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Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro Todos os direitos reservados © FAMETRO IME Instituto Metropolitano de Ensino Ltda Wellington Lins de Albuquerque | Presidente - IME Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque | Reitora Cinara da Silva Cardoso | Vice-Reitora Iyad Amado Hajoj | Diretor de EaD e Expansão Leonardo Florêncio da Silva | Diretor Editorial e Gestor de EaD Ana Maria Oliveira de Araújo | Coordenação Pedagógica EaD Luciana Braga | Projeto Gráfico e Direção de Arte Ana Augusta de Oliveira Simas | Supervisora de Produção e Revisão Giselle da Silva Fonseca | Revisora Imagens | depositphotos.com Responsável técnico: Allison Silva de Andrade (CRB11/1102) Biblioteca CEUNI-FAMETRO FAMETRO Av. Djalma Batista, Nossa Sra. das Gracas. Manaus, AM "Nos termos da Lei n.º 9.610/98, o autor desta obra é titular de todo o complexo de direitos autorais sobre a presente criação. Assim, é vedada a cópia, reprodução, edição ou distribuição desta obra sem autorização expressa do Autor ou da Editora e, ainda é vedado utilizar, citar, publicar esta obra integral ou parcialmente sem deixar de indicar ou anunciar o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor sob pena da aplicação das medidas previstas nos Art. 101 a 110 da Lei n.º 9.610/98." K18a Karllos, Herllon. Aspectos morfofuncionais / Herllon Karlos, Athaydes Kerr. – Ma- naus: FAMETRO, 2022. 156p. ISBN: 978-85-64293-11-3 1. Nervoso. 2. Sistema. 3. Anatomia. 4. Osteologia. 5. Cardiologia. Digestório. I. Kerr, Athaydes. II. CEUNI-FAMETRO. III. Título. CDU.: 611 Pa la vr a da R ei to ra “É a educação que faz o futuro parecer um lugar de esperança e transformação”. (Marianna Moreno) “Sejam todos e todas bem-vindos ao EaD do Centro Universitário Fametro” O Centro Universitário Fametro acredita que o papel de uma instituição de ensino é formar não apenas profissionais, mas também formar profissionais no Ensino Superior, com valores éticos, humanísticos e com respeito ao meio ambiente capazes de contribuir para o desenvolvimento da nossa Amazônia. A Fametro, portanto, tem premissas claras a cumprir como instituição de ensino de qualidade. Praticar o ensino, pesquisa e extensão é a sua principal bandeira. A Fametro, ao longo das últimas duas décadas, vem se consolidando como a melhor instituição de ensino do Norte, um espaço democrático e docentes com variadas visões de mundo. Somos uma instituição de ensino plural que avança a cada ano em busca sempre de desenvolver a economia da Amazônia. Nossa estrutura é moderna, estamos em diversos municípios levando uma educação inclusiva e de qualidade. 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Maria do Carmo Seffair Reitora UNIDADE I - INTRODUÇÃO A ANATOMIA E SISTEMAS ESQUELÉTICOS, ARTICULAR E MUSCULAR Níveis de organização estrutural, Posições, Planos Anatômicos Sistema Esquelético Artrologia Miologia Patologias associadas aos sistemas Esquelético, Articular e Muscular Su m ár io 13 19 32 40 45 UNIDADE II - SISTEMA CARDIORESPIRATÓRIO Cardiovascular Circulatório Respiratório Patologias associadas aos Sistemas Cardiovascular, Circulatório e Respiratório I Patologias associadas aos Sistemas Cardiovascular, Circulatório e Respiratório II UNIDADE III - SISTEMA DIGESTÓRIO E URINÁRIO Sistema Digestório Glândulas anexas ao Sistema Digestório Introdução ao Sistema Urinário Patologias associadas ao Sistema Digestório Patologias associadas ao sistema Urinário 53 58 62 70 72 79 84 96 104 106 UNIDADE IV - SISTEMA GENITAL E NERVOSO Genital masculino e feminino Sistema Nervoso Central e Periférico Tipos de células do Sistema Nervoso Patologias associadas ao sistema genital masculino e feminino Patologias associadas ao Sistema Nervoso Parkinson Referências Caderno de Exercícios 112 120 127 131 132 134 139 U ni da de 1 Videoaula 1 Videoaula 2 Videoaula 3 Videoaula 4 Videoaula 5 13 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E SISTEMAS ESQUELÉTICOS, ARTICULAR E MUSCULAR NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL, POSIÇÕES E PLANOS ANATÔMICOS Definição de Anatomia e Fisiologia Os dois ramos da ciência — ana- tomia e fisiologia — proporcionam a base para compreensão das funções e partes do corpo humano. Anatomia (cortar de alto a baixo) é a ciência das estruturas e de suas relações. En- quanto a anatomia lida com estrutu- ras do corpo, a fisiologia é a ciência das funções do corpo e como atuam. (Fig.1) 14 Figura 1 - Corpo Humano Como a estrutura e função estão intimamente relacionadas, você aprenderá sobre o corpo huma- no estudando simultaneamente sua anatomia e fi- siologia. A estrutura de uma parte do corpo permite a execução de determinadas funções. Por exemplo, os ossos do crânio são firme- mente unidos para formar um invólucro rígido que protege o encéfalo. Os ossos dos dedos são unidos mais frouxamente para permitir uma variedade de movimentos. As paredes dos sacos alveolares, pul- mões, estão diretamente relacionados com a fun- ção dessas estruturas, permitindo o movimento rá- pido do oxigênio inalado para o sangue. Níveis de organização Celular Os níveis de organização estrutural seguem orientação de uma dimensão do mais simples (áto- mos) ao mais complexo (organismo), em que é pos- sível identificarmos seis níveis de organização: o químico, o celular, o tecidual, o orgânico, o sistêmi- co e do organismo. (Fig. 2) 15 Figura 2 - Níveis de Organização Estrutural Fonte: www.passeidireto.com/arquivo/75033290/ material-apoio Nível Químico: esse nível muito básico inclui átomos, os menores componentes de um elemen- to químico, que participam das reações químicas, além de moléculas, formadas por dois ou mais áto- mos ligados entre si. Certos átomos, como carbo- no (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), cálcio (Ca) e enxofre (S), são essenciais para a manutenção da vida. Nível Celular: as moléculas se combinam para formar as células, as unidades funcionais e estrutu- 16 Anotações: rais básicas de um organismo. Entre os inúmeros tipos de células no corpo humano, estão as células mus- culares, as células nervosas e as células epiteliais. Nível Tecidual: tecidos são grupos de célu- las mais os materiais que em torno delas atuam em conjunto para executar uma função específica. Há somente quatro tipos básicos de tecido no corpo: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Nível Orgânico: nesse nível, diferentes tipos de tecidos que se unem. Os órgãos são estruturas com- postas por vários tecidos; desempenham funções específicas e que, normalmente, possuem formas re- conhecíveis. Exemplos de órgãos: o estômago, a pele, os ossos, o coração, o fígado, os pulmões e o encéfalo. Nível Sistêmico: um sistema consiste em ór- gãos relacionados que possuem uma função co- mum. Um exemplo do nível sistêmico, também cha- mado de nível sistêmico orgânico (sistema-órgão) é o sistema digestório, que decompõe e absorve os alimentos. Seus órgãos incluem a boca, as glându- las salivares, a faringe (garganta), o esôfago, o es- tômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Nível do Organismo: um organismo ou qual- quer ser vivo, fazendo uma analogia, pode ser com- parado a um livro. Todas as partes do corpo que atuam em conjunto formam o organismo completo. Posições Anatômicas As descrições de qualquer região ou de qual- quer parte do corpo assumem que estas estejam em uma posição específica, chamada de posição anatômica. (Fig. 3) 17 Anotações:Figura 3 - Níveis de Organização Estrutural Fonte: Posição anatômica Nessa posição, a pessoa está ereta, olhando para o observador com a cabeça na posição hori- zontal e os olhos voltados diretamente para a fren- te. Os pés estão plantados no solo e dirigidos para a frente,secretados pelas células exó- crinas em pequenos ductos que, fi nal- mente, unem-se para formar dois ductos maiores, o ducto pancreático e o ducto pan- creático acessório. Todos os dias o pâncreas produz entre 1.200 e 1.500 mL de suco pancre- ático, um líquido incolor claro, consistindo ba- sicamente em água, alguns sais, bicarbonato de sódio e diversas enzimas. (Fig. 36) 89 Figura 36: Anatomia do Pâncreas Fonte: As enzimas no suco pancreático incluem uma enzima que dissolve o carboidrato, chamada de amilase pancreática; diversas enzimas que dissol- vem proteínas, chamadas de tripsina, quimotripsi- na, carboxipeptidase e elastase; a principal enzima que dissolve triglicerídeos nos adultos, chamada de lipase pancreática; e enzimas que dissolvem ácido nucleico, chamadas de ribonuclease e desoxirribo- nuclease. Fígado e Vesícula Biliar O fígado é a glândula mais pesada do corpo, pesando aproximadamente 1,4 kg no adulto co- mum. Dentre todos os órgãos do corpo, é o segundo em tamanho, perdendo apenas para a pele. A vesí- cula biliar é um saco piriforme, localizado em uma depressão na face inferior do fígado. 90 O fígado é dividido em dois lobos principais — um grande lobo direito e um pequeno lobo esquer- do — O fígado está localizado na parte anterior da parede abdominal pelo ligamento falciforme, com- posto por uma prega que separa os dois lobos. Os hepatócitos são as principais células funcionais do fígado e realizam uma ampla gama de funções en- dócrinas, secretoras e metabólicas. (Fig. 37) Figura 37: Anatomia do Fígado Fonte:ingestão inadequada de líquido, falta de exercício, estresse emocional e determi- nados fármacos. 96 INTRODUÇÃO AO SISTEMA URINÁRIO O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Após os rins fi ltrarem o plasma sanguíneo, retornam grande parte da água e solutos para a corrente sanguínea. O restante da água e solutos constituem a urina, que passa pelos ureteres e é armazenada na bexi- ga urinária, até ser excretada do corpo pela uretra. (Fig. 39) Figura 39: Componetes do Sistema Urinário Fonte: Tortora, 12ª. Os rins realizam o trabalho principal do sis- tema urinário (fi ltração, absorção e excreção). As outras partes do sistema são basicamente vias de passagem e áreas de armazenamento. As funções dos rins incluem as seguintes: 97 Anotações:• Regulação da composição iônica do san- gue: os rins ajudam a regular os níveis san- guíneos de diversos íons, sendo os mais importantes, os íons sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2*), cloreto (Cl) e fosfato (HP 042-). • Regulação do pH do sangue: os rins ex- cretam uma quantidade variável de íons hidrogênio (H*) na urina e conservam íons bicarbonato (HCOR), que são um impor- tante tampão de pH no sangue. Essas duas atividades ajudam a regular o pH do san- gue. • Regulação do volume de sangue: os rins ajustam o volume de sangue, conservando ou eliminando água na urina. Um aumento no volume de sangue aumenta a pressão arterial; uma redução no volume de san- gue diminui a pressão arterial. • Regulação da pressão arterial: os rins também ajudam a regular a pressão arte- rial, secretando a enzima renina, que ati- va a via renina-angiotensina-aldosterona. O aumento de renina provoca aumento na pressão arterial. • Manutenção da osmolaridade do sangue: ao regular separadamente a perda de água e solutos na urina, os rins mantêm uma osmolaridade relativamente constante do sangue, próxima de 300 miliosmóis por li- tro (mOsm/litro). • Produção de hormônios: os rins produzem dois hormônios. O calcitriol, a forma ativa da vitamina D, que ajuda a regular a home- 98 Anotações: ostasia do cálcio, e a eritropoetina, que estimula a produção de eritrócitos. • Regulação da concentração sanguínea de glicose: como o fígado, os rins conseguem usar o aminoácido glutamina na gliconeo- gênese, a síntese de novas moléculas de glicose. Por conseguinte, liberam glicose no sangue para ajudar a manter uma con- centração sanguínea normal de glicose. • Excreção de resíduos e substâncias estra- nhas: ao formar a urina, os rins ajudam a excretar resíduos — substâncias que não têm uma função útil no corpo. Parte dos resíduos excretados na urina resultam de reações metabólicas no corpo. Esses in- cluem amônia e ureia, provenientes da de- saminação de aminoácidos; bilirrubina, do catabolismo da hemoglobina; creatinina, da decomposição do fosfato de creatinina, nas fibras musculares, e ácido úrico, do catabolismo de ácidos nucleicos. Outros resíduos excretados na urina são substân- cias estranhas da alimentação, como me- dicamentos e toxinas ambientais. Rins Os rins são órgãos pares, avermelhados, loca- lizados diretamente acima da cintura, entre o peri- tônio e a parede posterior do abdome. Os rins estão localizados entre os níveis da última vértebra torá- cica e a 3ª vértebra lombar, uma posição na qual fi- cam parcialmente protegidos pelo décimo primeiro e décimo segundo pares de costelas. O rim direito 99 é ligeiramente mais baixo do que o esquerdo, isso porque, o fígado ocupa um espaço considerável, no lado direito, acima do rim. (Fig. 40) Figura 40: Anatomia dos rins Fonte: Tortora, 12ª. Próximo do centro da margem côncava en- contra-se uma fi ssura vertical profunda, chamada de hilo renal, pela qual o ureter emerge do rim junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Um corte frontal através dos rins revela duas regi- ões distintas: uma área superfi cial vermelho-clara, chamada de córtex renal, e uma região interna pro- funda, marrom-avermelhada, chamada de medula renal. A medula consiste em diversas estruturas 100 Anotações: cuneiformes, conhecidas como as pirâmides re- nais. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas de colunas renais. Um lobo renal consiste em uma pirâmide, sua área sobrejacente do córtex renal até metade de cada coluna adjacente. Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o parênquima (a parte funcional) do rim. No interior do parênquima en- contram-se as unidades funcionais do rim — apro- ximadamente 1 milhão de estruturas microscópi- cas, chamadas de néfrons. A urina formada pelos néfrons drenam para os grandes ductos papilares que se estendem pelas papilas renais das pirâmi- des. Os ductos papilares drenam para estruturas cupuliformes, chamadas de cálices renais maiores e menores. Cada rim possui entre 8 e 18 cálices menores, e entre 2 e 3 cálices maiores. A partir dos cálices maiores, a urina drena para uma cavidade grande e simples, chamada de pelve renal, e, em seguida, drena para fora, através do ureter, até a bexiga uri- nária. Néfron Cada néfron consiste em duas partes: um corpúsculo renal, no qual o plasma sanguíneo é fil- trado, e um túbulo renal, no qual passa o líquido fil- trado. Os dois componentes de um corpúsculo renal são o glomérulo (rede capilar) e a cápsula glomeru- lar (de Bowman), uma cavidade epitelial bilaminada que circunda os capilares glomerulares. (Fig. 41) 101 Figura 41: Estrutura do Néfron Fonte: Tortora, 12ª. O plasma sanguíneo é fi ltrado na cápsula glo- merular, seguidamente, o líquido fi ltrado passa para o túbulo renal, possui três seções principais. Na ordem em que o líquido passa por elas, o túbulo renal consiste em: (1) túbulo contorcido proximal: (2) alça de Henle e (3) túbulo contorcido distal. Os túbulos contorcidos distais de diversos néfrons se 102 Anotações: esvaziam em um único ducto coletor. Os ductos co- letores se reúnem e convergem, formando cente- nas de grandes ductos papilares, que drenam para os cálices menores. Os ductos coletores e papilares estendem-se do córtex renal passando pela medula renal, até a pelve renal. Para produzir urina, os néfrons e ductos co- letores realizam três processos básicos — filtração glomerular, secreção tubular e reabsorção tubular: Filtração glomerular: no primeiro estágio da produção de urina, a água e a maioria dos solutos no plasma sanguíneo passam através das paredes dos capilares glomerulares para a cápsula glomeru- lar e, em seguida, para o túbulo renal. Ex.: Plasma A reabsorção tubular: à medida que o líquido filtrado flui ao longo do túbulo renal e pelo ducto co- letor, as células tubulares reabsorvem aproximada- mente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis. A água e os solutos retomam para o sangue à medi- da que este flui através dos capilares peritubulares e arteríolas retas. Observe que o termo reabsorção refere-se ao retomo da água e dos solutos filtrados para a corrente sanguínea. Ex.: água, íons, glicose e aminoácidos. A Secreção tubular: à medida que o líquido flui ao longo do túbulo e pelo ducto coletor, as células do túbulo e do ducto secretam outras substâncias, como resíduos, fármacos e excesso de íons no lí- quido. Observe que a secreção tubular remove uma substância do sangue. Em outros casos de secre- ção — assim como a secreção de hormônios — as células liberam substâncias no líquido intersticial e no sangue. Ex: Ácido úrico, ureia e creatinina. 103 Anotações: Taxa de Filtração Glomerular A quantidade de filtrado formado em todos os corpúsculos renais dos dois rins, a cada minuto, é chamada de taxa de filtração glomerular (TFG). A homeostasia dos líquidos do corpo necessita que os rins mantenham uma TFG relativamente cons- tante. Se a TFG for muito alta, substâncias neces- sárias podem passar tão rapidamente pelos túbulos renais que algumaspodem não ser reabsorvidas, podendo ser eliminada na urina. Se a TFG for muito baixa, quase todo o filtrado pode ser reabsorvido e certos produtos residuais podem não ser adequa- damente eliminados. Hormônio Antidiurético O hormônio antidiurético (ADH ou vasopressi- na) é liberado pela neuro-hipófise. Regula a absor- ção facultativa de água, aumentando a permeabili- dade das células principais na parte final do túbulo contorcido distal e por todo o ducto coletor. Na au- sência do ADH, as membranas apicais das células principais têm uma absortividade de água muito baixa. 104 Anotações: PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS DIGESTÓRIO Patologia Associada ao Sistema Digestório – Apendicite Aguda A apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo na criança, adolescente e no adulto jovem com um pico de incidência nas 2° e 3° déca- das de vida. Sua incidência reduziu-se nas últimas décadas e as razões desse declínio ainda não estão esclarecidas, podendo ser atribuídas às mudanças nos hábitos dietéticos e na flora intestinal, melhora da nutrição, maior ingestão de vitaminas e outros. A obstrução da luz apendicular é o principal fator iniciante do processo inflamatório, sendo as causas mais frequentes a hiperplasia do tecido lin- foide, principalmente nas crianças, fecalitos, cor- pos estranhos (sementes, fibras, bário, projétil de arma de fogo), vermes e neoplasias (do apêndice, ceco ou metastática). A dor abdominal é um sintoma mais impor- tante, é o mais frequente da apendicite aguda, com migração clássica de periumbilical ou epigástrica para localização em fossa ilíaca direita em 2/3 dos pacientes. Eventualmente podendo referir-se a ou- tros locais dependendo da posição ocupada pelo apêndice cecal, ocorrendo em 75% das vezes loca- lização intra-peritoneal retrocecal. É de diagnóstico acima de tudo clínico e ge- ralmente não necessita de exames complemen- tares. No entanto, principalmente diante de um quadro clínico duvidoso, exames laboratoriais e de imagem, sobretudo, ultrassonografia e tomografia 105 Anotações:computadorizada são empregados fornecendo su- porte secundário ao diagnóstico. Patologia Associada ao Sistema Digestório – Refluxo Gastroesofágico A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), considerada uma das afecções digestivas de maior prevalência nos países ocidentais, tem sido bastan- te estudada. É a afecção crônica decorrente do flu- xo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando variável espectro de sintomas (esofágicos ou extra- -esofágicos), associados ou não a lesões teciduais. DRGE é uma afecção de grande importância médico-social pela elevada e crescente incidência e por determinar sintomas de intensidade variável, que se manifestam por tempo prolongado, podendo prejudicar consideravelmente a qualidade de vida do paciente. As manifestações clínicas consideradas tí- picas da DRGE são pirose e regurgitação. Apesar desses sintomas sugerirem, a presença da afecção, vale salientar que outras doenças (como úlcera péptica, gastrite e eventualmente neoplasias) po- dem cursar com um deles. O tratamento visa o alívio dos sintomas, a ci- catrização das lesões e a prevenção de recidivas e complicações. Do ponto de vista prático, o objetivo é reduzir o potencial agressivo do conteúdo gástri- co, minimizando a agressão representada pelo áci- do clorídrico do suco gástrico. Pode-se classificar a abordagem terapêutica em medidas comporta- mentais e farmacológicas, que deverão ser imple- mentadas simultaneamente. 106 Anotações: PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS URINÁRIO Patologia Associada ao Sistema Urinário – Infecção do trato urinário A infecção sintomática do trato urinário (ITU), situa-se entre as mais frequentes infecções bac- terianas do ser humano. A infecção urinária pode comprometer somente o trato urinário baixo, o que especifica o diagnóstico de cistite, ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o supe- rior; neste caso, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta, também denominada pielonefrite. A infecção urinária baixa ou cistite pode ser sintomá- tica ou não. Os agentes etiológicos, frequentemente en- volvidos com ITU adquirida na comunidade, são, em ordem de frequência: a Escherichia Coli, e Sta- phylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. A E. coli, sozinha, responsabiliza-se por 70% a 85% das in- fecções do trato urinário adquiridas na comunida- de, e por 50% a 60% em pacientes idosos admitidos em instituições. A infecção do trato urinário baixo (cistite), quando sintomática, exterioriza-se clinicamente pela presença habitual de disúria, urgência miccio- nal, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica. Febre, neste caso, não é comum. Na anamnese, a ocorrên- cia prévia de quadros semelhantes, diagnostica- dos como cistite, deve ser valorizada. O aspecto da urina pode trazer informações valiosas: urina turva 107 Anotações:(pela presença de piúria) e/ou avermelhada (pela presença de sangue), causada por cálculo e/ou pelo próprio processo inflamatório. Patologia Associada ao Sistema Urinário – Doença Renal Crônica A doença renal crônica (DRC) é definida como anormalidades da estrutura ou função renal, pre- sentes por um período igual ou superior a três me- ses, com implicações para a saúde, sendo adotadas para o seu estadiamento a taxa de filtração glo- merular (TFG) e a albuminúria. O envelhecimento populacional, juntamente com a crescente incidência de diabetes, hiperten- são arterial e outras doenças e agravos não trans- missíveis, tem contribuído para o aumento mundial da prevalência da DRC e da doença renal terminal (DRT). Entre as intervenções terapêuticas, as que são mais recorrentes na literatura envolvem o con- trole de hipertensão arterial, diabetes e dislipide- mia, alterações alimentares, redução de peso e abstinência do fumo. Existem diferentes modelos de atendimen- to ao paciente com DRC. A abordagem orientada na doença é um deles, demonstrando uma relação causal direta entre sinais e sintomas observados e processos fisiopatológicos subjacentes. Apresen- ta como vantagem uma estrutura sistemática para orientar e padronizar a gestão, a avaliação de resul- tados e de desempenho em pacientes com proces- sos de doenças claramente definidos. U ni da de 4 Videoaula 1 Videoaula 2 Videoaula 3 Videoaula 4 Videoaula 5 110 111 SISTEMA GENITAL E NERVOSO A reprodução sexual é o processo pelo qual os organismos geram a pro- le, produzindo células germinativas, chamadas de gametas. Após o game- ta masculino (espermatozoide) unir- -se com o gameta feminino (ovócito secundário) – em um evento chamado de fertilização, onde a célula gerada a partir dessa união possui um conjunto de cromossomos de cada um dos pais. 112 SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMININO Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos, um sistema de ductos (incluindo epi- dídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra) as glândulas sexuais acessórias (glândulas seminais, próstata e glândula bulbouretral) e diver- sas estruturas de sustentação, incluindo o escroto e o pênis. (Fig. 42) Figura 42: Órgão Genital Masculino Fonte: Tortora, 12ª. 113 Anotações:Os testículos (gônadas masculinas) produzem espermatozoides e secretam hormônios. O sistema de ductos transporta e armazena espermatozoi- des, auxilia na sua maturação e os transporta até o exterior. O sêmen contém espermatozoides mais as secreções fornecidas pelas glândulas sexuais acessórias. As estruturas de sustentação têm vá- rias funções. O pênis transporta espermatozoides para o trato genital feminino e o escroto aloja os testículos. Escroto O escroto, é a estrutura de sustentação para os testículos, consiste em pele frouxa e tecido sub- cutâneo subjacente que pende da raiz (a parte fixa) do pênis. Em resposta às baixas temperaturas, os músculos cremaster e dartos secontraem. A con- tração dos músculos cremasteres aproxima mais os testículos do corpo, do qual podem absorver ca- lor. A contração do músculo dartos retesa o escroto (dando-lhe uma aparência enrugada), o que reduz a perda de calor. A exposição ao calor inverte essas ações. Testículos Os testículos são glândulas ovais pares, situ- adas no escroto, medindo aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Cada um dos 200-300 lóbulos contém de um a três túbulos espiralados, os túbulos seminíferos contorcidos, nos quais os espermatozoides são produzidos. O processo pelo qual os túbulos seminíferos dos tes- 114 Anotações: tículos produzem espermatozoides é chamado de espermatogênese. Os túbulos seminíferos contêm dois tipos de células: células espermatogênicas, as células pro- dutoras de espermatozoides, e as células de Serto- li, que possuem diversas funções de suporte à es- permatogênese. Espermatozoide As principais partes de um espermatozoide são a cabeça e a cauda. Contém um núcleo com 23 cromossomos condensados. Recobrindo os dois terços anteriores do núcleo encontra-se o acros- somo, uma vesícula semelhante a uma cápsula, preenchida com enzimas que ajudam o espermato- zoide a penetrar um oócito secundário, realizando a fertilização. Entre as enzimas estão as hialuronidases e as proteases. A cauda do espermatozoide é subdividi- da em quatro partes: colo, parte intermediária, par- te principal e extremidade fi nal. (Fig. 43) Figura 43: Estrutura do Espermatozoide Fonte: Tortora, 12ª. 115 Anotações:Glândulas Glândulas (vesículas) seminais pares, através dos ductos da glândula seminal secretam um líqui- do viscoso alcalino, que contém frutose (um açúcar monossacarídeo), prostaglandinas e proteínas de coagulação, que são diferentes daquelas encontra- das no sangue. A próstata é uma glândula simples, anelada, do tamanho aproximado de uma bola de golfe. A próstata secreta um líquido leitoso, ligeiramente acidífero (pH de aproximadamente 6,5), que contém diversas substâncias importantes: (1) o ácido cítri- co, (2) diversas enzimas proteolíticas, como o an- tígeno prostático específico (PSA), o pepsinogênio, a lisozima, a amilase e a hialuronidase, (3) a função da fosfatase ácida secretada pela próstata é desco- nhecida e (4) a plasmina seminal, no líquido prostá- tico, é um antibiótico que destrói bactérias. As glândulas bulbouretrais ou glândulas de Cowper pares, têm o tamanho aproximado de uma ervilha. Durante a excitação sexual, as glândulas bul- bouretrais secretam um líquido alcalino na uretra, que protege os espermatozoides da passagem, neu- tralizando os ácidos da urina presentes na uretra. Sêmen Sêmen é uma mistura de espermatozoides e um líquido seminal, que consiste nas secreções dos túbulos seminíferos, glândulas seminais, prós- tata e glândulas bulbouretrais. 