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PRÁTICA DE ENSINO: 
ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
● Especialista em Atendimento Educacional Especializado: Educação Especial e 
Inclusiva – Universidade Cesumar (UniCesumar). 
● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e 
Inovação – Universidade Cesumar (UniCesumar). 
● Especialista em Docência na Educação Superior – Centro Universitário 
Metropolitano de Maringá (Unifamma). 
● Graduação em Pedagogia – Centro Universitário Metropolitano de Maringá 
(Unifamma). 
● Formação Complementar em Neurodidática – Universidade Cesumar 
(UniCesumar). 
● Formação Complementar em Introdução de Libras - Universidade Cesumar 
(UniCesumar). 
● Formação Complementar em As competências do Pedagogo - Universidade 
Cesumar (UniCesumar). 
● Formação Complementar em Afetividade no Ambiente Escolar e Familiar - 
Universidade Cesumar (Unicesumar). 
● Formação Complementar em Adolescência e suas Características Psicossociais. 
● Professor Mediador no Ensino Superior na modalidade EAD. 
 
 
Acesse o meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9252033019618489 
 
 
 
 
 
 
 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à mais uma etapa do curso de Licenciatura 
em História, com a disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Ao longo das quatro unidades serão debatidos assuntos pertinentes a esse 
assunto. Você poderá compreender, na Unidade I, sobre o que é a tecnologia e como 
elas estão associadas à Educação. Além disso, será possível compreender como se dá 
o Ensino na Sociedade da Informação, bem como a atuação docente frente ao uso das 
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas salas de aula. 
Dando sequência, na Unidade II será possível analisar a conceituação de grandes 
informações pertinentes ao assunto estudado nesta disciplina, como: Educação a 
Distância e Ensino a Distância, Educação Híbrida e Ensino Híbrido, Ensino Remoto 
Emergencial e a Educação no século XXI. 
Já na Unidade III será possível compreender um pouco mais acerca das 
Humanidades Digitais e formação em Cultura Digital, trazendo à tona assuntos 
referentes ao Tecnopólio, à Cibercultura, à Virtualização e como se dão as Humanidades 
Digitais no contexto educacional. 
Por fim, na Unidade IV você terá uma maior compreensão sobre o educar na era 
digital e como se dá a formação do professor historiador frente ao uso das TICs, 
analisando os diferentes tipos de Métodos de Ensino on-line, a educação onlife, nativos 
e nômades digitais, bem como a prática pedagógica do historiador e o uso das 
tecnologias digitais. 
É importante ressaltar, caro(a) aluno(a), que os conteúdos aqui apresentados, nas 
quatro unidades dessa apostila, são direcionamentos para as possibilidades de pensar 
e refletir sobre os assuntos abordados. Sendo assim, é necessário que você aprofunde 
seus estudos por meio das indicações de filmes, livros e leituras complementares. 
 
Desejo bons estudos e uma excelente disciplina! 
 
 
 
 
UNIDADE I 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Afinal, o que é tecnologia? 
• As tecnologias e Educação 
• O ensino na sociedade da informação 
• A ação docente e o uso das tecnologias 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Compreender o que é a tecnologia 
• Analisar como acontece a interligação entre tecnologia e Educação 
• Identificar como ocorre o ensino na sociedade da informação 
• Compreender como ocorre a ação docente por meio do uso das novas tecnologias 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à Unidade I, intitulada “Educação e 
Tecnologia”, da disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias do curso 
de Licenciatura em História. 
No primeiro momento iremos entender o que é a Tecnologia, de forma que você 
compreenda sobre as mais diferentes contextualizações sobre tal assunto desde o início 
dos tempos até os dias atuais. Além disso, será possível analisar como a evolução do 
conhecimento aconteceu por meio das revoluções tecnológicas e com o aporte da 
ciência, de forma que seja possível compreender a diferença entre esses dois campos: 
tecnologia e ciência. 
No segundo momento será possível analisar como se dá a interligação entre 
tecnologia e Educação, a fim de que você possa identificar como ocorreu/ocorre o 
desenvolvimento da ciência associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os 
aspectos tecnológicos podem ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento 
científico. Será possível, também, compreender a diferença entre TIC, TIDIC e NTIC e 
como passam a ser incorporadas e utilizadas no contexto educacional. 
Já no terceiro momento será possível identificar como se dá o ensino na 
sociedade da informação, verificando como o processo de aprendizagem e tecnologia 
pode ser analisado no contexto de tal sociedade, levando em consideração o papel dos 
docentes como a peça-chave para a relação entre teoria e prática. 
Por fim, no quarto e último momento, você poderá compreender como ocorre a 
ação docente por meio do uso das novas tecnologias, ou seja, como se dá a prática do 
professor frente aos novos recursos tecnológicos e como deve acontecer a formação 
inicial e continuada. 
 
 
 
 
 
 
1 AFINAL, O QUE É A TECNOLOGIA? 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), para dar início a nossa discussão sobre Prática de Ensino: 
Estratégias e Tecnologia, é necessário que você tenha em mente qual é a definição sobre 
tal assunto. Portanto, o que é tecnologia? 
Na concepção de Kenski (2015), a discussão acerca das tecnologias é algo tão 
antigo quanto a origem da espécie humana, pois não está relacionada somente a objetos 
e técnicas digitais recentes; e, por conta da engenhosidade humana, foram surgindo as 
mais variadas técnicas e recursos de tecnologia. Isso se dá, pois, o uso do raciocínio 
lógico pelo ser humano garante um processo de muitas inovações, dando origem aos 
mais variados instrumentos, ferramentas, recursos e produtos que envolvem a tecnologia 
e criação desses recursos. 
 
Desde o início dos tempos, o domínio de certas informações, distinguem 
os seres humanos. Tecnologia é poder. Na Idade da Pedra, os homens – 
que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das 
manifestações da natureza – conseguiram garantir a sobrevivência da 
espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que 
 
dominavam o uso de elementos da natureza. A água, o fogo, um pedaço 
de pau ou osso de um animal eram utilizados para matar, dominar, ou 
afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos 
conhecimentos e habilidades (KENSKI, 2015, p. 15). 
 
Logo, podemos observar que as tecnologias são discutidas há muito tempo e 
estão relacionadas a tudo que é pensado e desenvolvido para melhoria da condição e 
necessidade dos homens, e não está relacionada somente ao uso de internet, 
smartphones, computadores e outros recursos tecnológicos atuais. 
Com a evolução do conhecimento, novas tecnologias passaram a ser criadas, não 
somente para a defesa, mas para o ataque e dominação. “[...] um momento 
revolucionário deve ter ocorrido quando alguns grupos primitivos deixaram de lado os 
machados de madeira e pedra e passaram a utilizar lanças e setas de metal para 
guerrear” (KENSKI, 2015, p. 16). Assim, com o uso de inovações tecnológicas cada vez 
mais atualizadas, os homens procuravam ampliar os domínios e seus bens materiais. 
De acordo com Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 18), “Para analisar o que é 
tecnologia, precisamos pensar nas ações que realizamos hoje, as quais não eram 
possíveis há 50 ou 100 anos, como falar com uma pessoa do outro lado do mundo em 
tempo real, por exemplo”. Os autores enfatizam que a principal conceituação de 
tecnologia está relacionada a um produto da ciência que se relaciona a diversos 
métodos, recursos e técnicas, tendocomo principal ideia a resolução de problemas 
relacionados às mais diversas áreas da informação. 
 
O termo vem do grego tekhne, que significa “técnica”, “arte” ou “ofício”. O 
filósofo italiano Umberto Galimberti (2006, p. 76), ao traçar um paralelo 
da concepção de alma do filósofo Nietzsche, ressalta que, em razão de 
sua incompletude, o homem se vê obrigado a construir “um conjunto de 
artifícios (ou técnicas) capazes de suprir a insuficiência de códigos 
naturais”, fazendo o pensamento técnico surgir como compensação. [...] 
conclui que a “técnica é, pois, a condição da existência humana” 
(WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 19 - 20). 
 
Com isso, é possível compreender que o conceito de tecnologia está associado 
aquilo que é pertinente a condição humana, sendo essa uma ciência da técnica que 
investiga a materialização da realidade do indivíduo no que se relaciona aos 
instrumentos e máquinas (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018). 
 
Para compreender a tecnologia, temos duas vertentes a seguir em relação ao 
significado, sendo essas a de possibilidade e a de recurso. A de possibilidade está 
relacionada à tecnologia como um instrumento para resolver problemas, ou seja, um 
recurso que visa o apoio capaz de solucionar problemas, mesmo com as inúmeras 
dificuldades de análise dessas consequências (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 
2018). Para tanto, é necessário compreender a diferença entre tecnologia e ciência, pois 
muitas pessoas levam a uma certa confusão. 
 
Figura 1 - Diferença entre Ciência e Tecnologia 
 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 21). 
 
Partindo agora para uma discussão mais recente sobre a definição de tecnologia, 
Veraszto et al. (2009, p. 22) enfatizam que não é possível apresentarmos uma definição 
exata, pois ao longo da história da sociedade, o conceito deste termo é interpretado de 
inúmeras maneiras, de acordo com cada contexto social. Os autores afirmam que “[...] 
em diferentes momentos da história da tecnologia vem registrada junto com a história 
das técnicas, com a história do trabalho e da produção do ser humano”. 
 
Hoje em dia a produção tecnológica é inerente e própria ao homem. Este 
converteu-se em uma criatura pensante em virtude de sua capacidade de 
construir e, por sua vez, o produto fez do homem um ser pensante. Em 
efeito, no último milhão de ano, o gênero humano introduziu significativas 
modificações nos instrumentos, produtos da evolução da mão e do 
aperfeiçoamento do cérebro. O indivíduo converteu-se em uma criatura 
biológica e culturalmente mais refinada, e devido a isso, os produtos de 
 
seu talento foram tornando-se cada vez mais funcionais e ganhando em 
qualidade, do qual temos evidências contundentes que permitem 
reafirmar a capacidade tecnológica dos homens e mulheres pré-
históricos (VERASZTO et al., 2009, p. 25-26). 
 
De acordo com a concepção intelectualista, a tecnologia pode ser compreendida 
como um conhecimento prático do desenvolvimento de um conhecimento teórico e 
científico por meio de recursos derivados da ciência e do conhecimento teórico, tendo o 
entendimento de tecnologia como algo hierárquico. É entendida como uma subordinada 
das ciências e dos conhecimentos científicos (VERASZTO et al., 2009). 
Já na concepção utilitarista, a tecnologia é considerada como um sinônimo da 
técnica, “ou seja, o processo envolvido em sua elaboração em nada se relaciona com a 
tecnologia, apenas a sua finalidade e utilização são pontos levados em consideração” 
(VERASZTO et al., 2009, p. 28). 
Na concepção da tecnologia como sinônimo de ciência, ela é compreendida como 
ciência natural e matemática, enquanto, na concepção instrumentalista, é uma ideia mais 
relacionada ao nosso cotidiano atual, pois entende que a máquina é a peça chave e mais 
importante como forma de opinião da sociedade, entendendo a tecnologia como apenas 
recursos elaborados para diversas utilidades (VERASZTO et al., 2009). 
 
Nesse sentido, a tecnologia se distingue da ciência também nos seus 
modos de avaliação. O valor da pesquisa e da atividade tecnológica é o 
da utilidade e eficácia dos inventos e da eficiência no processo de 
produção. Portanto, não é também uma simples invenção. Enquanto um 
inventor trabalha no mundo de suas ideias como um artista, o profissional 
da tecnologia trabalha geralmente em equipe com objetivos 
determinados (VERASZTO et al., 2009, p. 36). 
 
A tecnologia abrange todo um contexto relacionado ao seu aspecto cultural, pois 
aborda metas, valores e códigos éticos, sendo assim, um fator de organização nos mais 
diferentes setores da sociedade. A tecnologia não deve ser entendida como algo 
manipulável e de fácil compra ou venda, mas sim como algo que se adquire pela 
educação e pela pesquisa tecnológica (VERASZTO et al., 2009). 
 
SAIBA MAIS 
 
Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância: estudantes e 
universidades relatam suas experiências depois de um ano assistindo as aulas a 
distância devido à pandemia 
 
Em março de 2021, completamos um ano em casa, o que impôs novos desafios à 
sociedade como um todo. É, também, o caso das instituições de ensino superior que 
encararam o mesmo dilema do ano passado para cá: como manter as atividades 
acadêmicas durante a pandemia? A solução, é claro, estava nas aulas remotas, com 
auxílio da internet. Mesmo assim, este não foi um trabalho simples de ser realizado. 
 
Da sala de aula física à sala de aula virtual 
 
Para muitos universitários, a transição da “sala de aula física” para a “sala de aula virtual” 
teve início ainda no primeiro mês de pandemia, em março de 2020. Caroline Belo, que 
concluiu a graduação em jornalismo na Universidade Veiga de Almeida no fim do ano 
passado, conta que, inicialmente, a instituição deu quinze dias para os alunos ficarem 
em casa. Mas, após perceberem que o retorno demoraria mais, as aulas online 
começaram. 
Nesta universidade do Rio de Janeiro, as aulas foram realizadas com auxílio de uma 
plataforma para EaD (educação a distância) que já fazia parte da realidade da instituição. 
A jornalista conta que os professores também utilizaram outros recursos, como a 
ferramenta de videoconferência do Microsoft Teams e o Google Drive. 
Ainda assim, nem todos começaram no mesmo momento. Inês Lopa, que estuda direito 
na Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro), conta que suas aulas só tiveram 
início em outubro de 2020. Nesta instituição, as atividades foram realizadas através das 
plataformas Google Classroom e Google Meet. 
Também é importante lembrar que esta não é uma realidade de todos. Conforme aponta 
um relatório da UNICEF apresentado em agosto, 463 milhões de crianças em todo 
mundo não conseguiram acessar o ensino a distância durante o fechamento das escolas. 
Além disso, segundo a TIC Domicílios 2019, 28% dos lares brasileiros não possuem 
acesso à internet, especialmente nas zonas rurais. 
https://tecnoblog.net/352898/o-que-e-ead/
https://tecnoblog.net/304794/como-funciona-o-microsoft-teams-rival-do-slack-totalmente-gratis/
https://tecnoblog.net/sobre/google/
https://tecnoblog.net/303090/drive-ou-driver-para-nao-confundir-mais/
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/covid-19-pelo-menos-um-terco-das-criancas-em-idade-escolar-nao-consegue-acessar-ensino-a-distancia
 
[...] 
 
Oriento que você faça a leitura completa do texto em: 
DE BLASI, Bruno Gall. Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância. Tenoblog, 2021. 
Disponível em: https://tecnoblog.net/430313/como-alunos-e-faculdades-se-adaptaram-ao-ensino-a-
distancia/. Acesso em: 14 abr. 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
1.1 As Tecnologias e a Educação 
 
 
Caro(a) aluno(a), agora que você já sabe o que é tecnologia, como ela se 
desenvolveu e como é compreendida desde o passado até os dias atuais, é importante 
que seja analisado como acontece a relação entre Tecnologia e Educação. Tal 
importância se dá, pois, afinal, você está cursando uma licenciaturae sua principal 
atuação será a docência, ou seja, o campo da Educação. 
Brito e Purificação (2015) enfatizam que o desenvolvimento da ciência está 
associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os aspectos tecnológicos podem 
ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento científico, como foi visto no 
tópico anterior. Com isso, podemos compreender que o homem, por meio de suas 
invenções, criou a ciência, a tecnologia e apresentou mudanças assertivas em relação à 
sociedade e a natureza. 
 
Porém, é válido ressaltar que, os diferentes contextos e grupos sociais que são 
evoluídos de acordo com o passar dos anos vão criando novas formas de transmitir os 
“[...] conhecimentos, valores, regras, normas e procedimentos, com o intuito de garantir 
o convívio entre homens e difundir a cultura de cada sociedade, o que ocorre por meio 
da educação” (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22). 
 
Quando nos referimos à educação, queremos expressar nosso 
entendimento de que ninguém escapa a ela, uma vez que está 
entrelaçada à vida cotidiana – na rua, na igreja ou na escola -, no ato de 
aprender, de ensinar, de aprender e ensinar, de saber, de fazer ou 
conviver. Todos os dias misturamos a vida e a educação (BRITO; 
PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22). 
 
A educação, em conjunto com a tecnologia, é entendida como uma maneira de 
proporcionar aos indivíduos uma construção de seu conhecimento de forma atualizada, 
para que, assim, as pessoas estejam preparadas para criar recursos tecnológicos, saber 
utilizá-los e desenvolvê-los a fim de sempre compreender a importância de sua ligação 
e constantes mudanças. 
Para darmos continuidade no entendimento da relação entre tecnologias e 
educação, é necessário que você, caro(a) aluno(a), compreenda a descrição de algumas 
siglas relacionadas às práticas educacionais com tecnologias.
 
 
Figura 2 - Definição de TIC 
 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60). 
 
Figura 3 - Definição de TDIC 
 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60).
 
 
Figura 4 - Definição de NTIC 
 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60). 
 
É válido ressaltar que o uso desses três termos é correto, pois depende de sua 
aplicação no discurso, uma vez que uma enfatiza a descrição do uso dos recursos 
eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação. Outra é empregada para 
descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada aos 
recursos eletrônicos, digitais ou não. 
 
As novas tecnologias de comunicação (TIC’s), sobretudo a televisão e o 
computador, movimentaram a educação e provocaram novas mediações 
entre a abordagem do professor, a compreensão do aluno e o conteúdo 
veiculado. A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais 
realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, 
provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, 
levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do 
conteúdo estudado. [...] Encaradas como recursos didáticos, elas ainda 
estão muito longe de serem usadas em todas as suas possibilidades para 
uma melhor educação (KENSKI, 2015, p. 45). 
 
Logo, por meio dessa colocação, podemos perceber que a escola utiliza a 
tecnologia, mas apenas como um recurso de ajuda para determinados momentos, 
deixando de lado a busca de sua verdadeira maneira de auxílio em sala de aula, pois por 
mais que as instituições escolares utilizem computadores e internet, ainda são muito 
restritos e ligados apenas a determinadas disciplinas ou currículos escolares. 
 
A utilização de mídias digitais como uma estratégia didática no cenário 
educacional está cada vez maior, pois é notório que, nas últimas décadas, as escolas 
estão recebendo cada vez mais alunos envolvidos com os mais diversos contextos 
tecnológicos, trazendo, assim, o uso dessa estratégia como uma forma de oportunizar 
uma resposta para as diferenças individuais e as mais variadas maneiras de 
aprendizagem. 
Com isso, é notório perceber que o ambiente que menos utiliza as tecnologias de 
forma mais assertiva e objetiva seriam as escolas, principalmente pelos professores e 
demais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, visto que ainda existem 
muitas questões a serem debatidas, como, por exemplo, a maneira correta como as 
tecnologias devem ser utilizadas em sala de aula e quais os recursos tecnológicos 
viáveis a serem utilizados (BITTENCOURT; ALBINO, 2017). 
Sabendo que a educação é o pilar fundamental para o processo de 
desenvolvimento dos discentes, é necessário levar em consideração o que já vem sendo 
debatido por envolvidos na educação ao longo dos anos, percebendo, assim, que 
 
neste contexto a educação enfrenta desafios, seja de reflexão no ensino-
aprendizagem e na capacitação dos educadores, que são pessoas que 
se esforçam para se adaptar ao uso das novas tecnologias [...], e estão 
acostumados com outra didática e outras formas de ensino-
aprendizagem (BITTENCOURT; ALBINO, 2017, p. 210). 
 
Além de que 
Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e 
informação trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a 
educação. [...] Para que as TIC’s possam trazer alterações no processo 
educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas 
pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as 
especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que 
o seu uso, realmente, faça a diferença. Não basta usar a televisão ou o 
computador, é preciso saber usar de forma pedagogicamente correta a 
tecnologia escolhida (KENSKI, 2015, p. 46). 
 
Quando se fala em tecnologias educacionais, precisamos levar em consideração 
que todos os recursos tecnológicos são viáveis, desde que ocorra uma ligação com o 
contexto educacional e social em que a escola está inserida, que seja levado em 
 
consideração cada etapa do processo de ensino e aprendizagem dos alunos que fazem 
acesso a tais recursos e que o professor os utilize em sua ação pedagógica. 
Em suma, com base no exposto, você, caro(a) aluno(a), poderá compreender que 
as tecnologias e inovação estão presentes cada vez mais na Educação. Porém, é 
necessário repensar o seu uso no contexto educacional, vez que não é simplesmente 
inserir um computador ou uma rede de internet na instituição escolar que o uso 
tecnológico já acontecerá de forma assertiva. 
É preciso analisar e avaliar, também, se o meio em que a escola está inserida 
possui acesso à rede de internet e computadores em suas casas. Por exemplo, se a 
equipe pedagógica e docente está preparada metodologicamente para a inserção de 
recursos tecnológicos, ou seja, deve acontecer uma análise pedagógica para 
identificação de possíveis metodologias a serem utilizadas em sala de aula. 
 
SAIBA MAIS 
 
Tecnologia na Educação: integração inevitável? 
 
A tecnologia tem evoluído de forma tão acelerada e exponencial que, atualmente, 
vivemos numa sociedade baseada no conceito IoT – Internet of Things, com grande 
influência na indústria, levando, até, ao que muitos defendem como a nova revolução 
industrial. Nesta nova sociedade onde tudo está ligado, onde a informação e os dados 
podem ser facilmente partilhados, agora é possível adicionar novas potencialidades e 
funcionalidades, desde o mais simples aparelho do nosso quotidiano até às grandes 
linhas de produção industrial. 
[…] 
A escola não pode ignorar esta evolução e a integração da tecnologia na 
educação é indispensável para que os nossos alunos, que se encontram em processo 
de educação e formação, conheçam e dominem as diferentes abordagens e 
potencialidades que a tecnologia vem proporcionando à vida económica, social e cultural, 
constituindo-se, além disso, numa mais-valia para a aquisição de conhecimentos e 
competências importantes — que os qualificam e lhes permitirão enfrentar com 
 
vantagem, ao longo da vida, os desafios de uma sociedade que acelera na era digitalcomo nunca. 
[…] 
A tecnologia tem de ser integrada na educação como um meio, para que as 
escolas disponham de mais ferramentas para explorar novas metodologias inovadoras. 
Com acesso a novos conteúdos e plataformas, as escolas podem aprofundar a 
diferenciação pedagógica e proporcionar ao aluno um percurso de aprendizagem ao seu 
ritmo e com maior autonomia. Através do acesso a recursos educativos digitais que 
facilitam o acesso à informação e ao conhecimento de uma forma universal, podem 
assegurar a inclusão de cada aluno, respondendo, de forma mais eficaz, ao contexto ou 
necessidades especiais de cada um. A integração da tecnologia terá também de valorizar 
a formação, o trabalho cooperativo e a partilha de práticas pedagógicas no 
desenvolvimento profissional dos professores e de outros técnicos. 
[...] 
Caro (a) aluno (a), oriento que você faça a leitura da reportagem na íntegra, acessando: 
GASPAR, Luis. Tecnologia na Educação: integração inevitável? Observador, Lisboa, 
2021. Disponível em: https://observador.pt/opiniao/tecnologia-na-educacao-integracao-
inevitavel/. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
1.2 O Ensino na Sociedade da Informação 
 
 
Caro(a) aluno(a), agora que você já compreende como se dá o processo entre as 
tecnologias e a Educação, e como tal recurso pode ser visto e entendido nos mais 
 
variados contextos sociais e educacionais, é importante que façamos uma explanação 
sobre o ensino na sociedade da informação. Vamos lá? 
Moran, Masetto e Behrens (2015) nos afirmam que o processo de aprendizagem 
e tecnologia pode ser analisado por meio de quatro pontos, são eles: o conceito de 
aprender, o papel do aluno, o papel do professor e o uso da tecnologia, em que 
 
O conceito de aprender está ligado diretamente a um sujeito (que é 
aprendiz) que, por suas ações, envolvendo ele próprio, outros colegas e 
o professor, busca e adquire informações, dá significado ao 
conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa, 
dialoga, debate, desenvolve competências pessoais e profissionais, 
atitudes éticas, políticas, muda comportamentos, transfere 
aprendizagens, [...] desenvolve sua criticidade, a capacidade de 
considerar e olhar para os fatos e fenômenos de diversos ângulos, 
compara posições e teorias, resolve problemas. Numa palavra, o 
aprendiz cresce e desenvolve-se (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 
2015, p. 142). 
 
Já em relação aos docentes, os autores enfatizam que passam a ter a 
oportunidade de abordar o seu verdadeiro ofício que é o de mediador do conhecimento 
no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, sendo ele um facilitador e 
incentivador desse processo pelo qual seus discentes passam. Vemos aí, então, que o 
professor nada mais é do que a peça-chave para a interligação entre a teoria, ou seja, 
os conteúdos apresentados, com o momento de apreensão pelos alunos durante o 
processo de aprendizagem. 
O professor assume, com isso, novas atitudes em relação ao aprendizado de seus 
alunos, mesmo que, por muitas vezes, ele ainda seja visto como aquele profissional que 
desempenha “o papel de especialista que possui conhecimentos e/ou experiências a 
comunicar, o mais das vezes ele vai atuar como orientador das atividades do aluno, [...] 
facilitador, [...] trabalhando em equipe com o aluno buscando os mesmos objetivos [...]”, 
ou seja, ele vai desenvolver um papel de mediador pedagógico (MORAN; MASETTO; 
BEHRENS, 2015, p. 142). 
Já em relação às tecnologias, trabalhar com elas no contexto escolar, criando 
aulas mais atrativas e motivadoras, não significa inserir a tecnologia em sala e privilegiar 
apenas ela. “[...] não significa simplesmente substituir o quadro negro e o giz por algumas 
 
transparências, por vezes tecnicamente mal elaboradas [...]”, é necessário repensar todo 
o processo pedagógico, desde o projeto político pedagógico da escola para verificar 
como os recursos tecnológicos podem ser abordados nas instituições de ensino 
(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2015, p. 143). 
Mas, pensando agora na proposta deste tópico, que é abordar sobre o ensino da 
sociedade da informação, afinal, o que é uma Sociedade da Informação? Coutinho e 
Lisbôa (2011, p. 6) enfatizam que 
 
A ideia subjacente ao conceito de SI é o de uma sociedade inserida num 
processo de mudança constante, fruto dos avanços na ciência e na 
tecnologia. Tal como a imprensa revolucionou a forma de aprendermos, 
através da disseminação da leitura e da escrita nos materiais impressos, 
o despertar das tecnologias da informação e da comunicação tornou 
possíveis novas formas de acesso e distribuição do conhecimento. [...] 
Uma nova realidade que exige dos indivíduos competências e habilidades 
para lidar com a informatização do saber [...]. 
 
