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TERMOTERAPIA 
CRIOTERAPIA 
Prof. Dr. Rubens dos Santos Rosa 
CRIOTERAPIA
Introdução
A crioterapia é uma das técnicas mais utilizadas pelos
fisioterapeutas hoje em dia, principalmente no esporte,
onde ela passa a ser a técnica prioritária em qualquer
tipo de lesão ocasionada no atleta.
CRIOTERAPIA
Histórico
Hipócrates usava gelo ou neve antes de iniciar uma
cirurgia e que Dominique Jean Larrey (médico de
Napoleão Bonaparte) realizava, em soldados,
amputações menos dolorosas em temperaturas abaixo
de zero grau.
O gelo é utilizado no tratamento da dor em tumores
metastáticos e de Krieg, citado por Schaubel (1946),
que observou redução do uso de analgésicos em
pacientes operados, assim como menor desconforto
com o uso tópico do gelo
O QUE É E O PORQUÊ DA CRIOTERAPIA
A crioterapia não se limita ao atendimento imediato, pois sua aplicabilidade
se estende aos departamentos de fisioterapia, clínicas de reabilitação, clínicas
cirúrgicas, clínicas da dor, entre outros
Com a crioterapia a reabilitação é mais rápida porque os exercícios
terapêuticos podem iniciar mais cedo, e sendo mais eficazes quando
alternados com aplicações frias
Crioterapia tem significado para diferentes pessoas, para algumas colocar
compressa de gelo no entorse de tornozelo para outras é massagear o
músculo dolorido com um grande cubo de gelo antes de alongá-lo. Outras
pessoas vêem como uma nebulização de nitrogênio líquido a -60ºC em um
tumor, para congelá-lo e destruí-lo
Quem está certo de todos?
Crioterapia significa, literalmente “terapia com frio”,
assim todo e qualquer uso de gelo ou aplicações de frio
para fins terapêuticos é crioterapia
Crioterapia é aplicação terapêutica de qualquer
substância ao corpo que resulta em remoção do calor
corporal (aquecimento), diminuindo, assim, a
temperatura dos tecidos.
•Além de ser uma técnica de baixo custo e, teoricamente
de fácil manuseio, os profissionais da área da saúde
escolhem essa técnica para diversos fins, tais como:
Reduzir edema,
Reduzir a dor,
Reduzir a inflamação, etc.
POQUE HÁ CONFUSÃO QUANTO AO USO DA 
CRIOTERAPIA?
Pelo fato de o frio ser aplicado como um componente do
atendimento imediato, e, mais tarde, como procedimento
de reabilitação
O frio pode ser eficaz em ambas as fases de tratamento
da lesão, mesmo que os objetivos sejam diferentes
Os resultados desses e de outros estudos indicam que
todas as modalidades terapêuticas são igualmente
eficazes e ineficazes.
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL FRENTE AO 
AMBIENTE FRIO
FISIOLOGIA DA TEMPERATURA CORPORAL FRENTE AO 
AMBIENTE FRIO
Quando um indivíduo está exposto a condições ambientais de baixa 
temperatura
Ocorre perda de calor por radiação pela superfície corporal
Quanto maior for este gradiente térmico, maior também será a 
magnitude da termólise por radiação.
Além da baixa temperatura se houver uma corrente de ar
(vento, por exemplo), a perda de calor por convecção se
acrescenta à radiação; deste modo, a termólise se acentua.
A perda de calor através da superfície cutânea determina
esfriamento da pele, fator suficiente para estimular os
receptores do frio (receptores Krause), localizados nas
camadas subdérmicas e sensíveis às diminuições de
temperatura local.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CRIOTERAPIA
Anestesia
Redução da dor
Redução do espasmo muscular
Estimula o relaxamento
Permite mobilização precoce
Melhora a amplitude de movimento (ADM)
Estimula a rigidez articular
Redução do metabolismo
Redução da inflamação
Estimula a inflamação
Redução da circulação
Estimula a circulação
Redução do edema
Quebra do ciclo dor-espasmo-dor
Tais efeitos citados no slide anterior foram divididos
em grupos, já que foi notado que um efeito ocasiona
outro.
Os grupos são:
Efeitos circulatórios
Efeitos no processo inflamatório
Efeitos metabólicos
Efeitos na dor
Efeitos musculares
Efeitos nos nervos periféricos
EFEITOS CIRCULATÓRIOS DA CRIOTERAPIA
Há divergências na literatura em relação à resposta
circulatória local, durante e após a aplicação da crioterapia
com relação vasoconstrição e vasodilatação.
VASOCONSTRIÇÃO E VASODILATAÇÃO
Segundo Pedrinelli (1993) apaud Hocutt baseado no
conhecimento fisiológico determinado pelo uso da
crioterapia verifica-se que o frio causa:
vasoconstrição diminuindo o fluxo sanguíneo regional e 
consequentemente, a hemorragia na área traumatizada. 
A mudança da temperatura dos tecidos causa diminuição
do metabolismo, das ações químicas das células e
consequentemente da quantidade de oxigênio O2 e de
nutrientes.
O decréscimo do fluxo através da lesão dos vasos limita:
Edema
Há menor liberação de histamina
Interrupção no processo de evolução da rotura do capilar, o
que normalmente ocorreria após a lesão
Há melhor drenagem linfática devida menor pressão no
líquido extravascular.
Segundo Pedrinelli (1993) apaud Lianza, após
10 a 15 min. da vasoconstrição inicial 
ocorre uma vasodilatação reflexa profunda, sem aumento da 
atividade metabólica local. 
Esta redução do metabolismo determinado pela queda
da temperatura leva a uma diminuição de O2 e nutrientes
necessários na área afetada. Ficando, evidente a indicação
da crioterapia imediatamente após traumas esportivos.
A vasoconstrição cutânea aumenta com a queda de
temperatura da pele à 15°C; abaixo disso a vasodilatação
ocorre atingindo seu máximo a 0°C, geralmente após
25min. de aplicação da crioterapia.
ESTUDOS NA MICROCIRCULAÇÃO
Smith citado por Micholovitz, relata que foi colocados
contra a pele dos ratos, cubos de gelo por 20 min. Este
tratamento foi iniciado 24 horas após a contusão.