116 Anotações: Pênis O pênis contém a uretra, sendo uma via de passagem para a ejaculação do sêmen e a excre- ção da urina. O pênis possui um formato cilíndrico e consiste em corpo, glande e raiz. O corpo do pênis é composto de três massas cilíndricas de tecido, cada uma envolvida por um te- cido fibroso, chamado de túnica. As duas massas dorsolaterais são chamadas de corpos cavernosos do pênis. A massa posterior média menor, o corpo esponjoso do pênis, contém a parte esponjosa da uretra, mantendo-a aberta durante a ejaculação. A extremidade distal do corpo esponjoso do pênis é uma região em forma de bola, ligeiramente expandida, chamada de glande do pênis; sua mar- gem é a coroa da glande. A raiz do pênis é a parte fixa (parte proximal). Consiste no bulbo, a parte expandida da base do corpo esponjoso, e nos ramos do pênis as duas par- tes separadas e afiladas do corpo cavernoso. Sistema Genital Feminino Os órgãos do sistema genital feminino in- cluem os ovários (gônadas femininas); as tubas ute- rinas ou ovidutos, útero, vagina e os órgãos genitais femininos externos, que são coletivamente chama- dos de vulva ou pudendo feminino. (Fig. 44) 117 Figura 44: Órgão genital feminino interno Fonte: https://www.biologianet.com/anatomia-fi fi ologia- animal/vagina.htm As glândulas mamárias são consideradas parte tanto do sistema genital feminino quanto do tegumento comum. Ovários Os ovários são as gônadas femininas, ou seja, glândulas pares que se assemelham às amêndoas sem casca, em tamanho e formato; eles são ho- mólogos aos testículos. Os ovários produzem, (1) gametas, oócitos secundários que se desenvolvem em ovos maduros e (2) hormônios, incluindo pro- gesterona e estrógenos (os hormônios sexuais fe- mininos), inibina e relaxina. 118 Anotações: Tubas Uterinas As mulheres possuem duas tubas uterinas (trompas de Falópio) ou ovidutos, que se esten- dem lateralmente a partir do útero. Fornecem uma via para os espermatozoides chegarem ao óvulo e transportam oócitos secundários e óvulos fertili- zados dos ovários para o útero. A parte afunilada de cada tuba, chamada de infundíbulo, fica perto do ovário, mas é aberta para a cavidade pélvica. Termina em uma franja de projeções digitiformes, chamadas de fímbrias, uma das quais está presa à extremidade lateral do ovário. Útero Situado entre a bexiga urinária e o reto, o úte- ro apresenta o tamanho e o formato de uma pêra invertida. As subdivisões anatômicas do útero in- cluem: (1) uma parte em forma de domo, superior às tubas uterinas, chamada de fundo do útero, (2) uma parte central afilada, chamada de corpo do útero e (3) uma parte estreita inferior, chamada de colo do útero, que abre na vagina. O interior do corpo do útero é chamado de ca- vidade do útero, e o interior do colo é chamado de canal do colo do útero. Histologicamente, o útero consiste em três camadas de tecido: o perimétrio (camada externa), o miométrio (camada média do útero) e o endométrio (a camada interna). Vagina A vagina é um canal fibromuscular longo e tu- bular, com 10 cm de comprimento, revestido por tú- nica mucosa, que se estende do exterior do corpo 119 do útero até o colo. É o receptáculo para o pênis du- rante a relação sexual, uma saída para o fl uxo mens- trual é uma via de passagem para o parto. Uma pre- ga fi na de túnica mucosa vascularizada, chamada de hímen, forma uma margem em torno da extremi- dade inferior da abertura da vagina para o exterior, o óstio da vagina, fechando-a parcialmente. Vulva O termo vulva ou pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais femininos externos. Os compo- nentes da vulva são os seguintes: o monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pêlos púbicos espessos que protege a sínfi se pú- bica. A partir do monte do púbis, duas pregas longi- tudinais de pele, os lábios maiores do pudendo, es- tendem-se inferior e posteriormente. Medialmente aos lábios maiores do pudendo encontram-se duas pregas menores de pele, chamadas de lábios meno- res do pudendo. (Fig. 45) Figura 45: Órgão genital feminino externo Fonte: https://www.auladeanatomia.com/sistemas/415/ orgaos-externos 120 Anotações: O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta de dois pequenos corpos eréteis, os cor- pos cavernosos, e numerosos nervos e vasos san- guíneos. É homólogo à glande do pênis. A região entre os lábios menores é o vestíbulo. Dentro do vestíbulo estão o hímen (se ainda presente), o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as aberturas dos ductos de diversas glândulas. Glândulas mamárias Cada mama possui uma projeção pigmenta- da, a papila mamária, que possui uma série de aber- turas pouco espaçadas de ductos, chamados de ductos lactíferos, dos quais o leite emerge. A área circular da pigmentação de pele que envolve a pa- pila mamária é chamada de aréola da mama; parece enrugada porque contém glândulas sebáceas mo- dificadas. Dentro de cada mama encontra-se uma glândula mamária modificada que produz leite. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO O sistema nervoso é uma rede complexa, mui- to organizada, de bilhõesde neurônios e de um nú- mero ainda maior de neuroglias. As estruturas que compõem o sistema nervoso incluem o encéfalo, os nervos cranianos e seus ramos, a medula espinhal, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensoriais. 121 Anotações:Funções do Sistema Nervoso Permite a percepção de diversos odores, a produção da fala e a lembrança de eventos passa- dos; além disso, transmite sinais que controlam os movimentos do corpo e regulam o funcionamento dos órgãos internos. São três: • Função sensorial - os receptores senso- riais detectam estímulos internos, como um aumento na acidez do sangue e estí- mulos externos, é como sentir uma gota de chuva que cai no braço. Essa informa- ção sensorial é, em seguida, conduzida até o encéfalo e medula espinal por meio dos nervos cranianos e espinais. • Função integrativa - o sistema nervoso integra (processa) informação senso- rial, analisando e armazenando uma par- te, tomando decisões para as respostas apropriadas. Uma função integrativa im- portante é a percepção, o conhecimento consciente do estímulo sensorial. A per- cepção ocorre no encéfalo. • Função motora - uma vez que a informa- ção é integrada, o sistema nervoso pode provocar uma resposta motora apropria- da, ativando os efetores (músculos ou glândulas) por meio dos nervos espinais e cranianos. A estimulação dos efetores leva à contração dos músculos e à secre- ção das glândulas. 122 Anotações: Subdivisões do Sistema Nervoso O sistema nervoso tem duas subdivisões prin- cipais: sistema nervoso central (SNC), que consiste no encéfalo e na medula espinal. O SNC processa a entrada de tipos diferentes de informação sensorial. É também a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos impulsos nervosos que estimulam os músculos a se contrair e as glândulas a secretar se origina no SNC. A parte periférica do sistema nervoso ou siste- ma nervoso periférico (SNP), inclui todos os tecidos nervosos fora do SNC. Os componentes do SNP in- cluem os nervos cranianos e seus ramos, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios e os receptores sensoriais. O SNP pode ser subdividido, ainda, em uma parte somática do sistema nervoso (SSN), em uma di- visão autônoma do sistema nervoso (DASN), em uma parte entérica do sistema nervoso (PESN). (Fig. 46) Figura 46: Divisão do Sistema Nervoso Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/88914506/ principais-divisoes-do-sistema-nervoso 123 Anotações:Um gânglio refere-se a um agrupamento de corpos celulares neuronais, localizados no SNP. Como mencionado anteriormente, os gânglios es- tão intimamente associados com os nervos espi- nais e cranianos. Por contraste, o núcleo é um agru- pamento de corpos celulares neuronais localizado no SNC. Um nervo é um feixe de axônios localizado no SNP. Os nervos cranianos conectam o encéfalo à periferia, enquanto os nervos espinais conectam a medula espinal à periferia. Um trato é um feixe de axônios localizado no SNC. Os tratos interconectam os neurônios na medula espinal e no encéfalo. A substância branca é composta, basicamen- te, de axônios mielinizados e amielínicos de mui- tos neurônios. A cor esbranquiçada da mielina dá à substância branca seu nome. A substância cinzenta do sistema nervoso contém corpos celulares neu- ronais, dendritos, axônios amielínicos, terminais axônicos e neuróglia. Cérebro O cérebro adulto está dividido em um par de hemisférios cerebrais grandes. As superfícies dos hemisférios cerebrais são bastante pregueadas e cobertas por uma camada superficial de substân- cia cinzenta denominada córtex cerebral (córtex, casca), cujas funções incluem consciência, pro- cessamento e armazenamento de memória, pro- cessamento sensitivo e a regulação das contrações musculares esqueléticas. O corpo caloso é um trato espesso de substância branca que interliga os dois hemisférios cerebrais. Contém mais de 200 milhões de axônios que transportam cerca de 4 bilhões de 124 Anotações: impulsos por segundo. Dividido em lóbulos frontal, parietal, occipital e temporal. Fissuras são sulcos profundos que subdivi- dem o hemisfério cerebral. Giros são dobras no cór- tex cerebral que aumentam a sua área de superfí- cie. Sulcos são depressões rasas no córtex cerebral que separam giros adjacentes. Diencéfalo O diencéfalo é a ligação estrutural e funcional entre os hemisférios cerebrais e o restante do SNC. O tálamo contém centros de transmissão e proces- samento de informação sensitiva. O hipotálamo ou assoalho do diencéfalo, contém centros envolvidos com emoções, função autônoma e produção hor- monal. Cerebelo O cerebelo, parcialmente escondido pelos he- misférios cerebrais, é a segunda maior estrutura do encéfalo. As funções do cerebelo incluem a coor- denação e a modulação dos comandos motores do córtex cerebral. Tronco Encefálico O tronco encefálico inclui o mesencéfalo, a ponte e o bulbo. O mesencéfalo processa informa- ção visual e auditiva (audição) e controla reflexos desencadeados por esses estímulos. Também con- tém centros que ajudam a manter a vigília. A ponte conecta o cerebelo ao tronco encefálico. (Fig. 47) 125 Figura 47: Anatomia do telencéfalo Fonte: https://blog.portaldomedico.com/anatomia-do- cerebro/ Além de tratos e centros relês, a ponte tam- bém atua no controle motor somático e visceral. O bulbo transmite informações sensitivas a outras partes do tronco encefálico e ao tálamo. O bulbo contém centros importantes que regulam a fun- ção autônoma, tais como, a frequência cardíaca e a pressão arterial. Ventrículos Durante o desenvolvimento, as passagens no interior do tubo neural nos hemisférios cerebrais, no diencéfalo, na ponte, no cerebelo e no bulbo se expandem para formar câmaras chamadas ventrí- culos. Os ventrículos são preenchidos com o líquido cerebrospinal e revestidos por células ependimais. Cérebro Tronco Encefálico Cerebelo Telencéfalo Diencéfalo Mesencéfalo Ponte Bulbo Cerebelo 126 Meninges Os tecidos delicados do encéfalo são prote- gidos das forças mecânicas pelos ossos do crânio, pelas meninges cranianas e pelo líquido cerebros- pinal. As três camadas que compõem as meninges cranianas – dura-máter (mais externa, é fundida com o periósteo dos ossos cranianos.), aracnoide- -máter (camada intermediária, o espaço subarac- noide cheio de líquido separa a camada externa da aracnoide-máter da pia-máter) e pia-máter (cama- da interna, adere à superfície do encéfalo. (Fig. 48) Figura 48: Meninges e medula espinal Fonte: https://coladaweb.com/biologia/corpo-humano/ medula-espinhal Estende-se por dentro de todos os giros e sul- cos e acompanha as ramificações dos vasos san- guíneos, à medida que penetram na superfície do encéfalo para alcançar as estruturas internas. – são contínuas nas camadas das meninges na medula. Meninges Substância branca Pia-máter Aracnoide Dura-máter Nervo Substância cinzenta Glândio nervoso 127 Anotações:Medula Espinal A medula espinal adulta mede aproximada- mente 45 cm de comprimento e tem uma largura máxima de cerca de 14 mm. Em uma vista seccio- nal, tem uma camada externa de substância branca e uma camada interna de substância cinzenta que circunda um canal central pequeno. A medula es- pinal completa pode ser dividida em 31 segmentos, cada uma origina-se de um par de nervos espinais. A substância branca superficial é dominada pelos axônios mielinizados. A substância cinzenta (domi- nada pelos corpos celulares de neurônios, neuróglia e axônios não mielinizados), circunda o canal cen- tral estreito e forma um H ou a uma figura de uma borboleta. O sistema nervoso central processa in- formação sensorial e transmite comandos motores através de uma rede de nervos periféricos chamada de sistema nervoso periférico (SNP). Com base na sua origem, os nervos periféricos podem ser divi- didos em nervos cranianos do encéfalo (12 pares) e nervos espinais da medula espinal (31 pares). TIPOSDE CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO Neurônios - Como as células musculares, os neurônios (células nervosas) possuem excitabilida- de elétrica, a capacidade