Logo, podemos compreender, caro(a) aluno(a), que a Sociedade da Informação 
nada mais é do que a inserção da sociedade num processo de modernização por conta 
das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que o acesso, cada vez mais 
facilitado, evidencia um novo olhar sobre as tecnologias da informação e comunicação 
como uma maneira de transmitir o conhecimento de forma mais rápida e assertiva. 
Na Sociedade da Informação, a comunicação e a informação possuem um papel 
de mediar as atividades e as tomadas de decisão nos mais variados contextos da 
sociedade, como, por exemplo, a política, a cultura, a ciência e tecnologia e a educação, 
logo, por conta disso, a sociedade passa a operar em redes. Em suma, se desenvolve 
por meio da operacionalização de informações e conteúdos sob a demanda da 
conectividade tecnológica (MIRANDA, 2000). 
Já em relação ao ensino, é necessário compreender que, por conta da sociedade 
da informação, surgiram novos desafios em relação ao processo de ensino e 
aprendizagem, vez que a maneira em que a construção do conhecimento é vista se 
alterou, e, com isso, o próprio saber passou a ser entendido como algo instável e 
necessitado de atualizações (CRUZ, 2008). 
 
 
A forma tradicional de conhecimento presente nas escolas centrava-se 
na figura do professor, sendo este tratado como “dono do saber”. Hoje, 
percebemos mudanças nesse cenário. Na era da informação, o espaço 
de saber docente foi dando lugar ao de mediador e problematizador do 
aprender: ele passou a ser visto como aquele que desafia os alunos, 
mostrando-lhes, entre várias possibilidades de aprendizagem, caminhos 
que poderão ser percorridos (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Logo, por meio disso, podemos compreender que o papel da escola e do professor 
não é simplesmente apresentar coisas e informações, mas sim apresentar uma forma de 
evidenciar e mediar o conhecimento. Com isso, a escola que apenas transmite e propaga 
o uso da memorização, passa a dar lugar para uma instituição escolar que aborda o 
conhecimento e a descoberta das coisas utilizando das mais diversas formas de 
informações já apresentadas na sociedade, dando, assim, maior foco da educação 
escolar. 
A evolução das tecnologias da informação apresentou uma nova maneira de 
transformação da educação escolar, em que a utilização da tecnologia passou a ser 
muito evidente em boa parte das escolas públicas que utilizam o ensino tradicional. 
“Numa sociedade em que produtores e consumidores do media interagem, onde os 
jovens frequentemente dão mais importância aos meios de divulgação [...] será 
indispensável que a escola aprenda interiorizar uma ‘cultura de convergência’ [...]” 
(RUIVO; MESQUITA, 2013, p. 11). 
 
Então, professor e aluno terão de aprender a lidar com as novas 
tecnologias e também com os métodos tradicionais para adquirir as 
informações necessárias para a sua formação profissional e pessoal. 
Como se percebe, o desafio não é simples, requer que professores e 
alunos se preparem para trabalhar com um universo tecnológico no qual 
eles ainda estão iniciando (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Isso se dá, pois, se analisarmos na íntegra, estamos inseridos em uma sociedade 
em que a educaçãotradicional passou a ter como aliada a internet e, com isso, ambas 
passaram a ser aliadas no processo educativo. Por isso é importante ressaltar que o 
ensino na sociedade da informação pode ser entendido como uma complementação do 
ensino que já conhecemos com as novas tecnologias que surgem cada vez mais, de 
 
forma que toda a sociedade, inclusive no âmbito educacional, precisa estar sempre 
atualizada perante essas atualizações. 
Dessa forma, ensinar ou aprender na era da informação se torna uma mudança 
de padrões de ensino já existentes, de forma que as tecnologias sejam utilizadas de 
forma consciente e que auxilie o processo educacional, buscando sempre a 
transformação das novas informações recebidas em conhecimentos, pois a interligação 
desses contextos permite “[...] aperfeiçoar o pensamento reflexivo como instrumento de 
emancipação humana” (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Podemos dizer que, na sociedade da informação, aprende quem 
descobre mais e mais profundos padrões. A aprendizagem está, 
principalmente, na habilidade de estabelecer conexões, revê-las e refazê-
las. Com isso, a aprendizagem deixa de ser algo passivo para tornar-se 
uma obra de reconstrução permanente, dinâmica entre sujeitos que se 
influenciam mutuamente. É fundamental saber ler a realidade com 
acuidade, para nela saber intervir com autonomia. Em síntese, 
compreende-se que a aprendizagem na era das novas tecnologias da 
informação exige uma política de produção de si e do mundo (CRUZ, 
2008, p. 1). 
 
Além disso, é importante frisar que a educação e o uso das novas tecnologias da 
informação e comunicação no contexto escolar deve ser compreendido como uma união 
de recursos e metodologias em busca de habilidades e competências para o êxito 
profissional e social do aluno e não somente como um meio fácil de utilizar em todos os 
processos de aprendizagem (RUIVO; MESQUITA, 2013). 
 
 
REFLITA 
 
Caro(a) aluno(a), vimos que a tecnologia está cada vez mais presente na 
Educação e nos mais variados contextos sociais, porém é necessário repensar na 
realidade que cada estado, cada cidade e cada escola estão inseridas, para, somente 
assim, identificar quais são os benefícios da inserção das novas tecnologias no contexto 
escolar. 
Portanto, ao se pensar em utilizar esses recursos, aliados às metodologias de 
ensino, a principal ação e mais importante é analisar o Projeto Político Pedagógico das 
escolas e verificar quais são suas necessidades e potencialidades, de forma que sejam 
identificadas as melhores maneiras de utilizar essas ferramentas. 
 
Fonte: o autor (2021). 
 
#REFLITA# 
 
1.3 A Ação Docente e o Uso das Tecnologias 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico de discussão em nossa Unidade I. 
Agora que você já conhece o que é tecnologia, qual é sua relação com a educação 
e como acontece o ensino na sociedade da informação, é necessário que compreenda 
como acontece a ação docente e o uso dos recursos tecnológicos. 
Wunsch e Fernandes Junior (2018) relatam que ao se pensar sobre a prática 
docente, aliada às novas tecnologias, é válido enfatizar que em muitas vezes está 
relacionada a competências docentes em duas vertentes: a primeira de uma visão 
técnica, que visa apenas uma educação tradicional, e a segunda visando o processo de 
ensino e aprendizagem como coletivo, ou seja, envolvendo todos que fazem parte do 
contexto educacional. 
Masetto (2015, p. 779) reforça que "desde as últimas décadas do século passado, 
nossa sociedade vem sofrendo profundas transformações provocadas principalmente 
pela revolução das tecnologias da informação e da comunicação (TICs)”. Por conta 
disso, a educação foi afetada em uma construção, socialização e valorização do 
conhecimento e do processo de aprendizagem e a formação docente, vez que precisam 
estar preparados para tal ação. Além disso, o autor enfatiza que o acesso às informações 
se encontra cada vez mais fácil e à disposição das pessoas, apenas com um clique, 
porém nenhum docente pode querer dominar os mais variados conhecimentos de forma 
geral de sua área do saber e transmitir aos seus alunos de forma organizada, resumida 
e sistematizada. Mas, afinal, qual é então a competência de um professor? Veja a seguir 
algumas definições. 
 
 
Figura 5 - Definições das competências docentes 
 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 129). 
 
No período desde o final do século passado, o termo competência 
docente ganhou visibilidade. Além de fazer referência a uma concepção 
larga do currículo na globalidade formativa desse profissional, ficou 
comprovado que, além das habilidades tecnicistas de conteúdo, a 
atividade docente pode ser definida como algo complexo, multifacetado 
e carregado de valor, necessitando de uma aprendizagem ao longa da 
vida. Somente assim é possível perceber o seu papel como protagonista 
em relação às tendências de mudança da atual ordem social (WUNSCH; 
FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 129). 
 
Logo, compreender que o uso das tecnologias no contexto escolar se torna um 
desafio, podendo, assim, perceber que o professor da atualidade não pode ser 
caracterizado apenas como um profissional que apenas aplica conhecimentos já 
produzidos, mas que seja um profissional que assuma sua prática pedagógica a partir 
 
de sua atuação docente. Além disso, é necessário que seja capaz de estruturar e orientar 
sua prática, selecionando conteúdos e aprimorando suas competências, para, assim, 
criar oportunidades de expansão do conhecimento, e isso não se diferencia em relação 
ao uso dos recursos tecnológicos, vez que o docente precisará repensar sua prática e 
analisar como e quais métodos utilizar (CUNHA, 2009). 
 
A natureza múltipla do conhecimento e dos seus processos, exigem do 
professor que saiba, sobretudo, dominar e compreender as novas 
linguagens e experiências, bem como saber articulá-las com uma outra 
competência, baseada no processo de mediação e diálogo com os 
alunos. Processo em que o professor deve ter um papel essencial, para 
que a partir de sua intermediação todos possam informar, comunicar, 
discutir, participar, criar, estimular o acesso a novas linguagens, como 
forma de ampliar o grau de compreensão e as vivências dos sujeitos 
(CUNHA, 2009, p. 1053). 
 
Compreendemos que o professor deve ser capaz de desenvolver novas 
habilidades profissionais para compreender a realidade social em que está inserido, e 
ter como prática profissional a formação de cidadãos que sejam capazes de serem 
autores de seus próprios caminhos. Com isso, o professor não pode ficar apenas no 
conhecimento inicial e teórico construído por meio de sua experiência profissional, mas 
buscar um conhecimento que o capacite para mediar as informações e saber adequá-
las ao contexto educacional que está inserido (CUNHA, 2009). 
Diante disso, percebemos que fazendo uso das novas tecnologias, sendo estas 
algo novo para os docentes e discentes, o professor deve atuar como mediador do 
processo de ensino e do conhecimento, levando seus alunos a compreenderem a 
realidade dos conteúdos ensinados, aliados ao uso das tecnologias em sala de aula, 
uma vez que têm cada vez mais facilidade para o acesso à tecnologia, levando o 
professor a não ficar somente apoiado aos conhecimentos exclusivamente acadêmicos 
e teóricos. 
 
A utilização das tecnologias no contexto educacional, oferecem 
condições efetivas para aplicação metodológica construtiva para os 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Pois, ao lidar com 
equipamentos tecnológicos, programas ou aplicativos, tanto os 
profissionais quanto os estudantes estarão envoltos em processos de 
inovação na maneira de ensinar e de aprender. As práticas educativas 
 
com uso da TIC, agregam novas possibilidades de adentrar em um 
campo do conhecimento estimulante que se utiliza de interatividade, 
multimidialidade, entre outras características, reconhecimento às 
habilidades dos discentes, pois atualmente,as novas tecnologias são os 
principais passatempos deles [...] (RODRIGUES; CASTRO, 2020, p. 3). 
 
Por conta disso, caro(a) aluno(a), é possível compreendermos que as tecnologias 
aliadas à educação permitem uma reestruturação, modificação e adaptação dos mais 
variados contextos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. A utilização das 
TIC como recursos metodológicos pode ser feita de diversas formas, levando o docente 
a apresentar de maneiras diferentes e inovadoras as informações pertinentes às suas 
aulas e disciplinas ministradas. 
Porém, como mencionado anteriormente, é necessário repensar todo o contexto 
social em que a escola está inserida para verificar as possibilidades de utilização dos 
recursos tecnológicos em seu currículo programático. Com isso, os desafios da 
educação referente a esse assunto estão no fato de precisar compreender e suprir as 
necessidades das instituições escolares, tanto em questão de equipamentos, como de 
formação adequada dos profissionais para que saibam utilizar de forma correta e 
assertiva esses recursos, de forma que contribuam para suas aulas e aperfeiçoamento 
de suas práticas pedagógicas (RODRIGUES; CASTRO, 2020). 
Pensando em um viés social, a educação, assim como as demais esferas da 
sociedade, está sendo pressionada pela mudança, pela atualização e pela inovação, vez 
que o contexto histórico em que estamos inseridos nos emerge em uma contínua 
utilização de novas tecnologias, pois cada vez mais surgem novos recursos tecnológicos 
aplicáveis nos diversos setores da sociedade, dentre eles a Educação. 
Outro fator muito importante a ser levado em consideração sobre a ação docente 
e o uso das tecnologias é sobre a formação dos professores para atuarem como 
mediadores do conhecimento neste contexto e, por conta disso, inserir as novas 
tecnologias no processo educacional se torna um grande desafio para muitos 
professores, vez que tal assunto deve ser objeto de pesquisa nos cursos de formação 
docente e demais profissionais das instituições escolares. 
 
Atualmente, diante das tecnologias apresentadas aos alunos, o professor 
tem a função de mediador dessa maneira de ensino, dando suporte 
 
indispensável ao uso apropriado e responsável dos insumos 
tecnológicos. Para que isto aconteça, o professor precisa buscar 
formação e atualização além de sua especialidade, percebendo nas 
tecnologias o aporte para atuar em suas práticas pedagógicas no 
cotidiano escolar (RODRIGUES; CASTRO, 2020, p. 6). 
 
É notável que as novas tecnologias no ensino oferecem novas perspectivas 
decisivas em relação à educação, mas além disso, é necessário levar em consideração 
que temos diversos problemas ainda sobre a inserção deste recurso nas escolas, como, 
por exemplo, a falta de estrutura ou acesso à internet. Destarte a isso, é um desafio ao 
professor modificar sua maneira de lecionar por meio de uma nova metodologia de 
ensino, e é por conta desse desafio que o docente deve manter sua formação acadêmica 
de forma continuada, sempre buscando aprimoramentos e especializações voltadas às 
inovações tecnológicas que são apresentadas no contexto social e educacional. 
Pode-se dizer que utilizar as tecnologias no contexto escolar passa a ser 
entendido como uma forma de interagir e contextualizar os conteúdos programáticos das 
instituições escolares, de forma que reconheça as relações e conexões existentes entre 
um conteúdo e outro, criando, assim, a produção do conhecimento por meio dos recursos 
tecnológicos. 
 
Essas possibilidades nos remetem a questões relacionadas à formação 
de professores para o uso das tecnologias digitais, de modo a contribuir 
nos processos de produção do conhecimento e no desenvolvimento 
intelectual e cultural dos alunos. Entendemos que o movimento da 
formação inicial voltado para o uso das tecnologias digitais deve ter 
prosseguimento com a formação continuada, uma vez que as tecnologias 
estão em constante avanço. Deste modo, investir na formação inicial e 
continuada do professor, representa fortalecimento para a educação, 
permitindo ao professor maior autonomia no uso das tecnologias digitais, 
implementando, dessa forma, suas práticas pedagógicas (FRIZON et al., 
2015, p. 10193). 
 
É notório que o avanço tecnológico tem causado inúmeras mudanças na 
sociedade e, por isso, a escola também precisa ser repensada para atender todas as 
demandas relacionadas às inovações para que o processo de aprendizagem seja efetivo. 
Esse repensar sobre a escola parte inicialmente pela reavaliação do professor e sua 
formação inicial, em que os cursos de licenciaturas precisam rever suas matrizes a fim 
 
de preparar os futuros docentes para o uso assertivo nos novos recursos tecnológicos, 
para que possa contribuir com o desenvolvimento das habilidades e competências de 
todos os discentes (FRIZON et al., 2015). 
“Diante das exigências decorrentes da presença das tecnologias digitais no 
contexto educacional faz-se necessário repensar o fazer pedagógico [...]” de forma que 
possa se atentar para todas as necessidades e demandas educacionais apresentadas 
por seus alunos (FRIZON et al., 2015, p. 10194). Por isso essa ação é entendida como 
política de formação inicial e continuada, promovendo o avanço no conhecimento do 
professor e do aluno. 
 
A capacidade de utilizar pedagogicamente as tecnologias digitais 
pressupõe que a formação de professores sinalize perspectivas para as 
novas formas de se relacionar com o conhecimento, com os outros 
indivíduos e com o mundo. A formação continuada de professores, deste 
modo, deve ser vista como a possibilidade de ir além dos cursos de cunho 
técnico e operacional, mas que assegure que o professor reflita acerca 
do uso das tecnologias digitais na e para a democratização da educação 
(FRIZON et al., 2015, p. 10196). 
 
Dessa forma, podemos dizer que a formação de docentes na perspectiva do uso 
de novas tecnologias e novos recursos tecnológicos se torna muito discutida e tende a 
modificar o modelo tradicional de ensino que, por muitas vezes, é discutido pelas 
políticas públicas de formação de professores. Por conta disso, formar professores 
inseridos no contexto de tecnologias educacionais exige que haja condições para que 
busque a construção de seus conhecimentos sobre os novos recursos, entende o porquê 
e como utilizar tais recursos em sua prática pedagógica, bem como ser capaz de romper 
as metodologias antigas impostas pela sociedade. 
 
REFLITA 
 
Caro(a) aluno(a), baseado no que foi explanado neste tópico de discussão e nas 
leituras complementares, na sua opinião, todos os professores estão preparados para 
utilizar as novas tecnologias em suas práticas pedagógicas? 
 
Fonte: o autor (2021). 
 
 
#REFLITA# 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa primeira unidade de discussão 
sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse 
sobre o que é, afinal, a tecnologia e como ela vem sendo modificada desde os primórdios 
das sociedades. Identificamos que a discussão sobre as tecnologias é algo muito antigo 
e que não estão relacionadas somente a objetos e recursos tecnológicos recentes, mas 
sim desde a aceleração da engenhosidade humana, que deu origem aos mais variados 
e diferentes instrumentos e ferramentas. Com isso, é possível compreender que o 
conceito de tecnologia está associado àquilo que é pertinente à condição humana, sendo 
essa uma ciência da técnica que investiga a materialização da realidade do indivíduo no 
que se relaciona aos instrumentos e máquinas. 
Já no segundo tópico discutido, você pôde verificar sobre como ocorre o processo 
de ensino e aprendizagem relacionado à associação entre Educação e tecnologia, sendo 
possível identificar que o uso dos recursos tecnológicos, como metodologias e 
estratégias de ensino, pode ser entendidocomo uma forma de apresentar aos alunos 
uma construção do seu conhecimento de modo atualizado, de forma que os indivíduos 
sejam preparados para criar e saber utilizar tais recursos de forma clara e assertiva. 
Neste mesmo tópico foi possível identificar as diferenças entre TIC, TIDIC e NTIC, 
compreendendo que o uso dessas três classificações está correto, pois depende de sua 
aplicação no discurso, vez que uma enfatiza a descrição do uso de dos recursos 
eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação, a outra é empregada 
para descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada 
aos recursos eletrônicos, digitais ou não. 
No terceiro tópico de discussão, caro(a) aluno(a), foi o momento de 
compreendermos como ocorre o ensino na Sociedade da Informação, sociedade 
entendida como aquela onde ocorre a inserção da sociedade num processo de 
modernização por conta das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que 
cada vez mais temos o acesso facilitado a todos os novos recursos digitais. Nessa 
discussão você pode verificar que trabalhar com a tecnologia na Educação não significa 
 
apenas apresentar recursos tecnológicos para se ter aulas mais atrativas, mas sim 
repensar todo o processo que envolve as instituições escolares, desde o Projeto Político 
Pedagógico, a fim de verificar como esses recursos podem contribuir e serem utilizados 
nas escolas. Diante disso, é importante compreender que devido a sociedade da 
informação foram surgindo novos desafios relacionados ao processo de ensino e 
aprendizagem, pois o saber passou a ser visto como algo instável que está sendo 
atualizado, levando à escola e ao professor uma tarefa que não se resume somente em 
apresentar informações aleatórias de forma tradicional e apenas expositiva, mas sim se 
utilizarem de novas maneiras de mediar o conhecimento. 
Por fim, no último tópico de nossa primeira unidade, verificamos como ocorre a 
atuação docente mediante as novas tecnologias e como o uso delas interfere no contexto 
escolar. Como isso, foi possível analisar que o uso de recursos tecnológicos se torna um 
desafio, pois o professor da atualidade não pode ser entendido como um profissional que 
somente impõe conhecimentos já prontos, mas um profissional que revê sua prática 
pedagógica e assume uma postura inovadora, atualizando, assim, sua prática docente e 
criando oportunidades assertivas de mediação do conhecimento. 
Outro fator muito importante que foi discutido em nosso último tópico foi sobre a 
formação dos professores para atuarem como mediadores do conhecimento mediante 
aos novos recursos tecnológicos, em que o docente precisa buscar uma formação que 
não seja somente inicial, mas sim continuada, sempre buscando especializações que lhe 
auxiliem a ter uma melhor prática pedagógica. 
Para ampliar mais o seu conhecimento acerca da Educação e Tecnologias não 
deixe de consultar as referências, bem como a indicação de leitura complementar, livro 
e filme. 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO 
E APRENDIZAGEM NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
 
Renildo Franco da Silva. Mestre em Ciências da Educação – professor dos cursos de 
Letras e Pedagogia da FVJ – Faculdade do Vale do Jaguaribe. E-mail: 
francobellarte@hotmail.com 
Emilce Sena Correa. Doutora em pela Universidad Carlos III de Madrid, Espanha. 
(2004). Professora de pós-graduação Stricto Sensu na Universidade Americana 
(Paraguai). 
 
RESUMO: Este trabalho de investigação objetiva discutir a relação entre a educação e 
as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem nessa 
sociedade contemporânea, abordando algumas questões desafiadoras apresentadas 
para uma busca de reflexões em torno das constantes evoluções dessa sociedade, 
especialmente no que diz respeito à agregação das ferramentas tecnológicas em sala 
de aula. A partir disso, buscou-se incorporar diálogos voltados para a ação do educador 
e dos gestores educacionais visando encontrar caminhos para a aplicabilidade das 
diversas mídias dentro da escola. A tendência da educação contemporânea é firmar a 
necessidade de que o educando deve vivenciar a aprendizagem de sala de aula de forma 
mais dinâmica e significativa, por esse motivo, propõe-se nessa pesquisa analisar os 
benefícios e malefícios da modernidade tecnológica apontando caminhos para uma 
prática pedagógica que se pretende desconstruir-se para se reconstruir numa nova 
perspectiva de ensino e aprendizagem. 
 
[...] 
 
1 INTRODUÇÃO 
Mediante ao grande desenvolvimento tecnológico que vem sendo apresentado na 
sociedade contemporânea, faz-se necessário discutir sobre os benefícios do uso das 
ferramentas tecnológicas na construção do conhecimento. Para nortear essa 
investigação partimos do seguinte questionamento geral: Como acontece a relação entre 
a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem 
na sociedade contemporânea? Para respondê-lo, objetivamos compreender a relação 
entre a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da 
aprendizagem nessa sociedade tão multifacetada. A partir do objetivo geral da pesquisa 
construímos algumas questões geradoras dos objetivos específicos. Foram elas: Qual a 
relação existente entre a educação e as novas tecnologias no ambiente escolar 
 
contemporâneo? Qual a importância das novas tecnologias no processo de ensino e 
aprendizagem? Qual o papel do professor antes do desenvolvimento tecnológico e o seu 
papel após esse desenvolvimento? Quais são os desafios impostos pela sociedade 
contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo globalizado? Os 
objetivos específicos gerados pelas questões foram: estabelecer relação entre a 
educação e as novas tecnologias no ambiente escolar contemporâneo; analisar a 
importância das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem na sociedade 
contemporânea; comparar o papel exercido pelo professor antes do desenvolvimento 
tecnológico e o papel do professor contemporâneo e apresentar os desafios impostos 
pela sociedade contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo 
globalizado. Após os questionamentos e objetivos delineados buscou-se uma imersão 
nos trabalhos de alguns autores que também discutem temas voltados para as 
tecnologias, motivação, educação contemporânea, o papel do professor etc. O 
dinamismo das novas tecnologias nos impulsiona a entender a educação de forma 
diferente. Leva-nos à reflexão de nossa prática e nos impulsiona a novos paradigmas 
que reflitam essa necessidade humana de se completar, de desvendar, descobrir e se 
refazer. 
[....] 
 
Oriento que você, caro(a) aluno(a), leia o texto na íntegra por meio da referência 
apresentada: 
SILVA, Renildo Franca da.; CORREA, Elenice Sena. Novas tecnologias e educação: a 
evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. 
Educação e linguagem, São Paulo, n. 1, p. 23-35, jun. 2014. 
 
