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Juntas
Apresentação
Um aspecto muito importante dos maciços rochosos é que eles são fraturados, por exemplo, por 
juntas, além dos poros primários existentes nas rochas. Entretanto, devido às condições que 
controlam a mineração e à localização das obras de Engenharia Civil, vários tipos litológicos podem 
ocorrer em qualquer investigação. De início, dois problemas estão envolvidos: o estudo da direção 
e das propriedades das juntas; e o estudo das propriedades e da textura das rochas entre as juntas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá compreender o que são juntas, suas principais 
características e como sua ocorrência no maciço pode denotar grande importância em estudos de 
Engenharia Aplicada.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir juntas e a sua importância prática.•
Identificar juntas.•
Analisar o estado de fragmentação de maciços rochosos por meio do estudo de juntas.•
Desafio
Em muitos projetos de Engenharia, há uma abordagem quanto à classificação geomecânica do 
maciço rochoso, composto pela rocha intacta (sem descontinuidades e alteração) e pelas 
descontinuidades em si. É necessário lembrar que o maciço rochoso pode ser definido como um 
conjunto de material rochoso separado por descontinuidades rochosas, principalmente por juntas, 
planos de acamamento, intrusões e diques. Segundo Bieniawski (1989), a classificação geomecânica 
do maciço rochoso é o processo de colocar um maciço rochoso em grupos ou classes com relações 
definidas. Esses sistemas fornecem uma base para a compreensão das características e do 
comportamento das rochas e se relacionam às experiências adquiridas nas condições de um local 
para outro. Nesse sentido, existe a classificação Rock Mass Rating (RMR). Ela qualifica o maciço 
para permitir o dimensionamento empírico e expedito de seu suporte estrutural. Essa classificação 
tem as seguintes características: 
• Pontua o valor do maciço entre 0 e 100 pontos.
• Leva em consideração: a resistência à compressão simples por meio do Índice de Compressão 
Puntiforme, o número de fraturas por m³ (RQD - Rock Quality Designation), o espaçamento e as 
condições das fraturas, além de características como a abertura, a rugosidade, a persistência, a 
alteração da parede e o preenchimento da fratura, bem como a presença de água. A tabela a seguir 
mostra esses parâmetros e define notas para eles.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/38b55728-fab5-42c0-b5b6-961fb1059146/cafa8cd9-af42-4c11-83b5-ad8865712671.png
Dependendo do tipo de objetivo que se tem (túneis, fundações ou taludes), pode-se acrescentar, 
ainda, uma pontuação que considera a orientação dos planos de descontinuidade. Por fim, após o 
somatório das notas, pode-se classificar o maciço como sendo:
Classe I – Muito bom (81 a 100 pontos) 
Classe II – Bom (61 a 80 pontos) 
Classe III – Regular (41 a 60 pontos) 
Classe IV – Pobre (21 a 40 pontos) 
Classe V – Muito pobre (0 a 20 pontos)
Assim, é necessário que você calcule o valor de RMR do maciço, sabendo que a abertura do túnel 
se dá no sentido inverso da inclinação das descontinuidades, cujo espaçamento médio é de 1m. 
Utilize a tabela de pontos e diga a qualidade do maciço.
Infográfico
Desde a pré-história, as rochas vêm sendo utilizadas pelo homem para a fabricação de armas, 
ferramentas e utensílios. Casas, fortificações, esculturas, construções de modo geral e até mesmo 
túneis foram construídos com esse material (GOODMAN, 1989). Nada disso seria possível se, nos 
maciços rochosos, não houvesse planos de fraqueza, como as juntas, fraturas e descontinuidades 
no geral. 
No Infográfico, você verá a importância das juntas em distintas áreas.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2ac9cfc0-097b-46a1-a649-381e7ac9e6a7/1101aa37-e15b-4f36-8d13-905645ce7770.png
Conteúdo do livro
Sabe-se que o maciço rochoso é um meio descontínuo formado pela rocha e pelas 
descontinuidades que o atravessam. Dentre essas descontinuidades, estão as juntas, que podem 
apresentar-se em escalas megascópicas a microscópicas. As juntas são responsáveis não apenas por 
controlar as propriedades mecânicas dos maciços, mas também por permitir o desenvolvimento de 
aquíferos, depósitos minerais e até mesmo facilitar ou dificultar a extração de rochas.
No capítulo Juntas, da obra Geologia Estrutural, você irá saber o que representa uma junta e sua 
importância prática. Verá também sobre suas principais características e formas de identificação. 
Por fim, avaliará acerca do estado de fragmentação de um maciço rochoso por meio da observação 
das juntas.
Boa leitura.
GEOLOGIA 
ESTRUTURAL
Márcio Fernandes Leão
Juntas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir juntas e a sua importância prática.
  Identificar juntas.
  Analisar o estado de fragmentação de maciços rochosos por meio 
do estudo de juntas.
