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Degradação da Estação da Lapa em Salvador

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – DCET 
CAMPUS I – SALVADOR 
CURSO DE BACHARELADO EM URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
AVIVA FREITAS DOS REIS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
DEGRADAÇÃO DA ESTAÇÃO DA LAPA EM SALVADOR 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
JULHO – 2013 
AVIVA FREITAS DOS REIS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
DEGRADAÇÃO DA ESTAÇÃO DA LAPA EM SALVADOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho referente à disciplina de História Urbana do 
1º semestre do Curso de Bacharelado em 
Urbanismo da Universidade do Estado da Bahia – 
UNEB. 
Orientado pelo Professor Charles D’Almeida 
Santana. 
 
 
 
 
SALVADOR 
JULHO – 2013 
INTRODUÇÃO 
A Estação Clériston Andrade, também conhecida como Estação da 
Lapa, projetada pelo arquiteto conhecido nacionalmente João Filgueiras Lima 
(Lelé), localiza-se na Praça Carneiro Ribeiro, s/nº - Nazaré - Salvador/BA e foi 
inaugurada em 07 de novembro de 1982. É chamada popularmente de Estação 
da Lapa por sua localização ser próxima a um convento de mesmo nome na 
Av. Joana Angélica. 
O terminal rodoviário é o maior e mais importante da cidade de Salvador. 
Tem linhas para grande maioria dos bairros e para algumas cidades vizinhas 
da capital baiana. Possui área total ocupada de 150.000,00m², correspondendo 
a 30.000,00m² de área construída e 120.000,00m² de área urbanizada. Recebe 
em torno de 460 mil pessoas diariamente, conforme dados da STP – 
Superintendência de Transportes Públicos e funciona 24h por dia. 
No setor superior é composto por algumas lojas, quiosques e 
lanchonetes, além de postos de serviços, como a Salvadorcard e SETPS. 
Há mais de 13 anos a Estação da Lapa segue sem reforma, dados da 
Transalvador indicam que a última reforma foi realizada no período de 
abril/2000 à dezembro/2000. Existe pendente, também, a construção de uma 
integração da Estação com o metrô. 
A Estação da Lapa fez e faz parte da vida de todos os moradores da 
capital baiana que utilizam o transporte público como principal instrumento de 
locomoção. Dificilmente conhecemos alguém que não a tenha frequentado ou, 
caso não tenha frequentado, não tenha ouvido falar. 
O que muito é comentado sobre a Estação Clériston Andrade é seu atual 
estado, que segue degradado, causando desconforto aos usuários de ônibus 
na cidade, principalmente em relação à segurança e limpeza do local. 
 
 
 
 
1. DADOS 
A Estação possui acessos através da Avenida Joana Angélica, da Praça 
Carneiro Ribeiro, da Rua Coqueiros da Piedade e através dos bairros dos 
Barris e Tororó, além da interligação com o Shopping Lapa e Shopping 
Piedade, principalmente. Os ônibus têm acesso ao terminal através do Vale 
dos Barris. Em função das obras do metrô, algumas linhas da região 
metropolitana não estão adentradas à Estação, fazendo retorno antes do 
acesso, onde ocorre o desembarque dos passageiros. 
 
 
Mapa de localização da Estação da Lapa 
 
 Na Estação, podemos classificar suas instalações em quatro níveis: 
 Pavimento de Serviços, composto pelo comércio (lojas), serviços e 
postos de apoio, onde se situam os acessos principais; 
 Plataforma Superior, que faz parte do desembarque e embarque de 
passageiros; 
 Plataforma Inferior, também destinada a embarque e desembarque 
de passageiros porém localizada no subsolo; e 
 Área Externa. 
Podemos observar, na tabela abaixo, todos os dados atualizados (de 
acordo com o site da Transalvador visualizado este mês, julho de 2013) 
referentes ao empreendimento da Estação Clériston Andrade, tais como 
Equipamentos, Dados Operacionais, Comércio Permissionário e Postos de 
apoio presentes no local. 
 
