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Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
8640 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.2, p. 8640-8652 feb. 2022. 
 
Modalidades de diagnóstico por imagem na Síndrome da Cauda 
Equina em cães: revisão de bibliográfica 
 
Imaging diagnostic modalities in Cauda Equine Syndrome in dogs: 
literature review 
 
 
 
DOI:10.34117/bjdv8n2-016 
 
Recebimento dos originais: 07/01/2022 
Aceitação para publicação: 02/02/2022 
 
 
Fernando Bezerra da Silva Sobrinho 
Mestre em Cirurgia Veterinária, Médico Veterinário Autônomo 
Endereço institucional: Rua três, 280, Antônio Cassimiro, Petrolina, PE – Brasil 
E-mail: fernando-medvet@hotmail.com 
 
Ivan Felismino Charas dos Santos* 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Doutor e Pós-Doutor em Cirurgia de Pequenos Animais, Professor Permanente do 
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Animal, Faculdade de Medicina Veterinária 
e Zootecnia (FMVZ), Campus de Botucatu, Botucatu, São Paulo 
Endereço institucional: Rua Prof. Doutor Walter Mauricio Correa, s/n - Unesp Campus de 
Botucatu - Botucatu/SP - CEP 18618-681 – Brasil 
*E-mail para correspondência: ivan.santos@unesp.br 
 
Isis Pinto da Costa 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Mestre em Diagnóstico por Imagem, Médica Veterinária 
Endereço institucional: R. Constante Ramos, 114 - Lj A - Copacabana, Rio de Janeiro - RJ, 
CEP 22051-010 – Brasil 
E-mail: isis.costa@unesp.br 
 
Gabriel Godoi de Moraes 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Graduando do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária 
(FCAV), campus de Jaboticabal, Jaboticabal, São Paulo 
Endereço institucional: Via de Acesso Professor Paulo Donato Castelane Castellane S/N - 
Vila Industrial, Jaboticabal – SP, CEP 14884-900 – Brasil 
E-mail: gabriel.godoi.rp@gmail.com 
 
Leticia Albuquerque Fortes Pereira 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária, FMVZ, Botucatu, São Paulo 
Endereço institucional: Rua Prof. Doutor Walter Mauricio Correa, s/n - Unesp Campus de 
Botucatu - Botucatu/SP - CEP 18618-681 – Brasil 
E-mail: leticia.a.pereira@unesp.br 
 
 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
8641 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.2, p. 8640-8652 feb. 2022. 
Paula Santolin Mancuso 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária, FMVZ, Botucatu, São Paulo 
Endereço institucional: Rua Prof. Doutor Walter Mauricio Correa, s/n - Unesp Campus de 
Botucatu - Botucatu/SP - CEP 18618-681 – Brasil 
E-mail: paula.santolin-mancuso@unesp.br 
 
Maria Jaqueline Mamprim 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) 
Departamento de Cirurgia Veterinária e Reprodução Animal, FMVZ, Botucatu, São Paulo 
Endereço institucional: Rua Prof. Doutor Walter Mauricio Correa, s/n - Unesp Campus de 
Botucatu - Botucatu/SP - CEP 18618-681 – Brasil 
E-mail: jaqueline.mamprim@unesp.br 
 
Vivian Ferreira Zadra 
Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) 
Doutora e Professora Colaboradora do Curso de Medicina Veterinária, Uenp, Campus Luiz 
Meneghel, Bandeirantes, Paraná 
Endereço institucional: Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Luiz Meneghel 
de Bandeirantes, Rodovia BR-369 Km 54, Vila Maria, CP 261 - CEP 86360-000 
Bandeirantes - Paraná – Brasil 
E-mail: vivian@uenp.edu.br 
 
