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NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 1 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO: A 
IMPORTÂNCIA DA MATURIDADE CEREBRAL PARA A APRENDIZAGEM DA LEITURA. 
Giane Demo 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Nivea Maria Costa Vieira 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Damião de Souza Santos 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
 
O artigo "Neurociências, neurodesenvolvimento infantil e alfabetização: a importância da 
maturidade cerebral para a aprendizagem da leitura", de Giane Demo et al., discute a relação 
entre o desenvolvimento cerebral infantil e os processos de alfabetização. A leitura é 
compreendida como uma habilidade neurobiológica complexa que depende da maturação de áreas 
específicas do cérebro, como o giro angular, o giro fusiforme e o lobo temporal (Cosenza; Guerra, 
2011). A aprendizagem da leitura, portanto, não deve ser iniciada apenas com base em critérios 
etários, mas sim considerando o nível de maturidade neurocognitiva da criança (Oliveira, 2014). 
Os autores destacam que a consciência fonológica — a habilidade de identificar e manipular sons 
da fala — é um dos principais preditores do sucesso na alfabetização (Adams et Al., 2006; Salles; 
Parente, 2002). Ela possibilita à criança decodificar palavras e associar grafemas aos fonemas, 
facilitando o reconhecimento automático de palavras e a fluência leitora (Coltheart, 2013). 
Pesquisas mostram que déficits na consciência fonológica estão relacionados a dificuldades de 
leitura, como a dislexia do desenvolvimento (Campos; Pinheiro; Guimarães, 2012). A Base 
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), embora proponha metas claras para a alfabetização 
até o 2º ano do ensino fundamental, não considera suficientemente os aspectos do 
neurodesenvolvimento infantil. Isso pode levar à antecipação inadequada do processo de 
alfabetização, desrespeitando o ritmo individual e neurológico das crianças (Bortolanza; Goulart; 
Cabral, 2018). Tal antecipação pode causar frustrações, evasão escolar e dificuldades cognitivas 
duradouras (Maranhe, 2016). Os autores reforçam a importância da formação docente baseada em 
evidências científicas. Muitos professores ainda carecem de conhecimentos sobre os processos 
cerebrais envolvidos na leitura, o que prejudica a identificação precoce de dificuldades e a 
aplicação de intervenções eficazes (Oliveira, 2014; Ventura, 2010). A inclusão de conteúdos de 
neurociência na formação inicial e continuada é, portanto, fundamental. Modelos teóricos como a 
abordagem da dupla rota (Coltheart, 2013) e os modelos conexionistas (Plaut, 2013) ajudam a 
compreender como o cérebro lida com palavras regulares e irregulares, destacando a importância 
da automatização da leitura. Também é relevante diferenciar entre decodificação e compreensão 
textual, pois nem sempre uma criança que lê fluentemente compreende o que lê (Cordeiro; Salles, 
2009). O artigo reafirma que a alfabetização deve ser um processo integrador, considerando os 
aspectos biológicos, psicológicos, sociais e pedagógicos. Incorporar os conhecimentos da 
neurociência não significa reduzir a educação à biologia, mas sim ampliar a compreensão dos 
caminhos da aprendizagem (Cosenza; Guerra, 2011; Franco; Gomes, 2020). 
Palavras-chave: Neurociência; alfabetização; maturidade cerebral; consciência fonológica; 
desenvolvimento infantil; aprendizagem da leitura. 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 2 
 
NEUROSCIENCE, CHILD NEURODEVELOPMENT, AND LITERACY: THE 
IMPORTANCE OF BRAIN MATURITY FOR LEARNING TO READ. 
 
Giane Demo 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Nivea Maria Costa Vieira 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Damião de Souza Santos 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
 
The article “Neuroscience, Child Neurodevelopment, and Literacy: The Importance of Brain 
Maturity for Learning to Read” by Giane Demo et al. discusses the relationship between 
children's brain development and literacy acquisition. Reading is understood as a complex 
neurobiological skill that depends on the maturation of specific brain regions, such as the angular 
gyrus, fusiform gyrus, and temporal lobe (Cosenza & Guerra, 2011). Therefore, learning to read 
should not be initiated solely based on age criteria but rather considering the child’s level of 
neurocognitive maturity (Oliveira, 2014). The authors highlight that phonological awareness — 
the ability to identify and manipulate speech sounds — is one of the main predictors of literacy 
success (Adams et al., 2006; Salles & Parente, 2002). It enables children to decode words and 
match graphemes to phonemes, facilitating automatic word recognition and reading fluency 
(Coltheart, 2013). Research shows that deficits in phonological awareness are associated with 
reading difficulties, such as developmental dyslexia (Campos, Pinheiro, & Guimarães, 2012). 
Although the Brazilian National Common Core Curriculum (BRASIL, 2017) sets clear goals for 
literacy by the second year of elementary school, it insufficiently addresses aspects of child 
neurodevelopment. This may lead to premature literacy practices that disregard the individual and 
neurological pace of each child (Bortolanza, Goulart, & Cabral, 2018). Such premature instruction 
can result in frustration, school dropout, and long-term cognitive challenges (Maranhe, 2016). The 
authors emphasize the importance of teacher education grounded in scientific evidence. Many 
educators still lack knowledge about the brain processes involved in reading, which impairs the 
early identification of learning difficulties and the implementation of effective interventions 
(Oliveira, 2014; Ventura, 2010). Therefore, integrating neuroscience content into both initial and 
continuing teacher education is essential. Theoretical models such as the dual-route approach 
(Coltheart, 2013) and connectionist models (Plaut, 2013) help explain how the brain processes 
regular and irregular words, highlighting the importance of reading automatization. Furthermore, 
it is crucial to distinguish between word decoding and reading comprehension, as fluent readers do 
not always understand what they read (Cordeiro & Salles, 2009). The article concludes by 
reaffirming that literacy should be an integrative process, encompassing biological, psychological, 
social, and pedagogical dimensions. Incorporating neuroscience into education does not imply 
reducing education to biology but rather broadening our understanding of learning pathways 
(Cosenza & Guerra, 2011; Franco & Gomes, 2020). 
 
Keywords: Neuroscience; literacy; brain maturity; phonological awareness; child development; 
reading acquisition. 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 3 
 
NEUROCIENCIAS, NEURODESARROLLO INFANTIL Y ALFABETIZACIÓN: LA 
IMPORTANCIA DE LA MADUREZ CEREBRAL PARA EL APRENDIZAJE DE LA LECTURA. 
 
Giane Demo 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Nivea Maria Costa Vieira 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Damião de Souza Santos 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
 
El artículo “Neurociencias, neurodesarrollo infantil y alfabetización: la importancia de la 
madurez cerebral para el aprendizaje de la lectura”, de Giane Demo et al., discute la relación 
entre el desarrollo cerebral infantil y los procesos de alfabetización. La lectura se entiende como 
una habilidad neurobiológica compleja que depende de la maduración de áreas específicas del 
cerebro, como el giro angular, el giro fusiforme y el lóbulo temporal (Cosenza y Guerra, 2011). 
Por lo tanto, el aprendizaje de la lectura no debe iniciarse únicamente con base en criterios etarios, 
sino considerando el nivel de madurez neurocognitiva del niño (Oliveira, 2014). Los autores 
destacan que la conciencia fonológica —la capacidad de identificar y manipular(2001, 2003, 2019) orientam para uma 
prática pedagógica que valorize o letramento como um conjunto de competências essenciais para a 
cidadania. Superar os desafios da escolarização brasileira implica garantir políticas públicas 
robustas, formação continuada para educadores e currículos que dialoguem com as realidades e 
necessidades dos alunos. A alfabetização e o letramento não são apenas processos educativos, mas 
também instrumentos de justiça social. 
A obra "Alfabetização: a questão dos métodos" de Magda Soares (2019) aborda, de forma 
crítica e aprofundada, as diversas metodologias utilizadas no ensino da alfabetização. Soares 
destaca que a alfabetização não pode ser reduzida a uma simples técnica de decodificação dos 
códigos escritos, mas deve ser compreendida como um processo complexo e multidimensional que 
envolve aspectos cognitivos, sociais e culturais. 
No livro, a autora discute os principais métodos tradicionais e contemporâneos de 
alfabetização, como o método fônico, o método global e abordagens construtivistas, evidenciando 
seus pontos fortes e limitações. Soares ressalta que não existe um método único e infalível, mas 
que o sucesso da alfabetização depende da articulação de diferentes estratégias pedagógicas que 
considerem o contexto dos alunos e suas necessidades individuais. 
Soares enfatiza a importância de a alfabetização ser pensada em consonância com o 
letramento, isto é, a capacidade de usar a leitura e a escrita como práticas sociais significativas, 
que vão além do simples reconhecimento de letras e palavras. Para a autora, a alfabetização deve 
preparar o aluno para interpretar e produzir textos em diferentes contextos sociais, contribuindo 
para sua formação crítica e cidadã. 
A obra também faz uma crítica às políticas públicas e práticas educacionais que insistem 
em métodos rígidos e padronizados, ignorando as especificidades regionais, culturais e individuais 
dos estudantes. Magda Soares defende uma alfabetização mais flexível, inclusiva e dialógica, que 
promova a autonomia e o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem. 
"Alfabetização: a questão dos métodos" é uma contribuição fundamental para 
educadores, gestores e pesquisadores interessados em entender as complexidades do processo de 
alfabetização e em construir práticas pedagógicas que valorizem a diversidade e a formação 
integral do estudante. 
No capítulo "Letramento e escolarização" (2003), inserido na obra Letramento no Brasil: 
reflexões a partir do INAF 2001, Magda Soares discute a relação entre o processo escolar e o 
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desenvolvimento do letramento, destacando as complexidades envolvidas na formação de leitores 
críticos dentro do ambiente educacional. 
Soares argumenta que a escolarização tradicional tem foco predominante na 
alfabetização, entendida como o aprendizado formal dos códigos da leitura e da escrita, muitas 
vezes desconsiderando o aspecto social e cultural do letramento. Ela enfatiza que o letramento 
ultrapassa o domínio técnico e envolve a prática efetiva da leitura e escrita em contextos sociais 
diversos, o que demanda uma abordagem pedagógica integrada e contextualizada. 
Um dos pontos centrais do texto é a crítica à separação entre alfabetização e letramento 
na escola, onde muitas vezes os currículos privilegiam a decodificação e a memorização em 
detrimento do uso funcional da linguagem escrita. Para Soares, essa dissociação compromete a 
formação integral do aluno e sua capacidade de participar ativamente na sociedade letrada. 
Neste sentido os autores (2025) destacam que a escolarização e o letramento que prepara 
o aluno para interpretar, questionar e transformar o mundo. 
Giane Demo (2025) enfatiza que ―a escolarização deve ser um processo dinâmico que vai 
além da mera decodificação de textos, promovendo o desenvolvimento do pensamento crítico e a 
capacidade reflexiva do aluno diante das múltiplas linguagens sociais.‖ 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) afirma que ―o letramento pleno só é 
alcançado quando a escola integra práticas pedagógicas que incentivam a leitura crítica, a 
problematização do conhecimento e a participação ativa do estudante na construção do saber.‖ 
Gladys Nogueira Cabral (2025) destaca que ―a formação docente precisa contemplar 
estratégias que articulem a leitura e a escrita com contextos culturais diversos, garantindo que o 
aluno aprenda a interpretar e transformar a realidade social.‖ 
Nivea Maria Costa Vieira (2025) reforça que ―a alfabetização não pode ser dissociada da 
prática social da leitura e escrita, pois a verdadeira escolarização envolve a preparação do 
indivíduo para agir e refletir criticamente na sociedade.‖ 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025) argumenta que ―a construção do letramento 
crítico deve ser um objetivo central do currículo escolar, com ênfase na autonomia intelectual e na 
capacidade de questionar as informações e estruturas vigentes.‖ 
Damião de Souza Santos (2025) destaca que ―o ambiente escolar deve promover a 
interdisciplinaridade e o diálogo entre saberes para que o letramento ultrapasse a função técnica e 
se torne um instrumento de transformação social.‖ 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos (2025) ressalta que ―ao desenvolver 
práticas educativas que envolvem interpretação, crítica e produção de sentido, a escola prepara 
sujeitos capazes de agir com consciência histórica e social no mundo.‖ 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 27 
 