EQUIPAMENTOS 
Escadas rolantes com capacidade para 10.000 
passageiros/dia,sendo uma delas a maior do Brasil, com 12m de 
desnível 
09 
Sanitários públicos 04 
Subestação 13.800w com saída de 220/330v trifásico 01 
Telefones públicos 46 
Estacionamento com 24 vagas 01 
DADOS OPERACIONAIS 
Número de linhas urbanas 93 
Número de ônibus/hora 301 
Número de usuários/dia 460.000 
Número da frota/dia 500 
COMÉRCIO PERMISSIONÁRIO 
Lojas 18 
Boxes 16 
Pipoqueiras 04 
Bancos 24h 03 
POSTOS DE APOIO 
Sala da Administração 02 
Sala da Fiscalização 01 
Módulo da PM (Polícia Militar) 01 
Posto do Juizado de Menores 01 
Banco Popular 02 
Posto da CIAC 01 
 
Fonte: Transalvador – Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador, 2013 
 
 
2. TRANSPORTE E MOBILIDADE EM SALVADOR 
A Estação da Lapa, no cenário que vive a cidade de Salvador hoje em 
dia é de fator essencial para o fluxo e andamento da rotina diária de ônibus. 
Dificilmente poderemos imaginar Salvador com a extinção da Estação da 
Lapa sem que a rotina da população seja alterada. Esta é o “coração” do 
transporte público na capital baiana, com mais de 93 linhas de ônibus1, 
podemos dizer que o empreendimento é fundamental e faz parte do cotidiano 
de pelo menos mais da metade da população da cidade. 
 
1
 Fonte: Transalvador – Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador. 
Em Salvador existem sete Estações, dentre elas: Lapa, Rodoviária, 
Iguatemi, Mussurunga, Pirajá, Aquidabã e Barroquinha. O número de usuários 
por dia que circulam na Lapa chega a 460.000, muito além que o dobro de 
passageiros que frequentam a Estação Pirajá e Iguatemi, com 130.000 e 
65.000, respectivamente2. Estes dados são comprobatórios a respeito da 
importância da Estação da Lapa para cidade de Salvador. 
As linhas de ônibus que passam pela Estação da Lapa são divididas 
entre o pavimento superior e o pavimento no subsolo. Sendo: 
 
Plataforma – térreo 
 
A 
Boca do Rio, Alto do Coqueirinho, Valéria, Aeroporto e 
Vale dos Rios – Stiep 
 
B 
Sussuarana, Nova Sussuarana, Cabula VI, 
Narandiba/Doron, Engomadeira, Pirajá, Capelinha R2, 
Pau da Lima, Capelinha R1 e Marechal Rondon 
 
C 
IAPI, Pau Miúdo, Caixa D’água, Cidade Nova, Saboeiro, 
N. Sra. Resgate, Pernambués, Tancredo Neves, Arenoso 
e Mata Escura 
 
D 
Santa Cruz, C. A. B., Pituba, Nordeste, Vale das 
Pedrinhas, Itapuã, Jardim das Margaridas e Praia do 
Flamengo 
 
 
E 
Mussurunga 1, Mussurunga 2, Conj, Trobogy/Vl. 2 de 
Julho, Canabrava/Nova Cidade, Bairro da Paz, Estação 
Mussurunga, Vale dos Lagos, São Marcos, Patamares 
R1, Mata dos Oitis, Patamares R2, Conj. G. Marback, 
Sete de Abril e Colinas de Pituaçu 
Plataforma – subsolo 
 
 
a 
Cajazeira 8, Cajazeira 10, Cajazeira 6/7, Cajazeira 7/6, 
Daniel Lisboa R1, Faz. Grande 1/2, Cajazeira 11, Faz. 
Grande 2/3, Boca da Mata, Faz. Grande 4, Jd. Nova 
Esperança, Cajazeira 5 e Estação Pirajá 
 
b 
Pero Vaz, D. Avelar/Vila Canária, São Caetano, Faz. 
Grande do Retiro, Rua Direta, Vila Rui Barbosa, Vila Rui 
Barbosa R2, Ribeira, Thome de Souza, Ribeira/HGE, 
Castelo Branco e Massaranduba 
 
c 
Boa Vista do Lobato, Alto do Cabrito, São João do 
Cabrito, Plataforma, Vista Alegre, Alto de Coutos, Base 
Naval, Fazenda Coutos, Alto Sta. Terezinha e Rio Sena 
 
d 
Bom Juá, Luiz Anselmo, Cosme de Farias, Daniel Lisboa 
R2, Eng. Velho de Brotas, Brotas e Hospital Geral 
 
 
e 
Monte Gordo, Mata de S. João, Barra de Pojuca, Itinga, 
Portão, Lauro de Freitas, Vida Nova, Goes Calmon, 
Simões Filho, Madre de Deus, Camaçari, CIA 1 e 2, 
Candeias, Nova Dias D’ávila, Ilha de S. João e Mapele 
 