 
RESUMO 
A Síndrome da Cauda Equina (SCE) envolve um conjunto de manifestações clínicas 
derivadas da compressão das raízes nervosas que compõem a região terminal da medula 
espinhal. A etiologia está relacionada à estenose lombossacra, degeneração do disco 
intervertebral entre a sétima vértebra lombar e primeira vértebra sacral, entre outras 
causas. O diagnóstico é realizado pelo exame neurológico e exames de diagnóstico por 
imagem. Visto que existem diversos exames de imagem para o diagnóstico da SCE e que 
se diferenciam pelas suas vantagens e desvantagens, o presente trabalho teve como 
objetivo realizar uma atualização sobre a importância do exame radiográfico, tomografia 
computadorizada e ressonância magnética no diagnóstico da SCE em cães, por meio de 
revisão bibliográfica. O exame radiográfico serviu como um método de triagem para a 
escolha do exame imagiológico que forneça imagens mais detalhadas da lesão, sendo 
priorizado o exame de ressonância magnética devido à maior sensibilidade na 
identificação da compressão medular, e desse modo determinando ou não a necessidade 
do procedimento cirúrgico. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética 
apresentam maior sensibilidade para o diagnóstico das alterações degenerativas 
intervertebrais, permitindo, assim, um diagnóstico precoce da SCE, porém deve-se ter em 
consideração as suas limitações ou desvantagens. 
 
]Palavras-chave: Compressão medular, Radiografia, Ressonância magnética, 
Tomografia computadorizada, Vértebras. 
 
ABSTRACT 
Cauda Equine Syndrome (CES) involves a set of clinical manifestations caused by the 
compression of nerve roots that make up a terminal region of the spinal cord. The etiology 
is associated with lumbosacral stenosis, intervertebral disc degeneration between the 7th 
lumbar vertebra and 1st sacral vertebra, among other causes. The diagnosis is performed 
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by neurological examination and diagnostic imaging exams. Since there are several 
imaging exams for the diagnosis of CES and that they differ due to their advantages and 
disadvantages, the present study aimed to conduct an update regarding the significance 
of X-ray, computed tomography, and magnetic resonance on CES in dogs, through a 
literature review. The X-ray served as a screening method for choosing the imaging exam 
that provides more detailed images of the lesion, and prioritizes the magnetic resonance 
due to the greater sensitivity for identifying the spinal cord injury and thereby determining 
the use or not of surgical procedure. Computed tomography and magnetic resonance 
imaging are more sensitive for diagnosing intervertebral degenerative alterations, thus 
allowing an early diagnosis of CES, although their limitations or disadvantages must be 
taken into account. 
 