de responder a um estí- mulo e convertê-lo em um potencial de ação. Um estímulo é qualquer alteração no ambiente, forte o bastante para iniciar um potencial de ação. Um po- tencial de ação (impulso nervoso é um sinal elétri- 128 co que se propaga, “viaja’’ ao longo da superfície da membrana de um neurônio). A maioria dos neurô- nios possui três partes: (1) um corpo celular, (2) den- dritos e (3) um axônio. (Fig. 49) Figura 49: Neurônio Fonte: Tortora, 12ª. 129 Anotações:Neuróglias - ou glia constitui, aproximada- mente, metade do volume do SNC. Em contraste com os neurônios, as neuróglias não geram ou pro- pagam potenciais de ação e possuem a capacida- de de se multiplicar e se dividir no sistema nervo- so maduro. Dos seis tipos de células da neuróglia, quatro — astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células ependimárias — são encontrados apenas no SNC. Os dois tipos restantes — as células de Schwa- nn e as células-satélite — estão presentes no SNP. Neuroglias do SNC Astrócitos - estas células em forma de estrela têm muitos processos e são as maiores e mais nu- merosas da neuroglia. As funções dos astrócitos incluem o seguinte: (1) astrócitos contém microfi- lamentos que lhes proporcionam força considerá- vel, permitindo que suportem os neurônios: (2) os processos dos astrócitos envolvendo os capilares sanguíneos isolam os neurônios do SNC das várias substâncias potencialmente prejudiciais, presen- tes no sangue: (3) os astrócitos ajudam a manter o ambiente químico adequado para a geração de im- pulsos nervosos. Oligodendrócitos - estes se assemelham aos astrócitos, mas são menores e contêm menos pro- cessos. Os processos dos oligodendrócitos são responsáveis pela formação e manutenção da bai- nha de mielina em torno dos axônios do SNC. Micróglia - estas células da neuróglia são pe- quenas, com processos finos que emitem numero- sas projeções espinhosas. As células da micróglia 130 Anotações: funcionam como fagócitos, realizando a fagocitose de micróbios e do tecido nervoso danificado. As células ependimárias - são células coluna- res e cúbicas, dispostas em uma única camada, que possuem cílios e microvilosidades. Estas células revestem os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinal. Neuroglias do SNP A neuróglia do SNP envolve completamen- te os axônios e os corpos celulares. Os dois tipos de células da glia presentes no SNP são células de Schwann e células-satélite. Células de Schwann - estas células envolvem os axônios do SNP. Como os oligodendrócitos, for- mam a bainha de mielina em torno dos axônios. No entanto, enquanto um único oligodendrócito mieli- niza diversos axônios, cada célula de Schwann mie- liniza um único axônio. Células-satélites - estas células planas en- volvem os corpos celulares dos neurônios dos gân- glios do SNP. Além de fornecer suporte estrutural, as células-satélite regulam as trocas de substân- cias entre os corpos das células neuronais e o líqui- do intersticial. 131 Anotações:PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS GENITAL MASCULINO E FEMININO Patologia Associada ao Sistema Genital – Sífilis A sífilis é uma doença infecciosa crônica, que desafia há séculos a humanidade. Acomete prati- camente todos os órgãos e sistemas e, apesar de ter tratamento eficaz e de baixo custo, vem se man- tendo como problema de saúde pública até os dias atuais. A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, gênero Treponema, da família dos Treponemataceae. A penetração do trepone- ma é realizada por pequenas abrasões decorrentes da relação sexual. Logo após, o treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação hematogênica, outras partes do corpo. A resposta da defesa local resulta em erosão e exulceração no ponto de inoculação, enquanto a disseminação sis- têmica resulta na produção de complexos imunes circulantes que podem depositar-se em qualquer órgão. A sífilis é uma doença transmitida pela via se- xual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congê- nita) pela placenta da mãe para o feto. Outras formas de transmissão mais raras e com menor interesse epidemiológico são por via indireta (objetos conta- minados, tatuagem) e por transfusão sanguínea. A história natural da doença mostra evolução que alterna períodos de atividade com características 132 Anotações: clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas (sífilis primária, secundária e terciária) e períodos de latência (sífilis latente). A sífilis divide-se ainda em sífilis recente, nos casos em que o diagnóstico é feito em até um ano depois da infecção, e sífilis tardia, quando o diagnóstico é realizado após um ano. PATOLOGIA ASSOCIADA AO SISTEMA NERVOSO – PARKINSON A doença de Parkinson (DP) ou mal de Parkin- son é uma patologia de origem neurológica, dege- nerativa de uma região conhecida como substância negra, presente no sistema nervoso central. Na po- pulação idosa, considera-se a segunda enfermidade neurodegenerativa mais comum e se manifesta de forma crônica e com tendência progressiva, dada a diminuição do neurotransmissor dopamina nos gân- glios da base. A DP não tem origem conhecida, porém alguns estudos apontam que ela pode ser causada por vá- rios fatores, como resultado de uma combinação da predisposição genética com a exposição a fatores tóxicos ambientais. A genética engloba genes que propiciam o desenvolvimento da doença, já as to- xinas ambientais estão relacionadas aos casos de pacientes com DP residentes em áreas rurais com exposição ao uso de pesticidas e herbicidas, asso- ciando o estresse oxidativo a uma exposição a pro- dutos químicos industriais (SILVA et al, 2021). Em uma análise fisiopatológica, acontece uma degeneração dos neurônios de neuromelanina, lo- calizados no tronco encefálico, destacando-se a de- 133 gradação principalmente dos neurônios que contêm dopamina da camada ventral da parte compacta da substância negra e dos neurônios que possuem no- repinefrina do lócus cerúleo. Estes podem apresen- tar neurônios que não se degeneram e dispõem de inclusões proteináceas citoplasmáticas e eosinofíli- cas designadas como corpúsculos de Lewy (SILVA et al, 2021). Como primeiros sintomas, observa-se no pa- ciente uma queda no seu desempenho motor, o que difi culta a prática das atividades no dia a dia desses pacientes, limitando-o e até impedindo-o de realizar outras ações. Considera-se que o tremor é o sinal do início da DP assim como a rigidez, a bradicinesia e a instabilidade, em metade dos pacientes; no caso do tremor, ele começa nas extremidades distais do corpo e é percebido quando o pa- ciente está em repouso (SILVA et al, 2021). A análise clínica da Doença de Parkinson é que faz o diagnós- tico do paciente, ou seja, quando ele demonstra alguma sequência dos sinais motores cardinais como tremor de repouso, bradicinesia, rigi- dez com roda denteada, anormalidades posturais (SILVA et al, 2021). outras ações. Considera-se que o tremor é o sinal do início da DP assim como a rigidez, a bradicinesia e a instabilidade, em metade dos pacientes; no caso do tremor, ele começa nas extremidades distais do corpo e é percebido quando o pa- ciente está em repouso (SILVA et al, 2021). tico do paciente, ou seja, quando ele demonstra alguma sequência dos sinais motores cardinais como tremor de repouso, bradicinesia, rigi- dez com roda denteada, anormalidades 134 REFERÊNCIAS AVELLEIRA João C.R., BOTTINO Giuliana. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. An Bras Der- matol.;81(2):111-26, 2006. GALI, Júlio Cesar. Osteoporose. Acta Ortopédica Brasileira. ABR/JUN, 2001. GOELDNER, Isabela, SKARE, Thelma L., REASON, Iara T. de Messias, UTIYAMA, Shirley Ramos da Rosa. Artrite reumatoide: uma visão atual. J Bras Patol Med Lab.v. 47, n.5, p. 495-503 • outubro 2011. FARIASL.P.G, STRABELLI D.G., FONSECA E.K.U.N., LOUREIRO B.M.C., NOMURA C.H., SAWAMURA M.V.Y. 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Nível Químico: este nível muito básico inclui átomos, os menores componentes de um elemento químico que participam das re- ações químicas, e moléculas, dois ou mais átomos ligados entre si. II. Nível Celular: um organismo, qualquer ser vivo pode ser comparado a um livro em nossa analogia. Todas as partes do corpo que atuam em conjunto formam o organis- mo completo. III. Nível Tecidual: tecidos são os grupos de células mais o material em tomo deles que atuam em conjunto para executar uma função específica. IV. Nível Orgânico: neste nível, diferentes ti- pos de tecidos se unem. Órgãos são es- truturas compostas de dois ou mais tipos diferentes de tecidos; desempenham fun- 141 U ni da de 1 ções específicas e, normalmente, pos- suem formas reconhecíveis. V. Nível Sistêmico: um sistema consiste em órgãos relacionados que possuem uma função comum. Um exemplo do nível sis- têmico, também chamado de nível sistê- mico orgânico (sistema-órgão), é o siste- ma digestório, que decompõe e absorve os alimentos. VI. Nível do Organismo: as moléculas se com- binam para formar as células, as unidades funcionais e estruturais básicas de um or- ganismo. É correto o que se afirma em a. I, II e III. b. II, III e IV. c. III, IV e VI. d. I, III, IV e V. e. II, III, IV, e VI. QUESTÃO 02 As descrições de qualquer região ou de qual- quer parte do corpo assumem que ele esteja em uma posição específica, chamada de posição ana- tômica. Nessa posição, a pessoa está ereta, olhan- do para o observador, com a cabeça na posição horizontal e os olhos voltados diretamente para a frente. Os pés estão plantados no solo e dirigidos para a frente, enquanto os braços estão esticados, em cada lado, com as palmas voltadas para a frente. 142 U ni da de 1 A partir das informações apresentadas, é correto afirmar que a. um plano vertical que divide o corpo ou ór- gão em lados direito e esquerdo. b. uma posição que indica que o paciente está deitado sobre a parte anterior do cor- po. c. se o paciente estiver com a face voltada para cima. d. o paciente fica deitado de lado com ambos os braços para frente e os joelhos e qua- dris fletidos. e. uma posição universal utilizada para o es- tudo das partes anatômicas com as pal- mas das mãos voltadas para cima. QUESTÃO 03 Em anatomia, os planos anatómicos ou planos anatômicos são planos hipotéticos usados para di- vidir o corpo humano, de modo que, possa descre- ver a localização de estruturas ou a direção dos movimentos. Em anatomia humana e animal são usados três planos elementares. Assinale a alternativa correta referente ao plano transversal. a. É um plano vertical que divide o corpo ou órgão em lados direito e esquerdo. b. Divide o corpo ou órgão em partes anterior e posterior. c. Esse plano passa através da linha mediana do corpo ou órgão e o divide em metades 143 U ni da de 1 iguais, direita e esquerda. d. Divide o corpo ou órgão em partes supe- rior e inferior. e. Passa através do corpo ou órgão forman- do um ângulo entre o plano transverso e o plano sagital ou o plano frontal. QUESTÃO 04 A posição anatômica de referência ou posição anatómica de referência é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. A posição anatômica refere-se a pesso- as — independentemente da posição atual em que possam estar — como se estivessem de pé com: cabeça, olhos e dedos do pé direcionados anterior- mente (para frente). Membros superiores ao lado do corpo com as palmas viradas para frente. Assinale a alternativa que descreve melhor o posição de supinação. a. Um plano vertical que divide o corpo ou ór- gão em lados direito e esquerdo. b. Uma posição que indica que o paciente está deitado sobre a parte anterior do cor- po. c. Se o paciente estiver com a face voltada para cima. d. O paciente fica deitado de lado com am- bos os braços para frente e os joelhos e quadris fletidos. e. Uma posição universal utilizada para o es- tudo das partes anatômicas com as pal- mas das mãos voltadas para cima. 144 U ni da de 1 QUESTÃO 05 A posição anatômica é uma referência base- ada em um posicionamento específico do corpo, como dissertamos em nossos estudos, todas as es- truturas anatômicas devem ser nomeadas de acor- do com cada posição. Ou seja, independente da posição que o paciente esteja, na sua imaginação você deve transpor para a posição anatômica, de acordo com esse posicionamento de referência poderá identificar as estruturas. Essa posição pa- drão é essencial, pois, em qualquer lugar do mundo que estivermos estudando, por exemplo, a anato- mia, a posição anatômica será a mesma. Considerando o texto, assinale a alternativa correta referente ao plano coronal. a. É um plano vertical que divide o corpo ou órgão em lados direito e esquerdo. b. Divide o corpo ou órgão em partes anterior e posterior.c. Esse plano passa através da linha mediana do corpo ou órgão e o divide em metades iguais, direita e esquerda. d. Divide o corpo ou órgão em partes superi- or e inferior. e. Passa através do corpo ou órgão forman- do um ângulo entre o plano transverso e o plano sagital ou o plano frontal. 145 U ni da de 2 QUESTÃO 06 Coração é um dos principais órgãos do cor- po humano, formado principalmente por músculo cardíaco, que faz parte do sistema cardiovascular. É esse processo que garante que o sangue seja transportado para todo o organismo, e o coração exerce importante papel nele, uma vez que atua bombeando o sangue. Este sangue precisa ser fre- quentemente bombeado ao longo dos vasos san- guíneos no corpo, de modo que consiga chegar a todas as células realizando a troca de materiais. O estudo científico do coração normal e das doenças associadas é a cardiologia. Considerando o texto, assinale a opção corre- ta referente à membrana que envolve e protege o coração. a. Miocárdio. b. Pericárdio. c. Periósteo. d. Endósteo. e. Fascículo muscular. QUESTÃO 07 O coração possui quatro câmaras. As duas câmaras receptoras superiores _______, e as duas câmaras de bombeamento inferiores são os _________. A parede do coração consiste em três camadas: o epicárdio (camada externa), o miocár- dio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna). 