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No período composto por subordinação existe pelo menos uma oração principal e uma subordinada. A oração principal é sempre incompleta, ou seja, alguma função sintática está faltando. As orações subordinadas desempenham a função sintática que falta na principal: objeto direto, indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal... Ex.: O rapaz gostava / de que todos olhassem para ele. Oração principal: O rapaz gostava Oração subordinada: de que todos olhassem para ele. A oração principal está incompleta, pois falta objeto indireto para o verbo gostar. Sendo assim, a oração subordinada desempenha a função de objeto indireto da principal. As orações subordinadas subdividem-se em: Orações subordinadas substantivas As orações subordinadas substantivas exercem funções específicas do substantivo: sujeito, objeto, predicativo... Dicas: As orações subordinadas substantivas desenvolvidas são introduzidas pelas conjunções integrantes “se” ou “que” e possuem verbos conjugados. As orações subordinadas substantivas reduzidas não são introduzidas por conjunções e possuem verbos na formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo). Exemplos: É possível que eu fracasse. (oração desenvolvida) É possível fracassar. (oração reduzida de infinitivo) As orações subordinadas substantivas podem ser: 1. Orações subordinadas substantivas objetivas diretas Exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal. Ex.: "Paulo José observa que o anti-heroísmo é uma característica forte dos personagens da cultura latino-americana. (EM. 01.10.00) 2. Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas Exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal. Ex.: A nova máquina necessitava de que os funcionários supervisionassem mais o trabalho. 3. Orações subordinadas substantivas predicativas Exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal. Ex.: Meu consolo era que o trabalho estivesse no fim. 4. Orações subordinadas substantivas subjetivas Exercem a função de sujeito da oração principal. Ex.: É difícil que ele venha. Dicas: O verbo da oração principal sempre estará na 3ª pessoa do singular quando a oração subordinada por subjetiva. 5. Orações subordinadas substantivas completivas nominais Exercem a função de complemento nominal da oração principal. Ex.: Sua falha trágica é a dificuldade de ser maleável em relação à realidade. 6. Orações subordinadas substantivas apositivas Exercem a função de aposto de algum nome da oração principal. Ex.: Há nas escolas uma norma: que os alunos sejam respeitados. Dicas: A oração apositiva sempre estará pontuada ou entre vírgulas ou depois de dois-pontos. Orações subordinadas adjetivas Podem ser: 1. Restritivas Exercem a função de adjunto adnominal da oração principal, restringem o nome ao qual se referem e não são separadas por vírgulas. Ex.: O trabalho que realizei ontem foi produtivo. 2. Explicativas Exercem a função de aposto da oração principal, explicam o nome ao qual se referem e são sempre separadas por vírgulas. Ex.: O computador, que é um meio rápido de comunicação, está conquistando todas as famílias. Dicas: As orações subordinadas adjetivas sempre serão introduzidas por pronomes relativos. Orações subordinadas adverbiais: 1. Causais Expressam a causa da consequência expressa na oração principal. Ex.: Chegou atrasado ao encontro, porque estava em uma reunião. 2. Consecutivas Expressam a consequência, o resultado da causa expressa na oração principal. Ex.: A reunião atrasou tanto que ele se atrasou para o encontro. 3. Proporcionais Expressam proporção. Ex.: À medida que a reunião avançava, ele se atrasava para o encontro. 4. Temporais Expressam tempo. Ex.: Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos. 5. Finais Expressam finalidade, objetivo. Ex.: Professores, tenham mais argumentos para pedir aumento salarial. 6. Condicionais Expressam condição, obstáculo. Ex.: Se ele partir, o projeto será cancelado. 7. Comparativas Expressam comparação. Ex.: Sua família é tão importante quanto seu trabalho. 