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4- PARASITOLOGIA CLINICA Reino Protista Sub-reino Protozoa Filo Apicomplexa Classe Sporozoa Ordem Eucoccidiida Famílias Sarcocystidae (Toxoplasma gondii, Sarcocystis hominis = Isospora hominis) Eimeriidae (Isospora belii, Cyclospora cayetanensis) Crystosporiidae (Cryptosporidium spp.) Filo Apicomplexa (espécies parasitas cels epiteliais homem) Gêneros de interesse • Cryptosporidium, •Isospora sp, • Plasmodium, • Toxoplasma •O plasmodium dada sua importância médica na infecção humana, será abordada à parte. Coccídeos • Filo Apicomplexa • Subclasse Coccidia • Ciclo→ 02 fases reprodutivas: - FASE ASSEXUADA = ESQUIZOGONIA ou MEROGONIA Esporozoíto→ ESQUIZONTE ou MERONTE (merozoítos) - FASE SEXUADA = GAMETOGONIA Merozoíto→ GAMETÓCITOS →Masculino (MICROGAMETÓCITO) → Feminino (MACROGAMETÓCITO) Fusão dos gametas → zigoto→ OOCISTO Ambiente→ Esporulação oocisto→ ESPOROGONIA FASE SEXUADA Gametogonia FASE ASSEXUADA Esquizogonia MEIO EXTERNO Esporogonia Esporozoítos Trofozoítos Esquizonte Merozoítos Microgametócitos Macrogametócitos Cystoisospora Toxoplasma Ciclospora Termos Parasito oportunista: quando um parasito vive em estado de latência ou de resistência dentro de um hospedeiro, mas havendo uma oportunidade (deficiência do sistema imune, por exemplo), o parasito se reproduz intensamente. Parasitas oportunistas: são organismos que causam pouco ou nenhum sintoma em hospedeiro saudáveis, mas podem causar doença grave em imunocomprometidos; Imunodeprimidos: São pessoas que possuem o seu sistema imunológico (de defesa) fragilizado/deprimido. Em contato com um determinado antígeno, ele é incapaz de criar anticorpos. Suas células de defesas não estão mais funcionando. Pacientes Imunocompetentes são capazes/competentes de produzir uma resposta imunológica a um determinado antígeno. ANTÍGENO - ANTICORPO Antígeno (Ag) - Substância estranha que induz uma resposta imune. Anticorpo (Ac) - Proteína do soro que reage especificamente a uma substância estranha (antígeno); são também chamados de imunoglobulinas. Protozoários emergentes São considerados emergentes os protozoários recentemente reconhecidos como patogênicos para o ser humano. Alguns deles assumiram grande importância por causarem infecções oportunistas em indivíduos imunodeprimidos, com consequências graves, muitas vezes levando à morte. Outros acometem indivíduos imunocompetentes, e são emergentes por terem adquirido novas propriedades de virulência ou em decorrência da proximidade mais recente entre seus reservatórios e o hospedeiro humano (Mahmoud, 1998). O número de casos de infecções por protozoários intestinais emergentes transmitidos por alimentos e/ou água tem aumentado em função da globalização de fontes alimentares, viagens internacionais, consumo de frutas frescas e de alimentos crus ou malcozidos (Ortega; Sanchez, 2010). Doenças causadas por protozoários intestinais emergentes Doenças causadas por protozoários intestinais emergentes Dentre os protozoários descritos e o padrão de imunodepressão, a maioria deles relaciona-se com transplante de órgãos e com a infecção pelo HIV; Doenças causadas por protozoários intestinais emergentes Toxoplasma gondii; Isospora belli; Cryptosporidium spp; Leishmania spp; Trypanosoma spp; Dientamoeba fragilis; Doenças causadas por protozoários intestinais emergentes A diminuição dos linfócitos leva o aparecimento de diversos sintomas e sinais relacionados a diversos agentes etiológicos. A infecção ocorre em indivíduos imunocompetentes e imunodeprimidos, e com frequência é diagnosticada em infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) (Jorge; Almeida, 2003; Neto; Botelho, 2015). Nos imunocompetentes, os sintomas são semelhantes aos de outras infecções intestinais não inflamatórias (Suh et al., 2015), com episódios de diarreia aguda. Nos imunodeprimidos pode ocorrer infecção crônica grave, diarreia prolongada, e outras manifestações infecciosas (Neira et al., 2010). Doenças causadas por protozoários intestinais emergentes CD4+ inferiores a 50/mm³, em pacientes com HIV, facilitam a infecção por parasitos, como Cryptosporidium ssp., Isospora belli, em relação ao trato gastrintestinal, provocando diarréia. A criptosporidíase – ou criptosporidiose – é uma importante doença provocada por parasitos unicelulares do gênero Cryptosporidium História 1907 como um parasito que habitava a mucosa gástrica de camundongos 1976 descobriu-se que ele era capaz de causar infecção em humanos 1985 apenas sete casos tinham sido relatados; 1987 contaminação dos reservatórios públicos de água por oocistos de Cryptosporidium. No Condado de Carroll, Geórgia, em 1987 entre 1982 e 1983, ter havido um súbito aumento deles História EUA – 1993 cidade Milwaukee Surto de Criptosporidiose, gastrenterite devido à veiculação hídrica do protozoário. 