146 U ni da de 2 Assinale a alternativa que preenche os es- paços referente às cavidades do coração. a. Axial e apendicular. b. Miocárdio e endocárdio. c. Superior e inferior. d. Átrios e ventrículos. e. Sulco coronário e interventricular. QUESTÃO 08 As valvas do tronco pulmonar e da aorta são conhecidas como as valvas semilunares, porque consistem em três válvulas em forma de lua cres- cente. As valvas arteriais permitem a ejeção do sangue do coração para as artérias, mas evitam o fluxo retrógrado do sangue para os ventrículos. Quando os ventrículos se contraem, a pressão au- menta dentro das câmaras. As valvas arteriais se abrem quando a pressão nos ventrículos excede a pressão das artérias, permitindo a ejeção do sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e para a aorta. Conforme o texto, assinale a alternativa cor- reta referente aos nomes dados aos movimentos do músculo cardíaco: a. Sístole e diástole. b. Supinação e pronação. c. Contração e distensão. d. Abdução e contração. e. Peristaltismo. 147 U ni da de 2 QUESTÃO 09 Os vasos sanguíneos são responsáveis pelo transporte de sangue por todo o organismo, é con- stituído de três tipos básicos: as artérias, as ve- ias e os vasos capilares. O sangue é transportado do coração para os órgãos e tecidos através das artérias, retornando ao coração pelas veias. Já os vasos capilares são responsáveis por conectar as extremidades das artérias até as extremidades das veias. Considerando o texto, assinale a alternativa correta, referente aos dois circuitos/tipos de circu- lação do sangue no corpo. a. Fechada e aberta. b. Arterial e tronco pulmonar. c. Lado direito e esquerdo. d. Membros superiores e inferiores. e. Pulmonar e sistêmica. QUESTÃO 10 Os vasos sanguíneos formam uma rede de tu- bos que transportam o sangue pelo corpo. Esses tubos possuem diferentes diâmetros e fazem circu- lar o sangue arterial (oxigenado) e venoso (rico em gás carbônico), constituindo o sistema cardiovas- cular ou circulatório. Diante disso, assinale a alternativa correta no que se refere aos vasos sanguíneos. 148 U ni da de 2 a. As artérias dão origem a vênulas, de diâmetro menor, que finalmente levam aos extensos leitos dos capilares sistêmi- cos. b. Na maioria dos casos, o sangue flui por apenas um capilar e, em seguida, entra em uma artéria sistêmica. c. O lado direito do coração é a bomba para a circulação sistêmica; recebe todo o sangue desoxigenado, vermelho-escuro, que retorna da circulação pulmonar. d. O lado esquerdo do coração é a bomba para a circulação sistêmica, recebendo sangue rico em oxigênio, vermelho vivo, dos pulmões. e. É possível encontrar no corpo humano so- mente artérias e capilares. 149 U ni da de 3 QUESTÃO 11 Os alimentos precisam ser decompostos em moléculas menores, o suficiente para entrarem nas células do corpo, um processo conhecido como di- gestão. Os alimentos que ingerimos contêm uma variedade de nutrientes que são usados para for- mar novos tecidos corporais e reparar tecidos dan- ificados. O alimento também é vital para a vida. Assinale a alternativa correta referente à con- versão de energia proveniente dos alimentos uti- lizados pelo nosso corpo. a. Açúcar e água. b. ATP e fósforo. c. Química e física. d. Glicose e enzimas. e. Química e mecânica. QUESTÃO 12 A principal função do intestino delgado é a absorção dos alimentos, ou seja, a partir desse evento os nutrientes, vitaminas e minerais são aproveitados em nosso corpo. O trato digestório e os órgãos são anexos ao intestino delgado. O comprimento do trato gastrointestinal é de aproximadamente 5 a 7 m, em uma pessoa viva. É maior em um cadáver (mede aproximadamente 7 a 9 metros), porque os músculos ao longo das paredes dos órgãos do trato GI estão no estado de tonicidade (contração contínua). 150 U ni da de 3 Marque a alternativa correta no que diz res- peito aos órgãos que compõem o trato digestório. a. Boca, dentes, língua, fígado, vesícula biliar e pâncreas. b. Boca, grande parte da faringe, esôfago, fígado e intestino delgado. c. Dentes, língua, glândulas salivares, fígado, intestino e pâncreas. d. Língua, pulmão, esôfago, intestino delga- do e intestino grosso. e. Boca, grande parte da faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. QUESTÃO 13 Analise as asserções. I. Ingestão - Este processo compreende a introdução de alimentos e líquidos pela boca (comer). 2. Secreção - Todos os dias as células no in- terior das paredes do trato GI e dos órgãos acessórios da digestão secretam um total de aproximadamente 7 litros de água, áci- do, tampões e enzimas no lume (espaço interior) do trato. 3. Mistura e propulsão - É a contração e o re- laxamento alternados do músculo liso nas paredes do trato GI misturam o alimento e as secreções, empurrando-os em direção ao ânus. 4. Digestão - Processo químico e mecânico que decompõe os alimentos ingeridos em 151 U ni da de 3 partículas menores. Na digestão mecâni- ca, os dentes cortam e trituram os alimen- tos antes de ser deglutido e, em seguida, os músculos lisos do estômago e intestino delgado misturam vigorosamente os ali- mentos. Assinale a alternativa correta referente aos processos realizados pelo sistema digestório. a. I e II. b. II e III. c. III e IV. d. I, II e IV. e. I, II, III e IV. QUESTÃO 14 A principal função do intestino delgado é a ab- sorção dos alimentos, ou seja, a partir desse evento os nutrientes, vitaminas e minerais são aproveita- dos em nosso corpo. O trato digestório e os órgãos são anexos ao intestino delgado. O comprimento do trato gastrointestinal é de aproximadamente 5 a 7 m, em uma pessoa viva. É maior em um cadáver (aproximadamente 7 a 9 metros), porque os múscu- los ao longo das paredes dos órgãos do trato GI es- tão no estado de tonicidade (contração contínua). A partir dessas informações, no que se refere somente aos órgãos acessórios que fazem parte do sistema digestório, marque a alternativa correta: a. Dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. 152 U ni da de 3 b. Boca, grande parte da faringe, esôfago, fígado e intestino delgado. c. Dentes, língua, glândulas salivares, fígado, intestino e pâncreas. d. Língua. pulmão, esôfago, intestino delga- do, intestino grosso e pulmão. e. Boca, grande parte da faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. QUESTÃO 15 O quimo passa do estômago para o intestino delgado. A digestão química no intestino delga- do depende das atividades do pâncreas, fígado e vesícula biliar.O pâncreas, uma glândula retroper- itoneal, consiste em uma cabeça, um corpo e uma cauda, e, normalmente, está conectado ao duode- no por dois duetos. Considerando o texto, marque a alternativa correta referente às enzimas do suco pancreático e o que essas enzimas dissolvem no processo de digestão. a. Amilase – Proteínas. b. Tripsina – carboidratos. c. Lipase – Triglicerídeos. d. Ribonucleases – aminoácidos. e. Quimotripsina - Colesterol. 153 U ni da de 4 QUESTÃO 16 A reprodução sexual é o processo pelo qual os organismos geram a prole, produzindo células ger- minativas, chamadas de gametas. Após o gameta masculino (Espermatozoide) unir-se com o gameta feminino (ovócito secundário) – em um evento cha- mado de fertilização, a célula gerada a partir dessa união possui um conjunto de cromossomos de cada um dos pais. A partir das informações, quais órgãos com- põem o sistema genital masculino? a. Os testículos, epidídimo, vulva, ductos eja- culatórios e glândulas sexuais. b. Os ovários, as tubas uterinas, o útero, va- gina, vulva e pênis. c. Os testículos, epidídimo, ducto deferente, vagina, vulva e glândulas mamárias. d. Os ovários, as tubas uterinas, o útero, va- gina, vulva e as glândulas mamárias. e. Os testículos, epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios, uretra, glândulas se- xuais, escroto e pênis. QUESTÃO 17 O sistema genital masculino é formado por órgãos externos, como escroto e pénis; e órgãos internos, como as glândulas anexas. As glândulas seminais, também chamadas de vesículas semi- nais, são encontradas atrás da bexiga e acima da próstata. Elas produzem um líquido alcalino que é 154 U ni da de 4 lançado no ducto ejaculador e tem a função de nu- trir os espermatozoides durante sua viagem em di- reção ao óvulo. Analise as asserções, referente ao líquido se- cretado: I. Frutose (um açúcar monossacarídeo), prostaglandinas e proteínas de coagula- ção, que são diferentes daquelas encon- tradas no sangue. II. Diversas enzimas proteolíticas, como o antígeno prostático específico (PSA), o pepsinogênio, a lisozima, a amilase e a hialuronidase. III. A função da fosfatase ácida secretada pela próstata é desconhecida. IV. A seminal plasmina, no líquido prostático, é um antibiótico que destrói bactérias. A respeito dessas asserções, é correto o que se afirmar em a. Apenas a I. b. Apenas a I e II. c. Apenas a II e III. d. Apenas a I, II e III. e. Todas as alternativas. QUESTÃO 18 As principais partes de um espermatozoide são a cabeça e a cauda. Contém um núcleo com 23 cromossomos bastante condensado. Recobrindo os dois terços anteriores do núcleo, encontra-se o 155 U ni da de 4 acrossomo, uma vesícula semelhante a uma cápsu- la, preenchida com enzimas que ajudam o Esper- matozoide a penetrar um oócito secundário, reali- zando a fertilização. A partir das informações apresentadas, é cor- reto afirmar que os componentes do semen são a. apenas espermatozoides. b. uma mistura de frutose, proteases, ami- noácidos. c. uma mistura de líquido prostático e esper- matozoide. d. uma mistura amônia proveniente da urina mais espermatozoides. e. uma mistura de espermatozoides e líquido seminal, um líquido que consiste nas se- creções dos túbulos seminíferos, glându- las seminais, próstata e glândulas bulbou- retrais. QUESTÃO 19 Situado entre a bexiga urinária e o reto, o úte- ro é um órgão musculoso, o qual apresenta o tama- nho e o formato de uma pêra invertida, é no útero que o embrião instala-se e se desenvolve até a hora do nascimento. A partir do contexto apresentado, as subdivi- sões do útero são a. íleo, fundo e cólon. b. ceco, cólon e reto. c. fundo, corpo e cólon. 156 U ni da de 4 d. duodeno, jejuno e íleo. e. glande, pênis e uretra. QUESTÃO 20 A reprodução sexual é o processo pelo qual os organismos geram a prole, produzindo células ger- minativas, chamadas de gametas. Após o gameta masculino (Espermatozoide) unir-se com o game- ta feminino (ovócito secundário) – em um evento chamado de fertilização, em que a célula gerada a partir dessa união possui um conjunto de cromos- somos de cada um dos pais. Logo, os órgãos compõe o sistema genital fe- minino são: a. os testículos, epidídimo, vulva, ductos eja- culatórios e glândulas sexuais. b. os ovários, as tubas uterinas, o útero, va- gina, vulva e pênis. c. os testículos, epidídimo, ducto deferente, vagina, vulva e glândulas mamárias. d. os ovários, as tubas uterinas, o útero, vagi- na, vulva e as glândulas mamárias. e. os testículos, epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios, uretra, glândulas se- xuais, escroto e pênis. 157 Anotações:enquanto os braços estão esticados, em cada lado, com as palmas voltadas para a frente. Dois termos descrevem um corpo reclinado. Se o corpo estiver com a face para baixo, ele está na posição de pronação ou decúbito ventral; se es- tiver com a face voltada para cima, está na posição de supinação ou decúbito dorsal. Planos e Secções Anatômicos Os planos são superfícies planas imaginárias que passam através do corpo. Plano sagital é um plano vertical que divide o corpo ou órgão em lados direito e esquerdo. (Fig. 4) 18 Anotações: Figura 4 - Planos Anatômicos Fonte: https://personallplus.wordpress.com/tag/anatomia Mais especifi camente, quando esse plano passa através da linha mediana do corpo ou órgão e o divide em metades, direita e esquerda, é cha- mado de plano mediano. A linha mediana é uma li- nha vertical imaginária que divide o corpo em lados iguais, direito e esquerdo. Plano Frontal ou Coronal divide o corpo ou ór- gão em partes anterior e posterior. O plano trans- verso divide o corpo ou órgão em partes superior e inferior. O plano transverso também pode ser cha- mado de plano horizontal ou axial. Os planos sagital, frontal e transverso formam ângulos retos entre si. Um plano oblíquo, ao contrá- rio, passa através do corpo ou órgão formando um 19 Anotações:ângulo entre o plano transverso e o plano sagital ou o plano frontal. SISTEMA ESQUELÉTICO O osso é composto de diversos tecidos dife- rentes trabalhando em conjunto: osso ou tecido ós- seo, cartilagem, tecidos conjuntivos densos, epité- lio, tecido adiposo e tecido nervoso. Por essa razão, cada osso individual em nosso corpo é considerado um órgão. O tecido ósseo é um tecido vivo dinâmi- co e complexo, participando continuamente em um processo chamado de remodelagem — a constru- ção de um novo tecido ósseo e a degeneração do tecido ósseo velho. Funções do sistema esquelético O sistema esquelético realiza várias funções básicas: 1. Suporte: o esqueleto atua como um arca- bouço estrutural para o corpo, sustentan- do os tecidos moles e fornecendo pontos de fixação para os tendões da maioria dos músculos. 2. Proteção: o esqueleto protege muitos ór- gãos internos contra lesões. Por exemplo, os ossos do crânio protegem o encéfalo, a coluna vertebral protege a medula espinal e a caixa torácica protege o coração e os pulmões. 