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https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 Geografia 2 H8, H10, H15 Lição 01 Ver aula Conceitos Geopolíticos: Fronteiras, Territórios, Estado e Nação Na atualidade, os conceitos e os fenômenos geopolíticos têm despertado a curiosidade e o interesse das pessoas pela Geografia, principalmente, atrelando-os aos inúmeros conflitos da atualidade. A Geopolítica é uma área da Geografia que destina seus estudos às relações de poder, disputas territoriais, fronteiras e questões diplomáticas. Para compreender melhor essas relações, alguns conceitos são primordiais, como: Fronteiras, Território, Estado e Nação. Fronteiras Quando você observa um mapa ou as placas das rodovias de regiões de fronteira, você pode se questionar sobre o que elas são e quais as suas funções. Fronteiras são linhas que separam os territórios, elas podem ser artificiais e físicas ou geográficas. As artificiais podem aparecer como construções, a exemplos de muros, arcos e áreas de fiscalização; já as físicas ou geográficas podem ser o curso de um rio, um conjunto de montanhas, desertos, etc. As fronteiras delimitam a área administrativa e de exercício do poder pelo Estado. Você já assistiu a um filme em que ao ultrapassar determinado lugar a polícia que perseguia o personagem não podia mais o prender? Pois bem, esse é um exemplo de limites de leis e poder. Nem sempre as fronteiras são delimitadas de forma pacífica, principalmente, se a localidade estiver sob o domínio de nações diferentes. Quando esses fatos acontecem, conflitos diplomáticos ou até mesmo guerras podem acontecer. Território Nacional Território é uma categoria da Geografia demarcada pelas relações de poder. E quando falamos em território nacional, pontuamos uma área delimitada por fronteiras, apropriada, administrada e controlada por um Estado. É no território nacional que o Estado e as duas entidades e organizações políticas que o constituem, possuem liberdade para exercer seu poder. Estado https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=81 O conceito de Estado confundido de muitas formas, principalmente aqui no Brasil, em que chamamos nossas unidades federativas de estados. Esse Estado com “E” maiúsculo é um dos conceitos-chave para a Geopolítica e trata-se de um conjunto de entidades, instituições e organizações políticas, que exercem influência e determinam leis sobre um território. Desta forma, não existe Estado sem território e esse Estado estabelece soberania sobre ele e seus poderes são delimitados pelas fronteiras. Nação Nação é um grupo de pessoas, ou seja, uma população que divide a mesma cultura, língua, religião, origem e/ou descendência. Essa nação pode ter território ou não, o que gera disputas e conflitos territoriais. Por exemplo, alguns Estados são nacionais, ou seja, esse grupo de pessoas de mesma cultura possui um território e organizações que os rege e os representam, utilizando de leis que dão liberdade para as manifestações culturais. Porém, existem nações que ultrapassam os limites dos Estados e, consequentemente, as fronteiras, reivindicando um território autônomo. Um dos exemplos mais específicos dessa situação é a nação Basca: essa nação povoa a parte sudoeste da França e o extremo norte da Espanha e possui características próprias como uma das línguas indo-europeias mais antiga da Europa. A língua e os costumes unificam esse povo partindo de um caráter de nacionalidade e identidade. Esses traços de nacionalidade são tão fortes que levam os indivíduos a lutarem pelo direito a um território próprio, em que o Estado tome atitudes apropriadas para o seu povo. Diante dessas reivindicações, surgiu, em 1959, o ETA (Pátria Basca e Liberdade) pressionando os países e a própria ONU a reconhecerem seu território como independente e com governo próprio. O ETA usou durante muito tempo da violência e de manifestações estratégicas para realizar pressão, principalmente, na Espanha. Outra Nação sem território e podemos classificar como a maior do mundo é a dos curdos. Cerca de 25 milhões de pessoas vivem em quatro países diferentes: Turquia, Irã, Iraque e Síria e reivindicam um território próprio, o qual eles nomeiam de Curdistão. A resistência dos países em reconhecer essa independência e cederem parte de seus territórios é motivada por questões econômicas, como ter jazidas de petróleo presentes na região. Agora é com você! 1. (ENEM/2019) A fome não é um problema técnico, pois ela não se deve à falta de alimentos, isso porque a fome convive hoje com as condições materiais para resolvê-la. PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado). O texto demonstra que o problema alimentar apresentado tem uma dimensão política por estar associado ao(à): Escala de produtividade regional. Padrão de distribuição de renda. Dificuldade de armazenamento de grãos. Crescimento da população mundial. Custo de escoamento dos produtos. 2. (ENEM/2017) Palestinos se agruparam em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas, pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia-Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização. Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado). A mencionada resolução da ONU referendou: O(a) delimitação institucional das fronteiras territoriais. Aumento da qualidade de vida da população local. Implementação do tratado de paz com os israelenses. Apoio da comunidade internacional à demanda nacional. Equiparação da condição política com a dos demais países. 3. (ENEM/2019) Saudado por centenas de militantes de movimentos sociais de quarenta países, o Papa Francisco encerrou no dia 09/07/2015 o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Segundo ele, a “globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”. Disponível em: http://cartamaior.com.br. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado). No texto há uma crítica ao seguinte aspecto do mundo globalizado? Liberdade política. Mobilidade humana. Conectividade cultural. Disparidade econômica. Complementaridade comercial. 4. (ENEM/2019) As imagens representam fases de um conflito geopolítico no qual as forças envolvidas buscam? Garantir a posse territorial. Promover a conversão religiosa. Explorar as reservas petrolíferas. Controlar os sítios arqueológicos. Monopolizar o comércio marítimo. Geografia 2 H7, H14, H15 Lição 02 Ver aula A Geopolítica do Pós-Guerra Fria e a Nova Ordem Mundial Recentemente, os acontecimentos no cenário mundial revisitaram lembretes sobre a Guerra Fria e os seus impactos na geopolítica mundial e, de certa forma,você! 1. (ENEM/2021) A categoria de refugiado carrega em si as noções de transitoriedade, provisoriedade e temporalidade. Os refugiados situam-se entre o país de origem e o país de destino. Ao transitarem entre os dois universos, ocupam posição marginal, tanto em termos identitários — assentada na falta de pertencimento pleno enquanto membros da comunidade receptora e nos vínculos introjetados por códigos partilhados com a comunidade de origem — quanto em termos jurídicos, ao deixarem de exercitar, ao menos em caráter temporário, o status de cidadãos no país de origem e portar o status de refugiados no país receptor. MOREIRA, J. B. Refugiados no Brasil: reflexões acerca do processo de integração local. REMHU, n. 43, jul.-dez. 2014 (adaptado). A condição de transitoriedade dos refugiados no Brasil, conforme abordada no texto, é provocada pela associação entre? Ascensão social e burocracia estatal. Miscigenação étnica e limites fronteiriços. Desqualificação profissional e ação policial. Instabilidade financeira e crises econômicas. Desenraizamento cultural e insegurança legal. 2. (ENEM/2019) O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano / Vou na estrada há muitos anos / Sou um artista brasileiro CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015 (fragmento). A característica familiar descrita deriva do seguinte aspecto demográfico? Migração interna. População relativa. Expectativa de vida. Taxa de mortalidade. Índice de fecundidade. 3. (ENEM/2019) Uma ação tomada por alguns países que pode funcionar é proporcionar bolsas de estudo e empréstimos para aqueles que querem estudar em centros universitários fora do país, com a contrapartida de que, após a conclusão da faculdade, essas pessoas possam pagar ao governo voltando e trabalhando no país de origem. Desburocratizar o exercício de certas profissões e incentivar centros de excelência também pode ajudar. MALI, T. Disponível em: www.ufjf.br. Acesso em: 10 out. 2015 (adaptado). As medidas governamentais descritas buscam conter a ocorrência do seguinte processo demográfico? Transferência de refugiados. Deslocamento sazonal. Movimento pendular. Fuga de cérebros. Fluxo de retorno. 4. (ENEM/2016) A presença de uma corrente migratória por si só não explica a condição de vida dos imigrantes. Esta será somente a aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações socioeconômicas muitas vezes perversas. É o que podemos dizer dos indivíduos que são deslocados do campo para as cidades e obrigados a viver em condições de vida culturalmente diferentes das que vivenciaram em seu lugar de origem. SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, (2009). O texto faz referência a um movimento migratório que reflete o(a)? Processo de deslocamento de trabalhadores motivados pelo aumento da oferta de empregos no campo. Dinâmica experimentada por grande quantidade de pessoas, que resultou no inchaço das grandes cidades. Permuta de locais específicos, obedecendo a fatores cíclicos naturais. Circulação de pessoas diariamente em função do emprego. Cultura de localização itinerante no espaço. 5. (ENEM/2015) Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar. HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado). O texto refere-se ao movimento migratório denominado? Sedentarismo. Transumância. Êxodo rural. Nomadismo. Pendularismo. 6. (ENEM/2016-PPL) TEXTO I Entre os anos 1931 e 1935, o crescimento da imigração judaica para a Palestina foi exponencial, passando de 4 000 imigrantes/ano em 1931 para mais de 60 000 em 1935. Em vinte anos, a população judaica havia passado de menos de 10% para mais de 30% da população local. GATTAZ, A. A Guerra da Palestina. São Paulo: Usina do Livro, 2002. TEXTO II Um estado semi-independente sob controle britânico foi a fórmula que a Grã-Bretanha usou para a administração das áreas que tomara do império turco. A exceção foi a Palestina, que eles administraram diretamente, tentando em vão conciliar promessas feitas aos judeus sionistas, em troca de apoio contra a Alemanha, e aos árabes, em troca de apoio contra os turcos. HOBSBAWN, E. Era dos extremos. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. Nos trechos, são tematizados o destino de um território no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. A orientação da política britânica relativa a essa região está indicada na criação de um Estado aliado. ocupação de áreas sagradas. reação ao movimento socialista. promoção do comércio regional. exploração de jazidas petrolíferas 7. (ENEM/2016) TEXTO I Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas no primeiro semestre de 2015. Budapeste lançou os "trabalhos preparatórios" para a construção de um muro de quatro metros de altura e 175 km ao longo de sua fronteira com a Sérvia, informou o ministro húngaro das Relações Exteriores. "Uma resposta comum da União Europeia a este desafio da imigração é muito demorada, e a Hungria não pode esperar. Temos que agir", justificou o ministro. Disponível em: www.portugues.rfi.fr. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado). TEXTO II O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) critica as manifestações de xenofobia adotadas pelo governo da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais o chefe do executivo insta os imigrantes a respeitarem as leis e a não "roubarem" os empregos dos húngaros. Para o ACNUR, a medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma ser instigada por pequenos grupos radicais e não pelo próprio governo do país. Disponível em: http://pt.euronews.com. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado). O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo ACNUR por ser considerado um caminho para o(a) alteração do regime político. fragilização da supremacia nacional. expansão dos domínios geográficos. cerceamento da liberdade de expressão. fortalecimento das práticas de discriminação. Geografia 2 H11, H12, H15 Lição 09 Ver aula Movimentação da População Brasileira: Migrações Internas https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=89 Uma característica bem marcante da população brasileira é a grande mobilidade espacial. Na maioria das vezes, esta movimentação está relacionada a atividades econômicas, empregos, distribuições de terras ou incentivos de povoamento, possuindo notoriedade no Brasil desde o período colonial, mas se intensificando no século XX. No esquema abaixo, observe as principais características das migrações internas do Brasil: MIGRAÇÕES INTERNAS Período e Contexto histórico Características Início do processo de colonização no nordeste e expansão para o sertão. (Séculos XVI e XVII). Os nordestinos migram da faixa litorânea, onde trabalhavam nas plantações de cana-de-açúcar para as regiões sertanejas, a fim de desenvolver atividades como: pecuária e plantação de algodão. A crise da cana-de-açúcar nonordeste e o expansionismo motivado pela busca de minerais preciosos na região onde hoje é o estado de Minas Gerais e pelo desenvolvimento de uma produção açucareira alternativa após a invasão holandesa em Pernambuco. (Século XVIII). Paulistas e nordestinos saíram de suas localidades para trabalhar na mineração de metais preciosos, principalmente, ouro. Os relatos de garimpeiros que “mudaram de vida” impulsionaram trabalhadores a tentarem se estabelecer economicamente nessa localidade. A exploração de minérios levou a atividades agrícolas na região sudeste e a produção de café se sobressaiu. (Século XIX). Mineiros e nordestinos se deslocaram para o interior de São Paulo, com o objetivo de trabalhar na plantação de café que começava a se destacar como uma das principais atividades econômicas. Exploração do látex na região norte, motivada pela revolução industrial na Europa, e o aumento da procura por borracha (Século XIX). Os nordestinos saíram em direção ao norte, muitas das vezes tinham o custeio do deslocamento pago pelos donos das terras que, ao receberem os trabalhadores, tinham práticas extremamente exploratórias, inclusive obrigando-os ao trabalho dobrado para pagar o custeio da viagem. Durante o Governo de Juscelino Kubitschek (1956- 1961), motivados pelo plano de metas e consolidando um projeto de integração do território brasileiro para povoar a Região Central. A construção de Brasília. Saída de nordestinos para o centro do país, para trabalharem na construção de Brasília. O fluxo migratório desse período foi intenso e recebeu o nome de Marcha para o Oeste. Muitos migrantes retornaram após a construção, outros permaneceram na região e, não tendo condições de morar no centro de Brasília, construíram as cidades satélites. (Século XX- década de 1950). A industrialização do Brasil e a necessidade por mão-de-obra barata. (Século XX – década de 1950 e 1960). Saída principalmente, de nordestinos para a região sudeste, para trabalhar nas indústrias e nas áreas do centro urbano, já que esse processo também influenciou o desenvolvimento de urbanização principalmente, do Rio de Janeiro e São Paulo. O governo orientou e incentivou a ida de migrantes para a região norte. (Século XX – Final da década de 1960 a 1970). O governo Militar da época incentivou a ida de sulistas para a Amazônia e para o centro-oeste, estimulando a produção agrícola de monocultura para a exportação, esse estímulo foi direcionado a empresários e proprietários de terras. Esse período foi marcado também pela intensificação do êxodo rural nessas localidades. A movimentação passa a ser mais diversificada e para diversas regiões (Século XX- 1970-1990). Nordestinos migram para trabalhar em atividades agropecuárias no norte e sulistas se deslocaram mais intensamente para a região centro-oeste. Migrações na Atualidade As migrações internas ainda continuam acontecendo, porém de maneira menos intensa principalmente no que se refere à saída de nordestinos para outras regiões, já que era do nordeste os maiores fluxos migratórios. Porém, nota-se que nos últimos anos foi crescente o processo de retorno dos migrantes nordestinos que estavam no sudeste. Essa migração de retorno tem algumas motivações como, por exemplo: a diminuição de ofertas de empregos no sudeste, motivadas pelo processo de descentralização industrial somado ao aumento do desenvolvimento econômico nos estados nordestinos. Notam-se novas características na mobilidade populacional, como: ● O centro-oeste e o norte ganharam destaque como áreas atrativas para os migrantes; ● As localidades que mais têm atraído pessoas são as médias cidades, principalmente, pela qualidade e menor custo de vida. ● De acordo com: o IBGE (2010), mesmo com mais de 40% da população não morando no seu município de origem, quase 85% morava no seu estado de origem; ● Mesmo avançando e diminuindo a saída da população, a região nordeste ainda é a região que menos recebe pessoas de outras localidades, tendo em vista que alguns problemas socioeconômicos não são atrativos. Agora é com você! 1. (ENEM/2011) SOBRADINHO O homem chega, já desfaz a natureza Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá pra cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar. SÁ E GUARABYRA. Disco. Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado). O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial dessa construção foi? A migração forçada da população ribeirinha. O rebaixamento do nível do lençol freático local. A preservação da memória histórica da região. A ampliação das áreas de clima árido. A redução das áreas de agricultura irrigada. 2. (ENEM/2013) Foi lento o processo de transferência da população para as cidades, pois durante séculos o Brasil foi um país agrário. Foi necessário mais de um século (século XVIII a século XIX) para que a urbanização brasileira atingisse a maturidade; e mais um século para que assumisse as características atuais. ENDLICH, A. M. Perspectivas sobre o urbano e o rural. In: SPOSITO, M. E. B.; WHITACKER, A. M. (Orgs.). Cidade e campo: relações e contradições entre o urbano e o rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006 (adaptado). A dinâmica populacional descrita indica a ocorrência do seguinte processo? Migração intrarregional. Migração pendular. Transumância. Êxodo rural. Nomadismo. 3. (ENEM/2013) Um fator no Brasil que explica a situação social demonstrada no gráfico está expresso em? Declínio do trabalho formal. Subsídio econômico do governo. Aumento do controle da migração. Decréscimo da renda dos empregados. Expansão da demanda de mão de obra. 4. (ENEM/2012) Minha vida é andar / Por esse país / Pra ver se um dia / Descanso feliz / Guardando as recordações / Das terras onde passei / Andando pelos sertões / E dos amigos que lá deixei GONZAGA. L.; CORDOVIL, H. A vida de viajante, 1953. Disponível em: www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento). A letra da canção reflete elementos identitários que representam a? Valorização das características naturais do Sertão nordestino. Denúncia da precariedade social provocada pela seca. Experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante. Profunda desigualdade social entre as regiões brasileiras. Discriminação dos nordestinos nos grandes centros urbanos. Geografia 2 H26, H27, H28 Lição 10 Ver aula Urbanização: Surgimento e Principais Conceitos Na história, as cidades existem desde a antiguidade e foram marcadas pela autonomia e pelos conflitos ocorridos entre elas, ficando conhecidas como cidades-estados. Com o aumento no número de cidades e do processo de urbanização de forma efetiva e intensificada, começamos a perceber também influências no processo de industrialização no mundo. Essas “novas” cidades, mais atuais, possuem características bem distintas das da antiguidade. Mas de fato, o que é urbanização? A urbanização é o aumento da população nas cidades e a transformação do espaço urbano, impulsionada pelo êxodo rural e pelo crescimento das atividades econômicas urbanas. Também podemos entender urbanização como os processos de aumento da infraestrutura de um espaço como, por exemplo, a construção de viadutos, o aumento na quantidade de ruas pavimentadas, a organização do sistema de coleta e esgoto, etc. Ocasionada pelas atividades econômicas, a maioria da população ocupava as zonas rurais, onde realizavam atividades como agricultura, pecuária e o extrativismo. Porém, no final do século XVIII, com o início da Revolução Industrial, a consolidação do capitalismo, como novo sistema econômico vigente, e com os cercamentos1 na Inglaterra, a possibilidade de conseguir um trabalhoe ser empregado em funções secundárias, que surgiam naquele espaço, acentuou o êxodo rural e acelerou o processo de urbanização. 