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Comentários às Alterações da LRF | Renan Ongaratto
	
Sumário
COMENTÁRIOS ÀS ALTERAÇÕES DA LRF	3
1.	MUDANÇAS	3
2.	NOVIDADES*	11
Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do Senhor vem a vitória – Pv 21; 31
COMENTÁRIOS ÀS ALTERAÇÕES DA LRF
MUDANÇAS
Considerações Gerais sobre as alterações
· Aprimorou a técnica legislativa de diversos dispositivos – A lei tratava de temas correlatos em dispositivos diversos. A NLRF unificou o tratamento, sistematizando os temas. 
· EX: Passou a prever no próprio art. 6º que o stay period NÃO afeta os créditos do art. 49, §§3º e 4º da LRF. Antes, não havia qualquer previsão no art. 6º, que é onde se trata de forma geral das suspensões. 
· EX2: O art. 84 da LRF passou a tratar da classificação/ordem de todos dos créditos extraconcursais, o que antes era tratado de forma esparsa e confusa, gerando divisões doutrinárias. 
· EX3: Alterou a redação do art. 58, §1º, II da LRF (Cram Down) que remontava à época em que havia apenas três classes de credores, o que instaurava a polêmica acerca sobre se a sua literalidade, que falava em aprovação de duas classes, também se aplicaria no caso de haver quatro classes. A NLRF passou a prever que se forem 4 classes, terá que ter aprovação de 3. Sempre só poderá haver rejeição de uma classe apenas, independentemente de quantas sejam no total.
· Valorizou a celeridade, desburocratização e os meios eletrônicos 
· EX: Em diversos dispositivos a lei substituiu as intimações e comunicações antes feitas por editais publicados em jornais de grande circulação ou por meio de carta por publicidade e intimações eletrônicas. 
· EX2: Alterou os meios de alienação dos ativos (Antes realizados por leilão, propostas fechadas ou pregão). 
· EX3: Passou a prever como dever do ADM Jud. ter site com todas as informações e peças principais do processo (salvo se o juiz determinar o contrário), como forma de facilitar e agilizar consultas e publicidade. 
· EX4: Acrescentou dois novos “objetivos” da falência no art. 75 da LRF, quais sejam, permitir a liquidação célere, com vistas à realocação eficiente de recursos na economia; e fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do empreendedor falido à atividade econômica (a ideia de ambos é deixar claro que a falência tem por objetivo “resolver” a situação e “seguir o jogo” para que a economia gire). 
· EX5: Após decretação da falência, atualizou as obrigações do falido de forma a prever que são obrigações do REPRESENTANTE LEGAL e para prever que as declarações feitas no termo de comparecimento devem ser feitas diretamente ao administrador judicial e nas condições com ele pactuadas em até 15 dias, bem como NÃO mais haverá entrega dos livros e instrumentos de escrituração no cartório para serem assinados pelo juiz e só demais entregues ao administrador judicial. Haverá entrega DIRETAMENTE ao administrador judicial e ele mesmo os encerrará por termo. 
· EX6: Entrega ao ADM Jud. não apenas dos livros e registros, mas também senhas de acesso a sistemas contábeis, financeiros e bancários. 
· EX7: Previsão de cooperação entre os órgãos de registro e o TJ para manter banco de dados na internet acerca de devedores falidos e em RJ, bem como integração nacional dos bancos de dados dos RCPJ com ajuda do CNJ.
Suspensão das ações e execuções
· Hipóteses – A NLRF alterou a redação do art. 6º da LRF e incluiu nova hipótese (inciso III - medidas constritivas sobre créditos SUJEITOS à RJ/falência), mantendo as demais (incisos I e II – ações sobre quantia LÍQUIDA e execuções). NÃO apenas as obrigações e execuções devem ser suspensas, mas SOBRETUDO as medidas que possam atingir diretamente a higidez patrimonial do devedor, desde que se refiram a créditos sujeitos à habilitação em RJ/Falência.
· ATENÇÃO – A nova redação do inciso II NÃO fala mais em “ações”, mas somente em execução (diferentemente da redação anterior que falava em suspensão de "todas ações e execuções"). Contudo, o art. 6, §1 da LRF (que fala que prosseguirão as ações que demandarem quantia ilíquida, continua inalterado). Pode haver dúvida sobre se as ações que demandem quantia LÍQUIDA poderiam prosseguir, já que o art. 6, II da LRF não fala mais em suspensão de todas as ações, somente se referindo às execuções OU se o art. 6, §1 da LRF, lido a contrário senso, seria suficiente para dizer que as ações que demandam quantia líquida continuariam a ser suspensas. O melhor entendimento aparenta ser o de que “tudo continuará como antes”. Ou seja, mesmo as ações líquidas, como monitória, serão suspensas.
· Stay Period
· Possibilidade de prorrogação uma única vez por outros 180 dias – Consolidou entendimento jurisprudencial de que é possível, excepcionalmente, a prorrogação do prazo de 180 dias, quando o devedor não haja concorrido com a superação do prazo. A lei passa a dizer, contudo, expressamente, ser admissível APENAS UMA PRORROGAÇÃO.
· Previsão expressa de que mesmo em relação às execuções fiscais e créditos do art. 49, §§3º e 4º da LRF o juiz pode atuar para preservar bens de capital essenciais à atividade – A lei permite ao juiz, durante o Stay Period, substituir o bem (nas execuções fiscais) ou suspender os atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial (Art. 49, §§3º e 4º da LRF).
· ATENÇÃO – Manteve a ideia do Art. 6º §7º, que foi revogado e, que excepcionava do stay period as execuções fiscais – CONTUDO, em que pese na RJ as execuções fiscais prossigam, na falência NÃO (art. 7-A, §4º, V da LF – “as execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da FALÊNCIA, sem prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra os corresponsáveis”). Antes havia somente o art. 6º, §7º da LF que falava que as execuções fiscais não se suspenderiam pelo deferimento da RJ. Havia discussão sobre se o dispositivo podia ser aplicado também à falência. Agora há regra EXPRESSSA.
· Argumentava-se que o art. 6, §7-B da LF somente fala em recuperação judicial, mas se estenderia à falência, uma vez que isso decorreria de falha do legislador – Em razão de três principais argumentos: (i) Não se coaduna com a regra do art. 187 do CTN, que garante expressamente a cobrança paralela; (ii) O art. 76 da LF afirma que as execuções fiscais não se submeterão ao juízo universal; e, (iii) O art. 2º do DL 858/69 que afirma que a falência não suspende o curso dos executivos fiscais nem impede o ajuizamento de novos processos apurados posteriormente. Essa argumentação perdeu força em razão da opção expressa do legislador.
