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AULA ATIVIDADE TUTOR 
 
 
 
 
 
 
AULA 
ATIVIDADE 
TUTOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA ATIVIDADE TUTOR 
 
 
Disciplina: Gestão e Saneamento Ambiental. 
Teleaula: 02 
 
Caro tutor, oriente o aluno a ler o texto abaixo em seguida estimule uma discussão em grupo 
para que eles apontem os principais aspectos do texto e após que respondam a questão 
proposta. 
 
Caro aluno, 
Leia o trecho abaixo retirado da publicação “Gestão de Águas Pluviais Urbanas” de autoria 
de Carlos E. M. Tucci e responda a questão proposta ao final. 
 
 
 Avaliação dos componentes das águas urbanas 
Contaminação dos mananciais 
O desenvolvimento urbano tem produzido um ciclo de contaminação gerado pelos efluentes 
da população urbana, que são o esgoto doméstico/ industrial e o esgoto pluvial (figura 1.3). 
Esse processo ocorre em virtude do: 
• despejo sem tratamento dos esgotos cloacais nos rios, contaminando os rios que possuem 
capacidade limitada de diluição. Isso ocorre ´por conta da falta de investimentos nos 
sistemas de esgotamento sanitário e de estações de tratamento que, quando existem, 
apresentam baixa eficiência; 
• despejo dos esgotos pluviais, que transportam grande quantidade de poluição orgânica e 
de metais, que atinge os rios nos períodos chuvosos. Essa é uma das mais importantes 
fontes de poluições difusa; 
• contaminação das águas subterrâneas por despejos industriais e domésticos, através das 
fossas sépticas, do vazamento dos sistemas de esgoto sanitário e pluvial; 
• depósitos de resíduos sólidos urbanos, que contaminam as águas superficiais e as 
subterrâneas, funcionando como fonte permanente de contaminação; 
• ocupação do solo urbano sem controle do seu impacto sobre o sistema hídrico. 
 
Com o tempo, áreas antes bem abastecidas tendem a reduzir a qualidade da sua água ou a 
exigir maior tratamento químico da água fornecida à população. 
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Portanto, mesmo existindo hoje uma boa cobertura do abastecimento de água no Brasil, ela 
pode ficar comprometida se medidas de controle do ciclo de contaminação não forem 
tomadas. 
Muitas cidades utilizam reservatórios urbanos para regularizar a demanda de água de uma 
comunidade. Como os reservatórios encontram-se próximos das cidades, existe grande 
pressão de ocupação urbana da bacia hidrográfica a montante do reservatório. Infelizmente, 
os municípios possuem pouca capacidade de fiscalização, e favorecem, involuntariamente, 
loteamentos irregulares ou clandestinos nas áreas de mananciais. No Brasil, a legislação de 
proteção de áreas de manancial foi criada para proteger essas áreas, mas ironicamente 
incentiva o contrário (ver tabela 1.4). 
Em conseqüência dessa ocupação e da falta de tratamento dos esgotos, a carga poluidora 
chega diretamente ao reservatório, aumentando a probabilidade de eutrofização (riqueza em 
nutrientes). Com o reservatório eutrófico, aumenta a produção de algas que consomem os 
nutrientes. Essas algas produzem toxinas que, absorvidas pelo homem, atuam de forma 
cumulativa sobre o fígado, induzindo doenças que podem ser fatais, principalmente nos 
casos que implicam hemodiálise (típico exemplo do caso Caruaru, com vários casos fatais 
provocados pela diálise). As toxinas também se acumulam no fundo dos lagos, dos quais 
alguns peixes também se alimentam. O tratamento de água tradicional não remove essas 
toxinas. 
As principais fontes de contaminação dos aquíferos urbanos são: 
• Aterros sanitários contaminam as águas subterrâneas pelo processo natural de 
precipitação e infiltração. Deve-se evitar que sejam construídos aterros sanitários em áreas 
de recarga e deve-se procurar es colher as áreas com baixa permeabilidade. Os efeitos da 
contaminação nas águas subterrâneas devem ser examinados quando da escolha do local 
do aterro; 
 
