Tripé da Skincare: Limpeza e Surfactantes

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Conheça o 
Tripé da Skincare
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Derivado da palavra grega kosmetikós (embelezar; ornamentar), o
cosmético é definido como um produto de uso externo com fins de
limpeza, embelezamento e perfumaria. Pode ser composto por
substâncias naturais ou sintéticas.
Muitos órgãos regulamentadores afirmam que o cosmético não
modifica ou altera a função da pele. Mas será mesmo verdade?
Como podemos observar na imagem abaixo, até a água modifica a
função da pele. Nesse contexto, considerando que um cosmético
possui uma fórmula muito mais complexa, por que ele não poderia
modificar também?
No entanto, não se engane, um não exclui o outro. Na verdade, em
muitos casos, os produtos essenciais podem até complementar o
produto de tratamento. Um exemplo disso é o caso do protetor com
cor em relação ao melasma e outras hiperpigmentações.
A função do produto de limpeza é
simplesmente limpar a sua pele. E é uma
das categorias que apresenta maior
variedade de tipos de produtos que
podemos testar, como sabonete líquido ou
em barra, gel de limpeza, solução de
limpeza leitosa ou cremosa, óleo de limpeza
(cleansing oil), água micelar e até mesmo
lenços.
Limpeza
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Não podemos abordar os limpadores sem mencionar os
surfactantes. Eles consistem em moléculas com uma parte hidrofílica
(atraída pela água) e uma parte lipofílica (atraída por gorduras e
óleos). Essa combinação única permite que os surfactantes reduzam
a tensão superficial das interfaces entre diferentes substâncias,
tornando assim possível a remoção da sujidade da nossa pele.
Os surfactantes são divididos entre iônicos e não iônicos.
A principal diferença entre surfactantes iônicos e não iônicos está na
carga elétrica das moléculas e em como eles interagem com a água.
Vamos entender cada um deles:
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1. Surfactantes Iônicos:
Os surfactantes iônicos são moléculas que possuem grupos
carregados eletricamente em sua estrutura. Eles podem ser
classificados em surfactantes aniônicos, catiônicos e anfóteros:
- Surfactantes Aniônicos: Têm uma carga negativa quando
dissolvidos em água. Eles são os surfactantes mais comuns
encontrados em produtos de limpeza, como sabonetes e géis de
limpeza. Exemplos incluem sulfatos de sódio ou lauril éter sulfato de
sódio (SLES), que são amplamente usados em shampoos e
sabonetes líquidos.
Surfactantes Catiônicos: Têm uma carga positiva quando
dissolvidos em água. Esses surfactantes são mais utilizados em
produtos condicionadores, como cremes e loções para cabelo,
devido à sua capacidade de aderir a superfícies carregadas
negativamente.
Surfactantes Anfóteros: São mais suaves, por isso são muito
utilizados em fórmulas de produtos infantis. 
Os surfactantes iônicos têm uma ótima capacidade de limpeza e
espumação, tornando-os muito eficazes para remover sujeira, óleos
e impurezas. No entanto, alguns surfactantes aniônicos podem ser
um pouco mais agressivos, podendo causar ressecamento ou
irritação em peles sensíveis.
2. Surfactantes Não Iônicos:
Os surfactantes não iônicos não possuem grupos carregados
eletricamente em sua estrutura. Eles são mais suaves em
comparação com os surfactantes iônicos e, por isso, são
frequentemente usados em produtos de cuidados pessoais,
especialmente em formulações destinadas a peles sensíveis ou
cabelos tratados químicamente.
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Um exemplo comum de surfactante não iônico é o polissorbato 80,
frequentemente encontrado em loções de limpeza, shampoos
suaves e produtos para bebês.
Em resumo, a principal diferença entre surfactantes iônicos e não
iônicos está na carga elétrica das moléculas e nas suas
propriedades de limpeza e irritação. Os surfactantes iônicos são
mais eficazes na limpeza, mas podem ser mais agressivos em
algumas peles. Os surfactantes não iônicos são mais suaves e
menos propensos a causar irritações, sendo preferíveis em produtos
para peles sensíveis. A escolha entre um tipo ou outro depende das
necessidades específicas do produto e do tipo de pele ou cabelo a
ser tratado.
Em anexo a esta aula, você encontrará o artigo que contém uma
tabela com a categoria de limpadores. Para facilitar o entendimento,
nós a traduzimos para o português.
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A pele tem um pH naturalmente ácido, geralmente com valores em
torno de 4,5 a 5,5 na superfície. Esse pH levemente ácido é
importante para a função de barreira cutânea, pois ajuda a manter a
pele hidratada, protegendo-a contra o crescimento excessivo de
bactérias, fungos e outras infecções.
O uso frequente de sabonetes com pH alcalino, como alguns
sabonetes em barra tradicionais, pode levar ao ressecamento
excessivo da pele e até mesmo causar irritações, especialmente em
pessoas com peles sensíveis, desidratadas ou já ressecadas.
