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1 TICS APLICADA À EDUCAÇÃO 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2 1. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) ................ 3 2. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO ...... 8 3. INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS E MÍDIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR 12 4. O USO DA INTERNET: UMA METODOLOGIA DINÂMICA DE ENSINO ...... 16 5. FORMAÇÃO E REFLEXÃO SOBRE O USO DO COMPUTADOR NO ENSINO 21 6. TECNOLOGIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................... 25 7. VISÃO GERAL DO USO DAS TDICS NA EDUCAÇÃO ................................. 27 8. REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 30 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 3 1. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) Figura: 1 Com o passar do tempo o homem evoluiu, e procurou desenvolver técnicas que facilitasse sua vida em sociedade, e um dos pontos principais para a melhoria da vida em grupo é a comunicação, pois é através desta que nos tornamos sujeitos ativos e capazes, nesse processo de evolução muito se inventou e desenvolveu o que nos levou a chegar à era da comunicação tecnológica, mas todo esse processo passou por várias fases e invenções que acabaram se tornando de grande importância para toda sociedade. Ao longo do século XX, mais precisamente entre os anos de 1940 e 1970, é que se dá o inicio de uma era de desenvolvimento da última geração de avanços tecnológicos. Em que através da técnica de imprimir ilustrações, como desenhos e símbolos se tornam possível transmitir informações a um determinado grupo de indivíduos, que por sua enorme expansão se torna cada vez mais acessível a um maior número de pessoas. Esse novo método de comunicação, a escrita em papel, passa a alterar o modo de vida das pessoas, pois tem maior influência sobre o modo de viver e de pensar de uma sociedade. Por volta de 1860 surge um aparelho de comunicação de grande importância também para os dias atuais, o telefone, que foi inventado pelo italiano Antonio Meucci, este 4 o inventou com o objetivo de comunicar se com sua esposa doente que ficava no andar superior da casa em uma cama, no mesmo ano o italiano tornou pública sua invenção. No Brasil o telefone foi instalado no ano de 1883 no Rio de Janeiro. Outro passo importante na evolução dos meios de informação ocorreu em 1924, com o surgimento da televisão, o que tornou possível unir as técnicas do jornal, como imagens e figuras com a técnica do rádio, a fala, essa nova invenção possibilitou ver imagens em movimento juntamente com o áudio, tornando ainda mais atrativo as informações e notícias antes transmitidas por jornais e rádio, conquistando não só o público adulto, mas também as crianças, que agora associavam o som a imagem. Ainda na década de 1940 temos outra importante evolução tecnológica foi à invenção do telefone celular que ocorreu em 1947, embora no Brasil só tenha sido difundida no ano de 1990, a princípio no Rio de janeiro, seguido depois pela cidade de Salvador. Sua principal função desde a invenção foi tornar fácil à comunicação entre pessoas que se encontravam em lugares diferentes e distantes, tornando assim possível a comunicação com familiares à longa distancia e também solucionar alguns problemas sem que houvesse a necessidade de ir até o local naquele momento. Em 1971 o computador passa por uma importante transformação, na qual surge o primeiro micro computador, desde então, o homem não teve mais limites em sua evolução, e a cada dia busca inovar, atualmente além de computadores portáteis há também computadores de mão, ambos não tem mais somente a função de calcular, e sim inúmeras e variadas funções. Junto à evolução dos computadores temos a internet, que nem sempre foi como conhecemos hoje, ela foi desenvolvida no ano de 1969, com o objetivo de auxiliar os militares durante o período da Guerra Fria na comunicação entre as bases militares dos Estados Unidos da América, com o fim da guerra o sistema de comunicação tornou se desnecessário aos militares que decidiram tornar acessível ao público à invenção. Foi a partir do ano de 1971 professores universitários e acadêmicos dos Estados Unidos passaram a fazer uso dessa tecnologia para trocar mensagens e pensamentos. E por fim em 1990 dá se a disseminação e popularização da rede de internet, que gradativamente vem evoluindo até os dias atuais, se tornando cada vez mais indispensável para nossa vida, pois estar conectado à rede mundial de computadores é uma fonte de conhecimento, interatividade e principalmente de informação e comunicação. 5 As tecnologias da informação ou como conhecemos atualmente as novas tecnologias da informação e comunicação são o resultado da fusão de três vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas. Elas criaram no meio educacional um encantamento em relação aos conceitos de espaço e distância, como as redes eletrônicas e o telefone celular, que nos proporcionam ter em nossas mãos o que antes estava a quilômetros de distância. O computador interligado a internet extrapolou todos os limites da evolução tecnológica ocorrida até então, pois rompeu com as características tradicionais dos meios de comunicação em massa inventados até o presente momento, enquanto o rádio, o cinema, a imprensa e a televisão são elementos considerados unidirecionais, ou seja, são meios de comunicação em que a mensagem faz um único percurso, do emissor ao receptor, os sistemas de comunicação que estão interligados à internet propiciam aos usuários que ambos, emissor e receptor interfiram na mensagem. Além disso, a rapidez com que a internet foi disseminada pelo mundo é enorme diante das outras tecnologias, pois, o rádio levou 38 (trinta e oito) anos para atingir um público de 50 (cinquenta) milhões nos Estados Unidos, o computador levou 16 (dezesseis) anos, a televisão levou 13 (treze) anos e a internet levou apenas 04 (quatro) anos para alcançar 50 (cinquenta) milhões de internautas. Essas novas tecnologias transformaram a vida e o cotidiano das pessoas, tanto