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TRICOLOGIA
INTRODUÇÃO
Este estudo objetiva a compreensão de forma mais ampla e específica de todas as características, transformações e divisões existentes em um tão comum, porém complexo objeto de estudo de nossa pauta: a fibra capilar (fio) e toda sua estrutura. Contudo observaremos variações muito importantes que a fibra sofre com o longo dos anos devido ações químicas (alisamentos, descolorações, colorações), mecânicas (escovação, pentear) e naturais (sol, vento, água salina entre outros). Com isso, entendendo melhor quais os processos a que cada cabelo pode ser submetido, seguindo de forma coerente todos os pré-requisitos que os tratamentos requererem. Passemos assim ao primeiro objeto de nosso estudo, a pele.
A DERME
A pele constitui-se de três camadas.
A EPIDERME, verdadeiro escudo protege a pele das agressões externas. Muito delgada, sua espessura varia, segundo a localização, entre 0,04 mm e 1,6 mm.
A HIPODERMEé o tecido de reserva e de sustentação. É a camada mais espessa: de 0,5 á 3 cm segundo as zonas. Esse tecido isola dos choques e das variações de temperatura.
A DERME, tecido conjuntivo fibroso, com espessura variando de 1 a 2 mm, segundo as zonas, constitui o arcabouço da pele. Suas células, fibroblastos, fabricam fibras de colágeno que dão resistência e firmeza à pele, além de fibras de elastina, que lhe conferem flexibilidade e elasticidade. A Derme desempenha, portanto, uma função de coesão. Ela é responsável pela nutrição da Epiderme, graças a uma intensa vascularização. E essas funções, acrescentam-se as seguintes:
· Reserva de água (alimentação das células de Epiderme) 
· Regulação térmica (micro circulação) 
· Sensações tácteis (rede nervosa) 
· Permeabilidade e filtração
OS CAPILARES SANGUÍNEOS
São muito finos e se organizam em redes complexas, entre as arteríolas e as vênulas. São no interior desses capilares sanguíneos que se efetuam as trocas gasosas e nutritivas. Eles trazem os elementos nutritivos e levam os rejeitos celulares. 
OS NERVOS
Eles nos possibilitam perceber sensações. A invervação do folículo piloso é bastante complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos.
· A inervação motora do músculo eretor.
· A invervação da papila.
· A inervação sensitiva do cabelo.
O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que se explica as dores à tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo.
OS MÚSCULOS ERETORES
A semelhança de todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o sistema nervoso lhes dá uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre si mesmos, encolhem e repuxam as bases dos folículos, colocando, assim, o fio de cabelo em posição vertical. As influências psíquicas (o medo, em particular) muitas vezes são responsáveis por esse formato.
AS GLÂNDULAS SEBÁCEAS
São sacos repletos de células claras e volumosas, com um pequeno núcleo central. São anexas a um pêlo e secretam sebo.
O SEBO
É o resultado de uma excreção, provocada pelo rompimento dessas células carregadas de gordura. O sebo desempenha uma função protetora contra a agressão cutânea.
Os principais componentes do sebo são os seguintes:
· Glicerídeos43%
· Ácidos graxos livres16%
· Ceras esterificadas25%
· Esqualano12%
· Colesterol4%
· Hidrocarbonetos saturados (vestígios)
O escoamento normal do sebo possibilita a flexibilidade e a boa resistência da camada córnea e do cabelo.
AS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS
Regulam a temperatura do organismo através da secreção do suor.
O SUOR
Produzido pelas glândulas sudoríparas, regula a temperatura do organismo. A evaporação é o único meio de eliminar o calor quando a temperatura externa é elevada. O suor é ácido (pH entre 4 e 6,8) e contém 99% de água, uréia, amônia, ácidos lático e pirúvico. Esse pH lhe confere propriedades antissépticas e antifúngicas.·. 
BULBO CAPILAR
Na base do folículo encontra-se o bulbo capilar ou raiz do cabelo, onde fica a papila, responsável pela nutrição do bulbo. Lá também estão às células germinativas, cuja reprodução dá origem à queratina, proteína que constitui o fio cabelo.
A PAPILA DÉRMICA E O FOLÍCULO PILOSO
A papila dérmica encontra-se na base de um saco alongado(bulbo capilar), derivado da Epiderme, que é compreendido no folículo piloso. Ela tem uma rica vascularização e constitui-se de uma multidão de células específicas: os queratinócitos. A parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, encerra a zona de divisão celular.
Cada célula se divide e cria uma célula-filha, que é impulsionada para o alto e pelo nascimento de outras células. 
Elas se queratinizam progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para dar origem aos fios de cabelo. Na epiderme, as células basais se multiplicam a cada período de 457 horas. A taxa de multiplicação das células da papila dérmica, a cada período de 39 horas, é uma das mais elevadas que se conhece. Isso explica a sensibilidade do cabelo aos diferentes agentes que bloqueiam a multiplicação celular. O bulbo piloso atinge sua largura máxima a meia altura da papila. Uma linha transversal nesse nível (>linha de Auber<) constitui o limite superior do território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melanócitos.
Um fenômeno importante ocorre na zona queratógena,que é a parte superior do bulbo
As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre - a queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo. No nível da zona queratógena se individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de diversas camadas celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo no seu crescimento até o ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-se, então, livre. A bainha epitelial externa é um invaginação da epiderme. Suas células não passam pelo processo de queratinização.
FIBRA CAPILAR
A CUTÍCULA
Outras células da matriz do cabelo se achatam e se alongam para formar a cutícula.
A cutícula, superfície protetora do cabelo, é formada de uma camada única de células que se recobrem parcialmente, como escamas de peixe, com a borda livre direcionada para a extremidade do fio de cabelo. Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte transversal da cutícula da à impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10 espessuras. Essas células cuticulares, muito achatadas (0,5 micrometros) e muito alongadas (45 micrometros) são constituídas de três partes:
· A epicutícula
· A exocutícula
· A endocutícula
Esses diferentes elementos são constituídos, principalmente, de material proteico que será tanto mais rico em enxofre (e, portanto, em cistina) quanto mais nos aproximamos da superfície que esta em contato com o mundo exterior. A cutícula desempenha um papel muito importante. Ela contribui para a coesão do cabelo, mantendo as fibras de queratina do córtex em uma "bainha" particularmente resistente.
Ela é muito estável do ponto de vista bioquímico e resiste a forças física se químicas potente.
Quando a cutícula se degrada, perde seu poder protetor e a coesão interna do cabelo fica reduzida. O cabelo tornase, então, extremamente fragilizado.
Na parte central do cabelo, a medula (canal medular) é constituída por pilhas de células mortas, que se esvaziaram de sua substância e estão separadas por bolhas de ar. A medula muitas vezes é intermitente e, por vezes, chega a estar até mesmo totalmente ausente, o que faz supor que ela não tenha uma real importância funcional.
Em muitos animais a medula representa 2/3 do pêlo. São células vazias, cheias de ar, que fazem às vezes de isolante térmico. Esse papel é inútil par ao homem, o que explica seu desaparecimento.
O CÓRTEX
As células queratinizadas, situadas no centro do folículo, tornam uma forma de fuso, muito alongada. Elas constituem o coração do cabelo: o córtex. Trata-se da parte mais importante do cabelo. O córtex contribui, em grande parte, para as propriedades mecânicas do cabelo:
· Solidez: a carga necessária para que se obtenha a ruptura de um fio de cabelonatural sadio, varia entre 50 a 100 gramas.
· Elasticidade: se esticarmos moderadamente um fio de cabelo seco ou úmido, ele se recuperará bastante rapidamente seu comprimento inicial. Entretanto, é preciso que esse alongamento não ultrapasse 3% aproximadamente.
· Permeabilidade: o cabelo pode absorver até 35% de seu peso em água. Seu diâmetro pode aumentar em 15 a 20%, seu comprimento, de somente 0,5 a 2%. A absorção da água vem acompanhada de uma dilatação, da qual depende a maior ou menor facilidade de penetração de certas moléculas orgânicas.
As células corticais são coladas umas às outras e orientadas no sentido da haste do fio de cabelo.
A CÉLULA CORTICAL
Fusiforme, com uma largura de 2 a 5 micrometros e comprimento de aproximadamente 100 micrometros, constitui se de fibras: as macrofibrilas.
AS MACROFIBRILAS
Constituem-se de microfibilas, envoltas em uma matéria amorfa, rica em enxofre. É aí que se encontram os grãos de melanina, responsáveis pela cor dos cabelos.
AS MICROFIBRILAS
São fibras menores, formadas pela reunião de 5 a 11 protofibrilas.
AS PROTOFIBRILAS
Têm a forma de uma corda trançada, com 2 ou 3 fios. Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de enxofre, enrolada sobre si mesma, em forma de hélice.
AS CADEIAS DE QUERATINAS
Ligam-se entre si por diferentes ligações químicas: As pontes de dissulfeto, as ligações hidrogenase as ligações salinas. Essas ligações proporcionam a coesão desse edifício complexo. Alfa-héliceou α-hélice está presente na estrutura secundária dos níveis de organização das proteínas. Se assemelha a uma escada em espiral. Nesta estrutura o esqueleto polipeptídico está estreitamente enrolado ao longo do maior eixo da molécula e os grupos R dos resíduos de aminoácido projetam-se para fora do esqueleto helicoidal. A estabilização se dá pela presença das ligações de hidrogênio entre os grupamentos NH e CO da cadeia principal. O grupamento CO de cada aminoácido forma ponte de hidrogênio com o grupamento NH do aminoácido que está situado a quatro unidades adiante na sequência linear, sendo que todos os grupamentos NH e CO formam pontes de hidrogênio. O sentido de giro de uma α-hélice pode ser para a direita (hélice dextrorsa) ou para a esquerda (hélice sinistrorsa). As α-hélices encontradas em proteínas são dextrorsas.
O CICLO DE VIDA DO CABELO
O cabelo cresce, em média, de 1 cm a 1,5 cm por mês. Cada fio de cabelo tem um ciclo de vida de 4 anos, aproximadamente. Cada folículo piloso está programado para ter, em média, 25 ciclos de vida. Na papila dérmica se desenvolvem as três fases de um ciclo.
Fase Anagenética
A divisão celular é contínua, as novas células empurram as velhas para o exterior. Cerca de 84% dos cabelos que estão no couro cabeludo estão nesta fase ativa de crescimento.
O cabelo é produzido pelo folículo piloso. A duração desta fase de crescimento é muito variável de um folículo para outro, e de um indivíduo para outro: de 1 a 10 anos e, em média, de 3 a 4 anos.
Fase Catagenética
A produção de células fica muito mais lenta e, em seguida, cessa completamente. O cabelo não cresce mais, as células profundas do folículo piloso degeneram-se. O conjunto do folículo piloso se retrai em direção à superfície (duração de 2 a 3 semanas).
Durante esta etapa o processo de divisão celular é interrompido, o folículo piloso retrai e se torna mais superficial, os vasos sanguíneos e nervosos são atrofiados.
Cerca de 15% dos cabelos se encontram nesta fase.
Fase Telogenética
O folículo piloso se retrai e sua base se aproxima da superfície da pele. O cabelo permanece "fixo" no folículo por aproximadamente 3 meses. A fase telógena se conclui com a expulsão do cabelo. Entra-se nesta fase quando a atividade na raiz do cabelo parar por completo. A papila dérmica desaparece e o cabelo mantém-se preso apenas por sua base, caindo facilmente ao se pentear ou lavar. Apenas cerca de 1% dos fios de cabelo encontram-se nesta fase. Uma vez que o cabelo tenha sido expulso, começa um período de latência de 2 a 5 meses, seguida por um novo ciclo pilar. O folículo piloso se regenera e volta a descer para sua posição inicial. Começa uma nova fase anágena. A repetição deste fenómeno é estimada em 25 vezes ao longo de uma vida.
 