2011 o corpo de bombeiros de Indiana relatou doença gastrintestinal 2011 Department of Community Health de Michigan, revelou que os bombeiros utilizaram água de um hidrante e de uma lagoa locais para extinguir o fogo. A água da lagoa estava contaminada por Cryptosporidium proveniente de fezes de bovinos. White, 2015; França, 2018 Cryptosporidium é um patógeno que frequentemente causa diarreia em crianças e imunocomprometidos, especialmente indivíduos com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) Decorrido um século da descrição, protozoários do gênero Cryptosporidium permanecem uma constante preocupação para a indústria da água e dos alimentos. Oocistos esféricos, ovais e contêm 4 esporozoítos livres eliminados nas fezes. Coloração álcool-acidorresistente modificada, ×1000. Seta indica oocistos de Cryptosporidium, cada um contendo quatro esporozoítos não definidos. Note os grânulos de coloração escura. Os oocistos de C. hominis e C. parvum são idênticos: ambos são esféricos, medem de 2 a 4 μm de diâmetro e contêm quatro esporozoítos EPIDEMIOLOGIA: foi descoberto que o Cryptosporidium é um patógeno que frequentemente causa diarreia autolimitada em pessoas imunocompetentes, além de quadros de diarreia persistente em crianças e imunocomprometidos, especialmente indivíduos com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (White, 2015; França, 2018). Existem diversas espécies de Cryptosporidium descritas, as quais infectam aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes (Lucca et al., 2009); porém, apenas o C. parvum e o C. hominis são capazes de infectar o homem. Pesquisas feitas no Peru, na Índia, no Brasil e em Bangladesh mostraram que o C. hominis foi a principal espécie causadora de diarreia em crianças (Checkley et al., 2015). Trata-se de um patógeno intestinal com maior capacidade de contágio. Tal característica se deve principalmente a dois fatores: resistência ao cloro e baixa dose de oocistos necessários para causar infecção. Isso o torna importante do ponto de vista clínico e epidemiológico. Criptosporidiase • Agente etiológico: Cryptosporidium sp – Cryptosporidium parvum (potencial zoonótico) – Cryptosporidium hominis • Distribuição mundial – Freqüente em países em desenvolvimento. • Pertence ao Filo Apicomplexa e subclasse Coccidia. • Protozoário intracelular obrigatório: – Seu habitat principal são as células epiteliais do intestino delgado, mas pode ser encontrado em qualquer segmento do trato digestivo; – Particularidades: tem localização extracitoplasmática → faz fusão com a membrana do enterócito, mas localiza-se fora do citoplasma da célula hospedeira. – Formas graves em pacientes aidéticos. • Ciclo vital em um hospedeiro: – Parasita monoxeno • Oocistos de C.parvum e C.hominis são esféricos e medem de 2 a 4μm e contêm 04 esporozoítos. – São eliminados esporulados → é possível a liberação dos esporozoítos na luz intestinal. • Fatores devirulência: – Cryptosporidium sp invade as células epiteliais do intestino delgado, sem atingir as camadas mais profundas da mucosa. – Ocorre mal absorção de nutrientes, com redução de enzimas digestivas como a lactase e a fosfatase alcalina. – Reduções da absorção de vitamina B12 estão relacionadas com a intensidade da infecção. Criptosporidiose Cryptosporidium ssp TRANSMISSÃO O oocisto de Cryptosporidium é muito resistente e sobrevive à maioria dos desinfetantes como álcool, hipoclorito de sódio. Também é resistente à concentração de cloro empregada na cloração da água. Uma portaria do Ministério da Saúde recomenda a inclusão da pesquisa de Cryptosporidium spp. para se atingir o padrão de potabilidade da água. A contaminação da água pode ocorrer por cruzamento de águas de poço ou encanada por água de esgoto, falha nos procedimentos operacionais durante o tratamento da água, desvios de filtro de areia, contaminação de águas superficiais por esterco bovino e influências de efluentes industriais e agrícolas nas águas de recreação transmissão A transmissão de C. hominis/C. parvum é principalmente oral/fecal, pela ingestão de oocistos. Como ainda não foi comprovada a especificidade de hospedeiros, caracteriza-se uma transmissão zoonótica. As vias de aquisição da infecção podem ser: (i) pessoa a pessoa; (ii) animal a animal; (iii) animal a pessoa; (iv) por água de abastecimento e recreacional; (v) por alimentos; e (vi) possivelmente pelo ar. A autoinfecção é também relatada, principalmente em imunodeprimidos, explicando-se pela eliminação do oocisto já esporulado e a liberação de esporozoítos no lúmen intestinal, onde invadem enterócitos (Fayer el al., 2000). Ciclo Biológico: Transmissão Fecal – oral; Ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos; Água recreacional contaminada. Ciclo biológico O ciclo biológico deste parasita necessita de apenas um hospedeiro. (ciclo monoxênico ). Dois tipos de oocistos se formam: 80% têm parede grossa e são eliminados já infectantes junto com as fezes; 20% são envolvidos apenas por uma membrana e se rompem na luz intestinal, determinando novo ciclo no mesmo hospedeiro. CICLO A forma infectante é o oocisto, que pode ser ingerido juntamente com a água, alimentos ou mãos contaminadas. O oocistos, ao ser ingerido, libera 4 esporozoítos no intestino delgado, que penetram na mucosa e se transformam em trofozoítos, que se multiplicam e se transformam em merozoítos. Os merozoítos podem invadir novas células da mucosa intestinal ou se transformar em gametas, que irão formar um ovo ou zigoto e romper-se, liberando o oocisto, que sairá juntamente com as fezes. Ciclo biológico INGESTÃO DE OOCISTOS contato com água ou alimentos contaminados com oocistos, Desincistam-se INTESTINO esporozoítos células do epitélio gastrointestinal