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DEPENDÊNCIA QUÍMICA
P R O F . T H A L E S T H A U M A T U R G O
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Estratégia
MED
Prof. Thales Thaumaturgo| Dependencia Química 2PSIQUIATRIA
2
PROF. THALES 
THAUMATURGO
INTRODUÇÃO
@estrategiamed
@thales.thaumaturgo
/estrategiamed Estratégia MED
t.me/estrategiamed
Seja bem-vindo, Estrategista! O tema 
Dependência Química representa mais de 
20% do conteúdo de Psiquiatria nas provas 
de Residência. E, embora seja um tema muito 
vasto, estudaremos, de forma direcionada, 
os principais tópicos cobrados pelas provas, 
com amplo destaque e maior aprofundamento em dois tópicos: 
abstinência alcoólica e cessação do tabagismo. Também dê 
atenção especial ao modelo de “Prochaska e DiClemente” e ao 
questionário Cage.
Bons estudos!
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Estratégia
MED
PSIQUIATRIA Dependência Química
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SUMÁRIO
2.0 DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 4
1.0 ESTÁGIOS MOTIVACIONAIS DE "PROCHASKA E DICLEMENTE" 4
2.1 ETANOL 4
2.2 INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA 5
2.3 ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA 6
2.3.1 DELIRIUM TREMENS (DT) 7
2.3.2 TRATAMENTO DA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA 7
2.3.3 DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA 9
2.4 ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E SEDATIVOS 10
2.4.1 INTOXICAÇÃO POR ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E SEDATIVOS 10
2.4.2 DEPENDÊNCIA DE SEDATIVOS, HIPNÓTICOS OU ANSIOLÍTICOS 10
2.5 OPIOIDES 11
2.6 INTOXICAÇÃO POR OPIOIDES 11
2.6.1 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE OPIOIDES 12
3.0 DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 13
3.1 INTOXICAÇÃO POR ESTIMULANTES 13
3.2 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE PSICOESTIMULANTES 13
3.3 TABAGISMO 14
3.3.1 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE TABACO 14
4.0 DROGAS PERTURBADORAS 16
4.1 MACONHA 16
4.1.1 INTOXICAÇÃO POR MACONHA 17
5.0 LISTA DE QUESTÕES 18
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
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CAPÍTULO
CAPÍTULO
1.0 ESTÁGIOS MOTIVACIONAIS DE "PROCHASKA E 
DICLEMENTE"
Os estágios motivacionais de Prochaska e DiClemente são um modelo teórico-comportamental para avaliar e classificar o grau de 
motivação do paciente, nesse contexto, dependente químico, em aderir às mudanças necessárias e realizar seu tratamento.
Prochaska e Diclemente
Estágio Motivacional Características 
Pré-contemplação (I won’t) O paciente nega o problema, não cogita a mudança e não se preocupa com o assunto.
Contemplação (I might)
O paciente assume que tem um problema, é ambivalente e considera mudar no futuro 
breve.
Preparação (I will) Começa a planejar mudanças, cria condições, revisa tentativas prévias.
Ação (I am) Implementa mudanças verdadeiras, engaja-se em seu objetivo e dedica tempo a ele.
Manutenção (I have)
Processo de continuidade da abstinência, para manter os ganhos e prevenir recaídas. Caso 
haja sucesso ao longo do tempo, alcança-se a terminação (termination).
Recaída
Falha na manutenção, com retomada do comportamento anterior ou retorno a qualquer 
dos estágios anteriores.
Fonte: Shutterstock.
2.1 ETANOL
O alcoolismo é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. 
Segundo estimativas nacionais, publicadas em 2017 pelo III Levantamento 
Nacional sobre uso de Drogas pela População Brasileira (III LNUD), dentre a 
população de 12 a 65 anos, o álcool é a droga lícita mais consumida, sendo 
utilizado por 66% dos brasileiros durante a vida. Cerca 1,5% da amostra foi 
considerada dependente, o que equivale a aproximadamente 2,3 milhões de 
pessoas, em uma proporção estimada em 3 homens para 1 mulher.
