim. Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida 
máquina, quando sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficando afastado 
pelo INSS e recebendo auxílio doença acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao 
serviço. No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se 
submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 
2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos, tendo levado consigo os 
recibos. No retorno, tendo sido comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da 
sua capacidade laborativa, foi readaptado a outra função. A CIPA da empresa, 
convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina havia sido 
alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela 
trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade. Bruno costumava 
fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando em 
média R$ 200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve 
condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao 
emprego. Analisando cuidadosamente o relato feito pelo trabalhador, apresente a peça 
pertinente à melhor defesa, em juízo, dos interesses dele, sem criar dados ou fatos não 
informados. 
 
 
Resposta da Peça Elaborada pela professora: 
 
 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/ DOUTO 
JUÍZO DO TRABALHO DA ...VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ. 
 
 
Bruno Silva, brasileiro, solteiro, empacotador, portador da RG 0011, portador do 
CPF 0012, CTPS 0010, nascido em 20.02.1990, filho de Valmor Silva e Helena Silva, 
PIS 0013, residente e domiciliado na Rua das Oliveiras, 150, Cuiabá, CEP 20000-000, 
vem por intermédio de seu advogado abaixo assinado, com procuração em anexo, e 
endereço profissional em onde recebe notificações/intimações, propor Reclamação 
Trabalhista, com fulcro no art 839 da CLT, art 840 da CLT e art. 840 §1º da CLT em 
face da Central dos Legumes Ltda, CNPJ..., situada na Rua das Acácias, 58, Cuiabá, 
41 
 
 
CEP 20000-010, pelas razões que passa a expor: 
 
DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
 
O reclamante foi admitido em 05.07.2011, para exercer a função de 
empacotador, e perceber o salário de R$ 1.300,00. 
 
Comentários da professora: Sempre iniciando com contrato de trabalho. 
DANO MATERIAL/ DANO EMERGENTE 
Em 30.11.2011 o reclamante sofreu acidente de trabalho na máquina de 
empacotar congelados, quando sua mão ficou presa no interior do equipamento. O 
referido acidente ocasionou a amputação traumática de um dedo da mão esquerda o qual 
fez com que o reclamante se submetesse a tratamento médico e psicológico, gastando 
R$ 2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos, conforme recibos em 
anexo. 
Vale ressaltar que restou evidente a culpa, ocasionando para o empregado o 
dever de indenizar, haja vista que o mesmo retirou equipamento de segurança para que a 
máquina trabalhasse com maior rapidez, aumentando a produtividade. Assim praticou 
ato ilícito, agindo com culpa e causando dano ao empregado resultando no acidente, 
dessa forma merece o empregado a indenização referente aosdanos materiais conforme 
art 186 do CC, art 187 do CC e art 927 do CC e ainda art 949 do CC. 
 
Vale ressaltar que a própria atividade do empregador tratava-se de atividade de 
risco. 
 
O dano material corresponde a R$ 2.500,00 entre honorários médicos 
profissionais e medicamentos, conforme recibo em anexo. 
42 
 
 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 
indenização por danos materiais emergentes no importe de R$ 2.500,00. 
 
Comentários da professora: O dano emergente corresponde ao prejuízo 
imediato e mensurável, decorrente do acidente do trabalho, que pode ser apurado 
pelos documentos de pagamento de despesas hospitalares, honorários médicos, 
tratamentos de saúde, funeral, luto, jazigo, remoção do corpo, etc. 
 
 
DO DANO MATERIAL/ PENSÃO VITALÍCIA 
 
 
O reclamante quando retornou as atividades ficou comprovado por peritos do 
INSS, a perda de 20% da sua capacidade laborativa, o qual foi readaptado em outra 
função. 
Conforme art 950, parágrafo único do CC, o empregado decorrente da redução 
da capacidade laborativa poderá requerer uma pensão vitalícia em cota única, não 
prejudicando outras indenizações que por ventura possa a vir ter direito. 
Diante do exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento de pensão 
vitalícia, tomando por base a redução da capacidade laborativa de 20% com pagamento 
em cota única equivalente a perda da redução da capacidade, no valor de R$... 
 
Comentários da professora: Embora, o reclamante não tenha ficado 
incapacitado de forma absoluta para trabalhar, reduziu a capacidade laborativa 
do mesmo e de forma definitiva, isso é o que faz gerar a pensão vitalícia. 
 
DANO MATERIAL / LUCRO CESSANTE 
 
 
O reclamante costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para 
universitários, ganhando em média R$ 200,00 por mês, mas no período que ficou 
afastado do INSS não teve condição de realizar essa atividade, voltando a realiza-la 
quando retornou ao emprego. 
O empregador cometeu ato ilícito, gerando para o mesmo o dever de indenizar 
43 
 
 
conforme art 186 CC, art 187 CC e ainda art 927 CC. E ainda nos termos dos art 402 do 
CC, art 949 do CC e art 950 do CC, o ofensor deve indenizar o ofendido naquilo que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de R$ 
200,00 por mês, relativos ao período em que o reclamante esteve afastado pelo INSS, no 
valor de R$... 
 