Os autores ressaltam a necessidade fundamental de que o sistema escolar reconheça e 
valorize as múltiplas dimensões do letramento, compreendendo que ele não se limita apenas ao 
ensino técnico da leitura e da escrita, mas se expande para a incorporação de práticas discursivas 
diversas e culturalmente situadas. Isso envolve o entendimento de que a leitura e a escrita são 
práticas sociais, carregadas de significados que variam conforme o contexto em que ocorrem, e 
que o letramento pleno inclui a capacidade de interpretar, questionar e produzir textos que 
dialoguem criticamente com as realidades sociais dos alunos. A escola, nesse sentido, deve criar 
ambientes ricos em linguagem e interação, que incentivem a produção textual crítica e reflexiva, 
fortalecendo a autonomia intelectual dos estudantes e sua capacidade de agir transformador na 
sociedade. 
Os autores destacam o enorme desafio que representa a formação de professores capazes 
de lidar com essa complexidade do letramento contemporâneo. Não basta que os educadores 
dominem técnicas de ensino da alfabetização; eles precisam estar preparados para trabalhar com a 
diversidade linguística, cultural e social presente nas salas de aula, o que exige uma formação 
docente ampla e interdisciplinar. Essa formação deve contemplar conhecimentos sólidos em 
linguística, para entender as estruturas da língua; em sociologia da educação, para compreender as 
relações de poder, cultura e exclusão que permeiam os contextos escolares; e em psicologia, para 
compreender os processos cognitivos e emocionais envolvidos na aprendizagem da leitura e da 
escrita. Essa preparação integral é essencial para que os professores possam planejar e executar 
práticas pedagógicas que respondam às demandas reais dos alunos, promovendo a inclusão e a 
equidade educacional. 
A necessidade de que o sistema escolar promova a articulação entre teoria e prática, 
garantindo que os professores tenham espaços para reflexão crítica sobre suas próprias ações 
pedagógicas e para atualização constante diante das transformações sociais e culturais. Isso 
significa investir em formação continuada e em políticas públicas que valorizem a carreira 
docente, proporcionando condições para que esses profissionais desenvolvam um trabalho que 
ultrapasse a simples transmissão de conteúdos e contribua para a formação de sujeitoscríticos e 
participativos. Essa perspectiva amplia o conceito tradicional de letramento, posicionando-o como 
um vetor central para a emancipação humana e para a construção de uma sociedade mais justa. 
A incorporação das múltiplas dimensões do letramento no currículo escolar implica 
também um repensar das avaliações, que precisam ir além da aferição mecânica da decodificação 
ou da reprodução textual, passando a considerar a capacidade do aluno de interpretar textos 
complexos, de construir argumentos e de engajar-se em práticas sociais de leitura e escrita. Tal 
abordagem favorece o desenvolvimento de competências que dialogam com as exigências do 
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mundo contemporâneo, marcado pela abundância de informações e pela necessidade de 
discernimento crítico. A escola, portanto, torna-se um espaço de formação integral, que prepara os 
estudantes para enfrentar os desafios da cidadania ativa e da participação social consciente. 
Os autores (2025) alertam para a importância do reconhecimento das diversidades 
linguísticas, culturais e sociais dentro das práticas de letramento, enfatizando que a valorização 
dessas diversidades contribui para a construção de um ambiente escolar mais inclusivo e 
democrático. 
O respeito às diferenças e a promoção do diálogo entre saberes diversificados fortalecem 
a identidade dos alunos e ampliam suas possibilidades de aprendizagem. Nesse sentido, a escola 
precisa ser um espaço de acolhimento e de valorização das múltiplas formas de expressão e 
comunicação, o que também demanda a participação efetiva das famílias e da comunidade, 
configurando-se assim uma rede colaborativa em torno da formação integral do aluno. 
 
3. CONCLUSÃO 
A integração dos conhecimentos das neurociências com os processos educacionais 
representa um avanço significativo na compreensão da alfabetização como fenômeno complexo e 
multifacetado. O neurodesenvolvimento infantil é um fator crucial para a aquisição da leitura, pois 
envolve a maturação de diversas regiões cerebrais responsáveis pela decodificação, 
reconhecimento e compreensão dos símbolos escritos. Ao compreender que cada criança possui 
um ritmo único de desenvolvimento neurológico, educadores e formuladores de políticas públicas 
podem planejar estratégias pedagógicas mais eficazes, respeitando esse tempo biológico e 
garantindo um aprendizado mais sólido e duradouro. 
A maturidade cerebral, entendida como o grau de desenvolvimento funcional e estrutural 
das áreas do cérebro relacionadas à linguagem e à leitura, condiciona diretamente a capacidade da 
criança de estabelecer relações entre grafemas e fonemas, compreender textos e construir sentidos 
a partir da escrita. Crianças que não atingem essa maturidade no momento adequado podem 
enfrentar dificuldades significativas, que, se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, 
podem resultar em frustração, baixa autoestima e atraso no processo educacional. Portanto, 
investir em diagnósticos precoces e intervenções alinhadas ao neurodesenvolvimento é 
fundamental para promover a inclusão e a equidade no ensino. 
A alfabetização deve ser vista como um processo integral, que envolve não apenas o 
aspecto cognitivo, mas também o emocional e social da criança. A interação entre cérebro, 
emoções e ambiente escolar influencia profundamente a motivação e o interesse pela leitura, 
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impactando a aprendizagem de forma ampla. Quando o ambiente escolar acolhe essas dimensões e 
oferece suporte emocional e pedagógico adequado, contribui para o desenvolvimento de um leitor 
crítico e autônomo, capaz de interpretar o mundo e expressar suas ideias com segurança. 
Professores capacitados em neurociência aplicada à educação possuem maior capacidade 
para identificar sinais de imaturidade cerebral ou dificuldades específicas na aprendizagem da 
leitura. Com esse conhecimento, eles podem planejar intervenções pedagógicas personalizadas, 
adaptando métodos e materiais para atender às necessidades individuais de seus alunos. Essa 
formação é essencial para que a alfabetização seja eficaz, respeitando as etapas do 
desenvolvimento neurológico e promovendo a inclusão de todos os estudantes. 
A interdisciplinaridade também se destaca como um elemento chave na promoção de 
uma alfabetização baseada na maturidade cerebral. A colaboração entre educadores, 
neurocientistas, psicólogos e fonoaudiólogos enriquece as práticas pedagógicas, ampliando a 
compreensão sobre as causas das dificuldades de leitura e as melhores formas de superá-las. Essa 
articulação entre diferentes áreas do conhecimento favorece um atendimento mais completo e 
eficaz às crianças, contribuindo para o sucesso escolar e para a formação de leitores competentes e 
conscientes. 
Reconhecer a importância da maturidade cerebral para a aprendizagem da leitura é um 
chamado para que a educação brasileira — e mundial — adote uma visão mais humana e 
científica sobre o processo de alfabetização. Não se trata apenas de ensinar a decodificar letras, 
mas de respeitar o tempo de desenvolvimento de cada criança, valorizando sua singularidade e 
potencializando sua capacidade de aprender ao longo da vida. 
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NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 31 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO 
INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA 
DA MATURIDADE CEREBRAL PARA A 
APRENDIZAGEM DA LEITURA. 
 
Giane Demo 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Nivea Maria Costa Vieira 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Damião de Souza Santos 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
 
 
REFERENCIA DO ARTIGO: 
 
DEMO, Giane; ISHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; VIEIRA, Nivea 
Maria Costa; BRAGA, Regina Daucia de Oliveira; SANTOS, Damião de Souza; SANTOS, Priscilla 
Nayane Magalhães Ribeiro dos. Neurociências, neurodesenvolvimento infantil e alfabetização: a 
importância da maturidade cerebral para a aprendizagem da leitura. Disponível em: 
https://www.academia.edu/143015125/NEUROCI%C3%8ANCIA_NEURODESENVOLVIMENTO_INF
ANTIL_E_ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_A_IMPORT%C3%82NCIA_DA_MATURIDADE_CERE
BRAL_PARA_A_APRENDIZAGEM_DA_LEITURA Acesso em: ................................................... 
 