8. Concessivas Expressam uma concessão. Ex.: Mesmo que trabalhe muito, não será recompensada. 9. Conformativas Expressam um acordo, uma conformidade. Ex.: Segundo havíamos combinado, a viagem será cancelada. Saiba mais... As orações desenvolvidas são aquelas nas quais o verbo está conjugado em algum tempo: presente, pretérito e futuro. Ex.: Esperamos que passe de ano. As orações reduzidas são aquelas nas quais o verbo está em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Ex.: Só sei cantar em italiano. Almeida Garrett Daniela Diana Professora licenciada em Letras Adicionar aos favoritos Almeida Garrett foi um escritor e dramaturgo português, um dos maiores representantes do romantismo. Ademais, é considerado o introdutor do romantismo no país e um dos maiores gênios da literatura de língua portuguesa. Nomeado 1º Visconde de Almeida Garrett, (título concedido por D. Pedro V em 25 de junho de 1854), Almeida Garrett foi o refundador do teatro português. Auxiliou na concepção das ideias para a construção do Teatro Nacional de D. Maria II, na época Teatro Normal, assim como na fundação do Conservatório de Arte Dramática. Além disso, teve intensa atuação política, lutando contra o absolutismo, sendo deputado, orador, cronista-mor, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português. https://www.todamateria.com.br/login/?f=763 Biografia João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nasceu no Porto, Portugal, dia 4 de fevereiro de 1799. De descendência nobre, foi o segundo filho do selador-mor da Alfândega do Porto, Antônio Bernardo da Silva Garrett e de Ana Augusta de Almeida Leitão. Garrett passou sua infância na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia, propriedade de seu avô materno, José Bento Leitão. Com apenas 10 anos foi viver nos Açores visto que sua família se refugiava da invasão francesa em Portugal. Desde então, passa a receber a educação clássica orientada pelo seu tio, escritor e Bispo de Angra, Frei Alexandre da Conceição. Com 18 anos vai estudar Direito na Universidade de Coimbra, se formando em 1821. Exerceu a profissão durante um tempo até se dedicar exclusivamente à sua grande paixão: a literatura. Em 1822, casou-se com Luísa Midosi e em 1836, separa-se dela e passa a viver com D. Adelaide Pastor até 1841, ano em que ela morreu. Participou na revolução liberal, adquirindo um espírito político e libertário. A publicação do poema libertino “O Retrato de Vênus” (1821) absorve a atenção da crítica, sendo assim taxado e processado como ateu e imoral. Por conseguinte, exilou-se na Inglaterra, momento propício para o contato com escritores ingleses como Lord Byron (1788-1824), Walter Scott (1771-1832) e William Shakespeare (1564-1616). Mais tarde foi viver na França, regressando ao seu país em 1826, ocupando o cargo de jornalista nos periódicos “O Português” e “O Cronista”. Grande entusiasta das questões políticas de seu país, Garrett fundou o jornal “Regeneração”, voltado para causas políticas. Falece na capital portuguesa, Lisboa, dia 9 de dezembro de 1854, com 55 anos, vítima de câncer de origem hepática. Obras Fundador do estilo romântico em Portugal, Almeida Garrett foi o criador do lirismo e da prosa moderna. É considerado por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX. Suas obras são as mais lidas e seu estilo influencia até os dias atuais gerações de artistas e escritores. Seus textos são marcados pela temática patriótica com forte caráter dramático, típicos dos escritores românticos. Garrett possui uma vasta obra, desde poesias, romances, contos, ensaios, biografias, cancioneiros, peças de teatro, dentre outros. Algumas obras que se destacam: ● Retrato de Vênus (1821) ● Camões (1825) ● Dona Branca (1826) ● Adozinda (1828) ● Catão (1828) ● O Auto de Gil Vicente (1842) ● Romanceiro (1843) ● Cancioneiro Geral (1843) ● Frei Luisde Sousa (1844) ● Flores sem Fruto (1844) ● D’o Arco de Santana (1845) ● Viagens na minha terra (1846) ● Folhas Caídas (1853) Poemas Segue abaixo trechos do poema “O Retrato de