Keywords: Spinal compression, X-ray, Magnetic resonance, Computed tomography, 
Vertebra. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Síndrome da Cauda Equina (SCE) caracteriza-se pela compressão das raízes 
nervosas lombares, sacrais e coccígeas distais ao término da coluna vertebral (DIAS et 
al., 2018; WORTH et al., 2019). É considerada uma afecção de pouca ocorrência em cães, 
e o seu tratamento é de custo elevado e possui alta ocorrência de sequelas (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; WORTH et al., 2019). 
O diagnóstico é realizado pela anamnese e pelo exame ortopédico e neurológico; 
no entanto, o exame radiográfico, a tomografia computadorizada e a ressonância 
magnética são de extrema importância para a determinação da topografia e etiologia da 
compressão (MEIJ e BERGKNUT, 2010; WORTH et al., 2019). Paralelamente, a 
avaliação dos tecidos moles da região lombossacra requer uma modalidade de imagem 
avançada como a ressonância magnética, sendo este exame considerado mais sensível e 
específico para determinar a compressão da cauda equina (MEIJ e BERGKNUT, 2010; 
DIAS et al., 2018). 
Devido a diferentes tipos de diagnóstico por imagem associada ao diagnóstico 
complexo da SCE, o presente trabalho tem por objetivo realizar atualização sobre a 
importância do exame radiográfico, da tomografia computadorizada e da ressonância 
magnética no diagnóstico da SCE em cães, por meio de revisão bibliográfica. 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
A presente revisão de literatura foi elaborada por meio de buscas nas bases de 
dados PubMed/Medline, Embase Scielo e Google Schoolar,seguindo os descritores: 
spinal compression, x-ray, magnetic resonance, computed tomography, vertebra, e suas 
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versões em língua portuguesa. Paralelamente, foi usado os operadores booleanos na 
estratégia de busca para definir relações entre termos em uma pesquisa e combinando os 
termos da pesquisa para que cada resultado que contenha no mínimo um dos termos. Foi 
determinado um período entre 2010 e 2020 no processo de pesquisa para atualização do 
contexto do estudo. 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
A SCE, também denominada de estenose lombossacra, má formação lombossacra, 
estenose lombossacra degenerativa, afecção lombossacral ou espodilopatia lombossacral, 
envolve um conjunto de manifestações clínicas derivadas da compressão ou destruição 
das raízes nervosas que compõem o término da medula espinhal, que inclui o segmento 
lombar terminal após a sétima vértebra lombar (L7), da primeira vértebra sacral (S1) até 
a quinta vértebra coccígea (C5) (MEIJ e BERGKNUT, 2010; DIAS et al., 2018; WORTH 
et al., 2019). 
Os nervos de importância clínica que formam a cauda equina incluem o nervo 
isquiático, nervo pudendo, nervo femoral, nervo pélvico e os nervos sacrais (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; WORTH et al., 2019). O nervo isquiático é responsável pela 
enervação da região dos músculos que sustentam a articulação coxofemoral, femorotibial 
e interdigital; o nervo pudendo possui ramificações nervosas na região do períneo e do 
esfíncter anal e uretral (WORTH et al., 2019). Por sua vez, o nervo femoral é responsável 
pela flexão da articulação coxofemoral e extensão dos joelhos; e o nervo pélvico e sacrais 
controlam a continência urinária e fecal (WORTH et al., 2019). 
A etiologia da SCE está associada à compressão medular e inflamação ou 
comprometimento vascular dos nervos da região caudal da coluna vertebral (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; SULLA et al., 2018). Por outro lado, a síndrome pode estar 
associada à estenose vertebral idiopática, discoespondilite, trauma e neoplasia medular, 
afecção do disco intervertebral e anormalidades congênitas, sendo a estenose lombossacra 
degenerativa a causa mais comum relacionada com a SCE (MEIJ e BERGKNUT, 2010; 
WORTH et al., 2019). 
Os cães machos com idade média de sete anos e das raças Pastor Alemão, 
Labrador, Airedale Terrier, Setter Irlandês, Golden Retriever, Boxer, Dobermann, 
Springer Spaniel, são os mais acometidos pela afecção (GOLINI et al., 2014; SILVA et 
al., 2015). Os sinais clínicos são progressivos e incluem incoordenação, fraqueza ou 
claudicação dos membros pélvicos, automutilação da cauda ou períneo, incontinência 
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urinária e fecal, e dor em região lombar (MEIJ e BERGKNUT, 2010; GIUDICE et al., 
2019). 
O diagnóstico é realizado pela anamnese, exame físico, ortopédico e neurológico 
(MEIJ e BERGKNUT, 2010). Contudo, o diagnóstico definitivo é associado aos exames 
de imagiologia que permitem visualizar o local da lesão (MEIJ e BERGKNUT, 2010; 
WORTH et al., 2019) que compreendem a mielografia, epidurografia, discografia, 
eletromiografia, venografia, exames radiográficos convencionais e sob estresse (flexão e 
extensão dos membros pélvicos), tomografia computadorizada e ressonância magnética 
(COSTA e SAMII, 2010; MEIJ e BERGKNUT, 2010). Comitantemente, o diagnóstico 
por meio de exames de imagem é realizado pela associação do exame radiográfico e 
avaliação dos tecidos moles da região lombossacra por meio da tomografia 
computadorizada e da ressonância magnética (WORTH et al., 2019). Tanto a tomografia 
computadorizada como a ressonância magnética provaram ser mais sensíveis na 
determinação da compressão da cauda equina em cães (DIAS et al., 2018; WORTH et 
al., 2019). 
 