· Possibilidade expressa de o juiz com base no art. 300 do CPC antecipar total ou parcialmente os efeitos do deferimento da RJ (entre eles o stay period).
· Possibilidade expressa de os credores apresentarem plano de recuperação (Art. 6º, §4-A da LRF) – Novidade legislativa que permite expressamente aos credores a formulação de um plano após os 180 dias. Se acabar o stay period e o juiz não tiver prorrogado, tampouco os credores apresentado plano alternativo em 30 dias, não haverá mais as suspensões. Caso haja plano alternativo a suspensão continuará por “novos” 180 dias do fim do prazo do stay period ou da assembleia caso os credores apresentem plano alternativo em até 30 dias.
· Vedação expressa de o devedor, até a aprovação do plano, distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei.
· Prazo decadencial de 3 anos para habilitação retardatária – O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de crédito em, no máximo, 3 anos, contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de decadência.
NLRF passou a prever que a falência/RJ NÃO suspende procedimentos arbitrais.
Novos deveres do Administrador Judicial – As alterações seguiram a linha mestre da NLRF de reduzir burocracia e fomentar o uso de meios eletrônicos. Especial destaque para o dever de proceder a venda de todos os bens arrecadados, na falência, em até 180 dias da juntada do auto de arrecadação.· Na falência e na RJ
· Estimular a conciliação, a mediação e outros métodos alternativos de solução de conflitos – É uma tônica da lei, que dedicou, inclusive, uma nova seção especificamente ao tema.
· Manter endereço eletrônico na internet
· Com informações atualizadas sobre os processos de falência e de recuperação judicial – A ideia coaduna-se o movimento da NLRF em diminuir a burocracia, aumentar a celeridade e publicidade.
· Para o recebimento de pedidos de habilitação ou divergências – Ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão ser utilizados pelos credores, salvo decisão judicial em sentido contrário. Mais um dispositivo na linha de desburocratizar, agilizar e facilitar, estimulando, ainda, o uso do meio eletrônico.
· Responder no máximo em até 15 dias ofícios e solicitações enviadas por outros juízos e órgãos públicos – Sem necessidade de prévia deliberação do juízo;
· Na RJ
· Deveres de fiscalização – A NLRF traz novos deveres do ADM Jud. que se voltam a atuar como fiscal/mediador do processo, tanto para assegurar a regularidade, quanto para evitar expedientes dilatórios/prejudiciais e a observância do que foi pactuado.
· Publicar no endereço eletrônico específico relatório mensal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação judicial (em até 15 dias da apresentação do plano).
· Na Falência
· IMPORTANTE – Proceder à venda de TODOS os bens da massa falida no prazo máximo de 180 dias da juntada do auto de arrecadação – Sob pena de destituição, salvo por impossibilidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial. Tratou-se de alteração do art. 22, III, j da LRF que, antes, trazia como dever requerer ao juiz a venda antecipada apenas de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa.
Assembleia de Credores
· Previu nova competência da AG – Em verdade, tal competência já estava inserida no art. 35, f da LRF, que dizia ser atribuição da AG deliberar sobre qualquer matéria que possa afetar os interesses dos credores. CONTUDO, a NLRF trouxe previsão expressa de que caberá a AG deliberar sobre alienação de bens ou direitos do ativo NÃO circulante do devedor, não prevista no plano de recuperação judicial;
· Atualização da redação do art. 36 da LRF para mudar a forma de convocação – NÃO mais por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação, mas sim no diário oficial eletrônico e disponibilizado no sítio eletrônico do administrador judicial.
· Previsão da possibilidade de substituição da AG por outros meios (NOVIDADE) – O Art. 39, §4º da LRF previu que a AG pode ser substituída, devendo o ADM Jud. fiscalizar e emitir parecer sobre a regularidade. São as hipóteses da lei: 
· Votação eletrônica que reproduza as condições de tomada de voto da AG; 
· Outro mecanismo reputado suficientemente seguro pelo juiz. 
· Termo de adesão firmado por tantos credores quantos satisfaçam o quórum de aprovação do art. 45-A da LRF – Variará de acordo com a espécie de deliberação.
· Deliberações “gerais” – Comprovação de adesão de mais da metade do valor dos créditos sujeitos à recuperação judicial.
· Deliberações sobre o plano – Comprovação de adesão que atinja o quórum do art. 45 da LRF. Mais da metade do valor dos créditos presentes E maioria das cabeças ou apenas maioria das cabeças a depender da classe. 
· Oposições – Havendo dispensa da AG, o juiz intimará os credores para apresentarem 
· Oposições em até 10 dias. 
· Resposta do devedor em 10 dias.
· ADM Jud. será ouvido em 5 dias.
· Matérias objeto das oposições - As oposições apenas poderão versar sobre (basicamente formalidades e irregularidades): 
· I - não preenchimento do quórum legal de aprovação; 
· II - descumprimento do procedimento disciplinado nesta Lei; 
· III - irregularidades do termo de adesão ao plano de recuperação; ou 
· IV - irregularidades e ilegalidades do plano de recuperação.
· Deliberação sobre constituir comitê de credores – Comprovação de adesão da maioria dos créditos de cada conjunto de credores previsto no art. 26 da LRF.
· Deliberações sobre forma alternativa de realização do ativo na falência – Comprovação de adesão da de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos.
· Possibilidade expressa de anulação de voto abusivo do credor – Quando manifestamente exercido para obter vantagem ilícita para si ou para outrem
Empresário Rural
· Comprovação da atividade – Tempo não se comprova mais com Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica, mas sim com:
· PJ rural – Escrituração Contábil Fiscal (ECF)
· Pessoa física rural – Livro caixa (equivalente à ECF) e, ainda, IRPF e Balanço Patrimonial (regime de competência e feito por CONTADOR HABILITADO).
· Créditos sujeitos – Somente os créditos que decorram exclusivamente da atividade rural e estejam discriminados nos documentos apresentados. 
· Crédito excluído – A NLRF excluiu expressamente da RJ a dívida dos últimos 3 anos que tenha sido contraída com a finalidade de aquisição de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias.
· O rural poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que o valor da causa não exceda a R$ 4.800.000,00.