Smith achava que haveria um aumento no diâmetro das
arteríolas seguindo-se à contusão(lesão),
Mas que não houve mudança no tamanho arteriolar em
resposta a crioterapia.
Ao contrário, não houve mudanças no diâmetro das vênulas após o
machucado (lesão),
Mas houve um aumento significativo no tamanho das vênulas em
resposta a crioterapia.
Os resultados desse estudo sugeriram que um aumento no
diâmetro das vênulas permite uma maior reabsorção fluídica, assim
provando um mecanismo adicional para reduzir edema.
Houve muita especulação e investigação por anos para esclarecer
as causas da vasodilatação fria. Somando-se à ativação de um
reflexo axônio, alguns pesquisadores dizem que esfriando para
menos de 10ºC pode-se inibir atividade miogênica de músculo liso
ou reduzir a sensibilidade dos vasos sanguíneos para
catecolaminas, causando assim a vasodilatação
A vasoconstrição permanece por um período relativamente
longo após a retirada do estímulo hipotérmico, resposta esta que
não confirma a crença de alguns fisioterapeutas que acreditam na
ocorrência de uma vasodilatação induzida pela crioterapia.
Não se pode dizer que há uma vasodilatação induzida, e sim urna
redução parcial da vasoconstrição, uma vez que o diâmetro do
vaso após a crioterapia não ultrapassa seu diâmetro inicial.
Estudos mostram que um vaso de aproximadamente
5mm de diâmetro (unidade arbitrária) tem durante a
aplicação da crioterapia seu diâmetro reduzido para 1mm
após o término da terapia o diâmetro torna-se 3mm,
concluí-se que não ocorre uma vasodilatação
propriamente dita e sim um retorno do diâmetro normal,
sem a técnica da crioterapia
SOMENTE NA MICROCIRCULAÇÃO
Uma das principais funções da crioterapia no sistema
circulatório é a diminuição do fluxo sanguíneo devido a
vasoconstrição. Este efeito acarreta um controle da
hemorragia inicial intratecidual e limita a extensão da
lesão.
A vasoconstrição que ocorre
por um estímulo das fibras
simpáticas e a diminuição da
pressão oncótica juntamente
com a diminuição da
permeabilidade da membrana
leva a uma redução do
edema.
Também se sabe que a vasoconstrição ocorre devido a uma
diminuição do fluxo sanguíneo nos vasos lesados, sendo que o
efeito da histamina na membrana vascular também é diminuído
com a ação da crioterapia.
Segundo Zohn apud Pedrinelli (1993) a vasoconstrição é produzida
reflexamente nas fibras simpáticas e por ação direta sobre osvasos
por redução da temperatura.
O efeito da vasoconstrição é a resposta inicial que ocorre durante
a aplicação da crioterapia e seu objetivo é de manter o calor do
corpo como uma resposta fisiológica da regulação da temperatura
corporal
EFEITOS N PROCESSO INFLAMATÓRIO
Conceito de Inflamação
A inflamação é a reação do tecido vivo vascularizado à
lesão local. É causada por infecções bacterianas, agentes
físicos, substâncias químicas, tecido necrótico e por
reações imunológicas.
O papel da inflamação é conter e isolar a lesão, destruir
os microrganismos invasores, inativar as toxinas e atingir
a cura e o reparo.
Entretanto, a inflamação e o reparo são potencialmente
nocivos, provocando reações de hipersensibilidade
potencialmente fatais, lesão progressiva do órgão e
fibrose.
SINAIS CLÁSSICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA
Rubor (Vermelhidão)
Calor
Edema (tumor)
Dor
Perda da função
EFEITOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA
Ocorre uma vasoconstrição inicial transitória das arteríolas
A seguir, vasodilatação, provocando aumento de fluxo; responsável pelo 
rubor e pelo calor
Menor velocidade de circulação, eventualmente devida a 
permeabilidade vascular aumentada, leva à êxtase. A permeabilidade 
aumentada é a causa do edema
Com a menor velocidade, surge marginação dos leucócitos, precedendo 
os eventos celulares
EFEITOS NA INFLAMÇÃO CRÔNICA
Essa inflamação podem surgir de várias maneiras tais
como:
Pode ocorrer após inflamação aguda, devido à
persistência do estímulo desencadeador ou devido a
alguma interferência no processo normal de cicatrização;
Pode ser resultado de surtos repetidos de inflamação
aguda;
Mais amiúde começa de forma insidiosa como uma
resposta indolente de baixa intensidade que não segue a
inflamação aguda clássica, em uma das seguintes
situações:
Infecção persistente por micróbios intracelulares que
são de baixa toxicidade, mas que evocam uma reação
imunológica;
Exposição prolongada a substâncias não degradáveis,
mas potencialmente tóxicas;
Reações imunes, em particular aquelas perpetuadas
contra os próprios tecidos do indivíduo.
Os achados histológicos da inflamação crônica
incluem:
Infiltração por células mononucleares, principalmente
macrófagos, linfócitos e plasmócitos;
Destruição tecidual;
Reposição do tecido conjuntivo da lesão por um
processo envolvendo proliferação dos vasos sanguíneos
e fibrose
EFEITOS METABÓLICOS
A redução do metabolismo é o principal efeito fisiológico e
objetivo das aplicações da crioterapia, que aliada a redução da T° é
dada o nome de hipotermia, sendo que os tecidos resfriados
possam sobreviver com menor quantidade de O2, ocasionando uma
diminuição da lesão hipóxica secundária.
O CO2 é um dos mais importantes metabólicos do organismo, este
sofrerá alterações que acarretarão na diminuição da sua
concentração, levando a um aumento do tônus vascular e
consequentemente a uma diminuição do seu diâmetro, ou seja uma
vasoconstrição.
Por tais fatos usa-se nas primeiras 24 a 72 horas após o trauma é,
geralmente, aplicado a crioterapia.
EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE O 
METABOLISMO
Quanto mais elevada for a T° de um meio quimicamente
reativo, mais rapidamente ocorrerão suas reações químicas.
Esse efeito também é observado nas reações químicas que se
passam no interior das células do corpo.
