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Aula 3 Estrutura atômica Ligação interatômica Estrutura Atômica - Modelo planetário: elétrons giram em torno do núcleo - Consideramos o número de prótons e neutrôns no núcleo - Na figura átomo de Carbono - Massa do próton e do neutrôn ~ 1.66 x 10-24 g -> denominado unidade de massa atômica (uma) - É conveniente expressar a massa dos materiais elementares nessas unidades - Isótopo de carbono mais comum -> C12: contém em seu núcleo 6 prótons e 6 neutrôns -> massa atômica de 12 uma - Existem 6.023 x 1023 uma por grama -> NÚMERO DE AVOGADRO -> representa o número de prótons ou neutrôns necessários para produzir uma massa de 1g Esquema do modelo planetário de um átomo de Carbono 12 (C12) Estrutura Atômica - O NÚMERO DE AVOGADRO de átomos de determinado elemento é denominado ÁTOMO-GRAMA - Para um composto -> o termo correspondente é mol - Um mol de NaCl contém o número de Avogadro de átomos de Na e o número de Avogadro de átomos de Cl - Número de Avogadro de átomos de C12 teria uma massa de 12,00 g - Carbono que ocorre naturalmente: massa atômica de 12,011 uma -> nem todos átomos de carbono contem 6 neutrons em seus nucleos -> alguns contem 7 - Diferentes números de neutrons (6 ou 7): identificam diferentes ISÓTOPOS Esquema do modelo planetário de um átomo de Carbono 12 (C12) Estrutura Atômica ISÓTOPOS: diversas formas de um elemento que diferem no número de nêutrons no núcleo Na natureza 1,1 % dos átomos de C são o isótopo C13 Mas todos contém 6 prótons no núcleo -> NÚMERO ATÔMICO do elemento A periodicidade bem conhecida dos elementos é baseada no sistema de números atômicos e massas atômicas elementares -> organizados em grupos quimicamente semelhantes (colunas verticais) -> TABELA PERIÓDICA Identificação química: feita em relação ao núcleo Ligação atômica: envolve elétrons e os ORBITAIS ELETRÔNICOS Esquema do modelo planetário de um átomo de Carbono 12 (C12) Tabela periódica dos elementos com número atômico e massa atômica (em uma) Natureza dos orbitais eletrônicos - Elétrons são agrupados em posições orbitais fixos em relação ao núcleo - O raio de cada orbital é caracterizado por um nível de energia (uma energia de ligação fixa entre o elétron e o núcleo) - Figura: diagrama de níveis de energia para os elétrons em um átomo de C12 - Ocupam níveis de energia específicos com energias intermediárias proibidas (impostas pela mecânica quântica) - Os 6 elétrons do C12 tem uma distribuição 1s22s22p2 - 2 elétrons no orbital 1s - 2 elétrons no orbital 2s - 2 elétrons no orbital 2p Convenção de sinais: Energia negativa: corresponde a atração Elétrons 1s mais próximos ao núcleo e ligados mais fortemente (energia de ligação de -283,9 eV) Elétrons em orbitais externos possuem energia de ligação de apenas -6.5 eV Nível zero da energia de ligação: corresponde a um elétron completamente removido do potencial atrativo do núcleo Na verdade, os 4 elétrons no orbital mais externo do C12 se redistribuem em um padrão mais simétrico para produzir a geometria caracteristica da ligação entre átomos de carbono e átomos adjacentes -> geralmente descrito como 1s22s12p3 Configuração sp3 -> chamada de HIBRIDIZAÇÃO Problema 1 Apêndice -> Problema 2 Apêndice -> Problema 3 Apêndice -> Ligação Iônica Resultado da transferência de elétrons de um átomo para outro Ligação iônica entre o sódio e o cloro: - Transferência de um elétron do sódio favorecida -> pq produz uma configuração eletrônica mais estável -> a espécie Na+ resultante tem uma camada orbital externa completa - O Cl aceita prontamente o elétron -> produzindo uma espécie de Cl- estável -> também com uma camada externa completa - As espécies carregadas (Na+ e Cl-) -> chamadas de ÍONS -> dando origem ao nome ligação iônica Ligação Iônica Espécie positiva Na+: cátion Espécie negativa Cl-: ânion Ligação iônica -> não-direcional -> ou seja, um Na+ carregado positivamente atrairá qualquer Cl- vizinho igualmente em todas as direções Figura: como os íons de Na+ e Cl- são empilhados no cloreto de sódio sólido (sal de cozinha) 6 Na+ cercam cada Cl- e 6 Cl- cercam cada Na+ Ligação Iônica Resultado da atração coulombiana entre as espécies com cargas opostas Força de atração coulombiana Fc entre dois íons de cargas opostos a: distância de separação entre os centros dos íons Z: valência do íon carregado (por exemplo: +1 para Na+ e -1 para Cl-) q é a carga de um elétron isolado (1.6 x 10-19 C) K0 é uma constante de proporcionalidade: 9 x 109 V.m/C Representação gráfica (para um par Na+ Cl- ) Força de atração coulombiana aumenta drasticamente