Tabela 1.4 Legislação de Proteção de Áreas de Mananciais no Brasil. 
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• Grande parte das cidades brasileiras utiliza fossas sépticas como destino final do esgoto. 
Esse sistema tende a contaminar a parte superior do aquífero. Essa contaminação pode 
comprometer o abastecimento de água urbana quando existe comunicação entre diferentes 
camadas dos aquíferos, por intermédio de percolação e de perfuração inadequada dos 
poços artesianos; 
• A rede de drenagem pluvial pode contaminar o solo por meio de perdas de volume no seu 
transporte e até por entupimento de trechos da rede que pressionam a água contaminada 
para fora do sistema de condutos. 
 
Abastecimento de água e saneamento 
O acesso à água e ao saneamento reduz, em média, 55% da mortalidade infantil (WRI, 
1992). A implementação da infraestrutura de abastecimento e saneamento é essencial para 
um adequado desenvolvimento urbano. 
Em 1990, os países em desenvolvimento possuíam um abastecimento de água que atendia 
a cerca de 80% da população, e apenas 10% dessa população era atendida pelo sistema 
de saneamento. Mesmo com a cobertura de 80% da população, 1 bilhão de pessoas não 
tinha acesso à água limpa. Nesse período, 453 milhões de pessoas não tinham acesso ao 
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saneamento (entendido aqui como apenas coleta e, não, coleta e tratamento), 
representando cerca de 33% da população. Em quatro anos, 70 milhões receberam 
saneamento, mas a população cresceu em velocidade maior, aumentando a proporção de 
pessoas sem acesso para 37% (Wright, 1997). 
Em muitas cidades da América do Sul, os serviços de água representam problemas crônicos, 
como perda de água na distribuição e falta de racionalização de uso da água na área 
doméstica e na industrial. As cidades perdem de 30% a 65% da água colocada no sistema 
de distribuição. 
Na tabela 1.5, pode-se observar a diferença de perdas na rede das cidades dos países 
desenvolvidos em relação à perda nas cidades da América do Sul, apesar do consumo per 
capita maior. Quanto à falta de água, a tendência é buscar novos mananciais sem que sejam 
reduzidas as perdas e desenvolvidos métodos de racionalização. 
Na tabela 1.6, é descrito um exemplo de racionalização do uso de água em Nova Iorque. A 
cidade de Las Vegas criou subsídios para trocar a grama por uma vegetação mais adaptada 
ao deserto, que consume pouca água. A cidade de Denver não conseguiu aprovação para 
a construção de novas barragens para atendimento do aumento da demanda de água, e foi 
obrigada a racionalizar seu uso e a comprar direitos de uso de agricultores. 
Tabela 1.5 Valores de consumo e perdas na rede (World Bank,1996) 
 
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O desenvolvimento de várias cidades da América do Sul tem sido realizado com moderada 
cobertura de redes de coleta de esgoto, além da quase total falta de tratamento de esgoto 
(tabela 1.7). Inicialmente, quando a cidade tem pequena densidade, é utilizada a fossa 
séptica para disposição do esgoto. À medida que a cidade cresce e o poder público não 
investe no sistema, o esgoto sanitário de diferentes origens é conectado à rede pluvial. Esse 
escoamento converge para os rios urbanos e o sistema fluvial de jusante, gerando os 
conhecidos impactos na qualidade da água. Veja os dados da tabela 1.8 de cobertura no 
Brasil. 
Tabela 1.6 Racionalização do uso da água (Scientifical American, 2001) 
 
 
 
Tabela 1.7 Acesso, em percentual, ao saneamento**(World Bank, 1999) 
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* Acesso a saneamento indica a parcela da população que tinha 
coleta de esgoto, seja por rede pública, seja por disposição local. 
Mesmo nos países onde existe coleta e tratamento de esgoto, pouco 
se conhece da sua eficiência e do grau de contaminação para jusante. 
Esse processo pode se agravar com a privatização, caso o poder concedente 
não tenha capacidade de fiscalização adequada. 
 