Incluiu dois novos meios de recuperação – São eles a conversão de dívida em capital social e a venda integral da devedora. Em verdade, não seria necessária tal inclusão já o que art. 50 da LRF traz rol EXEMPLIFICATIVO. Mas a previsão é salutar até para incentivar tais meios. Foi incluído, inclusive o art. 50, §3º da LRF, prevendo que NÃO haverá sucessão ou responsabilidade por dívidas de qualquer natureza a terceiro credor, investidor ou novo administrador em decorrência da mera conversão de dívida em capital ou substituição de administradores.
Petição Inicial da RJ – As mudanças foram visando maior celeridade, bem como uma visão holística de todo o patrimônio e dívidas.
· Necessidade de descrição das sociedades de grupo;
· A relação de credores deve abranger NÃO apenas os sujeitos à RJ, mas TODOS, inclusive o passivo fiscal;
· A relação de TODAS as ações e TAMBÉM procedimentos arbitrais de que faça parte – Antes a lei se referia somente às ações judiciais;
· Indicar o endereço eletrônico dos credores;
· Indicar a relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante – Incluídos aqueles não sujeitos à RJ, acompanhada dos negócios jurídicos celebrados com os credores de que trata o art. 49, §3º da LRF.
Dispensa de CND – A NLRF alterou o art. 52, II da LRF. A nova redação passou a permitir a dispensa de certidões negativas MESMO para contratar com o poder público. A NLRF não mais traz a exceção expressa no sentido de que a contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios são exceções à dispensa de certidão. A NLRF somente ressalva o art. 195, §3º da CRFB (exigência de CND de débitos para com a seguridade; PJ com débito não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios) e o art. 69 da LRF (necessidade de que seja acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em Recuperação Judicial").
Alteração do prazo de acompanhamento judicial teve dois principais aspectos: 1) Prazo de 2 não é mais fixo (pode ser menos); 2) previsão expressa de que o prazo é independente de eventual período de carência.
Regramento do procedimento de alienação de bem do ativo não circulante – Antes a LRF dizia somente que após o deferimento da RJ NÃO seria possível tal alienação/oneração, salvo se previsto no plano ou mediante evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê. Com a NLRF mantém-se tal previsão, versando, porém, também sobre o procedimento:
· Publicação da decisão
· Possibilidade de os credores convocarem AG para deliberar sobre a alienação
· Prazo – 5 dias.
· Legitimidade – Credores com mais de 15% do total de créditos
· Exigência de caução do valor TOTAL da alienação.
· Após os 5 dias, ADM Jud. apresentará em 48h relatório das impugnações – Preenchidos os requisitoshaverá AG, com os custos sendo arcados pelos credores que a convocaram
Previsão expressa de que na RJ de companhia aberta deve ter conselho fiscal formado e funcionando – Segundo a LSA nas S/A em geral o conselho fiscal é órgão obrigatório, mas seu funcionamento é facultativo (somente tem funcionamento obrigatório nas SEM).
Duas novas hipóteses de convolação da RJ em falência – A primeira delas o descumprimento dos parcelamentos tributários conferidos em razão da RJ do devedor; a segunda, a chamada “liquidação substancial”, qual seja, o esvaziamento patrimonial da devedora que impossibilite a continuidade da atividade (não forem reservados bens, direitos ou projeção de fluxo de caixa futuro suficientes à manutenção da atividade econômica – conceito legal).
A NLRF, ciente da grande controvérsia acerca da ordem de pagamento de créditos extraconcursais, estabeleceu de forma clara a forma como se deve proceder – Basicamente a NLRF acabou com a discussão acerca do momento e ordem de pagamento dos créditos dos arts. 150 e 151 da LF, bem como das restituições em dinheiro (Art. 86 da LF). Atualmente, basta observar o art. 84 da LF para os extraconcursais e o art. 83 da LF para os concursais.
	Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, NA ORDEM A SEGUIR, os relativos a:
 I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei; 
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei; 
· Trata-se de previsão que se coaduna com a novidade legislativa trazida nos art. 69-A e seguintes da LRF – O legislador tratou expressamente da possibilidade de o devedor obter créditos por meio de contratos de financiamento, garantidos pela oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros, pertencentes ao ativo não circulante, com intuito de financiar suas atividade. O crédito relativo ao valor dado ao devedor em RJ será prioritário no caso de falência.
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei; 
· São 4 hipóteses – 1) Coisa de propriedade de terceiro, em poder do devedor, não mais existir; 2) ACC; 3) Valor dado ao devedor em caso de venda ineficaz/revogável; 4) tributos retidos e não repassados.
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 
· Não se aplica mais a Súmula 219 do STJ – “os créditos decorrentes de serviços prestados à massa falida, inclusive a remuneração do síndico, gozam dos privilégios próprios dos trabalhistas”. 
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;
· Os créditos negociais não quirografários contraídos pela sociedade empresária no curso da recuperação judicial são reclassificados, em caso de falência, como extraconcursais – EX: fornecimento a crédito mediante hipoteca, financiamento com caução de títulos etc. São aqueles que fornecem insumos a prazo ou financiamento ao empresário em estado de recuperação judicial (mediante garantia real). Com a definição de extraconcursal desses direitos creditórios, confere-se maior garantia de recebimento a quem vier a conceder crédito ao empresário em recuperação, contribuindo para o sucesso dessa.
 II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
· Pode ser que alguns credores tenham que adiantar certas despesas, pelo que serão ressarcidos na qualidade de credores extraconcursais.
 III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
 IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
 V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
· Nova redação pela NLRF – A nova redação EXCLUIU a parte inicial do antigo inciso V, que se referia aos atos praticados durante a RJ ou falência (extraconcursais em essência). Isso, porque passou a ser previsto no inciso I-E, logo após o pagamento da remuneração do administrador judicial. Assim, houve uma melhora na posição do crédito daqueles que praticam atos válidos com os que estão falidos ou em RJ. Antes era basicamente o último dos extraconcursais (oitavo); agora é o quinto. Os tributos decorrentes de fatos geradores posteriores à falência e RJ são, sozinhos, os últimos extraconcursais agora (em décimo).