Fonte: Coleta no local durante pesquisa de campo 
 
Sendo assim, podemos dizer que para a mobilidade urbana de Salvadora Lapa é de caráter determinante. Seu grande acervo de linhas e diversidade 
de bairros que são abrangidos pelo seu serviço não pode ser descartado. 
 
2
 Fonte: Transalvador – Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador. 
O transporte público em Salvador segue, nos últimos anos, em estado 
caótico, e somente o aumento da frota de ônibus não serviria como solução 
para tal problemática, mas que acarretaria também no aumento dos 
congestionamentos na cidade. Outra dificuldade apontada pela população é a 
falta de organização dos itinerários dos ônibus, como explica e sugere melhoria 
a estudante Sofia Reis, de 19 anos: 
 
“O que mais se destaca como situação para mim é a falta de 
organização dos itinerários das linhas de ônibus, sei que o 
trânsito caótico da nossa cidade é um dos grandes motivos 
para este problema, mas acredito que se houvesse um 
planejamento específico e bem estruturado com relação a isso 
não sofreríamos tanto tempo esperando nos pontos de ônibus 
da cidade, a irregularidade dos horários é um dentre os 
inúmeros problemas que os usuários do transporte público na 
cidade enfrentam.” 
 
Com 821.735 veículos3 e 2.742 ônibus² nas ruas, o crescimento da frota 
de veículos também é uma das causas para o quadro atual do trânsito que 
segue com dificuldade na cidade. Numa reportagem realizada pelo jornal A 
TARDE4, o professor de Urbanismo Luiz Antônio de Souza exemplifica a falta 
de planejamento urbano na cidade: 
 
“A falta de planejamento urbano é apontada por todos os 
especialistas como um dos principais problema do tráfego. O 
certo é que Salvador não se preparou para receber o boom dos 
milhares de veículos que chegam às ruas todos os meses, 
apesar de desde a década de 70 já se chamar a atenção para 
a impossibilidade de dissociar o trânsito do planejamento do 
uso do solo. Para se ter uma ideia do amadorismo, não existe 
sequer uma pesquisa de destino e origem dos passageiros. 
Esse estudo ajudaria a identificar de onde vêm e para onde vão 
as pessoas diariamente, podendo auxiliar no planejamento de 
 
3
 Fonte: SEEAC – Setor de Estatística e Acidentologia, 2012. 
4
 Fonte: A TARDE – Sábado, 04/08/2012 às 21:02 em http://atarde.uol.com.br/materias/1444902 
estratégias de locomoção eficiente e confortável.” 
 
Há questionamentos sobre a quem se destina o planejamento urbano 
realizado em Salvador, se seria a população “motorizada” dotada de seus 
automóveis ou à maioria, que utiliza o transporte público como ferramenta 
diária para locomoção. De acordo com informações da Superintendência de 
Trânsito de Salvador – Transalvador, 2.742 ônibus fazem o transporte de 42 
milhões de passageiros por mês na cidade, portanto, o planejamento urbano 
deveria ser dirigido à prioridade para melhoria da qualidade de vida das 
pessoas que utilizam o ônibus como principal meio de transporte. 
 
A mobilidade a pé, nesses planos, é tratada de forma genérica 
e superficial, pois o enfoque prioritário recai sobre o 
atendimento motorizado da demanda, embora, ressalte-se, 
dando prioridade para o transporte público. As propostas para a 
circulação dos pedestres são dirigidas para a área central da 
cidade: reserva de áreas exclusivas (os famosos calçadões); 
alargamento de calçadas; instalação de abrigos nos pontos de 
ônibus; sinalização de travessias com semáforo e melhoria do 
processo informacional sobre o serviço de transportes. Ou seja, 
nos planos de transportes, além dos problemas de ordem 
metodológica, o pedestre só existe quando atravessa a rua ou 
pega o ônibus, mesmo assim se for na área central da cidade.
5
 
 
 
Desta forma, o pedestre em Salvador enfrenta diversas dificuldades para 
utilização do transporte público, tais como: 
a) pontos de ônibus mal localizados e de estrutura precária. 
b) calçadas em péssimo estado de conservação e, em alguns casos, 
inexistentes. 
c) imprudência e falta de educação de motoristas de automóveis 
particulares. 
 