Tabela 1.8 Situação brasileira, em percentual, com relação ao abastecimento de água e 
esgotamento sanitário (IBGE, 1997) 
 
 
No Brasil, as empresas de saneamento, nos últimos anos, têm investido em redesde coleta 
de esgoto e em estações de tratamento, mas continua muito pequena a parcela do volume 
gerado pelas cidades que efetivamente é tratada antes de chegar ao rio. Esses problemas 
evocam as seguintes questões: 
• Quando as redes de esgoto são implementadas ou projetadas, muitas vezes não foi 
prevista a ligação da saída das habitações ou dos condomínios às redes. Dessa forma, as 
redes não coletam o esgoto projetado e as estações não recebem o esgoto para o qual têm 
capacidade. Nesse caso, conclui-se que ou o projeto foi elaborado de forma inadequada ou 
não foi executado como deveria. Como o esgoto continua escoando pelo pluvial para o 
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sistema fluvial, o impacto ambiental continua alto. A conclusão é que os investimentos 
públicos são realizados de forma inadequada, atendendo apenas às empresas que 
executam as obras e, não, à sociedade, que aporta os recursos, e o meio ambiente que 
necessita ser conservado; 
• Como uma parte importante das empresas cobra pelos serviços de coleta e tratamento, 
mesmo sem que o tratamento seja realizado, que interesse econômico teriam em completar 
a cobertura de coleta e do tratamento do esgoto? Outro cenário frequente é o de aumentar 
a coleta sem tratamento, agravando o problema, considerando que concentra a poluição nos 
rios. Da mesma forma, qual o interesse de uma empresa melhorar sua eficiência na redução 
das perdas, se ela pode transferir os custos para o preço final? Observa-se, ademais, falta 
de indicadores de eficiência para os serviços; 
• Quando for implementado o sistema de cobrança pela poluição, a quem caberá o ônus de 
pagar as penas previstas para a poluição gerada? 
 
Questão proposta: 
 
Qual a relação entre o abastecimento de água e a gestão urbana? 
Com relação a: 
 
• Aumento de industrias. 
• Potencialização do turismo. 
• Construção de novas residências. 
• Atividades de assistência à saúde. 
• Disponibilidade de locais para lazer como: parques, jardins e recreação. 
• Fornecimento de energia para o tratamento da água. 
• Gestão dos resíduos sólidos. 
 
Resposta esperada: 
Aumento de industrias. 
O aumento de indústrias resulta em aumento de demanda de água para a produção, 
lavagem e refrigeração. Produtividade industrial e crescimento dependem, portanto, de uma 
fonte confiável de abastecimento. 
 
Potencialização do turismo: 
Destinos turísticos normalmente têm grandes picos de demanda por água durante a alta 
estação. O abastecimento de água deve ser capaz de atender esta demanda durante tais 
períodos. 
 
Construção de novas residências: 
A construção de novas residências gera uma demanda adicional por água e a necessidade 
de uma nova infraestrutura de distribuição. 
 
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Atividades de assistência a saúde. 
Um abastecimento de água com qualidade e quantidade suficiente é essencial para a saúde 
da população. 
 
Disponibilidade de locais para lazer como: parques, jardins e recreação: 
Os parques e jardins, campos de golfe campos de futebol, entre outros necessitam de grandes 
quantidades de água para irrigação. A proposição de espaços como estes devem estar compatíveis 
com disponibilidade de agua suficiente. 
Fornecimento de energia para o tratamento da agua: 
O tratamento da água e os custos de bombeamento são dependentes de um suprimento confiável 
de energia. 
Gestão dos resíduos sólidos: 
Resíduos sólidos urbanos mal geridos podem causar a poluição do solo e da superfície dos 
mananciais de abastecimento da cidade. 
 
 
 
 
 
 
Bom trabalho!

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