 
LIVRO 
 
•Título: Tempos digitais: ensinando e aprendendo com tecnologia. 
• Autor: Hélio Lemes Costa Jr. 
• Editora: Editora da Universidade Federal de Rondônia. 
•Sinopse: Em um mundo em ebulição, nada permanece estável 
por muito tempo. O livro traz à tona essa implacável realidade. Ele 
retrata um professor que vê o mundo se transformando diante de 
seus olhos. Toda a sólida maneira de se fazer as coisas e todo o controle sobre elas, 
escorrendo por entre os dedos. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Juventude Conectada 
• Ano: 2016 
• Sinopse: A Educação é um dos pilares da segunda 
educação da Pesquisa Juventude Conectada. Descubra como a tecnologia dentro e fora 
das salas de aula, promete inovas nas formas de aprendizagem e ajudar professores a 
avaliarem seus alunos, conectando quem ensina a quem aprende 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CFX3qA7-3aYREFERÊNCIAS 
 
BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do 
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UNIDADE II 
CONCEITUAÇÕES: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, ENSINO HÍBRIDO, ENSINO A 
DISTÂNCIA, ENSINO REMOTO 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Educação a Distância e Ensino a Distância 
• Educação Híbrida e Ensino Híbrido 
• Ensino Remoto Emergencial 
• A Educação no século XXI 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e definir o que é Educação a Distância e Ensino a Distância 
• Conceituar e definir o que Educação Híbrida e Ensino Híbrido 
• Compreensão sobre o Ensino Remoto Emergencial 
• Analisar a Educação do século XXI 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à Unidade II, intitulada “Conceituações: 
Educação a Distância, Ensino Híbrido, Ensino a Distância, Ensino Remoto”, da disciplina 
de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias do curso de Licenciatura em História. 
Nesta etapa, você irá compreender um pouco mais sobre algumas conceituações e 
definições importantes que irão nortear seus estudos. 
No primeiro momento iremos compreender a conceituação de Educação a 
Distância e Ensino a Distância, a fim de que você possa compreender como essa 
modalidade de ensino se integra à Educação e um pouco sobre sua história e a 
legislação que a rege em relação ao processo de ensino e aprendizagem. 
No segundo momento será possível analisar as informações acerca do Ensino 
Híbrido e da Educação Híbrida, de forma a compreendermos como essa metodologia de 
ensino está sendo aplicada nos dias atuais no que se relaciona ao uso das novas 
tecnologias da informação e da comunicação na Educação. 
Já no terceiro momento você terá acesso a informações acerca do Ensino Remoto 
Emergencial, uma modalidade de ensino que veio à tona, principalmente, a partir no ano 
de 2020, devido a pandemia da COVID-19, como uma alternativa de dar continuidade 
aos estudos por conta das exigências de distanciamento e isolamento social. 
Por fim, no quarto e último tópico de nossa unidade será abordada a Educação 
no século XXI. Você poderá compreender um pouco mais como acontece a Educação 
no século atual, mas conhecido como a era digital, e como as novas tecnologias da 
informação e comunicação impactam o ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E ENSINO A DISTÂNCIA 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), para dar início em nossa unidade sobre as conceituações 
de Educação e Ensino, iremos discutir neste tópico, primeiramente, sobre a Educação a 
Distância e posteriormente sobre o Ensino a Distância. Mas, afinal, como surgiu a 
Educação a distância (EAD)? Para se pensar nisso, é válido ressaltar que ela pode ser 
explicada em três momentos: primeira, segunda e terceira geração. 
A primeira geração está relacionada ao primeiro conceito de educação a distância 
que foram os cursos por correspondência, ofertados por anúncios e jornais desde a 
década de 1720. Porém a EAD surge especificamente em meados do século XIX, devido 
ao desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação pelo ensino por 
correspondência, vez que os materiais desses cursos eram impressos e enviados para 
as casas das pessoas pelo correio. Por meio dessas iniciativas foram surgindo diversas 
sociedades e institutos escolares, dando origem aos cursos técnicos de extensão 
universitária (MATTAR; MIRANDA, 2007). 
A segunda geração está relacionada às novas mídias e universidades abertas. 
Nessa geração houve o acréscimo de novas mídias, como a televisão, o rádio e o 
telefone, por exemplo. Por conta disso, deu-se origem às universidades abertas de 
ensino a distância influenciadas pelo modelo de educação britânico, que se utilizava de 
rádio e TV em centros de estudos para realização de experiências pedagógicas. 
Por fim, a terceira geração está relacionada com a EAD on-line. Por meio desta 
se introduziu o videotexto, o microcomputador e a tecnologia em geral, caracterizando-
se, assim, em educação a distância on-line. Por meio dessa geração passamos a ter 
mais acesso a uma vasta integração dos recursos tecnológicos. 
 
A terceira geração da evolução da EaD seria marcada pelo 
desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação. Por 
volta de 1995, com o desenvolvimento explosivo da Internet, ocorre um 
ponto de ruptura na história da educação a distância. Surge então um 
novo território para a educação, o espaço virtual da aprendizagem, digital 
e baseado na rede (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 22). 
 
 
Destarte a isso, sobre a Educação a distância (EAD), é importante ressaltar que 
ela passou por diversas denominações em muitos países do mundo, sendo entendida 
“[...] como estudo ou educação por correspondência (Reino Unido); estudo em casa e 
estudo independente (Estados Unidos); estudos externos (Austrália); telensino ou ensino 
a distância (Espanha); teleducação (Portugal)” (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 6). 
Na concepção dosautores supracitados, a EAD é entendida como uma 
modalidade de ensino em que os docentes e alunos estão em lugares separados, ou 
seja, fora da sala de aula tradicional, a qual é pensada das mais variadas formas pelas 
instituições escolares e que, para tal processo, se faz uso de diversas tecnologias da 
informação e recursos tecnológicos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. 
 
Em geral, a sigla EaD é aplicada a atividades de ensino e aprendizagem 
que o aluno e o professor estão separados fisicamente, o que as 
distinguem, por exemplo, do ensino presencial. Em EaD ocorre uma 
separação geográfica e espacial entre o aluno e o professor, e mesmo 
entre os próprios alunos, ou seja, eles não estão presentes no mesmo 
lugar, como no caso do ensino tradicional. A EaD prescinde, portanto, da 
presença física em um local para que ocorra a educação (MATTAR; 
MIRANDA, 2007, p. 6). 
 
Com isso, podemos compreender que a metodologia que fundamenta essa 
proposta de ensino está pautada em defender que o aprendizado não deve ocorrer 
apenas na sala de aula, de forma presencial, o que se torna muito evidente pensando na 
sociedade da informação em que estamos inseridos. Logo, em alguns casos, a EAD é 
mesclada com alguns encontros presenciais ou semipresenciais. 
Percebemos aqui, caro(a) aluno(a), que a educação a distância passa a 
possibilitar, a todos os envolvidos nos contextos educacionais, uma possibilidade de 
manipulação do espaço e do tempo em favor da Educação, pelo fato de que o aluno 
estuda onde quiser e puder. Com isso, ele se programa para estudar de acordo com o 
seu tempo e disponibilidade, mas deixando claro que isso não minimiza a 
responsabilidade que o acadêmico precisa ter com os seus estudos, vez que a sua 
programação de estudos deve favorecer um momento de aprendizagem assertivo e 
efetivo (MATTAR; MIRANDA, 2007). 
Cortelazzo (2013, p. 93, grifo do autor) apresenta que, pelo Decreto nº 2.494/98, 
a definição de Educação a Distância está relacionada à uma “forma de ensino que 
possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos [...] 
apresentados em diferentes suportes de informação [...] e veiculados pelos diversos 
meios de comunicação”. 
Pensando em um viés legal e legislativo, a Educação a distância é discutida no 
Decreto n° 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta o artigo 80 da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN): 
 
[...] considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual 
a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorram com a utilização de meios e tecnologias da 
informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de 
acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e 
desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da 
educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017, p. 
1). 
 
Neste mesmo decreto é enfatizado sobre algumas questões para oferta da EAD, 
como: possibilidade da educação básica e superior ser ofertada nesta modalidade, 
criação, organização e oferta de cursos a distância, desde que pensadas e vistas as 
formas corretas sobre o desenvolvimento dessas ofertas, para que o processo de ensino 
e aprendizagem, aliado com a tecnologias, seja assertivo. 
Pensando agora na questão do ensino a distância, Fernandes, Henn e Kist (2020, 
p. 4) relatam que “são necessárias apenas três letras – EAD – para abarcar vários 
significados. Educação a distância, ensino a distância, educação aberta a distância, entre 
outros [...]”. Logo, podemos verificar que o ensino a distância e a educação a distância 
abarcam basicamente a mesma proposta de relacionar a educação em lugares 
diferentes, de forma física, por meio dos recursos tecnológicos e de comunicação. 
 
O ensino à distância acontece quando o educador e o educando estão 
separados por uma distância física, e é usada tecnologia para fazer a 
“ponte” entre os dois. [...] Este tipo de ensino permite, que os adultos 
tenham, numa sociedade cada vez mais exigente em termos de 
formação, novas oportunidades que lhes permitem frequentar um curso 
especializado, de chegar a quem sente a sua formação prejudicada por 
falta de tempo, pela distância, ou incapacidade física, ou ainda permitir 
reciclar a formação de trabalhadores dentro do seu próprio emprego 
(VIDAL, 2002, p. 19). 
 
A autora supracitada complementa que o ensino à distância pode ser entendido 
como “uma arte, metodologia ou processo que permite ensinar mediante diferentes 
métodos, técnicas, estratégias e meios e em que entre o formador e o formando existe 
uma separação física, temporal ou local” (VIDAL, 2002, p. 21). 
Logo, com base nas informações apresentadas anteriormente, podemos entender 
que a Educação a distância se refere à uma modalidade de ensino em que o processo 
de aprendizagem ocorre diferente dos modelos tradicionais, tendo a mediação 
pedagógica acontecendo em lugares diferentes ao mesmo tempo, professor em um local 
e o aluno em outro, tudo isso aliado ao uso das tecnologias e recursos tecnológicos. 
 
REFLITA 
 
Ao longo deste tópico, caro(a) aluno(a), foi possível identificar que a Educação 
pode ser promovida por meio da tecnologia e pela modalidade EAD. Com isso, como 
você vê a importância do ensino a distância no Brasil? 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA#
2 EDUCAÇÃO HÍBRIDA E ENSINO HÍBRIDO 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), agora que você já conhece um pouco mais sobre a 
educação a distância, suas definições e principais informações, é necessário que você 
compreenda um pouco mais sobre uma forma de ensino que passou a ser muito mais 
discutida a partir do ano de 2020: o Ensino Híbrido. 
De acordo com Kraviski (2020), o ensino híbrido, também conhecido como 
blended learning, é entendido como um modelo de ensino que se associa ao uso das 
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TIDIC), com as atividades 
realizadas pelos professores durante o processo de ensino e aprendizagem. Com isso, 
entende-se que o ensino híbrido é uma metodologia de ensino que combina atividades 
presenciais com atividades on-line, realizadas por meio de recursos tecnológicos. 
 
Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A Educação sempre foi 
misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, 
metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a 
conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um 
ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de 
inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido 
é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, 
combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos 
“pratos”, com sabores muito diferentes (MORAN, 2015 apud KRAVISKI, 
2020, p. 6 - 7). 
 
Complementando isso, a autora supracitada ainda menciona que o ensino híbrido 
deve ser compreendido muito mais do que apenas um ensino semipresencial, como é 
mais conhecido nas instituições de ensino, ele deve ser entendido como uma 
combinação das atividades com suas diferentes perspectivas, baseando-se em inserir o 
acadêmico/aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem, sendo o professor 
um mediador do conhecimento, e não simplesmente um transmissor do conhecimento 
como prevê a educação pautada nos métodos tradicionais. 
 
Figura 1 - O ensino híbrido 
 
Fonte: Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015, p. 37). 
 
Destarte a isso, Moran (2015) nos apresenta que a educação pode ser vista como 
híbrida, pois acontece no contexto de uma sociedade imperfeita e contraditória em suas 
políticas públicas e modelos de ensino, tendo muitas vezes as competências e 
habilidades, valores e comportamentos não coerentes por parte de alguns gestores, 
docentes e todos os envolvidos nos processos de escolarização. 
 
O ensino é híbrido, também, porque não se reduz ao que planejamos 
institucional eintencionalmente. Aprendemos por meio de processos 
organizados, junto com processos abertos, informais. Aprendemos 
quando estamos com um professor e aprendemos sozinho, com colegas, 
com desconhecidos. Aprendemos de modo intencional e de modo 
espontâneo, quando estudamos e também quando nos divertimos. 
Aprendemos com o sucesso e com o fracasso [...] (MORAN, 2015, p. 42). 
 
Logo, podemos entender que o ensino é híbrido, pois todos nós somos aprendizes 
e professores produtores de informação e de conhecimento, onde passamos de apenas 
consumidores para produtores de informação por meio dos mais variados recursos 
tecnológicos, e todos podem aprender uns com os outros das mais diversas maneiras. 
Bacich e Moran (2015) apresentam que discutir sobre educação híbrida deve partir 
do pressuposto de que não temos uma única e correta maneira de aprender e ensinar, 
visto que existem inúmeras metodologias de ensino e, em relação ao ensino híbrido, o 
trabalho colaborativo está aliado ao uso de recursos tecnológicos e das tecnologias 
digitais para propiciar momentos de aprendizagem que se expandam apenas na 
realização nas salas de aulas tradicionais, pois aprender com os pares envolvidos no 
processo educativo se torna ainda mais significativo quando existe um objetivo em 
comum a ser buscado. 
 
A educação híbrida precisa ser pensada no âmbito de modelos 
curriculares que propõem mudanças, privilegiando a aprendizagem ativa 
dos alunos – individualmente e em grupo, escolhendo-se 
fundamentalmente dois caminhos: um mais suave, de mudanças 
progressivas, e outro mais amplo, de mudanças profundas. No caminho 
mais suave, elas mantêm o modelo curricular predominante (disciplinar), 
mas priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas, 
como o ensino híbrido, para a realização de projetos, jogos de cunho mais 
interdisciplinar e, em especial, a aula invertida para iniciar com a primeira 
aproximação a um tema ou atividade no ambiente virtual e realizar o 
aprofundamento com a mediação do professor no ambiente presencial 
(BACICH; MORAN, 2015, p. 47). 
 
Falando um pouco mais sobre a conceituação de ensino híbrido, Bacich, Tanzi 
Neto e Trevisani (2015) abordam em seus escritos que é possível encontrarmos diversas 
definições para tal assunto, porém todas elas apresentam, de forma geral, a associação 
do modelo de ensino presencial que ocorre dentro das salas de aulas comuns e o modelo 
de ensino de forma on-line, o qual se utiliza de diversas tecnologias digitais para mediar 
o ensino. Com isso, é possível afirmarmos que esses dois ambientes de ensino e 
aprendizagem se tornam complementares na medida em que os alunos interagem com 
os grupos utilizando as variadas tecnologias digitais, se intensifica a troca de 
experiências e conhecimentos. 
 
Figura 2 - Definição de ensino híbrido de acordo com o modelo de Clayton Christensen 
Institute 
 
Fonte: Bacich; Tanzi Neto; Trevisani (2015, p. 75). 
 
Complementar à isso Kraviski (2020) nos informa que, na perspectiva do ensino 
híbrido, os alunos realizam seus estudos em diferentes ambientes de ensino, executando 
tarefas e estratégias mais ativas e atividades práticas, em que participa de forma ativa 
na resolução de projetos e discussões acerca dos conteúdos estudados, de forma que 
possa realizar pesquisas para fundamentar suas ações, juntamente com a mediação dos 
docentes, que irá conduzir os discentes para um aprendizado ativo e autônomo aliado 
ao uso dos mais variados recursos tecnológicos. 
 
A aplicação do ensino híbrido teve início nas escolas de educação básica, 
principalmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Essa abordagem 
pode ser aplicada a todos os níveis de educação, podendo ser adaptada 
a partir de diferentes modelos. No Brasil, o ensino superior foi o nível de 
ensino que mais teve cursos adaptados a esse novo modelo, mas as 
escolas de educação básica, morosamente, estão se integrando à 
abordagem de ensino híbrido, adequando seu professorado, pais, alunos 
e gestores, de acordo com a diligência e disseminação na educação do 
país (KRAVISKI, 2020, p. 8). 
 
A autora complementa que, no Brasil, a portaria nº 1428/18, regulamenta a oferta 
de até 40% da carga horária total das matrizes curriculares dos cursos de Ensino 
Superior presencial com a oferta do ensino a distância, e, por conta desta portaria as 
possibilidades de aulas online e semipresencial se expandem nos currículos dos cursos 
de graduação, o que conclui que o ensino híbrido está cada vez mais implementado nos 
cursos superiores. 
 
SAIBA MAIS 
 
O Ensino Híbrido: emergência ou tendência? 
 
No ano mais extraordinário de nossas vidas, começamos nas escolas na sala de 
aula presencial, depois fomos empurrados para o ensino remoto possível e estamos no 
processo de retorno testando diversos formatos de modelos híbridos. Constatamos que 
muitas das atividades que imaginávamos que fossem viáveis só no presencial (como a 
aprendizagem por projetos, em times, maker) puderam ser realizadas com bastante 
qualidade, nos ambientes digitais síncronos e assíncronos, embora não por todos. A 
separação entre espaços físicos presenciais e digitais diminuiu, se reconfigurou - como 
em outras áreas da nossa vida - e há um crescente consenso de que construiremos, a 
partir de agora, muitas propostas diferentes de ensinar e de aprender híbridas, mais 
flexíveis, personalizadas e participativas, de acordo com a situação, necessidades e 
possibilidades de cada aprendiz. 
No Brasil, o híbrido começou nos anos 90 como semipresencial. No Ensino 
Superior os cursos presenciais podiam incluir até vinte por cento de atividades a 
distância. Em países de língua inglesa predominou o termo b-learning ou blended 
learning, (aprendizagem bi modal ou misturada). No Brasil esse termo foi traduzido nos 
últimos anos como Ensino Híbrido, dando ênfase ao papel do docente no desenho de 
percursos personalizados com apoio das plataformas e aplicativos digitais. Legalmente 
não existe no Brasil a modalidade híbrida, porque o MEC só reconhece, até o momento, 
o ensino presencial e a educação a distância. O Ensino Híbrido se expande, na prática, 
no Ensino Superior, a partir da permissão de 40% de atividades a distância em cursos 
presenciais e de 20%, na Educação Básica. 
O ensino híbrido, na sua concepção básica, combina e integra atividades didáticas 
em sala de aula com atividades em espaços digitais visando oferecer as melhores 
experiências de aprendizagem a cada estudante. No Ensino Híbrido o foco está mais na 
ação pedagógica dos docentes (no planejamento, desenvolvimento e avaliação do 
processo). O conceito de educação híbrida é mais abrangente ao envolver toda a 
comunidade escolar no redesenho das melhores combinações possíveis na integração 
de espaços, tempos, metodologias, tutoria para oferecer as melhores experiências de 
aprendizagem a cada estudante de acordo com suas necessidades e possibilidades. 
E quais são as perspectivas a partir de agora? Na Educação Básica predominará 
a aprendizagem ativa em ambientes presenciais com integração - sempre que 
necessário/possível - de plataformas, aplicativos e atividades digitais. Continuarão os 
modelos mais conhecidos, como a aula invertida, rotação por estações e rotação 
individual. Mas no Ensino Médio e nos anos finais do Fundamental testaremos modelos 
mais personalizados e online, como os modelos flex (roteiros personalizados online com 
o professor por perto), a la carte (fazer um, ou mais módulos online) ou virtual enriquecido 
(parte presencial, parte online). A hibridização será progressiva, de acordo com a idade 
e o avanço do estudante no currículo e as condições de acesso das escolas, docentes e 
estudantes. Os modelos híbridos predominarão no Ensino Superior e na educação 
continuada nos próximos anos. 
[...] 
Os modelos ativos híbridos fazem mais sentido quando são organizados com 
políticas públicas sólidas, coerentes ecom visão de longo prazo, (o que não vemos 
atualmente). Eles fazem mais sentido quando estão planejados institucionalmente e de 
forma sistêmica, como componentes importantes de reorganização do currículo por 
competências e projetos, de forma flexível, com diversas combinações de acordo com 
as necessidades do estudante (personalização), intenso trabalho ativo em equipes, 
tutoria/mentoria (projeto de vida) com suporte de multiplataformas digitais integradas. 
Apesar dos avanços, são muitos os desafios a enfrentar para termos uma educação 
híbrida de qualidade para todos. 
 
Fonte: Moran (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 ENSINO REMOTO EMERGENCIAL 
 
 
Em 2020, devido a pandemia da COVID-19, que atingiu o mundo todo, tivemos 
que nos resguardar em nossas casas e praticar o isolamento e distanciamento social. 
Por conta disso, uma área que foi muito afetada devido a tal momento foi a Educação, e 
o que se discutiu muito foi o ensino remoto emergencial, afinal, a Educação não pode 
parar, concorda, aluno(a)? 
No Brasil, essa discussão se deu precisamente a partir do mês de março de 2020, 
quando escolas de Educação Básica e Ensino Superior tiveram que fechar suas portas 
devido às influências da COVID-19. Com isso, foi necessário repensar o ensino e como 
não deixar a Educação estacionada e sem continuidade para não afetar o andamento 
dos estudos, bem como o processo de ensino e aprendizagem dos alunos em todos os 
níveis de educação. 
Pensando nisso, se deu como andamento a prática de atividades de ensino 
remota como caráter de exceção, como no caso de pandemias, quando o acesso às 
instituições de ensino não é possível. Devido a permanência da quarentena em todo o 
país, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº 544, no dia 16 de junho de 2020, a 
qual dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, 
enquanto durar a situação de pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Em seu artigo 
1º é estabelecido que autoriza, 
 
[...] em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em 
cursos regularmente autorizados, por atividades letivas que utilizem 
recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação 
ou outros meios convencionais, por instituição de educação superior 
integrante do sistema federal de ensino, de que trata o art. 2º do Decreto 
nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017 (BRASIL, 2020, p. 1). 
 
No inciso 2º deste mesmo artigo é enfatizado que a definição dos componentes 
escolares e curriculares que serão substituídos é de responsabilidade das instituições 
escolares, bem como a disponibilização de recursos aos alunos para que eles possam 
acompanhar as atividades letivas ofertadas e a realização de avaliações durante esse 
período (BRASIL, 2020). 
Diante do fato acontecido, tivemos que adotar inúmeras mudanças em todos os 
setores da sociedade, devido às medidas de prevenção e distanciamento social por 
conta da COVID-19, e com isso, um dos setores mais afetados foi o educacional, pois as 
atividades pedagógicas presenciais foram suspensas e os responsáveis por esse 
contexto deram como indicação para a continuidade dos estudos e dos semestres letivos 
o uso das atividades remotas (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020). 
 
[...] o ensino remoto emergencial difere da modalidade de Educação a 
Distância (EAD), pois a EAD conta com recursos e uma equipe 
multiprofissional preparada para ofertar os conteúdos e atividades 
pedagógicas, por meio de diferentes mídias em plataformas on-line. Em 
contrapartida [...] o intuito do ensino remoto não é estruturar um 
ecossistema educacional robusto, mas oferecer o acesso temporário aos 
conteúdos curriculares que seriam desenvolvidos presencialmente. 
Assim, em decorrência da pandemia, o ensino remoto emergencial 
tornou-se a principal alternativa de instituições educacionais de todos os 
níveis de ensino, caracterizando-se como uma mudança temporária em 
circunstâncias de crise (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020, p. 43). 
 
Por conta da COVID-19, a escola passa a ser entendida como um dos espaços 
mais propícios para o risco de transmissão, pois, por conta de sua multiplicidade e 
heterogeneidade, cria vínculos entre as pessoas que são menos propensas aos sintomas 
da doença. Nas escolas, crianças e adolescentes possuem o contato com diversos 
grupos familiares devido sua socialização com os docentes, profissionais das escolas e 
familiares de forma geral, e devido a isso, as políticas públicas mundiais de retorno às 
atividades coletivas vêm deixando as escolas em último plano de retomada, conforme 
informações e dados da ONU e UNESCO (ARRUDA, 2020). 
Devido a essa não volta das escolas, o bloqueio do acesso a retomada de 
atividades presenciais nas instituições escolares reconfigurou a sociedade e passou a 
ser entendido mais do que apenas um problema educacional, vez que nas medidas 
tomadas de tempos e movimentos foram modificados “famílias passaram a coadunarem 
as responsabilidades do trabalho e da vida dos estudantes em tempos ampliados e em 
contexto ora da necessidade da manutenção do emprego [...], ora no contexto de 
confinamento de espaços [...]” (ARRUDA, 2020, p. 259). 
 
No ERE, professor e aluno estão online, conectados via dispositivos 
computacionais, durante a mesma carga horária que teria a aula 
presencial, ou seja, tem-se aí uma transposição do ensino presencial 
físico para contextos digitais. [...] Acredita-se que o uso das TDI’s deve ir 
além da mera adoção de aplicativos e softwares, que permitam não a 
transposição do conteúdo analógico (livro, caderno) e da aula expositiva 
para as telas dos computadores, tablets e smartphones, mas que 
fomentem o engajamento nas atividades didáticas, a interação, a 
interatividade, com conteúdos das aulas (OLIVEIRA; CORRÊA; MORÉS, 
2020, p. 7). 
 
Ao considerar-se o ensino remoto emergencial como uma metodologia de ensino 
temporária, é importante salientar a ideia de consolidação do Ensino Híbrido como 
modalidade educacional mais adequada para associar as aulas presenciais e as aulas 
on-line. Porém, é importante ressaltar que isso não se dá apenas na ideia de utilizar as 
Tecnologias Digitais de forma interativa, mas sim permitir que os alunos e professores 
coletem e personalizem as aulas que estão programadas nos currículos escolares e 
institucionais, a partir de um formato de ensino que busque a integração de recursos 
tecnológicos e momentos de aulas presenciais. 
Oliveira, Corrêa e Morés (2020) complementam que, devido à pandemia, as aulas 
remotas impulsionaram muitas mudanças no que diz respeito ao modo de planejar, 
desenvolver, executar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem que está inserido 
neste contexto, é algo válido a ser informado e que é preciso recursos corretos para que 
os professores consigam superar suas dificuldades perante as novas tecnologias, para 
poderem contribuir de maneira assertiva para o fortalecimento educacional de seus 
discentes. Contudo, para que isso aconteça, é necessário se pensar na necessidade de 
formação docente qualificada e de um espaço educativo para que a mediação do 
conhecimento ocorra e elaboração de materiais pedagógicos de apoio. 
Para que o ensino remoto emergencial aconteça nas instituições de ensino, é 
necessário rever que grande parte das disciplinas teóricas e práticas passam a ser 
ministradas de forma on-line, em ambientes virtuais de aprendizagem dentro de um 
sistema institucional oferecido pelas escolas e universidades, bem como a integração de 
ferramentas como Google Classroom e Google Meet. Porém, devido a facilidade de 
acesso às redes para quase todas as pessoas, outras formas e alternativas foram 
pensadas para alcançar o número máximo de pessoas envolvidas no contexto 
educacional, tais como o uso de aplicativos, como o WhatsApp, Telegram, e redes 
sociais, como Facebook, Instagram e Youtube, pormeio das conhecidas lives, pois esses 
outros meios são reconhecidos como alternativa por facilitar o acesso aos mais variados 
diálogos, desde que os alunos e os docentes possuam acesso a conexão de alguma 
rede de internet, o que é um item de extrema importância para que essa forma de ensino 
aconteça. Por isso é importante enfatizar que devemos repensar em todas as 
metodologias e busca de recursos, pois nem todos os alunos possuem os mesmos 
acessos e facilidades aos recursos tecnológicos (VALENTE et al., 2020). 
Logo, podemos compreender que o ensino remoto emergencial passa a ser 
compreendido como uma adaptação temporária dos currículos escolares em todos os 
níveis e modalidades de ensino, pensado como uma alternativa para que as atividades 
acadêmicas e escolares ocorram sem interrupção na formação dos alunos. Essa 
adaptação do ensino está associada ao uso de soluções de ensino totalmente remotas, 
que seriam ministradas de forma presencial nas instituições escolares, ou até mesmo de 
forma híbrida, a qual voltaria ao formato presencial assim que a crise pandêmica 
acabasse, porém isso se estendeu no ano de 2020 toda e se perpassa, até o momento, 
no ano de 2021 (VALENTE et al., 2020). 
 
