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PROCESSO PENAL II
PRISÃO CAUTELAR 
É aquela decretada antes do trânsito em julgado penal condenatório, com o objetivo de assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal. 
Princípio da presunção de não culpabilidade- A privação de liberdade só seria correta, após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Porém, alguns incidentes podem ocorrer durante a investigação ou instrução do processo. Diante disso, a cautelar será necessária.
Não pode ser utilizada como antecipação de cumprimento de prisão pena. Artigo 313, §2º do CPP. 
Súmula vinculante nº 56- Não é aplicada ao preso cautelar, destina-se exclusivamente aos casos de efetivo cumprimento de pena.
MOMENTO DA PRISÃO E IMUNIDADES PRISIONAIS
De acordo com o artigo 283, §2º, do CPP, a prisão poderá ser efetivada a qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. 
Emprego de força- não será permitido, salvo no caso de resistência ou tentativa de fuga- Artigo 284 do CPP e 234, caput, do CPPM
Leitura obrigatória: Artigo 5º, XI e LXI da CF/88- prisão, salvo Flagrante delito; interceptação telefônica- Artigo 5º XII. Artigo 176,caput, CPPMilitar
Imunidades prisionais: Ex.: Presidente da República- Artigo 86, § 3º, § 4º, da CF; Senadores, deputados federais e estaduais ou distritais- Artigo 53, §2º, c/c artigo 27,§1º e vide súmula 4 do STF; Chefe de governo estrangeiro ou de Estado estrangeiro- Imunidade diplomática, dentre outros.
MODALIDADES DAS PRISÕES CAUTELARES: 
. FLAGRANTE
. PREVENTIVA
. TEMPORÁRIA
ESPÉCIES DE FLAGRANTE:
Disciplinadas pelo: CPP; Legislação especial e aquelas idealizadas por doutrinadores e jurisprudência
FLAGRANTE PRÓPRIO- Artigo 302, I e II do CPP
FLAGRANTE IMPRÓPRIO- Artigo 302, III do CPP e 290 § 1º, do CPP (conceito de perseguição)
FLAGRANTE PRESUMIDO- Artigo 302, IV do CPP
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO/COMPULSÓRIO- Artigo 144, CF e Artigo 301, do CPP
FLAGRANTE FACULTATIVO- Artigo 301 do CPP
FLAGRANTE ESPERADO- 
FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO/PUTATIVO/DE ENSAIO- 
FLAGRANTE PRORROGADO/POSTERGADO/RETARDADO/ESTRATÉGICO- 
FLAGRANTE FORJADO-
Regras gerais FD:
Conceito: Delito que ainda queima. Está sendo cometido ou acabou de sê-lo; 
Medida restritiva de liberdade, de caráter eminentemente administrativo.;
Efeitos: Permite-se que faça cessar imediatamente a infração. É uma forma de autopreservação e defesa da sociedade. 
Flagrante Obrigatório e Flagrante facultativo;
Natureza Jurídica: Ato complexo, com duas fases bem distintas: prisão- captura, de ordem administrativa, que se estabelece no momento que se faz a comunicação ao Juiz. Pré-cautelar- de natureza pessoal (qq pessoa pode prender/policiais). O próprio tempo, ou seja, 24 horas e sua análise. 
Funções da Prisão em Flagrante: Evitar fuga; auxiliar na colheita de provas; impedir consumação do delito; preservar a integridade física do preso em caso de comoção, identificar autoria, etc.
FLAGRANTE:
PRÓPRIO- Artigo 302, I e II do CPP
É a modalidade que mais se aproxima da origem da palavra flagrante, pois há um vínculo de imediatidade entre a ocorrência da infração e a realização da prisão.
A prisão deve ocorrer de imediato, sem decurso de qualquer intervalo
IMPRÓPRIO- Artigo 302, III do CPP e 290 § 1º, do CPP 
A expressão “logo após” abarca todos espaço de tempo que flui para a polícia chegar ao local, colher as provas do delito e iniciar a perseguição do autor. 
Perseguição ininterrupta x 24 horas (crença popular);
Conceito legal de perseguição: Art. 290, § 1º do CPP
FLAGRANTE:
FLAGRANTE PRESUMIDO/FICTO/ASSIMILADO- Artigo 302, IV do CPP
Não exige aqui perseguição. Basta que a pessoa em situação de suspeita, seja encontrada logo depois da prática do ilícito. 