1 Cercamento foi a expulsão de trabalhadores rurais do campo, privatizando as terras e cercando as propriedades para produzir matéria-prima para as indústrias: à exemplo da criação de ovelhas. https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=90 Esses primeiros aglomerados urbanos, inicialmente, representavam um novo cenário e novas possibilidades, trazendo com as cidades uma realidade bem diferente da esperada. Nas indústrias, o regime de trabalho era extremamente exploratório, com jornadas de trabalho que podiam ultrapassar 16 horas por dia. Além disso, a falta de planejamento e o aceleramento no crescimento das cidades trouxeram problemas como: desemprego, acúmulo de lixo, esgotos e dejetos a céu aberto, o que provoca inúmeras doenças. Com o processo de expansão das indústrias, o número de cidades foi crescendo e transformando-se. Atualmente, apresentam-se de formas distintas e desiguais, principalmente em países subdesenvolvidos. Os primeiros países a se industrializarem foram, consequentemente, os primeiros a se urbanizarem. Desta forma, os países desenvolvidos se tornaram os primeiros a passarem por esse processo, mas, mesmo assim, no início do século XX, o mundo tinha apenas 2% da população morando nas cidades. Você pode estar se perguntando: o que são cidades? Cidade é um espaço geográfico dentro do município, onde são desenvolvidas atividades econômicas, como: comércio, indústrias, atividades culturais (cinema, teatro), atividades bancárias e etc. Para facilitar a compreensão, é importante conhecer os fenômenos das cidades como os principais conceitos da Geografia Urbana. Principais Conceitos da Geografia Urbana Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 54% da população mundial vive atualmente nas cidades e, segundo as expectativas, esse número vai aumentar. Inclusive, no final do século XX e início do século XXI, tivemos uma aceleração no processo de urbanização na América Latina, na África Subsaariana e em partes da Ásia. O crescimento das cidades se destaca, embasado no sistema econômico capitalista que “domina” a estrutura social dos grandes centros. Diante disso, observe alguns dos principais conceitos para analisar os fenômenos urbanos: ● CONURBAÇÃO: fenômeno urbano resultado do crescimento espacial de algumas cidades que, ao se expandirem horizontalmente, se unem visualmente com outras cidades formando uma grande área urbana. ● SÍTIO URBANO: características físicas e naturais do local onde uma cidade foi fundada, como relevo, proximidade de rios e condições climáticas. ● HIERARQUIA URBANA: é a organização das cidades a partir de seu tamanho e influência sobre as cidades vizinhas, havendo assim uma espécie de domínio. Por exemplo: uma cidade pequena depende, em alguns quesitos, das cidades médias que, consequentemente, dependem de uma grande cidade. E de acordo com determinados critérios, desde o tamanho a influência econômica, podemos classificar as cidades como: metrópoles globais, metrópoles nacionais, metrópoles regionais, centros regionais, cidade local e vila. Isso depende do destaque das cidades, elas podem se tornar áreas de atração e, consequentemente, alvo da especulação imobiliária e do aumento do custo de vida. Agora é com você! 1. (ENEM/2021) Esse processo concentra a população de renda mais elevada e maior poder político em áreas mais centrais e privilegiadas em termos de empregos, infraestrutura básica e serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui a população menos favorecida quanto a esses aspectos, constituindo uma ocupação periférica que se estende até os municípios limítrofes. Neles, as condições de acesso às áreas mais centrais são agravadas pelas grandes distâncias e pelas dificuldades relacionadas à eficiência do sistema de transporte. CAIADO, M. C. S. Deslocamentos intraurbanos e estruturação socioespacial na metrópole brasiliense. São Paulo em Perspectiva, n. 4, out.-dez. 2005. O texto caracteriza um estágio do processo de urbanização marcado pela segregação socioespacial. emancipação territorial. conurbação planejada. metropolização tardia. expansão vertical. 2. (ENEM/2019) O consumo da habitação, em especial aquela dotada de atributos especiais no espaço urbano, contribui para o entendimento do fenômeno, pois certas áreas tornam-se alvos de operações comerciais de prestígio com a produção e/ou a renovação de construções, diferente de outras porções da cidade, dotadas de menor infraestrutura. SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano parisiense. Confins, n. 23, 2015 (adaptado). O conceito que define o processo descrito denomina-se escala cartográfica. conurbação metropolitana. território nacional. especulação imobiliária. paisagem natural. 3. (ENEM/2013) Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada país, ainda que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações. ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988. O texto aponta para a complexidade da urbanização nos diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é perceptível no aspecto: Espacial, em função do sistema integrado que envolve as cidades locais e globais. Cultural, em função da semelhança histórica e da condição de modernização econômica e política. Demográfico, em função da localização das maiores aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade. Territorial, em função da estrutura de organização e planejamento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais. Econômico, em função da revolução agrícola que transformou o campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar. 4. (ENEM/2013) O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8, 10, 12, 15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista. MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010. O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a implementação do sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao desenvolvimento agrário e ao regime de servidão. aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio. desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho. aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão. desenvolvimento da produção urbana associada às relações servis de trabalho. 5. (ENEM/2013-PPL) A mobilidade urbana constitui-se em um tema fundamental quando se discute desenvolvimento urbano e qualidade de vida da população. As condições de deslocamentos das pessoas e das mercadorias nos centros urbanos impactam toda a sociedade pela geração de externalidades negativas, como acidentes, poluição e congestionamentos, afetando especialmentea vida dos mais pobres, que geralmente moram em regiões mais distantes das oportunidades urbanas. CARVALHO, C. H. R. Mobilidade urbana: avanços, desafios e perspectivas. In: COSTA, M. A. (Org.). O estatuto da cidade e a Habitat III. Brasília: Ipea, 2016. Para minimizar essa problemática apresentada no texto, deve-se incentivar a habitação em locais periféricos. ocupação de áreas subutilizadas. utilização de veículos individuais. construção de estacionamentos em vias públicas. concentração de empregos em zonas centrais. 6. (ENEM/2024) Espaços públicos não são produtos dados e acabados, uma instituição que, uma vez estabelecida, traria a paz da consensualidade e a perfeita igualdade. São os lugares em que os problemas aparecem e se transformam em debates, em diálogo e em possibilidade de ajuste e compromissos. Por isso, não anulam os conflitos, ao contrário, são canais de comunicação e de visibilidade de oposições. GOMES, P. C. C. Espaço público, espaços públicos. Geographia, n. 44, set.-dez. 2018 (adaptado). As características descritas no texto exibem a importância dos espaços públicos para a prática do lazer. vigilância da sociedade. erradicação da violência. construção da democracia. diversificação do trabalho. Geografia 2 H26, H27, H28 Lição 11 Ver aula Urbanização Brasileira Assim como outros países do mundo, o Brasil inicia seu processo de urbanização interligado com o desenvolvimento das indústrias. Porém, marcado pela industrialização tardia, o processo de urbanização só começa a acontecer no século XX. Naquele período, consolidado por uma política das oligarquias (grupos ou famílias poderosas que dominavam a política e a economia do país), controle e investimentos no setor agropecuário, o Brasil carrega para si o destino de agroexportador e baseava sua economia em investimentos nessa área. Os investimentos na industrialização brasileira começam a acontecer após a quebra dos acordos políticos entre o Partido Republicano Mineiro (oligarquias da pecuária) e o Partido Republicano Paulista (oligarcas cafeicultores), conhecida como política do café com leite 1. Em 1930, quando Getúlio Vargas chega ao poder, além de realizar mudanças políticas em prol de seus interesses, ele precisou ponderar se a produção e o investimento intensos apenas nos setores agrícolas eram economicamente adequados para o Brasil, tendo em vista que a crise de 1929 tinha atingido em cheio o país e o café estava extremamente desvalorizado. Sendo assim, o processo de industrialização se inicia no país para substituir as importações, acelerando o processo de urbanização. Mesmo assim, a grande maioria da população ainda morava no campo, mas, com a aceleração do processo de industrialização e a concentração de terras na zona rural consolidados, tivemos o aumento de maneira bastante intensa do êxodo rural no Brasil. Observe os gráficos abaixo: https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=91 Figura 1 - IBGE, Censo demográfico 1940-2010. Até 1970 dados extraídos de: Estatísticas do século XX. Rio de Janeiro: IBGE, 2007 no Anuário Estatístico do Brasil, 1981, vol. 42, 1979. Disponível em: https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP122&t=tax a-urbanizacao 1 Política do Café com Leite era o revezamento dos candidatos à presidência do Brasil, no qual em uma eleição indicavam e elegiam um presidente mineiro e nas eleições subsequentes elegiam um paulista, atuando no Brasil durante a República das Oligarquias (1898 a 1930). https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP122&t=taxa-urbanizacao https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP122&t=taxa-urbanizacao Figura 2 - IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). 2015. Disponível em: A Educação do Campo e a Agricultura Familiar no novo contexto politico. Acesso em: 05 dez. 2024. No gráfico 1, podemos observar que o Brasil passou por uma aceleração no processo de urbanização a partir de 1940, mas só se tornou um país urbano em 1970, quando a população das cidades ultrapassou a do campo, contando com 55,9% de pessoas nas zonas urbanas. No gráfico 2, notamos a influência da industrialização no aumento da população nas cidades. Podemos concluir que, então, regiões mais urbanizadas foram as primeiras a terem um acentuado número de indústrias. Outro fator de destaque na urbanização brasileira está marcado na localização das principais cidades do país que ocupam as regiões litorâneas do Brasil. É importante destacar, que o processo acelerado da urbanização brasileira trouxe inúmeras transformações na paisagem e no espaço geográfico, principalmente pelo fato de, em grande parte do Brasil, tanto o surgimento das cidades quanto o processo de urbanização não ter sido em, sua totalidade, planejado. A maioria das indústrias, inicialmente, estavam distribuídas em poucas cidades, as quais faziam parte do centro-sul do Brasil, contribuindo, assim, para um processo de metropolização2 dessas áreas. O progressivo crescimento dessas cidades trouxe alguns problemas, como: uma grande dificuldade em planejar as regiões que se expandiam ou desenvolver diretrizes urbanas participativas e inclusivas. Principalmente porque o espaço urbano ganhou uma valorização de mercado, ou seja, habitar as áreas mais centrais se tornou extremamente caro e o custo de vida altíssimo, o que fez com que muitas das pessoas que vieram em busca de melhores condições de vida procurassem os terrenos mais às margens dos grandes centros, motivados pela desigualdade econômica. Os problemas socioeconômicos da atualidade se tornaram ainda mais visíveis no espaço urbano, principalmente levando em consideração que a velocidade com que as pessoas chegavam às cidades era maior do que a oferta de empregos gerados pelo mercado de trabalho. A desigualdade econômica também é refletida nas cidades pelos problemas urbanos: favelização, segregação espacial, falta de uma boa rede de transporte, violência, falta de redes de saneamento básico, falta de acesso a água potável, entre outros. É claro que os problemas urbanos estão presentes em quase toda parte das cidades, porém, eles variam de acordo com os bairros e a realidade socioeconômica da população. A realidade urbana brasileira de áreas periféricas marca uma enorme diferença entre os grandes centros comerciais das metrópoles brasileiras, principalmente em relação aos espaços escolhidos para a propaganda e expansão das grandes marcas globais em que nos deparamos com placas luminosas, ruas sinalizadas,grandes obras arquitetônicas e design moderno. Podemos concluir, então, que os espaços urbanos brasileiros são extremamente desiguais no que se diz respeito à organização espacial e questões geoeconômicas. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/contexto-politico#elementor-toc__heading-anchor-4 2 Metropolização é o surgimento de metrópoles. Elas são grandes cidades que estabelecem uma grande influência política, social e econômica sobre as demais, e cria uma espécie de rede entre elas. Agora é com você! 1. (ENEM/2021) A participação social no planejamento e na gestão urbanos ganhou impulso a partir do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições para elaboração de planos diretores participativos, instrumentos esses indutores da expansão urbana e do ordenamento territorial que, a princípio, devembuscar representar os interesses dos diversos segmentos da sociedade. No entanto, é notório o limite à representação dos interesses das camadas sociais menos favorecidas nesse processo. Este rumo deve ser corrigido e deve-se continuar buscando mecanismos de inclusão dos interesses de toda a sociedade. Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODs 1. 11: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivo, seguros, reslientes e sustentáveis. Brasília: pes, 2019. Qual medida promove a participação social descrita no texto? Redução dos impostos municipais. Privatização dos espaços públicos. Adensamento das áreas de comércio. Valorização dos condomínios fechados. Fortalecimento das associações de bairro. 2. (ENEM/2021) Desde 2009, a área portuária carioca vem sofrendo grandes transformações realizadas no escopo da operação urbana consorciada conhecida como Porto Maravilha. Parte importante na tentativa de tomar o Rio de Janeiro um pólo de serviços internacional, a “revitalização” urbana deveria deixar para trás uma paisagem geográfica que ainda recordava a cidade do início do século passado para abrir espaço, em seu lugar, à instalação de modernas torres comerciais, espaços de consumo e lazer inéditos e cerca de cem mil novos moradores, uma nova configuração socioespacial capaz de alçar a área portuária do Rio de Janeiro ao patamar dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e Buenos Aires? LACERDA, L; WERNECK. M; RIBEIRO, N. Cortiços de hoje na cidade do amanhã. E-metropolis, n. 30, set; 2017. As intervenções urbanas descritas derivam de um processo socioespacial que busca a intensificação da participação na competitividade global. contenção da especulação no mercado imobiliário. democratização da habitação popular. valorização das funções tradicionais. priorização da gestão participativa. 3. (ENEM/2017) A configuração do espaço urbano da região do Entorno do Distrito Federal assemelha-se às demais aglomerações urbanas e regiões metropolitanas do país, onde é facilmente identificável a constituição de um centro dinâmico e desenvolvido, onde se concentram as oportunidades de trabalho e os principais serviços, e a constituição de uma região periférica concentradora de população de baixa renda, com acesso restrito às principais atividades com capacidade de acumulação e produtividade, e aos serviços sociais e infraestrutura básica. CAIADO, M. C. A migração intrametropolitana e o processo de estruturação do espaço urbano da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. In: HOGAN, D. J. et al. (Org ). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: Nepo/Unicamp, 2002. A organização interna do aglomerado urbano descrito é resultado da ocorrência do processo de expansão vertical. polarização nacional. emancipação municipal. segregação socioespacial. desregulamentação comercial. 4. (ENEM/2024) A mudança do clima nas cidades brasileiras é um desafio de adaptação e equidade. Inundações, alagamentos e ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas. Cidades precisam se adaptar com urgência, a começar pelas áreas e populações mais vulneráveis. Implementar soluções baseadas na natureza de forma sistêmica pode contribuir para a redução de desastres relacionados às mudanças do clima e ainda gerar múltiplos benefícios para a economia, o ambiente e as pessoas. EVERS, H. et al. Soluções baseadas na natureza para adaptação em cidades. Disponível em: www.wribrasil.org.br. Acesso em: 19 out. 2023 (adaptado). Qual medida atenua os problemas abordados no texto? criação de faixas sinalizadoras. incineração de resíduos sólidos. implantação de parques públicos. verticalização de espaços centrais. construção de estacionamentos privados. Geografia 2 H26, H27, H28 Lição 12 Ver aula Desenvolvimento Urbano: Metrópoles, Megalópoles e Megacidades No mundo, os critérios para o surgimento de uma cidade são variados. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), um aglomerado com cerca de 20 mil habitantes é uma cidade, porém, alguns países adotam seus próprios critérios. No caso do Brasil, independentemente do número populacional, desde que o espaço seja sede do município, ou seja, localize a prefeitura, considera-se como cidade. Essas características acabam formando cidades muito diferentes umas das outras, como cidades conturbadas, com um elevado crescimento vertical e outras que não ultrapassam mil habitantes, não possuindo bancos, hospitais ou postos policiais. A desigualdade entre as cidades cria o que chamamos de hierarquia urbana. A Hierarquia Urbana é formada a partir da sobreposição de uma cidade a outra, essa realidade só é possível pelos níveis de desenvolvimento e das redes urbanas. A rede urbana é como as cidades são interligadas e como ocorrem os fluxos (mercadorias, pessoas, informações, transações, etc.). A cidade que possuir melhor desenvolvimento da rede urbana exerce controle e influência sobre as cidades menores e suas zonas rurais. Diante disso, o IBGE as classificou de acordo com a presença de sistemas https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=92 judiciários, empresas, ofertas de emprego, boas redes de comunicação, saúde e variadas ofertas de ensino superior. As METRÓPOLES são cidades que oferecem inúmeros bens e serviços para as cidades vizinhas, são geralmente procuradas pela população para estudar, trabalhar ou ir a hospitais. Chega a possuir lideranças que exercem influência política sobre as regiões vizinhas. A interação pode ocasionar o crescimento das cidades para as regiões de limites com a metrópole, o que gera a junção física das cidades, a conurbação, essas áreas ultrapassam os limites municipais e estabelecem a região metropolitana. O Brasil possui alguns níveis de metrópole, uma grande metrópole global, que tem aproximadamente 20 milhões de habitantes (São Paulo), as metrópoles, nacionais (Rio de Janeiro e Brasília) – o Rio de Janeiro com mais de 11,8 milhões de habitantes e Brasília com um pouco mais de 3,8 milhões –, já como metrópoles podemos citar Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Salvador, Belém, Curitiba, Goiânia, Manaus, pois possuem populações de 5,5 milhões a 2,3 milhões. As MEGALÓPOLES se constituem a partir das junções de áreas conurbadas, ou seja, quando as metrópoles crescem a ponto de se misturar com outras metrópoles. Nesse fenômeno, a zona rural do município é praticamente inexistente, a dinâmica nessas regiões sai do controle, tendo em vista que as cidades perpassam as administrações municipais e não desenvolvem todas as suas áreas igualmente. No Brasil, a megalópole Rio-São Paulo vem se expandindo cada dia mais pelo Vale Paraíba e pela Baixada Santista. Já as MEGACIDADES são caracterizadas pela ONU como um aglomerado urbano que sedia mais de 10 milhões de habitantes. Devido à alta densidade e ao crescimento desordenado, elas enfrentam inúmeros problemas urbanos, sociais, habitacionais e ambientais. Muitas vezes, as pessoas desenvolvem inúmeras doenças, desde as psicológicas – ocasionadas pelo estresse e pressa da dinâmica de trabalho na zona urbana – até problemas respiratórios influenciados pela grande produção industrial e circulação de veículos. Principais Problemas das Cidades Brasileiras Os problemas nas cidades não são apenas consequênciado processo de urbanização acelerado, mas também de marcadores visíveis e estruturais da desigualdade socioeconômica. Em uma mesma cidade, encontram-se desde bairros com excelentes estruturas, com rede de esgoto, distribuição de água, iluminação pública, residências adequadas e luxuosas, em contraponto, espaços repletos de habitações irregulares, em áreas de risco, sem cômodos suficientes, podendo ser até mesmo sem banheiros, localizadas sem a mínima infraestrutura, onde não tem coleta de lixo ou água encanada, luz ou acesso à internet, nem rede telefônica. Outros problemas marcantes nas cidades são a grande taxa de violência, assaltos, sequestros, engarrafamento nas rodovias, desemprego, filas enormes em bancos, mercados e etc. As grandes cidades, com o estilo de vida urbano, contribuem para inúmeros impactos ambientais: como o desmatamento de florestas, poluição da atmosfera, poluição e assoreamento dos rios, exploração de recursos e diminuição da afetividade pelo espaço natural, além de interferência no clima das localidades, causado pelo asfalto e as edificações. Agora é com você! 1. (ENEM/2013) Trata-se de um gigantesco movimento de construção de cidades, necessário para o assentamento residencial dessa população, bem como de suas necessidades de trabalho, abastecimento, transportes, saúde, energia, água etc. Ainda que o rumo tomado pelo crescimento urbano não tenha respondido satisfatoriamente a todas essas necessidades, o território foi ocupado e foram construídas as condições para viver nesse espaço. MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petropólis: Vozes, 2001. A dinâmica de transformação das cidades tende a apresentar como consequência a expansão das áreas periféricas pelo(a) crescimento da população urbana e aumento da especulação imobiliária. direcionamento maior do fluxo de pessoas, devido à existência de um grande número de serviços. delimitação de áreas para uma ocupação organizada do espaço físico, melhorando a qualidade de vida. implantação de políticas públicas que promovem a moradia e o direito à cidade aos seus moradores. reurbanização de moradias nas áreas centrais, mantendo o trabalhador próximo ao seu emprego, diminuindo os deslocamentos para a periferia. 2. (ENEM/2009) O trânsito nas grandes cidades se transformou em problema que exige criatividade e pesados investimentos. A multiplicação dos acidentes, congestionamentos quilométricos e a poluição urbana, por exemplo, preocupam a sociedade. A indústria, por sua vez, teve de investir tanto em segurança ativa, facilitar o controle do veículo pelo motorista, quanto passiva, a fim de diminuir as consequências dos sinistros. A preocupação ambiental engloba também o trânsito, mas uma solução efetiva nessa área não pode se restringir à escolha de combustíveis pouco poluentes. A escritora Raquel de Queiroz, fazendo uma reflexão bem-humorada, em artigo da revista ‘O Cruzeiro, desafiava o leitor a imaginar como seriam as cidades da década de 1970 com carruagens puxadas por cavalos: “a poluição causada pelos excrementos dos animais literalmente sufocaria a todos”. Disponível em: http://www. primeiramao.com br. Acesso em: 20 set. 2008 (adaptado). Com base no texto acima e na situação atual do trânsito, infere-se que os acidentes eram mais frequentes na época das carruagens, devido à falta de segurança nos transportes. as carruagens à tração animal em circulação têm alto impacto ambiental. o número de veículos em circulação nas grandes cidades é parte importante do problema. a segurança no trânsito se alcança com base numa escolha responsável da matriz energética. a solução para os problemas ambientais da atualidade é o retorno a meios de transporte antigos. 3. (ENEM/2009) As cidades não são entidades isoladas, mas interagem entre si e articulam-se de maneira cada vez mais complexa à medida que as funções urbanas e as atividades econômicas se diversificam e sua população cresce. Intensificam-se os fluxos de informação, pessoas, capital, mercadorias e serviços que ligam as cidades em redes urbanas. Sobre esse processo de complexificação dos espaços urbanos é correto afirmar que? A centralidade urbana das pequenas cidades é função da sua capacidade de captar o excedente agrícola das áreas circundantes e mantê-lo em seus estabelecimentos comerciais. As grandes redes de supermercados organizam redes urbanas, pois seus esquemas de distribuição atacadista e varejista circulam pelas cidades e fortalecem sua centralidade. As capitais nacionais são sempre as grandes metrópoles, pois concentram o poder de gestão sobre o território de um país, além de exportarem bens e serviços. O desenvolvimento das técnicas de comunicação, transporte e gestão permitiu a formação de redes urbanas regionais e nacionais articuladas a redes internacionais e cidades globais. A descentralização das atividades e serviços para cidades menores ocasiona perda de poder econômico e político das cidades hegemônicas das redes urbanas. a 2 H16, H17, H18, H19 Lição 13 Ver aula As Revoluções Industriais: Fases e Mudanças Sociais O surgimento das indústrias mudou de forma acentuada as relações produtivas, econômicas e sociais no mundo. É justamente por englobar tantas problemáticas e transformações em diversos âmbitos que as questões do ENEM, sobre as indústrias e os processos de industrialização, aparecem contextualizadas com outras temáticas como: urbanização, capitalismo, relação e divisão do trabalho, impactos ambientais, entre outras. As grandes mudanças na forma de produção de produtos, somada à utilização de máquinas, fontes de energia, inovações nos meios de transporte e mudanças nas relações de trabalho, podemos chamar de Revolução Industrial. A Primeira Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra entre os séculos XVIII a XIX, expandindo-se para outros países da Europa. A fonte de energia utilizada pelas indústrias foi o carvão mineral, já o transporte desses produtos passou a ser feito pelas locomotivas movidas a vapor. É importante destacar que a Revolução Industrial tem papel fundamental no aumento da população nas cidades (urbanização), além de influenciar grandes mudanças nas relações de trabalho, marcando o crescimento do capitalismo. Esse momento é marcado por trabalho infantil, feminino, indústrias têxteis e cidades com grande insalubridade. O processo industrial também incentivou grandes inovações tecnológicas nos meios de transporte e comunicação, motivados por uma maior efetividade no armazenamento e circulação dos produtos. As mudanças, o aprimoramento das indústrias, o surgimento de variados setores industriais, como a indústria automobilística e as siderúrgicas, somados à utilização de novas fontes de energia, a exemplo do petróleo e da eletricidade, marcam na metade do século XIX, até parte do século XX, a Segunda Revolução Industrial. Nessa fase, novos métodos de trabalho foram estruturados para garantir a maior quantidade de https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=93 lucro possível, para isso acontecer várias mudanças na forma de produção e nas relações de trabalho foram implementadas. Nesse período, destacam-se dois métodos produtivos o: taylorismo (organização científica do trabalho, idealizada por Frederick W. Taylor), nesse método o trabalhadorpassava por um tipo de treinamento se tornando responsável por executar apenas uma parte do produto de maneira repetitiva, o que resultava na redução no tempo de fabricação e na energia empregada na produção. Já o fordismo, proposto por Henry Ford, ganhou espaço no início do século XX. O método idealizado por Ford é caracterizado pela especialização produtiva do trabalhador, ou seja, quanto mais especializado em desempenhar a sua função, mais rápido o trabalhador produziria, sendo assim, seria mais lucrativo para os donos dos meios de produção. Figura 1 - Charlie e trabalhadores da fábrica na linha de produção. Filme Tempos modernos. Max Munn Autrey. [1934-1935]. Disponível em: http://www.charliechaplinarchive.org/en/collection/cerca/charlie-and-factory-workers-at- production-line-max-munn-autrey. Acesso em: 05 dez. 2024. Com a implantação desses métodos produtivos e os investimentos científicos, na segunda metade do século XX, resultaram em aparelhos e máquinas mais tecnológicas e informatizadas que aceleraram o setor industrial, iniciando assim a Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Técnico-Científica-Informacional. Nessa nova fase, a própria noção do papel industrial muda. A informatização, o uso de computadores, as máquinas controladas por sistema automatizado, a descoberta de novos recursos minerais e a utilização de novas fontes de energia como a eólica, solar, maremotriz, mudam a forma de produção e os produtos fabricados. http://www.charliechaplinarchive.org/en/collection/cerca/charlie-and-factory-workers-at-production-line-max-munn-autrey. http://www.charliechaplinarchive.org/en/collection/cerca/charlie-and-factory-workers-at-production-line-max-munn-autrey. As indústrias de base (siderúrgica, metalúrgica) ainda possuem grande importância, porém, com a modernização da sociedade, a consolidação do capitalismo e a cultura informacional do processo de mundialização, fizeram surgir novos tipos de indústrias, destacam-se as indústrias produtoras de serviços como: sistemas operacionais, aplicativos, telecomunicações, robóticas, entre outras. Na Terceira Revolução Industrial, os métodos anteriores ficaram ultrapassados, com a inserção tecnológica, além da especialização, o trabalhador é contratado pelo diferencial criativo e dinâmico, pois se o trabalhador é conhecedor do resultado do seu trabalho há uma diminuição do desperdício. Além disso, são analisados os dados do mercado, com o objetivo de evitar uma grande produção de produtos que não tenham mercado consumidor, o que controla e organiza a proporção dos estoques, chamamos esse método de toyotismo e o sistema de just in time. Essa vertente também é marcada por uma forte terceirização do trabalho, afetando diretamente a relação dos empresários e trabalhadores, os quais podem ser apenas contratados de forma temporária e sem garantias trabalhistas. Com esse desenvolvimento das indústrias e a consolidação capitalista, as indústrias foram divididas em seguimentos e níveis de desenvolvimento, a partir do tipo de tecnologia empregada, seu país de origem e os tipos de produtos produzidos. As chamadas: indústrias de bem de produção ou indústrias de base, as indústrias de bens de capital ou intermediárias e as indústrias de bens de consumo. Agora é com você! 1. (ENEM/2012) Disponível em: http://primeira-serie.blogspot.com.br. Acesso em: 07 dez. 2011 (adaptado) Na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo produtivo cuja forma de organização fabril baseava-se na autonomia do produtor direto. adoção da divisão sexual do trabalho. exploração do trabalho repetitivo. utilização de empregados qualificados. incentivo à criatividade dos funcionários. 2. (ENEM/2021) O toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de acumulação. ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo, Botempo. 2009 (adaptado). A característica organizacional do modelo em questão, requerida no contexto de crise, foi o(a): expansão dos grandes estoques. incremento da fabricação em massa. adequação da produção à demanda. aumento da mecanização do trabalho. centralização das etapas de planejamento. 3. (ENEM/2013) Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto. SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado). Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no texto pressupõe que: as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais. as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico. as procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional. as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional. os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho. 4. (ENEM/2021) O uso de novas tecnologias envolve a assimilação de uma cultura empresarial na qual haja a integração entre as propostas de modernização tecnológica e a racionalização. Nem sempre o uso de novas tecnologias é apenas um processo técnico na medida em que pressupõe uma nova orientação no controle do capital, no processo produtivo e na qualificação da mão de obra. Dos diversos efeitos que derivaram dessa orientação, a terceirização, a precarização e a flexibilização aparecem com constância como características do paradigma flexível, em substituição ao modelo taylorista-fordista. HERÉDIA, V. Novas tecnologias nos processos de trabalho: efeitos da reestruturação produtiva. Scripta Nova, n. 170, ago. 2004 (adaptado). O uso de novas tecnologias relacionado ao controle empresarial é criticado no texto em razão da: operacionalização da tarefa laboral. capacitação de profissionais liberais. fragilização das relações de trabalho. hierarquização dos cargos executivos. aplicação dos conhecimentos da ciência. Geografia 2 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 H16, H17, H20 Lição 14 Ver aula Tipos de Indústrias e Sua Distribuição no Mundo As indústrias, o capitalismo e a globalização trouxeram mudanças sociais refletidas na dinâmica populacional, no processo de urbanização, nas relações de trabalho, nos processos produtivos, na gestão de recursos, na forma de produzir alimentos, nas demandas de produtos e nas relações econômicas, permeadas pelas desigualdades. Devido à variedade de indústrias existentes, podemos classificá-las a partir da sua produção – as indústrias de base, de capital e de consumo –, a partir do tipo de tecnologia utilizada – indústrias dinâmicas e tradicionais. É interessante salientar que os tipos de indústrias são interdependentes, tendo em vista que algumas matérias-primas são produzidas por outros setores e torna a produção cíclica. De acordo com a classificação por tipo de produção, temos as seguintes: 1. INDÚSTRIAS DE BENS DE PRODUÇÃO ou INDÚSTRIAS DE BASE: essas indústrias possuem a responsabilidade de transformar a matéria-prima ou a energia em sua forma bruta, extraída da natureza em materiais processados que serão utilizadas por outros tipos de indústrias. Temos como exemplos: as indústrias de cimento, petroquímicas, madeireiras, siderúrgicas, metalúrgicas, etc. Elassão geralmente instaladas próximas das regiões de extração da matéria-prima e, por essa razão, as empresas precisam ter uma boa logística de transporte, para o escoamento dos produtos. 2. INDÚSTRIAS INTERMEDIÁRIAS ou DE BENS DE CAPITAL: recebem essa nomenclatura justamente pelo processo de recebimento das matérias-primas fabricadas nas indústrias de base e transformam-nas em peças, ferramentas, máquinas, equipamentos, lubrificantes, motores, partes eletrônicas, etc. 3. INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO: produzem os produtos que vão direto para o mercado consumidor, ou seja, fabricam os produtos que chegam às lojas, aos mercados, às farmácias, etc. Conforme o tipo de produto fabricado, são classificadas em: duráveis e não duráveis. Indústrias de Bens de Capital https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=94 Figura 1 - KOSOLAPOV, Roman. Trabalhador industrial cortando e soldando metal com muitas faíscas. Disponível em: Foto de Stock Industrial worker cutting and welding metal with many sharp sparks | Adobe Stock. Acesso em: 05 dez. 2024. Indústrias de Bens de Consumo Figura 2 - Foto do interior moderno da fábrica de montagem de automóveis de uma fábrica de alta tecnologia de automóveis novos. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-premium/uma-jovem-motorista-fica-em-um-carro-com-uma- bateria-descarregada-e-segura-fios-nas-maos-para_32712265.htm. Acesso em: 05 dez. 2024. Como um dos principais alicerces da obtenção de lucros no capitalismo, as indústrias com o passar o tempo foram sendo distribuídas pelo mundo, visando se expandir e baratear o produto final. Na fase atual da industrialização, as empresas se espalharam pelo globo, a exemplo das transnacionais, e as indústrias começaram a sair dos grandes centros urbanos e regiões mais industrializadas para regiões menos https://stock.adobe.com/es/images/industrial-worker-cutting-and-welding-metal-with-many-sharp-sparks/287632715 https://stock.adobe.com/es/images/industrial-worker-cutting-and-welding-metal-with-many-sharp-sparks/287632715 https://br.freepik.com/fotos-premium/uma-jovem-motorista-fica-em-um-carro-com-uma-bateria-descarregada-e-segura-fios-nas-maos-para_32712265.htm. https://br.freepik.com/fotos-premium/uma-jovem-motorista-fica-em-um-carro-com-uma-bateria-descarregada-e-segura-fios-nas-maos-para_32712265.htm. industrializadas em busca de diminuição do custo de produção, seja pelo barateamento dos espaços ou da mão de obra. No que se diz respeito à dispersão das indústrias em escala mundial, temos a ascensão de países da Ásia, como a China, Índia e outros. Os próprios países latinos americanos se industrializaram de forma tardia, mas detêm certa importância regional, a exemplo do Brasil e da Argentina. Atualmente, a dinâmica do mercado consumidor é o que norteia a produção industrial, para que a população continue comprando produtos e alimentando o desenvolvimento. O capitalismo desenvolveu vários mecanismos de incentivar o consumo, um dos mais utilizados e conhecidos são as propagandas. As propagandas são formas de incentivar e influenciar a opinião das pessoas. Hoje, elas podem estar explícitas em variados espaços, meios de comunicação, aplicativos, jogos, etc. A partir delas se cria uma sensação de necessidade de consumo. Além das propagandas, o sistema conta com mecanismos como a obsolescência programada e a obsolescência perceptiva. A primeira é caracterizada pela produção de produtos com um tempo programado para apresentar algum defeito ou até mesmo quebrar, desta forma, o consumidor se vê obrigado a comprar novamente. Já a perceptiva trata-se de um mecanismo estratégico voltada para a inovação tecnológica ou para as mudanças nas características visuais de um produto, estabelecendo nos produtos anteriores um marcador de ultrapassado e consequentemente desvalorizado. Agora é com você! 1. (ENEM/2021) Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade contemporânea, o transplante de necessidades sociais para individuais é de tal modo eficaz que a diferença entre elas parece puramente teórica. As criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma em seu automóvel, casa em patamares, utensílios de cozinha. MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos desejos pessoais é influenciada por? Políticas estatais de divulgação. Incentivos controlados de consumo. Prescrições coletivas de organização. Mecanismos subjetivos de identificação. Repressões racionalizadas do narcisismo 2. (ENEM/2017) A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos. Um dos mais importantes é a localização, que deve ser próxima tanto dos centros de consumo como das áreas de produção. A Petrobras possui refinarias estrategicamente distribuídas pelo país. Elas são responsáveis pelo processamento de milhões de barris de petróleo por dia, suprindo o mercado com derivados que podem ser obtidos a partir de petróleo nacional ou importado. Murta, Energia: o vício da civilização, crise energética e alternativas sustentáveis. Rio de Janeiro Caramond 2011. A territorialização de uma unidade produtiva depende de diversos fatores locacionais. A partir da leitura do texto, o fator determinante para a instalação das refinarias de petróleo é a proximidade a: sedes de empresas petroquímicas. zonas de importação de derivados polos de desenvolvimento tecnológico. áreas de aglomerações de mão de obra espaços com infraestrutura de circulação 3. (ENEM/2012) O fechamento de seis unidades de uma empresa calçadista na Bahia deve resultar na demissão de 1 800 funcionários. Enquanto demite no Brasil, a empresa abre uma fábrica na Índia. Nas seis unidades fechadas na Bahia eram produzidos cabedais de calçados esportivos que serão fabricados também na Índia. O Globo, 17 dez. 2011 (adaptado). A estratégia produtiva adotada pela empresa, que explica o processo econômico descrito, está indicada na: redução dos custos logísticos. expansão dos