SAIBA MAIS 
 
Artigo: O Ensino Remoto Emergencial e a Educação a Distância 
 
A situação de emergência atual fez com que muitas instituições educacionais 
migrassem para o Ensino Remoto Emergencial (ERE) para dar cobertura aos seus 
estudantes enquanto as instituições de ensino superior (IES) continuam fechadas e 
segue o confinamento em casa. 
O Ensino Remoto Emergencial e a Educação a Distância não podem ser 
compreendidos como sinônimos, por isso é muito importante, no contexto que estamos 
vivendo, clarificar esses conceitos. O termo “remoto” significa distante no espaço e se 
refere a um distanciamento geográfico. O ensino é considerado remoto porque os 
professores e alunos estão impedidos por decreto de frequentarem instituições 
educacionais para evitar a disseminação do vírus. É emergencial porque do dia para 
noite o planejamento pedagógico para o ano letivo de 2020 teve que ser engavetado. 
[...] 
Acostumados à sala de aula presencial, os docentes tiveram que deixar seu 
universo familiar e se reinventar, pois a grande maioria não estava preparada e nem 
capacitada para isso. Podemos, portanto, dizer que o Ensino Remoto Emergencial (ERE) 
é uma modalidade de ensino que pressupõe o distanciamento geográfico de professores 
e alunos e foi adotada de forma temporária nos diferentes níveis de ensino por 
instituições educacionais do mundo inteiro para que as atividades escolares não sejam 
interrompidas. 
Dessa forma, o ensino presencial físico precisou ser transposto para os meios 
digitais. No ERE, a aula ocorre num tempo síncrono (seguindo os princípios do ensino 
presencial), com videoaula, aula expositiva por sistema de webconferência, e as 
atividades seguem durante a semana no espaço de um ambiente virtual de 
aprendizagem (AVA) de forma assíncrona. A presença física do professor e do aluno no 
espaço da sala de aula presencial é “substituída” por uma presença digital numa aula 
online, o que se chama de ‘presença social’. Essa é a forma como se projeta a presença 
por meio da tecnologia. E como garanti-la? Identificando formas de contato efetivas pelo 
registro nas funcionalidades de um AVA, como a participação e discussões nas aulas 
online, nos feedbacks e nas contribuições dentro do ambiente. 
[...] 
Assim, é preciso diferenciar, neste momento, que a maior parte das instituições 
de ensino não está fazendo Educação a Distância, e sim Ensino Remoto Emergencial. 
Essa mudança drástica do dia para a noite exigiu que os docentes assumissem o 
processo de planejamento, criação, adaptação dos planos de ensino, o desenvolvimento 
de cada aula e a aplicação de estratégias pedagógicas online. Os docentes precisaram 
e continuam, mais do que nunca, necessitando de muito apoio e ajuda para construir 
competências digitais e lidar com um ambiente desconhecido até então. Logo, o que 
iremos aprender nessa jornada de migração seja para o ERE ou a EAD? 
[...] 
Oriento, caro(a) aluno(a), que você faça a leitura na integra do texto por meio da 
referência: 
Fonte: BEHAR, Patricia Alejandra. O Ensino remoto emergencial e a Educação a Distância. Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-o-
ensino-remoto-emergencial-e-a-educacao-a-distancia/. Acesso em: 24 mar. 2021. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI 
 
 
Agora que você, caro(a) aluno(a), já compreendeu quais são as conceituações de 
Educação a Distância (EAD), Ensino e Educação Híbrida e Ensino Remoto Emergencial, 
é importante que se adentre ao que se refere à Educação no Século XXI, este que pode 
ser compreendido como era digital e contemporaneidade. Para isso, iremos discutir um 
pouco mais sobre como ocorre a Educação neste século e como as novas tecnologias 
se associam a esse campo do conhecimento. 
Bates (2017) enfatiza que, na era digital em que estamos inseridos, passamos a 
ter acesso de forma imersiva nas novas tecnologias da informação e da comunicação, e 
com isso o uso desses recursos estão nos levando a grandes mudanças na forma de 
nos comunicarmos e nos relacionarmos com as outras pessoas, e na educação isso não 
é diferente. Porém, o que se deve levar em consideração sobre este fato, e de que, 
nossas instituições escolares foram pensadas e criadas para uma questão industrial e 
não digital. 
No século XXI a Educação e o conhecimento estão sendo vistos fora da redoma, 
onde antes somente o professor era visto como detentor do saber, e com isso, as antigas 
formas de ensino já não suprem as necessidades atuais, vez que temos um ensino cada 
vez mais voltado ao uso das tecnologias e, consequentemente, ao ter qualquer 
informação com apenas um clique ou uma rápida digitação e “pela primeira vez na 
história, percebemos que a educação não acontece só durante um período determinado 
de tempo, maior ou menor [...], mas ao longo da vida de todos os cidadãos em todos os 
espaços” (SILVA, 2018, p. 9). 
 
As tecnologias estão cada vez mais presentes em sala de aula, o 
professor tem que se preocupar em preparar o aluno para ser atuante em 
um mundo de transformação e ajudá-lo a desenvolver as tão faladas 
competências específicas para o século XXI, certo? Tudo certo, exceto 
pelo fato de que ninguém sabe exatamente que competências são essas 
[...] (SILVA, 2018, p. 11-12). 
 
Um dos fatores que estão mais associados com a educação no século XXI, como 
já mencionado, é o uso dos recursos tecnológicos. Mas, afinal, qual é o impacto disso na 
educação do século atual? Ora, podemos observar que um dos grandes desafios que as 
instituições escolares apresentam é a falta de conhecimento em relação aos novos 
modelos de metodologias e recursos educacionais baseados nas novas tecnologias e, 
com isso, esse pode ser entendido como um dos fatores mais indicados para a sua não 
utilização, de forma assertiva e efetiva no que se relaciona ao processo de ensino e 
aprendizagem (BITTENCOURT, ALBINO, 2017). 
Os autores supracitados mencionam que estamos vivendo em uma nova 
realidade de Educação, baseada na era da informação e da tecnologia, em que alunos 
e professores mudaram seus pensamentos e formas de agir, assim como tudo mudou 
nos últimos anos. Com isso, é perceptível que as novas tecnologias estão cada vez mais 
inseridas no contexto social e educacional dos alunos, e é necessário repensarmos as 
práticas pedagógicas e o que abordar em sala de aula, de forma que não sejamos 
considerados analfabetos tecnológicos, desafio esse que se enquadra aos docentes e 
discentes. Por conta disso, as escolas possuem o papel de preparar em seus alunos a 
intenção de serem cidadãos críticos e ativos na sociedade em que estão inseridos,passam a identificar a necessidade de seguirem o ritmo de desenvolvimento da 
tecnologia. 
 
A utilização cada vez maior, das mídias digitais no ambiente acadêmico 
e corporativo como estratégia, com um público cada vez mais envolvido 
com a tecnologia, trazem para as instituições várias opções de recursos 
didáticos para lhes dar a oportunidade de responder às diferenças 
individuais e às múltiplas facetas da aprendizagem. [...] Há algum tempo 
as mídias digitais estão disponíveis para a utilização em vários locais, 
como: empresas, supermercados, em casa, em terminais de agência 
bancária, [...] Provavelmente um dos locais em que menos se utiliza as 
mídias digitais seriam as escolas, principalmente pelos docentes no 
ensino-aprendizagem e no processo educacional (BITTENCOURT; 
ALBINO, 2017, p. 209). 
 
 
Destarte a isso, Masetto (2015), nos menciona que em relação aos desafios para 
a docência na contemporaneidade relacionados ao cenário da revolução das TICs 
envolvem eixos de ensino que precisam de uma certa atenção e discussões para 
imediatas soluções. Dentre essas, a construção e socialização do conhecimento 
interdisciplinar, a valorização do processo de aprendizagem e a formação de 
profissionais capazes de atuarem de forma assertiva e efetiva. 
Com isso, entramos em uma discussão de que refletir a educação no século XXI 
é algo complexo, pois temos uma associação obsoleta do passado e o que se esperar 
do futuro, o que acaba gerando uma incerteza, vez que também precisamos focar no 
presente. Tal discussão se torna complexa, devido ao fato de que a Educação, assim 
como a sociedade em geral, passa por inúmeras transformações nos diferentes 
contextos sociais e precisamos seguir fielmente essas mudanças, vez que não há como 
desenvolver, no nosso caso, uma educação de qualidade se ficarmos presos ao passado 
e não identificarmos as potencialidades apresentadas no século XXI, principalmente no 
que se refere o uso das novas tecnologias (CLOCK et al., 2018). 
 
Assim, no século XXI, houve a emergência de transformações tanto da 
escola como da profissão docente, para que se tornassem apropriadas 
às demandas sociais de seu tempo. De fato, o século XXI aportou 
mudanças que abalam as instituições educativas em todas as instâncias 
como, por exemplo, o abandono da concepção predominante de que a 
profissão docente se restringe à transmissão de conhecimento 
acadêmico – uma visão obsoleta para os dias atuais. Recentemente, a 
formação docente tem se voltado, cada vez mais, à criação de espaços 
de participação, reflexão e formação de modo que as pessoas possam 
aprender e se adaptar a mudanças e incertezas (CLOCK et al., 2018, p. 
79). 
 
Logo, podemos identificar que as instituições escolares se desenvolvem em 
contextos marcados pelos ritmos acelerados de inovação e tecnologia, onde a Educação 
passa a ser entendida como um campo de atuação e formação de indivíduos que seguem 
as atualizações da sociedade, bem como dos recursos e metodologias que podem ser 
utilizados para um melhor atendimento do processo de ensino e aprendizagem, aliados 
às novas tecnologias da comunicação. 
Com isso, se torna necessário pensar em novas formas de se entender a 
educação, a escola e os professores, uma vez que as escolas não podem mais focar 
apenas na transmissão do conhecimento que é produzido apenas pelos métodos 
tradicionais, mas sim se aliarem, também, aos aspectos éticos, coletivos e 
comportamentais que são necessários para termos uma educação democrática e 
formarmos futuros cidadãos pensantes e críticos. 
 
O mundo contemporâneo é perpassado por mudanças que afetam as 
estruturas sociais, contexto no qual se insere a escola. O professor 
inserido nessa totalidade, necessita adequar-se às novas formas de 
educação relacionadas à transformação de suas práticas educativas e 
pedagógicas, pois a sociedade intervém com muitas demandas e, 
consequentemente, muitos desafios recaem sobre o trabalho do 
professor (CLOCK et al., 2018, p. 81). 
 
Diante de tudo o que foi discutido, precisam pensar que a Educação para o século 
XXI precisa ser vista na perspectiva progressista, a qual colabora para a transformação 
de uma sociedade e foque em um ensino de qualidade e que atenda às demandas 
tecnológicas que nos são apresentadas cada vez mais no contexto educacional. Vemos 
aí que o processo de ensino e aprendizagem não pode ser entendido como apenas uma 
mera transmissão, repetição e decoração de conteúdos programáticos, mas sim estarem 
vinculadas a realidades que permeiam a escola, os docentes e alunos em sua realidade 
social, para que, com isso, formemos discentes que sejam capazes de ter consciência 
de sua realidade e responsabilidade enquanto cidadão crítico e reflexivo, utilizando-se 
de forma correta dos recursos digitais e todas as tecnologias que lhe são apresentadas, 
de forma que as utilize como uma estratégia de ensino. 
 
 
 
 
REFLITA 
 
Caro(a) aluno(a), levando em consideração que a Educação do século XXI é 
impactada pelo uso dos recursos tecnológicos, qual é o impacto disso na educação do 
século atual? 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa segunda unidade de discussão 
sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse 
o que é a Educação a Distância e o Ensino a Distância, ambos conhecidos pela sigla 
EAD. Nesse tópico, você pôde verificar que a EAD é uma modalidade de ensino em que 
professor e aluno estão em lugares diferentes, ou seja, fora da sala de aula tradicional 
de ensino que estamos acostumados, porém participando do processo de ensino e 
aprendizagem, principalmente pela ajuda de recursos tecnológicos. 
No segundo tópico, analisamos as conceituações e informações acerca do Ensino 
Híbrido e Educação Híbrida. Foi possível constatar que pode ser compreendido como 
um modelo de ensino que se associa ao uso das TIDICs com as atividades educacionais 
que são realizadas pelos docentes na sala de aula comum, sendo entendido como uma 
metodologia que apresenta e combina as atividades presenciais com atividades 
realizadas de forma on-line. 
Já no terceiro momento, apresentamos algumas informações sobre o Ensino 
Remoto Emergencial, metodologia de ensino que veio à tona, com ênfase no ano de 
2021, devido o momento da COVID-19, sendo compreendido como uma alternativa de 
ensino para que a Educação não fique parada por conta do isolamento social. 
Por fim, no último tópico de nossa disciplina, foi possível que você, caro(a) 
aluno(a), compreendesse um pouco mais sobre a Educação no Século XXI, ou seja, 
como esse campo da sociedade vem sendo entendido e trabalhada no século atual, onde 
temos cada vez mais o acesso facilitado às TICs, sendo, assim, necessário inseri-las no 
processo de ensino e aprendizagem. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
EaD, CURRÍCULO E HEGEMONIA: O NECESSÁRIO DEBATE 
 
Silvia Eliane de Oliveira Basso - silviabasso_2005@hotmail.com - IFPR 
Renata Oliveira Santos -re.mga@hotmail.com - UEM 
Dayane Horwat Imbriani de Oliveira - dayane.horwat@hotmail.com - UEM 
Patrícia Lakchmi Leite Mertzig - patriciamertzig@gmail.com - UNOESTE 
Maria Luisa Furlan Costa - luisafurlancosta@gmail.com - UEM 
 
RESUMO: Como resultado dos estudos do Grupo de Pesquisa de Educação a Distância 
e Tecnologias Educacionais (GPEaDTEC) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) 
este texto, apresentado como ensaio teórico firmado sobre conceitos basilares e autores 
referenciais de currículo e EaD, tem como objetivo problematizar a Educação a Distância 
(EaD) na discussão curricular. Compreende-se a EaD como modalidade educacional 
crescente no Ensino Superior, e o currículo como um campo em disputa, em que existem 
aspectos fundamentais como hegemonia e conflito, na dialética relação entre a 
sociedade e as políticas públicaseducacionais. Considera-se, nesse sentido, a 
necessidade do debate curricular com vistas à consolidação da EaD diante de um 
cenário educacional tão mercadológico para essa modalidade. 
Palavras-chave: Educação a Distância. Currículo. Hegemonia. Políticas Públicas 
 
[…] 
 
1 INTRODUÇÃO 
Desde a década de 1990, quando as discussões nacionais em educação levaram 
ao estabelecimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD – Lei n° 
9394/96), a Educação a Distância (EaD) foi se desenhando como modalidade 
educacional. 
Em um cenário em que o Banco Mundial e seus organismos apontavam para os 
atrasos da educação brasileira, incitando-lhe postura de avanço, o mesmo órgão 
direcionava políticas econômicas de cortes de gastos públicos ou redução de 
investimentos. Assim, o Ministério da Educação passava a direcionar, por meio de 
financiamentos, editais, portarias e decretos, a expansão do Ensino Superior via 
Educação a Distância, ao passo que as Universidades viam seus investimentos 
congelados. Sem a ampliada discussão sobre os impactos das Tecnologias de 
Informação e Comunicação (TICs) para a educação em todos os níveis, e a sensação 
de transferência de recursos para uma “experiência” em demérito de cursos e instituições 
existentes, estabelecia-se uma distinção que ainda vige na atualidade entre o que se 
deve pensar, discutir e realizar para o ensino presencial e o ensino a distância. 
Neste texto se objetiva abordar a Educação a Distância (EaD) em sua 
necessidade de real inserção na discussão curricular em educação. Para tanto, 
considera-se a historicidade da modalidade e o currículo como campo cultural em 
disputa. Apresentado na forma de ensaio teórico, pauta-se em autores basilares aos 
conceitos fundamentais para a discussão de currículo e tecnologias de informação e 
comunicação, tanto quanto em pesquisadores da educação e suas contribuições no 
debate sobre as políticas de EaD e democratização do ensino. Este trabalho resulta dos 
estudos, investigações e discussões realizados pelo Grupo de Pesquisa de Educação a 
Distância e Tecnologias Educacionais (GPEaDTEC) da Universidade Estadual de 
Maringá, coordenado pela Professora Maria Luisa Furlan Costa. O grupo se dedica às 
questões históricas, metodológicas, políticas e práticas mediadas pelas tecnologias de 
informação e comunicação, com ênfase nas ações institucionais e governamentais 
desenvolvidas na modalidade de educação a distância. 
 
2 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO CURRÍCULO 
 
 Escolas, sistemas, redes e metodologias são predicados da educação como 
instituição humana; portanto, apresentam-se como historicamente construídos. Tratá-los 
nessa essência é substancial na cuidadosa apreciação dos fatos e feitos que constituem 
nossa capacidade de aprender e ensinar. 
Instituições educacionais guardam aspectos físicos e organizativos classificados 
por vezes como estáticos e conservadores, chegando a ser taxadas como instituições 
que não acompanham a evolução social. É certo que na Era Industrial as transformações 
são céleres no mercado, onde a velocidade da produção é transformada em voracidade 
de consumo para gerar mais produção e atender ao sistema pautado no lucro. Inserida 
nessa mesma sociedade – a capitalista – a escola (em qualquer nível) recebe o impacto 
desse modo de produção e, embora também atenda ao mercado, não se restringe a ele 
(ou não deve). 
Dessa forma, demandas sociais chegam à educação exigindo de seus 
profissionais o repensar de práticas e concepções ao tempo em que estão no trabalho 
educativo e o público atendido segue partindo e chegando. Com as tecnologias de 
comunicação o desafio é ainda maior, pois essa velocidade/voracidade encurta o tempo 
disponível para a reflexão, debate e mudança. 
Ao avaliar os desafios de implantação do Sistema Universidade Aberta do Brasil 
(UAB) em Instituições de Ensino Superior Pública (IES) no estado do Paraná, por 
exemplo, Costa (2010) aponta para a importância do movimento que trazia a EaD como 
objeto formal de educação para o âmbito nacional, no início dos anos 2000, deixando de 
ser mecanismo supletivo e emergencial. Para tanto, a pesquisadora evidencia todo o 
contexto político da década de 1990, em que o governo brasileiro assumiu, diante dos 
organismos financiadores internacionais, o compromisso de expandir o acesso da 
população de 18 a 24 anos ao Ensino Superior, encontrando, na educação a distância, 
que já tinha uma trajetória na Europa, a possibilidade de cumprir a tarefa em um tempo 
menor. 
Intensificavam-se, assim, ações oficiais por meio de legislação e financiamento 
público para abertura de cursos de formação de professores que se dispunham a atender 
a duas demandas: a democratização do acesso ao Ensino Superior e a carência de 
professores na educação básica. Ao longo das últimas décadas, centenas de 
profissionais e cursos, milhares de estudantes e polos se espalharam pelo país, e o 
acesso galgou números impressionantes, mas o público deu espaço ao privado, e a 
democratização continua na pauta. 
[…] 
 
Oriento, caro(a) acadêmico(a), que, para melhor compreensão do texto e dos conteúdos 
apresentados em nossa disciplina, especificamente nesta unidade, faça a leitura 
completa do artigo, por meio da referência a seguir: 
 
Fonte: BASSO, Silvia Eliane de Oliveira, et al. EaD, currículo e Hegemonia: o necessário debate. EmRede 
– Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 225-241, 2020. Disponível em: 
https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/559. Acesso em: 24 mar. 2021. 
 
LIVRO 
• Título: Metodologias Ativas: para a educação presencial, 
blended e a distância 
• Autor: João Mattar (2017). 
• Editora: Artesanato Educacional. 
• Sinopse: Blended learning (aprendizagem híbrida), sala de 
aula invertida (flipped classroom), peer instruction, método 
do caso, aprendizagem baseada em problemas e 
problematização, aprendizagem baseada em projetos, 
pesquisa, aprendizagem baseada em games e gamificação, 
dramatização e simulação, design thinking, colaboração, 
avaliação por pares, autoavaliação, portfólios... 
Neste livro, João Mattar aborda essas metodologias ativas com orientações e exemplos 
para a educação presencial, semipresencial e a distância, na educação básica, 
corporativa e no ensino superior. Se você é um professor, aluno, gestor ou interessado 
na área, encontrará aqui um rico material que combina metodologias de ensino e 
aprendizagem inovadoras com o uso de novas tecnologias em educação, como games. 
Uma imersão na área com uma linguagem dialógica e uma ampla bibliografia de 
referência. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Educação a distância e ensino remoto na 
pandemia 
• Ano: 2020. 
• Sinopse: Especialistas falam sobre as diferenças 
entre a Educação a Distância e o ensino remoto emergencial adotado durante a 
pandemia do coronavírus. 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CiD-KSbSQnY 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARRUDA, E. P. Educação remota emergencial: elementos para políticas públicas na 
educação brasileira em tempos de Covid-19. EmRede – Revista de Educação a 
Distância, v.7, n. 1, p. 257-275, 2020. 
 
BACICH, L.; MORAN, J. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista 
Pátio, n. 25, p. 45-47, jun. 2015. 
 
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. Ensino híbrido: personalização e 
tecnologia na Educação. In: BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. 
(Orgs.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na Educação. Porto Alegre: 
Penso, 2015. p. 67-93. 
 
BASSO, S. E. de O. et al. EaD, currículo e Hegemonia: o necessário debate. EmRede 
– Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 225-241, 2020. Disponível em: 
https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/559. Acesso em: 24 
mar. 2021. 
 
BATES, T. Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. São Paulo: 
Artesanato Educacional,2017. 
 
BEHAR, P. A. O Ensino remoto emergencial e a Educação a Distância. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020. Disponível em: 
https://www.ufrgs.br/coronavirus/base/artigo-o-ensino-remoto-emergencial-e-a-
educacao-a-distancia/. Acesso em: 24 mar. 2021. 
 
BITTENCOURT, P. A. da S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação 
do século XXI. Revista Ibero-Americana de Estudoss em Educação, Araraquara, v. 
12, n. 1, p. 205-214, 2017. 
 
BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. Brasília, 2017. 
 
BRASIL. Portaria nº 544, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre a substituição das 
aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia 
do novo coronavírus – Covid-19. Brasília: MEC, 2020. Disponível em: 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-544-de-16-de-junho-de-2020-261924872. 
Acesso em: 22 mar. 2021. 
 
CLOCK, L. M.; PEREIRA, A. L.; LUCAS, L. B.; MENDES, T. C. Profissão docente no 
século XXI: concepções do professor sobre seu papel na sociedade contemporânea. 
Conjuctura: Filos. Educ., Caxias do Sul, v. 23, n. 1, p. 77-96, jan./abr. 2018. 
 
CORTELAZZO, I. B. de C. Prática pedagógica, aprendizagem e avaliação em 
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FERNANDES, S. M.; HENN, L. G.; KIST, L. B. O ensino a distância no Brasil: alguns 
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KRAVISKI, M. R. Ensino Híbrido. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
MASETTO, M. T. Desafios para a docência no Ensino Superior na contemporaneidade. 
In: CAVALCANTE, M. M. D.; SALES, J. A. M. de; FARIAS, I. M. S. de F.; LIMA, M. do 
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MATTAR, J.; MIRANDA, C. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
 
MORAN, J. Educação Híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: BACICH, 
L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. (Orgs.). Ensino híbrido: personalização e 
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MORAN, J. O Ensino Híbrido: emergência ou tendência? Gazeta do Povo, 2021. 
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/o-ensino-
hibrido-emergencia-ou-tendencia/. Acesso em: 22 mar. 2021. 
 
OLIVEIRA, R. M.; CORRÊA, Y.; MORÉS, A. Ensino remoto emergencial em tempos de 
covid-19: formação docente e tecnologias digitais. Revista Internacional de 
Formação de Professores, Itapetininga, v. 5, p. 1-18, 2020. 
 
RONDINI, C. A.; PEDRO, K. M.; DUARTE, C. dos S. Pandemia do COVID-19 e o 
ensino remoto emergencial: mudanças na práxis docente. Interfaces Científicas-
Educação, Aracaju, v. 10, n. 1, p.41-57, 2020. 
 
SILVA, S. M. da. Plano de ensino e apostila temática. 2018. 35f. Monografia 
(Especialização em Docência no Ensino Superior) – Idaam Posgrado, 2018. 
 
VALENTE, G. S. C. et al. O ensino remoto frente às exigências do contexto de 
pandemia: reflexões sobre a prática docente. Reseach, Society and Development, v. 
9, n. 9, 2020. 
 
VIDAL, E. Ensino à Distância vs Ensino Tradicional. 2002. 76 f. Dissertação 
(Mestrado) - Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2002. 
 
 
 
UNIDADE III 
HUMANIDADES DIGITAIS – FORMAÇÃO EM CULTURA DIGITAL 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Tecnopólio 
• Cibercultura 
• Virtualização 
• Humanidades Digitais 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar o Tecnopólio 
• Compreender a Cibercultura 
• Estabelecer a técnica da Virtualização 
• Compreender as Humanidades Digitais 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade III, intitulada “Humanidades 
Digitais – formação em Cultura Digital”, da disciplina de Prática de Ensino: Estratégias 
e Tecnologias do curso de Licenciatura em História. Nesta etapa você irá compreender 
um pouco mais sobre algumas informações importantes referentes à formação por meio 
da cultura digital. 
No primeiro tópico de discussão desta unidade, iremos definir o que é Tecnopólio, 
a fim de que você possa compreender como acontece esse fator relacionado à formação 
acadêmica por meio das tecnologias, que nada mais é do que a rendição das pessoas à 
cultura digital. 
No segundo momento de discussão, será abordada a definição e as principais 
informações acerca da Cibercultura, de forma que você possa analisar como essa cultura 
estruturada pela utilização das novas tecnologias contemporânea vem sendo discutida 
na sociedade atual. 
No terceiro tópico iremos discutir sobre a Virtualização, para que a partir dessa 
discussão você possa analisar como esse processo vem acontecendo cada vez mais em 
nossa sociedade atual. 
Já no quarto e último tópico, por fim, iremos destacar as principais definições, 
conceituações e informações sobre as Humanidades digitais, a fim de que seja possível 
identificar como esse novo campo do saber vem sendo discutido no que se refere à 
formação acadêmica em cultura digital. 
 
Bons Estudos!!! 
 