Introdução
Juntas ou fraturas são as estruturas mais encontradas na superfície da 
crosta terrestre, observáveis em qualquer afloramento e tipo de rocha. As 
juntas afetam a resistência das rochas ao estresse, por isso, estudá-las e 
analisá-las de maneira cuidadosa é muito importante, em especial quando 
forem realizadas obras como construção de túneis e barragens e outros 
trabalhos de engenharia. A distribuição das juntas também determina, 
em parte, o projeto de exploração de uma mina. Essas estruturas também 
constituem lugares geométricos que controlam a localização da minera-
lização do desempenho econômico, portanto devem ser tomadas como 
uma variável importante na exploração de depósitos.
Neste capítulo, você vai estudar sobre o conceito das juntas, sua defini-
ção e a sua importância prática. Além disso, vai aprender a caracterizá-las 
e a analisar o estado de fragmentação dos maciços rochosos por meio 
do estudo dessas estruturas. 
1 O que são juntas?
Por defi nição, as juntas são superfícies ou planos de descontinuidade na ro-
cha, ao longo dos quais perde-se a coesão, ou seja, a integridade do material. 
Outro termo comumente associado às juntas são as “falhas”. Quando um 
deslocamento mensurável ocorre ao longo de um plano de junta, ou seja, se 
a rocha de um lado dessa estrutura se moveu em relação à rocha do outro 
lado, a junta recebe o nome de falha. Um deslocamento mínimo de 0,5mm 
é um dos critérios para que uma junta seja chamada de falha. Ao contrário, 
se o deslocamento não ocorrer ou se for pequeno demais para ser visível, ela 
será chamada de diáclase. Os veios são juntas preenchidas com minerais 
secundários como quartzo, calcita, etc (TWISS; MOORES, 1992). 
Modos de ruptura
Existe um tipo de classifi cação das fraturas de acordo com o modo de ruptura, 
as quais (Figura 1): 
  modo I (o deslocamento dos blocos é normal em relação ao plano de 
junta);
  modo II (o deslocamento dos blocos é paralelo ao plano de junta e 
normal na frente da propagação da junta); 
  modo III (o deslocamento dos blocos é paralelo ao plano de junta e à 
frente de propagação da junta).
Enquanto o modo I é chamado de modo de tensão, os modos II e III cor-
respondem ao cisalhamento (KULLBERG, 1995).
Figura 1. Classificação das fraturas de acordo com o modo de abertura. A seta longa indica 
a direção e a direção de propagação da fratura, e as setas pequenas indicam a direção do 
movimento relativo dos blocos. 
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
Juntas2
Rocha é o material componente do maciço rochoso, constituído por minerais e que se 
apresenta em massas ou fragmentos. Possui descontinuidades em escala ultramicroscó-
pica, microscópica e macroscópica. Maciço rochoso é um meio descontínuo formado 
pelo material da rocha e pelas descontinuidades (escalas megascópicas e regional)que 
o atravessam. Assim, a descontinuidade é o elemento (falha ou junta) que denota a não 
continuidade do maciço, diferindo, assim, da rocha, um meio mecanicamente contínuo. 
Além disso, a natureza, a localização e a orientação das descontinuidades afetam de 
forma profunda a maioria das propriedades dos maciços rochosos (deformabilidade, 
resistência, permeabilidade).
Microfissuras
Com relação às propriedades da rocha, o comportamento das redes de juntas 
ou fi ssuras é tão ou mais importante do que sua própria combinação mine-
ralógica. As microfi ssuras são pequenas descontinuidades comuns a rochas 
resistentes que sofreram deformação interna. Em combinação com os poros, 
as fi ssuras provocam os seguintes resultados:
  resposta carga/deslocamento não linear, especialmente para tensões 
baixas, em razão do fechamento das descontinuidades;
  redução da resistência à tração, fazendo com que as propriedades do 
material fiquem dependentes da tensão;
  variação e dispersão nos resultados dos ensaios;
  introdução de um efeito de escala na previsão do comportamento do 
material.
O efeito de uma única junta na massa de rocha é diminuir a resistência à 
tração quase a zero na direção perpendicular ao plano da junta e restringir a 
resistência ao cisalhamento na direção paralela ao plano da fratura. Se as juntas 
não estiverem distribuídas de forma randômica (quase sempre estão), cria-se 
uma grande anisotropia na resistência e em todas as outras propriedades da 
massa de rocha. A anisotropia, ou seja, a variação distinta espacial de uma 
propriedade qualquer, é comum a muitos tipos de rochas, mesmo que estas 
não tenham uma estrutura descontínua em razão da orientação dos grãos 
minerais ou ao histórico de tensão em certa direção.
3Juntas
Veios
Os veios são fraturas preenchidas com minerais precipitados de fl uidos 
que circulam no interior. O material de preenchimento pode ser maciço 
ou fi broso. Quando maciço, o material cristaliza em cavidades abertas, em 
geral, observando cristais euédricos, bem formados e com faces nítidas. 
Esses veios são formados em níveis superfi ciais da crosta terrestre, em que 
baixas pressões litostáticas permitem a existência de juntas abertas. Em 
profundidades, juntas maiores e abertas podem existir apenas se a pressão 
do fl uido dentro da junta for alta o sufi ciente para manter as suas paredes 
separadas.