Cada °Celsius de aumento na T° aumenta a intensidade do
metabolismo em cerca de 10%. Por conseguinte, em pessoa com
febre muito alta, a intensidade do metabolismo pode ser o dobro
da normal, como efeito da própria febre.
EFEITOS NA DOR
Conceito de dor
Segundo o dicionário Webster, dor é a sensação que
temos quando ficamos feridos mental ou fisicamente,
com pena, sofrimento, grande ansiedade, angústia.
Outra definição da dor, pode ser uma sensação de
grande desconforto, prejuízo em algumas partes do
corpo, causada pela injúria, doença ou transtorno
funcional, que é transmitido através do sistema
nervoso.
Tipos de dor
Segundo Rodrigues (1995) os tipos de dor são:
Dor trigeminal: nevralgia do trigêmio, dor caracterizada pela
sua localização bem definida e precisa; embora possa ter
diferentes qualidades, é fulgurante e sua intensidade é
geralmente elevada. Frequentemente se acompanha de
lacrimejamento. Pode ser considerada como uma dor epicrítica.
Dor difusa: como a dor talâmica, tipo queimadura, mas de
localização indefinida.
Dor referida: própria das afecções viscerais: vesícula biliar, ureter
(cólicas hepática e renal), coração (dor anginosa), apêndice, etc. Esta dor
é também pouco precisa, mas suas característica principal é que se
apresenta afastada do sítio anatômico onde estão as vísceras
comprometidas (ponto de origem); sua intensidade é geralmente elevada,
com grande compromisso neurovegetativo e emocional.
Dor do histérico: de localização imprecisa e variável, como também sua
intensidade e qualidade efetiva.
Dor do membro fantasma: em casos de amputações de extremidades, a
sensação (dolorosa) do membro inexistente é projetada à mesma região
Hiperalgesia: sensação dolorosa provocada por estímulos que
usualmente não produzem dor, só sensação de toque ou pressão.
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
Em relação a duração ela pode ser:
Aguda: são breves, autolimitadas, embora possam
ter tendência a repetições
Hideko et al (1995) a dor aguda tem função de alertar
sobre a ocorrência de lesões teciduais instaladas ou em
via de se instalar.
Crônica: embora possam ter tendência a repetições, e
as crônicas têm a característica de estabilização do
quadro doloroso não deixando tendência à regressão
espontânea e na maioria das vezes, persiste mesmo após
ter cessado de operar a causa orgânica que o determina.
A dor crônica geralmente não tem essa finalidade e
pode ser causa de incapacidade funcional, situação essa
que justifica a absorção de medidas destinadas a seu
controle. Entretanto, muitas vezes, manifesta-se mesmo
na ausência de agressões teciduais vigentes.
CLASSIFICAÇÃO DA DOR QUANTO À ORIGEM
Dor superficial: apresenta-se em pontadas, precisamente
localizadas, limitadas e de origem e de duração e tempo de
latência curta, produzindo respostas afetivas menos
intensas
Dor profunda: apresenta-se em forma de queimação, mal
localizada e tardia.
Dor referida: geralmente ocorre mais na dor visceral e
menos nas profundas; caracteriza-se pelo aparecimento de
uma área hipersensível ou dolorosa na superfície corporal,
a distância da víscera, mas, em certos casos, ela localiza-se
em metâmero distante.
RECEPTORES DA DOR
Segundo Douglas (1994) as diferentes modalidades de dor,
queimante, fulgurante, pulsátil, etc., podem ser explicadas pela
estimulação de quimioreceptores por agentes químicos, e também
dos receptores adjacentes, tanto os mecano como os
termorreceptores, evocando assim, a resposta dolorosa bimodal ou
multimoda/ (heterostase somestésica). Assim, os três tipos de
receptores são descritos como específicos da dor (nociceptores).
Nociceptor termossensitivo: excitado por
temperaturas acima de 45°C e no congelamento.
Nociceptor mecanossensitivo: sensível a deformação
nociva. Experimentalmente, por punção com agulha de
peso 30g ou deformação da pele com fórceps, pode-se
excitar estes receptores mecânicos que são de alto limiar.
Por outra parte, Pearl não determinou dor quando agiu
excitando os receptores mecânicos ou térmicos com
substâncias químicas algésicas, concluindo que elas só
agiriam a outro nível de detecção.
Nociceptores químiossensitivos: excitados por substâncias
químicas algésicas, mas que não podem ser considerados
propriamente nociceptores; isto porque evocam dor, sem
obrigatoriamente serem lesados, mas apenas excitados por
substâncias químicas, também liberadas na lesão tecidual.
Conclui-se que a dor é determinada pela excitação de diversos
tipos de receptores, genericamente denominados nociceptores.
Bessou e Pearl descreveram unidades nociceptoras polimodais,
em pequenas zonas da pele, que apresentam fibras aferentes
amielínicas e respondem a forte pressão (mecanossensitivas),
calor excessivo(termossensitivas) e substâncias químicas
irritantes (quimiossensitivas).
VIAS DE CONDUÇÃO PERIFÉRICA
Segundo Rodrigues (1995) são identificadas 2 vias de transmissão
dolorosa na periferia.
Uma via (20% - 30% do total) constituída de fibras grossas,
mielinizadas, com velocidade de condução alta (entre 20-30
m/seg do tipo A delta).
Outra mais importante (70% - 80% do total) constituída de
fibras amielinizadas, fibras finas, com velocidade de condução
muito baixa (entre 0,5-2m/seg do tipo C);
Melzack e Wall, estudando os efeitos da fibra A delta e C no corno
dorsal da medula, concluíram que a sua teoria repousa basicamente em
três hipóteses
As células da substância gelatinosa exercem papel regulador inibitório a
nível segmentar.
A coluna dorsal é a via aferente de informação dolorosa ao nível
cerebral ou medular (através vias aferentes) de condução lenta.
A atividade da substância gelatinosa seria controlada pelo influxo
sensorial aferente e por influência central aferente.