1. Um novo fio de cabelo nasce dentro da papila dérmica.
 2. Ele empurra o fio de cabelo em fase telogenética.
 3. Assim, o novo fio de cabelo cresce regularmente e expulsa o fio antigo.
 4. A divisão celular é contínua. As novas células empurram as velhas para o exterior.
Fatos capilares:
· A taxa de crescimento dos cabelos e a duração das fases de seu ciclo de crescimento são determinadas pela genética.
· Em geral, o cabelo cresce cerca de um (1) centímetro ao mês. Alguns estudos mostram que os cabelos de indivíduos de ascendência africana crescem levemente abaixo desta média, enquanto que os cabelos de pessoas com ascendência asiática crescem levemente acima e os de origem caucasiana ficam mais próximos desta média. 
· Considerando que a fase de crescimento do fio dura de um a seis anos, nossos cabelos podem atingir um comprimento terminal que varia de pouco menos de 12 cm a um pouco mais de 70 cm.
· Todos os cabelos crescem. A não ser que você possua uma doença grave ou deficiência nutricional severa que impeça o funcionamento adequado do seu corpo, seu cabelo continua crescendo todos os dias. 
· Mas existem diferenças no comprimento terminal que um cabelo pode atingir, dependendo da duração da fase anágena (de crescimento) dos fios. Quanto mais longa a fase anágena, mais comprido poderá ser o cabelo.
A QUEDA DOS CABELOS
Como certos folículos pilosos têm ciclos de vida mais curtos do que outros, aproximadamente 60 fios de cabelos caem naturalmente a cada dia, enquanto que outros fios surgem. Se a duração da fase telogenética aumentar em relação à fase anagenética, o equilíbrio rompe-se e os fios de cabelo caem em maior quantidade do que aquela que seria normal. A atividade pode cessar completamente, os cabelos podem não voltar a crescer. As causas desse fenômeno são complexas e múltiplas. É preciso distinguir os fatores que desencadeiam as quedas passageiras ou as quedas definitivas.
AS QUEDAS PASSAGEIRAS
São definidas como uma perda de cabelo anormal, porém momentânea. Podem ser atribuídas aos seguintes fatores: - estresse psíquico: secreção hormonal alterada;
· estresse físico: intervenção cirúrgica, hemorragia, febre elevada;
· origem medicamentosa: anticoagulantes, medicamentos antitiróideos, antirreumáticose, antimicóticos; - carência de oligoelementos: cálcio, manganês, zinco e ferro.
Em caso de gravidez, as modificações mais menos intensas das taxas de hormônios femininos induzem um estado de repouso nos folículos.Alopecias passageiras, localizadas, como a pelada, podem explicar-se pela constituição genética, por perturbações imunitárias ou por antecedentes familiares.
AS QUEDAS DEFINITIVAS(Ver artigo anexo: Doenças do couro cabeludo)
Explicam-se por uma atrofia da papila dérmica. Suas causas podem ser múltiplas:
· infecções bacterianas ou micóticas do couro cabeludo;
· afecções dermatológicas: a psoríase;
· um distúrbio imunológico causado pela alopecia areada.
A calvície mais comum é a alopecia androgenética. Os hormônios masculinos ou androgenéticos constituem um dos fatores essenciais da queda definitiva dos cabelos, especialmente a testosterona. Esse hormônio passa dos testículos para o sangue e, em seguida, do sangue para o bulbo piloso. Nesse momento, a testosterona inativa se transforma sob a influência de uma enzima, a 5-alfa-redutaseou diidro-testosterona ativa, que intensifica a atividade dos folículos pilosos. O fio de cabelo, que tem um ciclo de vida de aproximadamente quatro anos, reproduzindo-se, em média, 25 vezes, pela ação da diidrotestosterona, tem esse ciclo reduzido para alguns meses e então ocorre uma calvície precoce.
CABELOS OLEOSOS E CABELOS SECOS
A beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula produz e descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo.O suorsecretado pelas glândulas sudoríparas se mistura ao sebo para proteger e lubrificar o couro cabeludo e o cabelo.
Esse filme protetor desempenha um papel importante, qualquer que seja sua quantidade.
O sebo e o suor recobrem o couro cabeludo, mantém sua elasticidade e sua resistência, lubrificam o cabelo, que ficará mais flexível e brilhante. Essa proteção essencial se renova continuamente. Entretanto, esse filme hidrolipídio pode tornar-se excessivamente abundante. Basta uma simples variação de 10%, para que os cabelos fiquem oleosos. O afluxo hormonal age sobre as glândulas sebáceas que produzem, então, o sebo, em quantidade excessiva. O sebo migra por capilaridade entre dois ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do couro cabeludo, aproximadamente.
O excesso de sebo também se deposita do couro cabeludo e provoca irritações. Na situação inversa, as glândulas sebáceas podem fabricar muito pouco sebo. O couro cabeludo e os fios de cabelo não ficam suficientemente protegidos e nem recebem lubrificação. O couro cabeludo resseca e pode ficar irritado. As escamas que formam a cutícula se deterioram, seus bordos livres se encurvam. Os cabelos ficam secos e foscos. As portas se rompem mais facilmente e se abrem em forquilha. Os fios de cabelo se prendem uns aos outros e ficam embaraçados.
A CASPA
As células da epiderme levam de 30 a 45 dias para se renovarem totalmente, ou seja, para que um queratinócito basal se divida, migre dentro da epiderme até a sua superfície. Lá, as células descamam diariamente, sob a forma de uma fina poeira invisível. Nos casos de caspa, esse processo fica extremamente modificado e exagerado: as células epidérmicas caem, aglomeradas uma às outras sob a forma de escamas visíveis. Essas alterações resultam de uma descamação excessivamente rápida, devido a uma maior produção de células epidérmicas.
Existem dois tipos de caspa:
- A pitríase simplex ou "caspa seca", caracterizada por escamas secas, finas, cinzentas ou acastanhadas. - A pitiríase esteatóide ou"caspa oleosa", associada, geralmente, a uma seborréia caracteriza-se pelas escamas oleosas e espessas, que aderem ao couro cabeludo formando uma espécie de camada untuosa.
A caspa, muitas vezes, se faz acompanhar de coceira mais ou menos intensa. As causas da caspa, controversas durante longos anos são atualmente mais conhecidas.
A caspa provém da modificação intensa, qualitativa e quantitativa, da população microbiana que vive no couro cabeludo. Em particular, um fungo, o "pityrosporum ovale", que está presente, em condições normais, no couro cabeludo sadio, prolifera exageradamente até constituir 75% da microflora local.
Foi provado que esse fungo pode desencadear uma inflamação no couro cabeludo por uma reação do tipo imunitário. Essa inflamação provoca, principalmente, uma aceleração tanto da renovação celular epidérmica quanto da descamação, provocando o aparecimento da caspa.
A reação imunitária é individual. Assim sendo, em presença de colônias equivalentes de pityrosporum ovale, certas pessoas têm caspa e outras, não.
Mas se, por um lado, a proliferação do pityrosporum ovale aparece como sendo uma causa preponderante nos casos de caspa, por outro lado ela é uma consequência em caráter secundário, já que o couro cabeludo com caspa oferece a esse fungo um habitat privilegiado: instaura-se, então, uma espécie de círculo vicioso.
AS CADEIAS DE QUERATINA... E SUAS LIGAÇÕES
O cabelo é constituído de uma molécula preponderante, a queratina - proteína de estruturas geral idêntica, ela é muito diferente na sua composição de ácidos aminados de natureza diversa. A luz, a água, o envelhecimento natural, certos procedimentos capilares provocam a dissolução referencial de quatro ácidos aminados: o ácido aspártico, o ácido glutâmico, a serina e a glicina. A queratina amorfa do córtex e da cutícula é, em geral, muito rica em enxofre (cistina). Em compensação, a queratina cristalina, que forma as protofibrilas, é pobre em enxofre. As cadeias de queratina orientam-se paralelamente ao eixo longitudinal da haste do fio de cabelo.
A coesão dessas cadeias se faz:
- por rede de pontes de dissulfetos, ligações salinas que se estendem de uma cadeia de queratina a outra; - por ligações hidrógenas que se estendem entre espiras e entre cadeias.
Essas pontes eessas ligações também fazem parte da queratina amorfa, porém em maior número. A ruptura de qualquer dessas forças de ligação provoca uma instabilidade do edifício molecular.
A composição média da queratina resulta da combinação de 19 ácidos aminados:
alanina - 2,8 a 3,5 %
valina - 5,0 a 5,8 %
leucina - 6,4 a 6,9 %
isoleucina - 2,3 a 2,5%
serina - 9,6 a 10,8 %
treonina - 6,5 a 7,5 %
fenilalanina - 2,2 a 2,8 %
tireosina - 2,1 a 2,7 % 
ácido aspártico - 5,6 a 6,5%
ácido glutâmico -14,3 a 15,5 %
glicina 3,3 a 3,5 %
lisina - 2,6 a 3,1 %
arginina - 8,8 a 9,6 %
histidina - 0,8 a 1,1 %
cistina - 14,0 a 16,5%
metionina - 0,5 a 0,9 %
ácido cisteico - vestígios
As cadeias de queratina orientam-se particularmente ao eixo longitudinal da haste do fio de cabelo. A coesão dessas cadeias se faz:
- por redes de pontes de dissulfetos, ligações que se estendem de uma cadeia de queratina a outra; 
- por ligações hidrógenas que se estendem entre espiras e entre cadeias;
 -por ligações salinas que se estendem entre as cadeias de queratina.
Essas pontes e essas ligações também fazem parte da queratina amorfa, porém em maior número. A ruptura de qualquer dessas forças de ligação provoca uma instabilidade do edifício molecular.
As pontes de dissulfeto são as mais sólidas. Verdadeiras características da estrutura queratínica, devido a sua contribuição essencial à solidez do cabelo, elas se estendem entre cadeias de queratina a cada grupo de quatro espirais, aproximadamente, como os degraus de uma escada que mantém as duas longarinas laterais. As pontes de dissulfeto são sensíveis aos agentes químicos, em particular aos redutores e aos oxidantes, que podem rompê-las.
As ligações salinas são ligações eletrostáticas que diminuem consideravelmente quando o cabelo está mergulhado na água. Desaparecem totalmente em meio ácido ou alcalino. Essas ligações salinas se efetuam entre cadeias de queratina, aproximadamente a cada grupo de duas espirais. A ruptura das ligações salinas explica o aumento de volume do cabelo em soluções ácidas ou alcalinas.