A posse do objeto é que vincula o suposto autor do crime. 
O lapso temporal é ainda mais dilatado. 
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO/COMPULSÓRIO- Artigo 144, CF e Artigo 301, do CPP
Forças de Segurança: Polícia Federal/Militar/Civil/Rodoviária/Bombeiro Militar- Estrito cumprimento do dever legal.
FLAGRANTE FACULTATIVO- Artigo 301 do CPP
FLAGRANTE ESPERADO- .
A Polícia antecipa-se ao criminoso, realizando a prisão quando os atos executórios são deflagrados;
Artigo 302, I do CPP
Neste a polícia aguarda o início dos atos executórios, e, uma vez iniciados, estará obrigada à realização da prisão.
Enunciado do STJ nº 567- 
Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
FLAGRANTE PRORROGADO/DIFERIDO/RETARDADO/ESTRATÉGICO- 
No flagrante diferido, a polícia deixa de efetivar a prisão, mesmo presenciando o crime, pois do ponto de vista estratégico, esta será a melhor opção. 
A Lei 12.850/2013- Organização Criminosa, previu expressamente o instituto em seu artigo 8º. A nova lei de combate ao crime organizado, prevê que a autoridade policial deve oficiar ao Juiz, e o Juiz ouvindo o MP, poderá definir os limites daquelas diligências. Basta um ofício, comunicando ao Magistrado que irão postergar o flagrante e o Juiz, poderá definir. Ex: Organização Criminosa, especializada em Tráfico internacional de mulheres, para redes de prostituição na Europa.
Temos também esse flagrante postergado, na lei de drogas- artigo 53, II, da Lei 11.343/06, que já trata, que Delegado quem deverá representar ao Juiz, para que o Juiz delibere ou não, após ouvir o MP. Aqui, informará o itinerário da droga e quem são os criminosos. 
Esse flagrante postergado, não cabe em qualquer situação, mas tem previsão em legislação especial. Temos também na lavagem de capitais- Artigo 4º, B da Lei 9.613/98. Necessária, prévia autorização judicial e com manifestação prévia do MP. 
FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO/PUTATIVO/DE ENSAIO- 
O Agente é induzido ou instigado a cometer delito, neste momento é preso; 
Os fins não justificam os meios, ou seja, mesmo que o agente já é famoso no crime, o Estado não pode estimular a prática do delito.
Ex: Usar o criança como “isca” para pedófilo que não estava à procura.
E casos de Crime permanente? Ex.: Traficante é abordado por policial disfarçado de usuário, não tinha a droga e foi buscar- Crime impossível. Tinha a droga, crime permanente, prisão legal.
Súmula 145 do STF- Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Prisão ilegal- Se iniciar processo ou IP, caberá HC para trancamento. 
FLAGRANTE FORJADO:
Também conhecido como fabricado, urdido ou maquinado, que ocorre quando a polícia cria uma falsa situação flagrancial para prender o indivíduo. Ex: a polícia coloca uma arma de fogo de uso proibido no interior do veículo de uma pessoa, para que possa prendê-la, logo que ela assumir o volante.
O único infrator é o agente fraudador, poderá responder por denunciação caluniosa ou se servidor for, por abuso de Autoridade. 
Registro de evento de defesa social- REDS.
Módulo informatizado, desenvolvido para permitir o lançamento dos registros de fatos policiais (da Polícia Militar e da Polícia Civil), de trânsito urbano e rodoviário, de meio-ambiente, de Bombeiros e outros afins, independentemente da origem, forma de comunicação ou documento inicial, a fim de constituir base de dados única, formada pela totalidade dos Eventos de Defesa Social do Estado de Minas Gerais. Os registros efetuados no módulo REDS receberão uma numeração seqüencial única e anual.
TCO- Termo Circunstanciado de Ocorrência. 
Em caso de infração de menor potencial ofensivo, o preso terá a opção de assinar o termo de compromisso. Caso ele assine, será lavrado um termo circunstancial de ocorrência. Caso contrário, será lavrado o auto de prisão em flagrante.