 
LINK DIRETO: 
https://www.academia.edu/143015125/NEUROCI%C3%8ANCIA_NEURODESENVOLVIMENTO_INF
ANTIL_E_ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_A_IMPORT%C3%82NCIA_DA_MATURIDADE_CERE
BRAL_PARA_A_APRENDIZAGEM_DA_LEITURA 
 
https://www.academia.edu/143015125/NEUROCI%C3%8ANCIA_NEURODESENVOLVIMENTO_INFANTIL_E_ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_A_IMPORT%C3%82NCIA_DA_MATURIDADE_CEREBRAL_PARA_A_APRENDIZAGEM_DA_LEITURA
https://www.academia.edu/143015125/NEUROCI%C3%8ANCIA_NEURODESENVOLVIMENTO_INFANTIL_E_ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_A_IMPORT%C3%82NCIA_DA_MATURIDADE_CEREBRAL_PARA_A_APRENDIZAGEM_DA_LEITURA
https://www.academia.edu/143015125/NEUROCI%C3%8ANCIA_NEURODESENVOLVIMENTO_INFANTIL_E_ALFABETIZA%C3%87%C3%83O_A_IMPORT%C3%82NCIA_DA_MATURIDADE_CEREBRAL_PARA_A_APRENDIZAGEM_DA_LEITURAlos sonidos del 
habla— es uno de los principales predictores del éxito en la alfabetización (Adams et al., 2006; 
Salles y Parente, 2002). Esta habilidad permite al niño decodificar palabras y asociar grafemas con 
fonemas, facilitando el reconocimiento automático de palabras y la fluidez lectora (Coltheart, 
2013). Las investigaciones muestran que los déficits en conciencia fonológica están relacionados 
con dificultades lectoras, como la dislexia del desarrollo (Campos, Pinheiro y Guimarães, 2012). 
Aunque la Base Nacional Común Curricular (BRASIL, 2017) establece metas claras para la 
alfabetización hasta el segundo año de la educación primaria, no considera suficientemente los 
aspectos del neurodesarrollo infantil. Esto puede llevar a una anticipación inadecuada del proceso 
de alfabetización, irrespetando el ritmo individual y neurológico de los niños (Bortolanza, Goulart 
y Cabral, 2018). Tal anticipación puede causar frustraciones, abandono escolar y dificultades 
cognitivas persistentes (Maranhe, 2016). Los autores refuerzan la importancia de una formación 
docente basada en evidencias científicas. Muchos profesores aún carecen de conocimientos sobre 
los procesos cerebrales involucrados en la lectura, lo que dificulta la identificación temprana de 
dificultades y la implementación de intervenciones eficaces (Oliveira, 2014; Ventura, 2010). Por 
ello, es fundamental incluir contenidos de neurociencia en la formación inicial y continua de los 
educadores. Modelos teóricos como el enfoque de doble ruta (Coltheart, 2013) y los modelos 
conexionistas (Plaut, 2013) ayudan a comprender cómo el cerebro procesa palabras regulares e 
irregulares, destacando la importancia de la automatización de la lectura. También es relevante 
diferenciar entre decodificación y comprensión textual, ya que no siempre un niño que lee con 
fluidez comprende lo que lee (Cordeiro y Salles, 2009). El artículo reafirma que la alfabetización 
debe ser un proceso integrador, que considere los aspectos biológicos, psicológicos, sociales y 
pedagógicos. Incorporar los conocimientos de la neurociencia no significa reducir la educación a 
la biología, sino ampliar la comprensión de los caminos del aprendizaje (Cosenza y Guerra, 2011; 
Franco y Gomes, 2020). 
Palabras clave: Neurociencia; alfabetización; madurez cerebral; conciencia fonológica; desarrollo 
infantil; aprendizaje de la lectura. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 4 
 
1. INTRODUÇÃO 
A alfabetização é um marco essencial na trajetória escolar e no desenvolvimento social da 
criança. Entretanto, seu sucesso depende da interação de múltiplos fatores, entre os quais se 
destaca o desenvolvimento neurológico adequado. A partir dos avanços nas neurociências, tornou-
se possível compreender que a leitura exige a maturação e integração de áreas cerebrais 
específicas, como o giro angular, o giro fusiforme e o lobo temporal, que desempenham funções 
vitais na identificação de símbolos visuais e na associação destes com seus sons correspondentes 
(Cosenza; Guerra, 2011, p. 45–55). 
A alfabetização iniciada de forma prematura, sem respeitar o desenvolvimento 
neurocognitivo, pode resultar em dificuldades significativas que se manifestam em baixo 
desempenho escolar, frustração e baixa autoestima. Além disso, o ensino padronizado que ignora 
as diferenças individuais na maturação cerebral pode contribuir para a evasão escolar e para a 
perpetuação de defasagens educacionais (Oliveira, 2014, p. 18–23; Bortolanza; Goulart; Cabral, 
2018, p. 958–962). 
Este artigo visa aprofundar a compreensão da importância da maturidade cerebral no 
processo de alfabetização e discutir como o conhecimento neurocientífico pode subsidiar práticas 
pedagógicas mais eficazes e inclusivas. 
O desenvolvimento cerebral durante a infância é caracterizado por processos de 
neurogênese, mielinização e sinaptogênese, que ocorrem em diferentes ritmos e influenciam 
diretamente a capacidade da criança de processar informações visuais, auditivas e linguísticas 
(Cosenza; Guerra, 2011, p. 50–55). A área do giro angular, por exemplo, está diretamente 
associada ao reconhecimento de letras e palavras, sendo essencial para a decodificação da 
linguagem escrita. 
O giro fusiforme é responsável pelo reconhecimento visual rápido e automático de 
palavras, condição indispensável para a fluência na leitura, enquanto o lobo temporal contribui 
para a compreensão da linguagem falada e escrita (Oliveira, 2014, p. 20–23). 
A Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017, p. 150–152) estabelece o ensino da 
leitura e escrita até o 2º ano do ensino fundamental, mas deixa de considerar o estágio individual 
do neurodesenvolvimento, o que pode levar à antecipação precoce das habilidades de leitura, 
desconsiderando a complexidade do processo maturacional. 
A consciência fonológica é um preditor confiável do sucesso na alfabetização, pois 
envolve a habilidade da criança em identificar, segmentar e manipular os sons da fala, facilitando 
a associação entre fonemas e grafemas (Adams et al., 2006, p. 112–115). Essa habilidade permite 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 5 
 
que a criança faça a decodificação eficaz das palavras e construa uma base sólida para o 
desenvolvimento da fluência leitora (Salles; Parente, 2002, p. 175–180). 
Pesquisas indicam que crianças com deficiências na consciência fonológica enfrentam 
maiores dificuldades na aprendizagem da leitura, incluindo casos de dislexia do desenvolvimento 
(Campos; Pinheiro; Guimarães, 2012, p. 194–207). Assim, estratégias pedagógicas que fortalecem 
essa consciência são fundamentais para prevenir ou minimizar essas dificuldades. 
A teoria da dupla rota da leitura, proposta por Coltheart (2013, p. 68–71), explica que a 
leitura pode ser feita pela rota fonológica (decodificação fonema a fonema) ou pela rota léxica 
(reconhecimento direto de palavras frequentes), sendo que o equilíbrio entre as duas é essencial 
para o desenvolvimento completo da leitura. 
Apesar dos avanços científicos, ainda há uma lacuna significativa no conhecimento dos 
professores sobre os processos cerebrais envolvidos na aprendizagem da leitura (Oliveira, 2014, p. 
18–23; Ventura, 2010, p. 125–128). Essa limitação prejudica a identificação precoce de 
dificuldades e a implementação de intervenções pedagógicas eficientes. 
Incluir conteúdos de neurociência na formação inicial e continuada dos educadores é 
fundamental para capacitá-los a compreender os sinais de maturidade cerebral, reconhecer 
dificuldades específicas e adotar metodologias baseadas em evidências científicas. 
O processo de alfabetização deve ser pensado de forma integradora, respeitando os 
aspectos biológicos, psicológicos, sociais e pedagógicos que envolvem o desenvolvimento da 
criança. A incorporação do conhecimento das neurociências não reduz a educação à biologia, mas 
amplia o entendimento dos caminhos que conduzem à aprendizagem, permitindo práticas mais 
humanizadas e eficazes (Cosenza; Guerra, 2011, p. 52–55; Franco; Gomes, 2020, p. 198–200). 
Para garantir o sucesso da alfabetização, torna-se fundamental que as políticas públicas 
educacionais estejam pautadas em um sólido entendimento do neurodesenvolvimento infantil. Isso 
implica reconhecer que cada criança possui um ritmo único de maturação cerebral, que influencia 
diretamente sua capacidade de adquirir habilidades relacionadas à leitura e escrita. Políticas 
educacionais que desconsideram essa diversidade acabam por impor um padrão homogêneo que 
pode gerar atrasos, frustrações e exclusão escolar. É imprescindível que os gestores educacionais 
planejem currículos flexíveis e adaptativos, capazes de atender às necessidades individuais, 
respeitando o tempo neurobiológico de cada aluno. 
A inclusão de avaliações que considerem o desenvolvimento cognitivo e neurológico, e 
não apenas a idade cronológica,pode contribuir para um diagnóstico precoce de dificuldades, 
possibilitando intervenções mais eficazes e menos invasivas. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 6 
 
O desenvolvimento de programas de apoio pedagógico individualizado deve ser uma 
prioridade para minimizar as desigualdades no acesso ao aprendizado da leitura, promovendo uma 
educação verdadeiramente inclusiva. 
A formação contínua e aprofundada dos docentes, que deve contemplar conhecimentos 
em neurociência aplicada à educação é primordial. Muitos professores atuam sem a devida 
compreensão dos processos cerebrais envolvidos na aquisição da leitura, o que limita sua 
capacidade de identificar sinais precoces de dificuldades, como déficits na consciência fonológica 
ou na decodificação. 
Giane Demo (2025) destaca que, para o sucesso da alfabetização, é crucial que as 
políticas públicas levem em consideração o neurodesenvolvimento infantil, pois o entendimento 
da maturação cerebral individual possibilita a criação de currículos flexíveis que respeitem o 
tempo cognitivo de cada criança, evitando assim a imposição de um ritmo padronizado que pode 
levar a dificuldades e exclusão escolar. 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) enfatiza a necessidade de uma formação 
docente contínua e aprofundada em neurociência aplicada à educação, pois somente com esse 
conhecimento os professores estarão aptos a identificar precocemente dificuldades na aquisição da 
leitura, como déficits na consciência fonológica, e a aplicar intervenções pedagógicas eficazes que 
promovam o desenvolvimento integral dos alunos. 
Gladys Nogueira Cabral (2025) reforça que a promoção de uma educação inclusiva deve 
contemplar a diversidade neurobiológica das crianças, valorizando as diferenças individuais por 
meio de recursos pedagógicos diversificados, e que, para tanto, as políticas educacionais precisam 
fomentar a interdisciplinaridade entre profissionais da saúde, psicologia e educação, ampliando o 
suporte ao processo de alfabetização. 
Nivea Maria Costa Vieira (2025) argumenta que a alfabetização deve ser entendida como 
um processo integrador, que ultrapassa a simples decodificação de palavras e envolve aspectos 
biológicos, psicológicos e sociais, garantindo que o aprendizado seja respeitoso ao ritmo 
neurobiológico da criança e promova o desenvolvimento de competências cognitivas e 
socioemocionais essenciais para a vida. 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025) destaca a importância da elaboração de políticas 
públicas educacionais que incluam avaliações que considerem o desenvolvimento neurocognitivo, 
possibilitando diagnósticos precoces e intervenções menos invasivas, o que contribui para a 
redução das desigualdades no acesso à alfabetização e assegura a efetiva inclusão dos alunos no 
ambiente escolar. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 7 
 