As ligações hidrógenas se criam entre os átomos de oxigênio e de hidrogênio dos agrupamentos CO e NH do encadeamento de queratina. Essas ligações se estabelecem entre as espirais (A) e entre as cadeias de queratina (B).Calcula-se que existe uma ligação hidrógena entre cada espira. Elas podem ser rompidas por moléculas de água que se inserem, ao mesmo tempo, entre as cadeias de queratina e no interior da queratina amorfa. A ruptura das ligações hidrógenas provoca o aumento de volume do cabelo.
A DEFORMAÇÃO TEMPORÁRIA
A estrutura particular da queratina do cabelo, é, de fato, uma estrutura elástica. Essa propriedade possibilita deformações de pouca amplitude, totalmente reversíveis. Entretanto, a velocidade com a qual cabelo volta à sua forma primitiva depende das condições em que se realiza essa deformação.
"A mise-en-plis" e a escova deformam o cabelo de modo temporário. As quatro fases dessas duas técnicas: 	Nenhuma entrada de índice remissivo foi encontrada.umidificação, enrolamento com rolos ou escova, secagem, para em seguida, soltar o cabelo desencadeiam as ações físico-químicas sobre as fibras de queratina.
A água rompe as ligações hidrogena se salinas e provoca o deslizamento das cadeias de queratina, umas em relação às outras. Essa ruptura torna possível a ação mecânica de um "rolinho" ou de uma escova, para criar a forma desejada.
Secando o cabelo molhado, reconstituem-se novas ligações salinas e hidrógenas, que mantém nessa forma, porém momentaneamente.
A DEFORMAÇÃO PERMANENTE
Ela é obtida pela ruptura das pontes de dissulfeto, das ligações salinas e hidrógenas, o que torna a fibra momentaneamente plástica,ou seja, deformável sem elasticidade. Em seguida, é preciso reconstituir as pontes de dissulfeto para fixá-las na forma desejada. É assim que as cadeias de queratina e o cabelo recuperam sua coesão.
A REDUÇÃO
Esquematicamente falando, trata-se de uma reação eletroquímica que provoca transferências de elétrons, de um átomo de uma molécula para um átomo de uma molécula.
O redutor fornece os dois elétrons que se fixam aos átomos de enxofre e separam a ponte de dissulfeto em duas meias pontes. Ele reduz seletivamente as pontes de dissulfeto, sem agir sobre as demais espécies químicas constituintes do cabelo.
O líquido redutor (solução de Thiols: ácido tioglicólico, tioglicolato de amônia, tioglicolato de glicerol, cisteína e sulfito) rompe as ligações entre dois átomos de enxofre das pontes de dissulfeto. O redutor prepara o cabelo para sua deformação. Porém, como se trata de um mecanismo físico-químico, é preciso prestar muita atenção à escolha do material, verdadeiro criador do enlace desejado, que será mantido em sua forma permanente pelo fixador. As cadeias de queratina deslizam umas em relação às outras. As duas metades de ponte se afastam. As meias pontes não estão mais face a face. O enrolamento efetuado antes ou após a aplicação do líquido redutor confere ao cabelo a forma desejada.
A FIXAÇÃO
Para reconstituir as pontes de dissulfeto em uma configuração diferente, o fixador capta os dois elétrons fixados aos átomos de enxofre.
O fixador (oxidante): solução de água oxigenada com pH ácido e bromato de sódio reforma as ligações entre dois átomos de enxofre isolados.
... E OS PIGMENTOS
Os pigmentos de melanina podem ser classificadas esquematicamente em dois grupos:
· os pigmentos granulosos ou eumelaninas, que variam do preto ao vermelho escuro, conferem ao cabelo as cores sombrias.
· os pigmentos difusos ou feomelaninas, que variam do vermelho brilhante ao amarelo pálido, conferem cores clara ao cabelo.
É o grau de concentração dos pigmentos granulosos ou difusos que explica a variedade das cores naturais dos cabelos.
PROTA e THOMSON, em 1976, isolaram um outro grupo de pigmentos feomelanínicos, chamados tricocromas, antigamente designados sob o nome de tricossiderina, que seriam responsáveis pelas tonalidades ruivas.
A cor dos cabelos se modifica. Em geral, a cor torna-se mais escura com a idade, e, em seguida os cabelos brancos aparecem progressivamente. Essa evolução parte do pressuposto de que o ritmo de produção de melanina não é constante. Com o passar dos anos, ocorre, primeiro, uma intensificação e, em seguida, uma diminuição do ritmo e, na maioria dos casos, interrupção da formação de pigmentos. Os cabelos brancos aparecem, geralmente entre 40 e 50 anos ou, em alguns casos, bem mais tarde. A interrupção da produção de melanina explica o desaparecimento da cor. É muito provável que a ausência, em certos melanócitos, do ácido aminado, a tirosina, que a deficiência ou a inibição da enzima, a tirosinase, sejam as causas do embranquecimento ou canície. Essa interrupção de produção de melanina tem, provavelmente, origem fisiológica e genética.
A COR: OS MELANÓCITOS, A MELANINA...
A epiderme, os pelos e os cabelos são coloridos. Os pigmentos melanócitos, que absorvem especificamente os raios luminosos, são responsáveis pelas variações de cor.
Na papila dérmica, os melanócitos, células especiais, secretam grânulos de pigmentos absorvidos pelas células da vizinhança: os queratinócitos.
Uma unidade de melanização constitui-se de um melanócito cercado de 30 queratinócitos, aproximadamente. Ela repousa sobre a membrana basal.
A fabricação da melanina pelos melanócitos desencadeia uma série de reações químicas.
A partir da tirosina, molécula presente nos melanócitos, desenvolve-se uma série de reações químicas sob a influência de uma enzima: a tirosinase.
Após oxidações sucessivas, sendo que a primeira é a de tirosina pela tirosinase, chegamos ao 5-6 didroxi-indol, precursor da melanina. Esse precursor vai, por sua vez, ser a origem de uma nova série de reações que resulta, por fim, na melanina.
O 5-6 didroxi-inol pôde ser isoladoe reproduzido.
Os melanócitos se assemelham a estrelas-do-mar. Seus ramos, os dendritos, servem para injetar os grãos de melanina nos queratinócitos. Em seguida, esses grãos de melanina se distribuem no córtex. Quando maior for à atividade melanocitária, mais escuros serão os cabelos.
Por tanto existe uma imensa variedade de tom dentro de uma mesma base de cor. Estimasse que haja uma variedade de uma base de cor para outra de mais de 2000 tons. Outro fato à também ser observado é que por força das ações químicas e naturais a que o fio é exposto a uma “despigmentação parcial”, porém o grau de transformação da cor sofrida varia de acordo com o percentual de agressão ou transformação sofrida pelo fio, já que depois que houve a invaginação dos fios não há mais interferência dos melanócitos na cor.
O CLAREAMENTO
A água, o ar e o sol clareiam ligeiramente os cabelos e lhes conferem reflexos quentes. A água aumenta o volume dos cabelos. As moléculas de oxigênio neles penetram e são ativadas pelo calor do ambiente. Trata-se de uma oxidação suave dos pigmentos granulosos, gradativamente destruídos na periferia do córtex.
... E A DESCOLORAÇÃO
Pode-se provocar o clareamento do cabelo, indo do tom escuro ao mais claro, através de uma reação química que provoca uma oxidação mais intensa dos pigmentos.
Os pigmentos granulosos desaparecem progressivamente. Em seguida, os pigmentos difusos são por sua vez, eliminados. Esse fenômeno explica o fato de que determinados cabelos se descoloram adquirindo ou uma cor vermelha ou uma cor amarelada. Aliás, todas as cores intermediárias são possíveis. Essas diferentes cores são os fundos de clareamento.
Se o cabelo clareia, ele também pode ser colorido por diferentes métodos... 
A COLORAÇÃO SEMI PERMANENTE
A COLORAÇÃO DIRETA
Os corantes utilizados são moléculas de dimensão reduzida, cuja estrutura possui uma boa afinidade com a fibra capilar. Essas moléculas penetram até a periferia do córtex e são eliminados gradativamente, pela lavagem.
 Distinguem-se  dois tipos de coloração direta.
TOM SOBRE TOM
Faz-se no mesmo tom ou em tom mais escuro. Ela camufla os cabelos brancos em nuances naturais, se não forem excessivamente numerosos, e se estiverem bem distribuídos. É feita com produtos  prontos para o uso. Não contém nem amônia nem oxidante, e não clareia os cabelos.
REFLEXOS
Coloração no mesmo tom. Acrescentam reflexos à nuance natural dos cabelos. Aplicam-se a cabelos naturais, sem cabelos brancos. Fazem-se com produtos prontos para o uso. Não contém nem amônia nem oxidante e não clareiam os cabelos.
A COLORAÇÃO PERMANENTE
A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO QUE CLAREIA
Da colorido clareando, mas também no mesmo tom e em tom mais escuro. Recobre os cabelos brancos. Age clareando e colorindo simultaneamente o cabelo.  Necessita que três elementos entrem em atividade: amônia, um oxidante e precursores de cor.
A amônia tem duas funções importantes:
- aumentar o volume da fibra capilar, ou seja, abrir as escamas do cabelo, para possibilitar a penetração dos precursores.
- liberar o oxigênio contido no oxidante.
O oxidante também desempenha duas funções:
- agir sobre os pigmentos do cabelo para clareá-los, oxidando-os.
- oxidar os precursores para revelar os corantes.
Os precursores classificam-se em duas categorias:
- as bases de oxidação (como o paradiaminoben-zeno), que são responsáveis pela intensidade da cor e pelo recobrimento dos cabelos brancos.
- os acopladores (como a resorcina), que possibilitam que se variem os reflexos (dourados, acobreados, acinzentados, etc.)
Esses dois grupos interagem para criar a cor. A cor obtida é, portanto, o resultado da superposição do clareamento provocado e da cor aplicada. 
A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO TOM-SOBRE-TOM
Essa coloração contém corantes que funcionam como os da coloração de oxidação de clareamento. Entretanto, ela não contém amônia e o agente alcalino utilizado tem uma potência muito fraca, oque explica o fato de ela não clarear.
 