2.0 DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL
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Critérios da intoxicação por álcool, adaptados do DSM-5
A Ingestão recente de álcool.
B
Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e problemáticas desenvolvidas durante 
ou logo após a ingestão de álcool.
C Um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos durante ou logo após o uso de álcool:
1 Fala arrastada.
2 Incoordenação.
3 Instabilidade na marcha.
4 Nistagmo.
5 Comprometimento da atenção ou da memória.
6 Estupor ou coma.
American Psychiatric Association, 2014.
O manejo clínico consiste em manter o indivíduo em ambiente calmo, posicioná-lo em decúbito lateral, para que não haja 
broncoaspiração decorrentes de vômitos e administrar 300mg de tiamina via parenteral.
É fundamental lembrar que a administração de tiamina deve ocorrer, preferencialmente, antes da reposição de 
glicose ou hidroeletrolítica, que deverá ser realizada apenas se houver necessidade.
Caso o paciente se apresente com agitação psicomotora intensa, agressividade ou sintomas psicóticos, o uso cauteloso do antipsicótico 
típico haloperidol pode ser empregado, pela via intramuscular, para controle dos sintomas. 
Drogas como benzodiazepínicos, prometazina e antipsicóticos devem ser evitadas, devido ao risco de 
rebaixamento do nível de consciência e possível depressão respiratória. Os antipsicóticos podem provocar 
convulsões e arritmias cardíacas.
2.2 INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA
A intoxicação alcoólica, na maioria das vezes, apresenta um curso benigno e autolimitado, durando algumas horas e resolvendo-se por 
completo sem deixar quaisquer consequências físicas severas.
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2.3 ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA
A síndrome de abstinência alcoólica (SAA) pode se iniciar entre 6 e 48 horas 
depois do último consumo de álcool ou mesmo de sua redução brusca. Sua duração 
varia entre 2 a 7 dias. Seus principais sintomas são tremores de extremidades, 
geralmente as primeiras manifestações, e outros indícios de hiperatividade 
autonômica, como náuseas, hipertermia, sudorese, taquipneia, taquicardia e 
hipertensão, além de ansiedade, irritabilidade, insônia e agitação psicomotora.
Critérios da abstinência de álcool, adaptados do DSM-5-TR
A Cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de álcool.
B Dois (ou mais) dos seguintes sintomas:
1 Hiperatividade autonômica (sudorese ou frequência cardíaca maior que 100bpm).
2 Tremor aumentado nas mãos.
3 Insônia.
4 Náusea ou vômitos.
5 Nistagmo.
6 Alucinações ou ilusões visuais, táteis ou auditivas transitórias.
7 Agitação psicomotora.
8 Ansiedade.
9 Convulsões tônico-clônicas generalizadas.
American Psychiatric Association, 2022
Etilistas crônicos, indivíduos desnutridos ou pós-bariátricos, podem desenvolver um quadro de 
encefalopatia conhecido como síndrome de Wernicke-Korsakoff (SWK), caracterizado por amnésia anterógrada, 
confabulações (criação de falsas memórias), alucinações, oftalmoparesia, ataxia e confusão mental (tríade 
clássica). A causa é a deficiência de tiamina (B1). Sua profilaxia e tratamento consistem na reposição de vitamina 
B1, que é cofator de enzimas importantes no metabolismo energético, além de contribuir com a transmissão 
sináptica.
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2.3.1 DELIRIUM TREMENS (DT)
Em 10% dos pacientes com SAA, após 1 a 4 dias de curso, agravam-se os sintomas, especialmente os tremores, com a caracterização 
do delirium tremens, em que ocorre alteração do nível de consciência, sintomas psicóticos, além de episódios convulsivos em uma parcela 
dos doentes. O DT dura em média 1 a 2 semanas, contudo, pode se prolongar por até 2 dois meses, e temmortalidade estimada entre 5% 
e 20%, acometendo especialmente àqueles com fatores de risco, como idosos, pacientes com doenças crônicas ou com histórico prévio de 
SAA. 