Damião de Souza Santos (2025) evidencia que a compreensão dos processos cerebrais 
envolvidos na aprendizagem da leitura é fundamental para que o sistema educacional possa 
respeitar o tempo individual de maturação das crianças, evitando frustrações e evasão escolar, e 
fomentando a construção de uma base sólida para a formação de cidadãos críticos e autônomos. 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos (2025) ressalta que apoiar o 
desenvolvimento integral da criança implica reconhecer que a alfabetização é uma etapa essencial 
para o exercício pleno da cidadania, e que políticas educacionais que incorporam os avanços da 
neurociência garantem uma educação mais justa, igualitária e capaz de preparar indivíduos para os 
desafios sociais e cognitivos do século XXI. 
A formação docente que inclui conteúdos de neurociência permite que os educadores 
compreendam os fundamentos biológicos da aprendizagem, o que os torna aptos a adaptar suas 
práticas pedagógicas, utilizando estratégias que favoreçam a maturação cognitiva e atendam às 
especificidades de cada criança. Essa capacitação contribui ainda para a redução de preconceitos e 
mitos sobre as dificuldades escolares, promovendo uma abordagem mais empática e baseada em 
evidências científicas. Investir na qualificação dos professores é investir diretamente na melhoria 
da qualidade da alfabetização e, consequentemente, no futuro educacional dos alunos. 
E promoção de uma educação inclusiva, que respeite as diferenças individuais e valorize 
a diversidade neurobiológica das crianças, é um componente indispensável para a consolidação de 
uma alfabetização eficaz. Um ambiente escolar que acolhe as singularidades de cada aluno e 
oferece recursos pedagógicos diversificados potencializa o desenvolvimento integral da criança, 
indo além do simples domínio da leitura mecânica. É necessário que a escola assuma o 
compromisso de ser um espaço democrático, onde sejam respeitadas as condições cognitivas, 
emocionais e sociais que influenciam o aprendizado. 
Políticas educacionais que incentivem a interdisciplinaridade, envolvendo profissionais 
da saúde, psicólogos, fonoaudiólogos e pedagogos, fortalecem o suporte oferecido às crianças com 
dificuldades, contribuindo para a superação de barreiras e para a inclusão plena no processo 
educacional. A alfabetização deixa de ser um processo restrito ao ensino formal, tornando-se um 
caminho de desenvolvimento humano integral. 
É importante ressaltar que apoiar o desenvolvimento integral da criança significa 
compreender que a alfabetização não é um fim em si mesma, mas uma etapa fundamental para o 
exercício pleno da cidadania e para o desenvolvimento de competências socioemocionais e 
cognitivas. Políticas públicas que incorporem essa visão ampliada da educação são mais eficazes 
na promoção de sociedades justas e igualitárias. 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 8 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
Reconhecer a importância da maturidade cerebral e dos processos 
neurodesenvolvimentais no contexto educacional significa, antes de tudo, compreender que o 
aprendizado é um fenômeno profundamente biológico e dinâmico, que não pode ser reduzido a 
simples transmissões de conteúdos. A maturação cerebral envolve o desenvolvimento progressivo 
e sincronizado de diversas regiões do cérebro, como o córtex pré-frontal, responsável pelo 
controle executivo e pensamento crítico, e áreas temporo-parietais, fundamentais para a linguagem 
e leitura. Quando o sistema educacional internaliza essa perspectiva, ele deixa de considerar o 
ensino como uma fórmula padronizada e passa a ser sensível às necessidades neurocognitivas de 
cada criança, preparando-se para atuar de forma mais eficiente e humanizada (Bortolanza; 
Goulart; Cabral, 2018, p. 960). 
Essa preparação do sistema educacional perpassa a construção de ambientes de 
aprendizagem que respeitem os diferentes ritmos de maturação cerebral, reconhecendo que 
crianças da mesma faixa etária cronológica podem apresentar níveis diversos de desenvolvimento 
neurofuncional. Essa heterogeneidade natural implica que o ensino da leitura e outras habilidades 
complexas devem ser ajustados às condições reais de desenvolvimento cognitivo e emocional dos 
alunos, evitando frustrações decorrentes da imposição de metas padronizadas e antecipadas 
(Brasil, 2017, p. 123). Assim, a escola torna-se um espaço de acolhimento e valorização das 
singularidades, onde o aprendizado acontece de modo mais orgânico e efetivo. 
Reconhecer os processos neurodesenvolvimentais implica também em investir em 
avaliações diagnósticas que vão além da idade cronológica, considerando indicadores 
neuropsicológicos que orientem a prática pedagógica. Isso permite a identificação precoce de 
dificuldades específicas, como déficits na consciência fonológica ou problemas na decodificação, 
possibilitando intervenções personalizadas e tempestivas que aumentam as chances de sucesso na 
alfabetização (Campos; Pinheiro; Guimarães,2012, p. 200). Portanto, o sistema educacional deve 
incorporar recursos técnicos e humanos qualificados para realizar esses diagnósticos e aplicar as 
estratégias mais adequadas para cada contexto. 
O desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico está 
intrinsecamente ligado a essa abordagem que valoriza a maturidade cerebral. Crianças que têm 
suas necessidades neurocognitivas respeitadas desenvolvem uma maior capacidade de auto-
regulação, raciocínio e resolução de problemas, habilidades essenciais não apenas para a 
alfabetização, mas para a aprendizagem ao longo de toda a vida (Bortolanza; Goulart; Cabral, 
2018, p. 965). Uma educação que se baseia nesses princípios contribui para a formação de sujeitos 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 9 
 
ativos, capazes de pensar criticamente sobre o mundo e participar de maneira consciente e 
transformadora na sociedade. 
Investir na alfabetização respeitosa ao ritmo neurobiológico significa também 
compreender que o processo de aprender a ler não é linear e que a fluência e compreensão textual 
dependem de uma série de etapas que devem ser respeitadas. A pressão para que todas as crianças 
atinjam os mesmos níveis em prazos rígidos desconsidera a complexidade do 
neurodesenvolvimento e pode gerar impactos negativos duradouros, como baixa autoestima, 
evasão escolar e dificuldades cognitivas (Brasil, 2017, p. 128). Por isso, a flexibilidade curricular e 
a adaptação metodológica são imprescindíveis para assegurar que o aprendizado da leitura seja 
significativo e sustentável. 
Capacitar os educadores nesse campo é ampliar sua visão e competência para lidar com 
as dificuldades e potencialidades de cada aluno, rompendo com métodos tradicionais que muitas 
vezes desconsideram a individualidade neurobiológica (Bortolanza; Goulart; Cabral, 2018, p. 
972). A inclusão desses conteúdos na formação inicial e continuada representa um avanço crucial 
para a qualidade da educação básica. 
A construção de bases sólidas para a formação de indivíduos conscientes, competentes e 
capazes de contribuir para a transformação social começa justamente na infância, quando o 
cérebro é mais plástico e receptivo às experiências educativas. Uma alfabetização que respeita o 
neurodesenvolvimento promove a inclusão social, já que oferece a todas as crianças, 
independentemente de suas condições iniciais, oportunidades reais de acesso ao conhecimento e 
desenvolvimento integral (Campos; Pinheiro; Guimarães, 2012, p. 205). Isso é um passo decisivo 
para a redução das desigualdades educacionais e para a promoção da justiça social. 
A alfabetização deve ser entendida como parte de um processo amplo de 
desenvolvimento humano, que inclui competências socioemocionais, éticas e culturais. A 
maturidade cerebral, nesse contexto, não diz respeito apenas à capacidade cognitiva de decodificar 
palavras, mas também ao desenvolvimento da empatia, da criatividade e da consciência ética, 
competências indispensáveis para a convivência democrática e para a construção de uma 
sociedade mais justa e solidária (Bortolanza; Goulart; Cabral, 2018, p. 978). O investimento em 
alfabetização que considere essa amplitude prepara indivíduos para desafios complexos do mundo 
contemporâneo. 
Cabe destacar ainda que a colaboração entre áreas como a neurociência, a psicologia, a 
pedagogia e a política pública é essencial para a efetivação dessas propostas. O diálogo 
interdisciplinar potencializa a criação de estratégias educativas baseadas em evidências científicas 
robustas e alinhadas às necessidades reais da população infantil. Isso implica repensar modelos 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 10 
 
educacionais, práticas avaliativas e a gestão escolar, tornando o sistema mais adaptável e sensível 
às questões do neurodesenvolvimento (Brasil, 2017, p. 140). 
O compromisso com uma alfabetização respeitosa ao ritmo neurobiológico e voltada para 
o desenvolvimento integral da criança é um investimento não apenas educacional, mas social e 
cultural. Ao preparar sujeitos capazes de autonomia, pensamento crítico e aprendizagem 
permanente, estamos fomentando a construção de cidadãos conscientes e agentes de 
transformação. Essa perspectiva amplia o significado da alfabetização, tornando-a um direito 
fundamental e um pilar para o progresso humano sustentável (Bortolanza; Goulart; Cabral, 2018, 
p. 980). 
 