Ela dá colorido no mesmo tom, ou em tom mais escuro. Convém a todos os tipos de cabelo, e recobre os cabelos brancos em até 50%. Coloração suave de grande durabilidade, ela se mistura com seu revelador específico (oxidante extra-suave).
DOENÇAS DO COURO CABELUDO
Conheça as principais doenças do couro cabeludo:
DERMATITE SEBORREICA
	
	 
	
Popularmente conhecida como caspa, caracteriza-se por uma oleosidade excessiva (seborréia) no couro cabeludo, seguida por inflamação e descamação. A inflamação (irritação) produz uma vermelhidão e sensibilidade no couro cabeludo, enquanto a descamação pode variar de finas escamas (lembrando polvilho) à intensa, formando crostas, muitas vezes aderidas e que ao serem removidas deixam o couro cabeludo ferido. Pode associar-se à alopecia androgenética, acelerando a perda capilar. O stress é um dos mais importantes fatores desencadeantes desse quadro. Outro fator é o aumento do número de fungos usuais (p. Ovale) do couro. Para o tratamento, utilizam-se shampoos anti-inflamatórios, antifúngicos, normalizadores da descamação ou tudo isso associado. 
	
Dermatite Seborreica ou "Caspa", causa inflamação e feridas no couro cabeludo
	 
	
O shampoo deve ser usado diariamente para uma eficaz remoção da oleosidade e impurezas do couro cabeludo. Lave o couro cabeludo duas vezes seguidas com a polpa dos dedos (evite as unhas), sendo que na segunda vez deixe agir por 2 minutos. Use água morna/fria. Enxágue bem e após secar com a toalha, use o secador de cabelo (morno) para remover o excesso de umidade. Prefira os secadores profissionais pois produzem mais vento que calor. Nunca durma com os cabelos molhados ou coloque touca, boné ou capacete com o cabelo úmido pois favorece um ambiente quente e úmido para desenvolver os fungos, que desencadeiam a dermatite seborreica.
Pode-se ainda fazer aplicações de LED (luz emitida por diodo), que tem ação anti inflamatória, gomagem (uma espécie de pelling capilar) e aplicação de luz UVA.
PSORÍASE
Essa doença de pele associada à herança genética, com localização mais frequente nos joelhos e cotovelos, também pode acometer o couro cabeludo, onde muitas vezes é confundida com a dermatite seborreica. Leva à uma descamação intensa e esbranquiçada, seca e aderente que ultrapassa os limites do couro cabeludo, diferentemente da dermatite seborréica.
Melhora com a exposição solar e tratamento adequado. O arsenal inclui xampus à base de alcatrão e ácido salicílico, que tem ação queratolítica (ou seja, afinam a pele), loções de corticoesteróides (anti-inflamatório) de aplicação tópica e infiltrações nos locais mais persistentes das placas. Outras opções terapêuticas para os casos mais graves ou intensos incluem a tomada de comprimidos de acitretina, um derivado da vitamina A e PUVA. 
ALOPECIA AREATA
É uma doença auto imune, em que o corpo reconhece como inimigas as próprias células, destruindo-as. Pode haver perda de cabelos em clareira, perda dos pêlos da barba, das pernas e até mesmo das sobrancelhas e cílios, tudo em forma de círculo. Pode estar associada a outros problemas da pele, como vitiligo, ou a outros problemas orgânicos, como alterações da glândula tireóide. 
	
TINHA DO COURO CABELUDO
	Causada por diferentes fungos, que provocam perda de cabelo localizada. Há o surgimento de placas, que podem ficar inflamadas e até infeccionar. O tratamento é simples – basta tomar antibióticos orais –, desde que o problema seja descoberto precocemente. Caso contrário, pode haver perdas permanentes de cabelo, principalmente quando a inflamação é exagerada.
	 
	
Causada por diferentes tufos, que provocam perda de cabelo em pontos específicos.
	
LÍQUEN PLANO CAPILAR
	
Causa vermelhidão no couro cabeludo.
	 
	Doença que se manifesta pela vermelhidão e descamação do couro cabeludo, acompanhada de pequenas bolinhas arroxeadas. Se não for tratado rapidamente, leva a uma perda permanente dos cabelos no local, chamada de alopecia cicatricial. É mais comum em mulheres de meia-idade. 
FOLICULITE QUELOIDIANA DA NUCA
Trata-se de uma infecção crônica dos folículos pilosos. Nos casos mais graves, pode deixar fibroses ou cicatrizes do tipo quelóide. Ocorre mais frequentemente em homens com tendência a acne.
PSEUDO-PELADA DE BROCQ
É o processo final comum a alguns tipos de alopecia: sem tratamento, pode haver um afinamento (atrofia) da pele do couro cabeludo, o que impossibilita qualquer tipo de restauração capilar. 
Veja alguns exemplos de Desordens Genéticas que acometem principalmente as crianças, muitas vezes desde o nascimento e que, felizmente, são bastante raras. 
	
TRICORREXE NODOSA:
	
Doença que deixa o cabelo frágil, quebrando-se facilmente.
	 
	Defeito estrutural do cabelo, que faz com que o cabelo se quebre facilmente.
TRICODISTROFIA
Os cabelos, cílios e sobrancelhas são curtos e quebradiços. Para o seu diagnóstico, devem ser analisados a presença de enxofre e de aminoácidos nos fios.
PILI TORTI 
Alteração estrutural dos cabelos, em que os fios ficam quebradiços e torcidos. É sintoma de algumas síndromes.
TRICORREXIS INVAGINATA
Os cabelos têm o aspecto similar ao de um bambu. Pode estar associada a doenças genéticas em que, concomitantemente, são encontrados problemas como o ressecamento excessivo da pele.
MONILETRIX
Os cabelos são quebradiços e finos e originam-se de pequenas bolinhas com cascas no couro cabeludo.
SÍNDROME DOS CABELOS IMPENTEÁVEIS
Surge entre a infância e a adolescência. Os cabelos têm crescimento lento, coloração prateada e são frágeis, o que torna praticamente impossível obter um aspecto ordenado. 
 
	
	 
	
	Síndrome dos cabelos impenteáveis. Cabelo cresce lento, com coloração prateada e frágil.
COLORIMETRIA
CAPÍTULO 1 - LUZ-COLOR
Nossos olhos percebem a luz, entende-se a luz solar como sendo uma “luz branca”, ou seja, incolor. Na realidade a mesma está composta por um conjunto de cores que são:
VERMELHO
LARANJA
AMARELO
VERDE
AZUL
VIOLETA
Vocês já devem ter observado depois de um temporal o Arco Íris, aquela faixa luminosa multicolorida que cruza o céu. Por que vemos tantas cores no Arco Íris? Os raios do sol, refletidos nas múltiplas gotas de água suspensas no ar, são refratados segundo o ângulo da luz. 
Sabemos que a luz solar é um conjunto de luzes coloridas e, portanto,  as várias cores são o resultado dos diferentes ângulos de refração: em poucas palavras, a luz vem decomposta.
Por que vemos os objetos coloridos?
Quando um objeto parece ser de cor branca significa que o mesmo não absorve nenhuma cor e reflete toda a luz que incide nele.
Vamos à definição:
BRANCO-COR (SEM COR DE REFLEXÃO)
Um objeto parece ser branco porque não tem cor.
Quando um objeto parece ser de cor preta, significa que o mesmo absorve totalmente o feixe luminoso que o incide.
PRETO-COR (NÃO COR) ABSORVENTE
Um objeto parece ser preto porque tem todas as cores.
CAPÍTULO 2 - CORES PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS
CORES PRIMÁRIAS
Analisando as cores do espectro solar, notamos que três das cores que compõem são puras.
As chamaremos de cores fundamentais ou primárias. São elas: AZUL – VERMELHO – AMARELO
CORES DERIVADAS OU SECUNDÁRIAS
Misturando de duas em duas as cores fundamentais obtemos cores novas que chamaremos de derivadas ou secundárias. São elas: VIOLETA – LARANJA – VERDE
CORES TERCIÁRIAS
Misturando uma cor secundária com uma das duas cores primárias que a compõem, obteremos outras novas cores, as quais chamarão de terciárias, são elas: MARROM – BEGE – ACAJU
PRIMÁRIA: VERMELHO
SECUNDÁRIA: ALARANJADO (de vital importância técnica)
PRIMÁRIA: AMARELO
SECUNDÁRIA: LARANJA+ AMARELO = BEGE (terciária)
PRIMÁRIA: AZUL
SECUNDÁRIA
       VIOLETA + VERMELHO = ACAJU (terciária)
       VIOLETA + AMARELO = MARROM (terciária)
PRIMÁRIA: VERMELHO
Além disso, temos que lembrar que da cor violeta são obtidas outras duas cores importantes: PRATA E PÉROLA.
As cores primárias são à base de toda a coloração, sem elas não existiria a cor. É importante que o cabeleireiro saiba que as cores primárias, AZUL– VERMELHO – AMARELO, são os principais componentes presentes nas colorações.
A quantidade de cada cor, em relação às outras duas, permite que tenhamos a escala de tons de cor natural, desde o 1(PRETO) até o 10(LOIRO CLARÍSSIMO).
A mistura das cores primárias com as cores secundárias, VIOLETA – ALARANJADO – VERDE permite criar matrizes que aumentam a gama de tonalidades, para obter qualquer coloração.
CAPÍTULO 3 - A LEI DE NEWTON
O DISCO DE NEWTON
As diferentes quantidades com que de misturam entre si às cores primárias e as secundárias do primeiro grupo produzem inúmeras tonalidades intermediárias de cores. As sucessões de cores estão bem indicadas nos anéis de Newton, onde se observam as intensidades e os matizes.
Cada ponto da superfície interior do Disco de Newton define uma determinada cor. Todas as cores estão caracterizadas por dois parâmetros:
A TONALIDADE E A INTENSIDADE
A TONALIDADE está determinada pela posição do ponto no interior de um setor; o ponto encontra-se no centro de um setor no caso da cor ter uma tonalidade bem definida; encontra-se perto do setor limítrofe quando apresenta tonalidades intermediárias.
A intensidade está determinada pela distância do ponto a partir do centro do disco; quanto mais próximo do centro está o ponto, região da cor marrom, maior é a intensidade da cor que representa; quanto mais próximo está da circunferência exterior, a cor é menos intensa.
A CONTRAPOSIÇÃO: A CONTRA-COR
CONTRAPOSIÇÃO
Que consiste na capacidade que cada cor tem de anular a outra cor. Na prática, cada cor tem sua cor contraposta e sobrepondo-as é obtido o cinza. Mas como qualquer cor preparada nunca será pura, como as cores da luz solar, a cor complementar de cada cor é chamada de sua CONTRA-COR.
CONTRA-COR
Este fenômeno está muito bem representado na Estrela de Oswald, um desenho onde se observa nitidamente a contraposição das cores.
ESTRELA DE OSWALD
CAPÍTULO 4 - AS MELANINAS
Sabemos que as responsáveis pela cor do cabelo são as melaninas, portanto a primeira consideração que nasce, espontaneamente, é:
AS MELANINAS EXPRESSAM CROMATICAMENTE AS TRÊS CORES PRIMÁRIAS.
Existem, efetivamente três tipos de melanina:
A EUMELANINA  com tonalidade de cor azulada – Povos africanos.
A FEOMELANINA  com tonalidade de cor amarelada – Povos nórdicos.
A TRICOSIDERINA com tonalidade de cor vermelha – Povos britânicos.
O conjunto destas melaninas, em diferentes proporções de quantidade, compõe as tonalidades naturais do cabelo. A tonalidade está determinada pela preponderância de um tipo de melanina com referência as outras. A intensidade está determinada pela concentração das melaninas do cabelo. No que diz respeito à cor natural dos cabelos, o seguinte esquema evidencia a concentração das três melaninas segundo a intensidade de cor, indicada por convenção em escala de 1 a 10, onde 1 corresponde à cor mais escura, até chegar a 10 em progressão descendente, o nível mais claro. 
A resistência das platinas à destruição dos agentes oxidantes varia segundo o tipo de pigmento.
A EUMELANINA  (pigmento azul) diminui muito facilmente, já a TRICOSIDERINA e a FEOMELANINA são bem mais resistentes à oxidação. Portanto, quando se clareia um cabelo natural, segundo o nível (intensidade) se saída e nível de chagada, prevalece à tonalidade vermelho – alaranjada ou amarela.
O CABELO E SEU PIGMENTO
Como já vimos à pigmentação do cabelo é determinada por uma série de polímeros naturais, ou seja, as melaninas. Estas melaninas estão encerradas em grânulos que mudam segundo o cabelo, cujo conjunto cria as diferentes colorações.
A ESCALA CROMÁTICA
A cor de uma cabeleira pode ser classificada segundo uma escala que compreende 10 tons-cor fundamentais, a saber:
	ESCALA CROMATICA
	FUNDO DE CLAREAMENTO
	1. PRETO
	 100 % AZUL
	3. CASTANHO ESCURO
	70% AZUL / 30 % VIOLETA
	4. CASTANHO MÉDIO(NATURAL)
	50 % VIOLETA / 50 % VERMELHO
	5. CASTANHO CLARO
	 100% VERMELHO
	6. LOIRO ESCURO
	30 % VERMELHO / 70 % LARANJA
	7. LOIRO MÉDIO(NATURAL)
	 100% LARANJA
	8. LOIRO CLARO
	30 % LARANJA / 70 % AMARELO
	9. LOIRO MUITO CLARO 
	70 % AMARELO
	10. LOIRO CLARÍSSIMO
	30 % AMARELO
	*PERCENTUAIS ESTIMADOS
	