em seu meio de comunicação, como em todos os campos da sociedade. A partir de 1980 o computador passou a funcionar como extensão das atividades cognitivas humanas que ativam o pensar, o criar e o memorizar. Segundo Pretto e Costa Pinto (2006), essas a máquinas não estão mais apenas a serviço do homem, mas interagindo com ele, formando um conjunto pleno de significado. Desde que nos deparamos com a internet uma série de funções inauguradaspor este advento veio facilitar a vida das pessoas, não só a comunicação se tornou mais ágil e fácil, como se tornou um meio facilitador das atividades realizadas no nosso dia a dia, pois por intermédio desta tecnologia e possível fazer praticamente tudo sem que tenhamos a necessidade de sair de casa, como por exemplo, a efetuação de compras, tanto de alimentos, como medicamentos, roupas, calçados, etc. Também podemos realizar transações bancárias sem ter que ir até o banco, o que é um ato muito importante visto que perante os perigos de assalto conseguimos realizar funções dentro de casa sem que 6 coloquemos nossa própria vida em risco, e mais interessante ainda é podermos realizar cursos à distância, atualmente podemos nos qualificar para o mercado de trabalho, sem que aja a necessidade de termos que nos deslocar até um determinado local. Tudo isso que citamos até agora são apenas algumas das facilidades que a internet proporcionou a vida humana, se formos pensarmos na realidade e impossível numerar todos os dispositivos que temos ao nosso alcance graças a este advento tecnológico. Atualmente a tecnologia está tão evoluída que o telefone celular que antes era usado somente para a comunicação oral, já é usado para enviar mensagens eletrônicas, tirar fotos, filmar, gravar lembretes, jogar, ouvir músicas e até mesmo como despertador, mas não para por aí, nos últimos anos, tem ganhado recursos surpreendentes até então não disponíveis para aparelhos portáteis, como GPS, videoconferências e instalação de programas variados, que vão desde ler e-book (livro eletrônico) a usar remotamente um computador qualquer, quando devidamente configurado. As tecnologias de informação e comunicação tem desempenhado um papel importante na comunicação coletiva, pois através dessa ferramenta a comunicação flui sem que aja barreira. Segundo Levy (1999), novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo da informática. A internet veio inaugurar uma forma de comunicação e de uso da linguagem através do surgimento dos gêneros digitais, nome dado às novas modalidades de gêneros discursivos surgidos com o advento da internet, os quais possibilitam a comunicação entre duas ou mais pessoas mediadas pelo computador. Figura: 2 7 As línguas estão em constante transformação e, principalmente pelo fato de o homem estar exposto a inúmeros meios eletrônicos, é que seu modo de viver vem sofrendo diversas transformações, entre elas citamos o uso do internetês, que é uma nova modalidade de expressão e linguagem que faz uso de abreviaturas, estrangeirismos, neologismos, siglas, desenhos, ícones, gírias, símbolos, tudo com o objetivo de transmitir as emoções de quem fala. Deparamo-nos com uma nova forma de comunicação: a rede ou internet, que associou o desenvolvimento e o conhecimento tecnológico ás diferentes linguagens. a internet oferece livros na rede, downloads de músicas, permite baixar obras clássicas de literatura e a troca ‘de experiências entre as pessoas, independente da distância em que se encontram. Essa interação proporciona o aprendizado e o desenvolvimento cultural, social e cognitivo. É a comunicação entre os homens que lhes permitem tornar cidadãos, pois através das várias formas de linguagem o homem consegue se organizar na sociedade. Diante dessa realidade, surgem os desafios da escola, na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que crianças, jovens e adultos tornem se usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos ou até mesmos depositórios de dados, que não fazem sentido algum. Para tanto seria preciso estudar, aprender e depois ensinar a história, a criação, a utilização e a avaliação dos equipamentos tecnológicos, analisando de forma minuciosa como estas estão presentes na sociedade e qual o impacto e implica a inserção das TICs na escola. Implica em muitos desafios, primeiro porque temos aqueles que acreditam que basta utilizarem as tecnologias que já temos para efetuar um bom papel na educação, segundo desafio e muito mais árduo é o fato de que temos que aprender a lidar com as novas tecnologias e esse processo não se detém de nenhuma receita, até mesmo porque interfere diretamente na política de gestão escolar e em seus currículos, o que desafia a escola a pensar e discutir o uso das TICs de forma coletiva, visto que seu principal objetivo é o de melhorar, promover e dinamizar a qualidade de ensino para que ocorra sempre de forma democratizações causados pelas mesmas na sociedade. 8 Ao contrário do que grande parte da sociedade pensa, os recursos tecnológicos não foram implantados nas escolas para facilitar o trabalho dos educadores, mas para que o educando aprendesse a partir da realidade do mundo e principalmente para que esse indivíduo consiga então agir sobre essa realidade, transformando-a e assim transformando a si próprio. Todo e qualquer conhecimento implica uma série de ações, e todo indivíduo deve agir sobre o objeto do conhecimento para que se torne possível reconstruí-lo e até mesmo ressignificá-lo. Afinal é extremamente importante à interação do sujeito com as pessoas e com o meio, desde o momento de nosso nascimento passamos a interagir com o meio e com as pessoas, sendo esta uma relação de aprendizado. A partir do conhecimento compartilhado e interativo temos a promoção do novo, isto é, precisamos transformar concepções teóricas e metodológicas de modo que estas acompanhem toda a evolução tecnológica e cientifica que ocorre e que possivelmente ocorrerá no decorrer dos próximos anos. 2. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO Figura: 3 9 Castells (1999) e Werthein (2000) consideram que há diferentes canais de comunicação promovidos pelas tecnologias moldando a sociedade em que vivemos. Similarmente, Primo (2013, p. 16) afirma que a “cibercultura de fato transformou substancialmente a vida em todos os seus aspectos e já não se pode pensá-la distante das mediações digitais”. Santaella (2013, p. 33) também ressalta que “a história, a economia, a política, a cultura, a percepção, a memória, a identidade e a experiência estão todas elas hoje mediadas pelas tecnologias digitais”. Para Lévy (1993, p. 54), “na medida em que a informatização avança certas funções são eliminadas, novas habilidades aparece, a ecologia cognitiva se transforma”. Consequentemente, este mundo contemporâneo impõe aos sujeitos uma variedade infindável de exigências que multiplicam enormemente a gama de práticas sociais, que de uma forma ou de outra, devem ser abordados na esfera escolar. As tecnologias de informação e comunicação ampliaram as possibilidades de aprendizagem, possibilitando novos formatos, modalidades e ferramentas nos processos de ensino e aprendizagem. Neste contexto em que a informação circula de forma tão rápida e dinâmica, como nos dias atuais, em função destas tecnologias, o ambiente escolar deve estar atento e, na medida do possível, acompanhar esta velocidade, afinal as mudanças não só afetam os recursos e ferramentas que podem ser usadas por professores e alunos, mas as práticas sociais e comunicativas de uma forma mais ampla, gerando reflexos nas atividades educacionais e nos perfis dos atores sociais que delas participam. Para que isso aconteça, é imperativo a utilização adequada e reflexiva das ferramentas tecnológicas associadas a uma boa rota de aprendizagem. O uso do computador como ferramenta de leitura, de escrita e de pesquisa, além de poderem tornar as aulas mais diversificadas, ricas, produtivas e atrativas, possibilita aos alunos diferentes e novas oportunidades de desenvolverem habilidades de compreensão, produção e edição de textos a partir de uma ferramenta tecnológica. Sendo assim, a capacidade de uso das ferramentas disponibilizadaspela tecnologia passa a estar intimamente relacionada com as competências que devem ser desenvolvidas pelos sujeitos contemporâneos. Sob a mesma ótica, Vilaça e Araújo (2012, p. 61) comentam que, por meio da internet, há a disponibilização de “diversas possibilidades para a prática de leitura e de 10 escrita e diferentes formas de comunicação, possibilitando assim novas e enriquecedoras maneiras de realizar práticas sociais por meio da linguagem” Em outras palavras, o computador além de ser um instrumento que auxilia o aprendizado em sala de aula, também possibilita que o estudante se insira de forma mais plena dentro de uma sociedade globalizada e hipermidiática, o que resulta não apenas na ampliação da sua inclusão digital, mas no desenvolvimento de novos letramentos que contribuem para a cidadania. É indispensável ter sempre em mente que as tecnologias digitais não devem ser vistas apenas como equipamentos de modernização das práticas pedagógicas, sob uma busca de uma tão defendida “inovação”. Como destacam Moreira e Kramer (2007), é importante ressaltar que não se trata de estudar o computador por si só, enquanto dispositivo tecnológico, mas sim familiarizar-se com ele e utilizá-lo para a realização de práticas sociais, da mesma forma que se utiliza o lápis, o livro ou qualquer outro instrumento educacional no contexto escolar. Rojo (2012, p. 22) defende que “não são as características dos ‘novos’ textos multissemióticos, multimodais e hipermidiática que colocam desafios aos leitores”, afinal as crianças e os jovens são cada vez mais considerados nativos digitais, ou seja, já se familiarizam com a tecnologia e suas possibilidades desde pequenos, apresentando mais facilidade e prazer ao utilizar os dispositivos digitais. O estudante nativo digital está em contato diário com as mais diferentes tecnologias. De forma a oferecer uma resposta adequada a essa realidade crescente e atender às “demandas emergentes”, a escola e o professor necessitam propor metodologias utilizando-se das tecnologias de informação e comunicação, incluindo a internet, disponível como sua aliada no processo de ensino aprendizagem. 11 Figura: 4 Rojo (2012) alerta, portanto, que o grande desafio é as próprias práticas escolares, já engendradas, restritas e insuficientes até mesmo para a “era do impresso”. Segundo a autora, diferentemente das mídias impressas e analógicas, a mídia digital permite que o usuário interaja em vários níveis e com vários interlocutores (interface, ferramentas, outros usuários, textos/discursos etc.). Trindade (2008, p. 69) também afirma que “a tecnologia diminuiu de tal forma as distâncias e o tempo, que já não é figura de linguagem dizer que o mundo é uma pequena aldeia”. A mesma tecnologia que foi inicialmente desenvolvida para atender a atividades econômicas, agora está presente em quase todas as atividades humanas. Por outro lado, deve-se lembrar de que, principalmente devido às diferenças sociais e econômicas, a utilização da tecnologia ainda é restrita e há pessoas que não acessam a rede mundial. Desta maneira, ao levar em consideração que o jovem está na escola sendo preparado para ocupar um lugar no mercado de trabalho e ocupar um lugar de cidadão pleno nesta sociedade globalizada, é de suma importância que o mesmo tenha consciência das tecnologias de informação e comunicação e suas possibilidades para a realização de práticas sociais. Afinal, “todas essas ferramentas mais recentes permitem (e exigem, para serem interessantes), mais que a simples interação, a colaboração” (ROJO, 2012, p. 24). 