2.1. MATURIDADE CEREBRAL E AQUISIÇÃO DA LEITURA 
A aprendizagem da leitura é um processo complexo que depende da maturação adequada 
de áreas cerebrais específicas, como o giro angular, o giro fusiforme e o lobo temporal, que são 
responsáveis pela decodificação, reconhecimento automático das palavras e compreensão textual, 
conforme destacado por Cosenza e Guerra (2011, p. 45). Essas regiões cerebrais desempenham 
funções essenciais para que a criança possa transformar símbolos gráficos em sons e significados, 
etapas fundamentais para o desenvolvimento da alfabetização. Quando há imaturidade ou 
disfunção nessas áreas, o processo de aquisição da leitura pode ser comprometido, acarretando 
dificuldades que vão desde a lentidão na decodificação até a compreensão prejudicada dos textos 
lidos. 
A consciência fonológica — habilidade de identificar, segmentar e manipular os sons da 
fala — emerge como um dos principais preditores do sucesso na alfabetização. Hermann e Sisla 
(2019, p. 33) ressaltam que a consciência fonológica é crucial para que a criança estabeleça a 
correspondência entre os fonemas e os grafemas, facilitando a decodificação e promovendo a 
fluência leitora. Essas habilidades fonológicas estão diretamente relacionadas à capacidade do 
cérebro em reconhecer padrões sonoros e associá-los aos símbolos escritos, processo que requer a 
maturidade funcional das áreas temporais e parietais do cérebro. 
Giane Demo 2025 ressalta que a maturidade cerebral é fundamental para que a criança 
desenvolva habilidades de leitura, pois a integração harmoniosa de áreas específicas do cérebro, 
como o giro angular, o giro fusiforme e o lobo temporal, possibilita o reconhecimento e a 
decodificação eficientes das palavras, garantindo um processo de alfabetização mais fluido e 
natural. 
Simone Helen Drumond Ischkanian 2025 destaca que o processo de alfabetização deve 
respeitar o ritmo individual da maturação neurocognitiva, pois impor padrões homogêneos pode 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 11 
 
interferir negativamente no desenvolvimento das competências leitoras, gerando frustração e 
dificuldades que comprometem o aprendizado a longo prazo. 
Gladys Nogueira Cabral 2025 afirma que a consciência fonológica está fortemente 
vinculada à maturidade cerebral e é um dos principais preditores do sucesso na aquisição da 
leitura, sendo essencial para que a criança desenvolva fluência e compreensão, elementos 
fundamentais para o domínio pleno da língua escrita. 
Nivea Maria Costa Vieira 2025 aponta que a imaturidade das estruturas cerebrais pode 
comprometer a associação entre grafemas e fonemas, dificultando o processo de decodificação e o 
reconhecimento automático das palavras, o que pode resultar em atrasos significativos na 
aprendizagem da leitura. 
Regina Daucia de Oliveira Braga 2025 enfatiza que as políticas educacionais precisam 
considerar o desenvolvimento neurobiológico das crianças para que as estratégias pedagógicas 
sejam planejadas de forma inclusiva e eficaz, respeitando as diferenças individuais e promovendo 
condições adequadas para o avanço da alfabetização. 
Damião de Souza Santos 2025 defende que a formação docente contínua em neurociência 
é indispensável para que os professores compreendam os processos cerebrais envolvidos na 
leitura, possibilitando a identificação precoce de dificuldades e a aplicação de intervenções 
pedagógicas eficazes que favoreçam o desenvolvimentodas habilidades leitoras. 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 2025 ressalta que a alfabetização deve 
ser vista como um processo integrador que envolve aspectos biológicos, psicológicos e sociais, 
todos mediados pela maturidade cerebral e pelos processos neurodesenvolvimentais, o que 
evidencia a necessidade de uma abordagem ampla e multidisciplinar na educação infantil. 
Kleiman (1993, p. 78) argumenta que a leitura não se limita à simples decodificação dos 
símbolos gráficos, mas envolve um processo interativo onde a compreensão do texto depende da 
integração entre habilidades linguísticas e cognitivas que se desenvolvem progressivamente. 
Portanto, a alfabetização deve ser encarada como um processo que exige tempo e respeito ao ritmo 
individual da criança, considerando suas condições neurobiológicas e ambientais. A antecipação 
do ensino formal da leitura pode gerar frustrações e dificuldades, conforme aponta Maranhe 
(2016, p. 52), que alerta para os riscos da imposição de metas curriculares sem considerar o nível 
real de maturação cerebral dos alunos. 
Oliveira (2014, p. 18) reforça a necessidade de incorporar conhecimentos em 
neurociência na formação de professores para que estes compreendam os processos cerebrais 
envolvidos na aprendizagem da leitura e possam identificar precocemente sinais de dificuldades, 
aplicando intervenções pedagógicas adequadas. Essa abordagem baseada em evidências científicas 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 12 
 
contribui para que o ensino da leitura seja mais eficiente e inclusivo, favorecendo a adaptação das 
estratégias pedagógicas às necessidades neurocognitivas dos alunos. 
Adicionalmente, os modelos conexionistas, conforme descritos por Plaut (2013, p. 109), 
oferecem uma explicação detalhada sobre como o cérebro lida simultaneamente com palavras 
regulares e irregulares por meio de redes neurais que processam informações de forma paralela e 
distribuída. Essa perspectiva amplia a compreensão dos mecanismos cerebrais da leitura, 
destacando a importância da automatização do reconhecimento de palavras para alcançar a 
fluência leitora e a compreensão textual. 
Salles e Parente (2002, p. 180) explicam que a consciência fonológica não apenas 
favorece a decodificação, mas também está associada ao desenvolvimento da habilidade de leitura 
fluente, o que reforça a necessidade de atividades pedagógicas que trabalhem esses aspectos desde 
as fases iniciais da alfabetização. 
Torna-se claro que o sucesso da alfabetização depende não apenas do ensino formal, mas 
do reconhecimento das especificidades neurobiológicas de cada criança. A maturidade cerebral 
adequada e o desenvolvimento da consciência fonológica são pilares essenciais para que a criança 
possa não apenas aprender a decodificar, mas também a compreender e interpretar textos, 
habilidades fundamentais para seu desempenho escolar e sua vida social. 
Políticas educacionais e formações docentes devem estar alinhadas com os avanços das 
neurociências e da psicopedagogia para garantir que o processo de alfabetização seja respeitoso ao 
ritmo neurobiológico e cognitivo das crianças, promovendo uma educação inclusiva e eficaz. 
Investir nesse conhecimento é investir no desenvolvimento pleno das capacidades leitoras e 
cognitivas dos alunos, assegurando bases sólidas para sua autonomia e sucesso acadêmico. 
 
2.2. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA COMO PREDITOR FUNDAMENTAL 
A consciência fonológica, entendida como a habilidade de identificar, segmentar e 
manipular os sons da fala, é amplamente reconhecida como um dos principais preditores do 
sucesso no processo de alfabetização, pois ela possibilita que a criança estabeleça a associação 
entre grafemas e fonemas, elemento crucial para a decodificação eficiente das palavras e para o 
desenvolvimento da fluência leitora (Adams et al., 2006; Salles; Parente, 2002). Segundo 
Hermann e Sisla (2019, p. 28), pesquisas recentes têm reforçado a centralidade dessa habilidade 
no aprendizado da leitura, destacando que crianças com maior consciência fonológica apresentam 
melhor desempenho na leitura e na escrita, enquanto déficits nessa área estão associados a 
dificuldades de aprendizagem, incluindo casos de dislexia. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 13 
 
De acordo com Kleiman (1993, p. 45) ressalta que a oficina de leitura deve incluir 
atividades que desenvolvam a consciência fonológica desde os primeiros anos escolares, uma vez 
que a capacidade de manipular os sons da fala permite à criança fazer a correspondência entre o 
que ouve e o que vê na escrita, promovendo a automatização da leitura. Maranhe (2016, p. 32) 
complementa essa visão afirmando que a alfabetização não é apenas um processo mecânico, mas 
envolve a compreensão profunda da estrutura sonora da língua, o que fundamenta o 
desenvolvimento de habilidades mais avançadas de leitura e escrita. 
Para Oliveira (2014, p. 18) destaca que o conhecimento dos processos neurobiológicos 
relacionados à consciência fonológica é fundamental para a formação de professores, pois 
entender como o cérebro processa a linguagem ajuda os educadores a identificar precocemente 
dificuldades e a implementar estratégias pedagógicas que facilitem a aquisição da leitura. De 
acordo com Plaut (2013, p. 102), os modelos conexionistas da leitura evidenciam como a 
associação entre sons e letras é processada em múltiplas regiões cerebrais, sendo a fluência leitora 
um resultado da integração eficiente dessas conexões neurais. 
Segundo Salles e Parente (2002, p. 179) investigaram a relação entre processos 
cognitivos e consciência fonológica em escolares, constatando que o desenvolvimento dessa 
habilidade está intimamente ligado à capacidade de leitura de palavras, sendo um fator chave para 
o sucesso escolar. Essa evidência reforça a necessidade de que as políticas educacionais e as 
práticas pedagógicas valorizem o desenvolvimento da consciência fonológica desde os primeiros 
anos da educação básica, garantindo que as crianças construam bases sólidas para a aprendizagem 
da leitura e da escrita. 
A consciência fonológica — habilidade essencial para identificar e manipular os sons da 
fala — é amplamente reconhecida como um dos principais preditores do sucesso na alfabetização, 
pois possibilita que a criança faça a associação eficiente entre grafemas e fonemas, facilitando a 
decodificação das palavras e a fluência na leitura. 
Giane Demo (2025) destaca que essa habilidade fonológica é fundamental para o 
desenvolvimento de estratégias cognitivas que sustentam a leitura autônoma e a compreensão 
textual. 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) enfatiza que a consciência fonológica não é 
inata, sendo necessário estimulá-la desde os primeiros anos escolares por meio de práticas 
pedagógicas intencionais e contextualizadas, garantindo a maturação adequada dos processos 
neurocognitivos envolvidos na aprendizagem da leitura. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 14 
 
Gladys Nogueira Cabral (2025) aponta que o atraso no desenvolvimento da consciência 
fonológica pode comprometer a aquisição da leitura, dificultando a decodificação dos símbolos 
escritos e o estabelecimento das conexões entre sons e letras. 
Nívea Maria Costa Vieira (2025) reforça que respeitar o ritmo individual do 
neurodesenvolvimento é imprescindível para que essa habilidade se desenvolva de forma 
consistente, prevenindo frustrações e dificuldades que impactam o desempenho escolar e a 
autoestima dos alunos. 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025) argumenta que a consciência fonológica é 
muito mais que uma etapa do aprendizado da leitura, sendo um fator crucial para a inclusão e 
equidade educacional. 
Damião de Souza Santos (2025) destaca o papel fundamental dos educadores na 
promoção dessa habilidade, defendendo que ela deve ser incorporadaaos currículos e às 
metodologias de ensino com base em evidências científicas atuais sobre neurociência e psicologia 
da aprendizagem. 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos (2025) ressalta que a formação 
continuada dos professores possibilita a identificação precoce de dificuldades e a aplicação de 
intervenções pedagógicas adequadas, fortalecendo a alfabetização e promovendo uma 
aprendizagem significativa. 
Todos os autores concordam que a consciência fonológica constitui um alicerce 
imprescindível para a formação de leitores competentes, autônomos e críticos, capazes de 
participar ativamente da sociedade e exercer a cidadania plena. Investir no desenvolvimento dessa 
habilidade desde a infância é investir no futuro educacional e social, garantindo uma alfabetização 
inclusiva, respeitosa e eficaz, alinhada às necessidades neurológicas e cognitivas de cada criança, 
promovendo assim o desenvolvimento integral do indivíduo. 
 