CAPÍTULO 5 - O DIAGNÓSTICO COMO ATINGIR O OBJETIVO
COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO 
O DIAGNÓSTICO PARA OBTER UMA COLORAÇÃO PERFEITA
Na coloração do cabelo todos os fatores que interferem devem ser avaliados e usados de forma apropriada, isto para obter o resultado desejado. Frequentemente acontece que o cabeleireiro concentra-se com o resultado final, seja qual for sem realmente avaliar o que obteve. Em muitos casos os limitados conhecimentos de base, facilmente levam as interpretações erradas e a considerações totalmente pessoais, nem sempre cientificamente corretas. Alguns elementos fundamentais no tratamento da coloração, quando colocados de forma errada no complexo mosaico da coloração do cabelo não permitem atingir os objetivos pré-determinados. Sabemos que, durante o processo de coloração, na estrutura interior do cabelo acontecem reações químicas; portanto, dispor de um correto programa de trabalho é sempre indispensável.
O DIAGNÓSTICO DO CABELO
Controlando as condições, registrando os eventuais obstáculos ou irregularidades que possam comprometer o sucesso do tratamento de coloração.
PROGRAMA DE TABALHO
Quando se prepara o programa de trabalho de um tratamento de coloração, é necessário estabelecer exatamente como chegar à cor cosmética final, levando em conta as características positivas ou negativas do cabelo que vai ser tratado.
Os elementos fundamentais da avaliação:
• O tom da cor natural;
• As condições da cor;
• A porcentagem de cabelos brancos;
• A integridade do cabelo;
• A presença de anomalias.
É possível encontrar ulteriores dificuldades, como por exemplo:
• Porosidade insuficiente – escamas das cutículas abertas;
• Dificuldades em absorver a cor – cabelos impermeáveis, escamas fechadas (cutículas);
• Diferentes intensidades de tons no cabelo;
• Diferentes tonalidades de cor na raiz do cabelo em diferentes regiões da cabeça.
Mas para atingir o objetivo e definir se devem ser realizadas colorações de COBERTURA, ESCURECIMENTO, CLAREAMENTO, TOM SOBRE TOM, é necessário realizar um: PROGRAMA DE TRABALHO. Que respeitando as noções sobre a cor e as melaninas do cabelo anteriormente expostas, consista em:
1. ESCOLHER A MISTURA DA COR MAIS APROPRIADA
2. UTILIZAR A ÁHUA OXIGENADA COM PODER OXIDANTE ADEQUADO PARA O TRATAMENTO QUE DEVERÁ SER REALIZADO
3. APLICAR CORRETAMENTE A MISTURA-COR SOBRE O CABELO (crescimento, cabelos brancos, pontas porosas, etc.).
4. DEIXAR O TEMPO DE EXPOSIÇÃO APROPRIADO
COMPLETAR O TRATAMENTO DE COLORAÇÃO COM PRODUTOS PÓS-COLORAÇÃO ADEQUADOS SEGUNDO O CASO.
PROGRAMA DE TRABALHO SEGUNDO A COR ORIGINAL DO CABELO E A COR QUE SE QUER OBTER
O DIAGNÓSTICO
Portanto, a nossa análise tem que ser iniciada com:
DIAGNOSE DO CABELO E RESULTADO QUE SE QUER OBTER
Inicial de cor no cabelo e qual será a concentração final que se quer obter.
COR DO CABELO / COR COSMÉTICA
Determinar as duas concentrações de cor que devem ser sobrepostas, sem nunca esquecer o objetivo final: o excelente aspecto estético.
OBSERVAÇÕES:
Para estabelecer a cor do cabelo sem errar é necessário estar em um ambiente com uma boa fonte de luz, natural ou artificial, do tipo solar (luz branca).
• Uma má iluminação leva inevitavelmente a uma determinação errada da cor base, a tonalidade da cor pode refletir os tons cromáticos do ambiente circundante.
• Por exemplo, uma parede vermelha transforma as cores cinza em tons avermelhados, já as tonalidades vermelhas parecerão ainda mais vivas.
• Já com uma parede azul, acentuam-se ainda mais as cores cinza e apagam-se as cores tênues.
• A cor, tal como ela é, pode ser observada somente em um ambiente cor neutra ou clara (branco, bege, cinza claro).
CONSELHO:
Para uma determinação exata do tom da cor, comparar sempre o tom do cabelo com a mecha amostra na carta de cores aproximando uma da outra.
CAPÍTULO 6 - A COLORAÇÃO COM PERIÓXIDO
O PRODUTO CORANTE
1ª AÇÃO– OXIDAÇÃO
O alcalinizante facilita a decomposição do oxidante para liberar o oxigênio.
2ª AÇÃO – COLORAÇÃO
O oxigênio encadeia entre si os intermediários para formar a cor cosmética.
3ª AÇÃO – MORDEDURA
O alcalinizante produz na mistura o pH necessário para abrir as cutículas, preparando o cabelo para as sucessivas operações.
4ª AÇÃO – DESCOLORAÇÃO
O oxigênio desbota as melaninas e causa o clareamento do cabelo (volumes superiores a 20)
O AMONÍACO
O amoníaco encontra-se normalmente na natureza como uma substância gasosa (NH3).  Nos processos químicos da coloração ou da descoloração, onde sempre está presente, usualmente é usado na sua solução líquida (amônia hidróxido – NH4OH).
Esta acelera (estimula) as reações químicas e cria um ambiente alcalino que permite a abertura das escamas de queratina da cutícula.
AMONÍACO NH4OH
Atua sobre o cabelo abrindo as cutículas (mordedura), favorece a liberação de oxigênio que oxida os pigmentos (intermediários).
Diferente a outras substâncias alcalinas, o amoníaco desaparece totalmente no cabelo, ou seja, porque é volátil ou porque se elimina facilmente ao terminar o processo químico, o que permite uma restauração mais fácil do pH fisiológico do cabelo. A função catalisadora do amoníaco, devido a sua ação lenta e progressiva é fundamental na aplicação das colorações e nas descolorações.
O AMONÍACO
ATENÇÃO: No passado surgiram polêmicas de caráter técnico referente ao uso do amoníaco, devido ao seu forte e desagradável odor. No entanto, temos que nos lembrar que o mesmo foi testado cientificamente, ao contrário de outras substâncias alcalinas, sem cheiro, usadas em vez do amoníaco e que DANIFICAM com o cabelo.
A COLORAÇÃO COM PERÓXIDO
O OXIDANTE (a água oxigenada)
A água oxigenada está formada por 3 átomos de hidrogênio e 2 de oxigênio e sua molécula (H2O2) é muito inconstante.
Efetivamente, a mesma tende a liberar, de forma espontânea, um átomo de oxigênio para tornar-se uma molécula de água (H2O).
Este oxigênio, extremamente ativo, tende a unir-se facilmente com outras substâncias, produzindo a reação conhecida pelo nome de “oxidação”. Portanto, a água oxidada é o elemento fundamental de todo processo de coloração dos cabelos.
O oxigênio deixado livre pela água oxigenada provoca três efeitos:
• OXIDA os intervalos para formar a substância corante (função principal).
H2O2 + SUBSTÂNCIA CORANTE.
• DESCOLORE os tons naturais doa cabelos.
H2O2 + AMONÍACO
• EQUILIBRA a concentração da substância corante e o valor do pH da coloração com a mistura.
H2O2 + TINTURA
A DIFERENÇA DO TONALIZANTE E COLORAÇÃO
É que não existe o amoníaco. No tonalizante, não haverá clareamento do cabelo. No caso da coloração existe o amoníaco + H2O2.   Assim obtendo descoloração dos cabelos.
O OXIDANTE
A água oxigenada, misturada com a tintura, encontra o amoníaco.
Desta forma começa na função descolorante (descoloração) e segundo os volumes de oxigênio clareia de um ou mais tons, atuando sobre a melanina do cabelo.
                     VOLUMES DE ÁGUA OXIGENADA            TONS QUE CLAREIAM
                             10 VOLUMES 3%                                   TOM SOBRE TOM
                             20 VOLUMES 6%                                           1 TOM
                             30 VOLUMES 6%                                           2 TONS
                             40 VOLUMES 12%                                         3 TONS
Determinar em quantos tons é necessário descolorir um cabelo natural para atingir o resultado desejado e escolher a água oxigenada com os volumes que proporcionam o clareamento necessário para obter o objetivo.
SÃO DECISÕES NAS QUAIS NUNCA NÓS PODEMOS EQUIVOCAR
Se o nosso objetivo é dar tonalidade a um cabelo tratado ou pigmentá-lo, utilizamos o oxidante de 10 volumes.
A velocidade com que o oxigênio se libera da água oxigenada pode ser acelerada ou retardada.
As substâncias que a retardam são chamadas de ESTABILIZADORES; aquelas que a aceleram são chamadas de CATALIZADORES, substâncias que determinam o desenvolvimento das reações devem ser acrescentados estabilizadores.
Além disso, a água oxigenada é:
FOTOSSENSÍVEL, a luz solar a destrói.
TERMOLÁBIL, a temperatura, o ambiente quente, etc. a destroem.
ATENÇÃO: a água oxigenada deve ser conservada em frascos bem fechados. Os vasilhames, depois de abertos devem ser usados em um breve tempo (máximo 2 meses).
O pó, a cinza, os sais de metais pesados, são catalisadores da água oxigenada e, quando entram em contato com o produto, podem causar uma violenta liberação do oxigênio e assim não e possível utilizá-la.
O poder oxidante da água pode ser expressado de duas formas diferentes:
EM PORCENTAGEM OU EM VOLUMES
PORCENTAGEM – A porcentagem expressa a quantidade em peso de água oxigenada pura presente em 100 gr. de solução.
VOLUMES – os volumes indicam a quantidade em volume de oxigênio que se pode liberar da solução em condições normais de uso.
As duas unidades de medida correspondem-se da seguinte forma:
                                   10 VOLUMES = 3% APROXIMADAMENTE
                                   20 VOLUMES = 6% APROXIMADAMENTE
                                   30 VOLUMES = 9% APROXIMADAMENTE 
                                   40 VOLUMES = 12% APROXIMADAMENTE
PERGUNTAS E RESPOSTAS
A ÁGUA OXIGENADA PODE CLAREAR O TOM DA SUBSTÂNCIA CORANTE?
R:: A água oxigenada NÃO tem a força de clarear a substância corante, apenas pode desconcentrá-la.
POR QUE É ERRADO PENSAR QUE A COR COSMÉTICA (COLORAÇÃO) CLAREIA-SE COM OS VOLUMES DE OXIGÊNIO UTILIZADOS?
R:: Porque cada tonalidade de tintura tem uma concentração própria de cor, que aparece quando se mistura a água oxigenada com uma DETERMINADA quantidade de substância líquida.
RESUMINDO: A mudança de cor (clareamento) NÃO é provocada pela ação da água oxigenada sobre a cor cosmética, e SIM pelo poder de descolorir que a água oxigenada exerce sobre a cor natural do cabelo.
ATENÇÃO: A lei pode obrigar o cabeleireiro a usar água oxigenada não superior a 40 volumes.
A COLORAÇÃO
OBSERVA-SE NITIDAMENTE QUE:
O tom de base é igual em todos os casos, assim como o tom cosmético usado; a cor cosmética não se altera em contato com a água oxigenada e, portanto, o que se modifica é somente a concentração de melanina do cabelo sob a ação da ÁGUA OXIGENADA + AMONÍACO.
O OXIDANTE
EXEMPLO:
No caso de sobre a base natural CASTANHO aplicar a tonalidade cosmética LOIRO ESCURO com água oxigenada de volumes diferentes (20-30-40), os resultados são diferentes em casa caso.
Com 20 volumes obtemos uma tonalidade MAIS ESCURA que se torna cada vez mais clara aumentando os volumes de oxigênio.
Isto pode nos levar facilmente a pensar que os resultados são efeitos de um clareamento da cor cosmética já na preparação da mistura “tintura + água oxigenada”, sendo que na realidade a tonalidade cosmética LOIRO ESCURO não se altera: no entanto é a ação da água oxigenada com o amoníaco que atua sobre a melanina do cabelo, clareando.
MUDANDO A TONALIDADE NATURAL
MODIFICA-SE, COMO CONSEQUÂNCIA, O RESULTADO.
A COLORAÇÃO POR OXIGENAÇÃO