3.1 EXAME RADIOGRÁFICO 
O exame radiográfico é um método de diagnóstico simples e prático, de baixo 
custo, não invasivo, sendo geralmente o primeiro exame solicitado para os pacientes que 
apresentam sinais clínicos compatíveis com a SCE (WORTH et al., 2019). No entanto, 
esse exame fornece informações básicas sobre a região lombossacra, permitindo uma 
ampla definição da região óssea lombossacra, entretanto possui desvantagens como a 
sobreposição das estruturas ósseas e difícil diferenciação dos tecidos moles (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; WORTH et al., 2019). Para a realização desse exame o animal deve 
ser sedado ou anestesiado para que se permita realizar o posicionamento correto 
(WORTH et al., 2019). Paralelamente, é ideal que o cólon descendente esteja sem 
conteúdo, evitando dessa forma a interferência na imagem radiográfica (COSTA e 
SAMII, 2010; MEIJ e BERGKNUT, 2010). 
Os posicionamentos radiográficos incluem posição neutra e de flexão e extensão 
da coluna vertebral, sendo importante sempre realizar os três posicionamentos devido aos 
parâmetros quantitativos do ângulo lombossacro que apresentam diferenças significativas 
na posição de ventroflexão (SILVA et al., 2015). Os achados radiográficos sugestivos de 
SCE incluem a redução do espaço intervertebral, esclerose das facetas articulares e placa 
vertebral terminal da L7-S1, listese de S1 em relação a L7, discoespondilite, vértebra de 
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transição, neoplasia óssea, luxação traumática, osteocondrose sacral, espondilose ventral, 
vértebras transitórias simétricas ou assimétricas e anomalias sacrais congênitas (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010) (Figuras 1A, 1B e 1C). 
 
Figura 1. Exames radiográficos de cão acometido com SCE em projeção latero-lateral (A e C) e 
ventrodorsal (B e C) da região lombossacra. A e B - discreta esclerose das facetas articulares (seta vermelha) 
e placa vertebral terminal entre L7-S1 (seta amarela); C e D - irregularidade e esclerose das placas vertebrais 
terminais de L7-S1, espondilose ventral anquilosante (setas amarelas) e espondilose laterais (setas 
vermelhas). 
 
 
Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, 
Universidade Estadual Paulista - Unesp, Botucatu, São Paulo, Brasil. 
 
A espondilose ventral, a redução do espaço intervertebral L7-S1, listese de S1 em 
relação a L7 e esclerose das faces articulares podem ser identificadas em cães idosos de 
grande porte clinicamente hígidos, porém não são considerados achados imagiológicos 
da SCE, assim, o diagnóstico da SCE não pode ser exclusivamente por meio do exame 
radiográfico, sendo necessário a realização de exame radiográfico contrastado ou 
tomografia computadorizada e ressonância magnética (MEIJ e BERGKNUT, 2010; 
WORTH et al., 2019). 
 
3.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
A tomografia computadorizada é uma modalidade de imagem de custo mais 
elevado em relação ao exame radiográfico (MEIJ e BERGKNUT, 2010). É um método 
de diagnóstico por imagem não invasivo, de alta sensibilidade para avaliação da região 
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lombossacra, não permite a sobreposição das estruturas adjacentes, e desse modo permite 
a identificação do ponto de compressão dos tecidos moles em cães com SCE (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; SANTOS et al., 2014). 
O exame permite avaliar o canal vertebral, os processos articulares e os forames 
intervertebrais com maior detalhe quando comparado com o exame radiográfico (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; ALVES et al., 2018). Paralelamente, este método imagiológico é 
considerado sensível para o diagnóstico de fraturas e luxações vertebrais, por permitir a 
manipulação da imagem em diferentes planos e estar associada à reconstrução 
tridimensionalda região afetada (MEIJ e BERGKNUT, 2010; SULLA et al., 2018). Em 
cães hígidos, a gordura epidural que circunda os nervos da região da cauda equina e o 
saco tecal fornece um contraste de tecido mole no exame tomográfico (MUKHERJEE et 
al., 2017). Para além da maior sensibilidade em evidenciar lesão nos tecidos moles, o 
exame tomográfico identifica lesões degenerativas dos tecidos ósseos (SULLA et al., 
2018; MUKHERJEE et al., 2017) (Figuras 2A e 2A). 
 