Vênus” (1821) e Miragaia (1844) O Retrato de Vênus Vénus, Vénus gentil! — Mais doce, e meigo Soa este nome, ó Natureza augusta. Amores, graças, revoai-lhe em torno, Cingi-lhe a zona, que enfeitiça os olhos; Que inflama os corações, que as almas rende. Vem, ó Cípria formosa, oh! Vem do Olimpo, Vem cum mago sorrir, cum terno beijo, Fazer-me vate, endeusar-me a lira. E quanto podes cum sorriso, ó Vénus! Jove, que empunhe o temeroso raio; Neptuno as ondas tempestuoso agite; Torvo Sumano desenfreie as fúrias... Se dos olhos gentis, dos lábios meigos Desprender um sorriso a Idália deusa, Rendido é Jove, o mar, o Averno, o Olimpo. Miragaia Noite escura tam formosa, Linda noite sem luar, As tuas estrellas de oiro Quem n'as poderá contar! Como as folhinhas do bosque, Como as areias do mar... Em tantas lettras se escreve O que Deus mandou guardar. Mas guai do homem que se fia N'essas lettras decifrar! Que a ler no livro de Deus Nem anjo póde atinar. Bem ledo está Dom Ramiro Com sua dama a folgar; Um perro bruxo judio Foi causa de elle a roubar: Disse-lhe que pelos astros Bem lhe podia affirmar Que Zahara, a flor da belleza, Lhe devia de tocar. E o rei veio de cilada D'além do Doiro passar, E furtou a linda moira, A irman d'Alboazar. Eça de Queirós Daniela Diana Professora licenciada em Letras Adicionar aos favoritos Eça de Queirós foi um dos mais importantes escritores do realismo português sendo considerado o maior representante da prosa realista da língua portuguesa. Além de escritor, exerceu também a profissão de jornalista e advogado. Biografia https://www.todamateria.com.br/login/?f=603 José Maria de Eça de Queirós nasceu no dia 25 de novembro de 1845 em Póvoa do Varzim, cidade localizada no norte de Portugal. Era filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queiroz e da portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça. Passou grande parte de sua infância na cidade de Aveiro aos cuidados de sua avó. Mais tarde, foi morar no Porto a fim de estudar no Colégio Interno da Lapa, no qual se formou em 1861. Seguiu os passos de seu pai (Magistrado e Par do Reino) e foi estudar Direito na Universidade de Coimbra, graduando-se em 1866. Chegou a exercer a profissão de advogado e, mais tarde, de jornalista na cidade de Lisboa. Além disso, entrou para a carreira política sendo nomeado Administrador do Concelho de Leiria (1870); Cônsul de Portugal em Havana (1872); Cônsul de Newcastle e Bristol na Inglaterra (1874); e Cônsul de Portugal em Paris (1888). Já em Paris, em 1886, casou-se com Emília de Castro Pamplona Resende com quem teve quatro filhos: Alberto, Antônio, Maria e José Maria. Faleceu dia 16 de agosto de 1900 em Paris, aos 59 anos de idade. Características das Obras Eça de Queirós foi um inovador da prosa realista portuguesa ao criar novas formas de linguagens, neologismos e mudanças na sintaxe. Recebeu grande influência literária do escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880), se afastando dos modelos clássicos. De maneira geral, suas obras abordam temas simples e do cotidiano, as quais estão permeadas de ironia, humor e, de vez em quando, de pessimismo e crítica social. Vale lembrar que o início do Realismo em Portugal esteve marcado pela publicação do romance “O Crime do Padre Amaro”, em 1875. Ao se afastar do idealismo romântico, Eça de Queirós faz uma dura crítica aos valores da burguesia portuguesa e da corrupção da Igreja. Mais tarde, Eça escreveu diversos romances no qual enfatiza a questão da hipocrisia da burguesia aliada à análise psicológica das personagens. Um exemplo notório está na sua obra mais conhecida “O Primo Basílio”, publicada em 1878. Saiba mais sobre o movimento realista com a leitura dos artigos: ● Realismo em Portugal ● Realismo no Brasil ● Características do Realismo https://www.todamateria.com.br/realismo-em-portugal/ https://www.todamateria.com.br/realismo-no-brasil/ https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-realismo/ ● Prosa Realista ● Realismo e Naturalismo Principais Obras ● O Mistério da Estrada de Sintra (1870) ● O Crime do Padre Amaro (1875) ● A Tragédia da Rua das Flores (1877-78) ● O Primo Basílio (1878) ● O Mandarim (1880) ● A Relíquia (1887) ● Os Maias (1888) ● Uma Campanha Alegre (1890-91) ● O Tesouro (1893) ● A Aia (1894) ● Adão e Eva no paraíso (1897) ● Correspondência de Fradique Mendes (1900) ● A Ilustre Casa de Ramires (1900) ● A Cidade e as Serras (1901, póstumo) Frases https://www.todamateria.com.br/prosa-realista/ https://www.todamateria.com.br/realismo-e-naturalismo/ https://www.todamateria.com.br/o-crime-do-padre-amaro/ https://www.todamateria.com.br/o-primo-basilio/ https://www.todamateria.com.br/a-cidade-e-as-serras/ ● “Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.” ● “Houve um filósofo que deixou aos infelizes esta máxima: Se a tua dor te aflige, faz dela um poema.” ● “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.” ● “O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.” ● “Quem não conhece o poder da oração, é porque não viveu as amarguras da vida!” ● “Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.” Cesário Verde Cesário Verde foi um poeta do realismo português no final do século XIX. Cesário Verde: o poeta realista do cotidiano Quem foi Cesário Verde nasceu na cidade de Lisboa, em 25 de fevereiro de 1855. José Joaquim Cesário Verde foi um importante poeta português do século XIX. É considerado um dos principais poetas do realismo e naturalismo na Literatura Portuguesa. Faleceu de tuberculose na mesma cidade em que nasceu, aos 31 anos, em 19 de julho de 1886. Vários poetas e escritores portugueses, do século XX, foram influenciados pela poesia de Cesário Verde. Um dos principais foi o grande escritor português Fernando Pessoa, que considerava Cesário Verde como um dos seus mestres. Movimento literário que pertenceu: - Realismo/Naturalismo https://www.suapesquisa.com/biografias/fernando_pessoa.htm https://www.suapesquisa.com/realismo/ https://www.suapesquisa.com/artesliteratura/naturalismo.htm Principais características do estilo literário: - Poesia caracterizada, principalmente, por grande sensibilidade e delicadeza. - Suas poesias expressam a realidade do mundo. Para isso, usou imagens visuais em seus poemas. - Presença, em suas poesias, de naturalidade (expressão de forma natural). - Retratou aspectos da vida urbana e rural de Portugal, principalmente ligados ao cotidiano. - Presença de vocabulário objetivo. - Uso de metáforas, sinestesias e comparações. - Suas poesias são marcadas por: quadras (uma estrofe de quatro versos) e versos decassílabos (verso com dez sílabas poéticas), que também são conhecidos como versos alexandrinos. - Sua obra foi influenciada pelo crítico, filósofo e historiador positivista francês Hyppolyte Taine (1828-1893). Obra de Cesário Verde: - O Livro de Cesário Verde (1877, obra póstuma) – poemas. Capa de O Livro de Cesário Verde, publicado em 1877, por Silva Pinto. Eça de Queirós (1845-1900) levou dez anos para escrever esse romance. Composto de dois volumes, Os Maias é o mais extenso de todos os romances que escreveu. A obra é composta de dois planos narrativos: o primeiro abrange as três gerações da família Maia, centrado em suas tragédias particulares que culminam no processo do amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda; o segundo é uma crônica crítica da alta sociedade lisboeta de 1880. Resumo do livro Afonso da Maia, um nobre e rico proprietário, vive em Lisboa em uma casa denominada Ramalhete. É lá que se desenvolve grande parte da ação do romance. Pedro da Maia, seu filho, casa-se contraa vontade do pai com Maria Monforte, filha de um traficante de escravos, um negreiro, como se dizia. Com ela, Pedro da Maia tem um casal de filhos. Porém, apaixonada por um napolitano, Maria Monforte abandona o marido e foge, levando a filha. https://www.coladaweb.com/biografias/eca-de-queiros Pedro da Maia se suicida e o filho – Carlos da Mala – é entregue aos cuidados do avô. Afonso da Maia cria o neto e o encaminha para cursar medicina em Coimbra. Após formar-se, Carlos retorna ao Ramalhete e cerca-se