reprodução multiplicam assexuadamente por esquizogonia ou merogonia sexuadamente por gametogonia; Ciclo biológico Produção - merozoítos microgamontes (macho) e macrogamontes (fêmea), Fertilização Ovo ou zigoto Hospedeiro desenvolvem-se em oocistos que esporulam no hospedeiro infectado. Produzido oocisto de parede fina, que será envolvido na autoinfecção (CDC, 2019). Meio ambiente oocistos, um de parede grossa, que será liberado no ambiente Fonte: CDC Oocistos de Cryptosporidium parvum corados com Kinyoun. Fotografias de Marcelo Urbano Ferreira. D. Ciclo vital de Cryptosporidium. Fatores contribuintes para a transmissão do Cryptosporidium Processo de tratamento de água, a remoção depende da remoção física, ou seja, floculação, coagulação, sedimentação e filtração, removem cerca de 99% dos oocistos nas etapas de decantação e filtração. Porém devido a sua adaptabilidade os oocistos reduzem de tamanho (de 3 a 8µm para 2 a 4µm) podendo atravessar os filtros. Resistentes à desinfecção da água ou do efluente de esgoto, à base de cloro. Alternativas desinfecção com ozônio e luz ultravioleta, bons resultados na inativação dos oocistos. Os oocistos de Cryptosporidium podem permanecer viáveis por vários meses, mas altas temperaturas (60°C) levam à perda de infectividade. Os oocistos resistem ao cloro, mas morrem quando congelados e não suportam a dessecação (seca) (Fayer et al., 2000; Yoder; Beach, 2010; Jex; Gasser, 2010). Fatores contribuintes para a transmissão do Cryptosporidium Os oocistos são resistentes, são capazes de sobreviver por seis meses em água superficial de rios, e também são resistentes aos desinfetantes tradicionais. estima-se que o inóculo necessário para a infecção em indivíduos imunocompetentes seja de 30 oocistos, embora a dose infectante média seja de 132 oocistos (Fayer et al., 2000). As infecções entéricas são responsáveis por cerca de 230.000 mortes anuais em todo o mundo. Entre as infecções entéricas causadas por parasitos, cerca de 104 milhões de casos anuais, a maioria está associada a protozoários (cerca de 77 milhões). Entre os protozoários, Cryptosporidium é responsável por 8,6 milhões de casos anuais, com 3.759 mortes em 2010 (Ryan et al., 2018). • Sintomas • Imunocompetentes: – Diarréia aquosa, intermitente ou contínua, dores abdominais e perda de peso. – Cryptosporidium é um dos principais responsáveis por diarreias infantis em crianças de 2 a 5 anos que frequentam creches. • Imunodeprimidos: – Diarréia severa, com várias evacuações; – Perda de +20L de líquido/dia. Criptosporidiase • Diagnóstico laboratorial • Pesquisa do parasita em fezes: • - Pesquisa de oocistos nas fezes → centrífugo - flutuação – Concentração por Ritchie. – Visualização pode ser feita: – Exame a fresco: microscopia convencional – Material corado pelas técnicas de modificada (Kinyoun), Safranina-azul Ziehl-Neelsen de metileno, Auramina e similares. • Histologia: microscopia óptica, corando-se o material com hematoxilina-eosina, ou utilizando-se a microscopia eletrônica. • Métodos imunológicos: – Pesquisa de anticorpos séricos. • Técnicas moleculares: PCR (Reação em cadeia pela polimerase). Auramina Safranina-azul de metileno Kinyoun Cryptosporidium parvum Oocistos de Cryptosporidium parvum (400X) corados Figura 65: Oocistos de Cryptosporidium parvum (400X) corados • Controle – Saneamento Básico e Educação sanitária; – Filtração da água; – Lavar muito bem frutas e verduras; – Controle da contaminação ambiental com fezes de animais infectados. Profilaxia Isosporíase/ cistoisosporíase Agente etiológico: Isospora belli ou Cystoisospora belli A espécie Isospora belli, citada como agente causal de infecções humanas, é agora denominada Cystoisospora belli (Barta et al., 2005; Lindsay et al., 2014). Este protozoário pertence ao supergrupo Chromalveolata (Alveolata – Apicomplexa – Coccidia) Transmissão: ingestão de oocistos em água e alimentos. Sintomas: diarreia aquosa, presença de muco nas fezes, dor abdominal, febre, vômitos e náuseas. Profilaxia: saneamento básico, higiene pessoal, cuidados com água e alimentos. História 1935 200 casos de infecção causada por cistoisosporíase humana em todo o mundo. 1960 800 casos registrados no Ocidente 1980 formas grave e crônica da doença foram descritas entre os infectados pelo HIV Wang et al., 2018 De fato, a infecção por Cystoisospora está entre as doenças causadas por protozoários intestinais mais prevalentes nesses indivíduos, principalmente em países em desenvolvimento ❖ Membros são coccídios apresentam: ▪ OOCISTO com 2 ESPOROCISTOS contendo 4 ESPOROZOÍTOS. esporocisto esporozoíto Esporoblasto R! R! Esporocistos Esporozoitas Isosporíase transmissão ocorre por ingestão de oocistos presentes em água ou alimentos; não foi assinalada contaminação pessoa a pessoa em decorrência da necessidade da esporulação no ambiente. completa seu ciclo em um único hospedeiro; é,portanto, monoxeno. Oocisto ovalado que mede de 20 a 33 μm × 10 a 19 μm de diâmetro, em média 25 μm. e dois esporocistos em seu interior com 4 esporozoítos. Seu ciclo vital compreende duas fases, uma assexuada e outra sexuada. Na fase assexuada, ocorre a esquizogonia e, na fase sexuada, ocorrem a gametogonia e a esporogonia . O produto final, forma infectante, é um oocisto ovalado que mede de 20 a 33 