A Ministra Carmen Lúcia expôs: “Considerando-se que o termo circunstanciado não é procedimento investigativo, mas peça informativa com descrição detalhada do fato e as declarações do condutor do flagrante e do autor do fato”. Assim, mais uma vez, reforçou a possibilidade de lavratura do TCO pela Polícia MilitarPROCEDIMENTO: VISÃO MACRO
1º Passo: CAPTURA- ela simboliza o imediato cerceamento da liberdade. Uso de algemas: STF, a matéria é tratada na súmula vinculante nº 11. Será constado no BO, porque usaram. Art. 292, § único do CPP;
2º Passo: CONDUÇÃO COERCITIVA: O sujeito será levado de forma coercitiva ao Delegado/Autoridade Policial. Cabe ao Delegado do local da captura, presidir o Flagrante (art. 308 do CPP);
3º Passo: FORMALIZAÇÃO DA PRISÃO- APF: Art. 304 do CPP;
4º Passo: RECOLHIMENTO AO CÁRCERE: 1ª Obs: nos crimes, com pena máxima até 04 anos, o Delegado é legitimado ao arbitramento da fiança- Art. 322 do CPP. 2ª Obs: Nas infrações de menor potencial ofensivo, lavra-se o TCO. Neste caso, só aplicamos o 1º e 2º passo, substituímos a lavratura do APF, pelo TCO. Artigo, 69 da Lei 9.099/95.
Auto de Prisão em Flagrante- Lavratura
 Artigo 304 do CPP
É o documento elaborado sob a presidência da autoridade policial a quem foi apresentada a pessoa presa em flagrante em que constam as circunstâncias do delito e da prisão. Deve ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas a contar do ato da prisão. Durante sua lavratura a autoridade policial deverá indagar do indiciado se pretende indicar algum familiar ou outra pessoa para que seja informada de sua prisão, assim como questiona se ele possui advogado que deva ser contatado. Se o preso informar que não possui Defensor constituído, cópia do auto de prisão deverá ser encaminhada à Defensoria Pública. Por fim, da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
DESDOBRAMENTO DO PROCEDIMENTO- DE ACORDO COM O PACOTE ANTICRIME
Em 24 horas da prisão, o Delegado tem obrigações a cumprir:
1ª Obrigação: Cabe ao Delegado, entregar ao preso a nota de Culpa. Contendo os motivos e os responsáveis pela prisão e eventuais testemunhas. Art. 306, §2º do CPP, c/c art. 5º, LXIV, da CF/88
2ª Obrigação: Nas mesmas 24 horas, caso o preso não tenha Advogado, será encaminhado, cópia do APF ao Defensor Público, Artigo 306, § 1º do CPP;
3ª Obrigação: Nas mesmas 24 horas, o APF deverá ser remetido ao Juiz das Garantias, para realizar Audiência de Custódia- Art. 306, §1º do CPP
Questões complementares: objeto de concurso público.
Crimes de ação penal privada e pública condicionada: Admite-se o Flagrante, mas para a lavratura do APF, dependerá da representação do Ofendido, o Delegado não pode promover a lavratura do APF. 
Crimes permanentes: É aquele crime 	que está se consumando a todo tempo, enquanto perdurar a permanência, art. 303 do CPP. 
ADVERTÊNCIA PARA O JULGAMENTO 606.616/RO: Para o STF, no julgamento do RE 603.616/RO, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, a invasão domiciliar para a realização de uma prisão em flagrante exige que existam prévio indícios justificando a invasão, sob pena de ilegalidade da prisão, ilicitude da prova, além de responsabilidade administrativa e criminal dos invasores. 
Audiência de Custódia
A audiência de custódia corrige de forma simples e eficiente a dicotomia gerada: o preso em flagrante será imediatamente conduzido à presença do juiz para ser ouvido, momento em que o juiz decidirá sobre as medidas previstas no art. 310. Trata-se de uma prática factível e perfeitamente realizável. O mesmo juiz plantonista que hoje recebe – a qualquer hora – os autos da prisão em flagrante e precisa analisá-los, fará uma rápida e simples audiência com o detido.