Seria ativada pelo sistema de condução rápida A delta (doloroso, tátil e
térmico), e por sistema monitor central, o que inibiria a transmissão da
primeira sinapse sensorial entre a fibra periférica e as células de
transmissão, provavelmente por mecanismos de inibição pré-sináptica, e
seria inibida pelo sistema de condução lenta, o que facilitaria a passagem
do estímulo.
DOR PROVOCADA PELA CRIOTERAPIA
A literatura mostra diversos estudos sobre as dores
provocadas pelo frio.
Em um desses estudos, utilizaram o seguinte
protocolo: imersão no gelo e na água gelada da mão e
tornozelo, massagem com gelo no músculo
gastrocnêmio.
A imersão no gelo e na água gelada promove a
sensação imediata de frio é substituída em 5 seg a 60
seg. por uma dor do tipo profunda.
Hensel descreveu a dor do frio como de caráter monótono, pobremente
localizada e com irradiação intensa, nas áreas adjacentes.
Já a dor, durante a massagem com gelo, não é tão intensa, pois o frio
não faz contato constante em uma só área do corpo durante a aplicação,
fazendo com que a massagem seja considerada fásica.
A intensidade e o início da dor parecem estar relacionados com a
temperatura da água do banho; quanto mais baixa estiver a temperatura,
mais rápido será o aparecimento da sensação de dor e também, mais
intensa.
Quando se pede ao indivíduo para anotar sensações a cada 2 min.
durante 20 min. de imersão do tornozelo, o número de vezes em que a
dor é mencionada estava relacionada com a temperatura
Quanto maior for a diferença da temperatura do membro e a técnica
utilizada maior será a dor referida.
REDUÇÃO DA DOR
Segundo Roddrigues (1995) diversas condições, clínica e
funcional, indicam a presença do frio, como: durante a etapa
3 (Reeducação) da entorse articular, para reduzir a dor e
facilitar o exercício ativo.
Allen et al usaram imersão e/ou pacotes de gelo para dar
anestesia total em pacientes com alto risco de amputação; as
aplicações variando de 1 hora para o tecido fino a 5 horas
para o tecido grosso, levou a anestesia suficiente para que
nada mais fosse necessário ser usado.
Além disso, a quantidade de medicamento necessário pós-
cirúrgico foi reduzido. Allen, assim como Knight, relataram
que a imersão foi superior aos pacotes de gelo, o que
confirma também as observações clínicas.
Resultados diversos foram obtidos em estudos das
aplicações do frio, na redução da dor muscular.
Um outro estudo que está um tanto relacionado ao
assunto, é o que diz respeito aos efeitos da imersão em
água fria (15 min. 11°C a 12°C) e a flexibilidade estática do
músculo, após a dor ser induzida no mesmo (tríceps sural).
Medidas de EMG após 48 horas pós-exercício e
tratamento, revelaram uma redução na tensão muscular,
nos músculos tratados com imersão no gelo e flexibilidade
estática, mas não foi notada nenhuma diferença entre os
dois tratamentos.
A redução da dor, pelo frio, é um fato que ainda é um pouco
difícil de explicar, assim como, explicar a dor em si, também o é.
Svacina relatou que a dor não é muito bem medida
objetivamente, nem definida apropriadamente.
Essa asserção nasceu do fato de que certos procedimentos
cirúrgicos, drogas, técnicas psicológicas e modalidades de terapia
física, foram todos usados com variados graus de sucesso para
controlar a dor, mas nenhum método foi claramente superior ao
outro.
Sempre alguém irá sentir-se propenso a perguntar se realmente
importa que saibamos como o frio reduziu a dor, já que ele o faz.
EXISTEM MUITAS TEORIAS AVAÇADAS EXPLICANDO OS 
EFEITOS DA REDUÇÃO DAS DORES PELO FRIO:
Redução da transmissão nervosa das fibras de dor
Redução da excitabilidade das extremidades nervosas
livres.
Redução do metabolismo que alivia os efeitos nocivos
da isquemia nos tecidos.
Assincronia na transmissão das fibras de dor.
Elevação do limite da dor.
A ação como contra-irritante.
Liberação de endorfinas.
A aplicação do gelo promove a estimulação dos receptores térmicos,
que utilizam a via espinotalâmico lateral, uma das quais transmite os
estímulos dolorosos.
Segundo Knight, o resfriamento faz com que ocorra um aumento na
duração do potencial de ação dos nervos sensoriais, e
conseqüentemente um aumento do período refratário, acarretando
uma diminuição na quantidade de fibras que irão despolarizar no
mesmo período de tempo.
Conclui-se, então, que ocorre uma diminuição na frequência de
transmissão do impulso e uma diminuição da sensibilidade dolorosa.
A aplicação do gelo faz com que aumente o limiar de excitação das
células nervosas em função do tempo de aplicação, ou seja, quanto
maior o tempo menor a transmissão dos impulsos relacionados a
temperatura o que pode gerar analgesia ou diminuição da dor.
EFEITOS MUSCULARES
A crioterapia é utilizada no sistema muscular,
principalmente nas patologias neurológicas e nas lesões
esportivas.
Segundo Swenson et al devido a diminuição da
temperatura, ocasionada pela crioterapia, ocorre uma
diminuição de ação muscular e um relaxamento dos
mesmos, facilitando à diminuição da espasticidade e a
realização de exercícios de cinesioterapia.
Segundo Micholovitz (1996) o fato que a crioterapia pode
mudar a força muscular pode ter explicações importantes
quando pacientes são avaliados e quando estão sendo
feitos planos de tratamento.
A crioterapia de curta duração poderia, talvez, ser usada
para um melhor desempenho do músculo durante o
programa de terapia, assim maximizando o desempenho
inicial e das avaliações seguintes em pacientes durante
um programa de terapia.
Avaliação de força deveria ser feita antes da aplicação e
após algumas horas da aplicação.
Segundo Fanning et all (1997) após realizarem um
estudo experimental em ratos observaram os efeitos da
redução da temperatura na resposta músculo esquelética
a agentes indutores de miotomia (secção ou incisão
cirúrgica de um músculo, dissecção de músculos)
Os autores concluíram que nas temperaturas entre 25 e 15°C
não houve o desenvolvimento do miotonia, contração lenta,
seguida de um relaxamento, que ocorre nos movimentos
voluntários devido a uma excitabilidade e contratilidade
muscular normal, induzida por ácido antracenico-9-carboxilico.