a medida que a distancia de separacao entre os centros de íons adjacentes (a) diminui Forças atrativas e repulsivas Comprimento de ligação (a) ideal seria zero Na tentativa de juntar 2 núcleos carregados positivamente para aumentar a atração coulombiana -> é combatida por uma força repulsiva oposta FR Onde e -> constantes determinadas experimentalmente para um dado par de íons Força de ligação -> é a força de atração (ou de repulsão) liquida em função da distância de separação entre dois átomos ou íons força repulsiva oposta, que é devida a sobreposição dos campos eletricos com carga semelhante (negativa) de cada ion, alem da tentativa de juntar dois nucleos carregados positivamente Força de ligação líquida F = Fc + FR (em função de a) Comprimento de ligação em equilibrio (a0) ocorre no ponto onde as forças de atração e repulsão são precisamente equilibradas (Fc + FR = 0) Importante observar que: - Força coulombiana domina para valores maiores de a - Força repulsiva domina para pequenos valores de a Na figura: comprimento de ligação em equilibrio é de a0 = 0,28 nm Energia de ligação Energia de ligação E está relacionada a força de ligação por meio da expressão diferencial: A curva da força de ligação liquida (da figura anterior) é a derivada da curva de energia de ligação A relação demonstra que o comprimento de ligação em equilibrio (a0) que corresponde a F = 0 -> também corresponde a um MINIMO NA CURVA DE ENERGIA -> consequencia da equação abaixo, ou seja, a inclinação na curva de energia em um mínimo é igual a zero: Energia de ligação As posições estáveis de íons correspondem a um mínimo de energia Para mover os íons de seu espaçamento de equilibrio -> é preciso fornecer energia a esse sistema (por exemplo, pela carga compressiva ou de tensão) Comprimento de ligação em equilibrio a0 é a soma de dois raios iônicos, ou seja, para o NaCl a0 = rNa + rCl Exercícios Do apêndice temos que: Exercícios Do apêndice temos que: Exercícios Do apêndice temos que: Repetir o mesmo exercício para o Na2O (um componente óxido em muitas cerâmicas e vidros) Raio iônico ou atômico: Raio correspondente a densidade média de elétrons no orbital eletrônico mais externo Figura ao lado compara 3 modelos de um par de íons Na+-Cl- (a) Modelo planetário simples dos dois íons (b) Modelo de esfera rígida do par (c) Modelo de esfera flexível, em que a densidade de elétrons real nos orbitais externos do Na+e do Cl- se extende além do que é mostrado para a esfera rígida Ionização: tem um efeito significativo sobre os raios efetivos (esfera rígida) para as espécies atômicas envolvidas - A perda ou ganho de um elétron por um átomo neutro muda seu raio - A perda de um elétron pelo átomo de sódio deixa 10 elétrons para ser atraidos para o núcleo, que ainda contém 11 prótons - Por outro lado, o ganho de um elétron pelo átomo de cloro gera 18 elétrons em torno de um núcleo com 17 prótons -> portanto um raio efetivo maior Número de coordenação: número de íons (ou átomos) adjacentes que cercam um íon (ou átomo) de referência Na figura ao lado, cada íon mostrado tem NC = 6 (cada íon tem 6 vizinhos mais próximos) Para compostos iônicos -> NC do menor íon pode ser calculado de um modo sistemático, considerando-se o maior número de íons maiores(de carga oposta) que podem estar em contato (ou em coordenação) com o menor Esse número (NC) depende diretamente dos tamanhos relativos dos íons carregados com cargas opostas Esse tamanho relativo é caracterizado pela razão dos raios (r/R) r = raio do íon menor R = raio do íon maior Número de Coordenação Por exemplo, o caso onde r/R = 0,20 A figura abaixo mostra que o número maior de íons maiores que podem coordenar o íon menor é 3 Qualquer tentativa de colocar 4 íons maiores em contato com o menor exige que o maiores se sobreponham (condição de grande instabilidade, devido as altas forças repulsivas) Número de Coordenação Número de Coordenação Valor mínimo de r/R que pode produzir uma coordenação tripla (r/R = 0,155) Ou seja, íons maiores estão apenas tocando no íon menor e também apenas tocando uns nos outros Valores menores que 0,155 não podem permitir coordenação tripla Relação entre os números de coordenação e a razão dos raios Exercícios Exercícios Do apêndice temos que: Ligação Covalente Enquanto a ligação iônica é não-direcional -> a ligação covalente é altamente direcional Nome covalente: vem do compartilhamento cooperativo dos elétrons de valência entre 2 átomos adjacentes Elétrons de valência: são aqueles dos orbitais mais externos que fazem parte da ligação Figura ao lado: ilustra a