5
 Fonte: Artigo “A MOBILIDADE A PÉ EM SALVADOR” de Francisco Ulisses Santos Rocha, PPG-
AU/FAUFBA, 2003. 
d) falta de segurança em geral, com ruas com pouca sinalização e 
iluminação. 
e) ocupação de calçadas pelo comércio informal dificultando a circulação 
dos pedestres. 
f) desorganização dos itinerários das linhas de ônibus e atraso no horário 
dos mesmos. 
g) engarrafamentos provenientes do tráfego com fluxo intenso. 
h) estado depreciativo da frota de ônibus, com falta de manutenção 
mecânica rotineira ocasionando risco à segurança dos passageiros e 
falta de limpeza no interior dos ônibus, facilitando a proliferação de 
insetos. 
Portanto, Salvador no atual momento passa por necessidade de 
intervenções direcionadas a melhoria da mobilidade urbana para que seja 
atendida a demanda da população quantitativamente, quanto qualitativamente, 
já que, 77,1% da população utiliza ônibus diariamente6. É evidente que a 
intervenção, no que se diz respeito ao transporte, a ser feita não deve contar 
apenas com um tipo de transporte público, é preciso um sistema integrado, que 
incluam os modais com transporte de massa. 
Faz parte do cotidiano da população da capital baiana ter que enfrentar 
todos os dias congestionamentos, longo tempo de espera e o desconforto – 
esta obtendo altos níveis de estresse – o que influi diretamente nas relações 
produtivas e pessoais. 
 
3. SEGURANÇA, HIGIENE E CONFORTO AMBIENTAL, 
INFRAESTRUTURA E COMÉRCIO 
 
3.1 SEGURANÇA, HIGIENE E CONFORTO AMBIENTAL 
 
3.1.1 SEGURANÇA 
 
6
 Fonte: Planter – Observatório do Comportamento & Tendências, 11 a 14 de junho de 2012, 2.000 
pessoas foram entrevistadas. 
Alvo de preocupação por usuários que transitam pela Estação, a 
segurança no local deixa mais que a desejar e um dos motivos principais para 
evitar a frequência de visita ao local, de acordo com a maioria das pessoas que 
nela circulam. 
Na Estação da Lapa, há a presença de apenas um Módulo da PM 
(Polícia Militar) localizada no pavimento térreo, para a fiscalização de toda a 
área da Estação da Lapa, sendo elas o pavimento inferior, térreo e superior. 
Nele, ficam geralmente três policiais por turno7. 
 
 
Presença da Polícia Militar do Estado da Bahia – 41ª Companhia Independente, 6º Comando 
da área, 5º Posto de abordagem localizada no Pavimento Térreo da Estação da Lapa
i
 
 
É visível a ineficiência da presença de apenas um posto policial, se for 
levado como fato relevante o alto índice de assaltos que ocorrem na Estação, 
que são de 15 assaltos por dia8, sendo em média 400 assaltos por mês. 
Circular por um local com pouco policiamento é um grande risco, 
principalmente a quem necessita transitar pelo local diariamente, atuando em 
sua rotina diária, para utilizar o transporte para acesso ao trabalho, escola, etc. 
e esta deficiência na segurança da Estação da Lapa é de fator determinante 
para necessidade urgente de uma maior organização policial no local, sendo, 
ao menos, distribuição de postos policiais por todos os pavimentos, não 
somente no pavimento térreo. 
 