12 Entretanto, esta interação e colaboração não dever ser confundida, sob risco de superficialidade demasiada e perigoso reducionismo, com a existência de laboratórios de informática ou projetores em salas de aula, assim como afirma Vilaça (2014). Apenas a presença de dispositivos tecnológicos não assegura práticas pedagógicas interdisciplinares. Infelizmente, por muitas vezes, os laboratórios de informática são criados nas escolas, mas apenas funcionam em horários estabelecidos e ficam a maior parte do tempo fechados. Em muitos casos, cria-se uma disciplina de informática, isolada, com um professor e atividades específicas. O entrelaçamento entre áreas do conhecimento, associado aos conteúdos e as atividades realizadas no laboratório de informática ou com outros dispositivos tecnológicos em sala de aula, exige do professor não somente um maior tempo disponível para elaborar a sua aula, mas também um maior tempo para rever a sua prática, afinal, esta ação pedagógica diferenciada requer a integração dos conhecimentos. Apenas desta forma poderá ser propiciada a potencialização do conhecimento interdisciplinar com a utilização de ferramentas tecnológicas, garantindo assim, a significação dos conteúdos para os alunos. 3. INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS E MÍDIAS DIGITAIS NO CONTEXTO ESCOLAR 13 Figura: 5 Os profissionais da educação vêm, cada vez mais, contando com a presença de tecnologias e mídias digitais nas escolas, tais como: notebooks educacionais, computadores, internet, lousa digital, dentre outras. É fato que essa realidade trouxe implicações para a prática pedagógica dos mesmos, haja vista, que estes profissionais precisam buscar uma formação mais consistente para lidar com esta nova realidade e contemplar esses recursos tecnológicos em suas atividades diárias, seja por solicitação da equipe pedagógica, da mantenedora ou mesmo dos alunos que, observando a presença dos recursos em sala de aula, questionam os professores sobre a sua utilização. Outro aspecto importante é o fato de que vivemos em uma sociedade cuja tecnologia avança continuamente, não sendo possível retroceder ou desprezar o potencial pedagógico que as tecnologias e mídias digitais apresentam quando incorporadas à educação. Conforme defende Castells (1999, p. 37), “[...] é nessa sociedade que vivemos e ela é a que devemos conhecer se quisermos que nossa ação seja ao mesmo tempo relevante e responsável”. Relacionando a presença das tecnologias com a prática pedagógica Almeida (2010, s/p) aponta que: O importante é que o professor tenha oportunidade de reconhecer as potencialidades pedagógicas das TIC5 e então incorporá-las à sua prática. Nem todas as tecnologias que surgirem terão potencial. Outras inicialmente podem não ter, mas depois o quadro muda. Primeiro, é preciso utilizar para si próprio para depois pensar sobre a prática pedagógica e as contribuições que as TIC podem trazer aos processos de aprendizagem. Salienta-se que a utilização das tecnologias e mídias digitais pode ocorrer de forma a potencializar e dinamizar os processos de ensino e aprendizagem. Por outro lado, lembramos que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação, por si só, não garante mudanças significativas nos processos educativos. Isso porque, frente à presença das tecnologias e mídias digitais é necessário que os profissionais envolvidos no ato de educar revejam suas concepções, metodologias e estratégias de ensino à luz de uma nova cultura: a cibercultura. A Cibercultura tem desencadeado mudanças no cotidiano dos cidadãos, nas práticas de letramento, nas transações 14 econômicas, nos processos de acesso e consumo das informações etc. De acordo com Levy (1999, p. 17): O ciberespaço [..] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamentecom o crescimento do ciberespaço. Esse processo cultural que se desenvolve e se dissemina suportado na tecnologia digital, tem colocado à escola e, portanto, aos professores, a necessidade de discutir o processo de utilização, integração e apropriação das tecnologias e mídias digitais às práticas pedagógicas. Para nosso contexto de argumentação, é relevante salientar a colocação de Moran (2007) quando ele afirma que, a propósito da utilização das tecnologias no ambiente escolar com caráter educativo, é fundamental formação técnica para o domínio dos programas e recursos e também pedagógica, para possibilitar a articulação e integração das tecnologias ao trabalho com as diferentes áreas do conhecimento. Sobre a apropriação pedagógica das tecnologias digitais disponíveis nas escolas, Moran (2007) aponta a existência de três etapas: Tecnologias para fazer melhor o mesmo que corresponde a utilização das tecnologias a fim de ajudar na organização e apresentação dos conteúdos trabalhados em sala de aula; Tecnologias para mudanças parciais, que diz respeito a utilização mais constante das tecnologias em sala de aula e laboratórios de informática, embora o foco continue na transmissão de saberes centralizados no professor e, Tecnologias para mudanças inovadoras que buscam provocar mudanças na escola que dizem respeito a flexibilização da organização curricular e a forma de gestão do processo de ensino e aprendizagem. Com base nas pesquisas desenvolvidas por Moersh (1996) e nos Estágios/Modelo apresentados pelo Projeto ACOT6 (1997) sobre os níveis de integração das tecnologias em sala de aula, Marqueti (2015) propõe uma categorização que evidencia as etapas para o processo de utilização, integração e apropriação tecnológica nos contextos educacionais, as quais demonstraram na Tabela 1: 15 Tabela 1 – Etapas do processo de apropriação tecnológica Etapas Características Utilização Utiliza as tecnologias e mídias digitais de maneira instrumental. Integração As tecnologias e mídias digitais tornam-se parte do planejamento de ensino Apropriação As tecnologias e mídias digitais são internalizadas pelos professores Fonte: Dados organizados pelos autores com base em Marqueti (2015). Por meio das etapas demonstradas na Tabela 1 compreendemos que, para ocorrer a apropriação das tecnologias por parte dos professores, há momentos que circundam a prática pedagógica relacionados à utilização instrumental de tecnologias e mídias digitais e situações em que esses recursos se constituem como parte do planejamento de ensino do professor. Em relação à prática docente, Lopes (2005, p. 34) enfatiza que o uso das tecnologias e mídias digitais exige, por parte do professor, a elaboração de uma nova abordagem teórica, centrada na valorização do conhecimento e que busque ensinar e aprender a buscar o saber. No intuito de estabelecer uma relação entre o papel do docente - mediador das relações - e o processo de ensino, Masetto (2013, p.142) afirma a necessidade de que o professor: [...] desempenhe o papel do especialista que possui conhecimentos e/ou experiências a comunicar, no mais das vezes desempenhará o papel de orientador das atividades do aluno, de consultor, de facilitador da aprendizagem, de alguém que pode colaborar para dinamizar a aprendizagem do aluno, desempenhará o papel de quem trabalha em equipe, junto com o aluno, buscando os mesmos objetivos; numa palavra, desenvolverá o papel de mediação pedagógica. 