μm × 10 a 19 μm de diâmetro, em média 25 μm. Esses oocistos são eliminados não esporulados, necessitando de 24 a 48 horas no meio exterior para se tornarem infectantes. Quando esporulados, contêm dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos . Ingestão de oocistos através de água e alimentos contaminados no intestino liberta o esporocisto que por sua vez liberta o esporozoíto que irá dar origem a trofozoítos ( esquizonte – reinvadem) origem a merozoíto que se diferenciam -se em macro e microgametócitos a junção formará novos oocistos dando inicio a outro ciclo. Cystoisosporiase • Ciclo vital compreende duas fases: uma assexuada e uma sexuada. - Fase assexuada: esquizogonia - Fase sexuada: gametogonia • Forma infectante: oocisto→ ovalado (20 a 33µm por 10-19µm) • Oocistos eliminados nas fezes na forma não esporulada (não- infectante). • Esporulação no meio ambiente: 24-48horas. • Oocistos: contêm 02 esporocistos, cada um com 04 esporozoítos. Oocistos de Cystoisospora belli em diferentes fases de maturação: A, fase inicial, com um só esporoblasto; B, com 2 esporoblastos transformados em esporocistos; C, oocisto maduro, onde cada esporocisto já formou 4 esporozoítos. • Aspectos clínicos -Quadro clínico caracterizado por 08 a 10 evacuações líquidas por dia. - Indivíduos imunocompetentes: diarréia é autolimitada. -Na maioria das vezes, a infecção permanece assintomática. -Nos demais casos há febre, diarréia, anorexia e cefaléia, com início 7 a 10 dias após a contaminação, com duração de 10 dias ou mais. -A evolução é para a cura espontânea, mesmo sem medicação. Cystoisosporiase Isosporíase PRINCÍPIOS BÁSICOS: a) Amostras fecais múltiplas (ao menos 3)* devem ser testadas antes de ser considerada uma interpretação de diagnóstico negativo. b) Para maximizar a recuperação de oocisto, amostras de fezes devem ser concentradas antes de um exame microscópico (por exemplo, centrifugação a 500 X g, 10 min., por método da formalina-acetato de etila). c) A escolha da técnica de diagnóstico depende da disponibilidade de equipamentos e reagentes, experiência e considerações quanto a tempo e custo dos exames. Os métodos mais frequentemente usados incluem: Diagnóstico laboratorial É importante ressaltar que oocistos de I. belli são transparentes e podem ser difíceis de serem reconhecidos em preparações úmidas com salina. Os oocistos são mais facilmente distinguíveis em preparações com lugol. Portanto, é importante incluir uma preparação úmida com lugol no processamento padrão de amostras para estudos parasitários, particularmente aquelas nas quais se suspeita de I. belli. Condições mais favoráveis para detecção desses parasitos são obtidas utilizando-se nível reduzido de luz no microscópio e contraste adequado para se examinar lâminas suspeitas. Isto é particularmente importante quando se avaliam amostras que foram processadas pela técnica de sulfato de zinco ou outro procedimento de concentração com preservação em álcool polivinílico (PVA). Oocisto de Isospora belli a fresco com 2 esporocistos (400X). coloração A coloração permanente recomendada para identificação de I. belli é a coloração álcool-acidorresistente modificada (Ziehl-Neelsen modificada). Esta demonstra claramente as características do organismo, assim como as de oocistos de Cryptosporidium, outro parasito importante do grupo dos esporozoários. Oocistos de Isospora belli (400X) corados pelo Método de Ziehl- Neelsen Modificado). Principais diagnóstico Exame coproparasitológico : métodos de centrifugo sedimentação(Ritchie) Confecção de esfregaços fecais e coloração através do Ziehl-Neelsen. O corante auramina-rodamina (AR), também conhecido como corante auramine- rodamina de Truant, é uma técnica histológica usada para visualizar bacilos ácido rápidos usando microscopia de fluorescência, também pode ser usada. • Controle – Saneamento Básico e Educação sanitária; – Filtração da água; – Lavar muito bem frutas e verduras; – Controle da contaminação ambiental com fezes de animais infectados. Profilaxia Ciclosporíase • Agente etiológico: Cyclospora cayetanensis • Protozoário intracelular obrigatório - Filo Apicomplexa, subclasse Coccidia • Habitat: intestino delgado • Desenvolve-se em um único hospedeiro (monoxeno) • Ciclo vital (não está totalmente esclaredido) → semelhante ao do Cryptosporidium • Oocistos eliminados nas fezes na forma não-esporulada: -Não se sabe ao certo o tempo para esporulação para se tornarem infectantes. - Condições experimentais: 5 a 11 dias. - Oocistos esporulados: são esféricos e medem de 8-10μm e apresentam 02 esporocistos com 02 esporozoítos cada um. • Transmissão: via fecal-oral e água e alimentos contaminados. • Reservatórios da infecção não foram identificados até o momento → potencial zoonótico desconhecido. •Aspectos clínicos: quadro de diarréia semelhante ao provocado pelo Cryptosporidium : –Além da diarréia aquosa pode ocorrer também fadiga profunda, indigestão, sensação de queimação no estômago, naúseas, dores abdominais, perda de peso e vômitos; – Doença é autolimitada, mas pode prolongar-se por várias semanas; –Em pacientes imunocomprometidos → a infecção pode ser prolongada e severa. Ciclosporíase Cryptosporidium Tamanho: 4µm, contendo 4 esporozoítos nus. Cyclospora cayetanensis Tamanho: 10µm, contendo 2 