Buscar

A SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

A SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA 
Uma abordagem panorâmica 
 
 
 CAPÍTULO 1 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
Após a execução dos serviços de terraplenagem, das obras de drenagem e de 
proteção contra a erosão pluvial nos taludes de corte e de aterro, concluindo a infra-
estrutura da estrada de rodagem – implantação da estrada -, segue-se uma nova etapa 
representada pela construção da superestrutura, ou seja, a execução do pavimento 
rodoviário, dentre outras obras componentes. 
À superfície modelada pela atividade de terraplenagem em conformidade com 
o projeto geométrico do corpo estradal, sobre a qual a superestrutura rodoviária será 
construída, denomina-se de plataforma de terraplenagem ou de leito estradal. Ao 
maciço terroso limitado superiormente pelo leito, que servirá de terreno de fundação 
para o pavimento rodoviário, designa-se de subleito. Do ponto de vista prático, 
considera-se o subleito como sendo a camada executada com 0,60m de espessura, 
posicionada abaixo do leito, o que corresponde aproximadamente à profundidade em 
que as cargas que solicitam o pavimento ainda atuam de uma maneira significativa. 
Ao se entregar ao tráfego uma estrada cujos serviços relacionados com o 
projeto de terraplenagem acabaram de ser executados, os veículos irão circular sobre 
uma estrada de terra que, nos períodos chuvosos, ficará esburacada e com atoleiros, 
dificultando a movimentação de pessoas e mercadorias, permitindo a passagem de 
veículos com velocidade muito reduzida. Nos períodos de estiagem, a estrada de terra 
ficará poeirenta e cheia de ondulações em sua superfície, de modo que diminuirá o 
conforto e a segurança do tráfego, assim como antieconômica pelos danos que 
proporcionará aos veículos. Mesmo que sobre o leito estradal seja colocada uma 
camada de solo selecionado (cascalho ou saibro) – denominada de Revestimento 
Primário – somente se poderá contar com condições razoáveis para o tráfego de 
veículos em qualquer época do ano se for providenciada uma conservação intensa e 
permanente que, para tráfego pesado, além de se tornar de custo elevado, nunca é 
satisfatória. O revestimento primário nada mais é do que uma camada compactada de 
solo com características adequadas, capaz de oferecer uma superfície de rolamento de 
qualidade superior à do solo natural, com o objetivo de assegurar o tráfego em qualquer 
época do ano. 
A etapa seguinte, na busca de proporcionar melhoria gradativa da superfície de 
rolamento, é a estabilização do revestimento primário ou a sua proteção com o emprego 
de ligante asfáltico, executando o que se denomina de tratamento contra pó. Nesse 
caso, tem-se a vantagem de reduzir os custos de conservação, além de oferecer ao 
usuário maior conforto e segurança ao tráfego, além da natural redução dos custos de 
transporte e do tempo de viagem. 
Para se proporcionar ao tráfego de veículos condição permanente de 
segurança, conforto e economia em qualquer época do ano, considerando-se o 
crescimento do volume de tráfego, constrói-se sobre o leito estradal uma estrutura que 
recebe a denominação de PAVIMENTO. 
A Terminologia Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
NBR 7207/ABNT, define pavimento como sendo a “estrutura construída após a 
terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente, em seu conjunto: 
 
a)Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego; 
 
b)Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e à segurança; 
 
c)Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a 
superfície de rolamento”. 
 
Os investimentos econômicos realizados para a construção do pavimento serão 
compensados em função dos benefícios decorrentes da redução do índice de acidentes, 
da diminuição das despesas de conservação, redução do consumo de combustível e do 
custo de transporte, diminuição do tempo de viagem, do aumento do conforto e 
segurança de tráfego, dentre outros. 
Na concepção da superestrutura rodoviária várias são as etapas que antecedem 
à execução do pavimento, desde os estudos relacionados com o terreno de fundação 
(subleito) e dos materiais a serem empregados na pavimentação, bem como estudo dos 
esforços solicitantes da estrutura (tráfego, tensões, deformações, repetições), definição 
do tipo e método de dimensionamento de pavimento, ensaios tecnológicos para 
caracterização das propriedades de engenharia dos materiais a serem empregados, 
estudos estatísticos diversos, estudo das alternativas de projeto e de análise de custos, 
estabelecimento de especificações técnicas e outras inúmeras tarefas, até a abertura da 
estrada pavimentada ao tráfego. 
A estrutura que se constrói sobre o leito de terra (subleito) pode variar, quer no 
que se refere à espessura, aos materiais empregados na construção, em consonância não 
apenas com os esforços solicitantes, como também com a própria função que a estrada 
está exercendo ou deverá exercer. 
A Figura 1 mostra a seção transversal típica da estrutura de um pavimento 
rodoviário, tipo flexível. Os elementos constituintes da seção transversal de uma estrada 
pavimentada são essencialmente os indicados na Figura 1, destacando-se 
adicionalmente os seguintes: 
 
• Pista de rolamento 
 
Corresponde a faixa pavimentada destinada aos veículos em movimento 
 
• Faixa de tráfego 
 
Consiste na parte da pista de rolamento destinada à passagem de um veículo. 
A pista de rolamento deve ter, pelo menos, duas faixas de tráfego (pista simples) que 
permitam a passagem de dois veículos em sentidos opostos (mão e contramão), ou a 
ultrapassagem de um veículo por outro. 
 
• Acostamentos 
 
Faixas laterais à pista de rolamento destinada para o estacionamento de 
veículos em situação de emergência. 
Os materiais empregados na construção das diversas camadas estruturantes do 
pavimento possuem características tecnológicas mais acentuadas em termos de suas 
propriedades de engenharia, ou seja, maior grau de exigências em termos de qualidades 
para o uso construtivo, a partir da camada de posição mais inferior até a capa de 
rolamento (revestimento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 – Seção transversal típica (Fonte: adaptada de Senço, W., 1980) 
 
 
 
Existem vários tipos de pavimento rodoviário que recebem as terminologias de 
flexíveis (pavimentos asfálticos), rígido (pavimentos de concreto de cimento) e 
semiflexíveis (pavimentos intertravados, de paralelepípedos, etc.). 
A superestrutura rodoviária compõe-se, além do pavimento, dos dispositivos 
da drenagem superficial, das obras de arte especiais (pontes, viadutos, túneis e 
passarelas), das obras complementares (cercas, defensas, dentre outras), etc. 
Variados são os estudos realizados em diferentes etapas e níveis de abordagem 
(Projeto Básico e Projeto Executivo) para fundamentarem os diversos projetos 
executivos de engenharia da superestrutura rodoviária, tais como estudos de tráfego, 
geológico-geotécnicos, impactos ambientais, dentre outros, assim como inumeráveis 
ensaios tecnológicos são executados objetivando a avaliação das propriedades de 
engenharia dos diversos materiais e misturas a serem pregadas na construção do 
pavimento. 
O termo pavimentação refere-se à técnica de projeto, de construção e de 
conservação dos pavimentos.

Outros materiais