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TERMOTERAPIA DE BAIXA FREQUÊNCIA INFRAVERMELHO Prof. Dr. Rubens dos Santos Rosa FOTOTERAPIA Radiações eletromagnéticas Trata-se de energia sem suporte material O modo de propagação de um raio não é retilíneo Toda radiação eletromagnética é transmitida sem a necessidade de um meio ou condutor é transversa na forma de onda que é definida como freqüência Propagação não contínua, porém é feita por unidades descontínuas de energia chamada quantas (fótons) Velocidade v = 3.108 m/s Comprimento de onda λ = v/F, que varia em razão inversa da frequência Representação esquemática de uma onda eletromagnética M: onda eletromagnética, E: campo elétrico Classificação das radiações eletromagnéticas em função do comprimento de onda Radiação Comprimento de onda Ondas quilométricas 3,750km para uma frequência de 80.000 Hz Corrente de diatermia (diatermia condutiva) 300m Ondas curtas (diatermia indutiva ou capacitiva) 22m, 11m, 7m Ondas centimétricas (diatermia radiativa) Radar microndas 12cm Infra-Vermelha faixa terapêutica 0,8 . 10-6 e 6 . 10-6m Luz visível 0,4 . 10-6 _ 0,8 . 10-6m Ultravioleta A: 0,4 . 10-6 _ 0,315 . 10-6m B: 0,315 . 10-6 _ 0,280 . 10-6m C: 0,280 . 10-6 _ 0,185 . 10-6m Raios X raios Y Além de 0,185 . 10-6m A penetração da radiação depende Comprimento de onda Frequência da radiação Ângulo no qual ela se encontra Intensidade da fonte emissora Superfície dos tecidos alvo Comprimento de ondas e frequência A fórmula para a relação de onda e frequência é uma lei universal na física que deve ser mantida Comprimento de onda x frequência = velocidade da luz Classificação das radiações eletromagnéticas em função do comprimento de onda Essas radiações são formadas pela coexistência de um campo elétrico em um campo magnético, daí o termo radiação eletromagnética Podem ser produzidas pelas correntes alternada de altas frequências ou pelas correntes alternadas de baixa frequência Espectro de radiação eletromagnética A radiação eletromagnética engloba um amplo espectro eletromagnético de onda e frequências, variando entre as faixas de: Ondas Longas – Ondas Médias – Ondas Curtas – Microndas Infravermelho – Luz – Ultravioleta (UVA, UVB, UVC) – Raio X – Raios Y “O olho humano” só é capaz de discernir uma pequena parcela de todas as radiações eletromagnéticas existentes. O intervalo que pode ser percebido pelo sistema visual humano é denominado de espectro eletromagnético visível. O espectro visível inicia-se na frequência que corresponde à luz vermelha e termina na frequência da luz violeta. A sequência das cores no espectro visível é: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. "Qualquer radiação que possui frequência menor que a da luz vermelha é denominada de infravermelho. Quando as frequências são superiores à da luz violeta, as radiações são classificadas como ultravioletas." Lei do Co-Seno A intensidade da radiação varia em relação ao Co-Seno do ângulo de incidência Ou seja, quanto maior for o ângulo no qual a radiação incide na pele, menor a intensidade Lei do quadrado inverso Toda radiação está sujeita ao inverso quadrado Determina que a intensidade da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância da fonte ao alvo Ou seja, quanto mais próximo você chegar, mais forte a radiação I = 1 xd2 Quando há uma diminuição na distância a intensidade também é reduzida pelo quadrado da distância envolvida I = 1/d2 Exemplo: se uma lâmpada que está a 100cm de distância da pele é movida a um distância de 50cm, a intensidade da radiação é aumentada em 75% da intensidade original Se uma lâmpada que está a 60cm de distância da pele é movida a um distância de 120cm, a intensidade da radiação é reduzida em 25% da intensidade original Propriedades