esporocistos com 2 esporozoítos. Cystoisospora belli Tamanho: 25µm, contendo 2 esporocistos com 4 esporozoítos. Oocistos Adaptado de Ferreira et al., 2003 Dientamoeba fragilis - Classificação -Filo: Sarcomastigophora -Classe: Zoomastigophorea -Ordem: Trichomonadida -Família: Endamoebidae ( 4 gêneros de interesse: Entamoeba, Iodamoeba, Endolimax e Dientamoeba) - Historicamente considerado um amebídeo, hoje está classificado dentre os protozoários flagelados. Dientamoeba fragilis - Morfologia - Forma cística – não apresenta Forma vegetativa – trofozoíto 6 a 12 µm possui 1 a 2 núcleos na maioria das espécies sendo binucleado sua morfologia típica. Internamente o núcleo parece fragmentado contendo 4 a 8 grânulos Dientamoeba fragilis http://www.cdc.gov/parasites/dientamoeba/ http://www.cdc.gov/parasites/dientamoeba/ Dientamoeba fragilis - ciclo Dientamoeba fragilis - Sintomatologia HanKsson (1936) – propôs que a Dientamoeba não era apenas um comensal Yoeli ( 1955) – primeiros relatos em 9 pacientes de vômito, diarréia, cólica, dor abdominal severa Colea (1988) – não aceita Dientamoeba como patógeno Aparecem estudos da associação do parasito com pacientes HIV relatando diarréia intermitente, dor abdominal, colite Diagnóstico - Coloração de tricomo para diagnóstico de Dientamoeba Coloração de hematoxilina ferrica para diagnóstico de Dientamoeba COLORAÇÃO DE KINYOUN (ou ZIEHL-NEELSEN MODIFICADA): para coccideos Os parasitas intestinais mais frequentes - Parasitas patogênicos: Protozoários: Giardia lamblia; Entamoeba histolytica; Dientamoeba fragilis; Cryptosporidium sp.; Isospora sp.; Cyclospora sp.; Microsporidia Parasitas não patogênicos: Protozoários: Endolimax nana; Entamoeba coli; Entamoeba dispar; Entamoeba hartmanni; Iodamoeba butschlii; Blastocystis hominis (usualmente não patogênico) Infecções por Urbanorum Os protistas do gênero Urbanorum começaram a ser observados nas fezes humanas no início dos anos 1990, cabendo ao professor e parasitologista Francisco Tirado Santamaría a descrição científica do agente etiológico, em 1994 (Santamaría, 2013). O pesquisador observou, em amostras fecais, estruturas arredondadas com cerca de 80 a 100 µm de diâmetro, que, na presença de lugol, apresentavam uma coloração amarelo-clara no interior e uma membrana dupla externa com poros, através dos quais emergiam estruturas hialinas, similares a pseudópodes (Andrade; Andrade Jr., 2014; Santamaría, 2013). De acordo com Abarca et al. (2015), a possibilidade de realizarem divisão binária reforça a caracterização de tais achados como protozoários, embora o tamanho não seja muito usual para esses microrganismos. Foto: Urbanorum obtido em amostra de fezes de um paciente do Brasil, Minas Gerais. Coloração: lugol. Foto: Marcos José Marques (Unifal, MG). Infecções por Urbanorum Várias investigações coproparasitológicas na Colômbia foram realizadas, e a prevalência para as infecções por Urbanorum variou de 5 a 14% (Infiobioquímica, 2008; Jaramillo-Areiza, 2014). Casos de pacientes infectados com esse protozoário também foram relatados no Peru (Chaves; Filho; Dantas, 2010; Begum; Quach; Chadee, 2015), no Equador (The Medical Letter, 2013) e no Brasil (Ferreira; Lala, 2008). Ainda há necessidade de novas investigações sobre a morfologia, a fisiologia e o ciclo biológico do parasito, além da epidemiologia da doença, com o objetivo de concluir a posição taxonômica desse protista e compreender os processos fisiopatológicos por ele causados. Para tanto, será necessário isolar e sequenciar o DNA do protozoário, analisar sua morfologia, pela microscopia eletrônica, além de avaliar a resposta imunológica dos pacientes, utilizando as reações antígeno-anticorpos (Garcia; Gutiérrez-Kobeh; Vancell, 2015). Infecções por Urbanorum Á transmissão do Urbanorum pode-se especular que é feita pelo mecanismo fecal- oral, tendo em vista as coinfecções de outros parasitos intestinais com ciclos biológicos conhecidos (Begum; Quach; Chadee, 2015). Os pacientes infectados com Urbanorum apresentam diarreia – mas sem muco ou eritrócitos/leucócitos – e cólicas, provavelmente relacionadas à presença do protozoário no intestino grosso. TOXOPLASMOSE Bradizoítos Quem eu? Toxoplasmose: antropozoonose ▪ Toxoplasma gondii: • Hospedeiro definitivo: - Felídeos (gato doméstico) • Hospedeiros intermediários: - Animais de sangue quente, incluindo o HOMEM. ▪ Implicações: • Saúde pública • Biodiversidade Pets Animais produção Animais silvestres Animais aquáticos ◼ Zoonose de importância médica e veterinária. ◼ Toxoplasma gondii: • Altamente imunogênico ◼ Prevalência: • Região geográfica (↓ clima frio) • Padrões culturais (alimentação) • > 1 bilhão de infectados • Brasil: 70% população adulta • Grande São Paulo: 60% INFECÇÃO COMUM DOENÇA RARA TOXOPLASMOSE DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL Complexo apical – formado complexo de organelas filamentosas e anelares: Prende o parasita na célula hospedeira e libera substâncias que faz com que a membrana da célula hospedeira se invagina e arrasta o parasita para dentro do citoplasma em um vacúolo. ◼ complexo apical ◼ função estrutural e motilidade da célula. anéis polares microtúbulos conóide anéis polares anéis polares microtúbulosmicrotúbulos conóideconóide Toxoplasma gondii - invasão intracelular