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COLETA E PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA PARASITOLÓGICA Professor: Robert Rosas Filho Objetivos da aula •Compreender os princípios corretos de coleta de amostras para diagnóstico parasitológico. •Identificar os tipos de amostras mais comuns na parasitologia clínica. •Reconhecer cuidados para garantir a integridade da amostra até o processamento. •Conhecer métodos de armazenamento e transporte adequados para diferentes parasitos. Introdução •A fase pré-analítica (coleta, armazenamento e transporte) é determinante para a precisão diagnóstica. •Erros nesta etapa podem causar falsos negativos, inviabilizar o exame ou comprometer a viabilidade dos parasitos. •Na parasitologia clínica, muitas estruturas (ovos, larvas, trofozoítos, cistos) são frágeis e sofrem alterações rápidas. Tipos de amostras e indicações Tipo de Amostra Principais Indicações Observações Importantes Fezes Diagnóstico de helmintos e protozoários intestinais Coletar preferencialmente em frasco limpo, sem urina. Evitar uso de laxantes (alteram morfologia). Sangue Diagnóstico de hemoparasitos (Plasmodium, Trypanosoma, Leishmania) Colher em EDTA para esfregaço e gota espessa; processar rapidamente. Urina Pesquisar Schistosoma haematobium, Trichomonas vaginalis Coletar amostra de jato final ou centrifugar. Secreções/Vaginal, Uretral Trichomonas vaginalis Processar imediatamente para observar trofozoítos móveis. Escarro/Líquido broncoalveolar Paragonimus, Strongyloides disseminado Armazenar refrigerado se não for examinado imediatamente. Aspirados de linfonodos, medula óssea Leishmania, Trypanosoma Coleta invasiva — manter esterilidade e processar rápido. Procedimento de coleta •Identificação correta: nome, data, hora, tipo de exame solicitado. •Uso de frascos limpos e secos (estéreis se indicado). •Quantidade suficiente: •Fezes: 5–10 g (infantil: 2–5 g) •Urina: 10–20 mL •Sangue: volume conforme protocolo (geralmente 2–5 mL). •Evitar contaminação: urina nas fezes, saliva no escarro, etc. •Instrução ao paciente: explicar a coleta para evitar erros. Preservação e Armazenamento Amostra Temperatura Preservante/Meio Tempo Máximo até Processamento Fezes (sem conservante) Refrigerar (4–8°C) — 12 horas Fezes (com conservante – MIF, SAF, formol 10%) Ambiente ou refrigerado MIF (Merthiolate-Iodo- Formaldeído), SAF 7–30 dias dependendo do método Sangue Ambiente (até 6 h) ou refrigerado (4°C) EDTA 24 h Urina Refrigerar (4°C) — 2–4 h Secreções frescas Temperatura ambiente Solução salina morna (quando indicado) Imediato Aspirados e líquidos corporais Refrigerar (4°C) Meio de cultura específico, se necessário Até 24 h Transporte •Utilizar embalagem tripla conforme normas da ANVISA/MS para material biológico: 1.Recipiente primário: frasco vedado, resistente a vazamentos. 2.Recipiente secundário: embalagem resistente, com material absorvente. 3.Embalagem externa: caixa rígida identificada. •Manter a cadeia de frio quando necessário. •Documentação de transporte anexada. Cuidados Especiais Trofozoítos de protozoários intestinais degeneram rapidamente → exame deve ser imediato ou amostra fixada. Larvas de Strongyloides podem eclodir após poucas horas → refrigeração evita sobreposição de formas. Hemoparasitas sofrem alterações morfológicas com o tempo → esfregaço deve ser feito o quanto antes. Referências Indicadas •NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 14ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2022. •WHO. Bench Aids for the Diagnosis of Intestinal Parasites. 2nd ed. Geneva: WHO, 2019. •Ministério da Saúde – Manual de Diagnóstico Laboratorial de Parasitoses Humanas. Brasília: MS, 2018. Slide 1: Coleta e Preservação dA Amostra Parasitológica Slide 2: Objetivos da aula Slide 3: Introdução Slide 4: Tipos de amostras e indicações Slide 5: Procedimento de coleta Slide 6: Preservação e Armazenamento Slide 7: Transporte Slide 8: Cuidados Especiais Slide 9: Referências Indicadas