Os veios preenchidos por cristais fibrosos se formam lentamente à medida 
que a fratura se abre, ocasionando, assim, deslocamentos assimétricos ao longo 
das juntas. As fibras crescem de acordo com a direção do alongamento do 
momento e, portanto, podem ser usadas para marcar a tensão infinitesimal. As 
fibras no interior dos veios podem ser retas ou sigmoidais. Entre os primeiros, 
as fibras podem crescer de forma perpendicular ou oblíqua às paredes das 
veias (Figura 2). Muitos veios contêm materiais que podem ser correlaciona-
dos a períodos no tempo, como é o caso das inclusões fluidas. Dessa forma, 
há possibilidade de determinar as condições de pressão e temperatura que 
ocorreram durante a deformação. 
Figura 2. Veios preenchidos por minerais fibrosos. (a) Fibras perpendiculares às paredes 
do grão; (b) fibras oblíquas nas paredes do grão; (c) fibras sigmoidais. 
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
Juntas4
Os veios fibrosos são importantes na análise estrutural, pois permitem 
estabelecer o histórico da deformação. Os veios usados nesse tipo de análise 
estrutural são sintaxiais, antitaxiais, compostos e preenchidos com cristais 
estirados.
Veios sintaxiais são formados quando o material de preenchimento tem 
a mesma composição que a rocha encaixante. Por exemplo, fibras de calcita 
formadas a partir de uma rocha calcária. Neste caso, os cristais formados 
crescem em continuidade óptica com os cristais de calcita da rocha encaixante. 
As fibras parecem limpas, à medida que o material mais recente é adicionado 
ao centro e que o grão se abre; são perpendiculares às bordas do grão e 
oblíquas no centro. A direção dos primeiros crescimentos é registrada pelas 
fibras nas margens do grão, enquanto os últimos crescimentos são registrados 
no centro do grão. 
Veios antitaxiais são preenchidos com fibras de um material de compo-
sição diferente da rocha encaixante, por exemplo, fibras de calcita em um 
quartzito. As fibras aparecem, neste caso, crescendo de uma linha de sutura 
central em direção às bordas do grão. A linha de sutura central é marcada 
por inclusões na rocha, que, em geral, seguem o formato das paredes. As 
fibras parecem “sujas” pela adição de material da rocha encaixante. Eles 
são oblíquos às bordas do grão e perpendiculares à sua superfície de sutura 
no centro do grão. A direção dos primeiros crescimentos é registrada pelas 
fibras na superfície central, enquanto os aumentos finais são registrados 
pelas fibras nas bordas da veia.
Veios compostos consistem em duas ou mais espécies minerais dispostas 
em áreas paralelas às paredes dos veios. Um dos minerais está relacionado 
à rocha e cresce em continuidade óptica com a borda do veio. Os cristais 
estirados são fibras que crescem em continuidade óptica com cristais nas 
bordas dos veios.
O arranjo dos veios em échelon (Figura 3a), formado durante a deformação 
simples de cisalhamento de uma das faixas de rocha, aqui materializada por 
uma camada de arenito, fornece informações sobre a deformação progressiva 
que se acumula nela. A ponta do grão sempre cresce de forma perpendicular 
à direção da extensão infinitesimal máxima, a 45º da borda da zona de cisa-
lhamento, mesmo quando o restante do grão tiver girado como resultado do 
movimento (Figura 3b).
5Juntas
Figura 3. Estrias em échelon (escada). (a) Formação inci-
piente como estrias retas; (b) veios girados sob um simples 
cisalhamento paralelo à estratificação de S0. 
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
2 Caracterização das juntas
As juntas podem ser classifi cadas do ponto de vista geométrico, e, portanto 
descritivo, ou do ponto de vista genético, em que há uma preocupação com 
a sua origem. Embora esta classifi cação seja desejável, em muitos casos, é 
de difícil aplicação no campo. Assim, é mais fácil e prático aplicar a termi-
nologia geométrica por não conter interpretações genéticas, muitas vezes 
sem precisão. Sabemos que as juntas possuem papel relevante nos estudos 
de geologia estrutural regional e sua análise estatística e assumem grande 
importância prática no campo da geologia aplicada à construção de estradas, 
túneis e barragens, por exemplo (PARK, 1997). A Figura 4 apresenta alguns 
exemplos de juntas cujas características veremos em seguida.
Juntas6
Figura 4. (a) Exemplo de juntas planares; (b) juntas preenchidas por mineralizações; (c) 
distintas famílias de juntas se interceptando; (d) exemplo do intemperismo físico na for-
mação de juntas.
Fonte: Adaptada de (a) LBM1948 (2013), (b) LBM1948 (2014), (c) Harington (2006), (d) Sandeen (2010).
Classificação geométrica
A classifi cação geométrica baseia-se na atitude das juntas em relação ao 
acamamento ou a outras estruturas que são interceptadas por elas. As juntas 
classifi cam-se, geometricamente, nos seguintes grupos:
7Juntas
  Sistemáticas: formam conjuntos definidos. Cada conjunto ou ordem de 
juntas se dispõe em planta, como juntas paralelas a subparalelas, podendo 
não apresentar tal paralelismo em uma seção vertical. As superfícies 
das juntas sistemáticas podem ser planares, curviplanares ou suaves. 