Kottke et all (1994), afirma que o clônus desaparece apenas
quando a temperatura do músculo é diminuída e quando a
temperatura, após a aplicação da crioterapia, reduzir somente a
temperatura da pele, haverá uma facilitação do neurônio alfa-
motor aumentando assim a espasticidade, sendo muito
utilizado pela crioterapia, mais enfocada na massagem com
gelo, para redução muscular.
CRIOCINÉTICA
A diminuição da circulação, metabolismo inflamação e o aumento
da rigidez tecidual são prejudiciais para reabilitação depois de lesões
agudas e a necessidade nesse momento é de maior circulação e
metabolismo, a diminuição da dor e a redução do espasmo são
desejáveis.
No entanto o exercício da criocinética proporciona benefícios mais
do que compensadores para as diminuições da circulação e
metabolismo induzida pelo frio.
A vasodilatação induzida pelo exercício durantea criocinética é
muito superior à que decorre das aplicações de calor.
Além disso o exercício retarda desenvolvimento de aderências
reverte inibições neurais e ativa o sistema linfático.
EFEITOS NOS NERVOS PERIFÉRICOS
O frio pode alterar a velocidade da condução e a atividade sináptica
de nervos periféricos.
Se a temperatura do nervo for diminuída, haverá uma diminuição
correspondente nas velocidades motora condutiva e sensorial, ou até
uma falha do nervo para conduzir impulsos.
Transmição sináptica pode ser impedida ou bloqueada
A diminuição na velocidade de condução do nervo sensorial (VCNS)
durante as aplicações da crioterapia foi medida transcutaneamente
em todo nervo humano: mediano, ulnar, sural e digital, sugeriu-se
que 27°C pode ser uma temperatura crítica, ou seja, um ponto de
alteração de temperatura que exerce um efeito maior ou menor
sobre o nervo
Paintal relatou que, conforme a temperatura se aproximava
da temperatura de bloqueio, que por sua vez era diferente em
fibras diferentes, a velocidade de condução caía muito
rapidamente, provocando um desvio agudo na curva de
velocidade de condução da temperatura
Denny Brown demonstrou que ocorre um bloqueio total a
10°C, e que as fibras motoras são afetadas a temperatura mais
altas do que as sensoriais, e que apresentam uma maior
redução na função, a uma dada temperatura do que ocorreria
com as fibras sensoriais.
O bloqueio total da condução ocorreu a uma temperatura
abaixo de 10°C e estava relacionada com a duração da
exposição ao frio.
LESÃO NA MEDULA ESPINHAL
Pelo menos 10 estudos comprovaram a efetividade do
resfriamento de segmentos traumatizados da medula
espinhal de gatos, cães e macacos.
Os seres humanos com lesões de medula espinhal
também se beneficiaram com os tratamentos de
hipotermia local
Bricolo et al. estudaram 30 casos apresentados na literatura e
apresentar os resultados de 11 de seus pacientes 6 deles atingiram
pelo menos a recuperação parcial mesmo que o resfriamento só
tenha sido realizados cerca de 7 horas após a lesão.
Esses pesquisadores começaram a usar hipotermia após revisar a
literatura, que indicou a:
A) Destruição completa da medula espinhal, responsável por
paraplergia ou quadriplegia irreversível em geral não decorre no
momento do impacto, estando relacionado ao processo
autodestrutivo da medula que pode ter caráter evolutivo.
B) Degeneração neurológica tem natureza hipóxica, secundária a
alteração vasculares profundas
METODOS DE APLICAÇÃO DA CRIOTERAPIA
A escolha correta do método de aplicação deve ser
baseada:
Área a ser tratada
Tempo de aplicação varia tanto em relação ao
método utilizado como a área
Articulação que apresenta menor espessura do
tecido adiposo
Segundo Michlovitz (1996) a crioterapia é administrada de várias
maneiras. A escolha do agente a utilizar depende da
acessibilidade da parte do corpo a ser tratada e do tamanho da
área a ser resfriada.
O pé pode ser melhor coberto por um banho de imersão frio, por
exemplo, e o joelho por um bolsa fria amarrada ao redor do
mesmo.
O tratamento do tornozelo e da perna pode ser feito mais
eficientemente por bolsas frias do que massagem com gelo.
Segundo Gould, 1993, uma pequena quantidade de sal pode
aumentar os efeitos fisiológicos da crioterapia.
Frequentemente a pele sob o agente resfriador irá ficar
vermelha. Isso pode ocorrer por uma das duas razões.
Primeiro, o O2 não se dissocia tão livremente da
hemoglobina a baixas temperaturas, portanto, o sangue,
passando através do sistema venoso, está altamente
oxigenado, dando uma cor mais vermelha à pele.
Seguindo depois de 10 a 15 min. da utilização da
crioterapia, ao se mover o estímulo frio, uma “hiperemia”
pode ocorrer, trazendo maior quantidade de sangue para o
local.
Existe uma combinação de água e álcool:
A cada 4 medidas de água adiciona 1 de álcool para
obter uma consistência gelatinosa, que facilitará a
moldagem da articulação ou região a ser tratada.
Essa mistura ocasiona uma sensação de ardência maior
que a normal e por esse motivo temos que duplicar as
atenções para não lesarmos a pele do paciente a ser
tratado usando essa técnica da crioterapia.
Obs: técnica não recomendada
Bolsas frias
Michlovitz (1996) explica essa técnica de bolsas frias que
podem ser compradas por preço baixo ou facilmente feitas.
As marcas comerciais usualmente contêm gel de sílica e
está disponível no mercado em diversos tamanhos e
formatos para cobrir a área a ser tratada de forma mais
adequada.
As bolsas podem ser guardadas em uma unidade especial
de refrigeração ou em freezer doméstico. A temperatura de
armazenamento deve ser de aproximadamente –5°C por
pelo menos 2 horas antes de uso.
Por razões de higiene, deve se colocar uma toalha entre a
bolsa e a superfície da pele. O ar é um condutor térmico
pobre, portanto, devemos molhar a toalha com água
para que facilite a transferência de energia.