A inovação agora é inserir, nesta fase, uma audiência, onde o preso seja – após a formalização do auto de prisão em flagrante feito pela autoridade policial – ouvido por um juiz, que decidirá nesta audiência se o flagrante será homologado ou não e, ato contínuo, se a prisão preventiva é necessária ou se é caso de aplicação das medidas cautelares diversas (art. 319).
Essencialmente, a audiência de custódia humaniza o ato da prisão, permite um melhor controle da legalidade do flagrante e, principalmente, cria condições melhores para o juiz avaliar a situação e a necessidade ou não da prisão cautelar (inclusive temporária ou preventiva)
Condução do Detento para Audiência de Custódia
Audiência de Custódia- É o Ato solene, onde o Juiz deverá ouvir o preso na presença do RMP e do Advogado, para aferir se o sujeito foi maltratado no momento da prisão, assim como, para deliberar sobre a situação prisional.
Embasamento normativo- No Brasil ela ganhou regulamentação na Resolução 213 do CNJ, e o art. 310 do CPP.
Pertinência- Prendeu preventivamente ou temporariamente, realiza audiência de custódia. 
PRAZO: 24H ART. 310 CPP. Na prisão Preventiva e Temporária, 24h da concretização da prisão.
A FIGURA DO JUIZ DAS GARANTIAS- Decisão STF-2023
Quem vai receber a denúncia será o Juiz da Instrução e do Processo, não o das Garantias, segundo decisão do Supremo. O Juiz das Garantias, cessará no oferecimento da denúncia. Quem receberá a denúncia, será o Juiz do Processo. 
Agora, o IP entra no processo. Exclusão física dos autos do IP- STF decidiu que é inconstitucional, ou seja, o Juiz da Instrução terá acesso aos autos do IP.
O Juiz da Instrução será quem irá analisar a manutenção das cautelares.
O rMP se manifestar pelo arquivamento do IP, quem decidirá será o Juiz. A Vítima terá o direito de requerer a Instância Superior do MP, se o Juiz decidir pelo pedido do MP para arquivamento. 
310, § 4º, foi declarado Inconstitucional.
Juízes das Garantias não será aplicado nas ações já existentes- Decisão STF 2023. 
Sistema acusatório, mas se o Juiz quiser, pode ir até a prova- Decisão STF 2023.
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA POR VIDEOCONFERÊNCIA. 
Em relação à possibilidade da realização de audiência de custódia por videoconferência, Fux a considerou um meio apto para verificar a integridade do preso e garantir seus direitos e ressaltou que seu uso é fomentado pela legislação brasileira há tempos e agiliza a tramitação dos processos. Para ele, não aceitar essa modalidade de audiência é um retrocesso. STF-2023
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA E SEU PROCEDIMENTO
1- O Juiz decidirá: (artigo 310 do CPP)
A) Pelo Relaxamento da prisão;
B) Pela Manutenção da prisão;
C) Pelo deferimento de medidas cautelares alternativas;
D) Pela Concessão de Liberdade Provisória
Artigo 310, § 3º do CPP: A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) e Artigo 310, § 3º. Foram declarados inconstitucional- STF 2023/Agosto
Relaxamento da prisão- Artigo 310, I do CPP e ART.5º LXV
Segundo o artigo 5º, inciso LXV, da Constituição: - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de ilegalidade na prisão em flagrante, conforme pode dar a entender o artigo 310, inciso I, do CPP (Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente relaxar a prisão ilegal).
Trata-se de ilegalidade em qualquer prisão e não apenas na decorrente de flagrante delito, como no caso da prisão preventiva que possui algum tipo de ilegalidade ou que não preencheu os requisitos para a sua decretação.
Libertação incondicional da pessoa que foi ilegalmente presa.
Se o Juiz entender que o APF foi legal, o Juiz irá homologar o APF. Com a homologação, o Juiz poderá tomar outras medidas.
Se a prisão é legal: cabe ao Juiz, homologar o APF
O Juiz homologando o APF, teremos medidas que o Juiz poderá implementar uma das seguintes medidas: 
A- Manter essa pessoa em cárcere é necessário – Converte em PP (Art. 310, II do CPP), desde que presente os requisitos da mesma (art. 312 do CPP); É necessário que o Juiz for provocado; e se não forem, as medidas cautelares, as mais adequadas (art. 319 do CPP).