físicas Velocidade: propagação em linha reta 3.108 m/s Reflexão: propagação em linha reta até o encontro de uma superfície ou de um elemento que reflita Focalização: reflexo sobre uma superfície côncava Refração: mudança da direção retilínea do raio segundo os índices de refração dos tecidos atravessados, ou seja, é quando um feixe passa de um meio para outro meio, pode sofrer refração (muda a sua direção) Difração: passagem de uma onda pela borda de uma barreira ou através de uma abertura provocando, em geral, um alargamento do comprimento de onda e interferência das frentes de onda que criam regiões de maior ou menor intensidade Absorção: transformação da energia radiada em outra forma de energia Obs. superdoses: “a energia radiada recebida por um paciente é inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa de seu emissor” Exemplo: assim, uma redução de metade da distância emissor- paciente não significa o dobro da dose recebida, mas sim 4 vezes o seu valor Introdução É uma fonte de radiação termogênica geradas por luz visível Com finalidade de aquecimento A radiação “infravermelha” é um agente térmico superficial usado para alívio de dor e rigidez, para aumentar a mobilidade articular e favorecer a regeneração de lesão de tecidos moles Radiação Infravermelha Classificação da radiação Infravermelha Infravermelho Curto Entre 0,76 . 10-6 e 1,4 .10-6 m Infravermelho Médio Entre 1,4 . 10-6 e 3 .10-6 m Infravermelho Longo Entre 3 . 10-6 e 500 .10-6 m No âmbito da terapia a faixa usual fica entre: 0,8 . 10-6 e 6 . 10-6m Características físicas As radiações infravermelhas estão dentro do espectro eletromagnético cujas ondas produzem aquecimento ao serem absorvidos pela matéria Propriedades fisiológicas Principal efeito: produção de calor Quando a radiação atinge os tegumentos, uma parte da radiação é refletida, enquanto outra é absorvida e convertida em calor Formas de ação fisiológica da radiação infravermelha Ação direta Ação no nível da pele Energia absorvida em uma profundidade de 2mm Temperatura da pele se eleva Grande vasodilatação cutânea arteriocapilar Obs. Imediatamente após doses de radiação infravermelha (sem latência), aparece um eritema que desaparece alguns minutos após a radiação Ao contrário, doses grandes podem provocar lesões teciduais do tipo queimaduras e bolhas Eritema Mancha de coloração vermelha por vasodilatação que desaparece com a dígito pressão. Pode assumir tonalidades e padrões variados, como: eritema cianótico ou rubro Ação à distância Reflexa Aumento da temperatura em profundidade Não ultrapassa meio grau Obs. Essa ação reflexa pode atingir órgãos em profundidade e entrar assim no quadro de reflexologia Produção de radiação infravermelha É produzida como resultado do movimento aleatório das moléculas dentro dos materiais Um aumento da temperatura acima do zero absoluto resulta na vibração ou rotação de moléculas dentro da matéria, o que leva à emissão de radiação infravermelha A temperatura do corpo afeta o comprimento de onda da radiação emitida Quanto mais alta a temperatura do corpo, mais alta a frequência média de saída e, consequentemente , mais curto o comprimento de onda e maior capacidade de penetração. Fontes de radiação infravermelha Podem ser Naturais: sol Artificiais: infravermelho, geradores (lâmpadas) luminosos, aquecedores por radiação Fontes terapêuticas Geradores Luminosos Emitem radiação vermelha Derivada de fontes brilhantes ou incandescentes Exemplo: lâmpadas Geradores não-luminosos Produzem radiação infravermelha derivada de fontes não incandescentes Exemplo: aquecedor doméstico Absorção, Penetração e Reflexão da Radiação Infravermelha Moss et al. relata que a pele é um material complexo e consequentemente suas características de reflexão