extracelular reconhecimento adesão membrana célula hospedeira vacúolo parasitóforo penetração Multiplicação por endodiogenia Reprodução Assexuada: Endogenia: formação de duas ou mais células-filhas por brotamento interno. Esporozoítos (Oocistos) • 10 – 12 m de diâmetro • Forma subesférica ou elipsóide • 1- 5 dias para esporulação no solo (esporogonia) • Forma infectante do ciclo Bradizoítos (cistos tissulares) • 20-200 m de diâmetro • Rodeados por envoltórios císticos • Forma de divisão lenta • Fase crônica da infecção From M. Torbenson O Cisto é imune a terapia e fica residente nos tecidos por anos, numa localização intracelular, com uma cápsula glicoproteica, o que o torna inatingível a resposta imune. From M. Torbenson O Cisto é imune a terapia e fica residente nos tecidos por anos, numa localização intracelular, com uma cápsula glicoproteica, o que o torna inatingível a resposta imune. Taquizoítos (pseudocistos e formas livres) • 4-8 m comprimento • 2-4 m largura • Forma de divisão rápida • Fase aguda da infecção Oocistos não esporulados nas fezes de felídeos Em 1-5 dias esporulam e se tornam infectivos • Animais se infectam ao ingerir solo, água ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados; • Logo após a ingestão, os oocistos se transformam em taquizoítos; • Os taquizoítos se alojam nos tecidos nervoso e muscular, onde se desenvolvem em bradizoítos contidos em cistos teciduais Gatos se infectam ao consumir pássaros e roedores com cistos teciduais ou oocistos esporulados O homem pode ser infectado por transfusão sanguínea e transplante de órgãos A mãe pode transmitir a doença ao feto O homem pode ser infectado pela ingestão de carne crua ou mal cozida ou pelo consumo de água e alimentos contaminados • Água; • Frutas, legumes e verduras; • Contato direto fezes: - Crianças - Jardinagem TRANSMISSÃO POR OOCISTOS Toxoplasmose: transmissão FECAL- ORAL CARNIVORISMO CONGÊNITA OOCISTOS Alimentos Água TAQUIZOÍTOS Infecção Transplacentária CISTOS Carne crua Embutidos frescos NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO 1. O hospedeiro definitivo (felídeo) é infectado pela ingestão de tecidos animais contendo cistos 2. Após a invasão do epitélio digestivo de felídeos, o núcleo do parasita se divide sucessivas vezes formando o esquizonte (esquizogonia) 3. O esquizonte dá origem a merozoítos NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO 4. Os merozoítos podem invadir novas células ou se desenvolver em gametócitos 5. A reprodução sexuada também ocorre no epitélio do trato digestório do hospedeiro definitivo 6. O zigoto se desenvolve em um oocisto não esporulado que é eliminado com as fezes 7. Em 1-5 dias, o oocisto se desenvolve em oocisto esporulado (esporogonia) com 2 espocistos (4 esporozoítos/esporocisto) Oocistos ❖ Correspondem à forma infectante do parasita, que é produzida somente no intestino dos felinos (eliminados com as fezes) ❖ Esporogonia: em condições ambientais adequadas de temperatura e umidade ocorre a esporulação do oocisto ❖ Oocistos esporulados podem sobreviver por longos períodos de tempos em condições moderadas de temperatura e umidade ❖ Podem ser mecanicamente transmitidos por moscas, besouros e também podem sobreviver por longo períodos de tempo sobre frutas e vegetais NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO Fase aguda da doença 1. O hospedeiro intermediário é infectado pela ingestão de alimentos contaminados por oocistos esporulados (contendo esporozoítos) ou pela ingestão de carne crua/mal passada contendo cistos teciduais (contendo bradizoítos) oocisto esporulado com 2 esporocistos (4 esporozoítos/esporocisto) bradizoítos em cistos teciduais bradizoítos em cistos separados do tecido 2. O parasita invade as células do epitélio intestinal, bem como outros tipos celulares (principalmente células mononucleares ); 3. Dentro das células, ocorre a multiplicação por reprodução assexuada (por endodiogenia), levando à formação de taquizoítos, que se disseminam por via sanguínea ou linfática 4. Os taquizoítas invadem os tecido muscular e nervoso (cérebro), além do tecido digestório 5. Taquizoítas podem atravessar a placenta e infectar o feto (prima- infecção durante a gestação) taquizoítos NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO Fase crônica da doença 6. Quando a resposta imunitária se torna mais potente, os taquizoítas passam a bradizoítas, que também se reproduzem por endodiogenia 7. Ocorre a formação de cistos (contendo centenas de bradizoítos) nos tecidos muscular e nervoso 8. Cistos permanecem viáveis por anos (no caso de imunodeprimidos podem se romper, liberar os bradizoítos que readquirem capacidade invasiva,ocorrendo uma disseminação fatal do parasita) bradizoítos em cistos teciduais Aspectos Clínicos ▪ Imunocompetente: • Assintomática 90% casos; • Caráter benigno e autolimitado: - Imunidade celular e humoral. • Sintomáticos: - Linfoadenopatia (cadeia cervical): - Febre, dor de garganta, mialgia e cefaléia - Quadros mais graves (sistêmicos): ▪ Pneumonite, hepatite e miocardite - 2 a 3% desenvolvem a forma ocular: ▪ Retinocoroidite (retina→ coróide) ▪ Formas císticas na retina; ▪ Erechim (RS): - 17,7% (Glasner et al., 1992) Retinocoroidite lesão satélite por T.gondii com ativa, com espessamento focal devido