· O crédito tributário cujo fato gerador ocorreu antes da falência está incluído no art. 83
· O STJ delimitou o entendimento do termo “após a recuperação judicial” – De fato, pode-se questionar se o termo inicial do benefício de que tratam os referidos artigos dá-se: (a) com o ajuizamento do pedido de recuperação (art. 51 da LF); (b) a partir da decisão que defere o seu processamento (art. 52 da LF); ou (c) da decisão que a concede (art. 58 da LF). É bem verdade que a redação do caput do art. 67 e do art. 84, V da LF não se reveste de clareza e precisão. Todavia, desde a decisão que defere o processamento da recuperação judicial (art. 52), cuidou o legislador de pôr a empresa recuperanda sob fiscalização, evidenciando a preocupação com sua manutenção e visando a evitar a utilização do instituto para a prática de ilegalidades. Além do mais, o parágrafo único do art. 67 – em especial, o trecho “após o pedido de recuperação judicial” – induz-nos a concluir que benefício não valerá tão logo seja ajuizado o pedido de recuperação (art. 51), senão em momento posterior, que tanto poderá ser tanto a partir da decisão que defere o processamento da recuperação (art. 52). Por fim, em prevalecendo a interpretação de que a regra do parágrafo do art. 67 só teria incidência para créditos constituídos após a (c) decisão que concede a recuperação (art. 58), faria com que os valores decorrentes de operações praticadas no lapso temporal que vai do pedido até a decisão concessória não gozassem do mesmo privilégio que aqueles relativos a operações anteriores, o que se mostra discrepante do objetivo da lei. Se não houver estímulo aos fornecedores, nada mais será provido à empresa, exacerbando o risco da falência. 
§ 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122 desta Lei (Compensação dos créditos com as dívidas do falido).
Ordem de satisfação do passivo de acordo com a NLRF – A matéria era controversa na doutrina. Em tese, o primeiro pagamento a ser realizado deveria ser o do art. 151 da LF (trabalhistas de natureza salarial, vencidos nos 3 últimos meses, no valor até 5 SM). Contudo, por questões de ordem prática, na maior parte das vezes impõe-se o pagamento imediato das despesas do art. 150 da LF, ou seja, as indispensáveis à administração da falência (EX: Pagamento da luz do frigorífico, para não perder as carnes ainda não vendidas). Abaixo, será apontada a lista de acordo com a técnica:
· Art. 84, I-A da LF (1ª classe; congrega dois créditos distintos)– “às quantias referidas nos arts. 150 e 151desta Lei”.
· Art. 150 da LF (despesas de administração da falência*) – “As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa”.
· Art. 151 da LF (alimentares trabalhistas) – “Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa”.
· Hipóteses que eram tratadas de forma esparsa e passaram a ser tratadas em conjunto na primeira posição – Havia alguma controvérsia sobre se os créditos do art. 150 da LF deveriam ser pago antes ou depois das restituições, pois o revogado art. 86, p.ú. da LF falava que as restituições seriam pagas depois do art. 151 da LF, silenciando sobre o art. 150 da LF. O art. 150 da LF, porém, trata de despesas essenciais que devem ser pagas com recursos disponíveis em caixa, logo, dizia-se que se não fossem pagas, todas as demais se frustraria. A NLRF resolveu o impasse. Primeiro os arts. 150 e 151 da LF, depois o resto. 
· Art. 84, I-B da LF (2ª classe) – “ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei”.
· Art.69-A da LF (valor entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador; NOVIDADE da NLRF) – “Durante a recuperação judicial, nos termos dos arts. 66 e 67 desta Lei, o juiz poderá, depois de ouvido o Comitê de Credores, autorizar a celebração de contratos de financiamento com o devedor, garantidos pela oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros, pertencentes ao ativo não circulante, para financiar as suas atividades e as despesas de reestruturação ou de preservação do valor de ativos”.
· Hipótese não prevista anteriormente – Fica atrás somente dos créditos do art. 150 e 151 da LF. Ocupa a segunda classe, sendo o terceiro crédito a ser pago.
· Art. 84, I-C da LF (3ª classe) – “aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei”.
· São 4 hipóteses de restituição em dinheiro 
· 1) Coisa de propriedade de terceiro, em poder do devedor, não mais existir; 
· 2) ACC; 
· 3) Valor dado ao devedor em caso de venda ineficaz/revogável; 
· 4) tributos retidos e não repassados (nova hipótese de restituição criada pela NLRF).
· Passou a ser o quarto crédito a ser pago (rebaixou uma posição) – Antes, discutia-se se seria o segundo crédito (antes do art. 150 da LF e depois do art. 151 da LF) ou o terceiro (depois dos Arts. 150 e 151 da LF). O legislador dispôs que será APÓS os arts. 150 e 151 da LF e, ainda, inseriu nova hipótese (financiadores). Assim, é a terceira classe e o quarto crédito a ser pago.
· Art. 84, I-D da LF (4ª classe) – “às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência”.
· Passou a ser o quinto crédito a ser pago (rebaixou uma posição) – Era tratado no art. 84, I da LF, que foi revogado. Passou a ser tratado no art. 84, I-D da LF.
· Art. 84, I-E da LF (5ª classe) – “às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência”.
· Passou a ser o sexto crédito a ser pago (subiu duas posições) – Era tratado no art. 84, V da LF, juntamente com os créditos decorrentes de tributos cujo FG fosse posterior à falência/RJ. A nova redação EXCLUIU a parte inicial do antigo inciso V, que se referia aos atos praticados durante a RJ ou falência (extraconcursais em essência). Isso, porque passou a ser previsto no inciso I-E, logo após o pagamento da remuneração do administrador judicial. Assim, houve uma melhora na posição do crédito daqueles que praticam atos válidos com os que estão falidos ou em RJ. Antes era basicamente o último dos extraconcursais (oitavo a ser pago); agora é o sexto (quinta classificação, mas sexta posição porque na primeira classificação há dois créditos distintos; 150 e 151). Os tributos decorrentes de fatos geradores posteriores à falência e RJ são, sozinhos, os últimos extraconcursais agora.
· Art. 84, II da LF (6ª classe) – “quantias fornecidas à massa pelos credores”.
· Passou a ser o sétimo a ser pago (rebaixou duas posições)
· Art. 84, III da LF (7ª classe) – “despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência”.
· Passou a ser o oitavo a ser pago (rebaixou duas posições)
· Art. 84, IV da LF (8ª classe) – “custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida”.
· Passou a ser o nono a ser pago (rebaixou duas posições)
· Art. 84, V da LF (9ª classe) – “aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei”.
· Passou a ser o décimo a ser pago (rebaixou duas posições) – Continuou a ser o último dos extraconcursais a ser pago.
RESUMO – Ordem de créditos EXTRACONCURSAIS
· Administração da falência e trabalhistas 3/5SM (Arts. 150 e 151 da LF e Art. 84, I-A da LF);
· Financiamento da RJ (Art. 69-A da LF e Art. 84, I-B da LF) – Inovação trazida pela NLRF.