3. Assistência ao movimento: a maioria dos músculos esqueléticos se fixam aos os- sos, quando os músculos se contraem, 20 Anotações: tracionam os ossos para produzir movi- mentos. 4. Homeostasia mineral (liberação e arma- zenamento): o tecido ósseo armazena di- versos minerais, especialmente cálcio e fósforo, que contribuem para a resistên- cia dos ossos. O tecido ósseo armazena aproximadamente 99% do cálcio do corpo. Conforme a exigência, os ossos liberam minerais na corrente sanguínea para man- ter o equilíbrio dos minerais essenciais (homeostasia) e para distribuir minerais a outras partes do corpo. 5. Produção das células sanguíneas: dentro de certos ossos encontra-se um tecido conjuntivo chamado de medula óssea ver- melha, que produz eritrócitos, leucócitos e plaquetas, um processo chamado de hematopoese. Está presente nos ossos em desenvolvimento do feto e em alguns ossos de adultos, como o osso do quadril, as costelas, o esterno, o crânio e extremi- dades dos ossos do braço e da coxa. 6. Armazenamento de triglicerídeos: a me- dula óssea amarela consiste, basicamen- te, em células adiposas que armazenam triglicerídeos. Os triglicerídeos armaze- nados são uma reserva de energia quími- ca em potencial. No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha e participa da hematopoese. 21 Anotações: Estrutura do osso Um osso longo comum é constituído pelas se- guintes partes (Fig. 5): Figura 5: Estrutura do Osso Fonte: A Diáfi se é a haste ou o corpo do osso — a par- te principal cilíndrica longa do osso. As Epífi ses são as extremidades proximal e distal do osso. Enquanto que as Metáfi ses são as regiões en- tre a diáfi se e as epífi ses. Quando o crescimento ósseo longitudinal cessa, por volta dos 18-21 anos de idade, a cartilagem na lâmina epifi sial é substi- tuída por osso e a estrutura óssea resultante é co- nhecida como a linha epifi sal. Epífi se Proximal Metáfi se Diáfi se Metáfi se Epífi se Distal 22 Anotações: A Cartilagem Articular é uma fina camada de cartilagem hialina que recobre a parte da epífise na qual o osso forma uma articulação com outro osso. A cartilagem articular reduz o atrito e absorve cho- que em articulações livremente móveis. O Periósteo circunda a superfície externa do osso em quaisquer partes não cobertas pela carti- lagem articular. É composto de uma camada fibro- sa externa, de tecido conjuntivo denso não mode- lado, e de uma camada osteogênica interna, que é composta de células. Algumas das células do pe- riósteo possibilitam o aumento na espessura, mas não no comprimento do osso. O periósteo também protege o osso, auxilia no reparo de fratura, ajuda na nutrição do tecido ósseo e serve como um ponto de fixação para ligamentos e tendões. A Cavidade Medular é o espaço cilíndrico oco, dentro da diáfise, que contém a medula óssea ama- rela adiposa, nos adultos. O Endósteo é uma membrana fina que reveste a superfície óssea interna, orientada para a cavida- de medular. Contém uma única camada de células formadoras de osso e uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. Tipos de ossos Quase todos os ossos do corpo podem ser clas- sificados em cinco tipos principais com base na for- ma: longo, curto, plano, irregular e sesamoide. Os Ossos Longos têm maior comprimento do que largura, consistem em uma diáfise e uma quan- tidade variável de extremidades e são ligeiramente encurvados para maior resistência. Exemplos são o 23 Anotações:fêmur (osso da coxa), a tíbia e a fíbula (ossos da per- na), o úmero (osso do braço), a ulna e o rádio (ossos do antebraço) e as falanges (dedos das mãos e dos pés). Os Ossos Curtos são um tanto cuboides são quase iguais em comprimento e largura. Exemplos de ossos curtos são os ossos carpais (do punho) (exceto o piriforme, que é um osso sesamoide), e os ossos tarsais (do tornozelo) (exceto o calcâneo, que é um osso irregular). Os Ossos Planos geralmente são finos e com- postos por duas lâminas quase paralelas de tecido ósseo compacto, incluindo uma camada de tecido ósseo esponjoso. Os ossos planos proporcionam proteção considerável e fornecem áreas extensas para fixação muscular. Os ossos planos incluem os ossos do crânio, que protegem o encéfalo, o ester- no e as costelas, que protegem os órgãos no tórax e as escápulas. Os Ossos Irregulares possuem formas com- plexas e não são agrupados em quaisquer das três categorias anteriores. Esses ossos incluem os os- sos da coluna vertebral, certos ossos da face e o calcâneo. Os Ossos Sesamoides desenvolvem-se em cer- tos tendões, nos quais há atrito considerável, ten- são e estresse físico, como nas palmas das mãos e plantas dos pés. Podem variar em número de pessoa para pessoa, nem sempre se ossifica completamen- te e, em geral, medem apenas uns poucos milíme- tros de diâmetro. Exceções perceptíveis são as duas patelas, os maiores ossos sesamoides, localizados no tendão do músculo quadríceps femoral. 24 Anotações: Sistema Esquelético Axial O esqueleto humano adulto é composto por 206 ossos especifi cados, a maioria contendo pa- res, cada par com membros do lado esquerdo e di- reito do corpo. O conjunto esquelético dos recém- -nascidos e crianças têm mais de 206 ossos. Isso porque, alguns de seus ossos encontram-se sepa- rados e se fundem ao decorrer da vida. (Fig. 6) Figura 6: Divisão do sistema esquelético em esqueleto axial e apendicular Fonte: Os ossos do esqueleto adulto estão agrupa- dos em duas divisões principais: o esqueleto axial eo esqueleto apendicular. Apresentam os 80 os- sos do esqueleto axial e os 126 ossos do esqueleto apendicular. 25 Ossos do crânio O crânio é constituído com 22 ossos, repousa na extremidade superior da coluna vertebral. Os os- sos da cabeça são agrupados em duas categorias: os ossos do crânio e os ossos da face. Os ossos do crânio formam a cavidade do crânio, que envolve e protege o encéfalo. (Fig.7) Figura 7: Ossos do Crânio Fonte: O corpo humano possui dois cíngulos do mem- bro superior ou cintura escapular que unem os os- sos dos membros superiores ao esqueleto axial. O cíngulo do membro inferior ou cintura pélvica con- siste em dois ossos do quadril, que unem os ossos dos membros inferiores ao esqueleto axial. Membros Superior e Inferior Cada membro superior possui 30 ossos em três locais — (1) o úmero no braço; (2) a ulna e o rádio no antebraço; (3) 8 ossos carpais no carpo (punho), 31 Anotações:5 ossos metacarpais no metacarpo (palma da mão) e as 14 falanges (ossos dos dedos) na mão. (Fig. 12) Figura 12: Ossos dos membros superiores e inferiores Cada membro inferior possui 30 ossos em quatro locais — (1) o fêmur, na coxa; (2) a patela; (3) a tíbia e a fíbula, na perna e (4) os 7 ossos tarsais, no tarso (tornozelo), 5 ossos metatarsais, no metatar- so encontram-se as 14 falanges (ossos dos dedos) no pé. Úmero Ulna Rádio Carpos Metacarpos Falanges Fêmur Patela Típia Fíbula Tarsos Metatarsos Falanges Fonte: . 32 Anotações: ARTROLOGIA As articulações do sistema esquelético con- tribuem para a homeostasia, mantendo os ossos unidos permitindo movimento e flexibilidade. Uma articulação, ou uma juntura, é um ponto de contato entre dois ossos, entre osso e cartilagem ou entre o osso e os dentes. O estudo científico das articula- ções é chamado de artrologia (artro- = articulação; -logia = estudo). O estudo do movimento do corpo humano é chamado de cinesiologia (cinesi(o)- = mo- vimento). A classificação estrutural das articulações baseia-se em dois critérios: (1) presença ou ausên- cia de um espaço entre os ossos da articulação, chamado de cavidade articular (sinovial) e (2) tipo de tecido conjuntivo que une os ossos. Estrutural- mente as articulações são classificadas como um dos seguintes tipos: • Articulações fibrosas: não existe cavidade articular e os ossos são unidos por tecido conjuntivo denso não modelado, rico em fibras colágenas. • Articulações cartilagíneas: não existe ca- vidade articular e os ossos são unidos por cartilagem. • Articulações sinoviais: os ossos que for- mam a articulação têm uma cavidade ar- ticular (sinovial), são unidos por tecido conjuntivo denso não modelado de uma cápsula articular, frequentemente, por li- gamentos acessórios. (Fig. 13) 33 Figura 13: Tipos de articulações Fonte: A classifi cação funcional das articulações re- laciona-se com um grau de movimento permitido. Funcionalmente, as articulações são classifi cadas como as seguintes: • Sinartrose: uma articulação fi xa; • Anfi artrose: uma articulação pouco mó- vel; • Diartrose: uma articulação com liberdade de movimentos. Todas as diartroses são articulações sinoviais, possuem uma va- riedade de formatos que permitem diver- sos tipos de movimentos. Articulação Fibrosa As articulações fi brosas não possuem uma cavidade articular (sinovial), e os ossos das arti- culações são unidos compactamente por tecido conjuntivo denso não modelado. As articulações fi - SINARTROSE ANFIARTROSE DIARTROSE Exemplos: suturas do crânio, dos dentes e do maxilar Exemplos: ossos do quadril e vértebras Exemplos: maioria das articulações do corpo, como ombro, joelho e cotovelo Articulação fi brosa, imóvel Articulação cartilaginosa, semimóvel Articulação sinovial, móvel 34 Anotações: brosas permitem pouco ou nenhum movimento. Os três tipos de articulações fibrosas incluem as sutu- ras, as sindesmoses e as membranas interósseas. • Suturas: sutura é uma articulação fibrosa composta por uma fina camada de tecido conjuntivo denso não modelado; as sutu- ras ocorrem apenas entre os ossos do crâ- nio. Um exemplo é a sutura coronal, entre o parietal e os frontais; • Sindesmoses: sindesmose é uma articula- ção fibrosa na qual há uma distância maior entre as faces das articulações, há mais tecido conjuntivo denso não modelado do que em uma sutura. Um exemplo de sin- desmose é a sindesmose tibiofibular, na qual o ligamento tibiofibular anterior une a tíbia e a fíbula. • Membrana Interósseas: membrana in- teróssea, é uma lâmina substancial de te- cido conjuntivo denso não modelado,que une os ossos longos adjacentes e permite pouco movimento (anfiartrose). Há duas membranas interósseas (sindesmoses) principais no corpo humano. Uma ocorre entre o rádio e a ulna, no antebraço, e a ou- tra ocorre entre a tíbia e a fíbula, na perna. Articulação Cartilagíneas Assim como uma articulação fibrosa a articu- lação cartilagínea não possui uma cavidade articular (sinovial) permitindo pouco ou nenhum movimento. Aqui, os ossos da articulação são firmemente uni- dos por cartilagem hialina ou por fibrocartilagem. 35 Anotações:Os dois tipos de articulações cartilagíneas são as sincondroses e as sínfises. • Sincondroses: sincondrose é uma articu- lação cartilagínea na qual o material de co- nexão é cartilagem hialina. Um exemplo de sincondrose é a cartilagem epifisial, que une a epífise e o corpo (diáfise) de um osso em crescimento. • Sínfises: sínfise (= crescendo junto) é uma articulação cartilagínea em que as extre- midades dos ossos das articulações são recobertas por cartilagem hialina, porém um disco plano largo de fibrocartilagem une os ossos. Todas as sínfises ocorrem na linha mediana do corpo. A sínfise púbi- ca entre as faces anteriores dos ossos do quadril é um exemplo. Articulação Sinovial As articulações sinoviais têm certas caracte- rísticas que as distinguem das demais articulações. A característica única de uma articulação sinovial é a presença de um espaço chamado de cavidade articu- lar (sinovial) entre os ossos da articulação. Como a cavidade articular permite que uma articulação execute movimentos com ampla liber- dade, todas as articulações sinoviais são classifica- das funcionalmente como diartroses. Os ossos em uma articulação sinovial são recobertos por uma lâ- mina de cartilagem hialina, chamada de cartilagem articular. 36 Anotações: Cápsula Articular Uma cápsula articular é semelhante a um manguito, envolve uma articulação sinovial, circun- da a cavidade articular e une os ossos da articula- ção. A cápsula articular é composta por duas cama- das, uma cápsula fibrosa externa e uma membrana sinovial interna. A membrana sinovial secreta um líquido ama- relo claro viscoso, assim chamado por sua simila- ridade na aparência e na consistência com a clara de ovo crua. O líquido sinovial consiste em ácido hialurônico secretado por células semelhantes aos fibroblastos, situadas na membrana sinovial e em líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. Suas funções incluem a redução do atrito por meio da lubrificação das articulações, a absor- ção de impactos e o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitos dentro da cartila- gem articular, assim como a remoção de dióxido de carbono e resíduos produzidos pelos condrócitos. Tipos de Articulação Sinovial Articulações Planas - Faces articulares dos ossos em uma articulação plana são achatadas ou pouco encurvadas. As articulações planas permi- tem, fundamentalmente, os movimentos laterais para a frente e para trás entre as faces planas dos ossos. Exemplos de articulações planares são as articulações intercarpais (entre os ossos carpais, no punho), articulações intertársicas (entre os os- sos tarsais, no tornozelo). 