2.3.2 TRATAMENTO DA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA
Para se determinar onde deverá ser realizado o tratamento, classificamos a SAA em:
Nível I ou leve a moderado: tratamento domiciliar, ambulatorial ou em hospital-dia.
Nível II ou grave: internação.
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O tratamento farmacológico da SAA e suas complicações é baseado no uso de benzodiazepínicos, de 
acordo com a necessidade clínica.
Em casos leves e moderados, o diazepam poderá ser utilizado, entre 20 e 60 mg ao dia, ou o lorazepam, 
entre 4 e 8 mg ao dia, sendo retirado lentamente após uma semana ou de acordo com a estabilidade clínica 
do paciente. Carbamazepina é uma droga de segunda linha, e pode ser útil em casos leves a moderados.
1
2
Níveis da Síndrome de Abstinência Alcoólica
Os sinais e sintomas da abstinência alcoólica são de instensidade leves ou
moderados, sem prejuízo da capacidade de critíca ou sintomas psicóticos,
presença de um bom suporte social e familiar, acesso à saúde quando necessário,
sem presença de complicações clínicas ou comorbidades relevantes.
Os sinais e sintomas da abstinência alcoólica são graves, geralmente incluesm
perda do juizo crítico, sintomas psicóticos ou convulsões. O suporte familiar e social
não tem sido capaz de promover os cuidados adequados ao paciente, que 
geralmente apresenta complicações decorrentes do uso de álcool e comorbidades
clínicas ou psiquiátricas.
Nos casos graves, incluindo-se o DT, em que os pacientes encontram-se hospitalizados, doses maiores de benzodiazepínicos poderão 
ser utilizadas, de acordo com a intensidade dos sintomas. Raramente, nos casos graves e refratários, pode haver associação de benzodiazepínico 
com fenobarbital ou propofol.
O lorazepam é a medicação de escolha para os pacientes com doença hepática, pois apresenta menor 
toxicidade do que os demais benzodiazepínicos.
Em todos os casos, deve ocorrer a prescrição diária de tiamina 300 mg, preferencialmente por via parenteral, pelos primeiros 7 
a 14 dias. O uso do antipsicótico haloperidol poderá ser cuidadosamente empregado na ocorrência refratária de agressividade, agitação 
psicomotora ou sintomas psicóticos. Seu uso reduz o limiar convulsivo.
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2.3.3 DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA 
Fonte: Shutterstock.
O dependente é aquele que consome regularmente álcool, 
por ao menos 12 meses, envolve-se em episódios frequentes de 
uso compulsivo ou incontrolável, manifesta fissura, tolerância, 
ressaca ou abstinência, e normalmente desenvolve consequências 
físicas em razão do consumo da droga. Além disso, tem prejuízos 
graves ou duradouros em sua vida pessoal, social ou profissional.
O questionário CAGE é uma ferramenta de rastreio de problemas relacionados ao uso de álcool, composto 
por quatro perguntas:
1. (Cut down) Você já tentou diminuir ou cortar a bebida?
2. (Annoyed) Você já ficou incomodado ou irritado com outros porque criticam o seu consumo?
3. (Guilty) Você já se sentiu culpado por causa do seu jeito de beber?
4. (Eye-opener) Você já teve que beber para aliviar ou reduzir os efeitos de uma ressaca?
O CAGE tem sensibilidade e especificidade superiores a 80% na detecção de problemas relacionados ao uso de 
álcool quando 2 ou mais perguntas obtiveram resposta positiva. Apesar disso, o diagnóstico deve ser confirmado 
ou afastado após avaliação clínica.