UM MÉTODO INEXATO
O PROBLEMA: Queremos mudar um cabelo de cor castanho natural para um de cor loiro escuro.
Supondo que não existem cabelos brancos, escolhemos uma tonalidade mais clara em um tom com referência ao resultado que se quer obter. A água oxigenada que se mistura com a coloração é a necessária para clarear 2 tons, ou seja, a de 30 volumes.
A cor cosmética escolhida 7.0 é um tom mais claro com referência ao resultado que se deve obter 6.0, portanto mais fraca que o tom realizado por clareamento da água oxigenada de 30 volumes. O que se pode notar de imediato é somente a cor (alaranjada) clareada de castanho (vermelho). A cor cosmética 7 não se vê porque é um tom mais clara com referência à base que prevalece.
A COLORAÇÃO
Portanto se faz lembrar que:
• A água oxigenada atua como descolorante somente da melanina do cabelo, nunca sobre a substância corante.
• A substância corante torna-se cor em contato com a água oxigenadae, seja qual for o volume da H2O2, sempre mantém a mesma força de cobertura.
• A água oxigenada, segundo os volumes, atua na presença de amoníaco, como clareador, tornando mais clara a tonalidade natural até o nível necessário para obter o resultado desejado.
• Aumentar ou reduzir a quantidade de água oxigenada, mantendo a mesma quantidade de coloração, é um grave erro que causa inevitáveis problemas. A maior ou menor quantidade de oxidante, que altera a proporção estabelecida pelo laboratório, determina à menor ou maior concentração de corante na mistura e, portanto, uma notável variação na tonalidade da cor final.
Além disso, a maior ou menor densidade e quantidade da mistura causam muitas dificuldades na aplicação: gotejamento, quantidade insuficiente, dificuldade de distribuição, falta de uniformidade.
Tonalizante – não existindo o amoníaco + H2O2 oxidante, não haverá abertura das escamas.
TERMOS QUÍMICOS
Algumas noções de química:
OXIDANTES
- Oxidante é uma substância química que ao se decompor libera oxigênio.
- O oxigênio livre atua sobre outras substâncias e se fixa em sua moléculas. Então se diz que estas moléculas são oxidadas.
- A reação química chama-se OXIDAÇÃO.
- Exemplo de um oxidante é a ÁGUA OXIGENADA.
REDUTOR
- É uma substância que tem a propriedade contrária à oxidante: em vez de liberar o oxigênio o absorve.
- Exemplo de redutor é o cabelo. Pode ser considerado como redutor porque atua como tal na presença da água oxigenada, fixando o oxigênio deixado livre pela mesma e descolorindo-se.
- Esta reação química é chamada de REDUÇÃO.
CATALIZADOR
- É uma substancia química que, presente em pequenas quantidades, favorece ou acelera uma reação química.
- O catalisador não se decompõe, sua presença é suficiente para atuar.
- Um exemplo de catalisador é o amoníaco.
- A reação química se chama CATALISE.
SOLUÇÃO
- É uma mistura homogênea entre uma substância dissolvente e uma substância dissolvida.
- Homogêneo significa que não se podem diferenciar seus elementos porque se apresenta como sendo uma coisa só. Por exemplo, água e sal.
EMULSÃO
- É a dispersão fina de um líquido em outro, mas sem difundir-se como na solução. Por exemplo, água e óleo.
CAPÍTULO 7 - AS CORES COSMÉTICAS E OS SUPER CLAREADORES
AS COLORAÇÕES
As tonalidades de uma coloração estão divididas em séries e cada uma delas tem uma coloração própria que deve ser considerada e comparada com a tonalidade do cabelo.
SÉRIE NATURAL
A função da tintura da série natural é estabelecer a tonalidade de base: portanto, é um elemento indispensável no que diz respeito à cobertura dos cabelos brancos.
Não deixa reflexos (dourados, avermelhados...), nem contrasta o reflexo vermelho de base do cabelo natural, isto porque está formulada principalmente com corantes PRIMÁRIOS (vermelho – amarelo – azul).
O sucesso obtido graças ao uso das cores desta sempre leva às tonalidades naturais
SÉRIE NATURAL              
           1                                     
           2
           3                                     
           4                                     
           5                                     
           6                                     
           7
           8
           9
 10
SÉRIE CINZA
A série é utilizada para contrastar as cores vermelho e alaranjado, das quais é contra cor. Quando usada sobre cabelos brancos ou sobre cabelos que não possuem matizes de cor vermelho-alaranjado (cabelos descoloridos), corre-se o risco de obter um matiz azul-verde, devido à falta de contraste com as cores anteriormente mencionadas.
Quando vice-e-versa, é usada sobre cabelos naturais, onde a concentração da melanina tem valores de vermelho-alaranjado bastante elevados, os resultados sempre serão excelentes e sem efeitos negativos.
SÉRIE VIOLETA
Não deve ser utilizada sobre bases que derivam do verde. Na série violetas também têm tonalidades claras:
- PÉROLA, com matizes de azul.
- PRATA, com matizes de violeta claríssimo.
Estas cores também, quando usadas sobre cabelos brancos, sempre devem ser combinadas com uma tonalidade de base natural.
SÉRIE DOURADO
A série “dourada”, para expressar totalmente seu valos cromático, deve ser utilizada sobre cabelos com base natural clara (loiro-escuro loiro-claro). Quando usada sobre cabelos brancos sem aplicar tonalidades da série “natural”, tende a se apagar por falta de “base”; e no caso do cabelo ser muito absorvente, sua tendência é a de tornar-se acinzentada devido a uma excessiva assimilação. Portanto, é indispensável misturar as tonalidades da série “dourada” com uma tonalidade da série “natural” quando entre os cabelos há alguns brancos. 
SÉRIE COBRE
Não deve ser utilizada diretamente sobre bases claras que derivam do verde, azul e violeta. Esta série é um componente muito importante para a repigmentação. É necessário lembrar que os vermelhos cosméticos, por sua característica, possuem a tendência de perder a cor quando aplicados sobre cabelos tratados várias vezes.
SÉRIE VERMELHO
Também estas cores quando usadas sobre cabelos brancos, sempre deverão ser combinadas com uma tonalidade “natural”, para evitar que, quando aplicadas sozinhas, as tonalidades vermelhas diminuam sua intensidade obtendo como resultado uma cor bem mais semelhante ao alaranjado. Quando aplicada sobre cabelos de cor “natural” não existe nenhuma problema.
SÉRIE MARROM
Estas cores também, quando usadas sobre cabelos brancos, devem sempre ser combinadas com uma tonalidade de base natural. Não podem ser usadas diretamente sobre bases que derivam do verde.
OS CORRETIVOS
Mencionamos os corretivos, que contêm fortes concentrações de cor. Os corretivos servem para aumentar a intensidade do reflexo, mas também podem ser usados como contra cores.
SÉRIE SUPER CLAREADORA
Quando se mistura com água oxigenada de 40 volumes serve para obter, a partir de um tom 5, fortes clareamentos.
SUPER CLAREADORES
O QUE É UM SUPER-CLAREADOR?
O super clareador é um corante estudado para obter clareamentos fortes: a partir de um tom castanho (5) é obtido um resultado de 5 tons mais claro.
É necessário determinar a cor natural, isto porque é esta quem vai estabelecer, graças ao poder clareador constante do produto, a cor do resultado obtido.
O poder clareador é exercido somente sobre a pigmentação da melanina natural do cabelo.
PARA OBTER EXCELENTES RESULTADOS, SEGUIR A TABELA QUE A CONTINUAÇÃO SE DETALHA:
COR NATURAL      PIGMENTO NATURAL     TONALIDADE SUPER CLAREADORA
Castanho claro        Vermelho                            Super clareador Cinza + 000
Loiro escuro            Vermelho Laranja               Super clareador + 000
Loiro médio             Laranja            Super clareador Prata
Uso correto do super clareador sobre um cabelo nunca tratado.
1ª FASE
Descoloração das pontas até o tom alaranjado.
2ª FASE
Clareamento da cabeleira intermediária com o super clareador. 
3ª FASE
Clareamento das raízes com o super clareador e sucessiva aplicação sobre a cabeleira e as pontas.
4ª FASE
Recondicionar com o método cor
Nas sucessivas aplicações o super clareador é distribuído somente sobre as raízes somente sobre as raízes e nunca sobre a cabeleira e as pontas.
Como alternativa, a primeira vez pode-se realizar a descoloração em 3 fases.
CONSELHOS
ALGUNS CONSELHOS PARA A ESCOLHA CORRETA DA COR COSMÉTICA
- Para se orientar melhor na escolha e nas combinações das tonalidades, é sempre necessário levar em conta as relações entre as cores (semelhanças e contrastes) representadas nos anéis de Newton.
- Aplica-se uma tonalidade de série “cinza”, “bege”, “prata”, “pérola” quando se quer obter um resultado “APAGADO”, porque esta contrasta os reflexos vermelho-alaranjado da tricosiderina.
- Aplica-se uma coloração da série “dourada”, “vermelho”, “acaju”, “ticiano”, quando se quer obter um resultado “TÊNUE”, porque esta acentua os reflexos vermelho-alaranjado da tricosiderina e da feomelanina.
MANDAMENTOS DA COLORAÇÃO
Toda coloração tem regras a serem seguidas, é o que chamamos deMandamentos da Coloração, que nunca devemos esquecer;
1º. Toda coloração é sobreposição de 2 cores (a base natural + o fundo de coloração que são os pigmentos trazidos pela coloração);
2º. Coloração não clareia coloração;
3º. (OX ou Oxidante) H2O2 10 Volumes. Age como tonalizante;
4º. (OX ou Oxidante) H2O2 20 Volumes. Clareia no máximo de uma a dois tons;
5º. (OX ou Oxidante) H2O2 30 Volumes. Clareia no máximo de dois a três tons;
6º. (OX ou Oxidante) H2O2 40 Volumes. Clareia no máximo de três a quatro tons;
7º. Se quisermos escurecer a cor, começaremos pela parte mais clara;
8º. A cor fantasia sozinha não cobre brancos acima da base sete, sem que haja uma transparência.
9º. O êxito de toda a coloração depende de um bom diagnóstico;
10º. Nos cabelos coloridos, a cor natural se identifica na raiz;
11º. O OX ou Oxidante deve ser usado na medida exata exigida pela coloração, e sua volumagem depende do clareamento que estamos desejando: 
      Obs.: Utilizar sempre o copo medidor.
12º. Em uma coloração nunca devemos abafar totalmente os cabelos. Isso pode ser feito nas mechas e Reflexos, os quais podem ser abafados deixando um espaço para a oxigenação;
13º. Ao colorirmos um cabelo virgem, desejando clarear o mesmo, devemos começar a coloração pelo comprimento e pontas utilizando uma volumagem de oxidante maior que a ser utilizada na raiz. Lembrando que o OX de 10 volumes não é utilizada para clareamentos;
14º. Ao colorirmos um cabelo virgem, desejando escurecer o mesmo, devemos começar pelas partes mais Claras utilizando o oxidante 10 volumes. Neste caso também se pode utilizar repigmentação.
Regras Gerais
A serem seguidas para se utilizar uma Coloração Permanente ou Coloração ou Coloração por Oxidação:
Evite Colorir
 Cabelos com Henê;
 Cabelos com aplicações recentes de Hennas;
 Cabelos coloridos com sais metálicos (chumbo, ferro, prata, cobre);
 Cabelos relaxados devem ser coloridos, preferencialmente com oxidantes de 10 a 20 volumes, devendo se ter cautela no uso do pó descolorante nestes cabelos;
 