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os sabonetes com
pH alcalino são prejudiciais e nem todos os sabonetes com pH
neutro são ideais para todos os tipos de pele. Cada indivíduo tem
características cutâneas únicas, e a melhor escolha de sabonete
dependerá das necessidades específicas de cada pessoa. 
Uma das coisas mais importantes é enxaguar bem o seu limpador,
independentemente do pH. Entretanto, devido ao fato de a pele
poder autorregular o seu pH, ao usar um sabonete mais alcalino, ela
retornaria ao seu pH habitual desde que a barreira cutânea esteja
íntegra e saudável.
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Assim como na tabela anterior, esta também foi traduzida para
proporcionar um melhor entendimento sobre o assunto.
Categorias de limpadores de acordo
com o tipo de pele
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Alguns limpadores atuam por dissolução. Ou seja, em vez de
emulsificar, eles dissolvem o óleo da pele. Quando utilizamos esse
tipo de limpador, é muito importante usar um limpador emulsificante
posteriormente, pois ele apenas dissolverá a gordura e não a
removerá da pele, resultando em resíduos.
Esses limpadores são excelentes escolhas para peles mais secas,
remoção de maquiagens mais pesadas ou à prova d'água, e até
mesmo protetores solares que são mais difíceis de remover.
Lavar o rosto mais vezes é melhor?
O artigo a seguir aborda a pele acneica, no entanto, podemos utilizá-
lo como referência para outros tipos de pele.
O artigo a seguir aborda a pele acneica, no entanto, podemos utilizá-
lo como referência para outros tipos de pele.
Se você possui uma pele bastante inflamada, não é aconselhável o
uso de esfoliantes e limpadores agressivos, assim como esfoliantes
químicos muito agressivos. 
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Mas, se eu lavar o rosto várias vezes, não vou provocar um efeito
rebote? Não, pois não existe efeito rebote de oleosidade. ‘’Baseado
nesses dados e ao contrário do que muitos pensam, lavar várias
vezes a pele não causa aumento na produção de sebo, apenas leva
o sebo pré-formado a fluir através de um mecanismo de
capilaridade’’, trecho retirado do artigo "Oily Skin: An Overview".
As principais funções de um hidratante são proporcionar maciez,
hidratação, viço e entregar ativos à pele.
Para escolher o melhor hidratante para cada caso, primeiramente
precisamos considerar o tipo de pele, mais especificamente o nível
de oleosidade. Mais relevante do que os ingredientes e ativos do
hidratante, é o seu veículo.
A seguir, você encontrará uma tabela com os possíveis veículos de
um hidratante.
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Se a pele da sua cliente for seca, você pode buscar pelas
categorias: Loção, Creme, Pomada e Pasta. Já se ela for oleosa, Gel
ou Sérum.
Após escolher o veículo, o próximo passo na seleção do hidratante é
avaliar o grau de desidratação da pele (nível de água). Isso pode ser
medido por meio do Questionário de Pele Atual, disponível na aula
"📕 F1 - A fase de avaliação: Como funciona a fase de avaliação".
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Se a pele estiver desidratada, você deve procurar principalmente 
 por ativos umectantes, como glicerina, ureia, ácido hialurônico e
pantenol. Esses ativos puxaram a água de volta para as células.
Dependendo da situação, também pode ser interessante buscar
ativos oclusivos, que impedem a perda de água.
Alguns ativos oclusivos são:
E o petrolato? 
Um mocinho ou um vilão cosmético?
Conforme o artigo "The Science behind skin care: Moisturizers"
(anexado nesta aula), o Petrolatum é o ingrediente hidratante mais
eficaz no mercado atual, reduzindo a perda de água transepidérmica
em 99%. O artigo também menciona que o petrolato é uma
substância notavelmente inerte, pois não se liga às proteínas nem
sofre alteração química na pele, permitindo assim ser
hipoalergênico.
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O petrolato é não comedogênico e serve como base para a
formulação de muitos hidratantes. No entanto, não é um ingrediente
ideal para peles muito oleosas.
Infelizmente, a hidratação proveniente do ato de "beber água" não
alcança a nossa epiderme, tornando assim indispensável o uso de
hidratantes. No entanto, não é por esse motivo que você deve deixar
de beber água, nem pedir à sua cliente que o faça.
O passo mais importante da rotina de skincare é o uso do protetor
solar. Este produto é fundamental para a saúde da pele e
desempenha um papel crucial na prevenção de danos causados
pelos raios ultravioleta (UV) do sol.
Beber água hidrata a pele?
Protetor Solar
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A exposição excessiva aos raios UV está associada ao
desenvolvimento de câncer de pele, incluindo o melanoma, que é o
tipo mais letal. Além disso, pode acelerar o processo de
envelhecimento da pele, causando rugas, linhas finas e até manchas.