O tratamento medicamentoso baseia-se na prescrição 
de fármacos que reduzem a fissura, ou que diminuam o prazer 
de consumir a substância, ou, então, causem efeitos aversivos e 
desagradáveis haja o consumo. As principais substâncias disponíveis 
para esse fim são o dissulfiram, a naltrexona e o acamprosato 
(não disponível no Brasil). O dissulfiram inativa a enzima aldeído 
desidrogenase, causando um acúmulo de acetaldeído, o que gera 
o “efeito antabuse”, que produz taquiarritmias, precordialgia, 
cefaleia, ruborização da face, ansiedade, desmaio e convulsões.
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Etanol Acetaldeído
Efeito
Antabuse
Álcool
desidrogenase
Dissulfiram
inativa a aldeído
desidrogenase
2.4 ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E SEDATIVOS
Fonte: Shutterstock.
Drogas classificadas como ansiolíticas, hipnóticas ou 
sedativas são substâncias com mecanismo de ação semelhante, 
que agem como depressoras do SNC. Os principais exemplos são os 
benzodiazepínicos, as drogas Z e os barbitúricos, que atuam como 
agonistas dos receptores de ácido gama-aminobutírico (GABA) 
tipo “A”, reduzindo a excitação neuronal.
2.4.1 INTOXICAÇÃO POR ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E SEDATIVOS
A clínica da intoxicação por essas substâncias é similar à intoxicação por etanol, pois o mecanismo tóxico é semelhante. O DSM-5-
TR sugere, para a avaliação do diagnóstico diferencial, que a presença de odor etílico é indicativo de intoxicação por álcool. O manejo da 
intoxicação aguda por essas substâncias varia conforme a gravidade do quadro:
• Intoxicação leve a moderada: suporte à vida, monitorar e observar.
• Intoxicação grave: suporte à vida. Se houver depressão respiratória ou coma, administra-se o antídoto flumazenil (ineficaz se 
intoxicação por barbitúricos) , e o tratamento é de suporte.
2.4.2 DEPENDÊNCIA DE SEDATIVOS, HIPNÓTICOS OU ANSIOLÍTICOS
Neste tipo de dependência, é fundamental criar vínculo com o paciente, acolhê-lo, orientá-lo, motivá-lo e acompanhá-lo ao 
longo do tempo. Apoio psicológico e social podem ser muito úteis para uma parcela dos pacientes. Triar e tratar condições psiquiátricas, 
frequentemente comórbidas, é fundamental para o sucesso terapêutico. A prescrição médica responsável é fator de grande impacto para 
prevenir abusos e dependência na comunidade. O manejo medicamentoso da dependência se dá através da substituição de uma droga de 
meia-vida curta pela utilização de benzodiazepínico de longo efeito, como o clonazepam ou diazepam. Após a estabilização clínica, deve-se 
reduzir lentamente a dosagem da droga empregada, ao longo de semanas ou meses.
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2.5 OPIOIDES
• ÓPIO
• MORFINA
• CODEÍNA
• TEBAÍNA
• HEROÍNA 
(DIACETILMORFINA)
• OXICODONA
• HIDROXICODONA
• OXIMORFONA
• HIDROXIMORFONA
Opiáceos NATURAIS, 
extraídos diretamente
do ópio:
• METADONA
• MEPERIDINA
• PETIDINA
• FENTANIL
• TRAMADOL
Opioides SEMISSINTÉTICOS, 
que são parcialmente 
modificados:
Opioides 
SINTÉTICOS:
O ópio é uma substância leitosa obtida da papoula (Papaver somniferum), de onde se extraem alcaloides como a morfina, codeína e 
papaverina. Os opioides, conhecidos como narcóticos, são sedativos, hipnóticos e depressores do SNC, e podem ser classificados em:
Essas drogas produzem efeitos quando se ligam a receptores específicos no SNC:
Mu (m) – analgesia, sedação, depressão respiratória e constipação.
Kappa (k) – analgesia, sedação, miose e alterações no humor.
Delta (s) – analgesia e alterações no humor.
Épsilon (e) – sedação.
Rô (p) - analgesia, alucinações.