benefícios sociais. planificação da produção industrial. modificação da estrutura societária. ampliação da qualificação profissional. Geografia 2 H19, H20, H28 Lição 15 Ver aula O Desenvolvimento Industrial do Brasil Os países europeus começaram a se industrializar, no século XVIII, tendo como país pioneiro a Inglaterra. Já o Brasil, iniciou sua industrialização no século XX durante a Era Vargas (1930-1945) e é justamente por esse “atraso” que chamamos a industrialização brasileira de tardia ou retardatária. A diferença e demora na industrialização brasileira é permeada pelo processo histórico de colonização e pelo pacto colonial imposto por Portugal. As terras que hoje compõem o Brasil foram exploradas por mais de trezentos anos pelos portugueses, que iniciaram o processo de colonização no século XVI, todo o conhecimento e expansão do território eram marcados por atividades econômicas. O litoral nordestino foi espaço da primeira importante atividade econômica do Brasil colônia: o cultivo de cana-de-açúcar. A produção era toda baseada no sistema de plantation (monocultura, mão-de-obra escrava, latifúndio e mercado externo), essa atividade se destacou durante nos séculos XVI e XVII. Motivados pela desvalorização da cana-de-açúcar e de seus derivados na Europa, somados ao metalismo, outra atividade econômica de destaque, foi à mineração na atual Região Sudeste, precisamente no estado de Minas Gerais, durante o século XVIIe metade do século XVIII. A mineração atraiu uma grande quantidade de pessoas para a realização do trabalho e, consequentemente, outras atividades econômicas começaram a se desenvolver, a exemplo da plantação de café na região do Vale do Rio Paraíba do Sul. A partir da metade do século XIX, a produção de café, muda grandiosamente, a economia brasileira e estrutura uma grande centralização de capital financeiro na Região Sudeste, o próprio controle político do Brasil é estruturado pela economia cafeeira durante o início do Brasil República. Essa estrutura agrária leva o Brasil a se reconhecer com um “destino econômico agroexportador”. É interessante salientar que as atividades econômicas anteriores ainda estavam em funcionamento no Brasil, como a plantação de cana-de-açúcar, a mineração, a pecuária e a extração de látex. Porém, a base econômica era a produção cafeeira, que gerava capital financeiro e muitas transformações de infraestrutura no Brasil, como, por exemplo, a construção das ferrovias e a modernização de portos. É justamente parte do capital e da infraestrutura cafeeira que geram os primeiros recursos investidos na industrialização brasileira. https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=95 O processo de industrialização brasileira é iniciado, principalmente, depois de 1930, no governo de Getúlio Vargas. A quebra política do Café com Leite somada à crise econômica de 1929, à desvalorização do café e à política estadista e nacionalista de Vargas, deu início, no Brasil, o primeiro momento da industrialização, a industrialização de substituição de importação. A industrialização brasileira também foi intensificada por inúmeros outros fatores, como: o aumento no processo de êxodo rural, uma maior inserção da mão-de-obra imigrante, a necessidade de produzir produtos internamente devido às dificuldades de importar produtos europeus devido à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), etc. Para alicerçar e criar infraestrutura para as indústrias brasileiras, Vargas investiu em empresas que consolidassem esse processo como a Companhia Siderúrgica Nacional (1946) e a Companhia do Vale do Rio Doce (1942), para a extração mineral e consolidação das indústrias de base. Com a finalidade de ser autossuficiente na geração de energia para as indústrias e para as cidades que surgiram, nesse processo, foram criadas algumas empresas como a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945). A segunda fase industrial brasileira é marcada no governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1961), com um plano de desenvolvimento bem “otimista”, o Plano de Metas (fazer o Brasil crescer 50 anos em 5), diferente da política protecionista e nacionalista de Getúlio, o governo JK “abriu” as fronteiras do Brasil para as indústrias internacionais (transnacionais), como consequência enfraqueceu as indústrias brasileiras que não possuíam tecnologia suficiente para competir com a produção tecnológica das indústrias estrangeiras, já que elas possuíam mais tempo de funcionamento e experiência de mercado. O domínio do mercado nas mãos do capital estrangeiro leva algumas privatizações nas empresas brasileiras, o que entrega à elite burguesa que dominava a produção agrícola e a produção industrial. Como a industrialização brasileira foi iniciada na região sudeste, até os dias atuais a região se destaca na produção industrial brasileira. Porém, a partir da década de 1970, começou-se a presenciar o que chamamos de descentralização industrial. Essa descentralização acontece de diversas formas, desde a saída de indústrias do sudeste para outras regiões à interiorização das indústrias, que saem das grandes cidades para cidades médias e pequenas. Agora é com você! 1. (ENEM/2019) A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante foi a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado). Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo à industrialização interna para substituir as importações. nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise. venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores. entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas. abertura de linhas de financiamento especial para empresas do setor terciário. 2. (ENEM/2017) A tecelagem é numa sala com quatro janelas e 150 operários. O salário é por obra. No começo da fábrica, os tecelões ganhavam em media 170$000 réis mensais. Mais tarde não conseguiam ganhar mais do que 90$000; e pelo último rebaixamento, a média era de 75$000! E se a vida fosse barata! Mas as casas que a fábrica aluga, com dois quartos e cozinha, são a 20$000 réis por mês; as outras são de 25$ a 30$000 réis. Quanto aos gêneros de primeira necessidade, em regra custam mais do que em São Paulo. CARONE, E. Movimento operário no Brasil. São Paulo: Difel, 1979. Essas condições de trabalho, próprias de uma sociedade em processo de industrialização como a brasileira do início do século XX, indicam a exploração burguesa. organização dos sindicatos. ausência de especialização. industrialização acelerada. alta de preços. 3. (ENEM/2014) Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas. FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado). Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a) atração de empresas estrangeiras. reformulação do sistema fundiário. incremento da mão de obra imigrante. desenvolvimento de política industrial. financiamento de pequenos agricultores. Geografia 2 H17, H18 Lição 16 Ver aula As Fontes de Energia Se pensarmos a energia como uma forma de gerar calor e incentivar o desenvolvimento humano, somos capazes de reconhecer sua origem com a descoberta do fogo pelos povos primeiros da humanidade. Ao aprenderem a produzir e dominar o fogo, estes grupos de hominídeos o utilizaram para melhor se alimentar, proteger-se dos perigos externos e aquecer-se em períodos mais frios. Assim, nesse momento, o fogo se constitui em uma energia necessária para o desenvolvimento e a perpetuação da espécie humana. Essa descoberta influencia na elaboração de meios de iluminação ao longo de toda a história humana, pois com o fogo acendiam-se fogueiras, tochas, lamparinas, as quais se mostraram essenciais para a organização civilizatória até a invenção das lâmpadas e da eletricidade. Com o advento da eletricidade, aprendemos a utilizar dos recursos naturais que existem ao nosso redor, para nos auxiliar de diversas formas. Com a Revolução Industrial, no século XVIII, o carvão mineralse tornou fonte indispensável para possibilitar o movimento das fábricas, dos trens e do desenvolvimento econômico e técnico, influenciando no progresso energético e no uso de fontes energéticas diversas. O conjunto desses recursos utilizados para gerar movimento, calor e eletricidade, ou seja, o conjunto de todas as fontes de energia é chamado de matriz energética. Todos os países e suas regiões devem ter em mente a matriz energética possível de utilização, mapeando e contabilizando sua validade e sua capacidade de https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=96 renovação ou não. A partir da forma como se obtém a energia pode-se classificá-las como fontes primárias e secundárias. FONTES PRIMÁRIAS (ou naturais) – são aquelas que são encontradas na natureza, as quais podem ser retiradas de sua origem (exemplo do xisto, dos combustíveis fósseis, do urânio), mas também aquelas que podem ser produzidas na terra (exemplo da cana-de-açúcar, da mamona e da soja). FONTES SECUNDÁRIAS (ou artificiais)– estas são fontes resultantes das fontes primárias, ou seja, aquelas que recebem tratamento humano e se tornam tornam novas formas de energia como no caso do diesel, do etanol, da gasolina e da própria eletricidade. Mediante a quantidade e a disponibilidade de uma fonte de energia podemos separá-las em renováveis e não renováveis. ENERGIA RENOVÁVEL ou INESGOTÁVEL – aquela cuja fonte pode ser naturalmente renovada ou que possui vida útil longa, como o sol (energia solar ou fotovoltaica), a força dos ventos (energia eólica), dos oceanos (maremotriz), matérias-primas plantáveis (biocombustível), das águas (hidrelétricas) e uso do calor interno da Terra (geotérmica). Também conhecidas como fontes de energia alternativas. ENERGIA NÃO RENOVÁVEL ou CONVENCIONAL – diferentemente da renovável, essa tem em sua fonte um prazo de validade, ou seja, o produto para produzir essa energia é finito, a exemplo da energia baseada em combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) e naquelas de energia nuclear ou atômica. Uma grande problemática do uso das energias é seu impacto na natureza. Existem meios de utilização que não degradam o meio ambiente, libera baixo ou nenhum nível de contaminação, ou destruição do solo, como a energia eólica, a solar e a maremotriz, consideradas fontes limpas de energia. Já as de biocombustíveis e as hidrelétricas podem impactar o meio ambiente, causam danos diversos em casos de má administração ou mau planejamento. No caso das energias por combustíveis fósseis e nucleares, podem ocasionar poluição, aquecimento global ou, no caso da última, acidentes nucleares. Fontes de Energia no Brasil No Brasil, quem faz o planejamento e o balanceamento da matriz energética nacional é a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Todo ano, essa empresa publica o Balanço Energético Nacional (BEN), divulga o percentual de utilização das fontes de energia no território brasileiro, pensa caminhos para prolongar a vida útil das fontes não renováveis e garante uso sensato das renováveis, assim como sua produção. Agora é com você! 1. (ENEM/2010) Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município localizado no interior de um pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado. Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse município de modo a causar o menor impacto ambiental? Termoelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração. Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia. Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população. Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local. Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída. 2. (ENEM/2011) Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e Energia, a matriz energética brasileira é composta por hidrelétrica (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas termelétricas, esse percentual é dividido conforme o combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), biomassa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia nuclear (3,1%) e carvão mineral (1,6%). Com a geração de eletricidade da biomassa, pode-se considerar que ocorre uma compensação do carbono liberado na queima do material vegetal pela absorção desse elemento no crescimento das plantas. Entretanto, estudos indicam que as emissões de metano (CH4) das hidrelétricas podem ser comparáveis às emissões de CO2 das termelétricas. MORET, A. S.; FERREIRA, I. A. As hidrelétricas do Rio Madeira e os impactos socioambientais da eletrificação no Brasil. Revista Ciência Hoje. V. 45, n.° 265, 2009 (adaptado). No Brasil, em termos do impacto das fontes de energia no crescimento do efeito estufa, quanto à emissão de gases, as hidrelétricas seriam consideradas como uma fonte: limpa de energia, contribuindo para minimizar os efeitos deste fenômeno. eficaz de energia, tomando-se o percentual de oferta e os benefícios verificados. limpa de energia, não afetando ou alterando os níveis dos gases do efeito estufa. poluidora, colaborando com níveis altos de gases de efeito estufa em função de seu potencial de oferta. alternativa, tomando-se por referência a grande emissão de gases de efeito estufa das demais fontes geradoras. 3. (ENEM/2009) A economia moderna depende da disponibilidade de muita energia em diferentes formas, para funcionar e crescer. No Brasil, o consumo total de energia pelas indústrias cresceu mais de quatro vezes no periodo entre 1970 e 2005. Enquanto os investimentos em energias limpas e renováveis, como solar e eólica, ainda são incipientes, ao se avaliar a possibilidade de instalação de usinas geradoras de energia elétrica, diversos fatores devem ser levados em consideração, tais como os impactos causados ao ambiente e às populações locais. Ricardo. B. e Campanili, M. Almanaque Brasil Socioambiental. Instituto Socioambiental. São Paulo, 2007 (adaptado). Em uma situação hipotética, optou-se por construir uma usina hidrelétrica em região que abrange diversas quedas d’água em rios cercados por mata, alegando-se que causaria impacto ambiental muito menor que uma usina termelétrica. Entre os possíveis impactos da instalação de uma usina hidrelétrica nessa região, inclui-se: a poluição da água por metais da usina. a destruição do habitat de animais terrestres. o aumento expressivo na liberação de CO2 para a atmosfera. o consumo não renovável de toda água que passa pelas turbinas. o aprofundamento no leito do rio, com a menor deposição de resíduos no trecho de rio anterior à represa. 4. (ENEM/2008) Qual das seguintes fontes de produção de energia é a mais recomendável para a diminuição dos gases causadores do aquecimento global? Óleo diesel. Gasolina. Carvão mineral. Gás natural. Vento. Geografia 2 H27, H28, H29 Lição 17 Ver aula Espaço Agrário Brasileiro: os Tipos de Atividades Agrícolas A relação dos brasileiros com o espaço agrário mudou com o passar dos anos,essa disputa ideológica por áreas de influência que aconteceu no século XX continua influenciando disputas territoriais e conflitos atuais, como a invasão russa à Ucrânia (2022) ou as tensões envolvendo China, Taiwan e os Estados Unidos (2022). EXPLOSÃO EM PRÉDIO NA UCRÂNIA (2022) Figura 1 - Bombeiros trabalham em prédio em Chuguiv. Foto de Aris Messinis. Getty Images. Disponível em: Guerra na Ucrânia: o ataque da Rússia em mapas - BBC News Brasil. Acesso em: 05 dez. 2024. TREINAMENTO EM TAIWAN EM RESPOSTA A CHINA (2022) https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=82 https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60517760 Figura 2 - Soldados taiwaneses disparam obuses durante um exercício militar anual de fogo real no condado de Pingtung, sul de Taiwan. Foto: Ann Wang - Reuters. Disponível em: Taiwan rejects Beijing’s ‘one country, two systems’ plans for unification. Acesso em: 05 dez. 2024. De maneira bem simplificada, a Guerra Fria consistiu em uma disputa ideológica, armamentista e tecnológica entre os Estados Unidos (Capitalista) e a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (Socialista) por áreas de influência. Nesse período, os países foram divididos em três blocos. Os países capitalistas, chamados naquele período de países de “Primeiro Mundo”, os países Socialistas, nomeados como de “Segundo Mundo” e os países de Terceiro Mundo, os quais possuíam uma economia fragilizada e não faziam parte do bloco capitalista e socialista. Outro termo utilizado nesse período era o de conflito Leste-Oeste, fazendo referência a influência soviética (leste) e a estadunidense (oeste). Atualmente, essas classificações não são mais utilizadas, sendo substituídas por conflito Norte-Sul ou países desenvolvidos e subdesenvolvidos. De 1947 a 1991, o mundo presenciou uma ordem mundial1 bipolar, sob o domínio político e ideológico dos EUA e da URSS. Nesse período, além de guerras “financiadas” por eles, como a Guerra da Coréia (1950- 1953), a Guerra do Vietnã (1955 a 1975), além de vários outros conflitos, tivemos o surgimento de algumas organizações e/ou grupos políticos, como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte- 1949), uma aliança militar e política dos países capitalistas para https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3188564/highly-unacceptable-taiwan-rejects-beijings-one-country-two “barrar” a expansão socialista pelo mundo e o Pacto de Varsóvia (1955), uma aliança política e militar semelhante a OTAN, porém com objetivo de expandir o socialismo e barrar a expansão capitalista. 1 Ordem Mundial consiste na organização das relações políticas, militares e econômicas entre os Estados e como essa ordem influencia o cenário mundial. Em 1991, com a fragmentação da URSS, o fim do Pacto de Varsóvia e a expansão capitalista, a Guerra Fria chega ao fim deixando muitas questões, conflitos e decisões inacabadas, que vivenciamos até hoje. Como, por exemplo, a existência até os dias atuais da OTAN, possui novos objetivos: como a segurança militar dos países membros, a disputa, competição e a realidade muito vívida entre os EUA e a Rússia - país mais influente da extinta URSS. Desde o fim da Guerra Fria, iniciou-se uma Nova Ordem Mundial, em que outras potências passaram a exercer influência no mundo globalizado, envolvendo participações nas decisões políticas e econômicas no cenário mundial, a exemplo da China. Nova Ordem Mundial Mesmo com a expansão do capitalismo e com os Estados Unidos assumindo o espaço de maior potência mundial, países como a Alemanha, Japão e, mais recentemente, a China se destacam no cenário econômico e comercial do mundo, sendo esses países polos de influências de suas áreas vizinhas. Desta forma, nesse novo cenário, há grande diferença marcada pelo desenvolvimento e subdesenvolvimento, desigualdades bem nítidas diante da riqueza, tecnologia e alto nível de vida em contraponto à pobreza, aos baixos níveis de educação, aos problemas e aos atrasos tecnológicos. Outro viés desse período envolve o domínio comercial dos países desenvolvidos, na expansão das transnacionais², marcadas por uma manutenção dessas desigualdades, face marcada pela divisão internacional do trabalho (DIT), na atualidade. 2 Empresas com sedes e corporações em países desenvolvidos que se instalam em países subdesenvolvidos em busca de matéria-prima, mão de obra barata, vantagens fiscais e mercado consumidor. Agora é com você! 1. (ENEM/2013) Embora o aspecto mais óbvio da Guerra Fria fosse o confronto militar e a cada vez mais frenética corrida armamentista, não foi esse o seu grande impacto. As armas nucleares nunca foram usadas. Muito mais óbvias foram as consequências políticas da Guerra Fria. HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado). O conflito entre as superpotências teve sua expressão emblemática no(a)? Formação do mundo bipolar. Aceleração da integração regional. Eliminação dos regimes autoritários. Difusão do fundamentalismo islâmico. Enfraquecimento dos movimentos nacionalistas. 2. (ENEM/2016) A Guerra Fria foi, acima de tudo, um produto da heterogeneidade no sistema internacional — para repetir, da heterogeneidade da organização interna e da prática internacional — e somente poderia ser encerrada pela obtenção de uma nova homogeneidade. O resultado disto foi que, enquanto os dois sistemas distintos existiram, o conflito da Guerra Fria estava destinado a continuar: a Guerra Fria não poderia terminar com o compromisso ou a convergência, mas somente com a prevalência de um destes sistemas sobre o outro. HALLIDAY, F. Repensando as relações internacionais. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999. A caracterização da Guerra Fria apresentada pelo texto implica interpretá-la como um(a)? Esforço de homogeneização do sistema internacional negociado entre Estados Unidos e União Soviética. Guerra, visando o estabelecimento de um renovado sistema social, híbrido de socialismo e capitalismo. Conflito intersistêmico em que países capitalistas e socialistas competiriam até o fim pelo poder de influência em escala mundial. Compromisso capitalista de transformar as sociedades homogêneas dos países socialistas em democracias liberais. Enfrentamento bélico entre capitalismo e socialismo pela homogeneização social de suas respectivas áreas de influência política. 