Comentários da professora: A queda no padrão de vida da família do 
empregado é ressarcida com a indenização pelo salário que ele deixou de receber, 
ou seja, lucros cessantes. 
(O acórdão unânime dos Desembargadores Federais do Trabalho da 6ª 
Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) foi publicado em 
13/06/2008, sob o nº Ac.20080493240.) 
 
Nesse caso resta evidente o prejuízo que o reclamante teve. 
 
 
 
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL/ DO DANO MORAL 
 
 
O reclamante sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda em 
acidente de trabalho na empresa, ocasionado pelo fato da empresa ter retirado 
equipamento de segurança para que a máquina desempenhasse maior produção. 
Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos no art 
186 do CC, art 187 do CC, art 927 do CC, art 223 A da CLT, art 223 C da CLT e art 5º 
V e X da CF/88. verifica-se que o empregador praticou ato ilícito e agiu com culpa 
quando a máquina foi alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de 
segurança para que a máquina se tornasse mais rápida e, consequentemente, mais 
produtiva, ocasionando, assim, para o empregado dor íntima, sofrimento e dano 
irreparável. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 
indenização por danos morais no valor de R$... 
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DO DANO EXTRAPATRIMONIAL/ DO DANO ESTÉTICO 
 
 
O reclamante sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda em 
acidente de trabalho na empresa, o que o diferenciou dos demais de sua espécie, 
restando- lhe um defeito aparente. 
O reclamado agiu com culpa, haja vista ter retirado um dos equipamentos de 
segurança, praticando assim ato ilícito e ocasionando, portanto, o dever de indenizar ao 
reclamante, reparando o dano ocasionado, conforme previstos no art 186 do CC, art 187 
do CC, art 927 do CC, art 223 F da CLT, art 5º V e X da CF/88. Vale salientar ainda 
que conforme a súmula 37 do STJ e a súmula 387 do STJ, é possível acumulação dos 
danos morais com danos estéticos oriundos do mesmo fato. 
Assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por 
danos estéticos no valor de R$.... 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
 
Requer honorários advocatícios sucumbenciais de até 15%, conforme art 791-A da CLT. 
 
 
DOS PEDIDOS 
 
Dessa forma vem requerer os seguintes pedidos: 
 
A) Indenização por danos emergentes no importe de R$ 2.500,00 
 
B) Indenização referente à pensão vitalícia no importe de 20% do salário do 
reclamante devido à diminuição da capacidade laborativa, realizando o referido 
pagamento em cota única, no valor de R$... 
C) Indenização referente aos lucros cessantes no valor de R$ 200,00 por mês 
durante o período em que o reclamante esteve afastado pelo INSS, no valor de 
R$... 
D) Indenização por danos morais pelo sofrimento injusto a que foi submetido o 
trabalhador, devido à imprudência da empresa na alteração do maquinário, no valor de 
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R$... 
E) Indenização por danos estéticos decorrente do acidente de trabalho no valor de 
R$... 
F) Honorários advocatícios sucumbênciais no percentual de até 15% no valor de 
R$... 
 
DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
 
 
Requer a citação/ intimação da parte contrária para querendo apresentar defesa 
sob pena de confissão e revelia. 
Requer que sejam julgados procedentes todos os pedidos da reclamatória 
trabalhista. 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente, prova documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal. 
Dá-se a causa o valor de R$... 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento, 
Local e data 
Advogado 
OAB nº 
 
 
 
GABARITO COMENTADO PELA FGV: 
 
 
 
Elaboração de uma petição inicial, com endereçamento ao juiz do Trabalho de uma das 
Varas de Cuiabá e qualificação das partes. DANO MATERIAL (DANO 
EMERGENTE) - o examinando deve requerer a reparação pelo dano material 
experimentado pelo trabalhador (dano emergente), no valor de R$ 2.500,00, conforme 
notas fiscais de gastos com o tratamento médico e psicológico, pois comprovada a 
imprudência (culpa) da empresa na alteração do maquinário. DANO MATERIAL 
(LUCRO CESSANTE) - o examinando deve requerer a reparação pelo dano material 
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experimentado pelo trabalhador (lucro cessante), no valor de R$ 200,00 mensais, no 
período de 10.12.2011 a 19.05.2012, pois comprovada a imprudência (culpa) da 
empresa na alteração do maquinário. DANO MORAL – o examinando deve requerer o 
pagamento do dano moral pelo sofrimento injusto a que foi submetido o trabalhador, 
pois comprovada a imprudência (culpa) da empresa na alteração do maquinário. DANO 
ESTÉTICO - o examinando deve requerer o pagamento do dano estético gerado no 
trabalhador (amputação de um dedo), pois comprovada a imprudência (culpa) da 
empresa na alteração do maquinário. PENSÃO VITALÍCIA – o examinando deve 
requerer pensão vitalícia de 20% do salário do trabalhador por conta da redução de sua 
capacidade laborativa. 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
 
 
Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, 
desempregado, filho de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 202, residente e 
domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18 – Manaus Amazonas – CEP 999. 
Trabalhou na fábrica de componentes eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua Leonardo 
Malcher, 7.070 – Manaus – Amazonas – CEP 210, de 10.10.2012 a 02.07.2014, 
oportunidade na qual foi dispensado sem