2.6 INTOXICAÇÃO POR OPIOIDES
Estrategista, fique muito atento à tríade clássica da 
intoxicação por opioides, composta por depressão respiratória, 
rebaixamento do nível de consciência ou coma e miose.
O manejo clínico deve ser realizado em ambiente hospitalar, 
com o rápido estabelecimento de medidas de suporte à vida e uso 
do antídoto específico naloxona. Opioide
ComaMiose
Depressãorespiratória
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Na intoxicação pelas demais drogas depressoras do SNC ocorre um quadro clínico semelhante, contudo a miose 
é tipicamente causada por opioides. A ausência de miose ou a falta de resposta clínica quando se administra 
naloxona são indicativos de que o quadro é causado por drogas não opioides.
2.6.1 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE OPIOIDES
A síndrome de abstinência inicia-se em horas ou poucos dias após o último consumo. A duração pode variar de 10 a 15 dias, mas, em 
casos graves ou inadequadamente tratados, pode estender-se por vários meses. 
Critérios da abstinência de Opioides, adaptados do DSM-5-TR
A Presença de qualquer um dos seguintes:
1 Cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado de opioides. 
2 Administração de um antagonista após um período de uso de opioides.
B Três (ou mais) dos seguintes sintomas:
1 Humor disfórico.
2 Náusea ou vômito.
3 Dores musculares.
4 Lacrimejamento ou rinorreia.
5 Midríase, piloereção ou sudorese.
6 Diarreia.
7 Bocejos.
8 Febre.
9 Insônia.
Tanto a síndrome de abstinência quanto a dependência por opioides devem ser tratadas com o emprego de um agente opioide de 
meia-vida longa, preferencialmente metadona ou buprenorfina. Codeína e tramadol são opções secundárias. Após a estabilização clínica, 
a droga empregada deve ser reduzida lentamente, ao longo de meses. Clonidina, um agonista adrenérgico, pode ser útil para redução da 
intensidade dos sintomas da abstinência.
American Psychiatric Association, 2022.
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CAPÍTULO
3.0 DROGAS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL
Fonte: Shutterstock.
As anfetaminas, cocaína e crack são drogas estimulantes 
do SNC e exercem seus efeitos tóxicos ao promoverem o aumento 
do tônus de monoaminas como a dopamina, serotonina e a 
noradrenalina, que ativam o circuito de recompensa cerebral 
no sistema límbico, causando sensação de prazer e bem-estar, 
podendo levar à dependência física e psicológica.
3.1 INTOXICAÇÃO POR ESTIMULANTES
Os principais sintomas clínicos são: agitação psicomotora, taquicardia, hipertensão, hipertermia, sudorese excessiva, hiperreflexia, 
midríase, cefaleia, náuseas e vômitos. 
Para os pacientes que apresentam agitação psicomotora, agressividade ou sintomas psicóticos, a medicação de primeira 
escolha é um benzodiazepínico. Haloperidol, um antipsicótico típico, pode ser utilizado nos pacientes que não 
responderam ao benzodiazepínico. Mas cuidado! Antipsicóticos podem precipitar episódios convulsivos.
Em casos graves, podem ocorrer arritmias cardíacas, dor torácica, infarto agudo do miocárdio 
(IAM), rebaixamento do nível de consciência, sintomas psicóticos, delirium, convulsões, 
rabdomiólise (por excitação motora), insuficiência renal aguda, acidente vascular encefálico.
O manejo envolve uso de benzodiazepínicos, que produzem sedação e reduzem a excitação do paciente, 
promovendo a redução da pressão arterial, melhora a taquicardia, prevenindo episódios convulsivos e a rabdomiólise. 
3.2 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE PSICOESTIMULANTES
Os sintomas típicos da síndrome de abstinência de estimulantes são principalmente psíquicos, como ansiedade, humor deprimido ou 
irritável, lentificação psicomotora e alterações do sono. Podem surgir poucas horas após o último uso em usuários pesados, atingindo um 
ápice entre 2 e 4 dias, com duração de semanas até vários meses, especialmente em dependentes que usam as substâncias por via injetável.