e absorção não são uniformes A radiação precisa ser absorvida para facilitar as mudanças dentro dos tecidos do corpo e a absorção depende de: Estrutura e tipo de tecido Vascularidade Pigmentação e comprimento de onda Aquecimento do tecido corporal Absorção da radiação Vibração molecular Alterações térmicas Obs. Algum aquecimento pode ocorrer mais profundamente devido à transferênciade calor dos tecidos superficiais, tanto por condução direta como por convecção, em grande parte através do aumento da circulação local Efeitos biológicos Efeitos locais Analgesia Antiflogístico Aumento do metabolismo celular Aumento da permeabilidade capilar Aumento das substâncias metabolizadas Aumento da oxigenação celular Espasmolítico Favorece a regeneração tecidual Hiperemia Sedante Efeitos gerais Vasodilatação periférica Aumento da excreção urinária Diminuição da pressão arterial Diminuição da temperatura corporal (transpiração) Influência em locais, com intervenção do Sistema Nervoso Central e do hipotálamo (porção ventral) Efeitos térmicos Aumento da temperatura sanguínea Aumento da estimulação dos termoceptores do Sistema Nervoso Central Termopenetração Aumento da temperatura subcutânea Substâncias metabolizadas Aumento da eficiência da bomba de sódio-potássio Vibração molecular dos tecidos, aumenta a produção de ATP Efeito regenerador dos tecidos, influência no Sistema Nervoso Central e do hipotálamo (porção ventral), liberando as substância vasodilatadoras, como bradicinina, histamina e prostaglandinas Na fase regenerativa acelera o processo de proliferação, produção e remodelação tecidual Dosagem A quantidade de energia recebida pelo paciente está intimamente ligada à: Potência da lâmpada (em watts) Distância entre a lâmpada e o paciente Duração do tratamento Tempo de Aplicação O tempo de exposição à radiação termogênica está relacionada à área a ser tratada, podendo variar o tempo de aplicação, que pode ser de 20 a 30 minutos Técnica de aplicação Despir a área a ser tratada Posicionar o paciente adequadamente, permanecendo cômodo e relaxado Examinar a área antes da aplicação Posicionar o paciente com relação a distância do aparelho e regular o foco de radiação, lei do Co-Seno e lei do Quadrado Inverso A distância pode variar de 50cm a 1m Melhor incidência para aplicação de radiação termogênica de infravermelho é de 90° Testar previamente a sensibilidade do paciente no local a ser tratado Retirar todo e qualquer material metálico, tais como, relógios, tornozeleiras, pulseiras, cordões, cintos, anéis, brincos e outros Pode-se colocar uma fralda úmido para proteger o local ou uma fralda seca para filtrar a radiação Ligar o aparelho Questionar o paciente durante a aplicação, qual a sensação? Marca-se o tempo entre 20 a 30 minutos Deve tomar algumas precauções quanto ao manuseio da lâmpada, pois qualquer contato com a mesma pode estourá-la Terminado o tempo, desligar o aparelho Reexaminar a área a ser tratada E desligar o aparelho da rede urbana Indicações Artralgia Artrite Artrose Bursite Cervicobraquialgia Dorsalgia Lombalgias Lombociatalgia Mialgia Contusão, entorse, epicondilite, fibromiosite, sinovite, tenossinovite, tendinite (fase sub-aguda e fase crônica) Pré-cinesioterapia Pós-fraturas Epicondilite Contra indicações Albinismo Áreas anestesiadas Distúrbios circulatórios periféricos Distúrbios sensitivos Edemas Ferimentos abertos Hemorragias Neoplasias Pele desidratada Tumores Bibliografia KITCHEN, S. Eletroterapia Prática Baseadas em Evidências. São Paulo. Ed. Manole, 2003. BISCHOP, G. Eletrofisioterapia. São Paulo. Ed. Santos, 2001. Kahn, J. Princípios e Prática de Eletroterapia. São Paulo. Ed. Santos, 2001. KOTTKE, F. Krusen: Tratado de Medicina Física e Reabilitação. São Paulo. Ed. Manole, 1994.