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A saúde do idoso sempre vai estar ligada estritamente à sua capacidade
funcional global, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou
cuidar de si mesmo. O idoso é considerado saudável quando é capaz de gerir
sozinho a sua vida, de forma independente e autônoma, mesmo que tenha
doenças. Desta forma, resgata-se o conceito de saúde estabelecido pela
Organização Mundial de Saúde como sendo o mais completo bem-estar
biopsicossocial-cultural-espiritual, e não simplesmente a ausência de
doenças. 
A Cognição é a capacidade mental de compreender e resolver os problemas
do cotidiano. É constituída por um conjunto de funções corticais, formadas
pela memória (capacidade de armazenamento de informações), função
executiva (capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e
monitoramento de tarefas complexas), linguagem (capacidade de
compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia (capacidade de
executar um ato motor), gnosia (capacidade de reconhecimento de estímulos
visuais, auditivos e táteis) e função visuoespacial (capacidade de localização
no espaço e percepção das relações dos objetos entre si). O humor é a
motivação necessária para os processos mentais.
A mobilidade é a capacidade de deslocamento do indivíduo. Depende da
postura e da deambulação, da capacidade aeróbica e da continência
esfincteriana. E, finalmente, a comunicação é a capacidade de estabelecer
relacionamento produtivo com o meio (habilidade de se comunicar).
Depende de visão, audição e fala.
Conclui-se que a saúde do idoso é relativamente alicerçada no
funcionamento harmonioso dos domínios funcionais: Cognição, humor,
mobilidade e comunicação.
SINDROMES
GERIATRICAS
O comprometimento dos principais sistemas funcionais gera
as incapacidades e, por conseguinte, as grandes síndromes
geriátricas: a Incapacidade cognitiva, a Instabilidade postural, a
Imobilidade, a Incontinência e a Incapacidade comunicativa. 
Além disso, o desconhecimento das particularidades do
processo de envelhecimento pode gerar intervenções capazes
de piorar a saúde do idoso, conhecidas como Iatrogenia. A
iatrogenia traduz os malefícios causados pelos profissionais da
área de saúde e pelo sistema de saúde despreparado para da
ruma resposta adequada aos problemas de saúde do idoso. 
A família, por sua vez, é outro elemento fundamental para o
bem estar biopsicosocial e a sua ausência é capaz de
desencadear ou perpetuar a perda de autonomia e
independência do idoso (Insuficiência familiar). 
A família é uma instituição de apoio capaz de modular o
funcionamento do indivíduo reduzindo ou exacerbando suas
incapacidades. Sugere-se, portanto, a incorporação da
incapacidade comunicativa e da insuficiência familiar nas
grandes síndromes geriátricas. 
SINDROMES
GERIATRICAS
SINDROMES
GERIATRICAS
A presença de incapacidades é o principal
preditor de mortalidade, hospitalização e
institucionalização em idosos. 
Designa o comprometimento das funções encefálicas
superiores capaz de prejudicar a funcionalidade da pessoa. As
alterações nas funções superiores que não apresentam
prejuízo na funcionalidade do paciente não podem ser
classificadas como incapacidade cognitiva. Essas alterações
constituem o transtorno cognitivo leve. 
Para o estabelecimento do diagnóstico de incapacidade
cognitiva. é fundamental a constatação do prejuízo na
funcionalidade do indivíduo ou perda de AVDs. 
As principais etiologias da incapacidade cognitiva são:
demência, depressão, delirium e doenças mentais, como
esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia. 
É recomendado o uso de normas padronizadas para detectar
as alterações na funcionalidade dos idosos pelo desempenho
em suas atividades básicas ou instrumentais de vida diária, por
intermédio das escalas de Katz e de Lawton-Brody ,
respectivamente. 
INCAPACIDADE
COGNITIVA
A mobilidade é das principais funções corporais e o seu
comprometimento, além de afetar diretamente a
independência do indivíduo, pode acarretar consequências
gravíssimas, principalmente nos idosos. 
A complicação mais frequente da queda é o medo de cair
novamente, o que, muitas vezes, impede o idoso de
deambular normalmente, deixando-o restrito ao leito ou à
cadeira, diminuindo o seu condicionamento físico. 
As alterações músculo-esqueléticas comuns nos idosos podem
prejudicar significativamente o equilíbrio e favorecer o
aparecimento de quedas. Sabe-se que uma das alterações
relacionadas ao envelhecimento é o declínio da força
muscular. Os músculos efetores destinados à ação de se
equilibrar podem perder a capacidade para responder
apropriadamente aos distúrbios na estabilidade postural,
devido ao tempo mais longo de reação
INSTABILIDADE
POSTURAL 
Imobilidade é qualquer limitação do movimento e representa
causa importante de comprometimento da qualidade de vida.