Algumas bolsas frias são ativadas quimicamente ao bater
contra uma superfície dura. Esse tipo de bolsa é bastante
utilizada em primeiros socorros e são descartáveis. A
reação química dentro dessas bolsas ocorre em um pH
alcalino e pode causar queimaduras na pele se forem
abertas e seu conteúdo vazar sobre a pele
Compressa fria ou panqueca fria
A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas
casas. Para se preparar uma panqueca fria devemos molhar uma
toalha em água fria e adicionar, dentro da toalha, gelo moído e
dobramos em forma de uma panqueca
Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e
dobramos em forma de uma compressa
A panqueca fria é mais eficiente do que a compressa fria, mas,
mesmo assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a temperatura
de um tecido, é muito limitado
Pode ser indicada nos casos onde necessitamos de um
resfriamento superficial. Esse método tem eficiência em torno de
apenas 5 min, pois a partir desse momento a temperatura se eleva
perdendo assim o objetivo do tratamento.
Massagem com gelo
Segundo Rodrigues (1995) a massagem com gelo já é
bastante conhecida e utilizada, mas seus efeitos fisiológicos
ainda não foram discutidos e interpretados para que a
mesma possa ser indicada
A massagem com gelo é feita
geralmente sobre uma área
pequena, sobre um músculo, um
tendão ou sobre pontos gatilhos.
Essa técnica é simples e pode ser
ensinada a pacientes confiáveis
para aplicação doméstica
A água é congelada em copo de papel para facilitar o manuseio do gelo
pelo terapeuta. Outra alternativa seria colocar um palito no copo com
água e teria assim o formato de um “pirulito” e seu manuseio seria através
do palito para aplicação dessa técnica
Uma área de 10 a 15 cm pode ser coberta em 5 a 10 min. O gelo é
aplicado sobre a pele em movimentos circulatórios ou no sentido de “vai-
e-vem”
Durante a massagem com gelo o paciente experimentará provavelmente
quatro sensações distintas incluindo frio intenso, queimadura, dor e então
analgesia.
Os estágios de queimadura e dor devem passar rapidamente dentro de 1 a 2
min. Uma fase mais prolongada de dor e queimação pode ocorrer se a área
coberta for muito grande ou se uma resposta hipersensitiva for iminente.
A temperatura da pele normalmente não cairá abaixo de 15°C quando esta
técnica for empregada e assim o risco de dano ao tecido é mínimo
As respostas fisiológicas podem ser afetadas 
por dois fatores:
Aplicação é fásica: conforme a área é massageado, o gelo fica em
contato com uma área específica e o tecido é exposto de novo a
temperatura ambiente, tomando assim o resfriamento mais lento;
Ação da massagem com gelo estimula os receptores mecânicos:
quando executada por movimentos curto e breve; facilita a inibição
neural, quando executada por movimento lento e prolongado. Esta
é uma boa técnica para a aplicação sobre áreas pequenas.
Uma outra forma de massagem com gelo é a técnica de Rood, que
realiza movimentos de varredura rápido e diretamente sobre os
músculos tentando melhorar a contração muscular.
Banho de imersão
Essa técnica é utilizadapara cobrir um seguimento
corporal, utilizando água misturada com gelo. O tempo
de aplicação é regulado por quanto se quer reduzir a
temperatura do local a ser tratado. É importante
destacar que essa técnica leva a uma diminuição da
temperatura muito rápida, em comparação com as
outras técnicas
Quando o objetivo for resfriar as extremidades, é mais
prático o banho de imersão, a menos que seja
desejável uma elevação simultânea. Essa técnica
assegura contato circunferencial do agente resfriador.
Podemos utilizar essa técnica em extremidades como:
cotovelo, braço, mão e tornozelo, mas também pode ser
utilizada em grandes áreas como a região lombar ou
membro inferior
É necessário um recipiente
com tamanho suficiente para
cobrir a área a ser tratada.
Iremos dosar a quantidade
de gelo em relação a água
para obtermos a temperatura
desejada para realizar a
terapia.
A perda da temperatura dessa técnica pode ocorrer à
medida que o gelo derrete, para a manutenção desta da
temperatura, devemos repor o gelo constantemente e
monitorarmos a temperatura com um termômetro dentro
do recipiente.
Outro fator importante é o aquecimento da película da
água que circunda a região tratada após 5 min. iniciais da
imersão, para que isso não interfira no tratamento
devemos movimentar a água constantemente.
Por razões de higiene para cada terapia devemos trocar
a água usada
Turbilhão frio
Esse aparelho tem as mesmas características do turbilhão convencional,
isto é, um recipiente com um reservatório de água e um aparelho que
proporciona um jato de água, porém, atua com uma temperatura entre
1°C a 5°C para tratamento de áreas pequenas e de 10°C a 15°C para
trabalhar em áreas grandes.
O jato de água tem o objetivo de massagear a área. Não foi encontrado
mais detalhe dessa técnica.
Rodrigues questiona em seu trabalho que
“o banho frio tem o objetivo de reduzir o
metabolismo e promover a vasoconstrição,
mas quando nós fazemos hidromassagem
nos tecidos, não estamos promovendo
estilos para um maior efeito metabólico,
muito embora em proporções bem menores
do que ocorre no banho quente”.
Pacote de gelo
Essa técnica é a mais utilizada entre todas as outras,
porém, muitos terapeutas encontram dificuldades para a
modelagem da articulação ou das extremidades.
Portanto, para facilitar a modelagem, devemos moer ou
triturar o gelo e, após colocarmos dentro de sacos
plásticos, devemos retirar o ar e fechar em seguida.
O pacote poderá ser fixado ao local da aplicação por
faixas, ataduras de crepe ou um peso para estabilizar o
pacote quando possível. A temperatura do pacote está em
torno de 1°C a 3°C aproximadamente.
Acrônimo com tradução do método PRICE
PRICE OU REGECEE
Técnica usada nos cuidados imediatos das lesões
agudas nos esporte.
Foi a única técnica encontrada com trabalho
experimental, randomizado e provou sua eficácia no
tratamento de pós-operatório em artroplastia total de
joelho.