3. (ENEM/2019) Produto do fim da Guerra Fria, a Convenção sobre a Proibição das Armas Químicas (CPAQ) marcou um momento novo das relações internacionais no campo da segurança. Aberta para assinaturas em Paris, em janeiro de 1993, após cerca de duas décadas de negociações na Conferência do Desarmamento em Genebra, a CPAQ entrou em vigor em abril de 1997. Ao abrir a I Conferência dos Estados-Partes na CPAQ, em Haia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, descreveu o evento como um “momentoso ato de paz”. Disse: “O que vocês fizeram com sua livre vontade foi anunciar a essa e a todas as futuras gerações que as armas químicas são instrumentos que nenhum Estado com algum respeito por si mesmo e nenhum povo com algum senso de dignidade usaria em conflitos domésticos ou internacionais”. BUSTANI, J. M. A Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas: trajetória futura. Parcerias Estratégicas, n. 9, out. 2000. O que a Convenção representou para o cenárioa zona rural detinha a maior quantidade de população e sediava as atividades mais lucrativas e importantes para o Brasil. As relações no espaço agrário começam a mudar a partir da década de 1950, quando a industrialização vai se tornando cada vez mais relevante para a economia brasileira. Somada a isso, a urbanização também se acentuou, levando o país a passar por um grande fluxo de pessoas saindo do campo para a cidade, o êxodo rural. A partir disso, as atividades econômicas desenvolvidas no campo, como a agricultura e a pecuária passaram a ser subordinadas aos interesses de grandes empresas brasileiras e às necessidades do mercado industrial. Mesmo com todo esse cenário de tecnologias e produção industrial, a agropecuária possui papel fundamental na sobrevivência humana, sobretudo na produção de alimentos. Mas, no Brasil, a finalidade da produção classifica a agricultura em dois tipos: a agricultura de subsistência e a agricultura comercial. AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA: realizada por pequenos produtores em pequenas propriedades, a produção é voltada para o consumo de quem produz e parte restante da produção é vendida nas feiras livres ou na própria comunidade. AGRICULTURA COMERCIAL: assim como a nomenclatura já nos faz presumir, é produzida com fins comerciais, a produção é feita visando o lucro e as demandas do https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=97 mercado, geralmente, são realizadas em grandes propriedades (latifúndios) e concentram-se na produção de uma única cultura (monoculturas). De acordo com a finalidade da produção, um tipo de técnica também é empregado, podemos pontuar as principais técnicas desenvolvidas atualmente, que são: a agricultura orgânica, agricultura tradicional (agricultura extensiva), agricultura moderna (agricultura intensiva) ou agroecologia. A agricultura orgânica é caracterizada por um conjunto de técnicas que utilizam a terra, as culturas, as características naturais do ambiente em harmonia. Desta forma, produzida de forma equilibrada e sem o uso de aditivos químicos. Todo o controle da produção é feito de forma natural, sem métodos prejudiciais à biodiversidade local. A agricultura tradicional (agricultura extensiva): nessa técnica produtiva são utilizados poucos recursos tecnológicos e um grande número de trabalhadores, o que resulta uma menor produtividade. Em casos de anseio no aumento na quantidade produtiva, é proporcionalmente aumentada a extensão das terras, sendo assim, também chamada de agricultura extensiva. Esse tipo de técnica é tanto utilizado na produção da agricultura de subsistência, como na agricultura comercial de alguns países subdesenvolvidos. Já na agricultura moderna (agricultura intensiva): temos um conjunto de mudanças no processo produtivo agropecuário, advindas da Revolução Verde1 no Brasil. Bastante utilizada nas atividades da agricultura comercial, com a produção voltada para o mercado de exportação e utilizada como matéria-prima para as indústrias. Devido à finalidade comercial dessa produção, são implantadas: máquinas tecnológicas, fertilizantes – produtos químicos, agrotóxicos, vermífugos e etc. –, todos esses avanços científicos somados à utilização de sementes transgênicas. No Brasil, a produção de soja se destaca como uma das que mais utilizam da técnica intensiva. ¹ A Revolução Verde, a nível global, foi à implementação de variadas pesquisas e investimentos em máquinas, ferramentas e sementes modificadas com o objetivo inicial de aumentar a produção de alimentos no mundo, possibilitando a segurança alimentar no mundo. No Brasil, a partir da década de 1960, houve investimento em técnicas e o incentivo governamental para a implementação de sementes geneticamente modificadas, além do incentivo na expansão das fronteiras agrícolas para outras regiões, precisamente, as áreas de cerrado brasileiro. Além da agricultura, destaca-se no espaço agrário brasileiro a pecuária, uma das mais importantes do mundo. A pecuária consiste na criação de animais, destacando-se a criação de gado bovino. Esta produção é, geralmente, concentrada em latifúndio, com objetivo de produção de carnes para a exportação. No Brasil, essas atividades se destacam no centro-oeste do Brasil e tem se expandido para a região norte e, consequentemente, contribuído para o desmatamento da Amazônia e as disputas de terras na região. Agora é com você! 1. (ENEM/2021) A soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área plantada em grãos do país. O aumento da produtividade está associado aos avanços tecnológicos, ao manejo e à eficiência dos produtores. O grão é componente essencial na fabricação de rações animais e, com uso crescente na alimentação humana, encontra-se em franco crescimento. Disponível em: www.agricultura.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012. Uma causa para o crescimento, no Brasil, da produção agrícola especificada no texto é o(a) ampliação da qualidade de vida no campo. priorização do crédito ao pequeno produtor. aumento do emprego de mão de obra informal. aplicação de leis que viabilizam a distribuição de terras. desenvolvimento de métodos que incrementam o cultivo. 2. (ENEM/2020) TEXTO I De modo geral, para a Região Norte, o fato contundente é a expansão dos padrões motivados pela pecuária. Hoje, as pastagens se estendem como uma frente pecuarista para o interior do Pará, com São Félix do Xingu contabilizando um dos maiores rebanhos do país. IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. TEXTO II As várzeas dos rios são os principais espaços de aproveitamento para o cultivo de uma lavoura rudimentar dedicada ao consumo local, com produção de pouca extração e baixo nível tecnológico, induzindo a aquisição monetária à complementaridade através da pesca e da extração vegetal. IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. De acordo com os textos, observa-se na Região Norte a coexistência de dois modelos agrários baseados, respectivamente, no(a) mercado de exportação e na subsistência. agricultura familiar e na agroecologia. sistema de arrendamento e no agronegócio. produção orgânica e na sustentabilidade. abastecimento interno e na transumância. 3. (ENEM/2020) Vive-se a Revolução Verde. Trata-se da disseminação de novas práticas, permitindo um vasto aumento na produção. O modelo baseia-se na intensiva utilização de sementes melhoradas (particularmente das híbridas), assim como no uso sistemático de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), no recurso à irrigação e na mecanização do trabalho. DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma história da vida rural no Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006 (adaptado). No Brasil, uma desvantagem para o pequeno produtor provocada pela expansão do modelo agrícola descrito é a estagnação da atividade agroindustrial. diminuição da lavoura monocultora. restrição do controle de pragas. elevação do custo de cultivo. redução do emprego formal. 4. (ENEM/2023) No sul da Bahia, desde o século XVIII, tem-se registros de um tipo de sistema agroflorestal. Até hoje, esse sistema é característica marcante da paisagem da região, conhecido como cabruca, que consiste no cultivo do cacau à sombra do dossel da floresta nativa. Esse sistema de cultivo do cacau (graças à tolerância da espécie à sombra) é consideradoamigável para a vida silvestre, pois apresenta superioridade em termos de conservação da biodiversidade quando comparado com outras plantações tropicais (monoculturas de dendê, seringa ou café), agricultura ou pastagens. SOLLBERG, I.; SCHIAVETTI, A. MORAES M. E. B. Manejo agrícola no Refúgio de Vida Silvestre de Una: agroflorestas como uma perspectiva de conservação. Revista Árvore. n. 2, 2014 (adaptado) A prática produtiva apresentada é um exemplo de difusão comercial de lavouras temporárias. utilização sustentável dos recursos naturais. ampliação tecnológica da pecuária intensiva. padronização alimentar dos povos tradicionais. modernização logística de plantios convencionais. 5. (ENEM/2023) Alternativas logísticas estão servindo de instrumentos que ativam os mercados especuladores de terras nas diferentes regiões da Amazônia e constituem em indicadores utilizados por diferentes atores para defender ou denunciar o avanço da cultura da soja na região e, com ela, a retomada do desmatamento. É evidente que o crescimento do desmatamento tem a ver também com a expansão da soja, porém atribuir a ela o fator principal parece não totalmente correto. Parto da compreensão central de que a lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas. OLIVEIRA, A. U. A Amazônia e a nova geografia da produção da soja. Terra Livre, n. 26, jan.-jun. 2006 (adaptado). Na visão do autor, o problema central da situação descrita é desencadeado pela apropriação de áreas devolutas. sonegação de impostos federais. incorporação de exportação ilegal. desoneração de setores produtivos. flexibilização de legislação ambiental. Geografia 2 H11, H22, H27, H28 Lição 18 Ver aula A Questão da Terra no Brasil: Estrutura Fundiária e Conflitos Rurais A grande extensão territorial do Brasil, aliada a fatores como condições climáticas favoráveis e avanços tecnológicos, contribui para que o país seja um dos maiores https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=98 produtores agrícolas do mundo. Porém, as terras brasileiras até os dias atuais são caracterizadas por uma grande concentração de terras, ou seja, um predomínio de grandes propriedades rurais sob o domínio de poucas pessoas. A relação entre a dimensão das terras e a distribuição delas em propriedades é o que chamamos de estrutura fundiária. O alicerce da concentração de terras no Brasil, que perdura até hoje, foi constituído ainda no processo de colonização brasileira. Quando os colonos portugueses iniciaram de fato o processo de ocupação colonial no território, receberam como incentivo da coroa portuguesa partes de terras, as quais eles teriam como propriedades e tinham como objetivo produzir e desenvolver. Continuariam no domínio daquelas terras desde que elas gerassem lucros para Portugal, criando-se assim as chamadas capitanias hereditárias. O sistema econômico do Brasil Colônia tinha como uma de suas características os latifúndios. Outro aspecto que influenciou na concentração de terras no Brasil foi a criação da Lei de Terras, em 1850 que restringiu o acesso à propriedade apenas àqueles que pudessem comprá-la, excluindo ex-escravizados e imigrantes pobres do direito à posse de terras. Como ser detentor de terras, no Brasil, sempre foi um marcador de poder aquisitivo e político, com a primeira sinalização de direitos dos escravizados, no Brasil, com a aplicação da Lei Eusébio de Queiroz (1850), a elite latifundiária do país tratou de dificultar o acesso às terras, determinando que a posse das terras só poderiam se dar a partir da compra, ou seja, não poderia ter doação de propriedades. O que tirou a possibilidade de negros libertos e imigrantes terem acesso às “terras livres”, sendo essas terras compradas por parte da população que já eram donas de enormes propriedades. Devido a essa concentração de terras e à expropriação do trabalhador do espaço rural, advindo do processo de mecanização do campo, surgiram na década de 1950-1960 algumas organizações que lutavam pelo acesso à terra, como, por exemplo, as Ligas Camponesas. Diante dessas manifestações, surgiu o Estatuto da Terra (1964), que foi utilizado como guia de critérios da função social da Terra, mas cuja aplicação foi limitada, não resultando em uma reforma agrária efetiva. Anos depois, na Constituição de 1988, foram criadas novas determinações e classificações para iniciar um processo de desapropriação de terras que não cumprissem sua função social. A FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA consiste em a terra ser utilizada para funções produtivas, seja por práticas agropecuárias seja pelo povoamento. Assim como sua distribuição, que deve ser feita de forma a beneficiar e diminuir as desigualdades sociais. Questão Agrária no Brasil Mesmo com os avanços que o Brasil vem passando em relação às mudanças na estrutura fundiária, poucas foram as mudanças na distribuição das terras. Diante disso, houve um aumento das lutas camponesas e o surgimento de outras organizações, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que surgiu na década de 1980 com intuito de lutar pela terra, devido à expansão das fronteiras agrícolas, que estava contribuindo para diminuir ainda mais as pequenas e médias propriedades. Observe o gráfico abaixo: Figura 1 - IBGE. Censo Agropecuário 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/atlasrural/pdfs/02_00_Texto.pdf. Acesso em: 05 dez. 2024 Podemos observar que há um predomínio de grandes áreas nas mãos de poucos proprietários, devido à concentração de terras, às contradições empregadas pelo próprio Estado em não cumprir as leis, somadas às reivindicações dos movimentos dos trabalhadores rurais e indígenas e à reação dos “proprietários” dos latifúndios levam o Brasil a possuir um espaço rural conflituoso e extremamente perigoso. Um dos grandes motivadores desses conflitos aqui no Brasil está centrado do na expansão das fronteiras agrícolas para regiões indígenas. A expansão do agronegócio levou invasões, mortes, destruição cultural e identitária de grupos nativos. Do outro lado desses conflitos, ainda temos questões relativas a grandes produção agrícolas, como os casos dos grileiros e posseiros no agronegócio. Posseiro: Tem a posse da terra, desenvolve atividades nela, mas não tem título de propriedade. Grileiro: indivíduo que invade propriedades ou desmata áreas de florestas e forja documentos de propriedades. Em tempos atrás, forjava os documentos colocando-os em um lugar cheio de grilos para criar uma aparência de antigo nos documentos falsos. https://www.ibge.gov.br/apps/atlasrural/pdfs/02_00_Texto.pdf. Agora é com você! 1. (ENEM/2020) A propriedade compreende, em seu conteúdo e alcance, além do tradicional direito de uso, gozo e disposição por parte de seu titular, a obrigatoriedade do atendimento de sua função social, cuja definição é inseparável do requisito obrigatório do uso racional da propriedade e dos recursos ambientais que lhe são integrantes. O proprietário, como membro integrante da comunidade, se sujeita a obrigações crescentes que, ultrapassando os limites dos direitos de vizinhança, no âmbito do direito privado, abrangem o campo dos direitos da coletividade, visando o bem-estar geral, no âmbito do direito público. JELINEK, R. O princípio da função social da propriedade e sua repercussão sobreo sistema do Código Civil. Disponível em: www.mp.rs.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2013. Os movimentos em prol da reforma agrária, que atuam com base no conceito de direito à propriedade apresentado no texto, propõem-se a: Reverter o processo de privatização fundiária. Ressaltar a inviabilidade da produção latifundiária. Defender a desapropriação dos espaços improdutivos. Impedir a produção exportadora nas terras agriculturáveis. Coibir o funcionamento de empresas agroindustriais no campo. 2. (ENEM/2021) Grileiro de terra O jagunço falou com o caboclo Conversando na sua varanda Meu patrão vai tomar suas terras Tá cercado por todas as bandas Acho bom sair quanto antes Pegue a sua família e se manda Porque saibas que um mal acordo É melhor do que boa demanda TAVIANO & TAVARES. Disponível em: www.kboing.com.br. Acesso em: 16 abr. 2015 (fragmento). A situação de conflito descrita é característica de espaços rurais onde ocorre o processo de: Formação de sistema de parceria. Homologação de reservas extrativistas. Falsificação de títulos de propriedades. Terceirização de mão de obra empregada. Desagregação de organizações cooperativistas. 3. (ENEM/2023) No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa. CALAÇA, M.; SILVA, E. B.; JESUS, J. N. Territorialização do agronegócio e subordinação do campesinato no Cerrado, Élisée, Rev. Geo. ÚEG, n. 1, jan.-jun. 2021 (adaptado). Os elementos descritos no texto, a respeito da territorialização da produção, demonstram que há um Cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida Descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação. Desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para o trabalhador. Desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador. Assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção. 4. (ENEM/2023-PPL) Uma missão internacional de investigação, em setembro de 2017, documentou os impactos sociais e ambientais causados pela expansão do agronegócio e pela especulação de terras na região do Matopiba em sete comunidades no sul do Piauí. Os resultados mostraram que a população sofre com as graves consequências do desmatamento, da perda da biodiversidade e da contaminação generalizada do solo, da água e do gado por agrotóxicos. Relatório sobre o Matopiba aponta impactos ambientais e sociais da financeirização de terras. Disponível em: https://cimi.org.br. Acesso em: 13 out. 2021. Os impactos socioambientais descritos no texto provocam a Adoção de cultivos irrigados. Ampliação da agricultura familiar. Fragilização das comunidades locais. Diversificação da produtividade agrícola. Desapropriação de áreas improdutivas. Geografia 2 H19 Lição 19 Ver aula Globalização: as Conexões da Atualidade A Globalização, um dos temas mais presentes no Enem, principalmente no que se trata de atualidades, por isso, está sempre relacionado às notícias e aos acontecimentos mais recentes, um marcador de compreensão do contexto das questões. Mas de fato, o que é a globalização? A globalização pode ser entendida como o processo de integrar o globo, essas relações estão presentes nas questões econômicas, políticas, sociais, culturais, etc. O termo globalização ganhou mais destaque no século XX, especialmente após o fim da Guerra Fria, período em que surgiu a Nova Ordem Mundial. Porém, se entendemos a globalização como essa integração e as relações entre os lugares do mundo, podemos afirmar que esse processo começou por volta do século XV com as grandes https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=99 navegações, intensificando-se no século XVIII com a Revolução Industrial e posteriormente com o surgimento e expansão das empresas transnacionais pelo mundo, influenciadas pelo Neoliberalismo. O desenvolvimento e a modernização dos meios de comunicação e transporte foram fatores determinantes para a intensificação desse processo. Com o surgimento de novas tecnologias e de inovações nos meios de transporte e comunicação se intensificaram os fluxos de produtos, pessoas e informações. Com essa interação, também houve um aumento na circulação de informações e na popularização das identidades culturais, o que trouxe para algumas pessoas uma característica identitária multifacetada, ou seja, as pessoas passaram a construir identidades com várias culturas, identificando-se com ela e entrosando no seu cotidiano um pouco de todas elas, o que alguns autores, a exemplo de Safatle, denominaram de interculturalidade. Um exemplo bem atual desses contatos culturais são as plataformas de streaming (Netflix, Amazon, Disney+, HBO e outras), que reúnem grandes produções audiovisuais de inúmeras nacionalidades que integram um dos fatores atuais que possibilitam os processos de interculturalidade. Outros avanços da tecnologia da informação, como os aplicativos de videochamada, as redes sociais e suas lives possibilitaram o que Marshall Mcluhan, em 1962, chamou de aldeia global. Porém, não podemos observar a globalização apenas por esse viés, em que aparentemente é um processo homogêneo e sem desigualdades. A maioria das discussões sobre essa temática nas questões do Enem cobra o entendimento sobre os seus pontos positivos e negativos. É só você utilizar o exemplo do parágrafo anterior sobre os streamings e as facilidades e as comodidades do acesso a eles, porém, grande parte da população não possui esse acesso, tendo em vista que todos os meios para ter acessos a elas têm um alto custo, como: os aparelhos eletrônicos, a internet, o custo de assinatura, energia elétrica e etc. É exatamente frente a essas discussões que a globalização, antes de tudo, tem objetivo econômico, se alguns grupos não possuem capital financeiro, logo não participam efetivamente desse processo. Figura 1 - Vwalakte - Produzido por Freepik. Imagem do mundo conectado por uma rede de linhas brilhantes e luminosas, representando a integração de tecnologias globais. Disponível em: Imagem do mundo conectado. Acesso em: 14 fev. 2025. Globalização Econômica Com a expansão capitalista no século XX, os países desenvolvidos e industrializados acentuaram o discurso neoliberal pelo mundo, o que incentivou muitos países subdesenvolvidos a abrirem as fronteiras de seus países para o capital estrangeiro. Além disso, o aumento na facilidade de circulação de pessoas, produtos e fluxos capitais, trouxeram dependência entre os países. Podemos notar essa integração ao usarmos um aplicativo no celular, ao acessar o conteúdo de uma loja varejista e comprar um par de sapatos que são fabricados na China e chegam ao Brasil em menos de vinte dias. É essa relação que permite que uma crise econômica comece em um determinado país atingindo muitos outros,a exemplo da Crise Imobiliária dos Estados Unidos em 2008, que alcançou a maioria dos países. Com a integração econômica do mundo e na tentativa em se reestruturar das divergências econômicas do século XX, as alianças e parcerias econômicas começaram a surgir, os chamados blocos econômicos. Essas parcerias cresceram com o tempo e começaram a ser mais que relacionamentos econômicos, tornando-se também relações políticas e sociais. Os níveis de integração podem ser classificados em: área de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união política e monetária. Agora é com você! 1. (ENEM/2016) Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões. HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006. Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do século XX para o século XXI, foi o(a): integração de culturas distintas. avanço técnico das comunicações. quebra de barreiras alfandegárias. flexibilização de regras trabalhistas. desconcentração espacial da produção. 2. (ENEM/2020) Com tanta espionagem à solta, governantes sofrem para ter um smartphone, acessível aos cidadãos comuns, mas problemático para líderes políticos. O aparelho é também um potencial rastreador preciso, capaz de localizar o chefe de Estado no mapa e gravar as conversas mesmo sem estar fazendo uma chamada. Tentação e risco na forma de um smartphone. O Globo, 26 out. 2013 (adaptado). A situação retratada problematiza o uso dessa tecnologia em relação ao (à): valorização das redes virtuais. aumento da prática consumista. crescimento da economia global. expansão dos espaços monitorados. ampliação dos meios comunicacionais. 3. (ENEM/2019) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas — desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma gama de diferentes identidades (cada qual nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais parece possível fazer uma escolha. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. Do ponto de vista conceitual, a transformação identitária descrita resulta na constituição de um sujeito: altruísta. dependente. nacionalista. multifacetado. territorializado. 4. (ENEM/2018) TEXTO I As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem social tanto quanto do conflito. CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário. Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009. TEXTO II As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das mercadorias e informação que rendem dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas muralhas que barrem o movimento daqueles que em consequência perdem, física ou espiritualmente, suas raízes. BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende a: liberação da circulação de pessoas. preponderância dos limites naturais. supressão dos obstáculos aduaneiros. desvalorização da noção de nacionalismo. seletividade dos mecanismos segregadores. Geografia 2 H7, H8, H9 Lição 20 Ver aula Globalização: Organismos Internacionais e os Principais Blocos Econômicos No final do ano de 2019, surgiu na China o SARS-CoV-2, vírus que gerou a pandemia do COVID-19, trazendo vários impactos, como a morte de milhões de pessoas, crise nos sistemas de saúde e na economia mundial, mas, foi também com esse processo de expansão do vírus pelo mundo que ficou nítido o quão integrado o mundo se encontra: um vírus com origem na China chegou até o menor município do Brasil. O fluxo de pessoas e mercadorias gerou a expansão planetária do vírus e demonstrou como, na atualidade, é quase impossível manter as dinâmicas econômicas atuais sem a circulação de pessoas. Algumas estratégias para conter a expansão do vírus: controlar as fronteiras dos países, proibir viagens desnecessárias, regular aglomerações, fechar estabelecimentos públicos e comerciais “não essenciais” e tornar virtual o máximo de atividades possíveis. Foi justamente entre 2019 e início de 2022 que se intensificaram os adventos da internet e das tecnologias de informação. Os aplicativos de compras, transporte, delivery, cursos e atendimentos especializados passaram por inovações e foram implantados com maior frequência. E, hoje, mesmo com o controle da pandemia, herdamos essa intensificação nas relações pessoais e econômicas. Diante disso, o mundo que já era integrado e monitorado pelas novas mídias se intensificou. Organismos Internacionais Com o aumento das relações entre os países e os conflitos advindos de disputas entre eles, deu-se origem a algumas instituições internacionais, com o intuito de resolver de forma diplomática as relações geopolíticas. A mais influente da atualidade é a Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Para o funcionamento da ONU, houve a criação de alguns órgãos, tendo como os dois principais: a Assembléia Geral e o Conselho de Segurança. https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=100 A Assembléia Geral conta com a participação de todos os países que possuem reconhecimento. Geralmente, as reuniões são convocadas para a deliberação de ações e decisões que envolvem todos os países, como questões de segurança mundial, embargo econômico, expulsão ou integração de membros. O Conselho de Segurança é responsável pela resolução diplomática dos conflitos entre as nações, ou seja, tem como objetivo manter a paz e a segurança do mundo. O conselho é formado por quinze países membros, com cinco países como membros permanentes, são eles: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França. Esses países têm o direito de veto, ou seja, podem barrar determinadas resoluções do conselho. Os outros membros são rotativos e eleitos em assembleia geral para um mandato de dois anos. Em relação à economia globalizada e à comercialização de produtos entre os diferentes países, foram criados alguns órgãos e instituições, além de serem feitos alguns acordos que regulam o fluxo de produtos e de capital financeiro no mundo, a exemplo do Banco Mundial, o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), a OMC (Organização Mundial do Comércio) e os Blocos Econômicos. A Organização Mundial do Comércio (OMC) é um foro multilateral (vários países trabalhando em conjunto) para estabelecer as regras que regulam ocomércio no mundo. Porém, essas interações econômicas alcançaram maiores níveis de integração com a popularização dos blocos econômicos e as dimensões que eles foram tomando na estruturação dos países. Principais Blocos Econômicos do Mundo Os blocos econômicos têm como um dos principais objetivos a criação de associações e alianças que possibilitem o crescimento econômico dos países envolvidos, estabelecendo relações que façam os países encararem a competitividade no mercado externo. O Mercosul ou o Mercado Comum do Sul, foi criado em 1991 no Paraguai, os países fundadores são o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Períodos mais tarde a Venezuela foi anexada, porém, com sua atual situação política este país se encontra suspenso do bloco. Em relação ao nível de integração, o bloco se concentra pela união aduaneira (circulação de produtos e uma tarifa externa comum). A União Europeia é atualmente o bloco econômico e político de maior integração do mundo, com 27 países-membros, uma moeda única (euro) utilizada por 19 dos 27 países, além de possuir um Banco Central e um parlamento. Foi fundada de maneira oficial em 1992, como resultado de associações criadas no período após Segunda Guerra Mundial. Um fato marcante desse bloco foi o Brexit – o processo de saída do Reino Unido do bloco, iniciado em 2016 se consolidando em 2020. Já o BRICS é um agrupamento inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, e em 2011 acrescentou a África do Sul. Esse agrupamento conta com as economias emergentes que apresentaram um grande crescimento no início do século XXI. Agora é com você! 1. (ENEM/2019) Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de Segurança Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a defesa pela ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante reunião em Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, de dez itens, os chanceleres destacaram que o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros permanentes e dez rotativos, não reflete o século 21. “A reforma do Conselho de Segurança é essencial para enfrentar os desafios complexos de hoje. Como aspirantes a novos membros permanentes de um conselho reformado, os ministros reiteraram seu compromisso de trabalhar para fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem multilateral global, bem como seu apoio às respectivas candidaturas”, afirma a declaração conjunta. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. 2018 (adaptado). Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica comum: Extensividade de área territorial. Protagonismo em escala regional. Investimento em tecnologia militar. Desenvolvimento de energia nuclear. Disponibilidade de recursos minerais. 2. (ENEM/2018) Os objetivos da ONU, de acordo com o disposto no capítulo primeiro de sua Carta, são quatro: 1) manter a paz e segurança internacionais; 2) desenvolver ações amistosas entre as nações, com base no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos; 3) conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário; 4) ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns. GONÇALVES, W. Relações internacionais. Rio de Janeiro: Zahar, 2008 (adaptado). De acordo com os objetivos descritos, o papel do organismo internacional mencionado consiste em? Regular o sistema financeiro global Mediar conflitos de ordem geopolítica. Legitimar ações de expansionismo territorial. Promover a padronização de hábitos de consumo. Estabelecer barreiras à circulação de mercadorias. 3. (ENEM/2017) México, Colômbia, Peru e Chile decidiram seguir um caminho mais curto para a integração regional. Os quatro países, em meados de 2012, criaram a Aliança do Pacífico e eliminaram, em 2013, as tarifas aduaneiras de 90% do total de produtos comercializados entre suas fronteiras. OLIVEIRA, E. Aliança do Pacífico se fortalece e Mercosul fica à sua sombra. O Globo, 24 fev. 2013 (adaptado). O acordo descrito no texto teve como objetivo econômico para os países-membros: Promover a livre circulação de trabalhadores. Fomentar a competitividade no mercado externo. Restringir investimentos de empresas multinacionais. Adotar medidas cambiais para subsidiar o setor agrícola. Reduzir a fiscalização alfandegária para incentivar o consumo. Conceitos e teorias demográficas Principais Conceitos Demográficos Teorias Demográficas População Brasileira: Formação e Indicadores Taxa de Fecundidade Expectativa de Vida Movimentos Migratórios: Principais Conceitos Tipos de Migrações O que Motiva as Migrações? Movimentação da População Brasileira: Migrações Internas Migrações na Atualidade Urbanização: Surgimento e Principais Conceitos Principais Conceitos da Geografia Urbana Urbanização Brasileira Desenvolvimento Urbano: Metrópoles, Megalópoles e Megacidades Principais Problemas das Cidades Brasileiras As Revoluções Industriais: Fases e Mudanças Sociais Tipos de Indústrias e Sua Distribuição no Mundo O Desenvolvimento Industrial do Brasil As Fontes de Energia Fontes de Energia no Brasilgeopolítico mundial? Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais. Restrição aos complexos industriais militares. Enfraquecimento de blocos políticos regionais. Cerceamento às agências de inteligência estatal. Desestabilização das empresas produtoras de munições. 4. (ENEM/2018) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço definido. PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul 2014 (adaptado). O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo(a)? Busca da neutralidade política. Estímulo à competição comercial. Subordinação à potência hegemônica. Elasticidade das fronteiras geográficas. Compartilhamento de pesquisas científicas. Geografia 2 H7, H8, H10 Lição 03 Ver aula Nacionalismo e Separatismo - Conflitos Mundiais As discussões de Geografia, na área de Ciências Humanas e Sociais, são extremamente contextualizadas e desenvolvidas a partir de notícias e acontecimentos da atualidade, o que a caracteriza como um conhecimento extremamente dinâmico, o que faz da Geopolítica uma área muito ampla que vem ganhando popularidade. Um exemplo é a repercussão das notícias por meio dos sites e das redes sociais. A quantidade e a rapidez desses acontecimentos são tão frequentes que passam a alimentar perfis em aplicativos de vídeo, fornecendo, de certa forma, uma maior acessibilidade aos conflitos vigentes no mundo. Diante disso, vamos compreender o que é o nacionalismo, como ele motiva separatismos e, consequentemente, conflitos mundiais. O nacionalismo está totalmente relacionado ao conceito de Nação e Estado, sendo esse último detentor de um Território. O surgimento dos Estados parte de um espaço territorial sobre o controle e a soberania de um conjunto de instituições e organizações políticas, porém, nem sempre tais delimitações territoriais atribuídas pelas fronteiras asseguram às diferentes nações autonomia e liberdade (cultural, religiosa, etc.). Geralmente, a formação dos Estados acontece para atender interesses de grupos e perfis de poder. Diante dessas várias problemáticas, surge mais fortemente a ideia de nacionalismo e separatismo. Nacionalismo é um pensamento ideológico por parte de um grupo de pessoas, que detêm na sua cultura uma unidade de crenças e costumes que, na maioria das vezes, anseia por conquistas que permitam enaltecer sua nação. Variadas nações podem coexistir dentro de um mesmo território sob o controle de um Estado e é justamente nessa realidade que as reivindicações de caráter separatista surgem. Para melhor compreender, pense que você fala uma língua que aprendeu desde a infância, frequenta encontros religiosos, dança e ouve músicas que trazem para você uma sensação de pertencimento. Mas com o passar do tempo, a língua oficial não é https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=83 mais a que você conhece, suas danças e músicas são vistas e ouvidas com estranheza e suas crenças religiosas passam a ser ilegais. Como você se sentiria? Pois bem, é dessa forma que algumas nações se sentem totalmente controladas por um conjunto de leis, “presos” por fronteiras e apagados por uma cultura imposta. Alguns desses fatos geram movimentos nacionalistas separatistas no mundo todo. Os movimentos separatistas, em sua maioria, são idealizados pela autodeterminação dos povos, ou seja, os grupos com uma mesma cultura reivindicam a liberdade e o direito de possuir autonomia e independência. Movimentos separatistas aconteceram em grande escala no século XX, porém, até os dias atuais ainda temos diversos deles. Como, por exemplo: separatismo Irlandês, a questão Basca, a questão curda, separatismo checheno, entre outros. Observe abaixo as principais motivações de alguns destes conflitos. Separatismo Irlandês A compreensão desse fato está relacionada às Ilhas Britânicas, Grã-Bretanha e Irlanda e na diferença entre Reino Unido, Grã-Bretanha e Inglaterra. Observe: Figura 1 - CONDUTTA, Fábio. Formação do Reino Unido. Disponível em: Qual a diferença entre Grã-Bretanha, Inglaterra e Reino Unido?. Acesso em: 05 dez. Esse conflito envolve o Reino Unido e a Irlanda, possui um caráter religioso e territorial. O Reino Unido é formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda no norte. Essa desavença já perdura longas datas, quando ainda no século XVI, parte do território da Irlanda foi dominada pelos britânicos e controlada por protestantes. Desde então a maioria dos irlandeses, que são cristãos, iniciaram reivindicações pelo fim do controle da região. Mas foi no século XX, em 1921, que as ações se intensificaram quando a ilha foi separada em Irlanda do Norte e República da Irlanda. Desse separatismo, surgiu o IRA – grupo terrorista que tinha como objetivo unificar a Ilha da https://istoe.com.br/qual-a-diferenca-entre-gra-bretanha-inglaterra-e-reino-unido/ Irlanda por meio de força armada, eles promoveram inúmeros atentados ao Reino Unido. Somente em 2005, o grupo divulgou que destruiu seus armamentos devido a uma negociação entre o IRA e o governo britânico Outro ponto que permeia o Reino Unido tem a ver com os comentários envolvendo a Escócia e o desejo de alguns parlamentares em deixarem o Reino Unido, pronunciamentos se intensificaram quando o país começou o processo de deixar de participar da União Européia, o Brexit (2016 – 2021). Agora é com você! 1. (ENEM/2022) O nacionalismo curdo é um nacionalismo muito antigo. Os curdos são um povo que tem uma língua própria, uma cultura, uma história, uma tradição. O Curdistão já existe no papel, num tratado do início dos anos 1920, mas que depois foi quebrado porque não interessava nem aos turcos, nem ao Irã e, principalmente, à Grã-Bretanha e à França, que eram as potências dominantes na região. Então, o nacionalismo curdo é consequência dessa história. RAUPP, E.; SPARREMBERGER, V. Entrevista com Luiz Antônio Araújo: perspectivas sobre o Oriente Médio. Novas Fronteiras: Revista Acadêmica de Relações Internacionais da ESPM-Sul, n. 1, jan.