· Restituições em Dinheiro (Art. 86 da LF e Art. 84, I-C da LF);
· Remuneração do ADM e auxiliares (Art. 84, I-D da LF);
· Atos jurídicos extraconcursais (Art. 84, I-E da LF) – Separou-se dos tributários e “melhorou” sua posição.
· Quantia dos credores à massa (Art. 84, II da LF);
· Despesas e custas do processo (Art. 84, III da LF);
· Custas judiciais de outros processos (Art. 84, IV da LF);
· Tributos extraconcursais (Art. 84, V da LF).
Alteração na classificação dos créditos CONCURSAIS
· A NLRF revogou a categoria dos créditos privilegiados, tanto especiais quanto gerais. Os créditos que gozem de privilégio segundo outras leis serão tratados como QUIROGRAFÁRIOS (art. 83, §6º da NLRF; dispositivo incluído). 
· “Criou” nova classe, paga APÓS os subordinados – Trata-se dos juros vencidos após a decretação da falência. Já eram pagos após os subordinados conforme previsão do art. 124 da LF. CONTUDO, passou a contar com previsão expressa nesse sentido no próprio art. 83 da LF como forma de sistematização, tal como foi feito em relação aos créditos extraconcursais, no art. 84 da LF.
· ATENÇÃO – Passou a dispor em sentido OPOSTO ao que era previsto anteriormente no que tange aos créditos cedidos – Alinhou-se o legislador ao entendimento jurisprudencial, inclusive do STF, no sentido de que a cessão de crédito NÃO altera sua natureza. Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos cedidos a qualquer título manterão sua natureza e classificação.
A NLRF alterou as modalidades de alienação, buscando trazer maior celeridade e simplicidade – Art. 142 da NLRF – Substituiu o leilão por leilão eletrônico; revogou as modalidades de pregão e propostas fechadas; e, criou duas novas modalidades: uma delas é o processo competitivo realizado por profissional e a outra é uma “cláusula aberta” para qualquer modalidade, que seja aprovada (pela assembleia, pelo juiz ou tenha sido prevista no plano)
· Diretrizes gerais – A alienação ocorrerá
· Independentemente da conjuntura econômica; 
· NÃO se aplica o preço vil; 
· NÃO depende da consolidação do quadro geral;
· Poderá ter ajuda de terceiros; 
· Deve ocorrer em até 180 dias da juntada do auto de arrecadação.
· Valor mínimo varia de acordo com a chamada – Preço de avaliação (1ª chamada); 50% (2ª chamada); qualquer valor (3ª chamada).
	Art. 142. A alienação de bens dar-se-á por uma das seguintes modalidades:
I - leilão eletrônico, presencial ou híbrido;
· Nova redação pela NLRF – Previuexpressamente se tratar de leilão ELETRÔNICO.
II - (revogado);
III - (revogado);
IV - processo competitivo organizado promovido por agente especializado e de reputação ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório anexo ao plano de realização do ativo ou ao plano de recuperação judicial, conforme o caso; 
· Novo incido pela NLRF – NOVIDADE. Nova modalidade. Permite que o profissional especializado realize a alienação, mediante competição, da forma que entender melhor.
· Deve observar o §3-B que exige aprovação da assembleia geral, previsão no plano ou aprovação do juiz. 
V - qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos desta Lei.
· Novo incido pela NLRF – NOVIDADE. Nova modalidade. Basicamente “deixa livre”.
· Deve observar o §3-B que exige aprovação da assembleia geral, previsão no plano ou aprovação do juiz. 
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo: 
· Estabelece balizas a fim de que não haja dúvidas.
I - dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momento da venda ser favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda; 
II - independerá da consolidação do quadro geral de credores; 
III - poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros;
 IV - deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência; 
· NOVIDADE importante – A lei passou a prever que em caso de falência TODAS as alienações devem ocorrer “de imediato” e não mais somente aquelas relativas a bens depreciáveis ou em que se mostrasse urgente. 
V - não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil.
§ 3º Ao leilão eletrônico, presencial ou híbrido aplicam-se, no que couber, as regras do CPC. 
§ 3º-A. A alienação por leilão eletrônico, presencial ou híbrido dar-se-á: 
· Valor.
I - em primeira chamada, no mínimo pelo valor de avaliação do bem; 
II - em segunda chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da primeira chamada, por no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor de avaliação; e 
III - em terceira chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da segunda chamada, por qualquer preço. 
§ 3º-B. A alienação prevista nos incisos IV e V do caput deste artigo, conforme disposições específicas desta Lei, observará o seguinte: 
I - será aprovada pela assembleia-geral de credores; 
II - decorrerá de disposição de plano de recuperação judicial aprovado; ou 
III - deverá ser aprovada pelo juiz, considerada a manifestação do administrador judicial e do Comitê de Credores, se existente
§ 4º (Revogado).
§ 5º (Revogado).
§ 6º (Revogado)
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas Públicas serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade. 
§ 8º Todas as formas de alienação de bens realizadas de acordo com esta Lei serão consideradas, para todos os fins e efeitos, alienações judiciais.
Novos parágrafos no art. 143 da LF (que trata das impugnações às alienações) para limitar seu cabimento – O caput foi mantido e dispõe que poderão ser apresentadas “impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 horas da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 dias, decidirá sobre as impugnações”. Apesar disso, o legislador inseriu novos parágrafos limitando a apresentação de impugnações:
· Caso impugne o valor, deverá apresentar a oferta de terceiro/própria e caução de 10% do valor – Impugnações baseadas no valor de venda do bem somente serão recebidas se acompanhadas de oferta firme do impugnante ou de terceiro para a aquisição do bem, por valor superior ao valor de venda, e de depósito caucionário equivalente a 10% (dez por cento) do valor oferecido. 
· Havendo mais de uma impugnação, só seguirá a de maior valor.
· Dúvida infundada será ato atentatório à dignidade da justiça.
A NLRF alterou as hipóteses de extinção das obrigações do falido – São 4 hipóteses e o que vier antes extinguirá as obrigações: 
· 1) paga todo mundo – Tal como já era.
· 2) paga 25% dos quirografários – Redução de 50% para 25%.
· 3) passa 3 anos desde a decretação – O legislador acabou com a distinção de prazos de 5 ou 10 anos a depender de ter ou não havido crime falimentar e reduziu o prazo para 3 anos. O legislador apenas ressalvou que os bens arrecadados ainda poderão ser destinados à liquidação após os três anos.