 
 
1 TECNOPÓLIO 
 
 
Caro(a) aluno(a), iremos iniciar nossa discussão acerca das humanidades digitais 
e formação em cultura digital discutindo sobre o Tecnopólio, que nada mais é do que a 
rendição da cultura à tecnologia, ou seja, as pessoas, em uma sociedade geral, 
apresentam uma crença fiel e exagerada no que diz respeito às tecnologias e a ciência, 
levando a ideia de que ambas devem definir os rumos que as pessoas devem seguir 
enquanto civilização consciente. Logo, por meio dessa crença, os indivíduos são 
educados a aceitar tal realidade e deixar que continuem suas vidas sem questionar seus 
rumos (CARRER, 2016). 
 
Nesse sentido, Postman (1994) sugere como alternativa ao Tecnopólio a 
importância de não tratar da ciência e da tecnologia como coisas naturais. 
Assim, a história da humanidade necessitaria ser considerada em nossas 
aulas. Trabalhar historicamente a construção de determinado 
conhecimento é importante ideologicamente, pois nos apresenta a C&T 
como ciência mutáveis [...] (CARRER, 2016, p. 2). 
 
Nesse sentido, é importante compreender que no Tecnopólio a tecnologia passa 
a assumir cada vez mais partes de nossas vidas e instituições que quando menos 
percebermos ministrando assuntos e conteúdos sem motivos aparentes, simplesmente 
pelo fato de que o processo que deve acontecer é dessa forma, dando origem à diversos 
questionamentos, como: Por que ensinar determinado conteúdo? De quem é o interesse 
em tais assuntos?, entre outros, pois para o Tecnopólio não é interessante 
questionarmos a atual sociedade (CARRER, 2016). 
Sobre isso, Silva, Grimaldi e Fell (2013) complementam que o soberano do 
conhecimento passou a ser a tecnologia e a sociedade entendida como seu servo, 
pensando em três momentos: a utilização de ferramentas, a tecnologia e o tecnopólio. 
Com isso, o tecnopólio passa a ser entendido como um estado de cultura que envolve 
seus próprios dogmas, e define o rumo e o ritmo da sociedade. Por meio dela a técnica 
se torna o principal reconhecimento social do homem, ou seja, encontra o sentido para 
as suas ações na tecnologia. 
 
Não há mais pensamento crítico ou até analítico no tecnopólio, a máquina 
faz tudo, pensa em tudo. O trabalhador não precisa mais pensar em como 
realizar o seu serviço, a máquina diz e ele faz. Não há mais seres críticos 
e pensantes, há seres alienados. Tudo passa a ser técnico e perde-se a 
necessidade de entender o porquê das coisas, apenas se aceita 
passivamente a ordem estabelecida. O tecnopólio produz uma espécie 
de amnésia sobre o passado, em que tudo é substituído pelas 
abordagens variáveis e tecnicistas. É como se as visões e os princípios 
dos indivíduos que compõem a sociedade, antes fundamentadas em 
hábitos e valores tradicionais, fossem afetados no seu modo de refletir 
acerca do que se constituiverdade mediante a realidade enraizada e 
disseminada como senso cultural [...] (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013, p. 
203). 
 
Nesse sentido, mediante ao que os autores apresentam, percebemos o quanto as 
tecnologias estão disseminando suas utilizações em todos os cantos da sociedade, e o 
quanto estamos nos tornando dependentes da mesma e de compreender suas 
especificidades. Vemos isso, por exemplo, nas grandes indústrias, em que a mão de 
obra foi substituída por máquinas de cunho tecnológico avançado, um único aparelho faz 
o trabalho de diversos homens, dando cada vez mais abertura aquilo que é tecnológico 
e isso se dá, pois as novas tecnologias mudam nossos pensamentos e aquilo que 
entendemos como conhecimento e verdade e os nossos hábitos de pensar que dão à 
sociedade um senso crítico de como é a realidade ao natural e real das coisas. 
 
À medida que os avanços da ciência e tecnologia (tecnocracia) migraram 
para um estado em que o domínio tecnológico sobre o comportamento 
da sociedade passou a predominar, o conteúdo informacional também 
cresceu proporcionalmente, dissimulando na ideia de solução para os 
problemas de escassez de informação. Os suportes tecnológicos 
mudaram, as pessoas adquiriram computadores, a internet chegou às 
escolas, às residências, às empresas e o que parecia distante e, 
praticamente, impossível de ser alcançado, tornou-se perceptível graças 
à convergência entre tecnologia e telecomunicações: a informação em 
seu estado mais disperso (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013, p. 203 - 204). 
 
Diante disso, vemos que o tecnopólio proporcionou, de certa forma, um acesso 
mais facilitado à informação; às pessoas e a sociedade em geral foram afetadas por uma 
grande variação de informações que apresentam um distúrbio de dados incapazes de 
suprirem as necessidades dos indivíduos, caso não esteja preparado para sua produção, 
uso e comunicação (SILVA; GRIMALDI; FELL, 2013). 
Podemos complementar, na visão de Venturi (2017), que o tecnopólio nos 
apresenta um movimento de passagem das ferramentas comuns para a tecnocracia, e 
da tecnocracia ao tecnopólio como uma possível referência para uma análise ideológica, 
história e social do avanço da tecnologia nos variados contextos sociais. Logo, nessa 
cultura, as pessoas se encontram alienadas ao conhecimento crítico, vivendo somente 
a favor dos novos recursos tecnológicos, levando ao fato de que não mais perceberiam 
as ilusões da tecnologia, se tornando, assim, dependentes e sujeitando-se à 
manipulação por grupos de interesse que predominam a produção de tais recursos. 
 
[...] O tecnopólio, assim, concorreria com a tecnologia (ciência e 
tecnologia como forças determinantes do conhecimento e da verdade), 
associando-se às telecomunicações em uma avalanche informacional. 
Por isso, o autor recomenda que se mantenha uma postura crítica diante 
deste movimento cultural sob o critério da humanização da máquina ou 
da maquinização do homem, devendo-se perguntar pela tendência 
ideológica e visão de mundo que o meio tecnológico a que se estiver 
sujeito contém [...] (VENTURI, 2017, p. 45). 
 
Destarte a isso, Silva, Grimaldi e Fell (2013, p. 204) enfatizam que o autor 
Postman defende que uma forma de “definir um tecnopólio é dizer que seu sistema de 
defesa contra a informação é inoperante [...]”, metaforizando-o como uma forma de Aids 
Cultural, entendida como síndrome de deficiência anti-informação, entendendo-se, 
muitas vezes, como informação sem regra que pode ser letal, por isso, percebe-se que 
o tecnopólio pode ser compreendido como uma faca de dois gumes. 
 
Consiste na deificação da tecnologia, o que significa que ele [indivíduo] 
procura sua autorização na tecnologia, encontra sua satisfação e recebe 
ordens da tecnologia. [...] Aqueles que se sentem mais confortáveis no 
tecnopólio são as pessoas que estão convencidas de que o progresso 
técnico é a realização suprema da humanidade e o instrumento com o 
qual podem ser solucionados nossos dilemas mais profundos. Também 
pensam que a informação é uma bênção pura, que com sua produção 
contínua e não controlada e sua disseminação oferece mais liberdade, 
criatividade e paz de espírito. O fato de que a informação não faz nada 
disso – mas sim o contrário – parece mudar poucas opiniões, pois essas 
crenças resolutas são um produto inevitável da estrutura do tecnopólio 
(POSTMAN, 1994, p. 79 apud BARBOSA; MARCELINO; BAZZO, 2012, 
p. 4). 
 
Os autores supracitados complementam que apesar de pessimista, essa ideia 
reflete a realidade do século XXI, quando muitas pessoas passaram a enxergar na 
ciência e na tecnologia uma maneira de se “salvar” de doenças, produzir alimentos e 
diminuir distâncias. Com isso, é possível perceber que o tecnopólio apresenta grande 
presença de estatísticas na sociedade, como uma forma de quantificar as coisas e as 
pessoas, em que tudo precisa ser verificado e comprovado, valorizando apenas as 
pesquisas de opinião pública e testes de Q.I. 
Pensando num contexto educacional voltado ao tecnopólio Barbosa, Marcelino e 
Bazzo (2012) apresentam como exemplo o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), 
surgido em 1998, com a função de ser um processo de autoavaliação para os alunos 
dessa etapa do ensino da Educação Básica. Porém, no ano de 2009, teve sua estrutura 
toda modificada, passando a ter como intuito, basicamente: servir como autoavaliação, 
seleção para o mercado de trabalho, uma maneira de ter continuidade nos estudos e 
avaliar as escolas e alunos. 
 
Seguindo os parâmetros do PISA, o ENEM se baseia na avaliação de 
Habilidades e Competências do aluno. A primeira se relaciona 
diretamente aos procedimentos, ao plano imediato do saber fazer, 
enquanto a segunda é a mobilização de informações e habilidades para 
o conhecimento ou resolução de problemas (BRASIL, 2000, p. 5). 
Entretanto, Postman já criticava este modelo de educação em 1992: “O 
ideal de um tecnocrata – uma pessoa sem nenhum compromisso e 
nenhum ponto de vista, mas com uma abundância de habilidades 
vendáveis” (POSTMAN, 1994, p. 192 apud BARBOSA; MARCELINO; 
BAZZO, 2012, p. 8). 
 
De forma geral, a prova do ENEM possui como principal objetivo que a educação 
seja a eficiência e a “melhoria dos índices e da elevação do Brasil nos rankings de 
avaliação internacional”, o que somente é possível caso haja melhoras nos resultados 
obtidos pelos estudantes do Ensino Médio, Ensino Superior e Ensino fundamental, por 
meio das provas ENEM, ENADE e Prova Brasil, respectivamente. 
Vemos que as notas obtidas são baseadas na aplicação de cálculos meramente 
técnicos, deixando de lado a capacidade e possibilidade de análise humana e, com isso, 
passam apenas a comparar a inteligência humana à uma coisa ou objeto, que é natural 
e independente do contexto social, em que apenas a aplicação de cálculos e a ciência 
natural são levadas em consideração, e, a partir disso, vemos a inteligência sendo 
associada apenas enquanto pode ser medida ou atribuída de um valor (BARBOSA; 
MARCELINO, BAZZO, 2012). 
Em seu livro sobre o tecnopólio, Postman aborda a transformação da educação e 
propõe que seja pensado, em debate, a possibilidade de um combate afetuoso a este 
modelo de avaliação que é imposto pela sociedade, pensando, assim, em ações que não 
visem somente uma preocupação do escritor, mas podem ser vistas nas discussões de 
outras obras literárias (BARBOSA; MARCELINO, BAZZO, 2012). 
 
REFLITA 
 
“O professor americano Neil Postman nos deixa uma questão para pensar: o ser humano 
está se tornando um escravo da tecnologia e/ou um crente alienado da ciência?” 
(BARBOSA; MARCELINO; BAZZO, 2012, p. 5). 
O que você pensa sobre isso, caro (a) aluno (a)? 
 
Fonte: Barbosa, Marcelino e Bazzo (2012). 
 
#REFLITA# 
 
2 CIBERCULTURA 
 
 
Neste tópico iremos falar sobre a condição social denominada como Cibercultura. 
Para discutirmos esse assunto, é necessário enfatizarmos que no decorrer dos dias 
presenciamoscada vez mais as transformações em nossa sociedade, transformações 
essas que são oriundas da tecnologia. Com isso, cada vez mais as pessoas passam a 
se integrar ao espaço público, de forma que sejam criados e alterados conteúdos de 
multimídia, como, por exemplo, os dispositivos móveis que nos permitem que estejamos 
conectados a todo momento. 
De acordo com Santos (2011), a cibercultura é a cultura contemporânea 
estruturada pela utilização das novas tecnologias em redes do ciberespaço. Seus 
primeiros estudos sobre o assunto apontam que a cibercultura pode ser entendida como 
um modelo híbrido da internet e infraestrutura tecnológica, com as pessoas envolvidas 
em processos de comunicação por meio das redes sociais. 
 
Atualmente, principalmente por conta da emergência das tecnologias e 
dispositivos móveis, compreendemos a cibercultura cada vez mais como 
a cultura da e na interface entre o ciberespaço e as cidades – e por que 
não falarmos também nos campos? Afinal, a capilaridade do acesso à 
rede mundial vem se estendendo a cada ano. Além disso, a influência 
das tecnologias digitais em rede vem afetando os cotidianos em suas 
mais populares dimensões (SANTOS, 2011, p. 82). 
 
Carvalho (2020) relata que o que deu origem ao que chamamos hoje de 
cibercultura, está relacionado com um conjunto de técnicas, práticas culturais e 
tecnologias que foram desenvolvidas conseguinte a segunda metade do século XXI, e 
pode ser compreendida como uma nova interligação entre a sociabilidade e a novas 
tecnologias, dando origem a uma cultura contemporânea. 
 
Essa cultura contemporânea, mundial, virtual e desenvolvida no 
ciberespaço potencializa a produção, o compartilhamento, a distribuição 
e a apropriação de bens simbólicos. Nesse sentido, podemos afirmar que 
o ciberespaço representa um ambiente midiático, sendo a 
infraestrutura em que se dá a comunicação digital e também o 
conjunto de informações que ela abriga (CARVALHO, 2020, p. 14, 
grifo do autor). 
 
Dentre as principais atribuições estão a “interconexão dialógica, estabelecimento 
de comunidades virtuais como espaços de cooperação e encontro e inteligência coletiva, 
resultante da colaboração e compartilhamento de informações” (CARVALHO, 2020, p. 
14). Logo, podemos perceber que está relacionada nada mais, nada menos com a 
maneira como acontecem as trocas de ideias por meio de metodologias tecnológicas. 
 
Mesmo proporcionando uma mudança no processo comunicacional entre 
emissor-mensagem-receptor e no modelo de cultura de massa, a 
cibercultura não chega a ser uma completa superação desse modelo, 
mas apresenta-se, sim, como uma ampliação do ambiente midiático 
contemporâneo, uma forma mais complexa de reconfiguração ou 
remediação do campo midiático, econômico, político e cultural 
(CARVALHO, 2020, p. 14, grifo do autor). 
 
Pensando no contexto brasileiro, é claro que a muito tempo a questão virtual está 
inserida em nossa sociedade sem ao menos notarmos isso, vez que viemos 
acompanhando o desenvolvimento das gerações que estão relacionadas com a 
tecnologia e como utilizar a mesma, onde o comportamento das pessoas deixou de se 
limitar apenas aos relacionamentos pessoais e passaram a evidenciar cada vez mais o 
uso dos recursos tecnológicos e da internet (REZENDE, 2020). 
Analisando de uma forma geral e completa, tudo que está relacionado à cultura 
digital relacionado com os aspectos técnicos relacionados “à cultura, à religião, ao 
comportamento humano e principalmente ao uso e mudança da tecnologia pode ser 
considerado de cibercultura” (REZENDE, 2020, p. 6). 
 
Portanto temos, sim, uma mudança cultural e de hábitos da população: a 
mobilidade como fator preponderante, o consumo expressivo de vídeos 
para a informação, o uso constante da internet em plataformas de 
comunicação como redes sociais, aplicativos como WhatsApp, Tinder, 
etc. [...] entre os brasileiros é frequente o uso desses serviços, porém isso 
demonstra grande preocupação com relação à sua privacidade 
(REZENDE, 2020, p. 16). 
 
O autor supracitado complementa que toda a transformação da cultura digital no 
Brasil ocorreu em três momentos: Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0. No que se relaciona ao 
primeiro momento, a web possuía características muito próprias relacionadas à questão 
acadêmica e não possuía grandes expectativas a não ser a conexão de computadores. 
Nesse momento, o acesso à internet era baixo, e nem todos possuíam acesso; 
consequentemente, não acontecia muito a interatividade entre usuários da rede, sem 
possibilidades de expansão ou modificação. 
 
O conceito de Web 2.0, apresentado por Tim O’Reilly, define a web como 
uma plataforma na qual se consome e se produz conteúdo e pela 
facilidade de publicação, deu poder ao indivíduo, transformando-o de um 
simples consumidor de conteúdo da web 1.0 para também um produtor 
de conteúdo. Esse conceito aproveita a inteligência coletiva com a 
contribuição do usuário e cria uma rede de informações por meio da 
contribuição dos integrantes da rede (REZENDE, 2020, p. 17). 
 
Já em relação a Web 3.0, a geração que estamos atualmente, se caracteriza como 
sendo a última geração da internet, essa com mais recursos e mais inteligente, tendo 
como sua característica mais marcante a capacidade de máquinas passarem a assumir 
as atividades que antes eram realizadas de forma manual, pela mão de obra do homem. 
Logo, entendemos que a Web 3.0 passa a se apropriar de semântica e se torna cada 
vez mais um recurso de inteligência, sendo muitas vezes comparada com a inteligência 
artificial (REZENDE, 2020). 
Por fim, em relação à cibercultura na Educação, podemos compreender que, 
entendida na EaD, é baseada cada vez mais nos meios de massa como a imprensa, e 
se torna cada vez mais on-line. Percebe-se que a dinâmica da cibercultura e 
comunicação on-line entram em conflito com os fundamentos norteadores do ensino 
tradicional, em que o professor é visto como o único responsável pela transmissão dos 
conteúdos e do conhecimento (SILVA, 2008). 
 
Na cibercultura os autores da comunicação tendem à interatividade e não 
mais à separação da emissão e recepção própria da mídia de massa. 
Para se posicionar nesse contexto e aí educar, os professores precisarão 
dar-se conta do hipertexto, isto é, do não sequencial, da montagem de 
conexões em rede, que permite uma multiplicidade de recorrências 
entendidas como conectividade, diálogo e participação. Eles precisarão 
dar-se conta de que, de menos disparadores de lições-padrão, deverão 
se converter em formuladores de interrogações, coordenadores de 
equipes de trabalhos, sistematizadores de experiências (SILVA, 2008, p. 
72). 
 
Com isso, o docente poderá construir sua mediação e atuação pedagógica 
inspiradas em proporcionar oportunidades de múltiplas experimentações, conexões em 
rede como ocorrências, provocar situações de inquietação e criação, arquitetar percursos 
hipertextuais e mobilizar a experiência do conhecimento, sendo necessário, assim, que 
o professor acione a participação do receptor e garantir a bidirecionalidade da emissão 
e recepção de informações por meio da comunicação (SILVA, 2008).
 
Figura 1 - Docência interativa 
 
Fonte: Silva (2008, p. 73) 
 
Neste contexto, o professor precisa enfatizar a questão da interatividade, ou seja, 
deixar de ser apenas um transmissor de conhecimentos e tornar-se um formulador de 
problemas, provocando em seus alunos interrogações e trabalhos em equipe, 
sistematizando experiências vivas de uma educação que valoriza o diálogo (SILVA, 
2010).
 
Figura 2 - Modalidades de comunicação 
 
Fonte: Silva (2010, p. 43). 
 
Logo, com base na Figura 2, podemos compreender que os fundamentos da 
interatividade, característica da cibercultura, podem ser encontrados de forma ampla e 
completa nas mídias on-line, tendo como exemplo a participação e intervenção, a 
bidirecionalidade-hibridação e a permutabilidade-potencialidade (SILVA, 2010).SAIBA MAIS 
 
Educação 4.0: mais que um conceito, a própria realidade 
 
O termo vai além de uma tendência educacional e sim uma necessidade de 
adaptação para as gerações futuras A Educação 4.0 é uma consequência da Indústria 
4.0, também conhecida como a Quarta Revolução Industrial. Ela também pode ser 
compreendida como uma resposta às perguntas: o que se espera da escola do século 
XXI? Quais são as novas demandas dos alunos das próximas gerações? Estamos 
preparando nossos alunos para o mundo que os espera quando saírem da escola? E 
como será este mundo? Será que as habilidades que desenvolvemos hoje vão suprir as 
necessidades destes futuros profissionais? 
Diante de todas as inovações causadas pela revolução tecnológica, surge uma 
proposta de educação diferenciada, em que se prioriza a experiência prática e 
experimentação dos alunos com o learning by doing, assim como a realização de 
projetos que permitam que eles coloquem a mão na massa – Cultura Maker. Há também 
uma valorização da criatividade, interdisciplinaridade, utilização de ferramentas 
tecnológicas na sala de aula e criação de ambientes inovadores. Isso torna o ambiente 
escolar mais colaborativo e dinâmico. 
Mas, a Educação 4.0 não significa apenas oferecer computadores, tablets e 
equipamentos tecnológicos de última geração. Na verdade, ela demanda uma mudança 
maior na abordagem do ensino, baseando-se em quatro pilares: 
•Modelo sistêmico: é a avaliação que as instituições devem fazer do cenário atual, 
onde pretendem chegar e qual estratégia será usada na elaboração de um plano de 
inovação efetivo. 
•Mudança do senso comum: a busca por referenciais teóricos baseados em uma 
educação científica e tecnológica, permitindo uma base sólida para a elaboração das 
aulas. 
• Engenharia e gestão do conhecimento: refere-se ao estudo das competências e 
habilidades dos alunos. 
•Cibercultura: a preparação dos espaços de aprendizagem, para que sirvam ao 
propósito da Educação 4.0. 
 
Fonte: O Regional (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
3 VIRTUALIZAÇÃO 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), agora iremos discutir um assunto muito importante e 
pertinente a tudo que vimos até agora em nossa disciplina. Falaremos sobre a 
virtualização. 
De acordo com Lévy (1996, p. 17), “a virtualização pode ser defendida como o 
movimento inverso da atualização [...]”; caracteriza-se como sendo uma passagem do 
atual para o virtual. Logo, não é uma desrealização, “mas uma mutação de identidade, 
um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado: em vez de 
se definir principalmente por sua atualidade [...], a entidade passa a encontrar 
consistência essencial num campo problemático [...]”. Com isso, podemos entender que 
virtualizar uma entidade se refere a descobrir algo que se relaciona, de forma geral, com 
fazer mutar a entidade em relação a sua problemática e rever sua ideia atual como uma 
resposta particular. 
 
A atualização ia de um problema a uma solução. A virtualização passa 
de uma solução dada a um (outro) problema. Ela transforma a atualidade 
inicial em caso particular de uma problemática mais geral, sobre qual 
passa a ser colocada a ênfase ontológica. Com isso, a virtualização 
fluidifica as distinções instituídas, aumenta os graus de liberdade, cria um 
vazio motor. Se a virtualização fosse apenas a passagem de uma 
realidade a um conjunto de possíveis, seria desrealizante. Mas ela implica 
a mesma quantidade de irreversibilidade em seus efeitos, de 
indeterminação em seu processo e de invenção em seu esforço quanto à 
atualização. A virtualização é um dos principais vetores da criação da 
realidade (LÉVY, 1996, p. 18). 
 
Complementar a isso, Pimenta (2001) evidencia que, em sua obra, Pierre Lévy 
apresenta o quão fácil e enganosa é a oposição entre real e virtual. O virtual se opõe ao 
atual, conforme tende a se atualizar sem que se chegue a uma ideia concreta e efetiva. 
Ainda argumenta que o virtual se diferencia, também, do possível devido a já estar 
construído e latente, pronto para se tornar algo real, não tendo a criatividade do virtual. 
Por meio disso, o virtual passa a ter uma condição de fornecimento de tensões 
para o processo de criação no qual se utiliza da atualização, de forma que não seria algo 
previsível e estático, pois essa ideia de virtual se relaciona com a produtividade textual 
resultante do trabalho da desconstrução (PIMENTA, 2001). 
 
[...] Para ele, a virtualização, ou seja, o movimento de passagem do atual 
para o virtual inclui uma dinâmica do particular para uma problemática 
mais geral, sobre qual passa a ser colocada a ênfase ontológica. Ou seja, 
o virtual assume o lugar do significado, ou matriz geradora, em oposição 
à atualização particular do significante, ou o atual. Neste ponto, Lévy 
chega a comparar o virtual a um “vazio motor”, ou seja, novamente 
retorna ao conceito de estrutura ausente, incluindo aí sua força 
generativa (PIMENTA, 2001, p. 2). 
 
Conseguinte a isso, o autor supracitado enfatiza que a virtualização aumenta a 
variação de espaços e tempos; novos meios de comunicação passam a estabelecer 
diferentes modalidades de tempo e espaço que diferenciam aqueles que estão 
relacionados entre si e também aos que estão fora do sistema, chegando a serem criadas 
qualidades de história diferentes. 
Sobre este assunto, Jungblut (2004), enfatiza que se fala da virtualização como 
algo que sugere a desrealização do mundo, vez que é introduzida pela informática em 
várias de suas aplicações operantes, com isso, pode ser entendida como um processo 
de construção de uma imitação do que é real e passa a ser valorizado como uma 
realidade ideal. 
 
[...] Interessa somente a constatação geral que está em andamento um 
processo de “virtualização” – que também pode ser nomeado de 
processo de “digitalização” - de amplas atividades que compõem o 
cotidiano de milhões de pessoas e instituições. Mas, mais 
fundamentalmente ainda, interessa entender um pouco da essência disso 
que hoje chamamos de “virtual”, particularmente em sua complexa 
relação com o que, grosso modo, é colocado em oposição a isso: o real, 
o sensual, o off-line (JUNGBLUT, 2004, p. 1). 
 
O autor complementa que na visão de Lévy, algo que também é fundamental no 
entendimento acerca da virtualização se refere aquilo que o autor denomina como uma 
“virtualização como êxodo”; É entendida a capacidade que tem meios de virtualização 
de possibilitar a comunicação e a socialização das pessoas, sem que seja necessário 
estarem presentes de forma física no mesmo lugar e ao mesmo tempo. 
 
Sobre os efeitos de virtualização o filósofo Pierre Lévy, propõe a questão 
através de uma abordagem conceitual, contextualizada e reflexiva, 
desmistificando convenções de convenções, dentre elas o conceito do 
termo virtual, [...]. Segundo Lévy o virtual não é o contrário de real, [...] 
mas sim tudo aquilo que tem potencialidade para se concretizar. Assim, 
o virtual seria uma potência, ou seja, um devir outro do ser humano. O 
fenômeno da virtualização afeta nossa sensibilidade e inteligência dos 
sujeitos expostos. O que corrobora para provar isto é o estado das coisas, 
por exemplo, nas tecnologias da comunicação e o comportamento das 
sociedades, lembrando Jean Baudrillard, determinada por contaminação, 
vem sendo modificada a partir de seus efeitos mediante a utilização e 
apropriação (MENDES, 2010, p. 35). 
 