Figura 2. Exame de tomografia computadorizada de cão hígido. Corte sagital (A) e transversal (B) da região 
lombossacra evidenciando ausência de espondilose ventral (seta amarela) e de degeneração do disco 
intervertebral entre L7 - S1. 
 
Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, 
Universidade Estadual Paulista - Unesp, Botucatu, São Paulo, Brasil. 
 
Os achados tomográficos da SCE incluem o aumento da opacificação de tecidos 
moles no forame intervertebral, perda da gordura epidural, abaulamento do disco 
intervertebral, subluxação do processo articular, hipertrofia do ligamento amarelo e/ou de 
cápsulas articulares, espondilose, proliferação óssea no canal vertebral, deslocamento do 
saco tecal e estreitamento do espaço intervertebral e do canal vertebral (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; SANTOS et al., 2014; WORTH et al., 2019) (Figuras 3A e 3B). 
 
 
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Figura 3. Exame de tomografia computadorizada presset de cão diagnosticado com SCE, corte sagital (A) 
e dorsal (B) de tecidos moles da região lombossacra evidenciando listese (setas vermelhas) e irregularidade 
óssea (setas amarelas). 
 
Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, 
Universidade Estadual Paulista - Unesp, Botucatu, São Paulo, Brasil. 
 
Contudo, a estenose do canal vertebral pode ser identificada em cães idosos sem 
significado clínico de SCE, e o abaulamento do disco intervertebral em cães de médio 
porte hígidos (COSTA e SAMII, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). No entanto, as 
principais desvantagens desse exame incluem a exposição à radiação ionizante, 
submissão dos pacientes ao procedimento anestésico, disponibilidade limitada na rotina 
da Medicina Veterinária e menor detalhamento de tecidos moles no canal medular 
(MUKHERJEE et al., 2017). 
 
3.3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
A ressonância magnética é a modalidade de diagnóstico por imagem avançada 
mais indicada para visualização dos tecidos moles do canal vertebral, possibilitando 
avaliar discopatias, compressões medulares, espaço lombossacro e da espinha lombar 
com acurácia quando comparado com a tomografia computadorizada (MEIJ e 
BERGKNUT, 2010; MUKHERJEE et al., 2017; WORTH et al., 2019) (Figuras 4A e 
4B). 
A degeneração do disco intervertebral, protrusão do disco intervertebral ou do 
disco foraminal, presença de osteofitose no processo articular, compressão nas raízes 
nervosas associado a espondilose deformante, neoplasias e perda da gordura epidural são 
os achados da SCE identificados na ressonância magnética (MEIJ e BERGKNUT, 2010; 
SULLA et al., 2018; WORTH et al., 2019). No caso de degeneração do disco 
intervertebral identifica-se perda da hidratação do núcleo pulposo com redução da 
intensidade de sinal tanto em imagens ponderadas em T1 quanto em T2 (ALVES, 2018) 
(Figuras 5A e 5B). 
 
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Figura 4. Exame de ressonância magnética (janela T2) da região lombossacra de cão hígido. Corte sagital 
(A) e transversal (B) evidenciando disco intervertebral não degenerado entre L7 - S1 (estrela amarela) 
 
ressonância magnética (T2) de cão com sinais clínicos de SCE. A - degeneração e protrusão do disco entre 
L7-S1 (estrela amarela) associado ao deslocamento dorsal do saco dural ventral (seta amarela); B - 
degeneração discal e discreto deslocamento dorsal do saco dural ventral (seta amarela). 
 
Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, 
Universidade Estadual Paulista - Unesp, Botucatu, São Paulo, Brasil. 
 
Fonte: Setor de Diagnóstico por Imagem, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ, 
Universidade Estadual Paulista - Unesp, Botucatu, São Paulo, Brasil. 
 
Em comparação com a tomografia computadorizada, essa técnica de imagiologia 
possui como vantagens a ausência de radiação ionizante e maior contraste dos tecidos 
moles (MEIJ e BERGKNUT, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). Adicionalmente, a 
ressonância magnética fornece maiores detalhes da degeneração dos discos 
intervertebrais, deslocamento e aprisionamento de raízes nervosas e perda de gordura 
epidural (COSTA e SAMII, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). As principais 
desvantagens incluem o custo elevado do exame, a necessidade do paciente ser submetido 
à anestesia, maior tempo de realização do exame e menor disponibilidade na rotina 
clínico-cirúrgica veterinária (MEIJ e BERGKNUT, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). 
 