Obs.: Por mais que o artigo 310 do CPP seja omisso, nosso CPP comunga do Princípioda fungibilidade, ou seja, podendo o Juiz, se provocado pelo rMP, converter o APF em Prisão Temporária, desde que presentes os requisitos do art. 1º da Lei 7960/89.
Se a prisão é legal: cabe ao Juiz, homologar o APF
O Juiz homologando o APF, teremos medidas que o Juiz poderá implementar uma das seguintes medidas: 
A- Manter essa pessoa em cárcere é necessário – Converte em PP (Art. 310, II do CPP), desde que presente os requisitos da mesma (art. 312 do CPP); É necessário que o Juiz for provocado; e se não forem, as medidas cautelares, as mais adequadas (art. 319 do CPP).
Obs.: Por mais que o artigo 310 do CPP seja omisso, nosso CPP comunga do Princípio da fungibilidade, ou seja, podendo o Juiz, se provocado pelo rMP, converter o APF em Prisão Temporária, desde que presentes os requisitos do art. 1º da Lei 7960/89.
Conversão do APF por Prisão preventiva de ofício
Com a sistemática processual de prestígio ao modelo acusatório foi reforçada pelo advento da Lei n° 13.964/2019, que, recentemente, promoveu profundas alterações ao Código de Processo Penal. Dentre as alterações feitas, extrai-se justamente a vedação ao magistrado de realizar a análise do auto de prisão em flagrante e decretar, de oficio, medidas cautelares pessoais ao investigado, devendo, pois, deixar a análise desta última questão às partes, a fim de não comprometer sua imparcialidade e de sorte a dar concretude ao princípio do contraditório. Segundo Renato Brasileiro de Lima, a nova redação legal prestigia, de fato, o sistema acusatório, o qual determina que “a relação processual somente pode ter início mediante a provocação de pessoa encarregada de deduzir a pretensão punitiva (ne oadar judex er officio)” É dizer, portanto, que, com a nova redação conferida aos arts. 282, §§ 2º e 4°, e 311, ambos do Código de Processo Penal, pelo Pacote Anticrime, denota-se que, doravante, não mais poderá o juiz decretar nenhuma medida cautelar de oficio, pouco importando o momento da persecução penal
LIBERDADE PROVISÓRIA Artigo 310, III do CPP- Homologado o APF- PRISÃO LEGAL
Caso não exista ilegalidade na prisão em flagrante, apta a gerar o relaxamento da prisão, a Autoridade Judiciária, entendendo não estarem presentes os requisitos da prisão preventiva, concederá liberdade provisória ao indiciado, mediante a substituição (ou não) por medidas cautelares diversas da prisão (artigo 319, CPP), como a fiança, por exemplo.
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)
Liberdade provisória com e sem fiança
Crimes inafiançáveis no CPP: 
Art. 323.  Não será concedida fiança: 
I - nos crimes de racismo;
  II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;  
Art. 324.  Não será, igualmente, concedida fiança:           
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;           
II - em caso de prisão civil ou militar;  
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
Fixação da fiança e suas regras:
Art. 326.  Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327.  A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
Art. 328.  O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
VALORES:
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;           
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.          
§ 1o  Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:          
I - dispensada, na forma do art. 350 do CPP
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou           
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.               
Art. 336.  O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.  
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
Art. 321.  Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.  § 1º  A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
 Crimes hediondos e equiparados
 Lei nº 8.072/90 
Artigo 1º- (....) e VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);  
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança e liberdade provisória.
II - fiança.          
 
 Prisão preventiva
 Artigos importantes: 310, II, 311;312;313CPP
Artigo 310, II do CPP- CONVERTER a prisão em preventiva, quando presentes os requisitos do 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversa da prisão.
Obs.: Artigo 20 da Lei Maria da Penha permite a decretação de oficio na fase investigativa e processual. Grande parte dos doutrinadores afirmam uma grave ofensa ao Sistema acusatório. 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva DECRETRADA pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente (268 do CPP), ou por representação da autoridade policial.
Vide artigo 3º-A do CPP- Vedada a iniciativa do Juiz na fase investigativa. 