16 Como mediador das relações estabelecidas entre o aluno e o conhecimento e frente às tecnologias presentes no ambiente educativo, Fiorentini e Lorenzato (2006, p.46) ressaltam que: [...] parece haver uma crença, entre alguns responsáveis pelas políticas educacionais, de que as novas tecnologias da informação e comunicação são uma panaceia para solucionar os males da educação atual. [...] se, de um lado, pode ser considerado relativamente simples equipar as escolas com essas tecnologias, de outro, isso exige profissionais que saibam utilizá-las com eficácia na prática escolar. Ao discorrer sobre as condições de apropriação pedagógica das tecnologias digitais dos profissionais na educação, os autores ponderam a necessidade de aperfeiçoamento das práticas dos profissionais diante dessa demanda. De acordo com Gomes (2013, p. 43) os professores possuem níveis de intimidade diferentes em relação ao uso do computador e nem sempre utilizam esses recursos em suas vidas pessoais ou possuem o domínio necessário nessa prática, sendo importante uma formação de professores voltada aos níveis de apropriação e/ou intimidade com as tecnologias e mídias digitais. 4. O USO DA INTERNET: UMA METODOLOGIA DINÂMICA DE ENSINO Possibilitar essa nova forma de pesquisa escolar mediada pela internet na sala de aula, é conduzir para uma nova concepção de fonte de conhecimento que supere a mera cópia do trabalho que o professor elenca para o aluno. Ir até a biblioteca para fazer a pesquisa e, ao chegar lá, a bibliotecária já deixar a página da enciclopédia marcada, preparada para o aluno realizar a cópia, pouco ou nenhum conhecimento real produz. Assim, que essa nova alternativa ler/escrever que ultrapassa as paredes das tradicionais bibliotecas propicie um ato de construção do saber, que promova uma ação educativa transformando o educando em um sujeito leitor-escritor. Segundo o autor José Manuel Mouran (1997), a internet é entre tantos mais um rico recurso para uma metodologia dinâmica de ensino, quando bem explorada nos proporciona uma vasta quantidade de ferramentas que podem enriquecer o processo de ensino 17 aprendizagem, entre tantos artifícios, selecionamos os seguintes recursos: o alto poder de divulgação, pesquisa, comunicação, exploração, informação, educativos. As pesquisas podem ser realizadas durante as aulas ou na biblioteca, salas de laboratórios, como sendo atividade livre ou opcional, individual ou em grupo. Valem lembrar que o professor nesse momento deve estar atento para orientar os alunos nas escolhas das informações, ambos trabalhando em conjunto para a escolha de conteúdos significativos, que ampliem o grau de compreensão e conhecimento do educando, e que estes se tornem capazes de avaliar e reelaborar suas próprias escolhas. Podemos definir pesquisa como uma busca contínua pelo ato do saber, do conhecer, do descobrir. Bagno (2000, p. 17) define pesquisa: Pesquisa é uma palavra que nos veio do espanhol. Este por sua vez herdou-a do latim. Havia em latim o verbo perquiro que significava ‘procurar; buscar com cuidado; procurar por toda parte; informar-se; inquerir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca’. O particípio passado desse verbo latino era perquisitum. Por alguma lei da fonética histórica, o primeiro R se transformou em S na passagem do latim para o espanhol, dando o verbo pesquisar que conhecemos hoje. O interesse pela pesquisa não deve partir somente da obrigatoriedade do aluno corresponder ao aplicado pelo professor, mas sim, deve ser também o objeto de desejo do professor; um bom professor deve ser um bom pesquisador para poder exigir a participação do aluno. É necessário que haja uma interação entre quem aprende e quem ensina, para que aconteça uma troca de conhecimentos significativa em que ambos sejam igualmente recompensados pelo ato de ensinar e aprender. 18 Figura: 6 O ritmo acelerado e a quantidade de informações, que circulam no mundo atualmente pela internet, exigem do aluno a capacidade de absorver e selecionar o máximo possível dessas informações. Assim, o professor deve criar critérios metodológicos para produzir uma educação com qualidade, e quem trabalha na área de educação conhece os novos desafios criados pelas mudanças e transformações, que gera nos modos de produção de conhecimento, que são provocados pelo usoda internet e, além de proporcionar formação cultural, ela pode efetivar a implementação da transdisciplinaridade na sala de aula. Mouran (1997) contribui em muito com nosso trabalho ao relatar algumas metodologias que desenvolveu em instituições públicas de ensino. O primeiro passo foi introduzir a internet para que os educandos conhecessem e aprendessem a lidar com esta, logo após cadastrou os alunos para que tivessem um e-mail pessoal, assim poderiam pesquisar e guardar suas pesquisas, endereços e artigos. Essa atividade de integração do individuo com o meio tecnológico para que esse fizesse uso dessa ferramenta em benefício a sua aprendizagem, motivou os alunos nas aulas, contribuiu no desenvolvimento da instituição, na flexibilidade mental, adaptação a ritmos diferentes, desenvolvimento de novas formas de comunicação, aumento do interesse pelo estudo de línguas, ampliação 19 das conexões linguísticas, geográficas e interpessoais. Podemos observar que o simples ato de introduzir a internet a sua prática cotidiana, permitiu ao educando lidar com novos desafios e estimular a prática de trabalho cooperativo. A internet, quando é bem utilizada, é um recurso que possibilita uma metodologia de ensino mais