· 4) acaba o processo, seja pelo fim normal ou por não ter bens ou serem tão poucos que sequer valham o processo (Arts. 156 ou 144-A da LRF) – O art. 156 da LRF refere-se à extinção “normal” após a realização de todo ativo, com a distribuição entre os credores, tendo havido julgamento das contas do administrador e o julgamento por sentença, com posterior apresentação do relatório final pelo administrador e a determinação de baixa do registro. O art. 114-A da LRF é novo dispositivo incluído pela LRF que trata do caso em que não sejam encontrados bens para serem arrecadados, ou se os arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo. Nesse caso, o administrador judicial informará imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido o representante do Ministério Público, fixará, por meio de edital, o prazo de 10 (dez) dias para os interessados se manifestarem e, ao fim, nada mais havendo, haverá extinção.
A NLRF alterou a redação do art. 161, §1º da LRF, para possibilitar que créditos trabalhistas possam fazer parte da uma recuperação extrajudicial, desde que haja negociação com o sindicato – A redação anterior era taxativa em vedar a recuperação extrajudicial para créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3º (Propriedade fiduciária; Arrendamento mercantil (leasing); Compra e venda com reserva de domínio; Compra e venda de imóvel com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade), e 86, II da LRF (ACC). A nova redação, mantém as demais vedações, mas flexibiliza a possibilidade de créditos trabalhistas.
A NLRF alterou o quórum da recuperação extrajudicial impositiva e permitiu a apresentação do plano sem o preenchimento da totalidade do quórum, mas com compromisso de preenchimento
· Quórum – Era de 3/5 de cada classe e passou para 1/2
· Compromisso – A lei passou a permitir que o plano seja apresentado com apenas 1/3 dos credores de cada classe, com compromisso de apresentação das demais anuências (para atingir 1/2) em até 90 dias improrrogáveis.
NOVIDADES*
*Institutos TOTALMENTE novos e não as “novidades” em temas já tratados na lei anterior, como incisos, parágrafos ou novas diretrizes.
Criação da Seção II-A, com os arts. 20-A ao 20-D da LRF tratando das Conciliações e Mediações Antecedentes ou Incidentais
· Incentivo à autocomposição em todos os graus – Ideia similar à do CPC. Em regra não gerará suspensão dos prazos, salvo acordo entre as partes ou determinação judicial. A lei traz hipóteses expressas de casos em que se admitirá a autocomposição (sem prejuízo dos demais): conflitos em sócios/acionistas ou que envolver créditos não sujeitos à RJ; concessionárias/permissionárias em RJ e o poder público/órgãos reguladores; para negociação de dívidas antes da propositura da RJ entre outras.
· O estímulo à mediação/conciliação foi incluído também no art. 22 da LRF como um dos deveres do administrador judicial.
· Matérias vedadas
· Natureza jurídica e a classificação de créditos;
· Critérios de votação em assembleia-geral de credores.
· Possível em negociação pedir antecipação de tutelar para “stay period” por 60 dias durante as negociações – Se houver tal concessão e um posterior pedido de RJ, o prazo de 180 dias será reduzido de 60 dias já concedidos.
· O acordo é homologado pelo juiz e se houver pedido de RJ/Falência em até 360 dias do acordo o credor terá reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas– Os credores terão somente deduzidos os valores eventualmente pagos.
Criação do Incidente de Classificação de Crédito Público (Art. 7-A da LRF)
· Instauração – De ofício;
· Legitimidade – Pelo juiz; 
· Momento – Logo após a decretação da falência, publicação do edital e intimação ao MP e às Fazendas. 
· Procedimento 
· Intimação eletrônica das fazendas
· 30 dias para as Fazendas apresentarem relação completa de créditos (informação) – A relação deve apontar cálculos, classificação e informações sobre a situação atual. 
· 15 dias para o devedor e os credores impugnarem (objeções) – As impugnações podem tratar SOMENTE sobre os CÁLCULOS e a CLASSIFICAÇÃO. 
· 10 dias para a Fazenda se manifestar (esclarecimentos).
· Créditos – Os créditos controversos serão objeto de reserva e antes da homologação do quadro geral concederá prazo comum de 10 dias para que o administrador judicial e a Fazenda Pública titular de crédito objeto de reserva manifestem-se sobre a situação atual desses créditos e decidirá acerca da necessidade de manter a reserva ou não. Os incontroversos serão incluídos desde logo no quadro geral de credores.
· Competência do Juiz da Fazenda e do Juiz da Falência/RJ.
· Falência/RJ – Decide sobre cálculos, classificação dos créditos, bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização do ativo e o pagamento aos credores.
· Fazenda – Decide sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito.
· Execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da falência.
· Não haverá condenação em honorários de sucumbência.
Possibilidade de o juiz chamar técnico para aferir a regularidade e completude documental e as condições de funcionamento – É vedado o indeferimento do processamento da recuperação judicial baseado na análise de viabilidade econômica do devedor.
· Remuneração – A remuneração do profissional será arbitrada posteriormente à apresentação do laudo e deverá considerar a complexidade do trabalho desenvolvido.
· Prazo – 5 dias. 
· Independe de prévia oitiva das partes ou quesitos.
· Decisão – O devedor será intimado do resultado da constatação prévia concomitantemente à sua intimação da decisão que deferir ou indeferir o processamento da RJ, ou que determinar a emenda da petição inicial, e poderá impugná-la mediante interposição do recurso cabível.
· Fraude – Caso a constatação prévia detecte indícios contundentes de utilização fraudulenta da ação de recuperação judicial, o juiz poderá indeferir a petição inicial, sem prejuízo de oficiar ao Ministério Público para tomada das providências criminais eventualmente cabíveis.
· Incompetência por não ser o juízo do principal estabelecimento – Caso a constatação prévia demonstre que o principal estabelecimento do devedor não se situa na área de competência do juízo, o juiz deverá determinar a remessa dos autos, com urgência, ao juízo competente.
Prazo para apresentação do Plano pode ser estendido de 60 dias para até 2 anos (Art. 53 da LRF) – O prazo de 60 dias para apresentação do plano continua a ser “improrrogável”, tal como dispõe o caput, mas o juiz pode determinar que ele seja apresentado em até 2 anos (Art. 53, §2º da LRF) se preenchidas condições CUMULATIVAS:
· Garantias suficientes;
· Aprovação dos trabalhistas por maioria simples dos presentes;
· Garantia da integralidade do pagamento dos trabalhistas.
Prazo máximo de até 1 ano para pagamento dos trabalhistas pode ser estendido até 2 anos (art. 54 da LRF) – Mesmas condições da extensão de prazo para apresentação do plano (garantias suficientes, garantia de integralidade dos trabalhistas e aprovação por maioria simples dos presentes trabalhistas).