PONTOS RELEVANTES PARA DECRETAÇÃO DA PREVENTIVA
Conceito:
É uma espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente, mediante representação (311 do CPP) da autoridade policial, ou a requerimento do rMP, do Querelante ou Assistente, em qualquer fase da investigação ou do processo, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais(art.313 CPP) e ocorrem os motivos autorizadores listados no artigo 312 do CPP e desde que se revelem inadequadas ou insuficientes as mediadas cautelares diversas da prisão (CPP, art. 319)
Pressupostos:
Está condicionada à presença concomitante do fumus boni iuris (fumus comissi delicti- fumaça da prática de um crime. consubstanciado pela prova da materialidade e indícios suficientes de autoria ou participação), justa causapara decretação da PP, caput do 312 do CPP. 
periculum in mora (periculum libertatis)-A liberdade dessa pessoa é um risco? 
Hipóteses: garantia da ordem pública, econômica, conveniência da instrução criminal e ou garantia de aplicação da lei penal).
Previsões no CPP
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal (Periculum libertatis), quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Fumus comissi delicti)
1- descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). 312, §1º
2-deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.   312, §2º
 REQUISITOS DO 312 do CPP
1- GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
Aferição da garantia da ordem pública envolve os seguintes elementos:
 A) Periculosidade (perigosidade) do sujeito; B) Repercussão social do fato; C) Gravidade concreta do crime. D) a ordem pública está em risco quando o sujeito em liberdade provavelmente continuará a delinquir
2- GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA
2.1- Almejamos evitar que o sujeito em liberdade continue a praticar delitos contra a ordem econômica. 
2.2- Lei 1.521/51 (crimes contra economia popular); Lei 7.134/83 (aplicação ilegal de créditos (...); Lei 7.492/86 (crime contra o sistema financeiro Nacional); Lei 8137/90 (crimes contra a ordem tributária (...); Lei 8.176/91 (Crimes contra a Ordem econômica); Lei 9.279/96 (propriedade industrial); Lei 9.613/98 (crimes de lavagem de capitais)
 REQUISITOS DO 312 do CPP
3- GARANTIA DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL- O agente demonstra que pretende fugir do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da pena. 
 Juiz decreta somente com elementos concretos constantes nos autos. 
6- Ausência de identificação civil- A prisão persiste, até apresentação do documento ou esclarecimento da dúvida quanto a identidade.
4- CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL-
 Visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas, evitando que o agente comprometa de qualquer maneira a busca da verdade real. Ex: ameaçando testemunha. 
5- Descumprimento de qualquer obrigação imposta por força de outra medida cautelar- O juiz poderá adotar as seguintes soluções: g.1) Substituir a medida por outra. g.2) Cumular a medida com outra. g.3) Decretar a prisão preventiva. 
Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;            
 II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;          
§ 1º  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.         
 
Conversão do APF por Prisão preventiva de ofício
Com a sistemática processual de prestígio ao modelo acusatório foi reforçada pelo advento da Lei n° 13.964/2019, que, recentemente, promoveu profundas alterações ao Código de Processo Penal. Dentre as alterações feitas, extrai-se justamente a vedação ao magistrado de realizar a análise do auto de prisão em flagrante e decretar, de oficio, medidas cautelares pessoais ao investigado, devendo, pois, deixar a análise desta última questão às partes, a fim de não comprometer sua imparcialidade e de sorte a dar concretude ao princípio do contraditório. Segundo Renato Brasileiro de Lima, a nova redação legal prestigia, de fato, o sistema acusatório, o qual determina que “a relação processual somente pode ter início mediante a provocação de pessoa encarregada de deduzir a pretensão punitiva (ne oadar judex er officio)” É dizer, portanto, que, com a nova redação conferida aos arts. 282, §§ 2º e 4°, e 311, ambos do Código de Processo Penal, pelo Pacote Anticrime, denota-se que, doravante, não mais poderá o juiz decretar nenhuma medida cautelar de oficio, pouco importando o momento da persecução penal
Todo crime praticado pelo sujeito comporta preventiva?
Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;  Exceção: Reincidência; ausência de identificação civil; descumprimento de medida protetiva de urgência e descumprimento de medida cautelar do 319 do CPP. Aqui pouco importa pena máxima do crime.  
A pessoa amparada por excludente de ilicitude, não terá sua preventiva decretada. Art. 314 do CPP    
 II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;          
§ 1º  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.         
