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Ana Luiza Paschoal 
 
1 
 
Incidência 
− Crianças entre 8 e 12 anos 
− Maior incidência em meninos 
− Permanentes anteriores 
História do Acidente 
• Quando? (formação de coágulo, ressecamento do ligamento 
periodontal, saliva contaminada...) 
• Como? (dependendo do tipo de agressão, podemos 
determinar se houve fratura dentária, do osso alveolar, 
intrusão, luxação, etc...) 
• Onde? (o tipo de terreno ou local da queda, pode determinar 
a necessidade de vacina antitetânica ou não) 
• Quem realizou o atendimento primário? (isto influencia 
diretamente no prognóstico) 
Exame Clínico 
Queixa principal: 
• Os dentes “não se encaixam” (fratura óssea?) 
• Dor apenas quando morde (fratura coronária?) 
• Dentes abalados, com mobilidade (luxação) 
Exame Neurológico 
• O paciente está se comunicando de forma coerente? 
• Dificuldade para focar, rodar os olhos ou respirar? 
• Consegue movimentar a cabeça para os dois lados? 
• Existe parestesia dos lábios ou língua 
• Presença de sonolência, tonteira ou vômitos desde o 
acidente? 
• Obstrução aérea por aparelhos dentários móveis também 
são levados em conta 
Exame Externo 
Busca por sinais externos de injúria antes do paciente abrir a boca 
− Lacerações na cabeça e/ou pescoço 
− Palpação na ATM (desvios na abertura de boca) 
− Palpação no arco zigomático, ângulo e borda inferior da 
mandíbula 
− Registrar edema ou equimoses da face, bochecha pescoço 
ou lábios 
 
 
Exame dos Tecidos Moles Intraorais 
− Busca por lacerações nos lábios, língua, mucosa jugal, palato 
e assoalho bucal 
− Registrar sensibilidade nas gengivas vestibulares e lingual 
− Apalpar a borda anterior do ramo da mandíbula 
Exame dos Tecidos Duros 
− Plano oclusal desalinhado? 
− Falta algum dente? 
− Realizar palpação pra identificar se a fratura é óssea, 
dentária ou ambas 
Exame Radiográficos 
Instrumento essencial para exame completo dos tecidos duros 
traumatizados, neles podem ser observados: 
• Fraturas radiculares 
• Fraturas coronárias subgengivais 
• Deslocamentos dentários 
• Fraturas ósseas 
• Reabsorção das raízes e do osso adjacente 
• Objetos estranhos 
Várias incidências em diferentes angulações aumentam a precisão do 
diagnóstico (1º ortorradial, depois coloca mais inclinado para vertical) 
Fraturas Coronárias 
Trinca de Esmalte 
Não havendo exposição dentinária, poucas chances de necrose 
Tratamento: restauração da porçõa fraturada e acompanhamento 
radiográfico por pelo menos 5 anos 
Fraturas de Esmalte e Dentina SEM Exposição Pulpar 
São injúrias com pouco risco de necrose 
Tratamento: restauração da porção fraturada e acompanhamento 
radiográfico por pelo menos 5 anos 
Fratura Coronária Complicada 
Envolvem esmalte, dentina e polpa. Se não tratada, causa necrose 
pulpar 
Tratamento: 
1. Dentes Maduros: pulpectomia completa + resturação 
 Ana Luiza Paschoal 
 