CAPÍTULO 8
CABELOS BRANCOS: PROBLEMAS E SOLUÇÕES À REPIGMENTAÇÃO
CABELOS BRANCOS
O Cabelo branco, devido ao envelhecimento, não tem mais melanina (pigmento colorido natural) e é muito poroso, ou seja, cheio de ar: as duas coisas junto com os efeitos de reflexão e refração da luz incidente, tornam o cabelo incolor e opaco.
Comparando um cabelo branco com um de cor natural, notas-se imediatamente a diferença: o cabelo branco aparece sem brilho e pigmentos, enquanto o outro, além da característica da cor, também reflete uma viva luminosidade.
Colorindo os dois cabelos com a mesma coloração, quando não são tomadas especiais precauções técnicas, o resultado reflete perfeitamente o que já se tinha visto anteriormente: o cabelo branco assume exatamente a tonalidade cosmética que lhe foi aplicada mas conserva sua escassa luminosidade, enquanto o cabelo de cor natural mantém todo o esplendor que possui, embora esteja presente outra tonalidade(transparência). Este brilho diferente pode ser, às vezes , a causa que nos leva a pensar em uma cobertura insuficiente da cor cosmética sobre o cabelo branco.
À porcentagem dos cabelos brancos é definida da seguinte forma:
O cabelo branco e incolor, portanto, para obter uma cobertura máxima é necessário usar uma tonalidade natural.
Quando se aplica uma tonalidade não natural sobre o cabelo branco, a cobertura é menor e portanto para estas tonalidades, geralmente, sempre se deve misturar uma tonalidade da série “Natural” com a tonalidade de reflexos desejada.
Não é aconselhável usar tonalidade com reflexos cinza. Frequentemente o cabeleireiro tem que tratar cabelos muito pouco absorventes e, portanto, com tendência a rejeitar as substâncias corantes. Nestes casos é importante realizar operações complementares que eliminem o mencionado obstáculo e permitam realizar facilmente os tratamentos de coloração. O cabelo branco, no final da coloração, assumirá sempre a cor da tonalidade aplicada.
USOS E ABUSOS DA ÁGUA OXIGENADA E OS CABELOS BRANCOS
A água oxigenada é o agente determinante em muitas operações fundamentais que se realizam na cabeleira. É uma pena que muitos cabeleireiros não conheçam este produto. Esta afirmativa pode parecer quase ofensiva, mas vamos pensar em todos os cabeleireiros que erram na escolha dos volumes por necessidade de trabalho, ou o medo que sentem quando usam a de 40, ou na consideração errada de que somente a de 20 volumes pode cobrir!
ATENÇÃO: somente em um caso usamos a água oxigenada de 20 volumes, quando a porcentagem de cabelos brancos em toda a cabeça ultrapassa 80%, isto porque a quantidade de cabelos escuros é tão irrisória que não influência negativamente no resultado final.
SUPERCLAREADORES E COBERTURA DOS CABELOS BRANCOS
O “Super clareador” é um corante estudado para clareamentos fortes. A partir de um tom “castanho claro” (5) se obtém um resultado de 4 tons mais claros (“loiro claro dourado”).
Sempre é necessário determinar a cor porque é a partir dela que se estabelece, graças ao poder clareador constante do produto a cor do resultado.
O poder clareador é exercido somente sobre a pigmentação da melanina natural do cabelo. No entanto, é oportuno determinar a cor cosmética que usamos: por exemplo, ao aplicarmos um “super clareador” com a de 40 volumes, é praticamente impossível obter a cobertura dos cabelos brancos, mas isto não se deve à água oxigenada de 40 volumes, e sim porque a cor cosmética é tão clara que apenas se vê sobre os cabelos brancos.
Então, para obter cobertura e clareamento de “Super clareador” acrescenta-se a série “Natural” correspondente ao tom desejado:
O CURINGA DO CABELO BRANCO: A REPIGMENTAÇÃO
Na presença de uma elevada concentração de cabelos brancos, é aconselhável fazer uma preparação técnica preliminar chamada:
REPIGMENTAÇÃO
Trata-se de uma técnica para reconstituir os pigmentos que faltam no cabelo branco, com a finalidade de obter uma cor cosmética homogênea: a pré pigmentação é necessária quando existe uma elevada porcentagem de cabelos brancos, concentrados principalmente em regiões (crescimentos).
Este especial aporte de cor permite obter um resultado final uniforme.
ATENÇÃO: Para uma correta pré pigmentação é necessário aplicar sempre a coloração pura mais clara em um tom com referência à tonalidade que será usada sucessivamente.
As tonalidades escolhidas sempre devem ser douradas ou de tom alaranjado, segundo os matizes desejados, isto porque os cabelos brancos não possuem estes dois pigmentos.
A repigmentação tem dois objetivos: morder o cabelo (através da alcalinidade que o produto contém) e pré colorir.
ALGUNS EXEMPLOS
A PRIMEIRA COLORAÇÃO
A partir de um tom natural 5 (castanho claro) queremos obter 7 (loiro médio)
1ª FASE
Aplicar sobre as pontas e cabeleira a cor com água oxigenada de 10 volumes, superiores àqueles necessários para a raiz.                                              
7.0 de 40 VOLUMES
2ª FASE
Depois de 15 minutos aplicar sobre a raiz a cor desejada com água oxigenada apropriada para os tons de clareação necessários.        
7.0 de 30 VOLUMES 
O tempo de exposição total deve ser de 45 minutos.
PARA OBTER UM TOM MAIS ESCURO
Cor natural tom 5 com 40% de cabelos brancos.
Resultado desejado tom 4 natural.
1 parte de 4.0 + oxidante de 10 volumes.
A tonalidade 4 natural outorga a justa introdução e cobertura dos cabelos brancos.
O oxidante de 10 volumes não pode alterar a tonalidade natural.
PARA OBTER UM TOM SOBRE TOM E COBERTURA
Cor natural e com 60% de cabelos brancos.
Resultado desejado tom 5 acaju.
½ parte de 5N + ½ parte de 5.5 + oxidante de 20 volumes.
A tonalidade 5 natural dá a justa base de cor para os cabelos brancos, enquanto o 5.5 outorga o matiz acaju desejado.
O oxidante de 20 volumes não altera a tonalidade natural.
PARA OBTER UM TOM SOBRE TOM, COBERTURA DOS CABELOS BRANCOS E REPIGMENTAÇÃO
Cor natural 7 com 40% de cabelos brancos e 100% na parte frontal.
Resultado desejado 7.3 (loiro dourado).
É necessário pré pigmentar a região frontal dos cabelos brancoscom um tom loiro dourado puro.
Depois desta operação, para obter o objetivo final, se faz oportuno aplicar sobre toda a cabeleira o produto formulado da seguinte forma:
½ parte de 7.0 + ½ parte de 7.3 + oxidante de 20 volumes.
Inicia-se distribuindo o produto sobre a nuca até a parte frontal já pré pigmentada, tendo o cuidado de misturar as duas cores massageando-as para obter o resultado desejado.
TÉCNICA DIFERENTE – DUAS MISTURAS
Em uma cabeleira castanho claro (tom 5) com 80% de cabelos brancos na região dianteira e 30 % na parte traseira, quer se obter um loiro escuro.
NA REGIÃO DIANTEIRA
Prepara-se uma mistura em meio tom mais escuro (volumes de oxidante baixos), com a referência à da parte traseira, acrescentando uma tonalidade vermelho dourada.
NA REGIÃO TRASEIRA
Prepara-se uma mistura em meio tom mais claro (volumes mais altos de oxidante), com referência à da parte dianteira, acrescentando uma tonalidade cinza.
MISTURA PARA A PARTE DIANTEIRA
7.0 + oxidante de 20 volumes
MISTURA PARA A PARTE TRASEIRA