-jun. 2015 (adaptado). Um empecilho para a autodeterminação da nação em questão é o(a)? Limite imposto pelo espaço natural. Controle religioso sobre reservas petrolíferas. Imposição do idioma pelo colonizador europeu. Distribuição da população por diferentes países. Divisão do território por fundamentalistas islâmicos 2. (ENADE/2018) A saída do Reino Unido da União Europeia, conhecida como Brexit – abreviação de British Exit –, representa uma demonstração de insatisfação de parte expressiva da população britânica com os rumos atuais da integração europeia. O referendo, realizado em 23 de junho de 2016, no entanto, marca apenas o começo de um processo que, em termos jurídicos, somente se iniciou nove meses depois, em 29 de março de 2017. O Brexit impõe consideráveisdesafios jurídicos e políticos. Em termos jurídicos, devem ser considerados especialmente o Tratado da União Europeia e a legislação britânica pertinente, além de determinadas regras de direito internacional, mormente a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969. Politicamente, o atual governo britânico também busca consolidar uma posição que não prejudique seu poder de negociação sobre a maneira como se dará a saída britânica junto às instituições europeias. SILVA, A. P. Brexit: desafios jurídicos internacionais, regionais e domésticos. Revista Jurídica da Presidência, v. 19 n. 117, fev./mai. 2017, p. 98-124 (adaptado). Considerando o texto apresentado, avalie as afirmações a seguir. I. A retirada unilateral de um Estado da União Europeia não foi prevista no tratado da organização internacional, o que tornou necessária a revisão do tratado constitutivo para incorporar um novo artigo que tratasse do tema. II. O Brexit pode impactar os acordos firmados pelo Reino Unido com terceiros Estados e sua condição de membro em organizações, uma vez que a União Europeia pode assinar tratados em nome de seus Estados-membros e participar de organizações internacionais. III. Após a saída do bloco europeu, o Reino Unido poderá desenvolver suas relações comerciais de forma independente do bloco, o que impactará suas tarifas alfandegárias. É correto o que se afirma em? I, apenas. III, apenas. I e II, apenas. II e III, apenas. I, II e III. 3. (UFPB/2013) Muitos países, com seus territórios institucionalmente delimitados, são exemplos da fragmentação e da diversidade cultural no mundo contemporâneo. Com base no exposto e no conhecimento sobre o tema, identifique as afirmativas corretas: I. A Bélgica, país que abriga a capital da União Europeia, possui três idiomas oficias (alemão, francês e holandês), além de dialetos derivados do flamengo. Essa variedade linguística é um indicativo da diversidade cultural desse país. II. Guiné-Bissau é um dos únicos países africanos que oferece uma diversidade cultural significativa. Desde a sua independência de Portugal, grupos étnicos (Bulantas, Fulas, Manjacos, Mandingas etc.) dividem o país em territórios autônomos, cada um com seu governo e com sua língua oficial. III. A Espanha possui quatro idiomas oficiais (castelhano, basco, catalão e galego) e seu território está subdividido em regiões relativamente autônomas em relação ao governo central. Mesmo assim, há grupos terroristas que reivindicam separação total de algumas regiões, a exemplo da Catalunha. IV. O antigo Sudão é um significativo exemplo de fragmentação territorial devido à diversidade cultural de sua população. Em 2005, foi assinado um tratado de divisão, gerando o Sudão e o Sudão do Sul, e, em 2011, esse tratado foi consolidado a partir de um referendo aprovado pela grande maioria da população do Sul. Está(ão) correta(s) apenas? I. I e II. II e III. III IV. I e IV. 4. (MACKENZIE/2012) A Questão Basca: grupo separatista ETA anuncia trégua permanente. Silvana Aline Soares Simon (Divulgação Científica em Relações Internacionais) – 10/01/2011 A imprensa internacional, nas últimas décadas, tem dado destaque às atividades do grupo basco ETA que, por meio de seus atentados, se chocava com o Estado espanhol. No último dia 10 de janeiro, 51 anos após o início de suas atividades, o grupo anunciou, no jornal independente basco Gara, uma trégua geral e permanente. A respeito do tema, é correto afirmar que? Os bascos são um povo de origem desconhecida e estão divididos entre a Espanha e o norte de Portugal. Mesmo passando por longos períodos de dominação, lutam pelo reconhecimento internacional do seu país, por meio de um território definido. Em 1959 surgiu, no nordeste da Espanha e no sudoeste da França, o movimento ETA, um grupo de tendência socialista e com ideais separatistas. A ação do grupo centrou-se nas táticas de guerrilha urbana, praticando atentados contra autoridades governamentais ligadas ao ditador Francisco Franco. O ETA usa de práticas terroristas na França desde o final do século XIX, buscando garantir a liberdade religiosa, já que a maioria professa a religião muçulmana. O povo Basco teria chegado à Península Íbérica há mais de 4000 anos. Devido às intensas perseguições, teve a sua cultura e a sua língua dizimadas ao longo do tempo, restando, hoje, pouco de sua cultura original. Na década de 1990, a ação terrorista Basca matou militares, políticos, juízes, entre outras autoridades locais, trazendo, para a população, a sensação de possíveis conquistas por sua liberdade. O ETA recebe apoio irrestrito da população, porém não consegue atingir seus objetivos. 5. (UFPB/2010) A região Basca, situada entre a Espanha e a França, possui uma cultura própria, sobretudo pela língua de origem não latina, e nessa região sobrevive um movimento nacionalista que remonta ao século XIX. Desse movimento surgiu um grupo radical, considerado como organização terrorista por vários governos mundiais. Considerando o exposto, identifique o grupo descrito e sua respectiva proposta: Tupamaro, grupo não armado que luta pela liberdade de credo para os católicos na região Basca. IRA, grupo armado que luta pela pluralidade religiosa e por maior autonomia do País Basco. FARC, grupo armado que luta pela independência do País Basco, com autonomia para os protestantes. ETA, grupo armado que luta pela criação e independência do País Basco. Sendero Luminoso, grupo não armado que luta pela independência da região Basca. Geografia 2 H8, H9, H15 Lição 04 Ver aula Formação do Estado Brasileiro https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=84 Ocasionado por todo o pensamento eurocentrista, a compreensão da formação do Estado brasileiro acaba sendo histórica e geograficamente marcada pela intervenção portuguesa, até porque a própria ideia de Estado não era uma realidade dos povos nativos do Brasil, que já possuíam organização política e social, mas bem diferente do viés de Portugal. Sendo assim, a formação territorial e política do Brasil têm início com a chegada dos portugueses nas terras do litoral brasileiro no ano de 1500. Naquele período inicial, eles não possuíam interesse em povoar o território, a pretensão era levar recursos que pudessem ser vendidos na Europa, a exemplo do Pau-Brasil, que foi o primeiro deles. Os portugueses só iniciaram o processo de colonização de povoamento em 1530, temendo uma invasão por outros países europeus. Sendo assim, fundam em 1532 a Vila de São Vicente, a primeira do Brasil. Tanto o povoamento, quanto a expansão do território brasileiro têm influência direta na realização de atividades econômicas, a primeira delas é a plantação de cana-de-açúcar no litoral nordestino. Devido à extensão litorânea do território que hoje chamamos de Brasil, os portugueses elaboraram um sistema para organizar e “facilitar” a administração: as capitanias hereditárias. Elas eram grandes faixas de terras (latifúndios), que foram “doadas” pela coroa para pessoas da elite portuguesa. Desta forma, marcamos esse início da formação territorial da seguinte forma: monocultura (cana-de-açúcar), latifúndio (grandes propriedades rurais) e trabalho escravo (inicialmente indígena e posteriormente os negros africanos por volta de 1552). Diante dessa estrutura, domínio do litoral e escravização, o nordeste brasileiro exporta oexcesso de açúcar para a Europa, tornando-se a principal fonte de renda do início colonial. Expansão do Território para o Interior Existem vários fatores que contribuíram para essa expansão, um deles, que fez o limite do Tratado de Tordesilhas ser ultrapassado, foi o surgimento da União Ibérica, momento em que o reino de Portugal e Espanha por problemas de sucessão unificaram os reinos. Outro fator foi motivado pela estagnação da produção de açúcar do nordeste, pelo atraso nas ferramentas utilizadas no Brasil e pela competição com o açúcar produzido, nas Antilhas, pelos holandeses. Inicia-se a crise do açúcar no Nordeste, o que impulsiona a busca por outras fontes de renda, a exploração das drogas do sertão e a busca por metais preciosos. Já a Região Norte foi atrativa pelas drogas do Sertão (castanha-do-pará, anil, guaraná, urucum, pau-cravo, gergelim, cacau, etc.), que eram vendidas a altos preços na Europa. Esse fato também foi marcado pela resistência dos povos nativos à escravização, o que gerou um grande extermínio de nativos e, depois, a exploração da população negra. A busca por jazidas de ouro era feita pelos bandeirantes, que iniciaram o desbravamento para o interior do território, escravizando e assassinando muitos nativos, na atual região de Minas Gerais. Advindo do processo de exploração do ouro, outras regiões próximas começaram a ser povoadas, assim como atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas, como, por exemplo, a circulação de ouro para exportação e alimentos para os mineradores, ligando as atuais regiões do sul e sudeste. A expansão do território também segue sendo transformada depois da Independência, o desafio de Dom Pedro II era reprimir as movimentações e as revoltas que estavam acontecendo, principalmente, na atual região Nordeste por ser diferente de outras independências da América Latina. O Brasil não implementou uma República, mas sim uma Monarquia. O território brasileiro encara expansões e modificações durante a Era Vargas (1930-1945) com o processo de industrialização. No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), impulsionado pelo plano de metas e a construção de Brasília, recortam para uma habitação e povoamento da Região Centro-Oeste. Atualmente, ainda existem movimentos e tentativas de modificações do/no Território brasileiro, como, por exemplo, os movimentos separatistas no Sul do Brasil, a tentativa de dividir o atual estado do Pará em dois outros estados, o Tapajós e o Carajás. Figura 1 - NASSIF, Luis. Divisão do Estado do Pará. Jornal GGN. Disponível em: A polêmica divisão do Pará - Jornal GGN. Acesso em: 05 dez. 2024. Agora é com você! https://jornalggn.com.br/politica/a-polemica-divisao-do-para/ 1. (ENEM/2015) O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração no ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos. BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado). Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o(a): Carência de matérias-primas. Degradação da rede rodoviária. Aumento do crescimento vegetativo. Centralização do poder político. Realocação da atividade industrial. 2. (ENEM/2021) A expansão das cidades e a formação das aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas pela produção industrial, e pela consolidação das metrópoles como locais de seu desenvolvimento. Na segunda metade do século XX, as metrópoles brasileiras estenderam-se por áreas de ocupação contínua, configurando densas regiões urbanizadas. MOURA.R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução de padrões. Disponível em: www.http://www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015 O resultado do processo geográfico descrito foi o (a): valorização da escala local. crescimento das áreas periféricas. densificação do transporte ferroviário. predomínio do planejamento estadual. inibição de consórcios intermunicipais. 3. (ENEM/2014) Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade. OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)? Substituição de vielas por amplas avenidas. Impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais. Ideal de civilização acompanhado de marginalização. Sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis. Projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo. 4. (ENEM/2013) No alvorecer do século XX, o Rio de Janeiro sofreu, de fato, uma intervenção que alterou profundamente sua fisionomia e estrutura, e que repercutiu como um terremoto nas condições de vida da população. BENCHIMOL, J. Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A.N. O Brasil republicano: o tempo do liberalismo excludente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. O texto refere-se à reforma urbanística ocorrida na capital da República, na qual a ação governamental e seu resultado social encontram-se na: Cobrança de impostos — ocupação da periferia. Destruição de cortiços — revolta da população pobre. Criação do transporte de massa — ampliação das favelas. Construção de hospitais públicos — insatisfação da elite urbana. Edificação de novas moradias — concentração de trabalhadores. 5. (ENEM/2023-PPL) O Rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. E era tudo. Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 1893, aquilo se fez depois da cheia de 1868. Para nós, meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos e íamos com eles. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. O leito do rio cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das moças. O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. RÊGO, J. L. Meus verdes anos. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1956. Ao apresentar relações no espaço geográfico, o texto descreve mudanças associadas a Atividades turísticas e itinerários termais. Investigações científicas e biomas nativos. Paisagens naturais e hábitos culturais. Afetividades religiosas e roteiros gastronômicos. Pesquisas etnobotânicas e saberes acadêmicos. 6. (ENEM/2023) Na construção da ferrovia Madeira-Marmoré, o que dizer dos doentes, eternos moribundos a vagar entre delírios fabris, doses de quinino e corredores da morte? O Hospital da Candelária era santuário e túmulo, monumento ao progresso científico e preâmbulo da escuridão. Foi ali, com suas instalações moderníssimas, que médicos e sanitaristas dirigiram seu combate aos males tropicais. As maiores vítimas, contudo, permaneceriamna sombra a margem do palco, cobaias sem consolo, credores sem nome de uma sociedade que não lhes concedera tempo algum para ser decifrada. FOOT HARDWAN, F. Trem fantasma: modernidade na selva. São Paulo: Cia das letras,1968 adaptado No texto, há uma crítica ao modo de ocupação do espaço amazônico pautada na Discrepância entre engenharia ambiental e equilíbrio da fauna Incoerência entre maquinaria estrangeira e controle da floresta Incompatibilidade entre investimento estatal e proteção aos nativos Competição entre farmacologia internacional e produtos de fitoterapia Contradição entre desenvolvimento nacional e respeito aos trabalhadores Geografia 2 H17, H18, H19 Lição 05 Ver aula Modais de Transporte do Brasil Na atualidade, com o processo de globalização, a velocidade com que as informações, os produtos e as transações bancárias acontecem de forma acelerada, determinam o desenvolvimento de um país. Quanto mais evoluído, dinâmico, rápido e diversificado é um sistema de transporte, maior a circulação de produtos. Desta forma, maior o lucro e mais empresas ganham interesse em investir no país, gerando mais ofertas de emprego, ou seja, quanto melhor e mais interligado o território, melhor. O Brasil é um país de tamanho continental, o que dificulta a existência e a manutenção de um sistema de transporte que conecte todos os pontos do país de maneira eficaz. Outro impasse encontrado é a falta de investimentos efetivos em modais de transporte que se adequem à variedade de situações naturais e socioeconômicas das diversas regiões do Brasil. A escolha do modal de transporte é essencial para alcançar eficiência e, para isso, ele precisa ser adequado, obedecendo a parâmetros como a distância que vai ser percorrida, o preço, o custo desse deslocamento, além do tempo e das rotas para realizar o percurso. Atualmente, podemos encontrar uma grande diversidade de modais de transporte no Brasil, como por exemplo, o rodoviário, ferroviário, hidroviário, marítimo, aeroviário, dutoviário e infoviário. Sendo o rodoviário o mais utilizado atualmente, mesmo com o seu alto custo e permeado por inúmeros outros problemas, como assaltos a cargas, acidentes de trânsito e etc. Modais de Transporte: Histórico e Características Esses meios de transporte são marcados por alguns componentes principais, os veículos e a infraestrutura. A qualidade deles determina a eficiência no processo de deslocamento, influencia no barateamento ou aumento dos preços dos produtos. Abaixo, observe os tipos de transporte e suas principais características: https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=85 TRANSPORTE FERROVIÁRIO: um dos mais antigos do Brasil, começou a ser utilizado e expandido durante o governo de Dom Pedro II, no século XIX. Naquele período, o Brasil possuía uma grande produção de café e exportava grandes quantidades para a Europa; assim, as linhas férreas foram na sua maioria construídas para levar o carregamento do café até os portos, onde seriam levados em navios para a Europa. Esse fato rendeu a essas linhas uma baixa conexão entre elas, pelo fato das linhas férreas estarem relacionadas, inicialmente, ao transporte de café. A região que até hoje detém a maior quantidade de malha ferroviária é o sudeste. Com o passar do tempo, os trens além de transportar café, foi de grande influência no processo de industrialização, transportando produtos industrializados, e também pessoas. Atualmente, esse modal de transporte é encontrado na maioria do Brasil, sucateado, com algumas partes que não funcionam mais, o que é de grande prejuízo, tendo em vista que esse meio de transporte é 50% mais barato que o rodoviário. TRANSPORTE HIDROVIÁRIO e MARÍTIMO: o Brasil possui um grande potencial para o transporte hidroviário e marítimo, primeiro pela quantidade de bacias hidrográficas com rios perenes e com grande volume de água, principalmente, na Região Norte que possui quase 42.000 km de rios navegáveis. Já o transporte marítimo também é uma potencialidade brasileira, tendo em vista a enorme costa brasileira banhada pelo Oceano Atlântico, esse modal ganha destaque no transporte de grandes volumes de produtos, organizados em um sistema de container ou contentor, tem baixo impacto no meio ambiente, barateamento do frete, porém possui como desvantagem a baixa velocidade do transporte. TRANSPORTE RODOVIÁRIO: o sistema mais utilizado no Brasil, mesmo com o alto custo desse transporte, desde os combustíveis utilizados ao alto custeio da manutenção das rodovias. Ele soma mais de 60% do deslocamento de pessoas e produtos. No início do século XX, esse sistema ganhou mais forma no processo de circular as mercadorias no Brasil diante da industrialização. As vantagens são observadas na possibilidade dos produtos se deslocarem diretamente aos endereços dos compradores, porém, como desvantagens encaramos a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, acidentes, roubos de cargas, rodovias deterioradas, etc. Além disso, a grande quantidade de veículos rodoviários nos centros urbanos gera problemas, como engarrafamentos e questões ambientais urbanas. TRANSPORTE DUTOVIÁRIO ou TUBULAR: é utilizado para transportar gases, óleos e produtos químicos através de tubulação. Eles podem ser classificados em: aparentes, aéreos, subterrâneos, submarinos. Agora é com você! 1. (ENEM/2018) Os portos sempre foram respostas ao comércio praticado em grande volume, que se dá via marítima, lacustre e fluvial, e sofreram adaptações, ou modernizações, de acordo com um conjunto de fatores que vão desde a sua localização privilegiada frente a extensas hinterlândias, passando por sua conectividade com modernas redes de transportes que garantam acessibilidade, associados, no atual momento, a tecnologia, que os transformam em pontas de lança de uma economia globalizada que comprime o tempo em nome da produtividade e da competitividade. ROCHA NETO, J. M.; CRAVIDÃO, F. D. Portos no contexto do meio técnico. Mercator, n. 2, maio-ago. 2014 (adaptado). Uma mudança que permitiu aos portos adequarem-se as novas necessidades comerciais apontadas no texto foi a? Intensificação do uso de contêineres. Compactação das áreas de estocagem. Burocratização dos serviços de alfândega. Redução da profundidade dos atracadouros. Superação da especialização dos cargueiros. 2. (ENEM/2017) Os maiores consumidores da infraestrutura logística para exportação no Brasil são os produtos a granel, dentre os quais se destacam o minério de ferro, petróleo e seus derivados e a soja, que, por possuírem baixo valor agregado, e por serem movimentados em grandes volumes, necessitam de uma infraestrutura de grande porte e baixos custos. No caso da soja, a infraestrutura deixa muito a desejar, resultando em enormes filas de navios, caminhões e trens, que, por ficarem grande parte do tempo ociosos nas filas, têm seu custo majorado, onerando fortemente o exportador, afetando sua margem de lucro e ameaçando nossa competitividade internacional. FLEURY, P. F. A infraestrutura e os desafios logísticos das exportações brasileiras. Rio de Janeiro: CEL: Coppead; UFRJ, 2005 (adaptado). No contexto do início do século XXI, uma ação para solucionar os problemas logísticos da soja apresentados no texto seria a? Isenção de impostos de transportes. Construção de terminais atracadouros. Diversificação dos parceiros comerciais. Contratação de trabalhadores portuários.Intensificação do policiamento das rodovias. 3. (ENEM/2013) De todas as transformações impostas pelo meio técnico-científico-informacional à logística de transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma razão muito simples: o potencial que tal “ferramenta logística” ostenta permite que haja, de fato, um sistema de transportes condizente com a escala geográfica do Brasil. HUERTAS, O. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrícola brasileira. Revista Transporte y Território, Universidade de Buenos Aires, n. 1 3, 2010 (adaptado). A necessidade de modais de transporte interligados, no território brasileiro, justifica-se pela(s)? Variações climáticas no território, associadas à interiorização da produção. Grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte. Formação geológica do país, que impede o uso de um único modal. Proximidade entre a área de produção agrícola intensiva e os portos. Diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos imateriais. 