De maneira geral, são ortogonais às superfícies superior e inferior das 
unidades litológicas em que ocorrem, interceptando outras juntas. 
  Assistemáticas: em geral, são curvilíneas em planta. Terminam contra 
os planos de acamamento e não interceptam outras juntas. Dois ou 
mais conjuntos de juntas ou qualquer outro grupo de junta, dispostos 
segundo um arranjo característico, constituem um sistema de juntas.
Classificação por acamamento
As juntas também podem ser classifi cadas em relação ao acamamento 
(PASSCHIER;TROUW, 1996), são elas: 
  Juntas direcionais: são aquelas que exibem direção paralela ou subpara-
lela à direção de acamamento das rochas sedimentares, da xistosidade 
ou foliação de rochas metamórficas.
  Juntas de mergulho: são aquelas cuja direção é perpendicular à direção de 
acamamento de xistosidade ou foliação. As juntas de mergulho são, portanto, 
paralelas à direção de mergulho de acamamento, xistosidade ou foliação.
  Juntas de acamamento: são as que possuem a atitude paralela à atitude do 
acamamento das rochas sedimentares. Sua direção e seu mergulho são 
iguais à direção e ao mergulho do acamamento das rochas encaixantes.
A direção corresponde à medida angular de um plano em relação ao Norte. Já o 
mergulho é a medida angular em relação a um plano horizontal na superfície no 
sentido descendente. Essas medidas são muito importantes para definir estruturas 
no espaço. Da maneira que essas estruturas possam estar dispostas, pode haver, por 
exemplo, um escorregamento.
Juntas8
Classificação por estrutura regional
As juntas podem ser classifi cadas em relação à estrutura regional (PASSCHIER; 
TROUW, 1996):
  Juntas longitudinais: são aquelas que possuem direção paralela à orienta-
ção de eixos de dobras regionais e possuem, em geral, o mergulho elevado.
  Juntas transversais: possuem direção perpendicular acentuada aos 
eixos de dobramentos regionais que mostram, em geral, mergulhos 
também elevados. Em muitos locais tem sido constatado que essas 
juntas terminam frente a juntas sistemáticas.
  Juntas diagonais: de maneira geral, interceptam os eixos das dobras 
formando com estes um ângulo agudo, em que os mergulhos são fortes. 
As juntas diagonais dispõem-se de maneira mais ou menos simétrica às 
juntas longitudinais e transversais de uma região, formando conjuntos 
emparelhados. Com as juntas transversais, formam um ângulo agudo, 
e com as longitudinais, um ângulo obtuso.
Classificação genética
Uma vez que as juntas forem relacionadas, seja de forma geométrica ou des-
critiva ou por estruturas regionais, o geólogo é tentado a pesquisar a origem 
e os esforços aplicados na geração dessas estruturas. No entanto, em muitos 
casos, é difícil ou mesmo impossível descobrir sua gênese. A tentativa se 
baseia na relação das juntas, fraturas e falhas aos eixos principais do elipsoide 
de deformação e de tensão, que descrevem de maneira sensível o estado 
de deformação e tensão, respectivamente, que atuam em um corpo. Toda-
via, é raro reconhecer a posição dos eixos principais do elipsoide de tensão. 
Observando-se a natureza de fraturas e das juntas no campo, bem como sua 
atitude e os ângulos que os vários conjuntos e sistemas que se cortam fazem 
entre si, é possível inferir-se a posição do elipsoide de tensão (LEYSHON; 
LISLE, 1996). Isso é viável se forem comparadas as evidências de campo com 
os resultados de inúmeras experiências de laboratório sobre a deformação de 
rochas submetidas a condições de tensão distintas. Assim, podemos ter os 
seguintes tipos segundo a classifi cação genética das juntas:
9Juntas
  Juntas de tração: fraturas que se formam em ângulo reto, segundo a 
direção dos esforços trativos que tendem a separar as rochas. As juntas 
de tração oriundas do decréscimo de volume são as mais simples e co-
nhecidas. Dentre elas, podemos mencionar as juntas de resfriamento, que 
se formam em derrames de lavas e em chaminés vulcânicas, além das 
juntas de dissecação ou ressecamento, que se instalam em sedimentos 
que secam de forma progressiva.
  Juntas de cisalhamento: originadas por esforços que tendem a promover 
o deslizamento de uma parte da massa rochosa em relação a outra parte 
adjacente.
Quando a diminuição de volume (encolhimento) ocorre por qualquer um dos motivos 
mencionados para as juntas de tração, acontece um alívio de tensão por tração que se 
desenvolve em volta dos pontos de resfriamento, no caso de rochas ígneas, ou de seca-
mento, nos sedimentos argilosos. Se as rochas que experimentam o fenômeno possuem 
uma homogeneidade relativamente perfeita e se o resfriamento ou o secamento se 
processam de maneira uniforme, os pontos de resfriamento ou secamento distribuem-se, 
de modo mais ou menos uniforme. As distâncias entre esses pontos são, portanto, iguais, 
e as tensões trativas que se instalam são também idênticas. Em casos ideais, formam-se 
juntas hexagonais perfeitas. Em planta, têm-se contornos hexagonais, que constituem a 
base ou o topo de colunas hexagonais, quando consideradas no aspecto tridimensional. 