8.0 + 7.1 + oxidante de 30 volumes
COBERTURA, CLAREAÇÃO E PREPIGMENTAÇÃO
Em uma cabeleira de tom 5 com cabelos brancos concentrados em regiões, queremos obter um tom 7. É necessário prepigmentar a região dos cabelos brancos com um tom 8 dourado puro. Depois desta primeira operação, para atingir o objetivo final, deve ser aplicado sobre toda a cabeleira o produto formulado da seguinte forma:
7.0 + 7.3 + oxidante de 30 volumes
Inicia-se com a distribuição da cor desde a nuca até a parte frontal já prepigmentada, tomando cuidado para misturar as duas cores massageando-as, para obter o resultado desejado e evitar que os cabelos brancos não sejam cobertos.
SUPER-CLAREADORES, COBERTURA DE CABELOS BRANCOS E PREPIGMENTAÇÃO
Em uma cabeleira tom 5 com 40% dos cabelos brancos e 100% na parte frontal, queremos obter um tom 9.
É necessário prepigmentar a região dos cabelos brancos com um tom 8 dourado puro.
Depois desta primeira operação, para atingir o objetivo final, deve ser aplicado sobre toda a cabeleira o produto formulado da seguinte forma:
9.0 + SSC + oxidante de 40 volumes + 000
Inicia-se a distribuição da cor desde a nuca até a parte frontal, já pré pigmentada, tomando o devido cuidado de misturar as duas cores massageando-as, para obter o resultado desejado. O acréscimo da cor natural serve para cobrir os cabelos brancos, pois o super clareador tem pouca concentração de cor.
COLORAÇÃO FANTASIA E COBERTURA DOS CABELOS BRANCOS
Sempre deixe ser feita uma mistura com uma cor natural mais a cor que corresponde aos reflexos desejados.
A quantidade de produto de reflexo deve ser utilizada no máximo em partes iguais.
Para determinar de forma exata o tom da cor, sempre comparar o tom natural do cabelo com a mecha da carta de cores, aproximando uma da outra.
CAPÍTULO 9 - AS CHAVES DO SUCESSO PARA UMA BOA COLORAÇÃO
Vimos que a coloração é a mudança total da pigmentação natural, que vem saturada e coberta de forma uniforme, intensa, invariável e duradoura.
Suas finalidades podem ser muitas. Desde a devolução da cor natural a um cabelo velho e branco, até a total transformação de qualquer tonalidade de cabelo, seja mais escuro ou mais claro. É uma operação que está sujeita, principalmente, à moda.
Vimos, também, que a pré pigmentação é uma técnica estudada para reconstituir os pigmentos que faltam em um cabelo branco, com a finalidade de obter uma cor cosmética homogênea: a pré pigmentação é necessária quando se apresenta uma elevada porcentagem de cabelos brancos, principalmente quando estão concentrados em regiões (crescimentos).
Este especial aporte de cor permite obter um resultado final uniforme
Agora passaremos a outras chaves de sucesso que são:
                                               DESCOLORAÇÃO
                                               DECAPAGEM
                                               REPIGMENTAÇÃO
                                               TONALIZAÇÃO
A DESCOLORAÇÃO
A redução da concentração da cor do cabelo por uma ação exercida sobre os pigmentos, chama-se “DESCOLORAÇÃO”.
A descoloração é a operação realizada com produtos químicos que têm como base dois elementos fundamentais:
- A água oxigenada com várias concentrações
- O produto descorante
As substâncias água oxigenada e produto descorante liberam o oxigênio ativo que atua sobre os pigmentos de melanina reduzindo sua concentração e provocando um efeito clareador. A descoloração, além de ser indispensável para clarear mais 4 tons, é necessária quando se querem obter colorações especiais muito claras ou muito de fantasia. Existem algumas normas importantes que devem ser respeitadas quando se faz um clareamento. Efetivamente, quando aplicamos um descorante sobre todo o comprimento do cabelo natural (raiz, cabeleira, ponta), vemos que a raiz descolore-se mais rapidamente do que as outras partes. O motivo é que a raiz recebe mais calor porque se encontra perto do couro cabeludo, que tem a temperatura do corpo humano (37°). Isto causa uma maior absorção do oxigênio e, por este motivo inicia-se na cabeleira passando logo às raízes, com tempos de exposição diferentes. Ao observarmos várias cabeleiras, notamos que a parte frontal é sempre mais clara e sensível, no que diz respeito à parte traseira (nuca), onde a solidez da estrutura diminui a penetração dos agentes descorantes. É bom lembrar que sempre se deve iniciar a aplicação dos descorantes a partir da nuca.
A descoloração é um tratamento delicado, muito técnico que requer prática, responsabilidade e um estudo atento de cada caso. É uma boa norma respeitar as seguintes considerações:
01. NEM TODOS OS CABELOS PODEM SER DESCOLORIDOS FACILMENTE.
02. NEM TODOS OS CABELOS ABSORVEM DA MESMA FORMA E PODEM APRESENTAR DIFICULDADES, QUE PARA SUPERÁ-LAS É NECESSÁRIO:
- OU AUMENTAR OS VOLUMES DA AGUA OXIGENADA;
- OU PROLONGAR O TEMPO DE EXPOSIÇÃO.
Outros problemas podem derivar da cor da pigmentação do cabelo.
Os cabelos com pouca pigmentação (por exemplo os loiros) facilmente se prestam a qualquer tratamento de clareamento; aqueles que tem muita pigmentação (cores escuras) são mais difíceis de tratar, portanto, para realizar a descoloração nos mesmos a melhor forma é:
- ou aumentar a força do produto (diminuindo a quantidade de H2O2 de dosidificação);
- ou aplicar duas vezes
É importante lembrar que os produtos para descolorir contêm  substâncias especiais chamadas “tampões”, que freiam e equilibram a reação química que determina a descoloração.
Particularmente, os tampões que se encontram nos produtos descorantes servem para evitar uma redução muito violenta do “PH” do cabelo, durante o tempo de exposição do mesmo ao produto.
ADVERTÊNCIAS:
Nunca se deve lavar com shampoo antes da descoloração. O lavado retira a gordura do couro cabeludo e dos cabelos, que ficam muito exposto à ação do produto descorante, existindo a possibilidade de danificá-los. Seja qual for o método utilizado para descolorir o cabelo, no final do tratamento, é necessário recuperar certo grau de acidez. Além da ação da água oxigenada, acrescentada ao produto descorante, não atua somente sobre o pigmento, mas também sobre a queratina, desta forma a mesma sofre alterações.
O cabelo, nestas condições, fica poroso e sua carga de ruptura diminui, tornando-se mais frágil. Tudo isto significa que os cabelos, depois de realizada a descoloração, são muito sensíveis: temos sempre que lembrar disto ao realizar sucessivamente qualquer outro tratamento.
DECAPAGEM
A decapagem é um tratamento análogo à descoloração. Este tratamento é realizado em todos os casos em que é necessário eliminar um coloração cosmética do cabelo, para substituí-la por outra, ou para tirar uma cor desagradável devido a uma aplicação mal feita.
A decapagem é obtida com a oxidação acrescentada da cor cosmética, seja qual for o grau de clareamento que se quer obter (número de tons). No caso de querer um produto descorante em pó, deve-se agir da seguinte forma:
REPIGMENTAÇÃO
A repigmentação é a técnica usada para reconstituir

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