de amigos intelectuais e da burguesia lisboeta. Carlos vem a conhecer Maria Eduarda, esposa de Castro Gomes, um brasileiro. A pretexto de atender clinicamente a governanta inglesa de Maria Eduarda, miss Sarah, Carlos passa a frequentar a casa diariamente. Os dois tomam-se amantes, e Carlos compra uma quinta nos Olivais para seus encontros com Maria Eduarda. Assim, divide o tempo entre o Ramalhete e a Quinta dos Olivais, que procura esconder do avô. Certo dia, Carlos da Maia recebe a visita de Castro Gomes que vem lhe contar que, embora em Lisboa todos dessem Maria Eduarda como sua esposa, ela, na verdade, era apenas sua amante. Embora livre para se casar com Maria Eduarda, outra tragédia irá se abater na família dos Maias. Chega de viagem o senhor Guimarães, trazendo consigo um pequeno cofre que havia recebido de Maria Monforte, que morrera em Paris. No cofre, a revelação: Maria Monforte havia sido a esposa que levara o marido, Pedro da Maia, pai de Carlos, ao suicídio. Descobre-se, assim, que os dois amantes – Carlos e Maria Eduarda — eram irmãos. O velho Afonso da Maia, vendo novamente a tragédia rondar sua família, morre. Maria Eduarda vai para Paris e lá se casa. Carlos parte para uma longa viagem. Dez anos depois volta para Portugal e reencontra os amigos, particularmente João da Ega, seu grande amigo desde os tempos de Coimbra. Juntos recordam o passado, com ironia e desesperança. O Primo Basílio Daniela Diana Professora licenciada em Letras Adicionar aos favoritos O Primo Basílio é uma das obras mais emblemáticas do escritor realista português Eça de Queirós. Publicada em 1878, o romance é um retrato fiel da sociedade portuguesa da época com ênfase para a hipocrisia da classe burguesa. Personagens da obra ● Jorge: marido de Luísa. ● Luísa: esposa de Jorge. ● Basílio: primo de Luísa. ● Julião: parente de Jorge. https://www.todamateria.com.br/login/?f=2807 ● Senhor Paula: vizinho de Jorge. ● Juliana: governanta de Luísa e Jorge. ● Conselheiro Acácio: amigo de Luísa e Jorge. ● Dona Felicidade: amiga do casal e interessada em Acácio. ● Sebastião: melhor amigo de Jorge. ● Leopoldina: amiga de Luísa. Resumo da obra A obra retrata a história do casal Jorge e Luísa, pertencentes à burguesia portuguesa do século XIX. A trama passa-se em Lisboa, na capital portuguesa. Jorge, marido de Luísa, vai viajar a trabalho e ela recebe a visita de seu primo Basílio. Nesse ínterim, eles que já tiveram uma relação anterior, acabam por consumar o desejo latente. Vale notar que a relação de Jorge e Luísa estava mais baseada no interesse, uma vez que, de fato, eles não viviam uma vida feliz juntos. Jorge era um excelente marido que sempre estava preocupado em agradar sua bela esposa. Lhe dava diversos presentes e sempre estava disposto a lhe oferecer conforto. Luísa era uma ávida leitora de romances e com a chegada de seu amor juvenil, começa a nutrir e vislumbrar uma história de amor entre eles. Juliana, a governante da casa de Luísa, nota o amor envolvido entre eles e começa a fazer chantagem com sua patroa. Isso porque ela encontra algumas cartas que revelam a paixão do jovem casal. Com receio da sociedade, os amantes resolvem se encontrar esporadicamente num lugar que chamam de “paraíso”. Ainda que fosse um quarto muito simples, localizado nos subúrbios de Lisboa, foi ali que diversas cenas da paixão entre eles foram consumadas. No entanto, com o passar do tempo, Luísa começa a sentir que a paixão de Basílio começa a diminuir. Mesmo assim, tenta convencer seu primo a ficar com ela. Porém, ele resolve voltar para Paris. Com o retorno de seu marido, Luísa começa a sofrer com as chantagens de sua criada Juliana. Ela se apodera das cartas entre os amantes e pede uma alta quantia de dinheiro para que seu segredo não seja revelado. Assim, Juliana passa a ter uma vida mais abastada com presentes que são oferecidos por Luísa. Além disso, pela troca de papéis, posto que Luísa passa a fazer algumas tarefas domésticas. Tudo isso acontecia sempre às escondidas de seu marido Jorge. Com o tempo, Jorge acaba por