No grau máximo de imobilidade, conhecido como síndrome de
imobilização ou da imobilidade completa, o idoso é
dependente completo: apresenta déficit cognitivo avançado,
rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia,
incontinência urinária e fecal, úlceras de pressão. 
Necessita de cuidador em tempo integral. A imobilização no
leito irá causar debilidades no sistema músculo-esquelético,
gerando rigidez nas articulações e encurtamentos na
musculatura, há alterações neurológicas, pulmonares e
cardiovasculares importantes. 
Todos os sistemas fisiológicos, de fato, perdem
progressivamente as suas funções, com a imobilidade
constituindo a etapa final da história natural de inúmeras
doenças que acometem os idosos. 
IMOBILIDADE
A incontinência urinária (IU) é definida como a queixa de qualquer
perda involuntária de urina. Pode-se considerar como
incontinência os sintomas abaixo descritos: 
Noctúria: Levantar-se mais de uma vez por noite para urinar é uma
queixa comum que incomoda muitas pessoas de todas as faixas
etárias, porém, é mais frequente dos 50 anos em diante. 
Incontinência Urinária Transitória: A incontinência urinária
transitória é caracterizada pela perda involuntária de urina,
precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico,
que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. 
As principais causas de incontinência urinária transitória são:
Constipação intestinal - fecaloma e medicamentos.
Infecção - As infecções do trato urinário podem levar à
incontinência urinária, assim como infecções sistêmicas podem
levar à confusão mental, ocasionando perdas involuntárias de
urina. 
Dificuldade de locomoção - é um obstáculo que dificulta a chegada
do paciente ao banheiro. Dependendo da doença de base há
associação com alterações da sensibilidade, que podem levar à
incontinência urinária. 
INCONTINÊNCIA 
A comunicação é a atividade primordial do ser humano. A
possibilidade de estabelecer relacionamento produtivo com o
meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias,
sentimentos está intimamente relacionada à habilidade de se
comunicar.
Problemas de comunicação podem resultar em perda de
independência e sentimento de desconexão com o mundo,
sendo um dos mais frustrantes aspectos dos problemas
causados pela idade. 
As habilidades comunicativas compreendem quatro áreas
distintas: linguagem, audição, motricidade oral e voz (fala). A
visão pode ser incluída como a quinta função comunicativa,
atuando como função compensatória, na ausência das outras
habilidades da comunicação oral-verbal. 
Alguns idosos podem apresentar problemas leves como
articulação e entonação imprecisas até comprometimentos
sérios como a troca de uma palavra por outra, deficiência na
elaboração e na compreensão de frases ditas ou escritas,
repetição sistemática da mesma sentença fora do contexto do
diálogo e ausência parcial ou total da fala. 
INCAPACIDADE
COMUNICATIVA 
Iatrogenia é um termo utilizado para qualquer manifestação
clínica que não seja consequência natural da doença do
paciente, durante o tratamento. Também é definida como o
efeito resultante de qualquer atividade, de uma ou mais
pessoas atuando como profissionais de saúde que não apoiemuma meta.
É fundamental evitar iatrogenia em idosos devido à sua natural
vulnerabilidade mais acentuada às reações adversas
associadas às drogas, às intervenções não-medicamentosas,
decorrentes da senescência, do risco de polipatogenia e de
polifarmácia, além de incapacidades. 
Como o atendimento do idoso apresenta um caráter
multidisciplinar, onde profissionais de várias áreas associam-
se para oferecer uma assistência global ao paciente.
A maior parte da iatrogenia resulta do desconhecimento das
alterações fisiológicas do envelhecimento e das peculiaridades
da abordagem ao idoso. Trata-se de uma síndrome geriátrica
potencialmente reversível ou até curável. 
 IATROGENIA
A dimensão sociofamiliar é fundamental na avaliação
multidimensional do idoso. A família constitui-se na principal
instituição cuidadora dos idosos frágeis, devendo ser
privilegiada nessa sua função. A transição demográfica,
entretanto, atinge diretamente essa “entidade”, reduzindo
drasticamente a sua capacidade de prestar apoio a seus
membros idosos. 
A redução da taxa de fecundidade trouxe profundas
modificações na estrutura familiar. O número de filhos está
cada vez menor e as demandas familiares são crescentes,
limitando a disponibilidade dos pais de cuidarem de seus
filhos quanto dos filhos de cuidarem de seus pais. 
Por sua vez, o aumento da participação da mulher no mercado
de trabalho, a valorização do individualismo e os conflitos
intergeracionais contribuem para as modificações nos arranjos
domiciliares. 
Essas mudanças sociodemográficas e culturais têm
repercussões importantes na capacidade de acolhimento às
pessoas com incapacidades, que historicamente dependiam
de apoio e cuidado familiar. 
INSUFICIÊNCIA
FAMILIAR

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