Com base nisso, entendemos que esse fenômeno que envolve a virtualização 
afeta o aspecto cognitivo dos indivíduos, e passa a instaurar um conceito de inteligência 
coletiva, potencializada pelas novas tecnologias e recursos tecnológicos, por meio da 
interação entre as pessoas e suas trocas de conhecimento de maneira coletiva. Com 
isso, é viável destacar que a virtualização amplia um campo de estudo e pesquisa amplo 
na medida em que a tecnologia e a cibercultura avança, passam a propiciar ainda mais 
estranhezas sobre a investigação,modificação e cognição humana (MENDES, 2010). 
 
SAIBA MAIS 
 
O virtual, o real e o atual — como é viver numa sociedade virtual (baseado em 
Pierre Lévy) 
 
“O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual”. Virtual vem do virtus latim, que 
significa força, potencial, o que pode vir a ser. O virtual é uma extensão natural do real, 
e é basicamente uma transformação daquilo que é atual em algo potencial. Confuso! 
Mas vamos tentar entender esse conceito, porque a ideia de virtualização para Lévy é 
realmente ampla (e interessante). 
 
Oposições 
O primeiro ponto a entender são os antônimos. Lévy toma emprestado uma 
distinção entre possível e real, feita por Deleuze em “Diferença e Repetição”. O possível 
tem todas as características do real, mas de forma latente. Para que ocorra uma 
passagem possível ou real, basta efetivar sua existência. “O possível é exatamente como 
o real: a falta de presença […] A diferença entre o possível e o real é, portanto, puramente 
lógico”. Um edifício pode ter sua distinção de um edifício real apenas um fato deste último 
existir e outro não. “Cada entidade carrega e produz suas virtualidades […] Uma 
atualização é criação, criação de uma forma a partir de uma configuração dinâmica de 
forças e finalidades”. 
O processo de atualização leva a mudanças irreversíveis, ou a virtualização leva 
apenas as possibilidades. Nesse sentido, o oposto do real seria possível, e sobraria 
para o virtual ser oposto do atual. Essa diferenciação parece banal, mas é fundamental 
para entender o que realmente é a virtualização que estamos falando nesse texto (e na 
obra de Lévy). 
 
Fonte: Oliveira (2020). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
4 HUMANIDADES DIGITAIS 
 
 
Para finalizar nossa unidade, caro(a) aluno(a), neste momento iremos falar sobre 
as Humanidades Digitais. 
 
Representando uma forte ligação entre a investigação em Humanidades 
e a incorporação de métodos e ferramentas das Tecnologias Digitais, o 
termo «Humanidades Digitais» foi cunhado internacionalmente há pouco 
mais de uma década. Aparentemente, terá sido usado pela primeira vez 
por John Unsworth, um professor universitário americano, em 2002, mas 
foi a publicação do livro Companion to Digital Humanities, em 2004, que 
marcou o início da sua utilização em larga escala. Em parte, o sucesso 
desta designação assentou no facto de ela facilmente abarcar um 
conjunto de outras designações anteriores, como Computação para as 
Humanidades, Informática Aplicada à História, Linguística 
Computacional, Património e Computação, Arte Digital, entre outras 
(ALVES, 2016, p. 91). 
 
Entende-se que são muitas as definições de Humanidades Digitais como qualquer 
outra área, para esse momento, de acordo com Susan Hockey, é uma área acadêmica 
de cunho interdisciplinar que apresenta metodologias específicas pautadas em recursos 
tecnológicos para serem associados na investigação dos campos das humanidades de 
maneira geral. 
 
As Humanidades Digitais são uma área do conhecimento dinâmica e 
interdisciplinar, assente na conexão e articulação de domínios do 
conhecimento com diferentes metodologias de investigação. No âmbito 
das Humanidades Digitais, têm particular relevância as bibliotecas 
digitais construídas para os investigadores. Atualmente, existem dois 
tipos de bibliotecas digitais, as que apresentam o acervo em modo de 
imagem e as que apresentam a informação em modo texto. Estas últimas, 
se não forem devidamente estruturadas, não permitem a reutilização da 
informação através da programação informática. O modelo das 
bibliotecas digitais está em evolução e procura adaptar-se às atuais 
exigências dos especialistas e do público (GUERREIRO; BORBINHA, 
2014, p. 1). 
 
Por meio disso, podemos entender que as Humanidades Digitais podem ser 
entendidas como um novo campo do saber e como apresenta os indicadores de um 
campo firmado por meio de diversas associações, estudos e programas de ensino e 
investigação do ensino. Essa nova maneira de investigação e desenvolvimento sobre as 
áreas de humanidades e ciências da informação orientam uma parte de pesquisa para 
identificar, definir e descrever métodos, práticas e normas que o sustentam. 
 
O alcance das humanidades digitais ultrapassa largamente a mera 
transferência do analógico para o meio digital, centrando-se no desafio 
epistemológico e na articulação com os conhecimentos e os métodos 
utilizados nas ciências humanas como um mundo digital. As bibliotecas, 
em sua forma analógica, foram essenciais para o desenvolvimento das 
humanidades ao longo dos séculos, assumindo-se como instituições 
guardiãs da memória e do conhecimento que ia sendo produzido. 
Atualmente, esse papel foi ampliado, pois, além de continuarem a ter 
funções de custódia, alargada ao mundo digital, também devem incluir a 
produção nos novos meios (GUERREIRO; BORBINHA, 2014, p. 2). 
 
Pimenta (2016, p. 20) complementa que “as Humanidades Digitais são um campo 
auto-reflexivo capaz e desejante de que a aplicação das tecnologias digitais voltadas às 
Humanidades seja ela própria o objeto de investigação do pesquisador”. A partir disso, 
podemos compreender que as humanidades digitais são marcadas pelas questões que 
envolvem a sua prática e sua técnica, que fazem parte de um canal de diálogo entre 
essas duas questões. 
 
De fato, o uso da expressão “Humanidades Digitais” pode ser apenas a 
ponta visível de um processo mais profundo: a crescente integração de 
tecnologias computacionais às pesquisas em ‘humanidades’ – processo 
que alguns consideram inexorável, e que colocaria desafios importantes 
para as humanidades e suas práticas tradicionais. Para alguns 
pesquisadores, essa integração e os desafios que ela coloca mereceram 
atenção suficiente para compor uma comunidade de práticas unida em 
torno de um termo próprio, como vimos (SOUSA, 2015, p. 1). 
 
As humanidades digitais definem uma transdisciplinar de métodos, dispositivos e 
perspectivas ligadas ao meio digital no domínio das ciências humanas e sociais, vez que 
as ciências humanas, hoje, são um grande campo de estudos em que a inserção das 
novas tecnologias e diversos recursos tecnológicos passaram a destacar uma inflexão 
multidisciplinar, que, para a Ciência da Informação, talvez aponte para uma necessidade 
de ser discutida, vez que muitas informações tornam-se características para a 
compreensão para aquilo que levou a definir as Humanidades Digitais (PIMENTA, 2016). 
 
Conhecida igualmente como Computing Humanities, as HD configuram-
se, portanto, como uma espécie de campo híbrido não apenas de estudo 
e pesquisa, mas de ensino e, principalmente de acesso à informação e 
inovação. É neste mesmo campo híbrido que se destacam os conteúdos 
informacionais produzidos e circulantes nos espaços web informacionais 
[...] Estes conteúdos podem representar e atuar direta e indiretamente na 
produção do conhecimento de qualquer área da ciência. De certo, para 
fins de objetividade deste artigo, buscamos dar destaque aqui ao caso 
das humanidades (PIMENTA, 2016, p. 22). 
 
Destarte a isso, Almeida e Damian (2015) relatam que o termo Humanidades 
Digitais surge como o entendimento de um novo campo interdisciplinar que reflete as 
práticas suscitadas pelas mudanças sociais devido à introdução cada vez maior e em 
grande escala das tecnologias digitais no contexto social, em que, neste campo se 
discutem diversos campos e enfoques, como: as tecnologias aplicadas às disciplinas 
enquadradas das áreas tradicionais de humanas e as novas áreas de pesquisa e ensino 
na educação. Logo, entendemos que as Humanidades Digitais refletem a exclusiva 
preocupação com a utilização de recursos tecnológicos nas áreas das humanidades. 
 
Além disso, as Humanidades Digitais se configuram não só como objeto 
de pesquisas, como também, cada vez mais, como um âmbito de ensino 
na graduação e na pós-graduação, e de intervenção da Universidade e 
de seus pesquisadores nos processossociais. Projetos de pesquisa-
ação, ou parcerias com instituições e movimentos sociais, são bastante 
frequentes nessa área emergente (ALMEIDA; DAMIAN, 2015, p. 8). 
 
As humanidades digitais podem ser vistas como um grande campo para o 
desenvolvimento de inúmeras políticas públicas e culturais, pensando desde o acesso a 
informações históricas e culturais, no empoderamento das pessoas e da sociedade em 
geral por meio da utilização das TICs, sendo assim, vistas como um espaço de saberes 
acadêmicos e protagonismo social (ALMEIDA; DAMIAN, 2015). 
 
REFLITA 
 
“É preciso lembrar que a BNCC também apresenta, entre as competências gerais que 
os estudantes devem desenvolver até o fim da educação básica, os conceitos de cultura 
digital, pensamento crítico e comunicação, entre outros, que dialogam diretamente com 
a ideia de educação midiática” (THOBIAS, 2021, p.1). 
 
Oriento que leia a reportagem completa para entender a questão abaixo: 
Sobre isso, como você entende que as Humanidades Digitais podem espelhar na 
Educação? 
 
Fonte: Thobias (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa terceira unidade de discussão sobre 
a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse 
um pouco mais sobre o Tecnopólio, que se caracteriza como sendo a rendição da 
sociedade à tecnologia, em que as pessoas, de forma geral, veem a tecnologia e a 
ciência como uma crença fiel, de forma que ambas possam designar os rumos da 
sociedade em geral. Com isso, percebe-se que a tecnologia passa a ser peça principal 
em nosso cotidiano e, sem ao menos percebermos, passamos a criar hipóteses apenas 
por acreditar que isso seja o correto. 
No segundo tópico de discussão foram apresentadas as definições de 
Cibercultura, que pode ser entendida como uma cultura contemporânea que passa a 
ser estruturada por meio da utilização das novas tecnologias da informação e da 
comunicação em redes de ciberespaço. Em suas primeiras discussões e definições era 
vista como um modelo híbrido da internet e tecnologia, vez que envolve pessoas em 
processos de comunicação por meio das redes sociais. 
No terceiro momento discutimos sobre a Virtualização, e foi possível verificar que 
é entendida como uma diferenciação da atualização, vez que ela é vista como sendo a 
transição do atual para o virtual, o que deixa de lado a realidade, e aumenta-se a variação 
de espaços, tempos e comunicações. 
Por fim, discutimos sobre as Humanidades Digitais. Você pode verificar que se 
refere a um novo campo do conhecimento e do saber; de forma acadêmica, possui cunho 
interdisciplinar entre os campos das humanidades em geral, vez que apresenta 
metodologias específicas associadas a recursos tecnológicos. 
Para uma ampliação do conhecimento acerca dos assuntos abordados nesta 
unidade, não deixe de acessar os materiais complementares dispostos a seguir. 
 
Até a próxima, bons estudos! 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Cibercultura e Mobilidade: a Era da Conexão 
Por André Lemos 
Introdução 
 
Estamos vivenciando profundas modificações no espaço urbano, nas formas sociais e 
nas práticas da cibercultura com a emergência das novas formas de comunicação sem 
fio. Duas formas técnicas e correlatos fenômenos sociais serão analisados aqui: as 
práticas com telefonia celular, que estão transformando o telefone móvel em um “controle 
remoto do quotidiano”, e as práticas de conexão à internet sem fio, conhecido como “Wi-
Fi”, oferecendo novas dinâmicas de acesso e de uso da rede nas metrópoles 
contemporâneas. A partir dessas tecnologias de comunicação sem fio, analisaremos as 
práticas conhecidas como “smart mobs” e “flash mobs”. O que pretendemos mostrar é 
que a era da informação, caracterizada pela transformação de átomos em bits 
(Negroponte, 1995), pela convergência tecnológica e pela informatização total das 
sociedades contemporâneas (Castells, 1996) passa hoje por uma nova fase, a dos 
computadores coletivos móveis, que chamaremos aqui de “era da conexão” (Weinberger, 
2003), caracterizando-se pela emergência da computação ubíqua, pervasiva (“pervasive 
computing”, permeante, disseminada) ou senciente3. 
Cidade, cibercultura e conexão 
 
A informatização da sociedade, que começa na década de 70 do século XX, parece já 
estar estabelecida nas principais cidades ocidentais desenvolvidas. O que está em jogo 
nesse começo de século XXI é o surgimento de uma nova fase da sociedade da 
informação, iniciada com a popularização da internet na década de 80, e radicalizada 
com o desenvolvimento da computação sem fio, pervasiva e ubíqua, a partir da 
popularização dos telefones celulares, das redes de acesso à internet sem fio (“Wi-Fi” e 
“Wi-Max”) e das redes caseiras de proximidade com a tecnologia “bluetooth”4. Trata-se 
de transformações nas práticas sociais, na vivência do espaço urbano e na forma de 
produzir e consumir informação. A cibercultura (Lemos, 2002) solta as amarras e 
desenvolve-se de forma onipresente, fazendo com que não seja mais o usuário que se 
desloca até a rede, mas a rede que passa a envolver os usuários e os objetos numa 
conexão generalizada. 
O desenvolvimento da cibercultura se dá com o surgimento da microinformática 
nos anos 70, com a convergência tecnológica e o estabelecimento do personal computer 
(PC). Nos anos 80-90, assistimos a popularização da internet e a transformação do PC 
em um “computador coletivo”, conectado ao ciberespaço, a substituição do PC pelo CC 
(Lemos 2003). Aqui, a rede é o computador e o computador uma máquina de conexão. 
Agora, em pleno século XXI, com o desenvolvimento da computação móvel e das novas 
tecnologias nômades (laptops, palms, celulares), o que está em marcha é a fase da 
computação ubíqua, pervasiva e senciente, insistindo na mobilidade. Estamos na era da 
conexão. Ela não é apenas a era da expansão dos contatos sobre forma de relação 
telemática. Isso caracterizou a primeira fase da internet, a dos “computadores coletivos” 
(CC). Agora temos os “computadores coletivos móveis (CCm)”. Podemos esboçar uma 
pequena cronologia. 
[...] 
 
Caro(a) aluno(a), oriento que você faça a leitura do material na íntegra: 
 
Fonte: LEMOS, André. O que é cibercultura? Professor Wagner Verchai de Lima, Porto Alegre, 2013. 
Disponível em: https://profwagner.wordpress.com/2013/09/05/o-que-e-cibercultura/. Acesso em: 30 mar. 
2021. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Cibercultura e formação de professor 
• Autor: Maria Teresa de Assunção Freitas 
• Editora: Autêntica. 
• Sinopse: O tema da formação de professores se faz 
presente em interessantes publicações brasileiras, 
focalizando a partir de diferentes abordagens. No entanto, 
ainda é pouco o que se tem publicado sobre as possíveis 
relações entre a cibercultura e a formação de professores. 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
• Título: Humanidades digitais e os desafios do Ensino 
Aprendizagem Onlife 
• Ano: 2020 
• Sinopse: ESUD 2020 - Dia 13, 14h - Humanidades 
digitais e os desafios do Ensino Aprendizagem Onlife 
Introdução: Raniê Solarevisky Palestrante: Sara Dias-Trindade Mediação: Karina 
Márcon 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4kessKV2Mlk 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. A. de; DAMIAN, I. P. M. Humanidades digitais: um campo praxiológico 
para mediações e políticas culturais. In: XVI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência 
da Informação, 2015, João Pessoa. Anais [...], João Pessoa: ENANCIB, 2015. 
 
ALVES, D. As humanidades digitais como uma comunidade de práticas dentro do 
formalismo acadêmico: dos exemplos internacionais ao caso português. Ler História, 
2016. 
 
BARBOSA, L. C. A.; MARCELINO, L.; BAZZO, W. A. O Tecnopólio de Postman vem 
contaminando a educação atual? In: III Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e 
Tecnologia,2012, Ponta Grossa. Anais [...], Ponta Grossa: SINECT, 2012. 
 
CARRER, J. Técnica conduzindo vidas. Criar Educação – Revista do programa de 
Pós-Graduação em Educação da UNESC, 2016. 
 
CARVALHO, G. G. Estudos Sociais. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
GUERREIRO, D.; BORBINHA, J. L. Humanidades Digitais: novos desafios e 
oportunidades. Revista Internacional del Libro, Digitaliización y Bibliotecas, v. 2, n. 
2, 2014. 
 
JUNGBLUT, A. L. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre 
virtualização, comunicação mediada por computador e ciberespaço. Horizontes 
antropológicos, Porto Alegre, v. 10, n. 21, jan./jun. 2004. 
 
LEMOS, A. O que é cibercultura? Professor Wagner Verchai de Lima, Porto Alegre, 
2013. Disponível em: https://profwagner.wordpress.com/2013/09/05/o-que-e-
cibercultura/. Acesso em: 30 mar. 2021. 
 
LÉVY, P. O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 1996. 
 
MENDES, J. N. B. Virtualização: o virtual em mídias e Educação no Ensino 
Profissional. 2002. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Mídias e 
Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 
 
O REGIONAL. Educação 4.0: mais que um conceito, a própria realidade. Catanduva, 
2021. Disponível em: https://oregional.com.br/opiniao/educacao-4-0-mais-que-um-
conceito-a-propria-realidade/. Acesso em: 14. abr. 2021. 
 
OLIVEIRA, B. O virtual, o real e o atual – como é viver em uma sociedade virtual, 
2020. Disponível em: https://medium.com/reflex%C3%B5es/o-virtual-o-real-e-o-atual-
82fdd232fbc9#:~:text=Um%20resumo%20dos%20conceitos%20de%20virtualiza%C3%
A7%C3%A3o%20de%20Pierre%20L%C3%A9vy.&text=%E2%80%9CO%20virtual%20
n%C3%A3o%20se%20op%C3%B5e,que%20pode%20vir%20a%20ser. Acesso em: 30 
mar. 2021. 
 
PIMENTA, F. J. P. O conceito de virtualização de Pierre Lévy e sua aplicação em 
hipermídia. In: XXIV Congresso Brasileiro de Comunicação, 2001, Campo Grande: 
INTERCOM, 2001. 
 
PIMENTA, R. M. Os objetos técnicos e seus papéis no horizonte das humanidades 
digitais: um caso para a ciência da informação. Revista Conhecimento em Ação, Rio 
de Janeiro, v. 1, n. 2, jul./dez. 2016. 
 
REZENDE, J. Z. Cibercultura. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
SANTOS, E. A cibercultura e a educação em tempo de mobilidade e redes sociais: 
conversando com os cotidianos. In: FONTOURA, H. A. da; SILVA, M. (Orgs.). Práticas 
Pedagógicas, Linguagem e Mídias: Desafios à Pós-graduação em educação e suas 
múltiplas dimensões. Rio de Janeiro: ANPEd Nacional, 2011. p. 75-98. 
 
SILVA, M. Cibercultura e educação: a comunicação na sala de aula presencial e online. 
Revista FAMECOS, Porto Alegre, n. 37, p. 69-74, dez. 2008. 
 
SILVA, M. Educar na Cibercultura: desafios à formação de professores para a docência 
em cursos online. Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e 
Design Digital, São Paulo, n. 3, p. 36-51, jan./jun. 2010. 
 
SILVA, M. L.; GRIMALDI, S. S. L.; FELL, A. F. de A. Tecnopólio: a rendição da cultura à 
tecnologia. Revista de Gestão e Tecnologia, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 202-206, 
jul./dez. 2013. 
 
SOUSA, M. C. P. de. As Humanidades Digitais Globais? Ciclo de Conferências: 
Congresso Humanidades Digitais em Portugal (Universidade Nova de Lisboa, 
8/10/2015), CIDEHUS (Universidade de Évora, 6/10/2015), Programa Materialidades 
da Literatura (Universidade de Coimbra, 12/10/2015). 2015. Disponível em: 
http://humanidadesdigitais.org/hd2015/. Acesso em: 31 mar. 2021. 
 
THOBIAS, E. Afinal, o que é a Educação midiática? Gazeta do povo, Curitiba, 2021. 
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/afinal-o-que-
e-educacao-midiatica/. Acesso em: 14 abr. 2021 
 
VENTURI, E. R. Desafios da tecnopolítica e do tecnopólio a partir da filosofia 
contemporânea do direito e do estado. Percurso, Curitiba, v. 2, n. 21, p. 43-46, 2017. 
 
 
 
 
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/afinal-o-que-e-educacao-midiatica/
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/educacao-e-midia/afinal-o-que-e-educacao-midiatica/
 
UNIDADE IV 
EDUCAR NA ERA DIGITAL – FORMAÇÃO DO PROFESSOR HISTORIADOR 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Métodos de Ensino On-line 
• A Educação Onlife 
• Nativos ou Nômades Digitais 
• O historiador e o uso das tecnologias digitais 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Compreender os métodos de Ensino On-line 
• Compreender a Educação Onlife 
• Conceituar sobre os Nativos e Nômades digitais 
• Analisar sobre o historiador e o uso das novas tecnologias 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade IV, intitulada “Educar na Era Digital 
– formação do professor historiador”, da disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e 
Tecnologias do curso de Licenciatura em História. Nesta etapa, você irá compreender 
um pouco mais sobre algumas informações importantes referentes à formação do 
profissional da história por meio da era digital em que estamos inseridos. 
 No primeiro tópico de discussão desta unidade iremos discutir sobre os métodos 
de ensino on-line, e você poderá compreender e analisar quais são os métodos de 
ensino/aulas mais utilizados como estratégias pedagógicas na atual sociedade, a da Era 
Digital. 
 No segundo momento de discussão, será abordada a definição de educação 
onlife, de forma que você possa verificar a definição dessa nova experiência de realidade 
hiperconectada, não fazendo mais sentido questionar-se se estamos on-line ou off-line. 
No terceiro tópico iremos conceituar e compreender sobre os Nativos Digitais e 
sobre os Nômades Digitais. Você poderá identificar em qual perfil estamos inseridos 
atualmente e como esses perfis se enquadram em nossas práticas, sejam pedagógicas 
ou profissionais. 
Já no quarto e último tópico iremos discutir sobre o historiador e o uso das novas 
tecnologias. Será possível compreendermos sobre como o uso dos recursos tecnológicos 
podem agregar e modificar a prática do profissional historiador e do docente dessa área. 
 
Bons Estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
1 MÉTODOS DE ENSINO ON-LINE 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), neste primeiro tópico de discussão de nossa última unidade 
iremos compreender mais sobre os diferentes métodos de ensino on-line, e para 
fundamentar nossa leitura, iremos nos basear, principalmente na obra de Tony Bates 
(2017) intitulada Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. 
Bates (2017) enfatiza que a aprendizagem abordada de maneira on-line tem 
influenciado, de maneira cada vez mais ativa, o ensino conhecido tradicionalmente como 
presencial, que acontece dentro das escolas, proporcionando, assim, novos métodos e 
modelos de ensino e aprendizagem. 
 
Um avanço similar ocorreu com a aprendizagem online. Inicialmente, 
havia duas influências distintas: designs do ensino em sala de aula e 
designs herdados da educação a distância baseada em livros ou 
multimídia. Ao longo do tempo, entretanto, novos designs que exploravam 
as características únicas da aprendizagem online começaram a emergir. 
A grande mudança é o ambiente de aprendizagem. Sendo assim, em vez 
de falar sobre métodos de ensino (aplicáveis para a sala de aula e online), 
começo a falar sobre modelos de design, em que um método de ensino é 
 
deliberadamente adaptado ao ambiente de aprendizagem (BATES, 2017, 
p. 156). 
 
Dando início, então, a nossa discussão será acerca dos métodos de ensino on-
line, os quais se referem ao ensino presencial, mas foram adaptados para um modelo 
que atendesse os recursos e formatos tecnológicos. O primeiro exemplo que temos é a 
Gravação de aulas expositivas: 
 
Esta tecnologia, que automaticamente grava as aulas, foi originalmente 
criada para enriquecer o modelo de sala de aula, possibilitando que os 
alunos regulares de uma sala pudessem assistir às aulas expositivas 
quantas vezes quisessem — em outras palavras, uma forma de tarefa de 
casa ou revisão (BATES, 2017, p. 157). 
 
De acordo com Godoy (1997b, p. 75), no método de aula expositiva “[...] é atécnica de ensino mais antiga e difundida na educação de nível superior”. Ela é 
apresentada como a forma de ensino mais utilizada e que as alternativas desta 
metodologia têm sido utilizadas mais para integrá-la do que a substituir. 
 
[...] normalmente tem estado mais voltada à transmissão de 
conhecimentos. Buscando, fundamentalmente, a aquisição e 
compreensão de novos conhecimentos por parte dos alunos, ela tem 
sido frequentemente criticada por estimular situações que favorecem 
aprendizagens do tipo receptiva (reprodutiva), uma vez que na 
exposição do conteúdo daquilo que deverá ser aprendido é 
apresentado ao estudante na sua forma final [...] (GODOY, 1997b, p. 
75). 
 
As aulas expositivas possuem como características fundamentais: a 
representação de novos assuntos ao aluno, fazendo com que ele busque o 
desenvolvimento de uma atitude favorável para possíveis aprendizagens futuras; 
despertar um interesse específico ao acadêmico; apresentação do plano de ensino no 
início da disciplina, de forma que o aluno passe a entender e saber o que irá estudar; 
(GODOY, 1997b). 
Pensando neste mesmo contexto, temos a técnica de Ensino em Pequenos 
Grupos, muito utilizada no ensino on-line. Essa técnica vem sendo debatida desde o 
 
início do século XXI, tendo sua origem no movimento da Escola Nova, quando se era 
questionada a escola de cunho autoritário que era vigente naquela época. De acordo 
com Godoy e Cunha (1997), em algumas pesquisas é notável que no trabalho em 
pequenos grupos, os estudantes utilizam um nível de raciocínio superior. Vale ressaltar 
que, 
 
[...] também chamado de aprendizagem cooperativa, o ensino em 
pequenos grupos vem recebendo atenção como alternativa às aulas 
expositivas. Nesta forma de trabalho, o estudante ganha papel principal, 
é na sua atividade que se concentram professor e aluno (GODOY; 
CUNHA, 1997, p. 83). 
 