 
 PREVENTIVA E SUA REVOGAÇÃO
Art. 316. O juiz poderá, de ofício OU a pedido das partes, REVOGAR a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.       
Reforça: a preventiva será decretada em último caso.....
Neste sentido, o artigo 282, § 6º, do CPP, estabelece que a prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art 319 do CPP, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar, deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
DURAÇÃO DA PREVENTIVA E EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA
Conselho Nacional de Justiça-Lavrador V.R.A., 42 anos- 11 anos sem data de julgamento, no presídio no Espírito Santo. Homicídio em 1998.*
 Indeterminação acerca do prazo de duração da prisão preventiva. Exceção: Art. 390 do CPPM- 50 dias para a conclusão da Instrução. Art. 22 da Lei 12.850/13- Organizações Criminosas- 120 dias.
 Posição jurisprudencial- O processo deveria estar concluído entre 95 a 190 dias. Constrangimento ilegal a liberdade de locomoção, autorizando o relaxamento de prisão (art. 648, II do CPP HC).
FUNDAMENTAÇÃO DO MANDADO- DE ACORDO COM O ART. 93, IX, CF E COM O ART. 315DO CPP, O MANDADO DE PRISÃO DEVE SER NECESSARIAMENTE MOTIVADO, EXPLICITANDO AS RAZÕES DO CÁRCERE
. Obs.1. De acordo com o § 1° do art. 315 do CPP, o juiz devem embasar a decisão em argumentos novos ou contemporâneos, já que a preventiva não podem estar amparada em argumentos passados e exauridos. Conclusão: o crime é pretérito. A justifica da prisão, todavia, deve ser atual (princípio da contemporaneidade). 
Obs.2. O § 2° do art. 315 do CPP adota a mesma redação do § 1° do art. 489 do CPC, indicando quando a decisão judicial não está motivada. 
Obs.3. A carência de motivação provoca a nulidade da decisão, por força do inciso V do art. 564 do CPP. Obs.4. Fundamentação “per relationem”- ele revela o comportamento do juiz que indica que as razões da decisão foram apontadas no requerimento ministerial ou na representação do delegado. 
Prazo máximo da prisão preventiva em outro País x Brasil. 
Portugal- Art. 215 – 4 meses sem apresentação da denúncia; 8 meses se não ocorreu audiência de instrução e sentença; 1ano a 2 meses, sem condenação transitada em Julgado. 
Artigo 316, § único do CPP- Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão fundamentada de oficio, sob pena de se tornar a prisão ilegal. (Lei 13.964/2019)
SÚMULAS STJ e STF
Súmula 52 – Encerrada a instrução, fica superada a alegação do constrangimento da prisão por excesso de prazo;
Súmula 64 – Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.
Súmula 21 – Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo;
Súmula 697- A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.
PRISÃO DOMICILIAR
Aspectos gerais:
O condenado segue preso, porém em sua própria residência ou no local em que exerce suas atividades profissionais, uma vez que juridicamente comprovado, podendo apenas deixar estes ambientes com autorização judicial, assim como ocorre na prisão convencional. 
Aqueles que cumprem prisão domiciliar costumam ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas, conforme previsto no artigo 146-B, IV, da Lei nº 12.258/2010.
A prisão domiciliar é prevista pelo Código de Processo Penal (CPP) e na Lei de Execução Penal (LEP). Segundo o artigo 317 do CPP, o modelo de cumprimento de pena consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, apenas podendo ausentar-se da mesma mediante autorização judicial. 
Sua aplicação pode ocorrer durante o inquérito policial ou no processo criminal, sendo o estilo do regime nunca inicialmente o domiciliar, ocorrendo somente em caso de substituição de pena preventiva ou em regime aberto. 
CABIMENTO: Preventiva; na LEP (regime aberto) e na ausência de vaga no sistema prisional (mais raro). 
É Possível solicitar a prisão domiciliar como substituição da prisão preventiva, Bem como, conforme a lei de execução penal, é para que haja a substituição da prisão em estabelecimento prisional, para aqueles condenados que cumprem pena em regime aberto. Também é cabível quando não há vagas em unidades prisionais.