2.3. DIVERSIDADE NO RITMO DE DESENVOLVIMENTO 
Cada criança possui um ritmo singular de neurodesenvolvimento, o que implica que as 
políticas educacionais e as práticas pedagógicas não podem ser padronizadas de maneira rígida, 
mas precisam ser flexíveis para reconhecer e respeitar essas diferenças individuais. 
Como afirmam Oliveira (2014, p. 16) e Bortolanza, Goulart e Cabral (2018, p. 965), ―a 
imposição de um ritmo único e homogêneo na aprendizagem‖, especialmente no processo de 
alfabetização, pode resultar em atrasos significativos no desenvolvimento cognitivo e emocional 
da criança, gerando frustrações que impactam negativamente sua motivação e autoestima. 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 15 
 
Tabela 1: Ensino baseado no ritmo único de neurodesenvolvimento infantil. 
Aspecto Descrição 
Princípio 
Central 
Cada criança apresenta um ritmo único de desenvolvimento neurobiológico, 
o que exige uma abordagem pedagógica flexível e individualizada para 
respeitar sua maturidade cerebral e seus processos cognitivos. 
 
 
Objetivos 
Educacionais 
- Promover a alfabetização respeitando o ritmo neurocognitivo individual. 
- Reduzir frustrações escolares causadas por expectativas padronizadas. 
- Estimular a autonomia, o pensamento crítico e o desenvolvimento 
emocional de forma integrada. 
- Proporcionar um ambiente inclusivo, baseado na empatia e na 
neurodiversidade. 
 
 
Procedimentos 
Pedagógicos 
- Avaliação diagnóstica do perfil neurodesenvolvimental de cada aluno. 
- Adoção de atividades diferenciadas por níveis de maturidade cerebral. 
- Uso de recursos multisensoriais para estimular diferentes áreas cerebrais 
(visual, auditiva, motora). 
- Feedback contínuo e formativo, sem cobrança por desempenho 
padronizado. 
 
Como Ensinar com 
Base 
 no 
Neurodesenvolvimento 
- Inserir atividades que estimulem a consciência fonológica e a coordenação 
viso-motora desde a Educação Infantil. 
- Aplicar jogos pedagógicos que envolvam memória, atenção, linguagem e 
percepção. 
- Trabalhar com pequenos grupos com níveis semelhantes de maturação 
cerebral. 
- Promover rotinas que respeitem o tempo de concentração e descanso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação 
 (Autores 2025) 
- Giane Demo (2025): Defende práticas pedagógicas adaptadas ao ritmo 
cognitivo e emocional de cada criança, destacando a necessidade de 
formação docente contínua com base em evidências neurocientíficas. 
 
- Simone Helen Drumond Ischkanian (2025): Enfatiza a inclusão e o respeito 
à neurodiversidade como fatores-chave para o sucesso da alfabetização. 
 
- Gladys Nogueira Cabral (2025): Aponta que a maturação do cérebro 
influencia diretamente na aquisição da leitura e escrita, e que isso deve ser 
considerado no planejamento didático. 
 
- Nivea Maria Costa Vieira (2025): Salienta a importância do diagnóstico 
precoce de dificuldades cognitivas e da intervenção pedagógica 
individualizada. 
 
- Regina Daucia de Oliveira Braga (2025): Aborda a articulação entre 
neurociência e currículo, propondo práticas inclusivas que respeitem os 
diferentes ritmos de aprendizagem. 
 
- Damião de Souza Santos (2025): Discute os impactos de metodologias 
inflexíveis sobre crianças com desenvolvimento atípico, defendendo 
abordagens neuroeducacionais. 
 
- Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos (2025): Propõe um olhar 
pedagógico que una ciência e sensibilidade para adaptar o ensino às 
singularidades neurobiológicas de cada aluno. 
Fonte: DEMO, Giane; ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; 
VIEIRA, Nivea Maria Costa; BRAGA, Regina Daucia de Oliveira; SANTOS, Damião de Souza; 
SANTOS, Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos, (2025). 
 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 16 
 
Compreender a maturidade cerebral e os processos de neurodesenvolvimento torna-se 
uma ferramenta indispensável para a elaboração de políticas públicas que promovam uma 
educação inclusiva e equitativa. Cosenza e Guerra (2011, p. 52) destacam que o cérebro infantil 
desenvolve-se de maneira não linear, com variações individuais significativas que influenciam 
diretamente as capacidades de leitura, escrita e outras habilidades cognitivas. Isso reforça a 
necessidade de avaliações contínuas e contextualizadas do desenvolvimento neurocognitivo das 
crianças, que vão além dos critérios puramente cronológicos. Assim, educadores e gestores 
escolares podem identificar precocemente possíveis dificuldades, aplicando intervenções 
pedagógicas personalizadas que minimizem os impactos dessas diferenças no aprendizado e 
previnam a exclusão escolar. 
Ademais, Franco e Gomes (2020, p. 198) ampliam a discussão ao afirmar que a educação 
inclusiva deve ultrapassar o conceito restrito à educação especial, tornando-se uma abordagem 
integrada e transversal que contempla a diversidade em todas as suas dimensões — biológicas, 
sociais, culturais e cognitivas. Isso significa que o ambiente escolar precisa ser um espaço 
democrático, onde as singularidades de cada aluno sejam valorizadas e respeitadas, e onde se 
ofereçam recursos pedagógicos diversificados e acessíveis a todos. A inclusão de profissionais de 
diferentes áreas, como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, pode fortalecer o 
suporte oferecido às crianças, criando uma rede de apoio que favoreça seu desenvolvimento pleno. 
É importante também destacar o papel dos professores neste processo, pois a formação 
docente deve incluir conhecimentos sólidos sobre neurociência e neurodesenvolvimento para que 
possam compreender as bases biológicas do aprendizado e adaptar suas estratégias pedagógicas 
conforme as necessidades individuais dos alunos. Oliveira (2014, p. 20) enfatiza que muitos 
educadores ainda atuam sem essa compreensão, o que limita sua capacidade de identificar 
dificuldades precocemente e aplicar intervenções eficazes. A formação continuada, baseada em 
evidências científicas, é fundamental para que os professores desenvolvam uma postura mais 
empática e informada, capaz de promover um ambiente educacional que respeite o ritmo de cada 
criança e estimule seu potencial máximo. 
Políticas educacionais que adotam currículos flexíveis e adaptativos, conforme sugerem 
Bortolanza, Goulart e Cabral (2018, p. 978), permitem que o processo de alfabetização não seja 
visto como uma etapa única e fixa, mas sim como um percurso que respeita as particularidades 
neurológicas e cognitivas de cada aluno. Essa flexibilidade contribui para reduzir as desigualdades 
no aprendizado e prevenir o abandono escolar decorrente de frustrações e dificuldades não 
atendidas. Uma educação que valorize o tempo neurobiológico das crianças também fortalece sua 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 17 
 
autonomia e autoestima, fatores essenciais para o desenvolvimento de competências 
socioemocionais e para a construção de cidadãoscríticos e participativos. 
É fundamental reconhecer que a promoção de uma educação que respeite a diversidade 
do ritmo de desenvolvimento infantil vai muito além do âmbito escolar, tendo impacto direto na 
inclusão social e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Conforme ressaltam 
Cosenza e Guerra (2011, p. 56), quando o sistema educacional se alinha ao conhecimento sobre 
neurodesenvolvimento, ele contribui para a formação de indivíduos mais conscientes, competentes 
e preparados para os desafios do mundo contemporâneo. 
A valorização da singularidade de cada criança e o respeito ao seu tempo de 
aprendizagem são, portanto, pilares essenciais para o sucesso da alfabetização e para a promoção 
do desenvolvimento integral do ser humano. Dessa forma, investir em políticas públicas e práticas 
pedagógicas que considerem o ritmo neurobiológico não é apenas uma questão educativa, mas 
também um compromisso ético e social. 
 