4 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 
O presente trabalho teve como objetivo realizar atualização sobre a importância 
do exame radiográfico, da tomografia computadorizada e da ressonância magnética no 
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diagnóstico da SCE em cães por meio de revisão bibliográfica, visto que existirem 
diferentes tipos de exames imagiológicos incluindo suas vantagens e/ou desvantagens no 
diagnóstico da SCE em cães. De acordo com a literatura consultado identificou-se que na 
Medicina Veterinária não existe um padrão ouro de diagnóstico de imagem para a SCE, 
ao contrário em pacientes humanos (SULLA et al., 2018; WORTH et al., 2019). 
O exame radiográfico serve como triagem para a escolha do exame de imagem 
mais avançado, contudo deve-se priorizar o exame de ressonância magnética devido à 
melhor identificação da compressão medular visto que esse exame imagiológico pode 
determinar os sinais clínicos da SCE (MUKHERJEE et al., 2017; WORTH et al., 2019). 
De acordo com Worth et al. (2019), a priorização da ressonância magnética para o 
diagnóstico de SCE determina a necessidade ou não do procedimento cirúrgico. 
A tomografia computadorizada tem possibilitado o aumento no diagnóstico 
definitivo de diversas afecções, sendo um exame mais especifico na identificação de 
metástases e na determinação da origem tumoral quando comparada com o exame 
radiográfico (SILVA et al., 2021). Paralelamente, esse exame fornece melhor 
detalhamento da região lombossacra, apresentando maior sensibilidade para alterações 
degenerativas, e permitindo um diagnóstico precoce da SCE quando comparada com o 
exame radiográfico (MEIJ e BERGKNUT, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). Contudo, 
a ressonância magnética se mantém como o método de diagnóstico por imagem de 
escolha visto que não existe ação de radiação ionizante, produz imagem com maior 
detalhe associada a melhor qualidade de contraste dos tecidos moles quando relacionada 
com os sinais imagiológicos da degeneração dos discos intervertebrais (COSTA e SAMII, 
2010; MEIJ e BERGKNUT, 2010; MUKHERJEE et al., 2017). Por outro lado, a 
ressonância magnética, como também a tomografia computadorizada, ao contrário do 
exame radiográfico, são exames de custo elevado associado à aquisição do equipamento 
e sua manutenção (MUKHERJEE et al., 2017). Esse fato associado ao poder aquisitivo 
de tutores de algumas regiões determina um número reduzido de hospitais e clínicas 
veterinárias que possuem esses equipamentos na sua rotina clínico-cirúrgica, e 
consequentemente número reduzido de relatos ou pesquisas usando essas tecnologias. 
A ressonância magnética é considerada mais segura (ausência deradiação) e 
melhor método imagiológico para o diagnóstico de SCE em cães, porém de custo mais 
elevado em relação à tomografia computadorizada e o exame radiográfico. Contudo, 
deve-se priorizar o exame tomográfico nos casos de trauma ósseo ou discoespondilite, e 
os diagnósticos obtidos por ambas as técnicas devem ser associados aos sinais clínicos e 
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histórico do paciente, possibilitando melhor diagnóstico e permitindo a escolha mais 
adequada para o tratamento da SCE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ALVES, L.S. Diagnóstico por imagem de hérnia discal Hansen tipo I, II e III em cães. 
Veterinária e Zootecnia, v. 25, n. 1, p. 10 – 21, 2018. Disponível em: 
https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/35/21. 
 
COSTA, R C.; SAMII, V.F. Advanced imaging of the spine in small animals. Veterinary 
Clinics of North America Small Animal Practice, v. 40, n. 5, p. 765-790, 2010. 
Disponível em: https://dx.doi.org/doi:10.1016/j.cvsm.2010.05.002. 
 
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