A NLRF trouxe modificações no art. 56 da LF com intuito de “evitar” ao máximo a convolação em falência, permitindo que após a rejeição do plano do devedor, os credores apresentem plano (se quiserem) – Anteriormente, havendo rejeição – e o juiz não aplicando o Cram Down por ausência de requisitos – haveria a convolação em falência. Agora, a lei trouxe disposição expressa no sentido de que é possível que seja convocada AG para deliberar sobre possível apresentação de plano pelos próprios credores.	
· Procedimento:
· Rejeita o plano do devedor;
· Administrador Judicial submete à votação a possibilidade de apresentar plano dos credores em 30 dias;
· Aprovação por maioria dos créditos presentes;
· Plano é votado e somente caso rejeitado (ou caso sequer se entenda pela deliberação) haverá convolação.
· Requisitos para o plano dos credores poder ser votado
· Não caber cram down
· Atender às exigências legais – Iguais as exigidas do próprio devedor (indicação dos meios; demonstração da viabilidade econômica; e, laudo econômico-financeiro de avaliação feito por profissional habilitado).
· Quórum
· 25% dos créditos totais
· 35% dos créditos presentes
· Não criar novas obrigações aos sócios
· Os credores que forem a favor devem abrir mão das garantias pessoais dadas por pessoas naturais aos seus créditos novados
· Não se mais oneroso que a falência
NLRF criou a Seção IV-A tratando do Financiamento do Devedor e do Grupo Devedor durante a Recuperação Judicial – O legislador tratou expressamente da possibilidade de o devedor obter créditos por meio de contratos de financiamento, garantidos pela oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros, pertencentes ao ativo não circulante, com intuito de financiar suas atividade. O crédito relativo ao valor dado ao devedor em RJ será prioritário no caso de falência (segundo lugar dentre os extraconcursais, apenas atrás dos créditos dos arts. 150 e 151 da LRF). As garantias constituídas e as preferências serão conservadas até o limite dos valores efetivamente entregues ao devedor antes da data da sentença que convolar a recuperação judicial em falência.
NLRF criou a Seção IV-B tratando da Consolidação Processual e da Consolidação Substancial – – A lei, basicamente, expôs os entendimentos jurisprudências acerca do tema, bem delimitando os casos em que haverá possibilidade de consolidação processual (“mais normal”; integram grupo societário) e consolidação substancial (excepcional; confusão entre passivo e ativo com pelo menos duas das seguintes hipóteses: garantias cruzadas, controle/dependência, identidade parcial ou total de quadro societário e/ou atuação conjunta no mercado).
· Competência - local do principal estabelecimento
· Consolidação processual – Um processo, vários postulantes, situações distintas.
· É uma faculdade legal bastando que integrem grupo sob controle societário comum
· Documentação apresentada individualmente por cada postulante
· Um único ADM Jud.
· Mantém-se a independência – A própria lei ressalva que será mantida a independência dos devedores, dos ativos e dos passivos, bem como se realizará AG independentes e os meios de recuperação serão independentes.
· Não impede que uns tenha a RJ deferida e outros não.
· Consolidação Substancial – Um processo, vários postulantes e um plano único.
· Depende de autorização judicial
· É excepcional e depende de haver confusão de ativos e passivos entre os postulantes – A lei definiu que tal confusão restará configurada se presentes pelo menos DUAS das seguintes hipóteses:
· I - existência de garantias cruzadas; 
· II - relação de controle ou de dependência; 
· III - identidade total ou parcial do quadro societário; e 
· IV - atuação conjunta no mercado entre os postulantes.
· Ativos e passivos serão tratados como se pertencessem a um único devedor.
· Não impactará a garantia real de nenhum credor.
Criação de dispositivo expresso no sentido de que se admite o IDPJ, desde que observado o art. 50 do CC e o procedimento do CPC, mas SEM a suspensão do processo.
Criação de dispositivo acerca da hipótese de “falência frustrada” – O art. 114-A da LRF é novo dispositivo incluído pela LRF que trata do caso em que não sejam encontrados bens para serem arrecadados, ou se os arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo. Nesse caso, o administrador judicial informará imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido orepresentante do Ministério Público, fixará, por meio de edital, o prazo de 10 dias para os interessados se manifestarem e, ao fim, nada mais havendo, haverá extinção.
· Credores poderão requerer o prosseguimento desde que paguem as despesas e honorários do ADM Jud. – Caso haja esse pagamento serão considerados extraconcursais do art. 150 da LF (despesas essenciais), sendo um dos primeiros a serem pagos.
· Se a falência não prosseguir (ninguém se manifestar) o que tiver sido achado será vendido – Prazo máximo de 30 dias, para bens móveis, e de 60 dias, para bens imóveis.
Disposições processuais
· Prazos em dias corridos
· Das decisões caberá agravo de instrumento – Salvo de a lei dispuser de forma diversa
· Permissão para negócio jurídico processual (Art. 190 do CPC) – Sendo a vontade do devedor expressa e a dos credores obtida por maioria na forma do art. 42 da LF (mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral).
· Prioridade sobre todos os demais processos, SALVO HC e prioridades de leis especiais.
Criação do Capítulo VI-A acerca da Insolvência Transnacional (Arts. 167-A ao 167-Y da LRF) – Principais pontos:
· Disposições Gerais
· Tem como objetivo central a SEGURANÇA e a EFICIÊNCIA – O art. 167-A da LRF traz uma série de objetivos, como a cooperação internacioanl, proteção de interesses de credores, proteção de investimentos e preservação de empregos e a otimização dos ativos e recursos. Em suma, os objetivos podem ser sintetizados na busca por conferir maior segurança ao processo, bem como torná-lo mais eficiente.
· As medidas de cooperação, segundo previsão expressa, são exemplificativas.
· Em conflito da lei com convenções, prevalecem as convenções em vigor – Nos demais casos o juiz só poderá deixar de aplicar o que dispoe a lei se sua aplicação resultar em manifesta ofensa a ordem pública.
· Intervenção obrigatória do MP.
· Art. 167-B da LRF traz uma série de conceitos legais – Destaca-se o conceito de processo estrangeiro principal, que é o que se desenvolve no país no qual o devedor tenha o centro de seus interesses.
· Competência territorial é a do juízo do principal estabelecimento do devedor no Brasil.
· Haverá prevenção de competência – Tanto se tiver havido a distribuição do pedido de reconhecimento do processo estrangeiro para posterior pedido de falência/RJ quanto do juízo do pedido de falência/RJ para posterior pedido de reconhecimento do processo estrangeiro.
