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TGP - Nota de Aula 01 - Os Conflitos Sociais e suas formas de Solução - 2016.1

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nota de aula 01
Os Conflitos sociais e suas formas de solução
1-Introdução: É possível se dizer que não há sociedade sem a presença do Direito, e ainda que onde há Direito haverá sociedade. Nesse sentido podemos concluir que, nesse momento, na Síria, onde não há autoridade legalmente constituída (leia-se, democrática e constitucionalmente), assim, não há sociedade no sentido pleno da palavra.
Desse raciocínio extrai-se a grande importância do Direito para a (trans)formação das sociedades, em todos os tempos, ao redor de todo o mundo.
2 - Função do Direito na Sociedade: O Direito tem a função ordenadora da sociedade. Ele equaliza os interesses e apazigua os conflitos que naturalmente surgem no seio das relações humanas. Seja corretivamente, seja preventivamente, o Direito funciona como fator harmonizador da vida em sociedade, utilizando-se do critério do justo e do equitativo. Há ainda a questão de valores, pois o que é justo em determinada sociedade não o é em outra, mas essa já é outra questão (filosófica), que envolve o conceito de justiça, sobre o qual não existe consenso, mas que nos permite dizer que os valores de uma determinada sociedade estão traduzidos por suas leis.
3 - Sociedade e conflitos sociais: é de consenso que o direito de um indivíduo deve ser limitado pelo direito dos demais, e em determinadas circunstâncias essa limitação pode causar a insatisfação de um membro, ou de uma comunidade inteira. A insatisfação se caracteriza pela resistência de alguém em dar ao outro o que esse outro deseja, ou ainda por uma proibição estatal à auto-satisfação. É de suma importância que essas situações de insatisfação sejam equalizadas, sob pena desse estado de espírito se generalizar e gerar caos e desunião. A demora na resolução desse impasses também é fator de desestabilização da paz social (como vimos nas manifestações ocorridas em alguns países durante a primavera árabe. Algumas manifestações ao longo do tempo se transformaram em guerras, como as da Síria, já citada)
4 - Formas de eliminação dos conflitos: Os conflitos podem sem resolvidos entre as partes: sendo que uma parte pode impor a sua vontade à outra parte (autotutela ou autodefesa) ou uma das partes pode ceder em razão da outra, ou ainda ambas podem ceder em alguma medida (autocomposição); Podem também os conflitos serem resolvidos pela atuação de uma terceira pessoa a qual pode atuar de quatro formas: defendendo os interesses próprios, como conciliador, como mediador ou como promotor de processos (jurisdição).
5 - Um longo caminho da autotutela à jurisdição: na situação atual, parece-nos bem simples se pensar que se duas ou mais pessoas discordam a cerca de determinado bem ou direito, uma delas, algumas delas ou todas elas dirigir-se-ão ao Estado-Juiz que, examinando o caso concreto, retirará do ordenamento jurídico, a vontade do legislador para solucionar tal conflito.
 Para que pudéssemos hoje discutir os poderes do Estado-Juiz, suas limitações e os métodos necessários para a obtenção do decreto judicial, muito se caminhou.
5.1 A Autotutela: nas fases pré-estatais havia a ausência de um Estado que pudesse conter a sanha dos particulares em obter os bens e os direitos os quais almejavam. E mesmo onde já havia Estado suas leis não representavam a vontade de seu povo, e sim de seus soberanos, além disso, o Estado ainda não era onipresente e onipotente para fazer valer suas regras para todos. O que imperava naquele tempo era a autotutela: o poder do mais forte sobre o mais fraco. Imperava a vingança privada para a repreensão aos atos criminosos. São características da autotutela: ausência de um "juiz" neutro e a imposição da decisão tomada por uma das partes à outra.
5.2 A Autocomposição: essa ainda persistes nos dias atuais e consiste na renúncia de todo e de parte do direito de que se pensa ser detentor, por uma, por algumas, ou por todas as partes envolvidas. A Autocomposição pode ser de três espécies: a)a desistência; b)submissão e c) a transação. Esse é, porém um sistema se solução parcial, pois depende de que uma ou de todas as partes se convençam de abrir total o parcialmente, mão do seu direito.
5.3 A Arbitragem: melhor do que uma solução parcial e que dependa das partes, seria uma solução que fosse imparcial e proferida por pessoa de confiança das partes. Essa era uma função nobre, geralmente exercida pelos idosos ou autoridade espiritual da comunidade, uma vez que esses poderiam se aconselhar até mesmo, em algumas culturas "ouvir os deuses".
5.3 A jurisdição: À medida que o Estado estruturou-se foi evocando, gradativamente, para si, várias funções e entre elas a função de administrar a justiça. Ja há sinais dessa atividade na Roma Antiga. 
6 - Jurisdição: função pacificadora do Estado. Após séculos de evolução, a jurisdição estatal encontra-se em um estágio no qual pode e deve resolver, e dissolver, os conflitos entre os membros da sociedade. É obvio e sabido que o estado também exerce outras funções que não a jurisdicional, quais sejam a administrativa e a legislativa), porém a que busca precipuamente a pacificação social é a função jurisdicional. Sendo a jurisdição a principal função estatal que busca a paz, pode-se dizer que o processo também está a serviço da paz, pois o processo é que disciplina juridicamente a função jurisdicional do Estado.

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