dinâmica, pois ela oferece uma vasta quantidade de ferramentas que enriquecem o processo de ensino e aprendizagem. A internet é uma aliada do processo de formação pessoal e profissional. No entanto, é necessário utilizar esses recursos para desenvolver competências. Um processo de ensino também muito interessante se quando realizado de forma satisfatória e compromissado é o ato de ensinar, aprender e desenvolver a prática pedagógica por meio da integração das TICs e em especial quando realizada a integração de conteúdos escolares por meio de projetos interdisciplinares, torna o aluno muito mais ativo, aprendendo a fazer, testar e levantar ideias e hipóteses, o que o torna investigativo e selecionador daquilo que lhe é proposto como estudo. Cabe ao professor gerar situações instigantes que levem os alunos interagir, trabalhar em grupo, e consequentemente produzir novos saberes. O ato de associar a utilização das tecnologias à Metodologia de Projetos no ambiente escolar favorece o aprendizado, pois a aprendizagem é facilitada quando o aluno participa responsavelmente do seu processo, quando o aluno envolve sua inteligência e seus sentimentos, o aprender se torna impregnante e durável. Uma integração entre as informações adquiridas por meio do acesso que o computador disponibiliza e a produção de conhecimentos, indiretamente estará formando um aluno com mais possibilidades de contribuir socialmente. A aprendizagem por meio de projetos propõe uma formação de indivíduos com uma visão global da realidade, o que o prepara para a aprendizagem ao longo da vida, visto que, quanto maior o envolvimento do aprendiz com o seu processo de aprendizagem, com os objetivos de seu conhecimento, maiores serão as possibilidades de uma aprendizagem significativa, é preciso que o aluno entre em contato com o meio, isto é, com seu objeto de estudo para que faça sentido para sua realidade vivida, não basta apenas realizar pesquisas bibliográficas, é preciso envolvimento. 20 O anseio de um educador é que seus alunos sejam frequentes, atuantes e participativos, mas, é necessário examinar cuidadosamente quais são os métodos utilizados para que isso aconteça em sala de aula. Figura: 7 O progresso tecnológico favorece novas técnicas de comunicação e principalmente como fonte de pesquisa no qual, quantidade e variedade de acervos disponíveis na internet, são imensuráveis e podem aprimorar a qualidade de ensino. A educação precisa se desenvolver, adaptar, inovar e, principalmente, se atualizar, para acompanhar o desenvolvimento do ser humano. Podemos perceber que na evolução da tecnologia, a educação é um dos campos da sociedade que menos acompanhou esse progresso, entretanto, o que se sabe é que é na escola que o indivíduo é formado na concepção de sociedade. A escola há muito deixou de ser um lugar onde só se ensinava a ler e a escrever; hoje a escola é considerada como o berço do saber/aprender e, a internet pode ter um papel fundamental nessa função, devido a sua riqueza de conteúdo. Ela abre caminhos enquanto forma de pesquisa, pois edifica pontes para diminuir as distâncias físicas e sociais que separa o aluno do ambiente em que vive e o do conhecimento de outras culturas e até mesmo da realidade mundial. 21 5. FORMAÇÃO E REFLEXÃO SOBRE O USO DO COMPUTADOR NO ENSINO Figura: 8 Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº. 9394/96, em seu Art. 67, Título VI, “a formação de profissionais da educação... terá como fundamentos: I) a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço” (BRASIL, 1996). A formação didática desde a formação básica, não deixou impune a prática dos professores na sala de aula. Devido ao fato de não saberem como sugerir e relacionar metodologias de ensino e temáticas nas atividades desenvolvidas em sala de aula, todos sentem a falta do conhecimento didático necessário para um processo de ensino- aprendizagem mais significativo. Nessa conjuntura, em que o processo de evolução das novas mídias, representa um importante aliado para uma expressão mais didática de temas e assuntos, é possível perceber que o desempenho do aluno nas atividades de sala de aula é mais participativo e propositivo. As novas mídias permitem inclusive que os textos ou atividades que outrora se tornavam maçantes, sejam mais dinâmicos na nova forma: digital. 22 É importante, no entanto, ressaltar que a formação e um conhecimento bastante amplo são condições necessárias para a prática do professor. Ele deve saber Geografia para poder melhor explorar essa metodologia, que é interdisciplinar, pois, podem-se desenvolver atividades integrando todas as áreas do currículo escolar. Kenski (2002) considera que a motivação dos alunos pode aumentar quando o professor constrói um clima de confiança, abertura e cordialidade, o que, em última instância, depende do modo como às tecnologias são percebidas e usadas. Figura: 9 A internet é um instrumento que pode facilitar a mediação, uma vez que oferece informações abundantes para o processo de conhecimento. Portanto, não se trata apenas de dizer que incorporou e faz parte do seu cotidiano; é preciso muito mais: o professor tem de estar aberto para pensar processos totalmente diferentes de construção do conhecimento. Sabe-se que a utilização do computador aliado a suas ferramentas pode ser tomada como complemento metodológico pode constituir-se em instrumentos facilitador na superação de algumas barreiras do processo de ensino-aprendizagem. 