acúmulo de células inflamatórias (A). Processo de cicatrização após 1 mês de tratamento (B). Aspectos Clínicos ▪ Imunocomprometido: • Síndrome da Imunodeficiência adquirida: - Encefalite (Luft & Remington, 1988); - 20% de óbitos em pacientes com AIDS (Passos et al., 2000). • Imunossupressões medicamentosas; • Transplantes (coração, fígado e medula óssea); • Imunologicamente imaturos (feto e recém nascido): - Toxoplasmose congênita: -Primeiro trimestre – chance 10x maior de aborto; Segundo trimestre – aborto, nascimento prematuro com ou sem sequelas; -Terceiro trimestre- A criança pode nascer normal e apresentar sintomas posteriores. Parasita invade órgãos e tecidos causando formas graves Toxoplasmose Congênita ▪ Infecção aguda durante a gestação: • EUA: - 3000 (Roberts & Frenkel, 1990). • Brasil: - 1 criança infectada /1000 nascimentos (Dubey et al.,2012). • São Paulo : - 230 a 300 crianças (Guimarães et al., 1993). • Minas Gerais: - 15,2% positivo para amostras de sangue recém – nascidos infectados: bioensaio periférico (Carneiro et al., 2010). 5-15% das infecções resultam em aborto 8-10% em lesões graves oculares ou do SNC A toxoplasmose pode ser: A toxoplasmose, no atual caso da pandemia aidética, tem sido considerada uma doença oportunista, com elevada responsabilidade nos óbitos ocorridos. Nos imunodeprimidos, ocorre uma infecção generalizada, com comprometimento de vários órgãos, destacando-se a encefalite aguda, manifestando-se por letargia, confusão mental, perda de memória, alucinações, incoordenação motora, convulsão, coma e morte (NEVES, 2003). Estudos específicos sobre interações entre o parasita e diferentes tipos de células neurais mostram que nem todos os indivíduos doentes apresentam encefalite. Uma explicação é que os sinais clínicos da doença dependem do genótipo da cepa causadora da doença (MAUBON et al., 2008). Toxoplasmose congênita Lesão na retina Lesão no cérebro http://www.uiowa.edu/~c064s01/nr345bcopy.jpg Diagnóstico ▪ Clínico: Limitado ▪ Laboratorial: • Diagnóstico Parasitológico: - Isolamento do agente: ▪ Inoculação em camundongos ▪ Cultivo celular - Detecção morfológica do agente: ▪ Microscopia ▪ Colorações específicas - Detecção de ácidos nucleicos: ▪ PCR • Diagnóstico Histológico • Diagnóstico Sorológico Diagnóstico Parasitológico ▪ Inoculação em camundongos: • Sangue (camada leucocitária); • Sedimento da centrifugação: - Líquido cefalorraquidiano; - Líquido amniótico; - Lavado brônquico-alveolar; ◼ Inoculação intraperitoneal em camundongos soronegativos: • Soroconversão do animal; • Achado de taquizoítos no líquido peritoneal; • Cistos em cérebro. ◼ Método de centrífugo - método de Sheather- flutuação em sacarose (A) ◼ Coloração de Kinyoun (B) • Esfregaço das fezes filtradas Pesquisa de oocistos Pesquisa de Ácidos Nucleicos ▪ Reação em cadeia pela polimerase (PCR): • Detecção de segmentos específicos de ácidos nucléicos após amplificação pela PCR: - Técnica sensível; - Rotina em muitos laboratórios de diagnóstico; - Resultado em menos de 48 horas; - Cuidados especiais para contaminação; - Amplificação de vários segmentos de DNA de diferentes genes: ▪ SAG1, B1, DNA ribossomal 115 bp A B A = Padrão 50 bp B = Controle positivo • Aplicação em diferentes materiais: - Líquido amniótico; - Sangue venoso; - Líquido cefalorraquidiano; ▪ Vários testes: IgM - fase aguda e IgG - fase crônica • Reação de neutralização; • Reação de Sabin & Feldman; • Reação de fixação do complemento; • Reações de aglutinação: - Hemaglutinação - Aglutinação em látex - Aglutinação direta (taquizoítos fixados em formaldeído ou acetona): ✓MAT • Reação de imunofluorescência indireta; • Reações imunoenzimáticas (ELISA): IgG do soro Conjugado anti- IgG Cromógeno Testes Sorológicos Antígeno Laboratório de T P .g r o o n t d o i z i oologia Toxoplasmose em Mamíferos Aquáticos • Infecção por Toxoplasma gondii: – >33 espécies de mamíferos marinhos. – Importante patógeno em mamíferos da costa marinha dos EUA (Califórnia). • Maioria dos estudos → lontras (protegidas): – Toxoplasma maior causa de mortalidade. • Encefalite, miocardite, linfoadenite, aborto e morte. • Cepa TipoX→ 72% infecções em lontras; • Miller et al.(2008)→ 2005 a 2008: – 45 espécies de carnívoros terrestres; – 1396 invertebrados (bivalves marinhos); – Cepa tipo X→mamíferos (felinos e canídeos) da Costa da Baia de Monterey, CA→ bivalves marinhos. – Episódio de chuva no outono 2002→ bivalves marinhos (T.gondii)→ hospedeiros de transporte→ lontras. • Massie et al. (2010) • Transmissão de oocistos de Toxoplasma por peixes migratórios (vetores): • Anchova (Engraulis mordax) • Sardinhas do Pacífico (Sardinops sagax) – Exposição experimental: • PCR • Bioensaio (infectividade) – Anchova: oocistos persistem por pelo menos 8hs após exposição; Formas de Disseminação no Ambiente Marinho Pesquisa de Toxoplasma em Bivalves Marinhos de Santos, SP • Esmerini et al. (2010): – Ostras (Crassostrea rhizophorae) e mexilhões (Mytella guyanensis); – Ostras (n=300) e mexilhões (n=300) comercializadas no mercado de peixe de Santos; – Bioensaio em camundongos e métodos de detecção molecular; – Toxoplasma→ ostras (3,3%) • Ostras podem filtrar e reter os oocistos da água do mar; • Ingestão de ostra crua → fonte potencial de transmissão de T.gondii. Surtos de Transmissão