Além dos efeitos da crioterapia há efeitos da elevação
e compressão. A compressão é feita por faixa elástica
ou por aparelhos que possuem um recipiente de
espuma com elástico e uma faixa com crepe, como o
Polar Care.
A compressão atua aumentando a pressão externa da
vasculatura. Dado que a pressão externa está no
denominador da fórmula da pressão de filtração capilar,
essa técnica pode ajudar no controle da formação do
edema e, também, poderá ajudar a reduzir o edema, ao
promover a reabsorção do fluído. A pressão externa é
mais efetiva quando o edema começa a ocorrer e será
efetiva enquanto houver edema.
Segundo Knight et all, 1985 “a pressão hidrostática
resulta do peso da água”. Na medida em que se
mergulha, por exemplo, no mar, a pressão hidrostática
capilar é menor quando o segmento corporal está em
porção fluida do sangue.
A pressão hidrostática capilar é maior quando o segmento
corporal está em posição pendente do que quando elevado em
função do maior peso da água. A elevação, assim, é benéfica
durante os cuidados imediatos, por diminuir a pressão
hidrostática capilar, o que faz baixar a pressão de filtração capilar.
Embora a elevação também diminua a pressão hidrostática
tecidual, seu valor normal é muito menor do que da pressão
hidrostática capilar, de tal modo que a variação absoluta na
pressão hidrostática tecidual devida a elevação será
negligenciável.
Encontramos dois tipos de aparelho que fazem essas ações de
crioterapia, elevação e compressão; um deles é o Polar Care e o
outro é o Cryo Cuff
A aplicação imediata dessa técnica é a medida prioritária para
lesões decorrentes no meio esportivo, visto que o gelo demorará
5 min ou mais para agir sobre o fluxo sanguíneo
Vamos, então, analisar cada elemento da metodologia PRICE.
Proteção: assim que ocorre algum tipo de lesão musculoesquelética, é preciso
imediatamente proteger a região, evitando que uma segunda lesão ocorra na região
ou periferia.
Repouso: o repouso é a primeira maneira de reduzir rapidamente o metabolismo da
região e, assim, evitar o gasto energético desnecessário.
Gelo: a aplicação do gelo reduz o metabolismo, sendo capaz de manter seu efeito
(caso o paciente permaneça em repouso) por até 60 a 90 minutos após a aplicação,
evitando a lesão por hipóxia secundária.
Compressão: a presença de um processo inflamatório agudo promove a
vasodilatação e o extravasamento de sangue tardio, responsável por edemas. Os
edemas aumentam ainda mais o quadro álgico, uma vez que comprimem regiões
específcas e ativam os nociceptores. A presença de edema prejudica também a função
da região. A compressão visa, portanto, evitar o surgimento dos edemas.
Elevação: a elevação faz com que a ação da gravidade difculte a formação de
edemas e facilite a drenagem fisiológica.
O método PRICE promove uma série de alterações
fisiológicas e, por consequência, terapêuticas,
conforme apresentado na figura a seguir.
Efeitos fisiológicos e terapêuticos do método PRICE
Spray de vapor frio
Historicamente, dois tipos de spray são usados,os de
Flori –Metano que são os não inflamável e não tóxico
20 e o Etil-Clorido que “é um vapor refrigerante”
destinado a aplicação tópica para controlar a dor
associada às condutas cirúrgicas menores, tais como
lancetar furúnculos ou drenar pequenos abscessos,
lesões de atletismo, injeções e para o tratamento de
dor miofascial, movimento restrito e espasmo muscular
Devemos evitar a inalação do Etil-Clondo, pois pode produzir efeitos
narcóticos, anestésicos gerais e anestesia profunda ou coma fatal,
com parada cardíaca ou respiratória.
O Etil-Clorido é inflamável e nunca deve ser usado na presença de
uma chama em aberto, ou equipamento elétrico de cauterização.
Quando usado para produzir congelamento dos
tecidos, as regiões adjacentes da pele devem ser
protegidas com aplicação de petrolato.
O processo de descongelamento pode ser
doloroso e o congelamento pode reduzir a
resistência local da infecção e predispor uma
cicatrização demorada
Banho de contraste
Essa técnica consiste numa alternância entre o calor e o frio, onde os
objetivos são vasomotores, isso é, alterações circulatórias que o agente
frio e o calor promovem nos tecidos
É realizado com dois recipientes, um deles contendo uma mistura de
gelo e água, e o outro com água quente numa temperatura que varia de
40°C a 45°C
A água quente deve ser iniciada com duração de 5 min. para promover
uma vasodilatação alterando o fluxo sangüíneo de 1,6 lts para 1,71 lts. Em
seguida deve ser usado o frio que provocará uma queda imediata da
temperatura subcutânea e profunda
Deve-se terminar a técnica utilizando o frio com duração de 3 min. com
o objetivo de resfriar os tecidos e reduzir as necessidades metabólicas
dos mesmos
Existe um protocolo de banho de
contraste elaborado pela
CEFESPAR com duração total de 30
min., seguindo as informações já
citadas anteriormente, em relação
ao início e ao término da aplicação
de cada principio físico, no caso
frio e quente
Banhos de contraste
Água quente
 Temperatura Tempo
40ºC 5 min45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
45ºC 1 min
Total 16 minutos
Água fria
 Temperatura Tempo
15ºC 1 min
10ºC 1 min
 5ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 1 min
 1ºC 3 min
Total 14 minutos
Cryo 5
É um aparelho elétrico, que resfria o ar ambiente a uma temperatura de
até -30°C, que pode ser regulado digitalmente. A distância da extremidade
do aparelho deve ser de 5 a 20 cm da pele.
O equipamernto traz uma comodidade ao paciente em relação a
umidade e, ao fisioterapeuta, por ter diversos tamanhos adaptáveis (5 a 10
mm) com a extremidade, podendo ter uma aplicação mais individualizada.
O fabricante desse aparelho recomenda o uso dessa técnica de aplicação
da crioterapia de 1 a 10 min. Foi pedido ao fabricante algum trabalho
experimental para verificação da comprovação dos efeitos desse aparelho,
mas não obtivemos resposta até então.