7
 Fonte: Pesquisa de campo realizada no dia 18 de maio de 2013 às 14:00. 
8
 Fonte: Correio – 28/08/2011 às 07:45, http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-
1/artigo/estacao-da-lapa-vive-panico-durante-assalto/ 
Numa pesquisa de campo9 realizada através da ferramenta Google Docs 
em formuláriopara captação, foram entrevistadas 26 pessoas que frequentam 
o local diariamente, já frequentaram pelo menos uma vez e que não 
frequentaram, porém já ouviram falar das irregularidades do local, 81% 
responderam que sentem receio por diversos motivos, mas o principal é a falta 
de segurança e o risco de assaltos a qualquer momento. 
 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
 
Ainda assim, há pessoas que nunca foram vítimas de algum tipo de 
violência10 enquanto estavam presentes na Estação da Lapa e que não sentem 
algum tipo de insegurança ao frequentar o local, como o relato de Paula 
Ramos, urbanista, de 31 anos, que atualmente reside em Genebra, na Suíça: 
“Não, não sinto receio. Apesar de saber que não é um lugar 
seguro, procuro não chamar a atenção com vestimentas, nem 
com jóias etc. Pelo contrário, me sinto em casa! Eu sou muito 
do povo, gosto de sentir a cidade, de fazer parte dela, seja ela 
qual for. E apesar dos perigos que existem na Lapa, talvez por 
sorte, sempre consegui me sair bem. Lógico que ando com 
cuidado, fazendo sempre atenção às pessoas à minha volta. 
Para despistar qualquer malandro, procuro agir com 
naturalidade, sempre atenta, e não "dar muito mole". Jamais 
 
9
 Link: https://docs.google.com/forms/d/1-
g1uVhYE30I5HWBrVY8VVBOVjZmPyXKDZROrcrFkEOQ/viewform, última atualização: 01/07/2013. 
10
 Definição: comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa ou 
ser vivo; usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar; opressão ou abuso de 
força. Sendo assim, um assalto é considerado uma forma de violência. 
81% 
11% 8% 
Você tem receio ao frequentar a Estação da 
Lapa? 
Sim, pela falta de segurança. Ás vezes. Não, não tenho receio. 
me aconteceu o que quer que seja comigo na Lapa. 
A minha mãe uma vez estava comigo. Ela detesta andar de 
ônibus e, neste dia, abriu uma exceção e foi comigo. Passou 
uma menina, de uns 9 anos, com tanta rapidez e lhe arrancou o 
cordão de ouro do pescoço que já o portava há muitos anos. 
Eu procuro ver da seguinte maneira: a menina já está 
habituada a fazer isso, pode fazer para comer e/ou se drogar. 
Sabendo que estávamos num local ‘foco’, o vacilo foi da minha 
mãe de ter ido com o cordão. Mas, enfim, Salvador e em 
muitas outras cidades do Brasil, os problemas são muito mais 
complexos do que imaginamos. Minha opinião totalmente 
empírica, nada confirmado cientificamente, é que o sentimento 
de segurança vem do sentimento de pertencimento.” 
 
 
De acordo com um Relatório de Vistoria realizado pelo CREA-BA 
(Conselho Reginal de Engenharia e Agronomia da Bahia) em que o solicitante 
foi o Ministério Público, foi constatado que há necessidade de implantação de 
área de controle (observação) no interior da Estação para monitoramento de 
todos os espaços visando a segurança patrimonial e dos usuários, além do 
controle de tráfego.11 
Além da segurança patrimonial, outro fator que deixa os transeuntes do 
local em risco é a ausência de uma Brigada de Incêndio, bem como a 
existência de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) para os usuários e 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os funcionários. Da mesma 
forma, há necessidade da implantação de um setor de manutenção predial, 
levando em consideração o porte e a utilização da Estação, como sugere o 
Relatório de Vistoria pelo CREA-BA realizado em 2009. 
 
3.1.2 HIGIENE E CONFORTO AMBIENTAL 
Além da falta de segurança, o estado crítico da Estação da Lapa 
referente a limpeza, higiene e conforto ambiental são determinantes também 
para a reação – sendo, desta forma, negativa – de quem frequenta o local. 
 
11
 Fonte: Relatório de Vistoria Nº. 008/2009 realizado no dia 17 de agosto de 2009 pelo CREA-BA. 
No Pavimento de Serviços, área composta pelo comércio, postos de 
apoio e serviços e lanchonetes, além da presença de ambulantes em toda a 
área de forma desordenada, o forte odor de esgoto e presença de animais é 
evidente. 
 