Hídrica no Brasil 0,01 – 0,74 0,75 – 1,48 1,49 – 2,22 2,23 – 2,97 Served by reservoir A Cases 1 Case Density of cases Concentração de casosna área central abastecida por umdos reservatórios de água municipal. Surtos de Transmissão Hídrica no Brasil • 2001: Santa Isabel do Ivaí, Paraná (de Moura et al., 2006): – 155 casos confirmados; – Ingestão de água não filtrada do reservatório municipal de água; – Amostra de água: bioensaio e PCR; • Resultado da investigação: – Reservatório foi fechado e um novo reservatório foi construído; – Toxoplasmose felina endêmica (Dubey et al., 2004): • 58 gatos: 49/58 (84,4% ) de soropositividade; • Bioensaio em gatos: isolamento de T.gondii; • Cepas do tipo I e tipo III (1ª descrição de genotipagem em gatos domésticos). Surto de Toxoplasmose em Santa Maria - RS Investigação de surto de toxoplasmose em Santa Maria/RS, 2018 IV Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose - RBPT - Brasília-DF, outubro de 2018 ▪ Início: abril/2018 ▪ Até o final de agosto: • 1343 casos suspeitos: - 748 confirmados para toxoplasmose aguda - 32 casos apresentaram lesão oftalmológica -85 gestantes toxoplasmose aguda (3 óbitos fetais, 4 abortos) e 21 toxoplasmose congênita. -Amostras de 09 placentas foram positivas na PCR e bioensaio para T. gondii - Detecção do marcador CCp5A, encontrado em infecção por oocisto, em 78% das amostras testadas (28/36). • Causa provável do surto: ingestão de oocistos em água. Surto de Toxoplasmose em São Paulo COVISA – Coordenadoria de Vigilância em Saúde – Secretaria Municipal de Saúde ▪ Início março/19: notificação de 3 surtos de toxoplasmose na cidade de São Paulo relacionados a restaurantes. ▪Os surtos foram registrados em bairros diferentes da cidade de São Paulo. • Março/abril: 45 casos confirmados • Maio/19: 79 casos confirmados (infecção março – abril) • Causa provável do surto não foi identifica. • Não foram identificados oocistos ou cistos de T.gondiinas amostras de alimentos analisadas. TRANSMISSÃO POR CISTOS CARNE como Fonte de Infecção ▪ Toxoplasma gondii em animais de produção: • Perdas econômicas → aborto → ovelhas e cabras (Buxton,1990; Dubey & Adams,1990); • Implicação em Saúde Pública→ CARNE. • Nos EUA é considerada uma das principais doenças transmitidas por alimentos, atingindo o mesmo nível da Salmonelose e Campilobacteriose (Kijlstra & Jongert, 2008) • Cistos podem se desenvolver em 6-7 dias após a infecção do hospedeiro intermediário (Dubey et al., 1998). • Cistos persistem por toda a vida do hospedeiro: - Variação no número de cistos. Produtos Cárneos ▪ Presença de cistos viáveis de T.gondii foram detectados em lingüiças frescas de porco comercializadas em Londrina, PR (Dias et al., 2005): • 13/149 (8,7%): linguiças positivas (bioensaio); • 36/47 (76,6%): amostras de soro de trabalhadores do Serviço de Inspeção Municipal de Londrina. Leite Ovino e Caprino ▪ Consumo de leite crú e produtos lácteos foram descritos como fonte de transmissão de surtos epidêmicos no homem (Riemann et al., 1975; Sacks et al., 1982; Skinner et al., 1990; Meerburg et al., 2006). ▪ Itália: 3,4% de ovelhas eliminam T.gondii no leite (Fusco et al., 2007). Inativação de cistos de T.gondii ▪ Cistos de T.gondii podem ser inativados por diferentes processos: • Calor (67°C ) • Congelamento (-12°C) • Irradiação • Alta pressão • Acidificação • NaCl ▪ O tratamento pelo calor é o método mais seguro (Kijlstra & Jongert, 2008). •Evitar o consumo de carne crua ou mal cozida; •Cuidado ao manipular as fezes de gatos (usar luvas); •Protegeros tanquesdeareia, •lavar as mãos antes de manipular os alimentos; •Filtrar a água; •Lavar muitobem frutas everduras. PREVENÇÃO Vacinas para toxoplasmose ▪ Vacina ideal: • Prevenção de toxoplasmose congênita; • Prevenção de cistos teciduais; • Prevenção da eliminação de oocistos. NÃO HÁ VACINA PARA USO HUMANO Toxovax® (O’Connell et al., 1988): 🞑 Cepa S48; 🞑 Isolada de material de aborto de um cordeiro na Nova Zelândia; 🞑 Mantida em laboratório por sucessivas passagens em camundongos; 🞑 Taquizoítos não se diferenciam em bradizoítos (cepa incompleta); 🞑 Induz uma pequena infecção em ovelhas (14 dias) antes de ser eliminado pelo sistema imune: ◼ Não induz a formação de cistos teciduais; ◼ Não induz a produção de oocistos. 🞑 Confere proteção da transmissão congênita em ovelhas; 🞑 Reduz a formação de cistos teciduais; 🞑 Desvantagens: tempo de validade reduzido, dificuldade de armazenamento, risco de infecção do manipulador e dificuldade de produção em larga escala. Obrigada! Boa Semana! bibliografia Parasitologia Humana – Neves, P.D – 11 edição – ed.Atheneu Cap 19 Cryptosporidium e Isospora Parasitologia - Fundamentos e Prática Clínica -Rodrigo Siqueira-Batista Cap 18 urbanorum e cap 23 criptosporidíase e cap 25isosporíase Parasitologia contemporânea / Marcelo Urbano Ferreira. - 2. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2021.Garcia LS - Diagnostic medical parasitology, ASM Press 5ª ed – 2007 “Controle de Processo em Parasitologia”, no terceiro volume da coleção “Gestão da fase analítica do laboratório - como assegurar a qualidade da prática”, editada pela ControlLab. Parasitologia Clínica: banco de imagens - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas – 2005 Site: http://www.cdc.gov/ http://www.cdc.gov/