O Cryo 5 funciona com ar natural, livre de custos adicionais. Esse
aparelho está por volta de US 17.500 (preço verificado no HOSPITALAR 99).
Cryo 5
FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR 
A CRIOTERAPIA
A velocidade de resfriamento de um corpo em um dado tempo é
proporcional a diferença em temperatura entre o corpo e sua
vizinhança. Quanto maior a diferença em temperatura, maior será
a velocidade de resfriamento. 29
É importante verificar os fatores que podem influenciar a técnica
da crioterapia. Estes fatores serão citados e explicados:
Temperatura ambiente
Temperatura da pele
Temperatura da técnica
Local e área de superfície a ser
tratada
Tempo de aplicação
Adjuntos da terapia
Absorção de temperatura pela técnica
durante o resfriamento
Fatores que aumentam a velocidade de
resfriamento
Intervalo entre as aplicações
Avaliação da patologia
Avaliação do paciente
Tratamento realizado anteriormente
PRECAUÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES
Precauções
O frio pode causar um aumento na pressão sistólica e diastólica
transitório.
Um monitoramento cauteloso deve ser feito se usar a
crioterapia para pacientes hipertensos. A pressão arterial deve
ser aferida antes e depois do tratamento.
O tratamento deve ser suspenso se houver um aumento
significativo da pressão arterial.
A crioterapia deve ser aplicada com cautela em indivíduo com
hipersensibilidade ao frio, circulação defeituosa e doenças
termo-regulatórias.
Se após essas considerações a crioterapia for o tratamento
escolhido desses pacientes, monitoramentos próximos da
resposta e ajuste apropriado aos parâmetros de tratamento
são necessários. Diminuindo a duração e ajustando a
intensidade da aplicação, podemos produzir os efeitos
desejados sem provocar reações adversas
A cicatrização pode ser dificultada por baixas temperaturas.
Lundgren e associados demonstraram uma redução de 20 %
nas forças de “tensionamento” de feridas em coelhos
mantidos a uma temperatura de 12°C, comparados com
outros coelhos mantidos a uma temperatura de 20°C.
A diminuição da cicatriz pode ter sido causada pela redução
da circulação do sangue para aquela área.
Somente os animais mantidos a baixa temperatura
mostraram essa deficiência de resposta na cicatrização.
Até que seja demonstrado o contrário é, provavelmente,
uma decisão prudente evitar aplicações de frio
diretamente sobre uma ferida durante as 2 ou 3 semanas
iniciais de cicatrização.
A aplicação da crioterapia por tempo prolongado, 1 a 2
horas, sobre um nervo periférico superficial, como
exemplo a epicondilite medial do cotovelo ou cabeça
fibular, pode levar a neuropraxia.
Por 1h ou 2h depois da crioterapia, os pacientes devem
evitar “estresse” que possa, potencialmente voltar a
machucar ou agravar as patologias para os quais eles foram
tratados.
A analgesia produzida pela crioterapia pode esconder dor
induzida por exercícios, assim dando aos pacientes uma
falsa segurança.
Diminuir a temperatura das articulações pode aumentar a
necrose. Assim, diminuindo o tempo de reação e a
velocidade da mobilidade. Esse fato combinado com a
analgesia, pré-dispõe o paciente a novas lesões.
Quando considerando a crioterapia, o terapeuta deve
estar familiarizado com o “status” médico do paciente.
Antes do tratamento, devemos testar uma pequena
área de pele com gelo para verificarmos a
hipersensibilidade.
Se a hipersensibilidade ocorrer, isso deve ser
documentado e o tratamento com a crioterapia
suspenso.
Em termos gerais, a crioterapia é administrada por 10
a 30 min., com períodos mais longos recomendados
para pacientes obesos
Contra indicações
Crioglobulinemia é uma doença caracterizada pela
presença de uma proteína sangüínea anormal, que
forma um gel quando exposta a baixas temperaturas.
Essa formação de gel pode levar a isquemia ou
gangrena. Crioglobulinemia está associada com certos
tipos de infecções bacterianas e virais, doença crônica
do fígado, lupus eritematoso sistêmico e outras
doenças reumáticas
Fenômeno de Raynaud é uma doença vasoespástica,
que pode ser ideopática ou associada com outras
doenças. É um episódio de constrição de pequenas
artérias e arteríolas nas extremidades, que resulta em
palidez e/ou cianose da pele, seguida por hiperemia e
vermelhidão. A vasoconstrição pode ser grande o
bastante para levar a uma oclusão completa dos vasos
Hemoglobinúria proximal fria pode ocorrer depois de
exposição local ou generalizada ao frio. Hemoglobina
que normalmente é encontrada entre as células
vermelhas do sangue, é liberada das células vermelhas
do sangue e aparece na urina
Gota é um distúrbio metabólico que sofre importante
influência genética, manifestada por níveis elevados de
ácido úrico sérico, crises recorrentes de artrite aguda,
formação crônica de agregados de cristais de MUS nas
articulações, nas bainhas sinoviais, bursas, tecidos
subcutâneos
A concentração de ácido úrico no líquido sinovial é
semelhante aquela do plasma, e nos pacientes
hiperuricêmicos observa-se a super saturação de urato em
ambos os ambientes. Assim, é maior a probabilidade de
formação de cristais de monourato de sódio, agentes
inflamatórios primários.
Outros fatores contribuem para a formação desses cristais: a
presença intra-articular de gama globulina, de colágeno tipo I,
diminuição de pH e da temperatura intra-articular, traumatismo
articulares e rápidas flutuações nos níveis séricos de urato
A baixa temperatura facilita a formações desses cristais
monourato de sódio e consequentemente piorando o caso
clínico dos pacientes portadores dessa doença.
Teste de hipersensibilidade ao frio
Esse teste é fundamental antes de qualquer método de
aplicação da crioterapia, porém, muitos dos terapeutas não se
preocupam em fazer esse teste.
Consiste em uma aplicação de aproximadamente 10 a 20 seg.
usando um cubo de gelo sobre um ponto da pele e após esse
período verifica-se a condição da pele.
Se a hipersensibilidade ocorrer, isso deve ser documentado e o
tratamento com a crioterapia suspenso
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