23 Segundo Lévy (1996), a era atual das tecnologias da informação e comunicação estabelece uma nova forma de pensar sobre o mundo que vem substituindo princípios, valores, processos, produtos e instrumentos que mediam a ação do homem com o meio. Dentre os recursos computacionais que podem auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, destacam-se os aplicativos de programas para produção de textos, planilhas, gráfico, Movie Maker e apresentações de trabalhos (Word, Excel e PowerPoint). Também sobressaem os jogos educativos e a internet com uma gama imensa de possibilidades (pesquisas, correio eletrônico, chats, teleconferências e hipertextos). Uma ação docente inovadora precisa contemplar a instrumentalização desses recursos disponíveis. Segundo Valente (1998), o aprendizado ocorre pelo fato de o aluno estar executando uma tarefa por intermédio do computador. Esta tarefa pode ser a elaboração de um texto através de um processador, uma pesquisa num banco de dados já existente ou mesmo a criação de um novo banco de dados, a resoluçãode problemas de diversos domínios do conhecimento e a representação desta resolução de acordo com uma linguagem de programação, o controle de processos em tempo real como objetos que se movem no espaço, experimentos de um laboratório de física ou química, a produção de uma música ou a comunicação e o uso de redes de computadores, ou mesmo o controle administrativo da classe e dos alunos. Assim, este projeto propõe a utilização do computador, em seus mais diversos aplicativos, nas práticas metodológicas do ensino de Geografia em sala de aula. O que se espera com o uso racional e sistemático desse recurso didático é a criação de situações em que o aluno sinta-se atraído pelas propostas sugeridas pelo professor, por isso é importante uma formação básica densa. Reconhecidamente é um recurso que se apresenta didático; desde que mediado adequadamente pelo professor, é possível verificar que o aluno se apropria mesmo de temas outrora considerados "indigestos". A tecnologia tem efeitos positivos nas atitudes dos alunos em relação à aprendizagem e no seu autoconceito. A sua utilização leva-os a sentir maior sucesso na escola, maior motivação para aprenderem. Cresce também a sua autoconfiança e a sua autoestima quando utilizam computadores. 24 Hoje o computador está acessível a um grande número de pessoas e a escola deve propiciar a utilização e aproveitamento desse recurso para melhorar o desempenho dos alunos. Figura: 10 Não podemos falar da utilização da tecnologia da informática na educação sem abordarmos a questão da aprendizagem. A informática tem um papel relativo neste processo tendo em vista ser apenas um instrumento que irá auxiliar na aprendizagem do aluno. Não é a tecnologia que vai resolver ou solucionar o problema educacional no Brasil. Poderá colaborar, no entanto, se for usada adequadamente, para o desenvolvimento educacional de nossos alunos. Ao incorporar a tecnologia em suas aulas, o professor deverá primeiramente dominar o conteúdo e possuir uma prática escolar democrática para viabilizar a construção de conhecimento. 25 Figura: 11 Esse saber, independente das tecnologias, servirá como um instrumento a mais para o professor criar novos espaços de atuação e interação, para aluno utilizar esses recursos na sala de aula. A partir desta constatação, professor e aluno poderão criar situações de aprendizagens significativas mediadas pelas novas tecnologias. 6. TECNOLOGIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Diante da revolução tecnológica da sociedade e dos desafios da Educação Física escolar que emergem desse cenário, é indispensável a constante atualização dos professores. É necessário acompanhar as mudanças e aprimorar as práticas pedagógicas, assim como a evolução que se dá fora da escola. A educação se modifica se renova e acompanha os anseios da sociedade, lugar onde surgem novos hábitos, costumes e necessidades. 26 As tecnologias podem receber alguns adjetivos como: da informação e comunicação (TIC), da inteligência, midiática, novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC), eletrônicas, conforme suas características. Para Kenski (2012) a tecnologia é o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, a construção e a utilização de um equipamento em determinada atividade. Tudo que se utiliza na vida diária, pessoal ou profissional são formas distintas de ferramentas tecnológicas. É impossível conceber a nossa forma de viver sem as tecnologias que usamos diariamente, mesmo que não notemos quanto estudo e trabalho despenderam durante seu desenvolvimento. As TIC interferem diretamente na nossa forma de pensar, sentir, agir e de nos relacionar com o aprendizado e aquisição de conhecimento. Segundo Cruz Junior e Silva (2010) o avanço das TIC resultou em novos dispositivos que transformaram o cenário sócio-político, econômico e cultural. É muito difícil encontrar um professor que não utiliza as TIC e as ferramentas tecnológicas diretamente na sua prática docente, mesmo que apenas no planejamento das aulas ou organização com sistemas integrados das redes de ensino. Segundo Cruz Junior e Silva (2010) as tecnologias não servem apenas para conteúdos extracurriculares, que por sua vez servem de alicerce para o aprendizado. São ferramentas e conhecimentos pedagógicos que precisam se integrar ao conteúdo. A utilização de computadores, tablets e áudio e vídeo nas aulas ainda é limitada pela falta de recursos em quantidade ou qualidade adequada em todo o Brasil. Entretanto a Educação Física apresenta um extenso rol de conhecimentos a serem trabalhados e explorados que vão além da prática, do fazer por fazer, assim como as demais disciplinas. As tecnologias podem e devem servir de ferramenta para o trabalho docente. Por si só não constroem nada, não mudam nada. São os usos dados a elas que podem gerar mudanças no processo pedagógico. As tecnologias são altamente renováveis e muitos professores tem dificuldades em acompanhar sua evolução mantendo-se atualizados. No momento temos por um lado professores com mais de 20 anos de exercício profissional que usam mimeógrafos e não sabem ligar um computador. Na maioria das vezes, devido à incompetência dos sistemas 27 de ensino em prover os recursos e capacitações necessárias, mas também por falta de interesse dos professores. De outro lado professores recém-formados que não sabem o que é um mimeógrafo, mas estão integrados e dominam as novas tecnologias (CARVALHO JUNIOR, 2015). Os recursos digitais facilitam e agilizam o trabalho do professor. Seja no planejamento, preenchimento e entrega dos Diários de Classe, elaboração das avaliações, acompanhamento das notas, cálculo das médias e a comunicação com a equipe de trabalho. Mas essas também apresentam possibilidades de utilização como ferramenta pedagógica diretamente nas aulas e ações com os estudantes. Muitos professores ainda tem resistência à utilização de tecnologias por falta de conhecimento e recursos, mas também em função de uma formação mais tecnicista e esportivizada, visualizando sua atuação voltada essencialmente à prática. É preciso desmistificar a inserção das tecnologias nas aulas de educação física, possibilitando a ampliação da prática pedagógica dos professores. 