4. (ENEM/2012) “A soma do tempo gasto por todos os navios de carga na espera para atracar no porto de Santos é igual a 11 anos — isso, contando somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011. O problema não foi registrado somente neste ano. Desde 2006 a perda de tempo supera uma década.” Folha de S. Paulo, 25 dez. 2011 (adaptado). A situação descrita gera consequências em cadeia, tanto para a produção quanto para o transporte. No que se refere à territorialização da produção no Brasil contemporâneo, uma dessas consequências é a? Realocação das exportações para o modal aéreo em função da rapidez. Dispersão dos serviços financeiros em função da busca de novos pontos de importação. Redução da exportação de gêneros agrícolas em função da dificuldade para o escoamento. Priorização do comércio com países vizinhos em função da existência de fronteiras terrestres. Estagnação da indústria de alta tecnologia em função da concentração de investimentos na infraestrutura de circulação. Geografia 2 eografia 2 H7, H8, H9 Lição 06 Ver aula Conceitos e teorias demográficas A Geografia se apresenta de maneiras diversas, principalmente na complexidade de analisar a população, os fenômenos e as suas dinâmicas. A parte da Geografia responsável por essas análises é a Demografia, a qual possui alguns conceitos básicos iniciais para a compreensão, a caracterização, o entendimento e as necessidades da população. Principais Conceitos Demográficos POPULAÇÃO ABSOLUTA: refere-se ao número total de pessoas que moram em um determinado país, estado, município, região, etc. Exemplo: a população absoluta do Brasil é de 210 milhões de habitantes. POPULAÇÃO RELATIVA ou DENSIDADE DEMOGRÁFICA: é a relação entre a população absoluta de um determinado espaço e a área territorial (km2), ou seja, para se obter a densidade demográfica é realizada a seguinte expressão matemática: Densidade Demográfica= População absoluta(Total de habitantes) / Área O resultado dessa equação é expresso em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²), indicando quantas pessoas, em média, vivem em cada km² de determinado território. Se uma localidade possui um excesso de população por área, classificamos aquela região como densamente povoado. Mas se existe uma pequena quantidade de população distribuída pela área classificamos como pouco e menos povoado. https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=86 TAXA DE NATALIDADE: um indicador demográfico, que expressa a quantidade de nascidos vivos em um ano e em uma determinada localidade, em um parâmetro a cada mil habitantes. TAXA DE MORTALIDADE: expressa a quantidade de mortes em um ano e em uma determinada localidade, em um parâmetro a cada mil habitantes. TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL: contabiliza a quantidade de mortes de crianças de até um ano, nascidos em uma determinada localidade, em um ano. TAXA DE FECUNDIDADE: expressa uma relação entre o número médio de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva (geralmente entre 15 e 49 anos) em uma determinada população. Essa taxa é calculada fazendo-se uma média da quantidade de filhos por mulher, se eles fossem distribuídos igualmente ao longo de sua vida reprodutiva. CRESCIMENTO VEGETATIVO ou NATURAL: é a quantidade de nascimentos (taxa de natalidade) menos a quantidade de mortes (taxa de mortalidade). Observa-se, por meio dessa taxa, se a população cresceu e esse crescimento só é contabilizado se o número de nascimentos superar o de mortes. SALDO MIGRATÓRIO: é a relação entre o número de imigrantes (pessoas que chegam a uma localidade) e o número de emigrantes (pessoas que saem). Observa-se a quantidade de saídas e chegadas, obtendo-se assim a informação se o saldo migratório foi positivo ou negativo. CRESCIMENTO POPULACIONAL: é somado o crescimento vegetativo mais o saldo migratório, e dessa forma sabemos o aumento total no número da população de uma determinada localidade. CONCEITOS COMPLEMENTARES Teorias Demográficas Assim como várias áreas de conhecimento demográfico, a tentativa de explicar os seus fenômenos e o processo de crescimento e deslocamento da população utiliza algumas teorias e as que mais ganharam destaque, sendo elas: a Teoria Malthusiana, a Neomalthusiana e a Reformista ou Marxista. TEORIA MALTHUSIANA- Thomas Malthus (1776-1834) compreendia que a população ia crescer de forma muito acelerada e devido a essa realidade a população ia duplicar a cada 25 anos. Para tentar comprovar esse fato, ele projetou por meio da geometria (1, 2, 4, 8, 16, 32...), a qual explicava que o crescimento da população não acompanharia a velocidade de produção de alimentos. Desta forma, ele concluiu que não existiriam alimentos para toda a população. TEORIA NEOMALTHUSIANA- pensada no Pós Segunda Guerra Mundial (1939-1945), responsabilizava a pobreza nos países subdesenvolvidos pela grande quantidade populacional, relacionando que muitas pessoas dificultavam a distribuição de renda. Foi nesse período teórico que países criaram políticas bem rígidas sobre o controle de natalidade. TEORIA REFORMISTA OU MARXISTA- surge contrária as duas anteriores, sugere que as desigualdades populacionais entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos estavam totalmente relacionado a questões sociais e econômicas. Para fundamentar, observa-se que o número de filhos por casal cai diante do nível educacional deles. Agora é com você! 1. (ENEM/2018) Os países industriais adotaram uma concepção diferente das relações familiares e do lugar da fecundidade na vida familiar e social. A preocupação de garantir uma transmissão integral das vantagens econômicas e sociais adquiridas tem como resultado uma ação voluntária de limitação do número de nascimentos. GEORGE, P Panorama do mundo atual. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1968 (adaptado). Em meados do século XX, o fenômeno social descrito contribuiu para o processo europeu de? Estabilização da pirâmide etária. Conclusão da transição demográfica. Contenção da entrada de imigrantes. Elevação do crescimento vegetativo. Formação de espaços superpovoados. 2. (ENEM/2019) O bônus demográfico é caracterizado pelo período em que, por causa da redução donúmero de filhos por mulher, a estrutura populacional fica favorável ao crescimento econômico. Isso acontece porque há proporcionalmente menos crianças na população, e o percentual de idosos ainda não é alto. GOIS, A. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado). A ação estatal que contribui para o aproveitamento do bônus demográfico é o estímulo à? Atração de imigrantes. Elevação da carga tributária. Qualificação da mão de obra. Admissão de exilados políticos. Concessão de aposentadorias. 3. (ENEM/2021) Houve crescimento de 74% da população brasileira encarcerada entre 2005 e 2012. As análises possibilitaram identificar o perfil da população que está nas prisões do país: homens, jovens (abaixo de 29 anos), negros, com ensino fundamental incompleto, acusados de crimes patrimoniais e, no caso dos presos adultos, condenados e cumprindo regime fechado e, majoritariamente, com penas de quatro até oito anos. BRASIL. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil. Brasília: Presidência da República, 2015. Nesse contexto, as políticas públicas para minimizar a problemática descrita devem privilegiar a? Flexibilização do Código Civil. Promoção da inclusão social. Redução da maioridade penal. Contenção da corrupção política. Expansão do período de reclusão. 4. (ENEM/2020) A redução do valor da aposentadoria se deve ao fator previdenciário, mecanismo utilizado pelo INSS para tentar adiar a aposentadoria dos trabalhadores mais jovens, penalizando quem se aposenta mais cedo, já que esse segurado, teoricamente, vai receber o benefício por mais tempo. RESENDE, T. Disponível em: http://ieprev.com.br Acesso em: 25 out. 2015 (adaptado). Políticas previdenciárias como a apresentada no texto têm sido justificadas com base na dinâmica populacional de aumento da? Fuga de cérebros. Taxa de natalidade. Expectativa de vida. Proporção de adultos. Imigração de refugiados. Geografia 2 H6 Lição 07 Ver aula População Brasileira: Formação e Indicadores A formação da população brasileira é pautada na miscigenação (mistura de etnias), inicialmente, marcada por indígenas, portugueses e africanos, posteriormente, pela chegada de outros europeus e asiáticos para o cultivo do café no século XIX e foragidos das guerras no século XX. Atualmente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é responsável pelo Censo (contagem da população) e pela produção de dados oficiais sobre os estudos demográficos (populacionais) brasileiros. Um ponto de destaque dos estudos demográficos no Brasil é a questão étnica, que se torna critério de análise por evidenciar a desigualdade socioeconômica, que é marcada pelo processo histórico de exploração dos negros, dos indígenas e pelo domínio do colonizador europeu, branco. Observe um exemplo ao lado. https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=87 Figura 1 - Taxa de analfabetismo (%), segundo a situação do domicílio e a cor de pele (IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2018). Nota: Pessoas de 15 anos ou mais de idade. Disponível em: IBGE 2 - Observatório das Metrópoles. Acesso em: 05 dez. 2024. Já em relação à população absoluta do Brasil, segundo as previsões do IBGE para 2022, ela contabiliza cerca de 215 milhões de habitantes. Para analisar a população e suas principais características e dinâmicas, contamos com diversos indicadores demográficos do Brasil, como: taxa de fecundidade, expectativa de vida, renda per capita, taxa de natalidade, taxa de mortalidade, transição demográfica e etc. Umas das aliadas para as análises de dados demográficos são as pirâmides etárias – gráficos que representam a população de um determinado lugar por idade e sexo. A pirâmide etária possui três partes: a base, o corpo e o ápice. A base representa a população jovem de 0-19 anos, o corpo os adultos de 20-59 anos e o ápice pessoas a partir de 60 anos. Compreendendo essas partes, a análise da população fica mais simples, por exemplo, quando uma pirâmide apresenta sua base alargada, reflete no grande número de nascimentos, compreende-se como característica de subdesenvolvimento; quando este alargamento é no corpo da pirâmide, resulta uma grande quantidade de adultos integrante da População Economicamente Ativa (PEA); já o ápice se encarrega de refletir a expectativa de vida juntamente com possíveis discussões sobre economia e o processo e a organização da previdência. https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/pela-primeira-vez-negros-sao-maioria-no-ensino-superior-publico/ibge-2/ Figura 2 - Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade Brasil. Produzido pelo IBGE. Censo de 2010. Disponível em: IBGE - Pirâmide Etária - BRASIL - 2010. Acesso em: 05 dez. 2024. Taxa de Fecundidade Essa taxa é a média de número de filhos por mulheres em idade reprodutiva. No Brasil, ela vem caindo desde 1960, essa diminuição é diretamente ligada às conquistas femininas e às mudanças sociais das últimas décadas do século XX, como um maior espaço no mercado de trabalho, a intensificação do processo de urbanização, o aumento no grau de escolaridade, as mulheres casando com uma idade mais avançada, Além disso, o advento da pílula anticoncepcional e uma maior informação e distribuição de métodos contraceptivos também contribuíram para essa redução. Observe o gráfico: a redução da taxa de fecundidade vem diminuindo a cada ano no Brasil, o que reflete diretamente na taxa de natalidade do Brasil e, consequentemente, contribui para um estreitamento da base da pirâmide. Expectativa de Vida Trata-se de um indicador que deduz a média de anos de vida das pessoas de uma localidade, ou seja, analisa-se a média de idade que os indivíduos morrem: quanto mais alta a média, melhor. O aumento da expectativa está ligado à melhoria na qualidade de vida, na saúde, e nos espaços de lazer. Justamente por destacar melhorias socioeconômicas, esse indicador é um dos que mais se destacam na medição do Índice de Desenvolvimento Humano. https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php?codigo=0&%20corhomem=3d4590&%20cormulher=9cdbfc Gráfico: Taxa de Fecundidade do Brasil (2000 a 2015) Figura 3 - Taxa de Fecundidade Total – Brasil – 2000 a 2015. IBGE, Projeção da População do Brasil - 2013. Disponível em: IBGE | Brasil em síntese | população | taxas de fecundidade total. Acesso em: 05 dez. 2024. O Brasil vem aumentando significativamente a expectativa de vida desde a década de 1970, quando era uma média de 54 anos. Atualmente, por volta de 76,6 anos. É importante observar que a expectativa de vida varia de homens para mulheres, segundo o IBGE (2019) os homens chegam há 73,1 anos e as mulheres há 80,1 anos, essa diferença é explicada por alguns fatores sociais, econômicos e culturais como: homens morrem mais cedo por envolvimento em acidentes de trânsito, brigas, acidentes de trabalho e não possuírem o hábito de fazer exames preventivos de doenças. Além disso, trabalho de risco e doenças cardíacas, que são mais comuns para homens, favorecem a menor expectativa de vida masculina. Esse indicador influencia diretamente o crescimento populacional. Agora é com você! 1. (ENEM/2012) https://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/taxas-de-fecundidade-total.html A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica demográfica brasileirademonstram um(a): Menor proporção de fecundidade na área urbana. Menor proporção de homens na área rural. Aumento da proporção de fecundidade na área rural. Queda da longevidade na área rural. Queda do número de idosos na área urbana. 2. (ENEM/2015) O processo indicado no gráfico demonstra um aumento significativo da população urbana em relação à população rural no Brasil. Esse fenômeno pode ser explicado pela? Atração de mão de obra pelo setor produtivo concentrado nas áreas urbanas. Manutenção da instabilidade climática nas áreas rurais. Concentração da oferta de ensino nas áreas urbanas. Inclusão da população das áreas urbanas em programas assistenciais. Redução dos subsídios para os setores da economia localizados nas áreas rurais. 3. (ENEM/2018) A evolução da pirâmide etária apresentada indica a seguinte tendência: Crescimento da faixa juvenil. Aumento da expectativa de vida. Elevação da taxa de fecundidade. Predomínio da população masculina. Expansão do índice de mortalidade. 4. (ENEM/2024) Em 1960, a primeira pílula anticoncepcional foi comercializada nos EUA, e, em poucos anos, o método contraceptivo se difundiu pelo mundo, inclusive no Brasil. Em nosso país, a chegada das pílulas anticoncepcionais foi simultânea às discussões neomalthusianas sobre a crise demográfica, à aceleração dos processos de modernização e ao boom da indústria farmacêutica multinacional. DIAS, T. M. et al. A pílula da oportunidade: discursos sobre as pílulas anticoncepcionais em A Gazeta da Farmácia, 1960-1981. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, n. 3, jul.-set. 2018 (adaptado). Qual foi o efeito social resultante do avanço tecnológico mencionado no texto? O afastamento da autoridade médica na regulação da fecundidade. A superação do discurso da moralidade pela ação da mídia estatal. A ampliação do debate público sobre o planejamento familiar A centralização da pesquisa científica pelo sistema privado de saúde. O enrijecimento das doutrinas religiosas sobre a organização da vida doméstica. 5. (ENEM/2023-PPL) Diferentes projeções para a população brasileira: 2010-2100 Fonte: IBGE, revisão 2018; UM/ESA, revisão 2017. ALVES, J. E. D. A nova projeção da população brasileira do IBGE. Disponível em: www.ufjf.br. Acesso em: 1 out. 2021. A configuração da projeção demográfica apresentada é explicada pelo(a) ampliação do êxodo campesino. aumento da taxa de fecundidade. redução do crescimento vegetativo. retrocesso no controle de natalidade. estagnação da entrada de imigrantes. Geografia 2 H11 Lição 08 Ver aula Movimentos Migratórios: Principais Conceitos https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 https://scaov2.api.mg.estudoplay.com.br/conteudo/link?led_book_id=LBR000141&resource_id=88 O processo de migração é um traço marcante de inúmeras espécies de seres vivos, inclusive dos humanos que, desde o período pré-histórico, realizavam deslocamentos, os quais faziam parte da dinâmica de sobrevivência de alguns grupos. Para a Geografia, migração é o processo de movimentação da população, o ato de sair e chegar a determinado município, estado, região, país, etc. Como as migrações são dinâmicas, podem acontecer por diversos motivos e serem percebidas a partir de visões diferentes, quando elas acontecem devido à necessidade de sair de uma localidade motivadas por desastres ambientais, perseguições religiosas ou étnicas ou outros motivos considerados urgentes e com risco de vida, chamamos de migração forçada. Já as migrações espontâneas, motivadas por turismo ou férias, chamamos de migração voluntária. Diante desses deslocamentos, é estabelecido a esse indivíduo duas classificações: emigrante e imigrante. EMIGRANTE: indivíduo que deixa sua região de origem, ou seja, se desloca. IMIGRANTE: indivíduo que chega a uma região que não é a sua de origem. Ou seja, o mesmo indivíduo será classificado das duas formas, a partir de onde ele é observado, por exemplo, quando um jovem brasileiro vai morar na Alemanha, no Brasil, ele entra para a classificação e para as estatísticas de emigração, e na Alemanha ele entrará nas estatísticas de imigrantes. Tipos de Migrações As movimentações populacionais podem ser classificadas de diversas formas, a partir das características desses deslocamentos, observe os principais: ● ÊXODO RURAL – é o deslocamento da população do campo (Zona Rural) para as cidades. Geralmente, essa movimentação é motivada pela falta de políticas públicas na zona rural e a concentração de terras, consolidada pelos grandes ruralistas. ● ÊXODO URBANO – movimento oposto ao êxodo rural em que a população se desloca da cidade para o campo. ● PENDULAR – quando a população se desloca diariamente, sendo uma das mais comuns, como por exemplo, ir à escola, ir ao trabalhar, ir à universidade, etc. Nesse tipo de migração, o indivíduo realiza ida e volta no mesmo dia. ● SAZONAL – movimentação populacional realizada em determinados períodos do ano, motivada geralmente por mudanças nas estações, como sair por meses para trabalhar em uma plantação. Ou deslocar-se de determinadas áreas que irão passar por períodos muito frios ou muito quentes, retornando depois de um intervalo de tempo. ● TRANSUMÂNCIA – assemelha-se sazonal, mas consiste em uma movimentação que pode ser semanal, mensal ou anual, para realizar alguma atividade trabalhista por temporada, no fim do “contrato” as pessoas retornam para suas localidades. ● INTRAURBANA - movimentação dentro da mesma cidade. ● INTER-REGIONAL - movimentação da população de uma região para outra, geralmente motivada por busca de trabalho ou melhores condições de vida. ● INTRARREGIONAL - movimentação dentro de uma mesma Região, como como entre João Pessoa (PB) e Natal (RN), ambas no Nordeste. ● MIGRAÇÕES INTERNAS – deslocamentos que acontecem dentro do território de um país. ● MIGRAÇÕES EXTERNAS ou INTERNACIONAL – deslocamentos que ocorrem entre países diferentes. ● NOMADISMO – movimentação contínua, de um local para o outro. Os indivíduos não possuem endereço fixo e por motivos diversos não se fixam nas localidades por muito tempo. Era muito comum na antiguidade, mas existe até os dias atuais por grupos de nômades bem menores. ● REFÚGIO – é um tipo de migração forçada, em que as pessoas que se deslocam nessa situação, não possuem escolha e, muitas das vezes, o deslocamento é feito por questão de sobrevivência. Podem ser motivados por desastres ambientais, fenômenos climáticos, guerras civis e pobreza extrema. Chamamos esse grupo de pessoas de refugiados, eles abandonam tudo que têm para tentar abrigo em outra localidade. ● FUGA DE CÉREBROS - ocorre quando profissionais especializados e com qualificação saem de suas localidades em busca de espaços de reconhecimento, assim como oportunidade de melhores empregos que contemplem sua formação e valorizem seu intelecto. O que Motiva as Migrações? As movimentações populacionais, sejam espontâneas ou sejam forçadas, possuem sempre uma motivação. Elas são, em sua maioria, ocasionadas por razões: Econômicas: quando há procura por trabalho, para melhoria de renda familiar ou individual; Políticas: ocorrem por fuga de regimes ditatoriais, autoritários, que ameaçam a vida de determinados grupos políticos; Religiosas e étnica: resultado de perseguição a determinados grupos religiosos e identitários. Agora é com