Esse tipo de junta é conhecida como junta colunar e é observada em derrames basálticos 
como os do Brasil e outras rochas vulcânicas, como apresentado na Figura 5.
Figura 5. Exemplo de basaltos colunares em juntas hexagonais que 
compõem o Caminho do Gigante (Giant’s Causeway), na Islândia.
Fonte: Chmee2 (2010, documento on-line).
Juntas10
Em litologias submetidas ao escoamento, em relação a outras rochas, algumas 
podem ser menos suscetíveis ao escoamento. Em consequência, o fluxo lateral 
em uma rocha, paralelo à direção mínima de tensão, pode acarretar em rochas 
mais quebradiças, envolvidas, com tensões trativas que originam juntas de tração 
normais à direção do fluxo. A consequência é o efeito conhecido por boudinage, 
observado especialmente em migmatitos. Nesses casos, é possível identificar a 
presença das seguintes juntas (PRICE; COSGROVE, 1990):
  Juntas plumosas: são juntas geradas por tração e observadas também 
em corpos de prova submetidos à tração em laboratório. Em exemplos 
geológicos, constatam-se que as pequenas juntas plumosas, associadas 
a juntas maiores retilíneas, exibem ramificações que se entrelaçam nas 
paredes opostas das juntas retilíneas.
  Juntas de extensão: são as juntas perpendiculares aos eixos de dobra-
mento. Originam-se em razão do estiramento que ocorre nas rochas 
de forma paralela aos eixos das dobras. Na descrição, são iguais às 
juntas transversais. A gênese é similar às fraturas que se desenvolvem 
paralelamente aos lados de corpos de prova submetidos à compressão.
  Juntas de alívio ou de relaxamento: são aquelas que se formam de forma 
paralela aos planos axiais das dobras. São geradas de modo semelhante 
às fraturas que se instalam perpendicularmente ao eixo de compressão, 
em corpos de prova, quando se remove a carga compressiva.
  Juntas de cisalhamento: mostram-se fechadas quando não atacadas pela 
meteorização. Muitas vezes, são relacionadas às falhas regionais, quando, 
então, podem exibir grande extensão ao longo de sua direção. Quando 
dois conjuntos de juntas se interceptam com um ângulo elevado formando 
um sistema conjugado, simetricamente dispostos em relação aos eixos 
principais de deformação, elas são consideradas juntas de cisalhamento.
Por fim, temos o desplacamento (ver Figuras 4a e c), que é quando as juntas 
ocorrem no sentido horizontal. São juntas e fraturas subparalelas à superfície 
topográfica observadas em corpos ígneos, principalmente graníticos e não estão 
relacionados ao processo de escoamento ou a outra feição estrutural primária. 
As juntas de desplacamento são mais notáveis nas zonas superficiais do corpo 
granítico, paralelas à topografia, e tendem a se horizontalizar em profundidade. 
Ocorrem bem fechadas, com espaçamento de poucos centímetros, próximas da 
superfície, tornando-se mais espaçadas com a profundidade e indistinguíveis 
a profundidades de dezenas de metros. Observa-se que, uma ou outra junta, 
pode ser seguida de forma lateral passando-se a outra, ou simplesmente ter-
11Juntas
minando de maneira brusca contra juntas verticais profundas não relacionadas 
à topografia. Esse fato evidencia que o desplacamento se formou em seguida 
às juntas verticais ou subverticais (GHOSH, 1993).
3 Estado de fragmentação dos maciços rochosos 
por meio da análise de juntas
As diáclases são de grande importância prática, pois determinam as 
propriedades geomecânicas e a porosidade da origem tectônica de uma 
massa rochosa de umamaneira ampla. Elas têm signifi cado imediato na 
mineração e no trabalho a céu aberto, nas pedreiras, nos projetos de obras 
de engenharia, na circulação de água subterrânea, nos reservatórios de 
hidrocarbonetos e na circulação de fl uidos hidrotérmicos e nos depósitos 
minerais (DAVIS, 1984).
As diáclases são as estruturas tectônicas mais comuns na superfície da 
Terra, apresentam-se em uma ampla variedade de rochas e em ambientes 
tectônicos (MATTAUER, 1973). Elas afetam profundamente a fisiografia 
da superfície do planeta, por exemplo, por meio do controle sobre o layout 
das costas e sobre o design das redes de drenagem. Apesar de estarem 
presentes em todos os tipos de rochas, existem várias razões pelas quais 
sua análise é difícil. Sua idade, em geral, não é conhecida, pois elas são 
facilmente reativadas como falhas, não representam uma magnitude de 
tensão quantificável ou importante; no entanto, existem vários mecanis-
mos possíveis que explicam sua origem. Vamos entender como podem ser 
classificadas as diáclases?
Classificação das diáclases
Existem principalmente dois tipos de diáclases: 
  sistemáticas: ocorrem em sistemas paralelos bem definidos e têm su-
perfícies planas, além de se cruzarem em ângulo reto com o plano de 
estratificação;
  não sistemáticas: têm superfícies irregulares e não cortam as diáclases 
sistemáticas, além de, em geral, serem terminadas contra planos de 
estratificação.