2.4. FORMAÇÃO DOCENTE COM BASE EM NEUROCIÊNCIA 
A formação docente com base em neurociência representa um dos pilares centrais para a 
construção de uma educação mais inclusiva, eficaz e alinhada às necessidades reais do 
desenvolvimento cognitivo infantil. Professores bem preparados para compreender os processos 
cerebrais que envolvem a aprendizagem da leitura e da escrita estão mais aptos a diagnosticar, de 
forma precoce, dificuldades relacionadas à linguagem, à atenção, à memória e à consciência 
fonológica. Como apontam Oliveira (2014) e Ventura (2010), a neuroeducação oferece 
instrumentos teóricos e práticos que ajudam os educadores a reconhecer os sinais que indicam 
atrasos no desenvolvimento linguístico e cognitivo. Isso é fundamental para que intervenções 
pedagógicas possam ser aplicadas no momento certo, respeitando o ritmo de cada aluno e 
prevenindo frustrações que poderiam comprometer o processo de alfabetização. 
É importante destacar que muitos dos desafios enfrentados nas salas de aula decorrem da 
ausência de formação específica dos professores sobre os fundamentos neurológicos da 
aprendizagem. A atuação docente, tradicionalmente pautada em métodos generalistas e pouco 
personalizados, precisa incorporar os avanços das neurociências para se tornar mais sensível às 
especificidades individuais. Como salientam Salles et al. (2013), o domínio de conhecimentos 
sobre as áreas cerebrais envolvidas na leitura, como o giro fusiforme, o giro angular e o lobo 
temporal, pode auxiliar os professores na interpretação de erros recorrentes na decodificação de 
palavras e pseudopalavras, tornando suas intervenções mais assertivas. A neurociência aplicada à 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 18 
 
educação, portanto, não deve ser encarada como um conteúdo à parte, mas sim como uma base 
essencial para o exercício da docência no século XXI. 
Tabela 2: Formação docente em neurociência aplicada à alfabetização e erros de 
decodificação na leitura. 
Aspecto Descrição Autores (2025) 
Objetivo da 
Capacitação 
Capacitar professores para compreender os 
processos neurológicos da leitura, identificar 
sinais precoces de dificuldades cognitivas e 
aplicar estratégias eficazes no processo de 
alfabetização. 
Giane Demo 
(2025), Simone 
Helen Drumond 
Ischkanian (2025) 
Importância da 
Neurociência 
A neurociência aplicada à educação permite que o 
professor entenda o funcionamento cerebral 
durante a leitura, facilitando a escolha de métodos 
mais apropriados a diferentes perfis de 
aprendizagem. 
Gladys Nogueira 
Cabral (2025), 
Erros de 
Decodificação na 
Leitura em Voz Alta 
Erros comuns, como trocas de letras, omissões, 
inversões ou silenciações, indicam possíveis 
déficits na decodificação fonológica e exigem 
intervenção pedagógica baseada em conhecimento 
neurológico. 
Regina Daucia de 
Oliveira Braga 
(2025), 
Procedimentos 
Didáticos Sugeridos 
Aplicação de jogos fonológicos, leitura guiada, 
treinos de fluência e consciência fonológica, 
adaptados ao estágio neurobiológico do aluno. 
Priscilla Nayane 
Magalhães Ribeiro 
dos Santos (2025), 
Resultados 
Esperados 
Redução dos erros de leitura, maior fluência, 
melhora na compreensão textual, autoestima 
elevada do aluno e ensino mais inclusivo e 
equitativo. 
Nivea Maria Costa 
Vieira (2025) 
Fundamentação 
Científica 
A aplicação de práticas pedagógicas embasadas na 
neurociência fortalece a alfabetização como um 
processo individualizado e neurocompatível, 
favorecendo o desenvolvimento integral. 
Damião de Souza 
Santos (2025) 
Fonte: DEMO, Giane; ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; 
VIEIRA, Nivea Maria Costa; BRAGA, Regina Daucia de Oliveira; SANTOS, Damião de Souza; 
SANTOS, Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos, (2025). 
 
Ao incorporar princípios da neurociência, o professor se torna um mediador mais eficaz 
entre o conteúdo e o aluno, desenvolvendo estratégias pedagógicas que estimulam o cérebro de 
forma integrada e respeitosa. Essa formação também contribui para a superação de práticas 
ultrapassadas, como a rotulação precoce de alunos com dificuldades como "desatentos" ou 
"desinteressados", quando, na verdade, tais comportamentos podem ter origem em questões 
neurológicas específicas. Santos (2015) reforça essa ideia ao demonstrar, em sua pesquisa sobre 
erros de leitura em voz alta, que a compreensão das dificuldades de decodificação exige 
sensibilidade para distinguir entre problemas pedagógicos e limitações neurocognitivas. Esse 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 19 
 
discernimento só é possível quando o professor está devidamente capacitado para interpretar os 
sinais da aprendizagem sob uma perspectiva multidisciplinar. 
Tabela 3: Formação docente em neurociência aplicada à alfabetização e erros de 
decodificação. 
Autor (2025) Fundamentação 
Giane Demo Defende que o conhecimento neurocientífico é indispensável para 
promover práticas pedagógicas inclusivas, que respeitem a diversidade 
cognitiva dos alunos e garantam uma alfabetização mais eficaz. 
Simone Helen 
Drumond 
Ischkanian 
Ressalta que a formação docente deve integrar estudos sobre o cérebro em 
desenvolvimento, permitindo que o professor compreenda os mecanismos 
neurológicos envolvidos nos erros de leitura e decodificação. 
Gladys Nogueira 
Cabral 
Aponta que a observação das dificuldades na leitura em voz alta deve ser 
acompanhada de intervenções baseadas na neuroplasticidade, permitindo 
reestruturações cognitivas por meio de práticas específicas. 
Nivea Maria Costa 
Vieira 
Enfatiza a importância da atenção aos processos fonológicos e visuais 
envolvidos na leitura, recomendando a análise sistemática dos erros de 
decodificação como indicadores de necessidades pedagógicas. 
Regina Daucia de 
Oliveira Braga 
Afirma que uma formação docente embasada em neurociência contribui 
para a escolha de métodos adequados a diferentes perfis de aprendizagem, 
ampliando a equidade no ensino da leitura. 
Damião de Souza 
Santos 
Argumenta que compreender a maturação cerebral permite ao educador 
adaptar o tempo e a estratégia de ensino, evitando práticas homogêneas 
que desconsiderem o ritmo individual do neurodesenvolvimento. 
Priscilla Nayane 
Magalhães Ribeiro 
dos Santos 
Destaca que o conhecimento dos circuitos neurais da leitura e da escrita 
capacita o professor a agir com maior precisão diante de falhas de 
fluência, automatização e compreensão textual. 
Fonte: DEMO, Giane; ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; 
VIEIRA, Nivea Maria Costa; BRAGA, Regina Daucia de Oliveira; SANTOS, Damião de Souza; 
SANTOS, Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos, (2025). 
 
A alfabetização, por sua vez, deve ser compreendida como um processo que vai além do 
simples ensino de letras e sílabas: ela deve considerar os circuitos neurais que possibilitam a 
leitura fluente e acompreensão textual. Assim, a formação docente embasada na neurociência 
amplia a capacidade do professor de criar ambientes de aprendizagem enriquecedores e adequados 
ao estágio de desenvolvimento cerebral de cada criança. Quando o professor compreende, por 
exemplo, que a plasticidade cerebral é mais ativa nos primeiros anos de vida, ele pode aproveitar 
essa janela de oportunidade para promover atividades que desenvolvam a consciência fonológica e 
a capacidade de manipular sons, o que, conforme estudos como os de Salles et al. (2013), está 
diretamente relacionado ao sucesso na leitura. 
A integração entre neurociência e prática pedagógica transforma a sala de aula em um 
espaço de investigação, adaptação e acolhimento. O professor deixa de ser apenas um transmissor 
de conteúdos para se tornar um facilitador do desenvolvimento integral da criança. Isso significa 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 20 
 
também assumir o compromisso ético de adaptar o ensino às necessidades singulares de cada 
aluno, oferecendo suporte a partir de evidências científicas e não de suposições subjetivas. 
A formação contínua em neuroeducação, portanto, deve ser uma política pública 
prioritária para garantir que todos os educadores estejam preparados para enfrentar os desafios da 
alfabetização com conhecimento, empatia e responsabilidade. 
 
2.5. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E INTERDISCIPLINARIDADE 
A educação inclusiva deve ser compreendida como um compromisso ético, social e 
pedagógico com a valorização da diversidade humana e a promoção de equidade de oportunidades 
para todos os estudantes. Esse modelo de ensino não se restringe apenas à inclusão de alunos com 
deficiência, mas se estende ao reconhecimento das diferentes formas de aprendizagem, ritmos de 
desenvolvimento e condições cognitivas, emocionais e sociais que compõem o ambiente escolar. 
Diante da complexidade do desenvolvimento infantil, torna-se evidente a necessidade de um 
trabalho inter e transdisciplinar que envolva, além do professor, outros profissionais como 
psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e neurologistas, cuja 
atuação integrada pode oferecer um suporte mais abrangente às crianças com dificuldades de 
aprendizagem (Franco; Gomes, 2020). 
A diversidade neurobiológica — que compreende as variações naturais no funcionamento 
cerebral entre os indivíduos — deve ser considerada como um parâmetro orientador das práticas 
pedagógicas. Crianças com dificuldades específicas na leitura, na escrita ou no processamento 
auditivo, por exemplo, podem ter seu potencial maximizado se forem assistidas por uma equipe 
interdisciplinar capacitada. 
A escola deixa, assim, de ser um espaço de mera transmissão de conteúdos para tornar-se 
um espaço de desenvolvimento integral e de articulação entre saberes. Ventura (2010) destaca que 
o avanço da neurociência e seu diálogo com a educação possibilita uma compreensão mais 
aprofundada dos fatores que interferem no processo de aprendizagem, fornecendo subsídios 
científicos para práticas pedagógicas mais sensíveis às necessidades individuais. 
Para que a interdisciplinaridade seja efetiva, é imprescindível que haja comunicação 
constante e planejada entre os profissionais envolvidos. A construção de planos de ensino 
personalizados, a análise conjunta de avaliações cognitivas e a proposição de estratégias 
específicas de ensino são ações fundamentais para garantir que a criança seja compreendida em 
sua totalidade. 
A integração entre as áreas do saber contribui não apenas para o enfrentamento de 
dificuldades já diagnosticadas, mas também para a prevenção de agravamentos e para a promoção 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 21 
 