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O manejo dos sintomas agudos da síndrome de abstinência de estimulantes é baseado principalmente em medidas ambientais, como 
repouso, alimentação e hidratação adequadas, manter o paciente perto de seu núcleo familiar para ser acolhido, monitorado e incentivado e 
identificar e tratar possíveis comorbidades. 
Em caso de sintomas graves, o uso de benzodiazepínicos pode ser considerado. O uso off-label de antidepressivos, estabilizadores do 
humor e antipsicóticos é frequentemente empregado na tentativa de reduzir a impulsividade e a fissura.
3.3 TABAGISMO
Fonte: Shutterstock.
A dependência de tabaco é uma das mais prevalentes de todo 
o mundo, sendo a principal causa de morte evitável do mundo. 
Além disso, o tabagismo passivo é a terceira causa de morte evitável 
no mundo. Segundo o III LNUD, cerca de 3,2% dos brasileiros são 
dependentes do tabaco, o que representa, aproximadamente, 5 
milhões de pessoas. O estudo também estima que um terço da 
população já tenha consumido cigarros industrializados. 
Critérios da abstinência de ESTIMULANTES, adaptados do DSM-5-TR
A Cessação (ou redução) do uso prolongado de substância tipo anfetamina, cocaína ou outro estimulante.
B Humor disfórico e duas (ou mais) das seguintes alterações:
1 Fadiga.
2 Sonhos vívidos e desagradáveis.
3 Insônia ou hipersonia.
4 Aumento do apetite.
5 Retardo ou agitação psicomotora.
American Psychiatric Association, 2022
3.3.1 ABSTINÊNCIA E DEPENDÊNCIA DE TABACO
Os sintomas de abstinência de tabaco surgem quando um fumante tenta reduzir ou cessar seu consumo. Os 
sintomas iniciam-se entre horas e poucos dias após a última tragada, atingindo o auge dentro de 48 horas. A duração 
pode estender-se por vários meses.
O tratamento do tabagismo envolve medidas não farmacológicas e farmacológicas. Observe abaixo os 3 
modelos de abordagem:
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Abordagem breve/mínima ou “PAAP” – Perguntar, Avaliar, Aconselhar e Preparar: consiste em dedicar 3 minutos a incen-
tivar o fumante a abandonar o fumo, podendo ser aplicada por qualquer profissional de saúde em qualquer contexto.
Abordagem básica ou “PAAPA” – Perguntar, Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar: dura entre 3 e 5 minutos e 
fornece orientações necessárias para uma correta tentativa de abandono do tabagismo, elaboração de um planejamento 
breve e proposta de um acompanhamento clínico.
 → Para aqueles que não estão dispostos a parar de fumar em breve (30 dias), recomenda-se nova abordagem no 
próximo contato.
 → Para aqueles dispostos a parar de fumar, inicia-se a preparação com orientação de estratégias comportamen-
tais e abordagem estruturada.
Abordagem intensiva/estruturada - os fumantes que estiverem engajados participarão de um tratamento de 12 
meses: serão avaliados, entrevistados, estratificados com teste de Fagerström e grau de motivação. Esses pacientes 
participarão de aconselhamento para compreender a dependência e a abstinência. Realizarão sessões de terapia 
cognitivo-comportamental individuais ou coletivas (4 semanais, 2 quinzenais e, posteriormente, mensais até completar 1 
ano), e receberão fármacos específicos para o abandono do tabagismo, pois a associação dos métodos farmacológico e 
não farmacológico aumenta as chances de sucesso.
Apesar disso, para aqueles que com 1 ou mais condições a seguir podem ser empregadas apenas as medidas 
não farmacológicas:
• Relato de ausência de sintomas de abstinência; 
• Número de cigarros consumidos diariamente igual ou inferior a 5;
• Consumo do primeiro cigarro do dia igual ou superior a 1 hora após acordar;
• Fagerström igual ou inferior a 4;
• Contraindicações clínicas;
• Preferência do paciente por método não medicamentoso.