 
Presença de pombos ao lado de uma lanchonete 
 
Os sanitários da Estação da Lapa ficam localizados também no 
Pavimento de Serviços. Estes, também vivem em estado deplorável, com 
sanitário feminino parcialmente interditado decorrente de defeitos e sanitário 
masculino também necessitando de reformas. 
Foi verificada a ausência de portas em alguns sanitários, pias sem 
torneiras, azulejos quebrados, falta de limpeza e falta de materiais para higiene 
como papel toalha, papel higiênico e sabão. 
 
 
Sanitário feminino localizado no Pavimento Superior da Estação 
 
Na Plataforma Superior – térreo da Estação, que serve para embarque e 
desembarque de passageiros, também há mau cheiro, presença de 
ambulantes por todo o local, pisos danificados, instalações elétricas com fios 
expostos, presença de animais, alagamentos, além de infiltração nas paredes. 
 
 
Alagamento e infiltração em parede localizada no térreo, próxima a escada que dá acesso ao 
Pavimento de Serviços 
 
Na Plataforma Inferior – subsolo também é visível as mesmas 
deficiências identificadas nos outros pavimentos da Estação, porém, neste 
setor, o mau cheiro – proveniente de esgoto e urina – é mais forte, além da 
presença de ratos e baratas que podem ser vistos com facilidade. 
O subsolo tende a ser o local mais evitado na Estação da Lapa, 
primeiramente por sua insegurança e falta de iluminação (que agrava ainda 
mais o risco de assaltos) e também, principalmente, pela falta de limpeza. 
Quando foi questionado se havia receio ao frequentar a Estação da Lapa12, o 
urbanista João Pena, de 25 anos, natural de Pojuca e residente em Salvador 
frisou que sente receio, sim, mas quando se trata do subsolo “No subsolo sim. 
É preciso ter certo cuidado à noite, sobretudo no subsolo que não transmite à 
pessoa a sensação de segurança. Além disso, as condições em que se 
encontra a Lapa são lamentáveis”. 
É observado também a falta de conforto ambiental, como salienta o 
Relatório de Vistoria do CREA-BA: 
 
12
 Pesquisa de campo realizada através da ferramenta Google Docs, em 
https://docs.google.com/forms/d/1-g1uVhYE30I5HWBrVY8VVBOVjZmPyXKDZROrcrFkEOQ/viewform 
 
Desconforto ambiental decorrente da elevada temperatura no 
ambiente, bem como da presença gases (CO e CO2) 
provenientes das descargas dos veículos, além da ausência de 
iluminação natural e deficiência de ventilação, agravado pelo 
não funcionamento do sistema de exaustão“.
13
 
 
 
 
 
Subsolo: falta de iluminação, mau cheiro, alagamentos e desnivelamento do piso 
 
3.2 INFRAESTRUTURA 
O estado atual de conservação da Estação e seus equipamentos 
seguem, bem como sua estrutura e instalações (mecânicas e elétricas), com 
deficiências. 
Uma estrutura de grande porte como a Estação da Lapa, com 3 
pavimentos, plataformas para várias linhas de ônibus, comércio, postos de 
apoio, escadas rolantes, etc. necessitaria de uma manutenção predial periódica 
além de reformas em sua estrutura. 
Verifica-se que entre os equipamentos e instalações com defeito, estão 
as escadas rolantes, que estão sem uso por falta de manutenção corretiva. 
 
 
13
 Fonte: Relatório de Vistoria Nº. 007/2007 realizado em 18 de dezembro de 2006 pelo CREA-BA 
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia). 
 
Escadas rolantes interditadas para acesso ao subsolo com ausência do painel de proteção dos 
motores 
 
Outro problema verificado é a iluminaçãoinadequada, ausência de 
sinalização e desnivelamento do asfalto, principalmente no Pavimento Inferior, 
no subsolo. 
 