notar uma diferença no trabalho realizado por Juliana e resolve mandar a criada embora. Mas Juliana continua a chantagear Luísa com seu segredo. Sentindo-se coagida, Luísa resolve contar a Sebastião toda a história do adultério e das chantagens que estavam sendo realizadas por Juliana. Mesmo chocado com a história, ele resolve ajudá-la. Assim, vai à casa de Luísa enquanto Juliana estava sozinha e a ameaça. Ela resolve devolver as cartas ao amigo, mas morre pouco depois de desgosto. Afinal, seu sonho de enriquecimento acabou naquele momento. Por fim, Luísa adoece e num dia Jorge encontra uma carta de Basílio que revela alguns momentos entre os amantes. Ao mostrar para a esposa, ela que ainda estava adoecida, morre dias depois. Confira a obra na íntegra, fazendo o download do PDF aqui: O Primo Basílio. Análise da obra No Primo Basílio, Eça de Queirós faz um panorama da sociedade portuguesa da época. Suas críticas sociais à burguesia e aos atos humanos são expostas, por exemplo, na análise psicológica de seus personagens, dos estereótipos e de seus comportamentos. A obra está dividida em 16 capítulos. Temas como o adultério, a hipocrisia, o caráter, a mediocridade e os valores morais são as principais características do romance realista-naturalista português. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=7530&co_midia=2 http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=7530&co_midia=2 Por meio de diversas descrições, ele analisa o ambiente e seus personagens desde suas angústias, prazeres, medos, desejos, etc. A Capital Por Ana Paula de Araújo Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Contribuir utilizando o Google Ouça este artigo: O livro “A Capital”, de Eça de Queirós, é um clássico da literatura portuguesa, que foi publicado pelo seu filho após a morte do autor. Algo que identifica e ressalta o livro é a personagem Artur Corvelo, um jovem sonhador, romântico e que fora criado na província por duas tias. Artur tem um desejo de ser conhecido pelos intelectuais e pela sociedade de Lisboa, realidade com a qual sonha enquanto vive no meio rural. https://www.infoescola.com/autor/ana-paula-de-araujo/21/ https://www.infoescola.com/literatura/eca-de-queiros/ O livro é nada menos que a narração irônica das aventuras de Artur em busca de se encaixar na sociedade lisboeta. Enquanto narra as decepções de Artur, o livro critica a sociedade de Lisboa e a educação romântica, sempre ressaltando vícios que o autor reconhecia naquela sociedade. Sonhando com fama, bajulação, reconhecimento e ascensão social, Artur resolve escrever um livro, estuda em Coimbra e em seguida, recebendo uma herança de um padrinho, muda-se para Lisboa em busca de realizar tais sonhos e ambições, e de sair da vida provinciana que em nada lhe satisfazia. Durante esta estadia em Lisboa, Artur vai conhecendo vários personagens, os quais reconhecem a ingenuidade de Artur e chegam a se aproveitar dela. Uma exceção é a personagem Jácome Nazareno, um membro do movimento republicano que mantém uma relação séria com Artur, sem segundas intenções de se aproveitar dele, porém este não é de acordo com as intenções de Artur de ter uma ascensão social. O livro retrata tais desventuras de Artur Corvelo, ora lamentando por elas, ora serindo delas. Como é típico em Eça de Queirós, a sociedade é retratada de modo cruel, dando vasão à ironia. O estilo narrativo é fluente, claro e direto, conservando a forma clássica e de fácil leitura. A descrição da sociedade parece não deixar de ser atual, uma vez que os tipos sociais descritos por Eça são facilmente encontrados na sociedade contemporânea. Embora a história relate a ambição de Artur Corvelo, ao longo da mesma ele vai amadurecendo emocionalmente e acaba por se resignar à realidade. Por fim, de todos os personagens mostrados, Artur Corvelo acaba https://www.infoescola.com/linguistica/ironia/ sendo o mais digno, isso por ter em sua índole certa bondade que acaba conquistando o leitor. O tempo da narrativa é ditado pelas épocas da vida de Artur Corvelo, iniciando-se na