do bem-estar escolar. O trabalho coletivo amplia a capacidade de resposta da escola diante das 
demandas diversas do corpo discente e contribui diretamente para a efetivação de uma educação 
realmente inclusiva (Franco; Gomes, 2020; Ventura, 2010). 
A articulação entre educação inclusiva e atuação interdisciplinar representa um avanço 
significativo na construção de ambientes escolares mais equitativos e acolhedores. É preciso 
reconhecer que nenhum profissional, isoladamente, consegue responder às múltiplas dimensões 
envolvidas no processo de alfabetização e aprendizagem. A valorização de diferentes saberes e a 
disposição para o diálogo entre as áreas se configuram como elementos estruturantes de uma 
escola comprometida com a justiça social, com o desenvolvimento global dos seus alunos e com o 
respeito à singularidade de cada sujeito em processo de formação. 
A leitura em voz alta é uma habilidade fundamental no processo de alfabetização, pois 
permite observar diretamente a fluência, a precisão e a compreensão do leitor em tempo real. No 
entanto, muitos estudantes, principalmente nos anos iniciais da escolarização, apresentam 
dificuldades específicas nesse tipo de leitura, especialmente relacionadas à decodificação das 
palavras. Esses erros de decodificação ocorrem quando há falhas na correspondência entre 
grafemas e fonemas, o que compromete a fluência e a compreensão textual (Santos, 2015). 
Os erros mais comuns durante a leitura em voz alta incluem omissões, substituições, 
inversões e acréscimos de letras ou sílabas. Essas falhas geralmente refletem dificuldades nos 
níveis fonológico, ortográfico e visual da leitura, podendo estar associadas a atrasos no 
desenvolvimento da consciência fonológica ou mesmo a transtornos específicos como a dislexia. 
Salles et al. (2013) apontam que tais erros são mais frequentes em crianças que ainda não 
consolidaram os mecanismos automáticos de leitura e dependem da decodificação letra por letra, o 
que compromete a fluência e a compreensão. 
Do ponto de vista neurocognitivo, a leitura envolve uma complexa interação entre 
diferentes áreas do cérebro, como o giro angular, o lobo temporal e o giro fusiforme, responsáveis 
pela associação visual das letras aos sons, pelo reconhecimento de palavras familiares e pela 
integração semântica das informações (Cosenza; Guerra, 2011). Quando essas regiões não estão 
suficientemente maduras ou integradas, o processo de decodificação pode ser prejudicado, 
resultando em hesitações, repetições e pausas que dificultam o entendimento do texto. Assim, os 
erros de leitura em voz alta não devem ser interpretados apenas como problemas de atenção ou 
distração, mas como possíveis indicativos de dificuldades mais profundas de processamento 
linguístico. 
É importante que o professor saiba reconhecer esses sinais precocemente e atue com 
estratégias pedagógicas específicas para cada tipo de erro. Isso inclui intervenções fonológicas, 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 22 
 
jogos de consciência fonêmica, atividades de leitura guiada e reeducação da rota fonológica. A 
leitura em voz alta deve ser uma prática constante na rotina escolar, pois ela permite não apenas a 
observação diagnóstica dos erros, mas também o desenvolvimento de habilidades como 
entonação, ritmo, expressividade e compreensão auditiva. 
Compreender os erros de decodificação da leitura em voz alta como manifestações do 
estágio de desenvolvimento da leitura — e não como falhas isoladas — é essencial para garantir 
uma abordagem pedagógica sensível, inclusiva e cientificamente embasada. O trabalho articulado 
entre professores, psicopedagogos, fonoaudiólogos e demais especialistas torna-se indispensável 
para elaborar intervenções eficazes que promovam a autonomia e a confiança leitora dos 
estudantes. 
2.6. ALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO INTEGRAL PARA O 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
A alfabetização, enquanto prática pedagógica fundamental, deve ser compreendida como 
um processo que transcende a mera codificação e decodificação de palavras. Ela representa uma 
etapa essencial do desenvolvimentohumano, integrando aspectos cognitivos, linguísticos, 
afetivos, sociais e culturais que se entrelaçam na formação de indivíduos autônomos e conscientes 
de seu papel na sociedade. Ao tratar da alfabetização de forma ampliada, é necessário 
compreender que o domínio da leitura e da escrita não se limita a uma habilidade técnica, mas 
constitui um instrumento de mediação entre o sujeito e o mundo, promovendo o acesso ao 
conhecimento, à cidadania e à participação crítica na vida social (Batista et al., 2005, p. 17). 
O desenvolvimento da consciência fonológica — reconhecida como base para o 
aprendizado da leitura — não ocorre isoladamente, mas integrado a um conjunto de funções 
cognitivas que envolvem atenção, memória, percepção auditiva, linguagem oral e vocabulário. 
Adams et al. (2006, p. 44) afirmam que a consciência fonológica em crianças pequenas é um forte 
preditor da futura proficiência leitora, sendo fundamental que a alfabetização promova 
experiências ricas e intencionais nesse campo desde os primeiros anos de escolarização. A 
ausência de estímulos adequados pode comprometer significativamente o desempenho posterior 
em leitura e escrita. 
Ademais, a neurociência contemporânea oferece contribuições valiosas para compreender 
os processos envolvidos na alfabetização. Cosenza e Guerra (2011, p. 102) destacam que regiões 
cerebrais como o lobo occipito-temporal, o giro angular e o giro fusiforme são ativadas durante o 
reconhecimento de palavras e que seu desenvolvimento está diretamente relacionado à fluência e 
compreensão leitora. Esse conhecimento reforça a necessidade de uma abordagem pedagógica que 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 23 
 
respeite o ritmo de maturação neurobiológica de cada criança, evitando práticas homogêneas que 
desconsideram a diversidade de trajetórias de aprendizagem. 
A alfabetização também deve estar integrada ao desenvolvimento da compreensão 
textual, habilidade que exige não apenas o reconhecimento de palavras isoladas, mas a construção 
ativa de significados em contextos variados. Cordeiro e Salles (2009, p. 29) demonstram que a 
fluência na leitura de palavras está relacionada à capacidade de compreensão de textos, o que 
exige do educador intervenções sistemáticas para o desenvolvimento de vocabulário, inferência, 
coesão e coerência. Assim, o ensino da leitura deve ser contextualizado, significativo e baseado 
em interações linguísticas autênticas. 
O modelo de dupla rota proposto por Coltheart (2013, p. 58) também fornece suporte 
teórico relevante para compreender como a leitura se processa no cérebro: por meio da rota 
fonológica (decodificação) e da rota lexical (reconhecimento de palavras familiares). Esse modelo 
reforça a importância de atividades que estimulem ambas as rotas no processo de alfabetização, 
garantindo a formação de leitores competentes e versáteis. Intervenções pedagógicas que 
privilegiem apenas a memorização de palavras, sem promover a análise fonológica e morfológica, 
tendem a limitar a autonomia do aprendiz. 
A dimensão afetiva do processo de alfabetização deve ser cuidadosamente considerada. 
Aprender a ler e escrever implica lidar com desafios, erros e frustrações, sendo imprescindível que 
o ambiente escolar favoreça a autoestima, a motivação e o vínculo afetivo com a linguagem 
escrita. Ventura (2010, p. 124) destaca a importância da formação docente voltada à compreensão 
do funcionamento cerebral e dos aspectos emocionais da aprendizagem, permitindo práticas mais 
empáticas e eficazes. A presença de profissionais capacitados contribui diretamente para a 
inclusão e o sucesso escolar de todos os estudantes. 
Políticas públicas voltadas à alfabetização devem refletir esse entendimento ampliado, 
promovendo formações docentes interdisciplinares, investimentos em materiais pedagógicos 
diversificados e ações integradas entre escola, família e comunidade. Alfabetizar com base no 
respeito às singularidades e no conhecimento científico é garantir o direito de cada criança ao 
desenvolvimento pleno, à expressão de sua identidade e à participação cidadã. 
2.7. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ABORDAGENS METODOLÓGICAS E 
DESAFIOS DA ESCOLARIZAÇÃO PARA A FORMAÇÃO CRÍTICA DO LEITOR NO 
CONTEXTO BRASILEIRO. 
Este contexto discute as abordagens metodológicas da alfabetização e do letramento no 
Brasil, enfatizando os desafios da escolarização para a formação de leitores críticos. 
Fundamentado nas obras de Magda Soares (2001, 2003, 2019), destaca-se a importância de 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 24 
 
entender a alfabetização como um processo que transcende a mera decodificação, incluindo a 
apropriação social e cultural da linguagem escrita. Aponta-se também a necessidade de políticas 
públicas e práticas pedagógicas que contemplem a diversidade dos contextos socioculturais 
brasileiros, favorecendo uma educação que promova a cidadania e o pensamento crítico. 
A alfabetização e o letramento são temas centrais nas discussões educacionais brasileiras, 
sobretudo devido às suas implicações para a inclusão social e o desenvolvimento humano. O 
processo de alfabetização não pode ser reduzido à mera aprendizagem técnica da leitura e da 
escrita; ele deve ser compreendido em sua dimensão integral, que envolve a capacidade de usar a 
linguagem escrita para participar de práticas sociais significativas (Soares, 2019). Este artigo tem 
como objetivo analisar as diferentes abordagens metodológicas presentes na literatura, destacando 
os principais desafios da escolarização no Brasil para formar leitores críticos e autônomos. 
Magda Soares (2019) destaca que a alfabetização é um processo complexo, que exige 
uma abordagem que vá além da simples decodificação dos grafemas e fonemas. Para ela, métodos 
tradicionais, que focam exclusivamente no domínio técnico da leitura, podem não ser suficientes 
para garantir o desenvolvimento pleno do aluno. É necessário integrar conhecimentos linguísticos, 
psicológicos e socioculturais, permitindo que o educando compreenda a leitura como prática 
social. 
No livro "Letramento: um tema em três gêneros" (2001), Soares propõe que o letramento 
compreende o domínio da leitura e escrita em contextos sociais reais, o que implica uma 
apropriação crítica da linguagem. A alfabetização mecânica, portanto, não garante o letramento, 
pois este envolve também a capacidade de interpretar e produzir textos com intencionalidade 
social. A autora argumenta que a escola deve promover práticas pedagógicas que incorporem essa 
dimensão, contextualizando o ensino da leitura e da escrita. 
Soares (2003) reforça que alfabetizar e letrar são processos inseparáveis e que devem 
ocorrer simultaneamente. Ela critica a visão fragmentada que separa esses conceitos, defendendo a 
integração desses processos desde os primeiros anos escolares. Além disso, ressalta a importância 
de práticas interdisciplinares e contextualizadas, que levem em conta a diversidade sociocultural 
dos alunos, o que é essencial para o desenvolvimento da criticidade e da autonomia. 
O Brasil enfrenta inúmeros desafios para implementar práticas educativas que promovam 
efetivamente a alfabetização e o letramento. As desigualdades sociais, o baixo investimento em 
formação docente e a falta de continuidade nas políticas educacionais dificultam a consolidação de 
métodos eficazes e sensíveis às realidades locais (Soares, 2019). Para a autora, a escola deve ser 
um espaço de inclusão e emancipação, onde a alfabetização seja entendida como um direito social 
e um instrumento de transformação. 
NEUROCIÊNCIA, NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO. Página 25 
 
Formar leitores críticos e competentes exige um olhar ampliado sobre o processo de 
alfabetização, que leve em consideração tanto os aspectos técnicos quanto os socioculturais da 
linguagem escrita. As contribuições de Magda Soares

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