Plataforma localizada no subsolo 
 
Referente a manutenção predial, foi relatado em 2006 – vale ressaltar 
que, até os dias de hoje, os problemas continuam ou se agravaram, após 7 
anos –, pelo CREA-BA, o seguinte: 
 
“A maior parte dos problemas observados está relacionada 
com a falta da manutenção periódica e preventiva da Estação, 
conforme estabelece a Lei municipal nº 5.907/2001, 
regulamentada pelo Decreto nº 13.251/2001, que determina 
vistorias periódicas. Este diagnóstico pode ser constatado pelo 
mal estado de conservação das instalações em geral, 
equipamentos e máquinas sujeitando a população a todo o tipo 
de transtorno e risco. 
Contribui também, para o desgaste do equipamento, o intenso 
fluxo de pessoas e veículos, à utilização constante do terminal 
sem conservação preventiva, além da grande quantidade de 
serviços e atividades realizadas simultaneamente no local. 
Destaca-se a necessidade da revisão das instalações 
hidrossanitárias; drenagem pluvial; instalações mecânicas 
(escadas rolantes, casas de máquinas, sistema de exaustão 
mecânica etc.), instalações elétricas, telefônicas e lógica e 
instalações de segurança e pânico”.
14
 
 
 
3.3 COMÉRCIO 
A presença de ambulantes por toda a área da Estação da Lapa não se 
passa despercebida. O grande acúmulo de pessoas que praticam o comércio 
informal na Estação, por mais que seja uma prática estabelecida há muitos 
anos, muitas vezes, prejudica a circulação de passageiros através da Estação, 
além de todos os problemas físicos estruturais que ocasionam a dificuldade 
para transitar entre as dependências do local. A ocupação de ambulantes em 
todos os pavimentos da Estação se dá de forma desordenada, estes, até 
mesmo, próximo a escadas. 
 
 
Presença de ambulantes no pavimento térreo da Estação 
 
 
14
 Fonte: Relatório de Vistoria Nº. 007/2006 realizado pelo CREA-BA em 18 de dezembro de 2006. 
A maioria dos usuários da Estação reclama da falta de organização 
deste tipo de comércio15, como salienta o estudante Moisés Costa, de 21 anos: 
 
“Discordo de qualquer tipo de comércio informal, pois afeta 
negativamente a economia da cidade, que não coleta impostos 
destes vendedores que, em teoria, seriam revertidos para o 
bem da população. Não vou entrar no mérito de o imposto ser 
alto ou não ou o que os políticos fazem com o dinheiro. Apenas 
acho que, organizando e formalizando o comércio, as coisas 
andariam melhor”. 
 
Por outro lado, pode ser observado que há importância da presença dos 
ambulantes, pois estes até mesmo evitam algum tipo de violência enquanto a 
Estação segue em horários de pouco movimento e que isso “intimida” alguns 
marginais de praticarem algum tipo de assalto, além de alguns ambulantes 
auxiliarem prestando informações sobre a Lapa. 
De qualquer forma, é necessária a organização e se possível o 
cadastramento destas pessoas que utilizam a Estação como seu local de 
trabalho e fonte de renda, mesmo que seja de forma informal. O controle e 
fiscalização destes comércios daria mais segurança aos transeuntes da 
Estação além de organizar e facilitar a circulação das pessoas na área da 
Lapa. 
 
4. ACESSIBILIDADE 
Podemos dizer que acessibilidade na Estação Clériston Andrade é 
quase que inexistente. Ou seja, levando em consideração o Decreto 
Federal nº 5.296/0416, as normas gerais e critérios básicos para 
 
15
 De acordo com pesquisa de campo realizada através da ferramenta Google Docs 
https://docs.google.com/forms/d/1-g1uVhYE30I5HWBrVY8VVBOVjZmPyXKDZROrcrFkEOQ/viewform 
16
 Fonte: DECRETO Nº. 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5296.htm 
acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida não são 
atendidas quando falamos a respeito da Lapa. 
De 460.000 pessoas que transitam pela Lapa todos os dias, as 
pessoas com deficiência e idosos carecem de melhor estrutura para facilitar 
o seu acesso e circulação. 
Foram encontrados os seguintes problemas17: 
i. Para acesso, as vias não asseguram um percurso mínimo e que sejam 
livres de barreiras para o usuário que adentra a Estação. 
ii. Inexistência de semáforos sonoros para pessoas com deficiência visual 
e calçadas em estado precário nas vias próximas à Estação. 
iii. Inexistência de rampas de acesso com inclinações adequadas. 
iv. Escadas rolantes paralisadas, sem funcionamento ou danificadas. 
v. Ausência de sinalização nas escadas, com cor e textura diferenciadas 
nas extremidades dos degraus. 
vi. Má iluminação, aumentando o fator de risco para pessoas com baixa 
visão, deficientes visuais e idosos que frequentam a Estação. 
vii. Falta de pessoal de apoio para auxiliar a circulação. 
viii. Pisos e degraus estreitos e derrapantes. Alguns locais com alagamento 
e umidade, potencializando o risco de alguma contingência. 
ix. Inexistência de outro equipamento eletromecânico de circulação vertical, 
como elevador. 
x. Mobiliário inadequado: balcões de serviço com altura muito elevada sem 
adaptação para pessoa com deficiência. 
xi. Ausência de sanitário – em pleno funcionamento – adaptado para 
pessoa com deficiência. 
xii. Não há vagas reservadas nos estacionamentos para pessoas com 
deficiência ou idosos. 
xiii. Não existem informativos em Braille nas paradas de ônibus para facilitar 
a leitura das pessoas com deficiência visual. 
xiv. Ausência de sinalização sonora que indique os horários de chegada e 
saída dos ônibus. 
 