Hipóteses de Cabimento para Cumprimento de Pena em Prisão Domiciliar- art 318 do PP
Nem todos os condenados e presos provisórios possuem direito à prisão domiciliar. Consoante ao artigo 318 do CPP, possuem direito à prisão domiciliar:
- Indivíduos acima de 80 anos;
- Aquele que possui saúde debilitada devido à alguma doença grave (é necessário apresentar comprovação; médica e que seja uma doença impossível de tratar no sistema penitenciário);
- Aquele que seja imprescindível para cuidar de criança menor de 6 anos de idade;
- Aquele que seja imprescindível para cuidar de pessoa com deficiência;
- Gestante e mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
- Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até doze anos incompletos.
Obs: Parágrafo único.  Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.    
  Art. 318-A e B.  
 Art. 318-A- A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:   
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;       
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.    
Art. 318-B.  A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.       
Ausência de vagas no sistema prisional
Além disso, em caso de falta de vagas adequadas para o cumprimento do regime previsto na sentença em estabelecimentos penitenciários, o condenado não deve ser submetido a condições mais severas, devendo ser autorizado a cumprir um regime prisional que o beneficie. 
Vagando o estabelecimento adequado para o cumprimento da pena imposta, a prisão domiciliar será interrompida, e o condenado será conduzido para o estabelecimento prisional.
Importante evidenciar que a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar é possibilidade concedida pelo juiz. Logo, não gera obrigatoriedade.
Segundo o artigo 42 do Código Penal, a computação da pena privativa de liberdade é o tempo da prisão provisória, o que permite ao réu o direito a detração, podendo esta ser descontada na eventual pena a ser cumprida, caso haja a condenação.
 PRISÃO TEMPORÁRIA
A Lei 7.960/89, foi criada como o objetivo de assegurar a eficácia das investigações criminais quanto a alguns crimes graves. Outra preocupação era acabar com a chamada prisão para averiguação. 
 
Exposição de motivos: “a prisão só pode ser executada depois da expedição do mandado judicial”- Fim à famigerada prisão para averiguação. Fim a simples comunicação da prisão ao Juiz.
MEDIDA CAUTELAR
Espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente, com prazo preestabelecido de duração, cabível somente na fase investigativa, quando a privação de liberdade da pessoa for indispensável para obtenção de elementos de informação quanto à autoria e materialidade das infrações penais expressas na lei. 
 PRISÃO TEMPORÁRIA
Conceito: Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente durante a fase preliminar de investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação de liberdade de locomoção do individuo for indispensável para obtenção de elementos de informação quanto à autoria e materialidade das infrações penais mencionadas no artigo 1º, III da Lei 7.960/89, assim como os crimes hediondos e equiparados, artigo 2º, § 4º da Lei 8.072/90, viabilizando a instauração da persecutio criminis in judicio
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando(art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
P) Crimes previstos na lei de Terrorismo- 13.260/16
REQUISITOS- I, II e III
Para fundamentação, será necessário aplicação dos três incisos em conjunto?
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
OBS.: 
 PROCEDIMENTO 
Decretada pelo Juiz, face a representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público;
Terá prazo de 5 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade (regra);
Não podendo ser decretada de ofício- Preservando o sistema acusatório e o principio da imparcialidade do Juiz;
O Juiz poderá de oficio determinar a apresentação do preso (art. 2º, §3º da lei 7.960/89). O Magistrado poderá solicitar informações e esclarecimentos da Autoridade Policial e submetê-lo a exame de corpo delito.
 Prazo de duração
5 dias prorrogado por mais 5 dias, em caso de extrema necessidade;
30 dias prorrogado por mais 30 dias, em caso de extrema necessidade, exceções (hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo).
Regras da decisão
Após o recebimento do pedido da Autoridade, o Juiz deverá fundamentar sua decisão e se pronunciar até em 24 horas, após receber o pedido dessa autoridade. 
Será expedido mandado de prisão em duas vias, sendo uma entregue ao preso (nota de culpa). Deverá conter o prazo inicial e o término para liberação.
Efetuada a prisão, terá seus direito fundamentais aplicados.
Decorrido o prazo do mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independente de nova ordem soltar o preso.
Presos provisórios separados dos definitivos; LEP 84, caput, § 1º(cautelares de crimes mais graves – violência, hediondos etc...)
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