ligação covalente em um molécula do gás cloro (Cl2) com: (a) Modelo planetário comparado com a (b) Densidade de elétrons real (nitidamente concentrada ao longo de uma linha reta entre os dois núcleos de Cl) (c) e (d) são notações abreviadas comuns de elétrons como pontos e uma linha de ligação Exemplos de ligação covalente Ácido clorídrico Gás oxigênio Metano Água Traço indica a ligação covalente – 2 traços ligação dupla Tipos de ligações covalente Para leitura (até slide Ligação metálica) Representação de linha de ligação de uma molécula covalente: Etileno (C2H4) Linha dupla entre os carbonos -> significa ligação dupla (ou compartilhamento covalente de dois pares de elétrons de valência) Convertendo a ligação dupla para duas ligações simples -> moléculas adjacentes de etileno podem ser ligadas covalentemente -> levando a uma longa cadeia de moléculas de polietileno Essas moléculas poliméricas (cada unidade de C2H4 é um mero) são a base estrutural dos polímeros - Moléculas longas deste tipo possuem flexibilidade suficiente para preencher um espaço tridimensional por uma estrutura complexa em forma de mola - Figura: esquema bidimensional dessa estrutura tipo “espaguete” Linhas retas entre C e C e entre C e H -> representam ligações fortes, covalentes Somente ligações secundárias fracas ocorrem entre seções adjacentes das cadeias moleculares longas -> é o elo fraco -> conduz a baixas resistências e baixos pontos de fusão para os polímeros tradicionais Diamante: ao contrário, tem dureza extremamente alta e um ponto de fusão maior que 3500 oC Pois tem ligação covalente entre cada par adjacente de átomos de carbono Ligação covalente -> pode produzir números de coordenação substancialmente menores que o previsto pelas considerações de razão dos raios da ligação iônica Diamante: razão dos raios para os átomos de carbono de igual tamanho é r/R = 1,0 Entretanto, a figura do slide anterior mostra que NC = 4, em vez de 12 (como previsto na tabela mostrada anteriormente) Neste caso, NC para o carbono é determinado por sua ligação típica de hibridização sp3 -> em que os 4 elétrons da camada externa do átomo de carbono são compartilhados com átomos adjacentes em direções igualmente espaçadas Alguns casos: as considerações de empacotamento efetivos da tabela estão de acordo com a geometria da ligação covalente Por exemplo: a unidade estrutural básica nos minerais de silicatos e em muitas cerâmicas e vidros comerciais -> Tetraedro SiO4 4- Silício: aparece logo abaixo do carbono no grupo IV A da tabela periódica -> comportamente químico semelhante Silício: forma muitos compostos com coordenação quadrupla A unidade de SiO4 4- mantem sua configuração de ligação -> e simultaneamente possui forte característica iônica -> incluindo a concordância com a tabela da razão dos raios rSi/rO = 0,039 nm/0,132 nm = 0,295 Está no intervalo correto para produzir eficiência máxima da coordenação iônica com NC = 4 De fato, a ligação Si-O é metade iônica (transferência de elétrons) e metade covalente (compartilhamento de elétrons) por natureza Forma geral da curva da energia de ligação Energias e comprimentos de ligação para as principais ligações covalentes representativas Ângulo de ligação - Característica importante dos sólidos covalentes - Determinado pela natureza direcional do compartilhamento do elétron de valência Figura: ângulo de ligação para um átomo de carbono típico, que costuma formar 4 ligações igualmente espaçadas Configuração de tetraedro resulta em um ângulo de ligação de 109,5 o O ângulo de ligação pode variar ligeiramente, dependendo das espécies as quais a ligação é vinculada Em geral, os ângulo de ligação envolvendo carbono são mais próximos dos 109,5 o ideais Ligação Metálica - Terceiro tipo de ligação primária - Envolve o compartilhamento de elétrons e é não-direcional - Os elétrons de valência são considerados elétrons delocalizados, ou seja, eles tem probabilidade igual de estar associados a qualquer um de um grande número de átomos adjacentes - Em metais típicos -> delocalização está associada ao material todo, levando a uma nuvem de elétrons ou gás de elétrons - Esse gás móvel é a base para a alta condutividade elétrica nos metais Energias associadas aos sólidos Calores de sublimação de alguns metais comuns e seus óxidos (alguns dos compostos cerâmicos comuns) Calor de sublimação -> representa a quantidade de energia térmica necessária para transformar 1 mol de sólido diretamente em vapor em uma temperatura fixa (na tabela T = 25 o) -> É uma boa indicação da intensidade relativa da ligação no sólido