Com relação à abordagem medicamentosa, o PCDT do MS dispõe das seguintes medicações:
→ Bupropiona, um antidepressivo atípico; e 
→ Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), sob as formas de adesivo transdérmico (liberaçãolenta) e goma ou 
pastilha de mascar (liberação rápida). 
Observe a seguir as possibilidades terapêuticas:
→ TRN combinada (TRNc): combinação de drogas nicotínicas, tratamento preferencial devido à maior eficácia. 
→ Bupropiona isolada: preferencial para grande parte dos pacientes com doença psiquiátrica atual ou pregressa.
→ TRN isolada (TRNi): se contraindicação a uma das apresentações da nicotina ou impossibilidade do uso de bupropiona. 
→ TRNi + bupropiona: em caso de insucesso apenas com métodos isolados.
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Estrategista, o atual PCDT não deixa clara a duração total do programa farmacológico. O PCDT de 2016 
(revogado pelo texto atual) estimava em até 12 semanas.
Estrategista, clonidina e nortriptilina são consideradas, por protocolos de sociedades, drogas de segunda 
linha. A vareniclina é uma medicação não incorporada pelo MS para o tratamento do tabagismo. Apesar disso, 
diversos estudos e protocolos clínicos a consideram, não apenas droga de primeira linha, mas abordagem 
preferencial. 
CAPÍTULO
4.0 DROGAS PERTURBADORAS
Fonte: Shutterstock.
4.1 MACONHA
A maconha é a droga ilegal mais consumida em todo o mundo. 
Segundo o III LNUD, entre 0,3% e 0,6% da população brasileira é 
dependente, e cerca de 10% das pessoas já a utilizaram em algum 
momento. A maconha possui centenas de canabinoides, sendo 
o delta-9-THC seu principal princípio ativo, responsável por suas 
propriedades psicoativas e alucinógenas. Por sua vez, o canabidiol 
(CBD) aparenta desempenhar atividades sedativas e ansiolíticas. 
Estes ativos ligam-se a receptores canabinoides endógenos.
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4.1.1 INTOXICAÇÃO POR MACONHA
A maconha é considerada uma droga perturbadora, porque pode causar distorções perceptivas, alucinações, paranoia, delírios, 
ansiedade, além de prejudicar a cognição e coordenação motora. Quanto maior a concentração de THC, mais intensas as manifestações, que 
podem durar até 12 horas.
Critérios da intoxicação por MACONHA, adaptados do DSM-5-TR
A Uso recente de Cannabis.
B Alterações comportamentais ou psicológicas.
C 2 (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos no período de 2 horas após o uso de Cannabis:
1 Conjuntivas hiperemiadas.
2 Apetite aumentado.
3 Boca seca.
4 Taquicardia.
American Psychiatric Association, 2022.
A maconha não é responsável por intoxicação grave. Isso se explica porque seus receptores 
podem ser encontrados nos núcleos da base, no cerebelo, nos hipocampos, dentre outras áreas do 
encéfalo, contudo são pouco presentes no tronco encefálico, o que justifica a ausência de depressão 
cardiorrespiratória.
O manejo clínico é realizado com abordagem 
comportamental, mantendo o paciente em um local calmo e seguro. 
O uso de propranolol tem se demonstrado útil no tratamento dos 
pacientes agudamente intoxicados, por melhorar a ansiedade, 
reduzir a taquicardia e a pressão arterial e também melhorar a 
hiperemia conjuntival. Em pacientes agitados, benzodiazepínicos 
podem ser empregados.
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CAPÍTULO
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim deste resumo, e espero que tenha sido proveitoso para você.
Em casos de dúvidas ou sugestões, não hesite em utilizar o fórum ou nos contactar através das redes sociais.
Até breve, 
Professor Thales Thaumaturgo!
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