Juntas12
As diáclases sistemáticas paralelas são agrupadas em um sistema de diáclases 
(em inglês, set). Dois ou mais sistemas de diáclases constituem uma rede de 
diáclases (em inglês system), conforme pode se observar na Figura 6.
Figura 6. Rede de diáclases formada por dois sistemas de di-
áclases (1) e (2). O sistema 1 possui uma frequência mais alta 
do que o sistema 2.
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
Classifi cação de acordo com a extensão — As diáclases também podem ser 
classifi cadas de acordo com sua extensão. Por exemplo, grandes diáclases são 
defi nidas como aquelas que atravessam várias unidades litológicas e podem 
ser mapeadas por várias dezenas ou centenas de metros. As principais diácla-
ses são aquelas que têm uma ordem de magnitude menor do que as grandes 
diáclases, mas ainda têm uma aparência muito defi nida. As diáclases menores 
são, como o nome indica, de menor importância. 
Classifi cação de acordo com a frequência do diaclasamento — Com relação 
à importância relativa ou à frequência da diaclasamento, distinguem-se as 
diáclases principal e secundária:
  diáclase principal — sistema de diáclases que apresenta maior frequ-
ência e extensão;
  diáclase secundária — sistema menos importante em termos de fre-
quência e extensão.
13Juntas
Classifi cação de acordo com a intensidade — Podemos ainda defi nir a 
intensidade do diaclasamento (RUBILAR, 1999). Entende-se a intensidade 
da diáclase de uma rede de diáclases como a área total da superfície coberta 
por um número n de diáclases sistemáticas na unidade de volume. Utilizemos 
como exemplo um cilindro de comprimento L, que atravessa um sistema de 
diáclases j com n diáclases, cada um com a área A (Figura 7). A intensidade 
do diaclasamento I do sistema j é dada pela seguinte fórmula:
onde:
nA = superfície total 
L × A = volume total, que é igual à frequência F do diaclasamento do sistema
Assim, chega-se ao seguinte cálculo:
onde Fj é o número de diáclases por centímetro.
Figura 7. Cilindro de comprimento L cruzando perpendicular-
mente um sistema de diáclases. A interseção do cilindro com 
cada lâmina determina uma área A.
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
Juntas14
Isso significa que, na prática, a intensidade do diaclasamento é medida 
pela frequência das diáclases, em que a frequência é o número de diáclases 
cruzadas por uma linha perpendicular a cada sistema de diáclases. É medida 
em número de juntas por centímetro (n/cm) ou em número de diáclases por 
metro linear (n/m).
Para determinar a intensidade total de diaclasamento de uma rede de 
diáclases, basta adicionar a frequência individual de cada um dos sistemas 
que compõem a rede. Considerando uma rede de diáclases com sistemas de 
m diáclases, a intensidade total será a seguinte:
Classifi cação da idade dos sistemas de diáclases — É possível também 
identifi car a idade relativa de diferentes sistemas de diáclases (WILSON, 
1982). Três critérios são utilizados para determinar a idade relativa entre dois 
sistemas de diáclases (Figura 8), os quais:
  terminação em forma de garfo de um sistema de juntas mais recente 
em relação a um sistema mais antigo (Figura 8a); 
  preenchimento de um dos sistemas por minerais de origem hidrotermal, 
como quartzo, clorito, calcita, etc., e o outro não (Figura 8b); neste caso, 
o sistema mais novo corresponde ao que não possui mineralização;
  desvio de curso de uma diáclase mais nova quando esta atingir uma 
mais antiga, adotando uma posição perpendicular a ela (Figura 8c). 
Isso ocorre porque, nas imediações de uma diáclase, o campo de tensão 
é modificado de tal maneira que a orientação da tensão é paralela à 
antiga diáclase. 
15Juntas
Figura 8. Idade relativa de diferentes sistemas de diáclases. (a) Rescisão do sistema J3 
contra o sistema J2. (b) Dois sistemas de diáclases, um anterior mineralizado (1) e outro não 
mineralizado (2). (c) Dois sistemas que interceptam, (1) é anterior a (2).
Fonte: Adaptada de Rubilar (1999).
Juntas em maciço rochoso
A quantidade de juntas em um maciço rochoso pode inclusive defi nir regiões 
propensas a aquíferos. A água nessas rochas preenche as juntas, como, por 
exemplo, nos aquíferos fraturados, que são granitos, gnaisses, xistos, ardósias, 
gabros, diabásios, etc. Os vazios são compostos por estruturas tectônicas, 
tais como juntas, diáclases, falhas, fi ssuras e foliação. Esse tipo de aquífero é 
verifi cado em rochas ígneas e metamórfi cas. A capacidade de armazenamento 
de água dessas rochas depende da sua porosidade e de sua permeabilidade 
que, por sua vez, dependem das características das descontinuidades, tais 
como sua quantidade, abertura e intercomunicação.