· Representante do processo Brasileiro
· Na falência – O ADM Jud.
· Na RJ ou RE – O devedor.
· Acesso à Jurisdição
· Reconhecido o processo estrangeiro, o representante estrangeiro está autorizado a: 
· Pedir a falência, 
· Participar do processo;
· Intervir em qualquer processo em que o devedor seja parte.
· Diferenças em relação aos créditos estrangeiros
· Fiscais, Previdenciários e multas não entram na RJ e na falência serão subordinados – Os créditos estrangeiros de natureza tributária e previdenciária e as penas pecuniárias por infração penal ou administrativa, inclusive as multas tributárias devidas a Estados estrangeiros, não serão considerados nos processos de recuperação judicial e serão classificados como créditos subordinados nos processos de falência, independentemente de sua classificação nos países em que foram constituídos; 
· Crédito do representante estrangeiro pelo seu trabalho será equiparado ao do administrador judicial nos casos em que fizer jus a remuneração – Exceto quando for o próprio devedor ou seu representante; 
· Créditos sem correspondência com a classificação da LRF serão classificados como quirografários – Independentemente da classificação atribuída pela lei do país em que foram constituídos.
· As notificações e as realizadas por qualquer meio adequado, dispensada a expedição de carta rogatória.
· Do Reconhecimento de Processos Estrangeiros – A lei traz diversos requisitos que o representante estrangeiro tem que apresentar para que haja o reconhecimento. Entre eles, cópia da decisão de abertura do processo e da nomeação do representante como tal e certidão ou documento hábil emitido por autoridade estrangeira que comprove existência do processo estrangeiro e da identificação do representante estrangeiro. Além disso, deve ser acompanhada de uma relação de todos os processos estrangeiros de que o devedor seja parte
· Devem ser traduzidos – Pode ser dispensada a tradução oficial, pelo juiz, e substituída por tradução simples para a língua portuguesa, declarada fiel e autêntica pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
· A decisão de reconhecimento do processo estrangeiro poderá ser modificada ou revogada, a qualquer momento – A pedido de qualquer parte interessada, se houver elementos que comprovem que os requisitos foram descumpridos, total ou parcialmente, ou deixaram de existir.
· Recursos
· Julgar procedente o Reconhecimento – Agravo de Instrumento.
· Julgar improcedente o Reconhecimento – Apelação.
· É possível ao juiz conceder tutelas provisórias, tais medidas encerram-se com a decisão sobre o pedido de reconhecimento (salvo se o juiz a converter em definitiva no momento do reconhecimento) – As medidas podem, a pedido de qualquer interessado, do representante estrangeiro ou de ofício, ser modificadas ou revogadas, a qualquer momento.
· O reconhecimento de processo estrangeiro principal gera AUTOMATICAMENTE: 
· Suspensão de quaisquer processos de execução ou de outras medidas individualmente tomadas por credores relativas ao patrimônio do devedor (executórias) – Os credores conservam o direito de ajuizar quaisquer processos judiciais e arbitrais, e de neles prosseguir, apenas a execução e as medidas executórias serão suspensas.
· Suspensão do curso da prescrição de quaisquer execuções judiciais contra o devedor. 
· A ineficácia de transferência, de oneração ou disposição de bens do ativo não circulante sem prévia autorização judicial.
· O reconhecimento de processo estrangeiro principal, pode gerar A PEDIDO (mediante decisão do juiz):
· Ineficácia de transferência, de oneração ou disposição de bens do ativo não circulante do devedor realizadas sem prévia autorização judicial – O mero deferimento tem como efeito automático gerar tal ineficácia, contudo, caso não tenham decorrido automaticamente do reconhecimento, poderá o juiz deferir o pedido para tal declaração
· Oitiva de testemunhas, a colheita de provas ou o fornecimento de informações relativas a bens, a direitos, a obrigações;
· Autorização do representante estrangeiro ou de outra pessoa para administrar e/ou realizar o ativo do devedor localizado no Brasil; 
· Conversão, em definitiva, de qualquer medida provisória concedida anteriormente; 
· Concessão de qualquer outra medida que seja necessária. 
· Da Cooperação com Autoridades e Representantes Estrangeiros – O juiz poderá comunicar-se diretamente com autoridades estrangeiras ou com representantes estrangeiros, ou deles solicitar informação e assistência, sem a necessidade de expedição de cartas rogatórias, de procedimento de auxílio direto ou de outras formalidades semelhantes. A própria lei prevê a possibilidade de nomeação de uma pessoa, natural ou jurídica, para agir sob a supervisão do juiz, a possibilidade de comunicação e de informações por quaisquer meios considerados apropriados pelo juiz, entre outros meios para facilitar e troca de informações e a celeridade esperada.
· Dos Processos Concorrentes
· Após o reconhecimento de um processo estrangeiro principal, somente se iniciará no Brasil um processo de RJ/RE/Falência se o devedor possuir bens ou estabelecimento no País.
· As medidas nos processos principais e não principais devem ser conciliadas – Sempre que houver o reconhecimento de um processo estrangeiro, principal ou não, o juiz deve não apenas antes de conceder medidas, mas também em relação às já concedidas verificar a compatibilidade. Serão revistas se o principal for reconhecido depois de um não principal, nos demais casos o juiz poderá, com a finalidade de facilitar a coordenação dos processos, conceder, modificar ou revogarqualquer medida antes concedida.
· Presunção de insolvência diante do reconhecimento de processo estrangeiro principal – Na ausência de prova em contrário, presume-se a insolvência do devedor cujo processo estrangeiro principal tenha sido reconhecido no Brasil. O representante estrangeiro, o devedor ou os credores podem requerer a falência do devedor cujo processo estrangeiro principal tenha sido reconhecido no Brasil, atendidos os pressupostos previstos nesta Lei.
· Só é possível terminar processo principal depois de terminados todos os não principais – O processo de falência transnacional principal somente poderá ser finalizado após o encerramento dos processos não principais ou após a constatação de que, nesses últimos, não haja ativo líquido remanescente. 
· Credor que já recebeu no estrangeiro só recebe no BR se todos os demais da sua classe tiverem recebido o mesmo – Sem prejuízo dos direitos sobre bens ou decorrentes de garantias reais, o credor que tiver recebido pagamento parcial de seu crédito em processo de insolvência no exterior não poderá ser pago pelo mesmo crédito em processo no Brasil referente ao mesmo devedor enquanto os pagamentos aos credores da mesma classe forem proporcionalmente inferiores ao valor já recebido no exterior.
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