infância, passando pela adolescência, e finalizando na vida adulta. A obra pode ser baixada na íntegra no link a seguir, já que está em Domínio Público: A Tragédia da Rua das Flores Romance de Eça de Queirós, escrito em Newcastle, entre 1877 e 1878. A obra permaneceu mais de cem anos entre os manuscritos inéditos do autor, sendo publicada postumamente em 1980, altura em que deixou de estar na posse dos herdeiros e passou a pertencer ao domínio público. É provável que a família do escritor tenha recusado a publicação do livro devido não só à polémica do tema abordado, a relação entre Genoveva e Vítor (que se torna incestuosa pelo reconhecimento destas personagens comomãe e filho), como também ao realismo chocante de algumas passagens. A editora Livros do Brasil publicou uma versão do romance, em 1981, denominando-a "Edição Diplomática". Existem várias versões do romance, contudo, nenhuma edição crítica. Para alguns, A Tragédia da Rua das Flores constitui um esboço de Os Maias, para outros, uma aproximação à obra O Primo Basílio. A narrativa centra-se na figura de Joaquina (mais tarde conhecida por Genoveva) que casa com Pedro da Ega. O casal vive em Lisboa. Depois do nascimento do filho Vítor, Joaquina abandona o marido e a criança e foge, com um espanhol, para Espanha, onde se torna cortesã. Mais tarde, em Angola, morre Pedro da Ega. A personagem principal volta a casar, agora, com um velho senador francês, M. de Molineux, passando a viver em Paris. No entanto, com a queda de Napoleão Bonaparte e a morte do marido, Joaquina regressa a Portugal, com o brasileiro Gomes; mantém o nome que adotara em França, Mme Genoveva de Molineux. https://www.infopedia.pt/$os-maias?intlink=true https://www.infopedia.pt/$o-primo-basilio?intlink=true https://www.infopedia.pt/$o-primo-basilio?intlink=true https://www.infopedia.pt/$lisboa?intlink=true https://www.infopedia.pt/$espanha?intlink=true https://www.infopedia.pt/$angola?intlink=true https://www.infopedia.pt/$paris?intlink=true https://www.infopedia.pt/$napoleao-bonaparte?intlink=true https://www.infopedia.pt/$portugal?intlink=true https://www.infopedia.pt/$franca?intlink=true Instala-se na Rua das Flores e envolve-se com Dâmaso de Mavião, homem rico de quem se aproveita, sem escrúpulos. Mas é por Vítor, um jovem de vinte e três anos, bacharel em Direito, que se apaixona. Genoveva afasta-se então de Dâmaso e começa a projetar o seu regresso a Paris com o novo amante. Perante a situação, o tio do jovem, Timóteo, detentor de toda a verdade, dá a conhecer a Genoveva que ela é a mãe de Vítor. Reconhecendo o carácter incestuoso da sua relação, Genoveva suicida-se, atirando-se da varanda da sua casa, diante do jovem, que nunca saberá a verdadeira identidade da amante. Em 1981, o livro foi adaptado para uma série televisiva portuguesa, com título homónimo, dirigida por Ferrão Katzenstein. “A Ilustre Casa de Ramires” é uma obra-prima da literatura portuguesa escrita por Eça de Queirós, publicada pela primeira vez em 1900. Este romance é frequentemente considerado uma das melhores criações do autor, conhecido pela sua crítica social afiada e pela sua maestria na exploração das complexidades humanas. O livro é uma fusão magistral de sátira, romance histórico e análise psicológica, que apresenta um olhar perspicaz sobre a aristocracia decadente de Portugal e os dilemas de um https://www.infopedia.pt/$direito?intlink=true https://www.infopedia.pt/$damaso?intlink=true https://www.infopedia.pt/$paris?intlink=true https://www.infopedia.pt/$timoteo?intlink=true protagonista dividido entre o passado glorioso de sua família e a realidade em transformação. A trama gira em torno de Gonçalo Mendes Ramires, um jovem fidalgo que regressa à sua propriedade ancestral após uma estadia em Lisboa. Ele está imbuído de ideais românticos de heroísmo e glória, inspirados pela história dos seus antepassados e pela tradição heróica da nobreza. No entanto, o choque entre suas fantasias idealizadas e a decadência da realidade atual é um dos temas centrais do romance. Gonçalo é um