Juntas16
A presença das juntas no maciço rochoso é de extrema valia na análise da qualidade 
das rochas. Uma das maneiras de classificação geomecânica de um maciço é por meio 
da classificação rock mass classification (RMR). Essa classe pontua o maciço por meio 
do somatório de notas que pode variar de 0 a 100 pontos.
Vários parâmetros importantes devem ser considerados para descrever o maciço 
rochoso com precisão e garantir a sua estabilidade. Os vários parâmetros importantes 
usados para descrição e classificação do maciço rochoso são os seguintes:
  (1) Resistência do material rochoso intacto (resistência à compressão, resistência à 
compressão puntiforme e módulo de elasticidade).
  (2) Designação da qualidade da rocha (RQD) que tem relação direta com o grau 
de faturamento por m3 do maciço, ou, em amostras de rochas, trechos maiores 
do que 10cm de comprimento.
  (3) Condições das juntas de rocha como orientação, abertura, superfície ou rugo-
sidade, preenchimento e alteração das paredes.
  (4) Espaçamento das juntas.
  (5) Presença de água e condições das juntas sob essa influência.
O item 1 é obtido diretamente por meio de ensaios de laboratório. Os itens 2 a 5 são 
obtidos por meio de observação direta das juntas das rochas. Nesse ponto, a Figura 
9 mostra o exemplo de um bloco diagrama em que é possível observar as principais 
características das juntas. 
Persistência
Família 2
Preenchimento
Espaçamento
Família 1
RugosidadeRugosidade
Afastamento
Presença de �uido
Abertura
Direção e
caimento
N
Figura 9. Maciços rochosos e descontinuidades.
Fonte: Adaptada de Bieniawski (1989)
17Juntas
O papel das juntas no meio natural pode induzir, condicionar ou propiciar a 
ocorrência de determinado fenômeno. Um grande número de juntas presentes 
no maciço pode facilitar a sua fragmentação; entretanto, imaginemos que 
realizaremo uma escavaçãosubterrânea e iremos atravessar uma região muito 
fraturada. Para isso, será preciso conhecer o estado do maciço para verificar 
se haverá um problema de instabilização. 
A presença das juntas permite que fluidos percolem e possibilitem a 
precipitação de minerais em determinadas regiões. Nesse sentido, pode-se 
verificar a concentração de um minério em uma região fraturada do maciço. 
As juntas também são responsáveis por condicionar o relevo, são agentes 
facilitadores do intemperismo. Isso significa que contribuem para o ciclo 
das rochas, transformando-as em materiais geológicos mais evoluídos, como 
os solos. Esses são apenas alguns exemplos de uma grande infinidade de 
particularidades que podem ser encontradas ao lidar com um meio natural.
BIENIAWSKI, Z. T. Engineering rock mass classifications: a complete manual for engineers 
and geologists in mining, civil, and petroleum engineering. New York: Wiley, 1989.
CHMEE2. Giant's Causeway. 2010. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Giant%27s_Causeway_(14).JPG. Acesso em: 30 mar. 2020.
DAVIS, G. H. Structural geology of rocks and regions. New York: Wiley, 1984.
GHOSH, S. K. Structural geology: fundamentals and modern developments. Oxford: 
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HARINGTON, G. D. Cracks at Sunrise-on-Sea, Eastern Cape. 2006. Disponível em: https://
commons.wikimedia.org/wiki/File:Cracks_at_Sunrise-on-Sea,_Eastern_Cape.jpg. 
Acesso em: 30 mar. 2020.
KULLBERG, M. C. Geologia estrutural: apontamentos. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1995.
LBM1948. Luquillo, playa 14. 2013. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/
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LEYSHON, P. R.; LISLE, R. J. Stereographic projection techniques in structural geology. Oxford: 
Butterworth-Heinemann, 1996.
MATTAUER, M. Les déformations des matériaux de l'écorce terrestre. Paris: Hermann, 1973.
Juntas18
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PARK, R. G. Foundations of structural geology. 3rd ed. Glasgow: Chapman & Hall, 1997.
PASSCHIER, C. W.; TROUW, R. A. J. Microtectonics. New York: Springer, 1996.
PRICE, N. J.; COSGROVE, J, W. Analysis of geological structures. Cambridge: Cambridge 
University, 1990.
RUBILAR, N. H. Geología estructural. Santiago (Chile): Ril Editores, 1999.
SANDEEN, J. Mechanical weathering. 2010. Disponível em: https://commons.wikimedia.
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ORES, E. M. Structural geology. New York: Freeman, 1992.
WILSON, G. Introduction to small-scale geological structures. Boston: Allen & Unwin, 1982.
19Juntas
Dica do professor
O projeto de qualquer estrutura a ser implantada, seja localizada na superfície ou no espaço 
subterrâneo, deve incluir um minucioso estudo das estruturas geológicas do local da construção. A 
descrição da qualidade de um maciço, especialmente de um maciço rochoso, inclui a análise das 
características das descontinuidades presentes nesses locais.
Nesta Dica do Professor, serão elencadas as principais características das juntas, aqui tratadas 
como descontinuidades, e de suma importância na caracterização dos maciços rochosos.