As autoras supracitadas ainda relatam que nessa técnica de ensino os objetivos 
são de levar os discentes a se expressarem durante o processo de ensino e 
aprendizagem, de forma que possam falar e pensar para que haja um desenvolvimento 
e crescimento pessoal de competência. É importante ressaltar que, para a modalidade 
EAD, essa metodologia de ensino se torna válida pelo fato de que os alunos não 
possuem, muitas vezes, a presença física do professor, podendo, assim, utilizar por 
meio do grupo de estudos um novo meio de buscar uma aprendizagem mais 
significativa. 
Outra metodologia que a autora defende é a metodologia de ensino baseado 
em recursos tecnológicos e ensino individualizado é utilizada há mais de 50 anos 
e para o ensino superior na modalidade EAD é a metodologia mais discutida. Parte-se 
da ideia de que o aluno pode aprender de forma mais eficiente a partir do momento em 
que estuda sozinho por intermédio de materiais e recursos desenvolvidos pelo 
movimento denominado “Tecnologia da Educação” (GODOY, 1997a). 
 
A expressão ensino individualizada é utilizada para aquelas formas de 
instrução que priorizam o indivíduo ao invés do grupo. Muitas propostas 
de ensino individualizado foram desenvolvidas a partir dos anos 60. 
Dentre elas podemos citar: o Plano Keller, o Módulo Instrucional, o 
Mastery Learning, o IPI (Individually Prescribed Instruction), o Plan 
(Program for Learning in Accordance with Needs), o Audiotutorial 
Approach e a Instrução por Computador. Apesar desta diversidade, 
algumas características básicas orientam tais propostas (GODOY, 
1997a, p. 102). 
 
 
Tal ideia de individualização de ensino parte do pressuposto de que as 
metodologias e didáticas de ensino que tratam todos os alunos de maneira igualitária e 
similar não conseguem identificar e atender as dificuldades de todos os discentes 
envolvidos no contexto de ensino e aprendizagem. 
As abordagens aqui apresentadas, a saber: a aula expositiva, o trabalho em 
grupos e o ensino individualizado, vêm sendo muito utilizadas nas salas de aula do 
Ensino Superior na educação a distância. No entanto, compreende-se que utilizadas de 
forma descontextualizada ou sem a compreensão de que o processo de ensino e 
aprendizagem se dá por meio da interação e mediação entre professor e aluno. Essas 
metodologias não promovem uma aprendizagem significativa, pois o objeto do 
conhecimento não é aproximado à realidade social do acadêmico. 
Bates (2017) menciona sobre os cursos utilizando ambientes virtuais de 
aprendizagem – AVAs: são softwares que possibilitam aos docentes e alunos se 
conectarem e trabalharem dentro de um ambiente on-line de aprendizagem que são 
protegidos por sistemas de senhas. Tais modelos de AVAs, como o moodle, por 
exemplo, são pensados justamente para serem utilizados como se fossem, de fato, uma 
réplica da sala de aula tradicional e presencial. 
 
Há unidades ou módulos semanais, o professor seleciona e apresenta o 
material aos alunos em sala ao mesmo tempo, um grupo grande de 
matriculados pode ser organizado em seções menores com seus 
próprios professores, há oportunidades para discussões (online), os 
alunos trabalham com os materiais seguindo um ritmo semelhante e a 
158 Educar na era Digital avaliação e os trabalhos ocorrem ao final do 
curso (BATES, 2017, p. 157-158). 
 
Outro modelo de ensino on-line mencionado pelo autor supracitado é a 
aprendizagem colaborativa on-line, na qual é enfatizado que a concordância de 
abordagens construtivistas para o processo de ensino e aprendizagem e a disseminação 
das redes de internet levaram ao desenvolvimento de uma forma de ensino 
construtivista, chamada de comunicação medida por computadores (CMC), ou 
aprendizagem em rede. Ela evoluiu para o que chamamos hoje de aprendizagem 
 
colaborativa on-line, em inglês online collaborative learning (OCL). 
 
A teoria da OCL propõe um modelo de aprendizagem em que os alunos 
são encorajados e apoiados para trabalhar juntos a fim de construir 
conhecimento: para inventar, explorar maneiras de inovar e, assim, 
buscar o conhecimento conceitual necessário para resolver problemas 
em vez de recitar o que eles acreditam ser a resposta correta. Apesar de 
a teoria da OCL encorajar os aprendizes a serem ativos e engajados, 
isso ainda não é considerado suficiente para a aprendizagem e a 
construção de conhecimento [...]. Na teoria da OCL, o professor assume 
um papel-chave não como um aprendiz-parceiro, mas como um elo para 
a comunidade de conhecimento ou estado da arte naquela disciplina. A 
aprendizagem é definida como uma mudança conceitual e é primordial 
na construção de conhecimento. As atividades de aprendizagem 
precisam ser informadas e guiadas pelas normas da disciplina e um 
processo de discurso que enfatize a aprendizagem conceitual e construa 
conhecimento (HARINSM, 2012 apud BATES, 2017, p. 164). 
 
Percebemos, então, que a OCL integra as teorias do desenvolvimento cognitivo, 
que possuem como foco a aprendizagem baseada de forma convencional, em maneiras 
de aprendizagens profundas, desenvolvimento do pensamento crítico e acadêmico e a 
construção do conhecimento científico (BATES, 2017). 
 
O papel do professor ou instrutor nesse processo é considerado 
fundamental, não somente como facilitador do processo e provedor de 
recursos e atividades para a aprendizagem, mas também como 
representante de uma comunidade de conhecimento ou assunto 
específico, assegurando que os conceitos, práticas, padrões e princípios 
essenciais do assunto estudado sejam completamente integrados ao 
ciclo de aprendizagem (BATES, 2017, p. 165). 
 
Figura 1 - Aplicação da OCL 
 
Fonte: Harasim (2012 apud BATES, 2017, p. 166). 
 
Por fim, Bates (2017) apresenta, em suas discussões, a aprendizagem baseada 
em competências, que nada mais é do que iniciar pela identificação de competências e 
habilidades específicas, de forma que possibilite aos alunos desenvolver cada habilidade 
ou competência de acordo com o seu próprio ritmo de aprendizagem, o que geralmente 
utilizade um mentor em seu processo de ensino e aprendizagem. 
Nessa metodologia de ensino on-line, os discentes podem desenvolver somente 
as competências ou habilidades que acreditam serem necessárias para si mesmos, ou 
até mesmo combinarem um conjunto de competências pensados em uma qualificação 
como, por exemplo, uma certificação, uma medalha ou até mesmo uma graduação 
(BATES, 2017). 
 
Os alunos trabalham individualmente, normalmente online, em vez de em 
turmas. Caso os aprendizes possam demonstrar proficiência em certa 
competência ou habilidade, por meio de um teste ou alguma forma de pré-
avaliação, são autorizados a avançar para o próximo nível de 
competência sem ter que repetir um curso prescrito para aquela 
competência. A aprendizagem baseada em competências é uma tentativa 
de fugir do modelo da sala de aula regularmente agendada, em que os 
alunos estudam a mesma matéria ao mesmo tempo em grupo (BATES, 
2017, p. 172). 
 
 
Dessa forma, mediante ao que foi citado, podemos compreender que o valor 
referente à aprendizagem baseada por competências para o desenvolvimento de 
competências e habilidades práticas e vocacionais é cada vez mais entendido e é o 
modelo que vem cada vez mais sendo utilizado na Educação que pretende esse 
desenvolvimento. 
 
SAIBA MAIS 
 
Aprendizagem Baseada em Competências na EaD 
 
Embora os modelos tradicionais ofereçam aprendizado baseado em competências 
há muito tempo, o setor de eLearning acaba de começar a ver todo o seu potencial. 
 
O que é a aprendizagem baseada em competências? 
 
Embora essa abordagem de aprendizado tenha muitos benefícios, apenas alguns 
instrutores e designers podem implementar adequadamente o conceito em seus 
treinamentos on-line. Por esse motivo, apresentamos este artigo para mostrar os 
principais conceitos de aprendizagem baseada em competências (CBL). Neste artigo, 
veremos o que é o aprendizado baseado em competências, seus principais conceitos e 
como implementá-lo pode beneficiar seu treinamento online. 
Para começar, o que é competência? Competência é a capacidade de uma pessoa 
praticar o conhecimento adquirido ao longo do tempo. A competência é mensurável, pois 
você pode comparar as habilidades e o conhecimento de dois ou mais indivíduos com 
base no desempenho em um trabalho específico. Ser competente significa que você não 
apenas possui o conhecimento necessário para executar uma tarefa, mas também possui 
as habilidades necessárias para fornecer soluções importantes para os problemas da 
vida real. 
A aprendizagem baseada em competências é uma abordagem de aprendizagem 
em que os alunos passam de um nível de aprendizado para um nível mais alto, com base 
na demonstração de conhecimento, e não no tempo gasto em um curso específico. Essa 
abordagem de aprendizado garante que os alunos aprendam no seu próprio ritmo e se 
concentrem mais no domínio do conhecimento e de habilidades valiosas. Não se trata de 
despejar e forçar o conhecimento dos alunos. Em vez disso, garante que os alunos 
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mantenham o conhecimento e obtenham um grau específico de domínio de um 
determinado assunto antes de passar para o próximo nível de aprendizado. 
 
Benefícios práticos da implementação da CBL em seu treinamento online 
 
Concentre-se no domínio 
 
O principal objetivo do aprendizado baseado em competências é que os alunos 
não podem passar para o próximo nível de treinamento, a menos que demonstrem 
domínio de algumas habilidades específicas. Para garantir os melhores resultados, você 
deve definir um resultado de aprendizado claro e claro desde o início dos módulos do 
curso. Ao fazer isso, os alunos são capazes de entender o que precisa ser feito para 
alcançar o domínio das habilidades. Além disso, assegure-se de fornecer feedback de 
qualidade quando necessário para ajudá-los a progredir e adquirir o conhecimento certo. 
 
Desenvolvimento Integrado 
 
Um dos benefícios da aprendizagem baseada em competências é que ela se 
concentra no desenvolvimento holístico dos alunos. Com essa abordagem de 
aprendizado, os alunos podem aprender a adquirir conhecimentos e habilidades e aplicá-
los a problemas da vida real. Também os ajuda a desenvolver a atitude de querer 
aprender mais e desenvolver suas habilidades. 
 
Relevância para o mundo real 
 
Sem dúvida, a aprendizagem baseada em competências ajuda os alunos a se 
tornarem relevantes no mundo real. Isso porque se concentra mais na aplicação prática 
do conhecimento adquirido. Portanto, para permitir que seus funcionários se tornem 
relevantes com seu aprendizado baseado em competências, assegure-se de criar 
módulos instrucionais eficazes. No entanto, garanta que os módulos não exponham fatos, 
mas também utilizem estudos de caso e cenários que acionem a aplicação prática do 
conhecimento. 
 
Fonte: APRENDIZAGEM baseada em Competências na EaD. Instituto de Desenho Instrucional, 
Curitiba, 2021.Disponível em: https://www.desenhoinstrucional.com/post/aprendizagem-baseada-em-
compet%C3%AAncias-na-ead. Acesso em: 2 abr. 2021. 
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#SAIBA MAIS# 
 
2 A EDUCAÇÃO ONLIFE 
 
 
De acordo com Schlemmer, Di Felice e Serra (2020), o termo onlife se refere a 
uma nova experiência de realidade hiperconectada em que não faz mais sentido 
questionar-se se estamos on-line ou off-line. Nesse manifesto, compreende-se que as 
tecnologias digitais não são mais vistas apenas como ferramentas ou recursos a serem 
utilizados em nosso dia a dia, mas sim vistas como forças ambientais que modificam 
quem somos, as nossas maneiras de socialização, nossa concepção de realidade e 
nossas interações com a realidade. 
Os autores supracitados reforçam que o manifesto entendido como onlife percebe 
que a hiperconectividade provoca quatro transformações macro em nossa sociedade, 
são elas: 
 
a) a distinção difusa entre realidade e a virtualidade; b) a distinção difusa 
entre humano, máquina e natureza; c) a mudança da informação escassa 
para a informação abundante; d) a mudança da ênfase nas propriedades 
individuais e binárias, para a primazia das interações, processos e redes 
[...] 
O OnLIFE, onde “real” e “virtual” se (con)fundem é algo que nos instiga a 
repensar, de forma imprescindível, todas as atividades humanas e, 
principalmente, a Educação. A começar pelos conceitos de “real” e 
“virtual”. Compreendemos que o específico dessa nova realidade, o que 
faz com que ela seja hiperconectada, é o digital, em rede, sendo o virtual 
(virtus-potencia), o que emerge dessa nova realidade e, enquanto 
potência, não é específico do digital, mas sempre existiu, na história da 
humanidade. Por outro lado, o digital também possui uma realidade que 
não é feita de átomos, mas de bit. Trata-se, portanto, de uma realidade 
de outra natureza que, acoplada à realidade de átomo, potencializa a 
hiper-realidade. O humano, assim como todas as coisas, se prolongam 
no digital, se acoplam e se hibridizam com ele. Enquanto humano, amplia, 
potencializa e exterioriza sua identidade, alteridade, seu viver e conviver, 
numa nova realidade hiperconectada, OnLIFE (SCHLEMMER; DI 
FELICE; SERRA, 2020, p. 1). 
 
 
Logo, por meio desse cenário, entendemos que a Educação Onlifeacontece por 
meio das relações que acontecem através das redes de conexão, por atos conectivos 
entre seres humanos e não humanos. No caso dos não humanos, ela não se reduz às 
máquinas que operam com instruções humanas, mas sim, que possuem uma inteligência 
própria, que interage com o ser humano por meio de dados e realização de Learning 
Analytics. 
 
É interessante perceber que o Manifesto inicia com a afirmação de que as 
restrições e permissões trazidas pelo mundo digital desafiam os 
pressupostos da modernidade. No entanto, a partir do que estamos 
vivenciando com o Covid-19, compreendemos que as restrições e 
permissões trazidas pelo mundo biológico (vírus) e físico (urbano), 
também tem desafiado os pressupostos da modernidade, nos levando a 
questionar a visão antropocêntrica, antropomórfica e dualista que temos 
do mundo e, consequentemente da educação. Nesse contexto, para além 
de uma teoria da ação, centrada no sujeito e que resulta numa pedagogia 
ativa e, consequentemente, em metodologias e práticas também 
conhecidas como ativas, propomos o ato conectivo, a parti, produzido nas 
interações ecossistêmicas entre humanos e não humanos (atores-redes). 
Nessas, não há centralidade, mas rede, que pela conectividade se 
interliga a outras redes, desenhando uma arquitetura ecossistêmica. Isso 
nos instiga a pedagogias relacionais, conectivas, em rede, capaz de 
produzir metodologias e práticas inventivas, intervencionistas, reticulares 
e conectivas, num habitar atópico (SCHLEMMER; DI FELICE; SERRA, 
2020, p. 1). 
 
Com isso, percebemos que esse é o momento ideal para efetivamente discutirmos 
sobre a Educação Onlife, quando temos contato com as tecnologias atuais e 
desenvolvem-se pedagogias para a nova realidade hiperconectada. Essa educação 
indica que seja um contexto em que não haja o dualismo entre off-line e on-line, e que os 
recursos tecnológicos não sejam vistos apenas como instrumentos. 
Estamos frente a uma discussão em que devemos inovar o ponto de vista 
educacional e não reproduzirmos metodologias da modalidade presencial para a on-line, 
em que vemos uma situação de aprendizagem invertida, que nos exige muito mais do 
que resolvermos problemas, implicando em uma problematização que o mundo provoca. 
A partir disso, vemos que estamos passando por um momento de mudança na 
aprendizagem. As escolas feitas por sala de aulas passam a ser uma ecologia de 
 
plataformas de dados, acesso, coprodução e compartilhamento de informações de 
maneira interativa, o que nos leva a superar a ideia de uma educação numa perspectiva 
de cosmograma da rede compartilha de uma ecologia de aprendizagem num processo 
de educação onlife, numa relação de atores humanos e não humanos (SCHLEMMER; DI 
FELICE; SERRA, 2020). 
 
Na realidade, mais do que esta visão redutora da tecnologia, é necessário 
mudar de paradigma, para o paradigma do Onlife, termo que teve origem 
no projeto Iniciativa Onlife, lançado pela Comissão Europeia, que se 
preocupou, essencialmente, em compreender o que significa ser humano 
numa realidade hiperconectada. No The Onlife Manifesto (FLORIDI, 
2015), publicação resultante do projeto, onde se defende o fim da 
distinção entre o offline e o online, concluiu-se que as TD e as redes de 
comunicação não podem ser encaradas como meras ferramentas, 
instrumento, recurso, apoio, mas forças ambientais que, cada vez mais, 
afetam a nossa auto-conceção (quem somos), as nossas interações 
(como socializamos), como ensinamos e como aprendemos, enfim, a 
nossa concepção de realidade e as nossas interações com a realidade. 
Sendo que, em cada um dos casos, as TD possuem significado em termos 
éticos, legais e políticos provocando o enfraquecimento da distinção entre 
realidade e virtualidade; o enfraquecimento da distinção entre humano, 
máquina e natureza; a reversão de uma situação de escassez para 
abundância de informação; e a passagem da primazia das propriedades, 
individualidades e relações binárias para a primazia das conectividades, 
processos e redes (MOREIRA; SCHLEMMER, 2020, p. 25). 
 
Vemos, então, que essa compreensão de realidade hiperconectada é resultado de 
uma hibridização do mundo biológico, do físico e do digital, que nos exige rever as 
epistemologias e teorias que não conseguem alcançar sua complexidade, pois limitam o 
agir apenas de humanos, numa visão antropocêntrica. Esta é evidenciada tanto com as 
tecnologias digitais, usadas como ferramenta de apoio a serem usadas pelos humanos, 
quanto com as tecnologias digitais enquanto inteligências, que tem o humano como 
produtor, numa composição de desenvolvimento de consciência crítica (MOREIRA; 
SCHLEMMER, 2020). 
 
REFLITA 
 
Baseando-se na ideia de que concepção OnLIFE se refere à uma nova experiência de 
hiperconectividade, em que não é mais viável discutir se estamos on-line ou off-line, como 
essa nova realidade interfere no atual momento da educação? 
 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA# 
 
 
3 NATIVOS OU NÔMADES DIGITAIS 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), neste momento de nossa apostila de estudos iremos 
discutir sua formação na era digital, compreendendo as questões acerca de Nômades 
Digitais e Nativos Digitais. Em qual perfil nos enquadramos? Vamos descobrir? 
O termo nativo digital foi criado por Marc Prensky e caracteriza um nativo digital 
como aquele indivíduo que nasceu e cresceu com as tecnologias presentes em seu 
cotidiano e em suas práticas, caracterizando, assim, novos alunos para a atualidades, 
esses considerados “falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo 
games e internet (PRENSKY, 2001). 
Neste contexto, os nativos digitais são acostumados a ter todas as informações 
que querem muito rapidamente, independentemente de sua idade, vez que já nascem 
envolvidos com a tecnologia, o que de certa forma, remete a eles o gosto de processar 
várias coisas ao mesmo tempo e realizar diversas tarefas juntas. Eles preferem, na 
maioria das vezes, um acesso aleatório e ligação a uma rede de contatos, pois é mais 
fácil buscar uma informação de forma on-line, com apenas um clique, do que ler vários 
livros, essa é a realidade dessas pessoas. 
Bittencourt e Albino (2017) complementam que, no atual cenário em que nossa 
sociedade está inserida, há mais espaço para as tecnologias digitais que já existem e as 
que ainda estão por vir. Por conta disso, nos deparamos a todo momento com recursos 
 
tecnológicos em nosso meio; crianças e adolescentes possuem acesso facilitado a 
dispositivos móveis, smartphones e tablets. Vemos como exemplo uma criança de 4 - 5 
anos de idade, acessando facilmente vídeos e jogos infantis sem a mediação de um 
adulto, tudo isso devido ao fato de, desde o seu nascimento e devido a era digital que 
estamos inseridos, ter o acesso cada vez mais facilitado aos mais variados recursos 
tecnológicos, deixando de lado as brincadeiras tradicionais e se tornando reféns da 
tecnologia para realizarem todas as suas demandas. 
 
[...] o termo nativo digital foi sugerido para designar os nascidos a partir 
de 1990 e que apresentam características como familiaridade com o 
computador, com os recursos da internet e a capacidade de receber em 
informações rapidamente, processar em vários assuntos 
simultaneamente e desempenhar em múltiplas tarefas. Como nem todos 
têm fácil acesso ao computador e aos recursos da internet, pode-
se falar em usuários nativos digitais sem associá-los diretamente a uma 
faixa etária específica (BITTENCOURT; ALBINO, 2017, p. 212). 
 
Bates (2017) ressalta que os nativos digitais são aquelas pessoas/alunos que têm 
acesso e imersão facilitados com a tecnologia digital, eles pensam e aprendem de 
maneira diferente do ensino tradicional – sem uso de recursos tecnológicos – como sendo 
um resultado dessa imersão sobre as mídias digitais. Hoje, a maioria dos estudantes 
nascem e crescem envolvidos com a tecnologia e as mídias sociais, eles utilizarãoas 
novas tecnologias da informação e comunicação para o processo de ensino e 
aprendizagem. 
 
[...]os nativos digitais têm habilidades para usar as TDIC, além de se 
relacionarem com outras pessoas por meio das novas mídias, blogs e 
redes sociais e de aproveitarem, assim, as possibilidades disponibilizadas 
pelas novas tecnologias. Baseado em uma revisão de literatura sobre as 
características particulares apresentadas pelos nativos digitais e em sua 
própria pesquisa, [...] confere a esses jovens atributos como a convivência 
com computadores e videogames; conexão online constante; expressão 
e comunicação por meios mediados pelas tecnologias digitais; 
relacionamento com muitas pessoas nas redes sociais com quem 
compartilham fotos e vídeos, vários dos quais nunca conheceram 
pessoalmente; pesquisas sobre informações necessárias ou desejadas 
nas ferramentas de busca; tendência a executar várias atividades 
simultaneamente, ou seja, multitarefas; e recebimento e processamento 
rápido de informações (COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015, p. 604). 
 
 
Com isso, percebemos que o uso de recursos tecnológicos digitais aliados ao 
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem está ligado a uma nova 
construção simbólica da cultura, uma vez que está sendo resultante de um impacto na 
constituição subjetiva de como os nativos digitais aprendem. Por conta disso, os sujeitos 
envolvidos nesse contexto passam a ser peças na cultura digital, possuindo 
conhecimentos das tecnologias e recursos cada vez mais facilitados (COSTA; 
DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015). 
 
Essa geração nasceu, cresceu e se desenvolveu em um período de 
grandes transformações tecnológicas e, por suas correlações com esse 
meio digital, adquiriram competências e habilidades que lhes permitem 
desenvolverem diferentes atividades a partir desses novos meios de 
comunicação tecnológica (COELHO, 2012, p. 90). 
 
 
Complementando todo o contexto apresentado, Coelho (2012) menciona que os 
nativos digitais possuem como habilidade a realização de inúmeras coisas ao mesmo 
tempo, característica essa muito frequente na geração atual. Nessa nova geração os 
indivíduos/crianças não se amedrontam diante de desafios gerados pelas tecnologias, 
experimentam e vivenciam muitas possibilidades que são oferecidas pelos recursos 
digitais. 
Destarte a isso, compreendemos então, que os chamados nativos digitais passam 
grande parte de seus dias e de suas atividades de forma on-line, trocando mensagens, 
navegando na internet, acessando jogos, tudo isso de maneira simultânea e cada vez 
mais natural, devido ao fácil e desenvolvido acesso às redes de internet e recursos 
tecnológicos, desde quando nascem. 
Já os Nômades digitais são vistos como aquelas pessoas que se aproveitam da 
tecnologia como um instrumento facilitador para realização das tarefas diárias de sua 
profissão de forma remota. Por conta disso, não dependem de uma base fixa para 
trabalharem, conduzindo seu estilo de vida de maneira nômade, pois podem exercer suas 
funções em qualquer lugar que tenha acesso à internet e recursos tecnológicos. 
De acordo com Gomes (2019, p. 6), “os nômades digitais representam um novo 
estilo de vida, caracterizado principalmente pela liberdade constante utilizando a 
tecnologia como aliado para conciliar o turismo e o trabalho no seu dia a dia [...]”. Com 
 
isso, entendemos que essas pessoas representam um novo meio de trabalho emergente 
e com muitos desafios específicos devido à associação do trabalho remoto com os 
recursos tecnológicos. 
 
[...] os nômades digitais são pessoas com habilitações literárias de nível 
superior, que já não se identificam com uma vida de trabalho considerada 
“normal” na sociedade atual. Os nômades digitais normalmente viajam 
acompanhados e procuram seguir, mesmo que minimamente, uma rotina 
para manter a organização do trabalho. Em cada novo destino começam 
por ter comportamentos bastante aproximados de alguns turistas 
alternativos já conhecidos e parecem trazer alguns impactos positivos na 
economia local, bem como ao nível da preocupação com a preservação 
e conservação local (GOMES, 2019, p. 6). 
 
Os nômades digitais possuem como ideal de trabalho navegar pelos diferentes 
locais da mesma forma como navegam pelas redes móveis, tendo, assim, uma nova 
possibilidade de trabalho devido aos grandes avanços das tecnologias e os seus 
impactos em nossa sociedade, formando assim uma sociedade de rede (MATOS, 2018). 
Com isso, podemos concluir que, devido ao advento das novas tecnologias, acaba 
surgindo o movimento chamado “nômades digitais”, que são as pessoas que buscam na 
tecnologia uma melhor maneira de realizar o seu trabalho remotamente, no local que 
julgar necessário e mais fácil, reinventando, assim, as formas de trabalhar que 
conhecemos e estamos acostumados a lidar. Isso tudo devido a facilidade que as novas 
tecnologias nos proporcionam para atuarmos em qualquer lugar e hora, bastando apenas 
ter a sua disposição um dispositivo móvel conectado à internet. 
 
REFLITA 
 
Pensando nessas informações acerca dos nativos e nômades digitais – um desde 
quando nasce possui o acesso facilitado aos recursos tecnológicos, e o outro se apropria 
desses recursos como facilitador de seu trabalho –, você se considera um nativo ou 
nômade digital? 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
4 O HISTORIADOR E O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS 
 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico de nossa última unidade da apostila 
da disciplina “Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias”, e neste momento iremos 
conhecer um pouco mais como se dá a atuação do historiador frente ao uso das novas 
tecnologias da comunicação e informação. 
Para isso, primeiramente, precisamos compreender um pouco mais sobre a 
postura dos docentes frente às novas tecnologias educacionais. Wunsch e Fernandes 
Junior (2018) evidenciam que ao se pensar sobre a prática dos professores de forma 
inovadora e pautada no uso de recursos tecnológicos, é válido ressaltar que se fala em 
uma competência docente que está associada a dois caminhos, o da visão técnica e o 
do professor que visualiza o processo de ensino e aprendizagem como algo coletivo. 
 
Se você acha que a principal competência do professor no século XXI é 
ser um entendedor de recursos tecnológicos, sabendo como digitar, 
formatar e apenas gravar vídeos em redes sociais, acertou! Mas as 
competências vão muito além disso. É importante destacar que saber 
utilizar o recurso é algo enfatizado pela sociedade atual. A cada dia são 
divulgadas novas pesquisas com porcentagens cada vez maiores de 
pessoas com acesso a utensílios digitais (WUNSCH; FERNANDES 
JUNIOR, 2018, p. 128). 
 
 
Por conta disso, entendemos que a postura do professor frente às novas 
tecnologias deve ser repensada por meio de suas abordagens metodológicas, incluindo 
os recursos tecnológicos, como maneira pedagógica, levando em consideração sobre o 
que é ser somente um professor e o que é ser um bom professor na sociedade da 
informação em que estamos inseridos. Com base nesse pensamento, as necessidades 
dos alunos e a transmissão de experiência ocorre por meio desse processo, a vivência 
do professor norteia aquilo que será ensinado. 
 
Ao pensarmos sobre a reflexividade do professor na atualidade, 
ampliamos as visões de John Dewey, que, no início do século XX, ao 
descrever a Escola Nova, enfatizou que o professor não pode ser apenas 
um especialista em sua área: é preciso que reflita sobre a sua função 
social. Tal fato é, para Dewey, o grande erro da escola tradicional, que 
não traz a realidade social para os conteúdos trabalhados durante as 
aulas (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 131). 
 
Dito isso, devemos levar em consideração a crença de que o docente sempre foi 
e sempre será um espelho que refletirá sobre o seu aluno, não apenas questões 
educacionais, mas também questões de transformações cotidianas, ouseja, ser 
professor é preestabelecer cenários que desenvolvam críticas e reflexões, deixando de 
lado o ensino que é apenas questionador e reprodutor (WUNSCH; FERNANDES 
JUNIOR, 2018). 
Pautando-se, agora, em uma discussão voltada para o professor de história e o 
uso das tecnologias, Costa (2015) nos afirma que para o pesquisador/professor de 
história, a história de forma digital é algo visto como maravilhoso e entendido como um 
desafio em diversos sentidos. Nesse contexto, a internet é vista como um recurso novo 
e pouco estudado, o que gera novas demandas na questão da historicidade, marcando 
a articulação do saber histórico com o repensar das práticas de historiadores e 
professores de história. 
 
Estamos em um momento de transição e, portanto, a fraca visibilidade do 
digital nos currículos de formação é compreensível. Muitos professores, 
mesmo na Academia, reconhecem a importância do tema, mas não 
sabem de que forma trabalhá-los. Defendo, por isso, que a realização de 
novas pesquisas nessa área é extremamente importante. Há um avanço, 
mas este avanço ainda é – e talvez o seja por muito tempo, justamente 
 
pela “novidade” e por possíveis desconfortos que o digital gera na cultura 
escolar e na cultura histórica – acompanhado de muitos perigos e 
limitações (COSTA, 2015, p. 161). 
 
Isso reflete na questão de que o ensino de história vem sendo cada vez mais 
renovado nos últimos anos, com mais ênfase no que se relaciona à inserção de novas 
recursos metodológicos e renovação de temas discutidos, porém, é válido ressaltar que 
tais renovações ainda não apresentaram grandes interferências na metodologia do 
ensino desta disciplina. 
Em relação ao ofício do historiador, a internet é entendida como uma nova 
categoria de fontes de pesquisas e práticas profissionais e pedagógicas. Na atual 
sociedade, após a disseminação das novas tecnologias, foi possível contar com um 
suporte inesgotável de novos recursos. Contudo, o uso das novas tecnologias da 
informação e da comunicação ainda são poucas as pesquisas e práticas que se utilizam 
da tecnologia como fonte de pesquisa, pois os historiadores ainda se sentem receosos 
com o aproveitamento dessas novas metodologias (ALMEIDA, 2011). 
 
Os primeiros trabalhos que utilizam documentos digitais são muito 
recentes e, de uma maneira geral, não realizam esta tarefa. Para que os 
historiadores aceitem definitivamente os documentos digitais enquanto 
fontes primárias, é necessária a sistematização teórica e metodológica 
que vai pautar esta prática. Isto só será concretizado quando houver um 
número significativo de pesquisas que utilizem fontes digitais. O método 
será construído analisando os erros e acertos efetuados nesse processo. 
Entretanto, a escassez de referenciais não pode justificar uma falta de 
preocupação com o método (ALMEIDA, 2011, p. 1). 
 
Podemos entender que o ofício do historiador, seja na prática ou na docência, se 
baseia em fatores históricos e antigos. Os perfis desses profissionais ainda são vistos 
como obsoletos, uma vez que, mesmo atualmente, a grande maioria de suas atuações e 
práticas são vistas na materialidade do papel, ou seja, utiliza-se os recursos básicos que 
se tem como suporte (ALMEIDA, 2011). 
A palavra a definir esse momento é “adaptação”. É compreensível que a 
historiografia não acompanhe de forma imediata todas as evoluções que as novas 
tecnologias apresentam na sociedade contemporânea, mas, se tratando de recursos 
tecnológicos, as evoluções são muito rápidas e os impactos dessas evoluções são muito 
 
rápidos e significativos; tendo, assim, a necessidade de uma adaptação cada vez mais 
necessária e urgente por meio de um processo dinâmico (ALMEIDA, 2011). 
 
Outro ponto em severa transformação em uma era marcada pelas novas 
tecnologias é o contato do historiador com fontes históricas. A 
decomposição de documentos, resultado da ação do tempo e da agência 
humana, no caso do silenciamento deliberado de arquivos institucionais e 
da própria vida por parte de Estados de exceção, são alguns dos fatores 
com os quais um historiador deve lidar ao longo de sua pesquisa, 
atravessada por certa escassez de registros históricos. Trabalhar com 
temas do mundo antigo e medieval, por exemplo, é reconhecidamente 
uma tarefa difícil em razão dos obstáculos que minam o acesso às fontes 
de períodos tão distantes. Com o advento da internet, todavia, a 
abundância de conteúdos à disposição do pesquisador passou a 
energizar o seu trabalho, alimentando inúmeros caminhos que dificilmente 
seriam seguidos em contextos analógicos. Já não dependemos do 
deslocamento geográfico, do gasto com passagens aéreas e 
hospedagens, de bolsas de estudos no exterior – ainda que, por óbvio, o 
financiamento de pesquisas continue sendo uma política pública de suma 
importância (deve, inclusive, ser expandida), e as viagens a trabalho 
permaneçam uma realidade. Creio que seja possível afirmar que a 
pesquisa se tornou mais fácil com a internet (LAITANO, 2020, p. 179). 
 
Com isso, vemos o quanto a tecnologia agrega ao trabalho do historiador, uma vez 
que, por meio dela, as pesquisas, por exemplo, foram facilitadas devido a não 
necessidade de deslocamento para determinados locais longínquos e complicados para 
realizar tais pesquisas. Já para a docência, os recursos tecnológicos facilitam o trabalho 
do professor, pois os alunos estão cada vez mais conectados, e nas aulas isso não pode 
ser diferente. Hoje, o docente pode se utilizar de diversos recursos e softwares para 
agregar em suas práticas pedagógicas, deixando suas aulas mais atrativas e mais 
atualizadas mediante à grande evolução da tecnologia e dos recursos que são proventos 
dela. 
 
SAIBA MAIS 
 
Tecnologia na Educação: entenda os benefícios e desafios 
 
Quando pensamos em tecnologia na educação, a primeira ideia que vem à mente 
são aparelhos como tablets, computadores inteligentes e robôs. Realmente, esses 
 
recursos estão cada vez mais inseridos nas salas de aula, entretanto a tecnologia e a 
inovação fazem parte do ambiente escolar há mais de três séculos. 
 
A evolução da tecnologia da educação 
 
Em 2010, os jornalistas Benjamin Innes e Charles Wilson, em seu artigo “Learning 
Machines” (Máquinas de Aprendizado), publicado no jornal estadunidense The New York 
Times, abordaram a evolução das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem ao 
longo da história, desde o seu início, em 1450. 
Na época, os educadores utilizavam uma chapa de madeira com letras e figuras 
impressas, chamada Hornbook, para alfabetizar as crianças, através de textos religiosos. 
Com o passar dos anos, a ascensão do capitalismo e a Revolução Industrial no 
século XVIII, impulsionaram a criação de novas tecnologias, como o quadro negro, o 
lápis, o retroprojetor, o rádio e a TV. 
Até então, os recursos utilizados nas salas de aula tinham como foco a 
disseminação e a apresentação da informação, do professor para o estudante. Neste 
processo, pode-se dizer então, que a atuação dos alunos tinha caráter receptivo, ou seja, 
a criança recebia aquele conteúdo, mas não necessariamente participava na produção 
do conhecimento. 
A partir do século 20, a chegada da internet e a ampliação do acesso à 
computadores e dispositivos eletrônicos, deu origem a uma vasta gama de equipamentos 
e softwares que transformaram a sociedade atual. 
 
Fonte: Vieira (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa quarta e última unidade de 
discussão sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Em nosso primeiro momento de discussão foi possível que você compreendesse 
um pouco mais sobre os diferentes métodos de ensino on-line. Foram destacados os 
principais, que são: gravação de aulas expositivas e aulas expositivas, o ensino em 
pequenos grupos, o ensino baseado em recursos tecnológicos e individualizado, o uso 
de ambientesvirtuais de aprendizagens, a aprendizagem colaborativa on-line e a 
aprendizagem baseada em competências. 
No segundo tópico de discussão foram apresentadas as principais informações 
acerca da educação onlife. Você, caro(a) aluno(a), pode compreender que não há mais 
a necessidade de definirmos se estamos on-line ou off-line devido à experiência da nova 
realidade hiperconectada. 
No terceiro momento discutimos sobre a conceituação dos Nativos Digitais e 
Nômades Digitais, compreendendo que os nativos estão relacionados àqueles que já 
nascem e crescem envolvidos com a tecnologia, desenvolvendo novos alunos para a 
atual educação. Os nômades digitais são aqueles que aproveitam a tecnologia como um 
recurso facilitador para a realização de suas práticas profissionais de forma remota, não 
necessitando de uma base fixa para trabalharem. 
Por fim, discutimos sobre o historiador e o uso das novas tecnologias, 
entendendo como os recursos tecnológicos podem interferir na prática profissional dos 
historiadores e dos docentes dessa área do ensino. É válido ressaltar que se fala em uma 
competência docente que está associada a dois caminhos, o da visão técnica e o do 
professor que visualiza o processo de ensino e aprendizagem como algo coletivo 
Para uma ampliação do conhecimento acerca dos assuntos abordados nesta 
unidade, não deixe de acessar os materiais complementares dispostos a seguir. 
 
Até uma próxima, bons estudos! 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
AMPLIANDO CONCEITOS PARA O PARADIGMA DE EDUCAÇÃO DIGITAL ONLIFE 
 
Eliane Schlemmer 
José António Moreira 
 
Resumo 
 
A sociedade hiperconectada que vem se potencializando, a partir do desenvolvimento de 
tecnologias digitais em rede, tem exigido movimentos disruptivos em diferentes contextos 
do viver e do conviver em suas distintas dimensões. O campo da educação, 
principalmente, devido à pandemia do COVID-19 que impossibilitou a continuidade do 
desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem em contexto de sala de 
aula física, pela exigência do isolamento físico, viu-se forçado a usar tecnologias digitais, 
em rede, a fim de viabilizar a continuidade de seus processos. Essa situação emergencial 
evidenciou a necessidade de discutir e clarificar diferentes conceitos, tais como o de 
ensino remoto emergencial, ensino a distância, educação a distância, educação online, 
educação aberta, educação digital, entre outros, trazidos por Moreira e Schlemmer 
(2020). Assim, na continuidade da apresentação desses conceitos e, com o intuito de 
ampliar e adensar a compreensão, bem como identificar o potencial de cada um deles no 
contexto do hibridismo e da multimodalidade na educação, irão ser analisados neste texto 
os conceitos de mobile learning, pervasive learning, ubiquitous learning, immersive 
learning, gamification learning, game based learning, entre outros. Assim o nosso objetivo 
principal com este texto, de cariz eminentemente teórico, é contribuir com elementos que 
possibilitem a reflexão, auxiliando professores e gestores na superação de desenhos 
educacionais baseados na transposição de metodologias e práticas do ensino presencial 
na geografia física para uma educação digital em rede e na construção de desenhos 
disruptivos para uma educação OnLIFE. 
 
Caro(a) aluno(a), sugiro que faça a leitura do artigo completo por meio da referência: 
Fonte: SCHLEMMER, Eliane; MOREIRA, José Antonio. Ampliando conceitos para o paradigma da 
Educação Digital OnLIFE. Revista Interacções, Santarém, v. 16, n. 55, p. 103-122, 2020. 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: 20% a distância e agora? Orientações práticas para o uso de 
tecnologia de educação a distância no ensino presencial. 
• Autor: Alda Luiza Carlini e Rita Maria Lino Tarcia (2010). 
• Editora: Pearson Education do Brasil. 
• Sinopse: Diante de leis que, em alguns casos, permitem que 2 % 
das disciplinas de um curso sejam ministradas on-line, os gestores e 
profissionais da educação se depararam com uma grande questão: como implantar essa 
porcentagem de modo eficiente? Respondendo a essa e a outras questões, 2 % a 
distância - e agora?, além de explicar o que de fato significam os 2 % das aulas 
ministradas on-line, apresenta diversas ferramentas - como blogs, vídeos, podcasts e 
WebQuests - que podem ser usadas por professores e alunos para a ampliação da 
qualidade dos processos de ensino e aprendizagem, em sintonia com as demandas da 
educação contemporânea. Ideal para professores e gestores das mais diversas áreas e 
instituições de ensino superior, é também leitura obrigatória para profissionais da 
educação ligados ao ensino médio e à educação corporativa. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Humanidades Digitais e Educação OnLIFE 
• Ano: 2020. 
• Sinopse: Com a pandemia foi-se necessário repensar 
e criar novos métodos de ensino e aprendizagem, e para discutir a temática, a Revista 
Espaço Acadêmico (REA), do Departamento de Ciências Sociais (DCS) da Universidade 
Estadual de Maringá (UEM) promove nesta segunda-feira (23), às 19h, em parceria com 
o Projeto Diversitas, a live ‘Humanidades digitais e educação Onlife’, que faz parte do I 
Ciclo Onlifes. 
 Para a palestrante Renata Oliveira dos Santos, doutoranda do Programa de Pós-
Graduação em Educação- UEM, na área Política e Gestão, é importante refletir sobre as 
tecnologias digitais que podem ser meios para transmitir uma boa educação. “Em um ano 
que tivemos que adotar o ensino remoto emergencial, se faz necessário refletir sobre a 
educação em tempos de pandemia e os desdobramentos do uso digital para o ensino e 
a aprendizagem”, conclui. 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=A5zcte82rKc 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, F. C. de. O historiador e as fontes digitais: uma visão acerca da internet 
como fonte primária para pesquisas históricas. Revista do corpo discente do PPG-
História da UFRGS, n. 8, v. 3, jan./jun. 2011. 
 
APRENDIZAGEM baseada em Competências na EaD. Instituto de Desenho 
Instrucional, Curitiba, 2021. Disponível em: 
https://www.desenhoinstrucional.com/post/aprendizagem-baseada-em-
compet%C3%AAncias-na-ead. Acesso em: 2 abr. 2021. 
 
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Artesanato Educacional, 2017. 
 
BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do 
século XXI. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 12, n. 
1, p. 205-214, 2017. 
 
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livre – Linguagem e tecnologia, v. 5, n. 2, 2012. 
 
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historiador e ao professor de história. Revista Mosaico, v. 8, n. 2, p. 173-182, jul./dez. 
2015. 
 
COSTA, S. R. S.; DUQUEVIZ, B. C.; PEDROZA, R. L. S. Tecnologias Digitais como 
instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral 
da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 
3, p. 603-610, set./dez. 2015. 
 
GODOY, A. S.; CUNHA, M. A. V. C. Ensino em pequenos grupos. In: MOREIRA. 
D. A. Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 
1997. p. 83-99. 
 
GODOY, A. S. Recursos tecnológicos e ensino individualizado. In: MOREIRA, D. A. 
Didática do ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 1997a, 
p. 101-113. 
 
GODOY, A. S. Revendo a aula expositiva. In: MOREIRA. Daniel Augusto. Didática do 
ensino superior: técnicas e tendências. São Paulo: Pioneira, 1997b, p. 75-82. 
 
GOMES, N. S. Nômades digitais: quem são estes novos turistas. 2019. 156f. 
Dissertação (Mestrado em Turismo e Desenvolvimento de Destinos e Produtos) – 
Universidade de Évora, Évora, 2019. 
 
 
LAITANO, B. G. (Con)figurações do historiador em um tempo marcado pela disrupção 
tecnológica. Esboços, Florianópolis, v. 27, n. 45, p. 170-186, maio/ago. 2020. 
 
MATOS, P. Nómadasdigitais e a era dos sujeitos móveis: questões de mobilidade, 
comunicação e trabalho num estilo de vida location independent. In: ARAÚJO, E.; 
RIBEIRO, R.; ANDRADE, P.; COSTA, R. (Eds.), Viver em/a mobilidade: rumo a 
novas culturas de tempo, espaço e distância. Livro de atas, Braga: CECS, 2018. p. 
36-48. 
 
MOREIRA, J. A.SCHLEMMER, E. Por um novo conceito e paradigma de educação 
digital onlife. Revista UFG, v. 20, 2020. 
 
PRENSKY, M. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, University Press, v. 
9, n. 5, out. 2001. 
 
SCHLEMMER, E.; DI FELICE, M.; SERRA, I. M. R. de S. Educação OnLIFE: a 
dimensão ecológica das arquiteturas digitais de aprendizagem. Educar em Revista, 
Curitiba, v. 36, 2020. 
 
SCHLEMMER, E.; MOREIRA, J. A. Ampliando conceitos para o paradigma da 
Educação Digital OnLIFE. Revista Interacções, Santarém, v. 16, n. 55, p. 103-122, 
2020. 
 
VIEIRA, L. P. Tecnologia na educação: entenda os benefícios e desafios. Revista 
Quero, São José dos Campos, 2020. Disponível em: 
https://querobolsa.com.br/revista/tecnologia-na-educacao-entenda-os-beneficios-e-
desafios. Acesso em: 14 abr. 2021. 
 
WUNSCH, L. P.; FERNANDES JUNIOR, A. M. Tecnologias na educação: conceitos e 
práticas. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
 
 
CONCLUSÃO GERAL 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma etapa do curso Licenciatura em 
História e com ela a disciplina de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Ao longo das quatro unidades foram debatidos assuntos pertinentes a esse tema, 
iniciando com a compreensão acerca da Educação e Tecnologia, dando sequência, 
analisando a Educação Onlife. Na Unidade III foi possível analisar, também, sobre os 
Nativos Digitais ou Nômades Digitais, e, por fim, na Unidade IV foi possível a 
compreensão de como se dá a atuação do Historiador e o uso das novas tecnologias. 
Partindo dessas concepções, na Unidade I foi possível compreender que a 
discussão acerca das tecnologias é algo tão antigo quanto a origem da espécie humana, 
pois não está relacionada somente a objetos e técnicas digitais recentes e, por conta da 
engenhosidade humana, foram surgindo as mais variadas técnicas e recursos de 
tecnologia. Com base nisso, podemos compreender que a tecnologia está associada 
àquilo que é pertinente à condição humana, uma ciência da técnica que investiga a 
materialização da realidade do indivíduo no que se relaciona aos instrumentos e 
máquinas. Em relação à Educação, esta, em conjunto com a tecnologia, é vista como 
uma forma de proporcionar aos indivíduos uma construção de seu conhecimento de 
forma atualizada, para que, assim, as pessoas estejam preparadas para criar recursos 
tecnológicos, saber utilizá-los e desenvolvê-los, a fim de sempre compreender a 
importância de sua ligação e constantes mudanças. 
Na Unidade II você pode analisar as definições de Educação e Ensino a Distância, 
Educação e Ensino Híbrido, Ensino Remoto Emergencial e a Educação no Século XXI. 
Nesse tópico, foi possível entender que a Educação e Ensino a Distância (EAD), 
entendida como uma modalidade de ensino em que os docentes e alunos estão em 
lugares separados, ou seja, fora da sala de aula tradicional. Esta é pensada das mais 
variadas formas pelas instituições escolares e, para tal processo, faz-se o uso de 
diversas tecnologias da informação e recursos tecnológicos envolvidos no processo de 
ensino e aprendizagem. 
Já em relação à Educação e Ensino Híbrido, foi possível analisar que é entendido 
como um modelo de ensino que se associa ao uso das Tecnologias Digitais de 
Informação e Comunicação (TIDIC), com as atividades realizadas pelos professores 
durante o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, se refere à forma de ensino que 
combina atividades presenciais com atividades on-line, realizadas por meio de recursos 
tecnológicos. Deve ser compreendido muito mais do que apenas um ensino 
semipresencial, como é mais conhecido nas instituições de ensino, ele deve ser 
entendido como uma combinação das atividades com suas diferentes perspectivas, 
baseando-se em inserir o acadêmico/aluno no centro do processo de ensino e 
aprendizagem, sendo o professor um mediador do conhecimento, e não simplesmente 
um transmissor do conhecimento, como prevê a educação pautada nos métodos 
tradicionais. 
Já sobre o Ensino Remoto Emergencial foi definido em nossa discussão que, em 
2020, devido à pandemia da COVID-19 que atingiu o mundo todo, tivemos que nos 
resguardar em nossas casas e praticar o isolamento e distanciamento social. Por conta 
disso, uma área que foi muito afetada devido tal momento foi a Educação, e o que se 
discutiu muito foi o ensino remoto emergencial, afinal, a Educação não pode parar. Com 
isso, percebemos que o ensino remoto emergencial passa a ser compreendido como 
uma adaptação temporária dos currículos escolares em todos os níveis e modalidades 
de ensino, pensado como uma alternativa para que as atividades acadêmicas e 
escolares ocorram sem interrupção na formação dos alunos. 
Em relação à última discussão dessa unidade, compreendemos que no século 
XXI a Educação e o conhecimento estão sendo vistos fora da redoma. Antes somente o 
professor era visto como detentor do saber, e, com isso, as antigas formas de ensino já 
não suprem as necessidades atuais, vez que temos um ensino cada vez mais voltado ao 
uso das tecnologias e, consequentemente, ao ter qualquer informação com apenas um 
clique ou uma rápida digitação. 
A partir da Unidade III foi possível uma compreensão maior acerca das 
Humanidades Digitais e a formação em cultura digital, compreendendo sobre o 
Tecnopólio, a Cibercultura, a Virtualização e as Humanidades Digitais. Na definição de 
Tecnopólio, foi possível analisar que nada mais é do que a rendição da cultura à 
tecnologia, ou seja, as pessoas em uma sociedade geral apresentam uma crença fiel e 
exagerada no que diz respeito às tecnologias e a ciência, levando a ideia de que ambas 
definem os rumos que as pessoas devem seguir enquanto civilização consciente e por 
conta disso a tecnologia passa a assumir cada vez mais partes de nossas vidas e 
instituições. Já a Cibercultura pôde ser compreendida como a cultura contemporânea 
estruturada pela utilização das novas tecnologias em redes do ciberespaço, tendo como 
sinalização, em seus primeiros estudos sobre o assunto apontavam que esta pode ser 
entendida como um modelo híbrido da internet e infraestrutura tecnológica, com as 
pessoas envolvidas em processos de comunicação por meio das redes sociais, estando 
relacionada à um conjunto de técnicas e práticas culturais envolvidas com as novas 
tecnologias da informação e da comunicação, sendo vista como uma nova relação entre 
a sociedade e a tecnologia. 
Em relação à Virtualização, você, caro(a) aluno(a), pôde identificar que é vista 
como uma inversão da atualização, pois se caracteriza como sendo uma passagem entre 
o real e o virtual. Em relação às Humanidades Digitais, a compreensão sobre esse 
assunto se deu ao entendimento de que temos muitas definições sobre Humanidades 
Digitais como qualquer outra área da sociedade. Pode ser entendida como uma área 
acadêmica interdisciplinar que apresenta diferentes metodologias específicas 
apropriadas de recursos tecnológicos. 
Por fim, na Unidade IV discutimos sobre Educar na Era Digital – formação do 
professor historiador –, analisando os métodos de ensino on-line, a Educação onlife, 
Nativos Digitais ou Nômades digitais e o Historiador e o uso das novas tecnologias 
digitais. Foi possível analisarmos que os métodos de ensino on-line se referem aquilo 
que os docentes se utilizam para apropriar em suas aulas de maneira on-line, e como 
tais métodos podem agregar e auxiliar em suas aulas, enquanto na educação onlife, 
passamos para uma discussão em que não é mais necessário definirmos se estamos 
on-line ou off-line. Ou seja, uma nova experiência de realidade hiperconectada, que 
provoca quatrotransformações macros em nossa sociedade: a) a distinção difusa entre 
realidade e a virtualidade; b) a distinção difusa entre humano, máquina e natureza; c) a 
mudança da informação escassa para a informação abundante; d) a mudança da ênfase 
nas propriedades individuais e binárias, para a primazia das interações, processos e 
redes. 
Em relação aos nativos digitais, compreendemos que esse termo é designado 
aquelas pessoas que nascem e crescem envolvidos com os novos recursos tecnológicos 
em seu cotidiano e em suas práticas pessoais e educacionais, sendo entendidos como 
falantes nativos da linguagem digital de computadores e internet, enquanto que os 
nômades digitais são entendidos como as pessoas que usam a tecnologia como um 
recurso para facilitar a realização de seu trabalho e de suas tarefas diárias sem ter, 
necessariamente, uma base fixa de trabalho, precisando apenas de um dispositivo móvel 
conectado a uma rede de internet. 
 
Desejo a você, caro(a) aluno(a), muito sucesso em sua formação acadêmica e 
profissional! 
Até breve!!!

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