personagem complexo e contraditório. Ele sonha em reviver o esplendor da Casa de Ramires, mas logo percebe a futilidade desses esforços. Sua tia Patrocínio, uma mulher idosa e pragmática, tenta convencê-lo a casar com uma rica herdeira, a fim de restaurar a fortuna da família. No entanto, Gonçalo apaixona-se por Gracinha, uma mulher simples e encantadora que não pertence à aristocracia. Esse conflito entre o desejo de cumprir seu dever de nobreza e seus sentimentos verdadeiros acrescentam camadas de tensão à narrativa. Eça de Queirós utiliza o romance para satirizar a sociedade aristocrática e seus valores ultrapassados. Através das observações afiadas do narrador, o autor critica a vaidade, a inutilidade e a autoindulgência da classe nobre, enquanto também aponta para a crescente influência da classe média emergente e o avanço das mudanças sociais. A tradição e a modernidade entram em conflito, refletindo as incertezas de uma nação em transformação. - Anúncio - O enredo toma um boato inesperado quando Gonçalo, em um ato impulsivo, desafia um vizinho para um duelo. O duelo, mais cômico do que trágico, resulta em ferimentos leves e leva à ridicularização pública de Gonçalo. Este evento marca um ponto de virada na narrativa, forçando Gonçalo a confrontar suas ilusões e mergulhar na realidade nua e crua. Na última análise, “A Ilustre Casa de Ramires” é uma obra rica em nuances que explora a natureza humana em todas as suas facetas. Através de Gonçalo e dos personagens que o cercam, Eça de Queirós examina temas como a identidade, a honra, a vaidade, o amor e a ilusão. Sua prosa elegante e irônica revela tanto a beleza quanto a decadência das instituições sociais e da condição humana. Em resumo, “A Ilustre Casa de Ramires” é uma obra literária que transcende o tempo, oferecendo aos leitores uma visão penetrante da sociedade portuguesa do século XIX, suas contradições e os desafios de uma nobreza em declínio. Com sua mistura única de sátira, romance histórico e análise psicológica, Eça de Queirós construiu uma narrativa cativante que continua a ser relevante pela maneira como aborda as questões universais da ilusão e da realidade. "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett, junta vários estilos literários no relato de uma viagem de Lisboa a Santarém. Muito mais do que uma crónica de viagem, é sobretudo uma reflexão sobre Portugal do século XIX e um marco na literatura portuguesa. Publicada em 1846 a obra aborda a jornada a Santarém em diferentes planos e, por isso, Garrett chamou-lhe “Viagens” e não “Viagem”. Para além do percurso físico, narra a história de quatro personagens que retratam o próprio país dividido por uma guerra civil.s e absolutistas Carlos estuda em Coimbra, parte para Inglaterra e regressa a Portugal para se juntar a um dos exércitos em confronto numa guerra fratricida. Joaninha, prima de Carlos, com uma beleza suave, é o símbolo da pureza e uma bandeira de paz entre os combatentes. A avó de ambos, Francisca, simboliza o país envelhecido, que ama os seus filhos mas é incapaz de https://ensina.rtp.pt/artigo/guerra-civil-liberais-absolutistas/fazer alguma coisa por eles a não ser sofrer. Frei Dinis, entre o bem e o mal, e que, no auge do drama, se descobre ser pai de Carlos. Garrett, nasceu em 4 de Fevereiro de 1799, no Porto. Foi um notável estudante de Direito em Coimbra, exilou-se em Inglaterra para fugir ao absolutismo e escreveu, em França, os poemas inaugurais do romantismo Português: “D. Branca e Camões”. De regresso a Portugal, fundou jornais contra o poder político, bateu-se por várias causas, tornando a literatura um espaço de afirmação social. Foi um dos políticos portugueses mais decisivos do século XIX. Morreu em 1854. No livro em que juntou narrativa de viagens, manifesto político, crónica jornalística e romance, sintetizou, a propósito de um percurso físico, uma reflexão sobre a história de Portugal. Com uma linguagem inovadora e uma narrativa desconexa, estas Viagens na Minha Terra de Garrett marcam o princípio da literatura moderna portuguesa,