17
 Identificados através de pesquisa de campo, Relatório de Vistoria 007/2006 e 008/2009 do CREA-BA. 
xv. Ausência de funcionários preparados para trabalhar com diversos tipos 
de público, que saiba se comunicar com pessoas com deficiência 
auditiva. 
 
5. PLANO DE REFORMA 
Desde o início deste ano, 2013, foi divulgado que seria aberto um edital de 
projeto de concessão da Estação Clériston Andrade. Ou seja, há a 
possibilidade da Estação da Lapa deixar de ser administrada pelo Município 
de Salvador e passar a iniciativa privada. 
Numa entrevista concedida a TV Bahia18, o atual Secretário Municipal de 
Urbanismo e Transporte José Carlos Aleluia, diz que antes da concessão 
algumas medidas serão tomadas em questão à limpeza, segurança e 
banheiros e que a reforma completa da Lapa será realizada pela empresa 
que ganhar a concessão do patrimônio. Em outro momento, em entrevista 
ao Bahia Notícias19, o Secretário afirma que o projeto de concessão já está 
pronto e o prazo é apenas para encaminhar à Câmara de Vereadores e 
após segue o prazo de fazer a licitação. 
Outras Estações de ônibus em Salvador serão administradas pelo Estado e 
somente a Lapa será intervida pela iniciativa privada. 
 
18
 Rede Bahia de Televisão, Jornal da Manhã, 09 de julho de 2013 às 09:58 em 
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/07/usuarios-reclamam-da-estacao-da-lapa-secretario-diz-que-
fara-reforma.html 
19
 Entrevista realizada em maio de 2013 e divulgada em 08 de julho de 2013 em 
http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/140292-projeto-de-concessao-da-estacao-da-lapa-
sera-enviado-039-a-qualquer-momento-039-a-camara-diz-aleluia.html 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Estação da Lapa vive momentos de dificuldade há muitos anos, e, 
desde sua inauguração, apenas uma reforma foi feita que foi em 2000.Levando em consideração seu porte e a quantidade de pessoas que transitam 
por ela além de sua importância para cidade de Salvador, é evidente que 
deveria ter sido mais cuidada. 
Foram identificados vários problemas em segurança, limpeza, estrutura, 
comércio, acessibilidade e organização na Estação Clériston Andrade. Mas, 
além das falhas de uma gestão municipal em relação à Estação e, não 
somente a Estação, como a cidade de Salvador como um todo, é preciso levar 
em questão a educação do povo baiano com o patrimônio público. É preciso 
que haja uma reeducação e conscientização das pessoas para que preservem 
aquilo que vão utilizar e servirá para benefício próprio, sendo, neste caso para 
locomoção para fins de produção (trabalho) e fins pessoais. 
A Lapa faz parte da vida da maioria dos moradores de Salvador e ao 
longo destes 31 anos, não é com alegria que presenciamos seu atual estado 
degradado. E, diante de toda sua importância, não é possível imaginar 
Salvador sem a Estação da Lapa nos dias de hoje. 
 
i
 Todas as fotos utilizadas neste artigo são de responsabilidade própria, foram produzidas através de 
pesquisa de campo realizada no dia 18 de maio de 2013, por volta das 14h.

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