7. VISÃO GERAL DO USO DAS TDICS NA EDUCAÇÃO As TDICs podem ser utilizadas na busca da informação de que o aprendiz necessita. Elas apresentam um dos mais eficientes recursos tanto para a busca, quanto para o acesso à informação, tornando possível utilizar sofisticados mecanismos de busca que permitem encontrar, de modo muito rápido, a informação existente em banco de dados ou na Web. A Internet está ficando cada vez mais interessante, possibilitando a exploração de um número incrível de assuntos. Porém, se o aprendiz não tem um objetivo nessa busca e na sua navegação na Internet, essa atividade tem pouco significado. A navegação pode mantê-lo ocupado por um longo período de tempo, porém muito pouco pode ser realizado em termos de compreensão dos tópicos visitados. Se a informação obtida não é posta em uso, se ela não é trabalhada pelo professor, não há nenhuma maneira de estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. Nesse caso, cabe ao educador suprir tais situações para que a construção do conhecimento ocorra. As TDICs podem estar interligadas em rede e, por sua vez, interligadas à Internet, constituindo-se em um dos mais poderosos meios de troca de informação e de realização 28 de ações cooperativas. É possível entrar em contato com pessoas e trocar ideias socialmente, ou conseguir ajuda na resolução de problemas ou mesmo cooperar com um grupo de pessoas na elaboração de uma tarefa complexa. Do ponto de vista da construção de conhecimento, a cooperação que acontece entre pessoas de um determinadogrupo é uma das maneiras mais interessantes de uso das facilidades de comunicação das TDICs. Tal cooperação pode proporcionar à abordagem de educação a distância denominada “estar junto virtual” (VALENTE, 1998), que vai além de uma simples comunicação via rede. Essa abordagem propicia as condições para a comunicação e a troca de experiências dos membros de um determinado grupo na elaboração de um projeto ou na resolução de um problema. Quando o grupo não tem condições de resolver o problema, ele pode recorrer à ajuda de um especialista que é capaz de criar condições não só para que o problema seja resolvido, mas também para que tal oportunidade possa gerar novos conhecimentos. Para que isso ocorra, as interações do especialista com os aprendizes devem enfatizar a troca de ideias, o questionamento, o desafio e, em determinados momentos, o fornecimento da informação necessária para que o grupo possa avançar. Isso significa que o especialista deve “estar junto”, ao lado dos aprendizes, vivenciando as situações e auxiliando-os a resolver seus problemas. Um segundo tipo de aplicação das TDICs na educação é a programação ou a simulação de fenômenos. Para a realização dessas tarefas, o aprendiz deve descrever suas ideias na forma de instruções, usando os recursos de comunicação específicos para cada uma dessas tarefas. As tecnologias digitais, por sua vez, executam tais instruções, produzindo resultados que são observados pelo aprendiz. Ele reflete sobre as observações e confronta o que pretendia realizar com o resultado alcançado. Se o produto obtido não corresponde ao desejado, ele deve depurar suas ideias, gerando nova descrição. Esse ciclo de ações é fruto de um diálogo com o próprio pensamento, com os colegas, com o professor e com o meio, gerando a espiral ascendente da aprendizagem baseada na descrição- execução-reflexão de puração nova descrição (Valente 2002). A realização de tarefas por intermédio das TDICs apresenta características que são importantes para o processo de construção de conhecimento. Primeiro, a descrição de ideias pode ser entendida como a representação dos conhecimentos que o aprendiz possui. Nessa representação é possível identificar, do ponto de vista cognitivo, os conceitos e as 29 estratégias que o aprendiz utiliza para resolver um problema ou projeto. Segundo, as TDIC executam as instruções fornecidas, o que não acontece com os objetos tradicionais da nossa cultura. Tal execução permite verificar se os conceitos e estratégias utilizadas são adequados ou merecem ser depurados. Terceiro, pelo fato de estar trabalhando com o digital, as alterações a serem realizadas nas atividades são facilmente implementadas, o que facilita a realização do ciclo de ações descrição-execução-reflexão-depuração-nova descrição. Além desses aspectos cognitivos presentes na realização das tarefas, é importante reconhecer a presença dos aspectos estéticos. Eles também estão representados por intermédio das instruções fornecidas e podem ser analisados de modo idêntico ao que normalmente é feito com o aspecto cognitivo. Esse é o lado emocional e afetivo do trabalho com as TDICs que, normalmente, tem sido ignorado. À medida que recursos de combinação de textos, imagens e animação estão se tornando cada vez mais fáceis de serem manipulados e explorados, é possível entender como as pessoas expressam sentimentos por intermédio das TDICs. Finalmente, as TDICs têm sido utilizadas para a implantação de abordagens educacionais baseadas na aprendizagem ativa, possibilitando inverter a sala de aula, abordagem que tem sido denominada na literatura como "sala de aula invertida". Nesse caso, as TDICs são úteis para a realização de tarefas, como resolver problemas ou desenvolver projetos, possibilitando que o aprendiz seja autor, ativo e não mais passivo receptor da informação. 30 8. REFERÊNCIAS: BAGNO, M. Pesquisa na escola: o que é e como se faz. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2000. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF. 1998. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. __________, M. 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