Embora muitas pessoas associem o uso de protetor solar apenas
aos dias ensolarados de verão, a radiação UV está presente durante
todo o ano, mesmo em dias nublados ou chuvosos. Portanto, é
importante usar protetor solar diariamente para garantir proteção
contínua.
No entanto, não se engane: o protetor solar é apenas um dos pilares
da fotoproteção. Geralmente, as pessoas que usam protetor solar
diariamente podem ter uma falsa sensação de segurança e acabam
se expondo mais ao sol. Devemos ter em mente que nenhum
protetor é capaz de nos proteger 100% da radiação, e por isso é
necessário sempre associá-lo a outras formas de fotoproteção.
Você já ouviu falar da regra da sombra?
A regra da sombra consiste em
observar quando a sua sombra é
menor que você, o que indica que é
hora de procurar abrigo do sol.
Geralmente, isso ocorre entre as
10h da manhã até as 14h.
O ideal é evitar a exposição nesse
horário, mas caso não haja
alternativa, tente usar chapéu,
óculos de sol, boné e todos os
tipos de proteção física possíveis.
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Quando falamos sobre o protetor solar, não podemos deixar de citar
que é fundamental utilizar a quantidade correta, que é de 2 mg de
protetor por cm² de pele. Para alcançar essa medida, você pode
seguir tanto a regra da colher definida pela SBD, que seria uma
colher de café para o rosto, caso você tenha cabelo, e uma colher
de chá para o caso de não ter.
Outra opção é a regra dos dedos, que envolve aplicar uma linha de
protetor solar em 3 dedos e utilizar essa quantidade para aplicação
uniforme, seja de uma vez ou em camadas (um dedo de cada vez).
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E a Vitamina D?
Diferentemente do que muitos pensam, o uso de protetor solar não
afetará a síntese da vitamina D. Isso ocorre porque o protetor não é
capaz de garantir uma proteção de 100% contra a radiação UV, e o
pouco que ultrapassa já é suficiente para permitir essa síntese. Com
frequência, pessoas com deficiência dessa vitamina, na verdade,
estão consumindo quantidades insuficientes dela, e não com
problema na síntese.
FPSX PPD X Amplo espectro
Um produto deve conter um FPS com um valor acima de 30 para ser
considerado um protetor solar. Além disso, o valor do PPD deve ser
de pelo menos ⅓ do valor do FPS.
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De maneira prática:
Fototipos que devem se preocupar mais com a radiação UVB:
Como vou saber o índice de ultravioleta da minha região? Basta
pesquisar no Google "Índice de ultravioleta atual no Brasil (ou na sua
localização)".
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Fototipos que devem se preocupar mais com a radiação UVA e o
PPD:
Reaplicação
Uma das etapas mais essenciais da fotoproteção é reaplicar o
protetor solar. Em um cenário ideal, o procedimento correto seria
lavar o rosto e reaplicar, porém, sabemos que isso não é viável para
a maioria das pessoas.
Dessa forma, as maneiras mais conhecidas de substituir essa
aplicação incluem: usar um protetor solar em pó (ou pó compacto
com FPS), recorrer a um protetor em bastão para a reaplicação ou
até mesmo utilizar protetores em spray.
"E com qual frequência devo realizar essa reaplicação?"
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Protetores físicos 
Protetores físicos, também conhecidos como protetores solares
minerais ou inorgânicos, são aqueles que contêm em sua
composição o dióxido de titânio e/ou óxido de zinco, substâncias
cujas as moléculas são maiores e não são absorvidas pela pele.
Eles são recomendados para gestantes, especialmente durante o
primeiro trimestre, para crianças com menos de 2 anos de idade
(lembrando que protetores não devem ser usados em bebês com
menos de 6 meses de vida) e para peles muito sensíveis.
Contrariamente ao que se diz, apenas de 4 a 5% do protetor físico
age refletindo a radiação (equivalente a menos de 2 FPS). Portanto,
não é correto afirmar que "o protetor físico é melhor porque reflete a
radiação", combinado?
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Quando devo usar protetor com
cor?
Em casos de melasma e peles com
tendência à hiperpigmentação, é
recomendável utilizar protetores
com cor. A aplicação, seguindo a
regra dos dedos, é simples: 1 dedo
de protetor com cor para 2 dedos
de protetor sem cor.
Entrando mais a fundo na questão
do melasma, também é necessário
protegê-lo da luz visível por meio
de um protetor com cor ou
pigmento (como corretivo ou base).
É importante notar que, ao optar
por um pigmento, é preciso tomar
cuidado para não arrastar o
protetor solar sem cor que está por
baixo e cobrir a mancha de modo
que não seja possível vê-la.
Se você ou sua cliente tiverem
melasma, não deixe de conferir o
tratamento nos protocolos!
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