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Exercícios
1) As fraturas são descontinuidades formadas em resposta a esforços internos ou externos 
atuantes no corpo fraturado. Indicam perda da coesão (esforços superam a coesão da rocha).
Dentre os conceitos que definem as fraturas, é possível mencionar que:
A) caracterizam o campo da deformação dúctil, ou seja, porções rasas da crosta terrestre (em 
torno de 10 a 15km).
B) são de origem exclusivamente tectônica, ou seja, oriunda dos fenômenos geológicos que 
atuam nos maciços rochosos.
C) são divididas em falhas e juntas, distintas entre si pela presença e pela ausência de 
movimento, respectivamente.
D) o fraturamento ocorre ao longo de planos pré-definidos e gera três tipos principais: fraturas 
de tração, de cisalhamento e estilolíticas.
E) os veios são fraturas preenchidas exclusivamente por minerais de grande interesse 
econômico e comercial.
2) Segundo Goodman (1989), existem três caminhos pelos quais as rochas sofrem 
deformações. O primeiro está relacionado ao fluxo, quando as deformações são mais ou 
menos distribuídas no cisalhamento dúctil. O segundo refere-se aos dobramentos, 
flexionando as camadas, havendo encurtamento acentuado e deformação interna moderada. 
Por último, ocorrem as descontinuidades entre blocos adjacentes, ao longo de discretas 
superfícies ou zonas com pouca ou intensa deformação e/ou deslocamento entre os blocos. 
Tais descontinuidades são chamadas de fraturas.
A partir do contexto, pode-se afirmar que:
A) a junta é uma fratura extensional natural.
B) a família é um conjunto de juntas ortogonais.
C) o dique é uma fratura regional preenchida.
D) diáclases são duas famílias de juntas paralelas.
Carlos Henrique
Realce
Carlos Henrique
Realce
E) falhas são juntas onde não houve movimento.
3) Sabe-se que as juntas, ou melhor dizendo, as suas características, conforme ocorrem no 
maciço rochoso, podem influenciar o comportamento mecânico dele. Considerando as 
características das juntas, como, por exemplo, a abertura, o espaçamento e a continuidade 
(persistência), pode-se dizer que, se um maciço sofre esforço além do que é capaz de 
suportar (ação antrópica) ou intemperismo (processo natural), essas características irão 
"reagir" da seguinte forma:
A) A abertura irá diminuir, o espaçamento irá aumentar e a continuidade irá diminuir.
B) A abertura irá aumentar, o espaçamento irá diminuir e a continuidade irá diminuir.
C) A abertura irá aumentar, o espaçamento irá aumentar e a continuidade irá aumentar.
D) A abertura irá aumentar, o espaçamento irá diminuir e a continuidade irá aumentar.
E) A abertura irá diminuir, o espaçamento irá diminuir e a continuidade irá aumentar.
4) Em maciços rochosos, dependendo do esforço que eles sofrem, muitos tipos de juntas 
podem ser desenvolvidos. Quando, em uma situação, é possível vislumbrar o esforço 
exercido entre duas faces de uma descontinuidade, pode-se dizer que as juntas são:
A) de alívio.
B) de cisalhamento.
C) diagonais.
D) transversais.
E) de tração.
5) As juntas podem não apenas representar preocupação quanto à resistência de um maciço 
rochoso, mas também podem favorecer, por exemplo, a formação de aquíferos, os quais 
podem ser definidos como sendo do tipo fissural.
Dentre as rochas que formam esses aquíferos, podemos citar os:
A) folhelhos.
B) calcários.
Carlos Henrique
Realce
Carlos Henrique
Realce
C) dolomitos.
D) arenitos.
E) granitos.
Carlos Henrique
Realce
Na prática
O conceito da estabilidade de um maciço é indeterminado, já que taludes desenvolvidos sobre, ou 
em, rochas, ou mesmo de solos, não fornecem garantia de estabilidade por muitos anos. A 
qualidade da massa rochosa tem impactos significativos na estabilidade de obras de Engenharia. 
Sabe-se que o maciço rochoso consiste em material rochoso contínuo, bem como 
descontinuidades/fraturas (por exemplo, falhas, juntas). Tais descontinuidades são regiões de 
fraqueza e, consequentemente, podem levar a problemas cruciais de instabilidade.
Este Na Prática traz o papel das descontinuidades na estabilidade dos maciços rochosos, bem como 
os elementos que devem ser considerarados paraa execução de qualquer tipo de análise de 
estabilidade.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Caracterização geológico-geotécnica de uma jazida de rocha 
localizada em Santa Maria/RS
Este artigo apresenta o papel das juntas na estabilidade em cavas rochosas.
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Modelagem da interação água/rocha nos aquíferos fraturados 
da região de Itabuna/BA
Neste artigo, é apresentada a importante relação entre as juntas e a disponibilidade de aquíferos.
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Classificação RMR (Minicurso Geomecânica Subterrânea)
Neste vídeo, você verá o uso da classificação RMR para maciços rochosos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://200.132.146.161/index.php/siepe/article/view/39873
http://ppegeo.igc.usp.br/index.php/anigeo/article/view/13173/12765�������
https://www.youtube.com/embed/itCQwK2H1Jc

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