Eletronegatividade Capacidade de um átomo atrair elétrons para ele Em geral, os valores da eletronegatividade aumento da esquerda para a direita na tabela periódica Césio e Frâncio (grupo I A) -> valor mais baixo (0,7) Flúor (Grupo VII A) -> valor mais alto (4,0) Ligação de van der Waals (ou secundária) Principal fonte de coesão em um dado material da engenharia -> é uma ou mais das três ligações vistas (iônica, covalente e metálica) Energias de ligações primárias -> variam de 200 a 700 kJ/mol (~ 50 a 170 kcal/mol) É possível obter alguma ligação atômica (com energias de ligação substanciavelmente menores) SEM TRANSFERÊNCIA OU COMPARTILHAMENTO DE ELÉTRONS -> ligação conhecida como ligação secundária ou ligação de van der Waals Mecanismo -> semelhante a ligação iônica (ou seja, atração de cargas opostas) Principal diferença -> nenhum elétron é transferido Atração depende de distribuições assimétricas de cargas positivas e negativas dentro de cada átomo ou unidade molecular que está sendo ligada Ligação de van der Waals (ou secundária) Essa assimetria de carga é denominada dipolo Ligação secundária pode ser de dois tipos, dependendo de os dipolos serem: - temporários ou - permanentes Figura: como dois átomos neutros podem desenvolver uma força de ligação fraca entre eles através de uma ligeira distorção de suas distribuições de carga Exemplo: átomo de argônio (Ar): gás nobre que não tende a formar ligações primárias, pois tem uma camada orbital externa preenchida e estável Ligação de van der Waals (ou secundária) Átomo de Ar isolado -> distribuição perfeitamente esférica da carga elétrica negativa cercando seu núcleo positivo Entretanto, quando outro átomo de Ar é aproximado, a carga negativa é ligeiramente atraída em direção ao núcleo positivo do átomo adjacente Essa ligeira distorção da distribuição de carga ocorre simultaneamente nos dois átomos Resultado: dipolo induzido Ligação de van der Waals (ou secundária) Grau de distorção de carga relacionadoa um dipolo induzido é pequeno -> magnitude do dipolo resultante pequena -> energia de ligação relativamente pequena (0,99 kJ/mol ou 0,24 kcal/mol) Energias de ligação secundárias -> são um tanto maiores quando unidades moleculares contendo dipolos permanentes estão envolvidas Melhor exemplo: ponte de hidrogênio -> conecta moléculas adjacentes de água H2O Devido a natureza direcional do compartilhamento de elétrons nas ligações O-H covalentes -> átomos de H se tornam centros positivos e os átomos de O se tornam centros negativos para as moléculas de H2O A maior separação de carga possível nessa molecula polar -> gera um momento de dipolo maior A maior separação de carga possível nessa molecula polar -> gera um momento de dipolo maior (produto da carga pela distância de separação entre os centros das cargas positiva e negativa) Portanto, uma energia de ligação maior (21 kJ/mol ou 5 kcal/mol) Ligação secundária entre as cadeias poliméricas adjacentes nos polímeros, como polietileno, é deste tipo Importante observar que as propriedades importantes da água deriva da ponte de hidrogênio: - Expansão da água ao congelar -> devida ao alinhamento regular e repetitivo de moléculas adjacentes de H2O -> que leva a uma estrutura relativamente aberta - Na fusão -> moléculas de H2O adjacentes, embora retendo a ponte de hidrogênio, juntam-se em um arranjo mais aleatório e mais denso Materiais – Classificação das ligações Representação das energias de ligação relativas dos vários tipos de ligação -> se obtem pela comparação dos pontos de fusão Ponto de fusão de um sólido indica a temperatura a qual o material deve ser exposto para fornecer energia térmica suficiente para quebrar suas ligações coersivas Os 4 tipos de ligações atômicas estudados que consistem em 3 ligações primárias (iônica, covalente e metálica) e ligação secundária Os 3 materiais estruturais fundamentais (metais, cerâmicas e polímeros) Tetraedro representando a contribuição relativa de diferentes tipos de ligação para as categorias fundamentais dos materiais da engenharia (os três tipos estruturais mais os semicondutores) Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 page4 page5 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 page6 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 page7 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 page8 page9 Slide 25 Slide 26 page10 page11 page12 Slide 30 Slide 31 page13 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 page14 page15 page16 Slide 40 page17 page18 page19 Slide 44 page20 page21 page22 Slide 48 Slide 49 Slide 50 page23 page24 page25