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2. 2. Dentes Imaturos: capeamento pulpar, pulpectomia parcial 
ou pulpotomia. Tempo ideal de intervenção endodôntica, até 
48h 
3. Dentes Imaturos c/ Polpa Necrosada: normalmente por 
cárie ou quando o tempo excede as 72h do trauma 
Tratamento: pulpectomia c/ preenchimento de luz do canal 
com HC compacto. Tempo médio de 3 a 18 meses. 
Tratamento endodôntico após confirmação do fechamento 
apical na radiografia 
Fratura Coroa-Raiz 
Observar a altura da fratura a nível de crista óssea no periodonto, 
para saber a viabilidade da reconstrução protética. 
Sem Exposição Pulpar 
Radiografia + teste de sensibilidade, cirurgia periodontal (acc ou 
gengivectomia) + restauração ou colagem do fragmento (c/ proteção 
pulpar) respeitando os 3mm 
Com Exposição Pulpar 
Pulpectomia parcial ou total + cirurgia periodontal ou tracionamento + 
restauração ou colagem do fragmento (c/ proteção pulpar na 
pulpectomia parcial) 
Em ambos 
Acompanhamento clínico e radiográfico em 6 e 8 semanas e 1 ano 
(prognóstico bom, porém com maior probabilidade de sequelas 
Fratura Radicular 
Injúria dentária que implica no envolvimento de cemento, dentina e 
polpa, podendo haver ou não deslocamento da coroa. Importante 
radiografar em angulações diferentes 
Quando a fratura acomete apenas o terço apical da raiz, recomenda-
se o tratamento endodôntico do terço coronário e médio da raiz, 
deixando o ápice para ser removido cirurgicamente (cirurgia 
paraendodontica) 
Fraturas verticais: são longitudinais; exodontia 
Fraturas horizontais: reposição do fragmento, contenção, prescrição 
Cervical – contenção rígida por 4 meses 
Mediana – contenção semi-rígida por 4 semanas 
Apical – contenção semi-rígida por 4 semanas 
Injurias Por Luxação 
1. Concussão: sem deslocamento, sem mobilidade, sensibilidade a 
percussão 
2. Subluxação: sem deslocamento, com mobilidade, sensibilidade 
a percussão 
3. Luxação Lateral: deslocamento vestibular, lingual distal ou 
mesial 
4. Luxação Extrusiva: deslocamento na direção da coroa 
5. Luxação Intrusiva: deslocamento na direção da raiz 
Consequências do Dano ao Suprimento 
Neurovascular Apical 
Necrose/Infeção Pulpar 
Dentes que sofreram injúria do tipo intrusão tem maior propensão a 
sofrerem necrose pulpar, que se não tratada, pode levar a infeção. 
Esta infecção pode resultar em reabsorção radicular 
Obliteração do Canal Radicular 
Dentes que sofreram injúrias por luxação tendem a ter os canais 
obliterado por calcificação pulpar dentro do primeiro ano após a injúria 
e daí por diante 
Tratamento das Injúrias por Luxação 
• O tratamento varia em virtude do grau da injúria traumática 
sofrida pelo dente, podendo ir de um simples 
acompanhamento radiográfico até extirpação radical da 
polpa, seguida de tratamento endodôntico 
• Em dentes jovens, com polpa vital e ápices incompletos, é 
possível fazer a revascularização. Coloca-se o dente em 
posição, preferencialmente até 60 min após a injúria, 
cobrindo a raiz com doxiciclina antes da reinserção 
• O tratamento para dentes que sofreram concussão, uma 
vez observada na radiografia que não houve fratura, faz 
com apenas um ajuste oclusal, para dar repouso articular, se 
for o caso. 
• Na subluxação, o dente pode apresentar algum sangramento 
no sulco gengival, mas o tratamento é idêntico a concussão 
Luxação Lateral: na maioria dos casos o dente está com a coroa 
deslocada para palatina e ápice radicular numa posição mais vestibular. 
Sob anestesia local o dente deverá ser movido para sua posição original 
da maneira mais delicada possível. Logo em seguida verificar se existe 
mobilidade, caso positivo, realizar esplintagem semirrígida. Se após 3 
semanas o dente não responder aos testes de vitalidade, o tratamento 
endodôntico é recomendo 
Luxação Extrusiva: diagnóstico, tratamento e acompanhamento são os 
mesmos para as luxações laterais 
Luxação Intrusiva: pior injúria que um dente pode suportar, pois o 
movimento do sentido apical causa dano extenso ao periodonto de 
inserção, podendo levar a anquilose e posteriormente a reabsorção por 
substituição 
− Dentes imaturos: normalmente reerupcionam espontaneamente, 
retornando a sua posição inicial em semanas ou meses 
 Ana Luiza Paschoal 
 
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− Dentes maduros: pode ser reposicionado por luxação cirúrgica 
ou tracionamento ortodôntico, de acordo com a gravidade do 
caso 
 Prognóstico das Injúrias por Luxação 
Necrose – tratamento endodôntico 
Obliteração do canal (calcificação) – tratamento endodôntico ou não 
Reabsorção radicular – pode ser tratada endodonticamente se 
diagnosticada no início do processo inflamatório. Em caso de anquilose, 
não existe tratamento 
Avulsão e Reimplante 
Nos casos de avulsão, o sucesso do tratamento depende da rapidez 
com que o dente é reinserido no alvéolo, preferencialmente entre 15 e 
20 min após o trauma. Importante que não haja ressecamento do LP, 
para tanto o dente deverá estar na boca (saliva) ou acondicionado em 
soro fisiológico 
Tratamento 
• Radiografar a área traumatizada em três angulações 
verticais diferentes, para avaliar a presençaou não de 
fratura óssea 
• Anestesia 
• Irrigação delicada do alvéolo com solução alcalina 
• Reimplantar o dente limpo e com a superfície radicular sem 
danos, o mais delicadamente possível. Se o alvéolo estiver 
danificado, usar um instrumento rombo para desobstruir e 
acertar as paredes 
• Esplintagem que permita uma fixação semirrígida, por 7 a 10 
dias 
• Radiografar após a instalação do splint para verificar a 
correta posição do dente 
• Ajuste de mordida para alívio oclusal do dente traumatizado 
• Caso haja fratura do osso alveolar, remover o splint de 4 a 
8 semanas 
• Se houver lacerações os lábios e gengiva, realizar a sutura 
dos tecidos moles 
• Administrar antibiótico por 7 dias ou até remoção do splint; 
Doxiciclina (tetraciclina) – 12/12h (dose de acordo com idade 
e peso do paciente) 
• Cuidados locais: enxaguar o local com solução de clorexidina 
por 7 a 10 dias 
• Após 7 a 10 dias, remover o splint numa segunda consulta 
• Iniciar tratamento endodôntico. Recomendado instrumentar e 
preencher o canal com Ca(OH)2, utilizando soro ou anestésico 
como solução diluente. Trocas a cada 3 meses até se 
observar normalidade no LP, que normalmente ocorre entre 
6 e 24 meses. Após este período, concluir a obturação do 
canal 
• Restauração do dente com resina composta. Evitar uso de 
pinos intracanal

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