37 Anotações:Articulação Gínglimo - Em uma articulação gínglimo, a face convexa de um osso encaixa-se na face côncava de outro osso. Como o próprio nome sugere, os gínglimos produzem um movimento an- gular, de abrir e fechar, como aquele de uma por- ta com dobradiças (porta articulada). Exemplos de gínglimos são as articulações do joelho (na realida- de um gínglimo modificado), do cotovelo, talocrural e interfalângicas. Articulações Trocoideas - Em uma articula- ção trocóidea, a face pontiaguda ou arredondada de um osso articula-se como um anel, formado parcialmente por outro osso e relativamente por um ligamento. Exemplos de articulações trocoide- as são as articulações atlantoaxial, na qual o atlas gira em tomo do áxis e permite que a cabeça se movimente de um lado para o outro, quando se ex- pressa “negação”. Articulações Elipsoides - Em uma articulação elipsoide, a projeção oval convexa de um osso se encaixa na depressão oval de outro osso. Exemplos de articulações elipsoides são as articulações me- tatarsofalângicas para o segundo ao quinto dedos e o radiocarpal. Articulações Selares - Na articulação selar, a face articular de um osso tem o formato de sela e a face articular do outro osso se encaixa na “sela”, as- sim como um cavaleiro sentado faria. Um exemplo de uma articulação selar é a articulação carpome- tacarpal, entre o trapézio do carpo e o osso meta- carpal do polegar. (Fig. 14) 38 Figura 14: Tipos de articulações sinovais Fonte:de energia química em energia mecânica para gerar força, realizar trabalho e produzir movimento. Além disso, os tecidos musculares estabilizam a po- sição do corpo, regulam o volume dos órgãos, geram calor e impulsionam líquidos e alimentos por vários sistemas do corpo. O estudo científico dos músculos é conhecido como miologia. Tipos de tecido muscular Tecido muscular esquelético - é assim cha- mado porque a maioria dos músculos esqueléticos movimentam os ossos do esqueleto. O tecido mus- cular esquelético é denominado estriado: faixas escuras e claras alternadas (estriações), ou sarcô- meros (compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas, é a unidade contrátil da fibra mus- cular, pois é a menor porção da fibra com capacida- de de contração e distensão rápidas) e são visíveis 41 quando o tecido é examinado ao microscópio. O tecido muscular esquelético atua, basicamente, de forma voluntária. Sua atividade pode ser conscien- temente controlada pelos neurônios (células nervo- sas), que são parte da divisão somática (voluntária) do sistema nervoso. Tecido muscular cardíaco – é visto somente no coração, que forma a maior parte da sua parede. O músculo cardíaco também é estriado, mas sua ação é involuntária. A contração e o relaxamento alterna- dos do coração não são controlados conscientemen- te. Ao contrário, o coração bate porque possui um marca-passo que inicia cada contração. Esse ritmo intrínseco é chamado de autorrítmicidade, sístole e diástole (a sístole é a fase de contração do coração, na qual o sangue é bombeado para os vasos sanguí- neos, já a diástole é a fase de relaxamento, fazendo com que o sangue entre no coração). Tecido muscular liso - localiza-se nas paredes das estruturas internas ocas, como os vasos san- guíneos, as vias respiratórias e a maioria dos órgãos situados na cavidade abdominopélvica. (Fig. 15) Figura 15: Tipos de músculo CÉLULA MUSCULA CARDÍACA CÉLULA MUSCULA ESQUELÉTICA CÉLULA MUSCULA LISA 42 Anotações: O tecido também é encontrado na pele, fixa- do aos folículos pilosos. Ao microscópio, esse teci- do não apresenta as estriações do tecido muscu- lar cardíaco e esquelético. Por essa razão, parece não estriado, motivo pelo qual é chamado de liso. A ação do músculo liso normalmente é involuntária, e certos tecidos musculares lisos, como os músculos que impulsionam o alimento pelo trato gastrointes- tinal apresentam contração, ou seja, movimentos peristálticos. Funções do Tecido Muscular Por meio de contrações prolongadas ou alter- nadas e de relaxamento, o tecido muscular realiza quatro funções principais: produção dos movimen- tos do corpo, estabilização das posições do corpo, armazenamento e movimentação de substâncias dentro do corpo e geração de calor. 1. Produção dos movimentos do corpo: são ações que movimentam todo o corpo, como caminhar, correr e movimentos localiza- dos como pegar um lápis ou acenar com a cabeça, como consequência das contra- ções musculares, contam com o funciona- mento integrado dos ossos, articulações e músculos esqueléticos. 2. Estabilização das posições do corpo: as contrações do músculo esquelético esta- bilizam as articulações e ajudam a manter as posições do corpo, como ficar de pé ou sentar. Os músculos posturais se contra- em continuamente quando se está alerta, por exemplo, contrações prolongadas dos 43 Anotações:músculos do pescoço mantêm a cabeça na posição ereta. 3. Armazenamento e movimentação de substâncias dentro do corpo: o armazena- mento é realizado por meio de contrações prolongadas das camadas circulares de músculos lisos, chamadas de esfíncteres, que evitam o efluxo de conteúdos de um órgão oco. O armazenamento temporário de alimento no estômago ou de urina na bexiga urinária é possível porque os es- fíncteres do músculo liso fecham as saídas desses órgãos. As contrações do músculo cardíaco bombeiam o sangue pelos vasos sanguíneos do corpo. A contração e o re- laxamento do músculo liso nas paredes dos vasos sanguíneos, ajudam a ajustar seu diâmetro e, assim, regulam a veloci- dade do fluxo sanguíneo. As contrações dos músculos lisos também movimentam alimentos e substâncias, como a bile e as enzimas pelo trato gastrointestinal, im- pulsionam os gametas (espermatozoides e ovócitos) pelas vias dos sistemas ge- nitais masculino e feminino e impelem a urina pelo sistema urinário. As contrações dos músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e auxiliam o retorno do san- gue para o coração. 4. Produção de calor: conforme o tecido muscular se contrai, produz calor, um processo conhecido como termogênese. Grande parte do calor liberado pelo músculo é usado para manter a temperatura do 44 Anotações: corpo normal. As contrações involuntárias do músculo esquelético conhecidas como calafrios, podem aumentar a intensidade da produção do calor. Propriedades do Tecido Muscular O tecido muscular possui quatro proprieda- des especiais que o permitem trabalhar e contribuir para a homeostasia: 1. Excitabilidade elétrica: uma propriedade tanto das células musculares quanto dos neurônios é a capacidade de responder a certos estímulos, produzindo sinais elétri- cos chamados de potenciais de ação. Os potenciais de ação se propagam ao longo da membrana plasmática da célula graças à presença de canais iônicos específicos controlados por voltagem. Com relação às células musculares, dois tipos principais de estímulos desencadeiam os potenciais de ação: os sinais elétricos rítmicos que se originam no próprio tecido muscular, como ocorre no marcapasso do coração, e os es- tímulos químicos, como neurotransmisso- res liberados pelos neurônios, hormônios distribuídos pelo sangue ou mesmo altera- ções locais no pH. 2. Contratilidade: é a capacidade do tecido muscular em se contrair vigorosamente quando estimulado por um potencial de ação. Quando um músculo se contrai, gera tensão (força de contração) enquanto tra- ciona seus pontos de fixação. 45 Anotações:3. Extensibilidade: é a capacidade do tecido muscular se estender sem sofrer lesão. A extensibilidade permite que um músculo se contraia vigorosamente, mesmo que já esteja esticado. 4. Elasticidade: é a capacidade do tecido muscular em retomar o seu comprimento e forma original após contração ou exten- são. PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS ESQUELÉTICO, ARTICULAR E MUSCULAR Patologia Associada ao Sistema Esquelético - Osteoporose A osteoporose é uma doença sistêmica pro- gressiva, especificada pela diminuição da massa óssea e a deterioração da microarquitetura, dei- xando os ossos enfraquecidos, aumentando o risco de fraturas. Fisiologicamente, o osso é constan- temente depositado por osteoblastos e absorvido nos locais onde os osteoclastos estão ativos. Nor- malmente, a não ser nos ossos em crescimento, existe um equilíbrio entre a degradação e absorção óssea; na osteoporose existe desproporção entre atividade osteoblástica e osteoclástica, com pre- dominância da última. Os riscos que influenciam a manifestação da osteoporose podem ser relativos às pessoas (indi- viduais) ou do ambiente que ela vive (ambientais). 46 Anotações: Como em outras patologias, o diagnóstico da os- teoporose é feito pela história clínica, exame físico e exames subsidiários. A principal forma de trata- mento da osteoporose é a prevenção; são elemen- tos críticos o pico de massa óssea e a prevenção da reabsorção pós-menopausa. O pico de massa óssea é dependente do aporte calórico, da ingestão de cál- cio e vitamina D, da função menstrual normal e da atividade física; a maioria dos agentes terapêuticos atuam na reabsorção óssea, como antireabsortivos. Patologia Associada ao Sistema Articular – Artrite Reumatoide A artrite reumatoide (AR) é uma doença au- toimune (DAI) sistêmica comum, cuja prevalência é estimada em 1% da população mundial. O desenvol- vimento das DAIs é influenciado por fatores hormo- nais, ambientais e imunológicos, que atuam em con- juntosobre indivíduos geneticamente suscetíveis. A AR é resultante da ação das células T e B au- torreativas, que levam à sinovite, à infiltração celu- lar e a um processo desorganizado de destruição e remodelação óssea. A membrana sinovial é a prin- cipal fonte de citocinas pró-inflamatórias e protea- ses e, em conjunto com os osteoclastos e condróci- tos, promovem a destruição articular. Projeções de tecido proliferativo penetram na cavidade articular invadindo a cartilagem e o tecido ósseo, formando o pannus, característico da AR. A AR constitui uma doença inflamatória crô- nica progressiva, sendo caracterizada por sinovite com envolvimento preferencial de articulações de mãos e punhos, de caráter simétrico e aditivo. As 47 Anotações:articulações mais frequentemente afetadas são as sinoviais periféricas, como metacarpo e metatar- sofalangia, nos tornozelos e punhos. No entanto, também pode haver comprometimento de joelhos, ombros, cotovelos e quadris. Patologia Associada ao Sistema Muscular – Distrofia Muscular Eletromiografia ou EMG é um teste que men- sura a atividade elétrica (potenciais de ação mus- cular) nos músculos em contração e em repouso. Normalmente, o músculo em repouso não produz atividade elétrica; uma leve contração produz um pouco de atividade elétrica; e uma contração mais vigorosa produz aumento dessa atividade. A ativi- dade elétrica do músculo é mostrada como ondas em um osciloscópio e ouvida pelo alto-falante. A EMG ajuda a determinar se a paralisia ou o enfraquecimento muscular é decorrente de mau funcionamento do próprio músculo ou da sua iner- vação. A EMG também é usada para diagnosticar certos distúrbios musculares, como por exemplo, a distrofia muscular. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença de herança recessiva, ligada ao X que afe- ta músculos esqueléticos, coração e cérebro com evolução progressiva até ao óbito, por volta da se- gunda década, geralmente provocado por eventos cardiorrespiratórios. Cerca de 1/3 de todos os novos casos foram diagnosticados decorrente de muta- ções. A distrofina é uma grande proteína estrutural (427 kDa), cuja função é conectar o citoesqueleto interno da fibra esquelética com as proteínas de 48 Anotações: matriz extracelular, estabilizando a contração mus- cular. Na DMD, a proteína está ausente ou disfun- cionante, resultando, assim, em um desequilíbrio na integridade da bicamada lipídica da membrana, com influxo de cálcio e necrose celular. A doença manifesta-se precocemente na in- fância com atraso na conduta motora. A fraqueza motora é mais exuberante nos membros inferiores e se expressa através da dificuldade de correr, subir escadas, pular, marcha na ponta dos pés e quedas frequentes. A paresia é progressiva até a perda da marcha, por volta de 11-12 anos. Ocorre fibrose das fibras musculares cardíacas, resultando em cardio- miopatia dilatada e distúrbios do ritmo e condução após 10 anos de idade. 49 U ni da de 2 Videoaula 1 Videoaula 2 Videoaula 3 Videoaula 4 Videoaula 5 52 Anotações: 53 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO CARDIOVASCULAR Coração O sangue precisa ser cons- tantemente bombeado ao longo dos vasos sanguíneos do corpo, de modo que consiga chegar a to- das as células e realizar a troca de materiais. O estudo científico do coração normal e das doenças as- sociadas é a cardiologia. 54 Apesar de toda a sua força, o coração é rela- tivamente pequeno, aproximadamente do mesmo tamanho (mas não da mesma forma) de um punho fechado. O coração repousa sobre o diafragma, próximo da linha mediana da cavidade torácica, no mediastino, uma região anatômica que se estende do esterno até a coluna vertebral, da primeira cos- tela até o diafragma e entre os pulmões. (Fig.17) Figura 17: Localização anatômica do coração Fonte: 56 A parede do coração consiste em três ca- madas: o epicárdio (camada externa), o miocárdio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna). Além disso, na superfície do coração encontra- -se uma série de depressões chamadas de sulcos, contendo vasos sanguíneos coronários e uma quan- tidade variável de gordura. Cada sulco marca o limite externo entre duas câmaras do coração. (Fig. 19) Figura 19: Sulcos do coração Fonte: 58 Valvas Arteriais (Aórtica e Pulmonar) As valvas do tronco pulmonar e da aorta são conhecidas como as valvas semilunares, porque consistem em três válvulas em forma de lua cres- cente. As valvas arteriais permitem a ejeção do sangue do coração para as artérias, mas evitam o fluxo retrógrado do sangue para os ventrículos. Quando os ventrículos se contraem, a pressão aumenta dentro das câmaras. As valvas arteriais se abrem quando a pressão nos ventrículos excede a pressão das artérias, permitindo a ejeção do san- gue nos ventrículos para o tronco pulmonar e para a aorta. CIRCULATÓRIO Circulação Pulmonar e Sistêmica Na circulação pós-natal (após o nascimento), o coração em cada batida bombeia o sangue para dois circuitos — a circulação pulmonar e a circulação sistêmica. Os dois circuitos estão dispostos em série: a saída de um torna-se a entrada do outro, como se ligássemos duas mangueiras. (Fig. 21) 59 Anotações:Figura 21 - Circulação pulmonar e sistêmica Fonte:fundamental/5ano/ciencias/a-circulacao-pulmonar-e-as- trocas-gasosas/2386> O lado esquerdo do coração é a bomba para a circulação sistêmica, recebendo sangue rico em oxi- gênio, vermelho vivo, dos pulmões. O ventrículo es- querdo ejeta sangue para a aorta. A partir da aorta, o sangue se divide em correntes separadas, entrando progressivamente nas artérias sistêmicas menores que levam o sangue a todos os órgãos do corpo — ex- ceto os sacos aeríferos (alvéolos) dos pulmões, que são irrigados pela circulação pulmonar. Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão ori- gem a arteríolas, de diâmetro menor, que fi nalmen- te levam aos extensos leitos dos capilares sistêmi- cos. A troca de nutrientes e gases ocorre através das fi nas paredes dos capilares. O sangue cede O2 (oxigênio) e capta CO: (dióxido de carbono). Na maioria dos casos, o sangue fl ui por apenas um ca- pilar e, em seguida, entra em uma vênula sistêmi- ca. As vênulas levam sangue desoxigenado (pobre 60 em oxigênio) para longe dos tecidos e se fundem para formar veias sistêmicas maiores. Finalmente, o sangue fl ui de volta para o átrio direito. (Fig. 22) Figura 22 - Circulação pulmonar e sistêmica Fonte: Tortora, 12ª. O lado direito do coração é a bomba para a circulação pulmonar; recebe todo o sangue deso- xigenado, vermelho-escuro, que retorna da circu- lação sistêmica. O sangue ejetado do ventrículo direito fl ui para o tronco pulmonar, que se ramifi ca 61 nas artérias pulmonares, levando o sangue para os pulmões direito e esquerdo. Nos capilares pulmo- nares, o sangue sede CO2, que é exalado, e capta O2 inalado (hematose). O sangue recém-oxigenado em seguida fl ui para as veias pulmonares e retoma ao átrio esquerdo. Estrutura básica de um vaso A parede de um vaso sanguíneo consiste em três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento interno epitelial, uma camada mé- dia consistindo em músculo liso e tecido conjuntivo elástico e um revestimento externo de tecido con- juntivo. (Fig. 23) Figura 23 - Estrutura básica e camadas dos vasos sanguíneos Fonte: Tortora, 12ª. 62 As três camadas estruturais de um vaso san- guíneo generalizado, da mais interna para a mais externa, são a túnica íntima, a túnica média e a tú- nica externa. (Fig. 24) Figura 24 - Artérias, arteíolas, capilare, vênulas e veias Fonte:assemelham-se à letra C e estão empilhados um em cima do outro. Os sólidos anéis da cartilagem, em forma de C, fornecem um supor- te semirrígido, de forma que a parede da traqueia não colapsa internamente (em especial durante a inspiração) e não obstrui a via respiratória. Brônquios Na margem superior da quinta vértebra torá- cica a traqueia divide-se em brônquio principal di- reito, que vai para o pulmão direito, e em brônquio principal esquerdo, que vai para o pulmão esquer- do. O brônquio principal direito é vertical, mais cur- to e largo do que o esquerdo. Como resultado é provável que um objeto as- pirado entre e se aloje no brônquio principal direito. Como a traqueia, os brônquios essenciais contêm 68 Anotações: anéis incompletos de cartilagem e são supridos por epitélio colunar ciliado pseudoestratificado. Na parte em que a traqueia divide-se em brônquios principais direito e esquerdo, há uma crista interna, chamada de carina (quilha de um barco). Os bronquíolos, por sua vez, ramificam-se re- petidamente, e os menores ramificam-se em tubos ainda menores, chamados de bronquíolos termi- nais. Essa ramificação extensa dos brônquios asse- melha-se a uma árvore invertida, sendo comumen- te chamada de árvore bronquial. Pulmões Os pulmões são órgãos coniformes pareados, situados na cavidade torácica. São separados um do outro pelo coração e por outras estruturas do mediastino, que divide a cavidade torácica em duas câmaras anatomicamente distintas. Cada pulmão é envolvido e protegido por uma túnica serosa bilaminada, chamada de pleura. A lâmina superficial é chamada de pleura parietal, reveste a parede da cavidade torácica; a lâmina profunda é denominada de pleura visceral, recobre os próprios pulmões. Entre as pleuras visceral e pa- rietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém uma pequena quantidade de líquido lubrificante produzido pelas túnicas. Esse líquido pleural reduz o atrito entre as túnicas per- mitindo que deslizem facilmente uma sobre a outra, durante a respiração. (Fig. 27) 69 Figura 27 - Anatomia do Sistema Respiratório Fonte: Tortora, 12ª. Os pulmões estendem-se desde o diafragma, ligeiramente acima das clavículas, situam-se con- tra as costelas anterior e posteriormente. A par- te inferior larga do pulmão, a base, é côncava e se ajusta sobre a área convexa do diafragma. A parte superior estreita do pulmão é o ápice. Alvéolos Em torno da circunferência dos ductos alveolares encontram-se inúmeros alvéolos e sacos alveolares. O alvéolo nada mais é que uma invaginação reves- tida por epitélio pavimentoso simples, sustentada por uma membrana basal elástica fi na; o saco alveolar consiste em dois ou mais alvéolos que compartilham uma abertura comum. 70 Anotações: Inalação e Exalação A respiração para dentro é chamada de inala- ção (inspiração). Há uma diferença na pressão pro- vocada pelas alterações dos volumes pulmonares, que forçam o ar para dentro dos pulmões quando inalamos (inspiramos), para fora exalamos (expira- mos). Para que ocorra a inalação, os pulmões preci- sam expandir-se, o que aumenta o seu volume, por- tanto, reduz a pressão nos pulmões para um nível abaixo da pressão atmosférica. Respirar para fora é definido como exalação (expiração), na expiração o volume dos pulmões diminui. PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR, CIRCULATÓRIO E RESPIRATÓRIO I Patologia Associada ao Sistema Cardiovascular e Circulatório – Aterosclerose e Infarto agudo do Miocárdio As doenças cardiovasculares são alterações patológicas que afetam o coração e/ou vasos san- guíneos, podemos destacar entre elas a síndrome coronariana aguda (SCA); insuficiência cardíaca (IC), infarto agudo do miocárdio (IAM), doenças val- vulares/arritmia e hipertensão arterial sistêmica (HAS). O infarto agudo do miocárdio é uma falta de oxigenação das células cardíacas (miócitos), um desequilíbrio entre oferta e demanda de nutrientes 71 ao tecido, decorrente da obstrução do fl uxo coro- nário, que pode ser de modo transitório ou perma- nente. A aterosclerose é um dos principais fatores que levam a um infarto, associado também ao estilo de vida como obesidade, dieta rica em gorduras e colesterol, uso de substâncias químicas e falta de hábitos saudáveis. (Fig. 28) Figura 28 - Processo aterosclerótico Fonte:Os órgãos do trato gastrointestinal incluem a boca, grande parte da faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. 81 Anotações:O comprimento do trato gastrointestinal é de aproximadamente 5 a 7 metros de comprimento em uma pessoa viva. É maior em um cadáver (aproxi- madamente 7 a 9 metros), porque os músculos ao longo das paredes dos órgãos do trato GI estão no estado de tonicidade (contração contínua). Os órgãos acessórios da digestão incluem dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Os dentes auxiliam na ruptura me- cânica dos alimentos, a língua auxilia a mastigação e deglutição. No entanto, os outros órgãos acessó- rios produzem ou armazenam secreções que fluem para o trato GI pelos ductos; as secreções auxiliam a decomposição química do alimento. O sistema digestório, de uma forma geral, rea- liza seis processos básicos: 1. Ingestão: ests processo compreende a in- trodução de alimentos e líquidos pela boca (comer). 2. Secreção: todos os dias as células no in- terior das paredes do trato GI e dos órgãos acessórios da digestão secretam um total de aproximadamente 7 litros de água, áci- do, tampões e enzimas no lume (espaço interior) do trato. 3. Mistura e propulsão: a contração e o rela- xamento alternados do músculo liso nas paredes do trato GI misturam o alimento e as secreções, empurrando-os em direção ao ânus. Essa capacidade do trato GI de misturar e mover material ao longo de sua extensão é denominada motilidade. 4. Digestão: processos químicos e mecâni- cos decompõem o alimento ingerido em partículas menores. Na digestão mecâ- 82 Anotações: nica, os dentes cortam e trituram os ali- mentos antes de serem deglutidos e, em seguida, os músculos lisos do estômago e intestino delgado misturam vigorosamen- te o alimento. Como resultado as molé- culas de alimento são dissolvidas e com- pletamente misturadas com as enzimas digestivas. Na digestão química grandes moléculas de carboidrato, lipídio, proteína e ácido nucleico presentes no alimento, são fragmentadas em moléculas menores por hidrólise. As enzimas digestivas pro- duzidas pelas glândulas salivares, língua, estômago, pâncreas e intestino delga- do catalisam essas reações catabólicas. Umas poucas substâncias presentes no alimento são absorvidas sem digestão química, incluindo vitaminas, íons, coles- terol e água. 5. Absorção: a entrada de líquidos, íons e produtos da digestão secretados e ingeri- dos nas células epiteliais que revestem o lúmen do trato GI é chamada de absorção. As substâncias absorvidas passam para o sangue ou linfa e circulam por todo o cor- po para as células. 6. Defecação: resíduos, substâncias indige- ríveis, bactérias, células desprendidas do revestimento do trato GI e materiais dige- ridos que não foram absorvidos no pro- cesso pelo trato digestivo deixam o corpo através do ânus, em um processo chama- do de defecação. O material eliminado é chamado de fezes. 83 O peritônio é a maior túnica serosa do corpo; consiste em uma camada de epitélio pavimentoso simples (mesotélio), com uma camada de sustenta- ção subjacente de tecido conjuntivo areolar reveste o tecido muscular liso. Boca A boca, também chamada de cavidade oral, é formada pelas bochechas, pelos palatos mole e duro, e pela língua. As bochechas formam as pare- des laterais da cavidade oral. Os lábios são pregas carnudas que envolvem a abertura da boca. O palato é uma parede ou septo que separa a cavidade oral da cavidade nasal, formando o teto da boca. Essa estrutura importante torna possível mastigar e respirar ao mesmo tempo. O palato duro — a parte anterior do teto da boca, é formado pelas maxilas e palatinos, recoberto por uma túnica mu- cosa, formando uma parte óssea entre as cavida- des oral e nasal. (Fig. 32) Figura 32: Anatomia da Boca Fonte: Tortora, 12ª. 84 O palato mole que forma a parte posterior do teto da boca, é uma partição muscular em forma de arco entre as partes oral e nasal da faringe, revesti- da por túnica mucosa. GLÂNDULAS ANEXAS AO SISTEMA DIGESTÓRIO Glândulas Salivares A glândula salivar é uma glândula que libera uma secreção chamada de saliva, ela está posicio- nada na cavidade oral. Comumente, é secretada sa- liva suficiente apenas para manter as túnicas mu- cosas da boca e da faringe úmidas e limpar a boca e os dentes. No entanto, quando o alimento entra na boca, a secreção da saliva aumenta para poder lubrificar e dissolver, para poder iniciar a decompo- sição química do alimento. Dentes Os dentes são órgãos acessórios da digestão, localizados nos alvéolos dos processos alveolares da mandíbula e maxila. (Fig. 33) 85 Figura 33: Corte sagital de um dente Fonte: Tortora, 12ª. Os processos alveolares são recobertos pelas gengivas. Faringe Quando o alimento é deglutido passa da boca para a faringe, um tubo funicular que se estende dos cóanos até o esôfago, posteriormente, até a laringe. A faringe é dividida em três partes: nasal, oral e a laríngea. A parte nasal da faringe atua apenas na res- piração, mas tanto as partes oral quanto a laríngea possuem igualmente funções digestivas e respira- 86 tórias. Os alimentos passam da boca para as partes oral e laríngea da faringe; as contrações muscula- res dessas áreas ajudam a empurrar o alimento para dentro do esôfago e, em seguida, para o estômago. Esôfago O esôfago é um tubo muscular colapsante, medindo aproximadamente 25 cm de comprimen- to, encontra-se posteriormente à traquéia. (Fig. 34) Figura 34: Processo de deglutinação Fonte: Tortora, 12ª. O esôfago atravessa o diafragma por uma abertura chamada de hiato esofágico e termina na parte superior do estômago. Algumas vezes, uma parte do estômago protrai-se acima do diafragma, através do hiato esofágico. Essa condição é cha- mada de hérnia de hiato. Fonte: Tortora, 12ª. 87 Estômago O estômago é uma dilatação do trato GI, em forma de J. O estômago conecta o esôfago ao duo- deno, a primeira parte do intestino delgado conse- gue digerir e absorver, uma das funções do estôma- go é atuar como um tonel de mistura e reservatório de retenção. No estômago, a digestão do amido continua, a digestão de proteínas e triglicerídeos começa, o bolo semissólido é convertido em líquido e determi- nadas substâncias são absorvidas. As glândulas gástricas contêm três tipos de células glandulares exócrinas que secretam seus produtos no lúmen do estômago: secretam muco, fator intrínseco (necessário para a absorção de vi- tamina B12) e ácido clorídrico, pepsinogênio, lipase gástrica e suco gástrico. (Fig. 35) Figura 35: Anatomia do Estômago Fonte: