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ELETIVA DA IPES II AD2

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Bacharelado em Administração Pública - Polo Itaocara
Vanessa Duarte Braga - Matrícula 12213110002
Eletiva da IPES II Licitação, Contratos e Convênios Atividade Avaliativa 02
Modelo de licitações vigente no Estado brasileiro, análise do Regime Diferenciado de Contratações Públicas, pontos positivos e negativos.
Há tempos, a Lei n.º 8.666/1993 vem recebendo críticas sobre o excesso de formalidades que culminam na morosidade de todo procedimento licitatório, morosidade esta usada por muitos como subterfúgio para justificar a ineficiência do Estado nas contratações pela Administração Pública.
Mesmo sendo discutida a elaboração de uma nova lei de licitações, capaz de impor maior celeridade aos procedimentos dela decorrentes era sempre relegada a segundo plano pelo Congresso Nacional, e a Lei de Licitações, por muitos considerada como ultrapassada, continuava vigente.
 	Com a escolha do Brasil para sediar grandes eventos esportivos internacionais, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 surge a necessidade premente da modernização do país em curto prazo, com construção de estádios e complexos esportivos, infraestrutura em geral, demandando grandes investimentos do Poder Público. Através desta necessidade surge o RDC – Regime Diferenciado de Contratações Públicas. Através da Lei n.º 12.462, de 04 de agosto de 2011, com a conversão de Medida Provisória proposta pelo Deputado Federal José Guimarães, como alternativa e meio para que o Poder Público pudesse acelerar e desembaraçar a aplicação de recursos públicos nos investimentos necessários para a realização das obras e demais contratações necessárias.
 	Ao senso comum, o RDC aparenta um sensível avanço na considerada antiquada e burocrática sistemática das licitações e contratos administrativos, imposta pela Lei n.º 8.666/1993.
No entanto, no seio jurídico, o RDC passou a ser objeto de uma contenda política entre juristas, políticos, jornalistas e demais formadores de opinião, alguns defendendo sua necessidade e os interesses políticos do governo; outros argumentando, com solidez, a inobservância de diversos aspectos legais, preceituados pela Constituição Federal, bem como nos termos da Lei n.º 8.666/1993.
Referidos aspectos repercutem em dois problemas graves no âmbito da isonomia e da moralidade pública: de um lado subtrai do órgão licitante a condição de realizar o cotejamento de propostas em disputa de forma objetiva, pela ausência de critérios uniformes de julgamento, possibilitando amplas formas de manipulação subjetiva do processo de escolha do contratante privado; de outro, entrega a dimensão da obra como politica pública ao particular, soterrando mecanismos de controle estatal inerentes à soberania.
Apesar de muitas críticas podemos encontrar pontos positivos no RDC como, uma preocupação literal, de forma inédita, com a melhor utilização de recursos naturais, menor consumo de energia, vigilância nos impactos urbanísticos associados a obra.
A aparição do ser humano com limitações físicas, sujeito de direitos, é outra novidade. Fica consagrado o Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência – Lei nº 10.098/00 no que tange a inclusão de mecanismos de acesso para o uso de pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida aos equipamentos a construir.
Por último, citamos a utilização de métodos e condições que proporcionem um maior custo benefício,  ideias que permeiam todo o RDC. A Administração deixa em voga a simplificação dos meios empregados e aperfeiçoamento das técnicas, de modo que melhore o rendimento. É a inovadora estratégia Pública de multiplicação do aproveitamento com maximização da economia.
Deste modo, meio ambiente, ser humano, custo-benefício e novas tecnologias atribuem ao regime uma outra alma às compras públicas: desenvolvimento sustentável – geração de critérios de política pública.
Orçamento Sigiloso
Ao contrário da Lei 8.666/93, que determina a apresentação detalhada do orçamento para os interessados, no RDC, é somente após o encerramento da licitação que se conhecerá o preço estimado para a contratação.  Na hipótese de não constar do instrumento convocatório, o orçamento adquire caráter sigiloso, ficando apenas acessível para os órgãos de controle interno e externo da Administração Pública.
Contratação Integral
Ao revés do que ocorre com a licitação tradicional, o RDC não impõe para suas modalidades limites em função do preço estimado da contratação. Falamos das obras e serviços de engenharia. As novidades mais significativas estão por conta da contratação integrada. Tal dispositivo confere ao procedimento licitatório uma fase única.
O “Plus”
Outras novidades que se mostram controvertidas no RDC são os mecanismos de incentivo econômico, um “plus”.
Primeiro, a remuneração variável, vinculada ao desempenho do contratado e permite um pagamento a título de bônus  subordinado ao atingimento de metas. Levar-se-á em conta ainda o padrão de qualidade, os critérios de sustentabilidade e, claro, a observação do prazo de entrega.
Inversão de fases e pregão eletrônico
Seguindo a linha reformista, o legislador do RDC, oportunamente tratou de reeditar a inversão de fases e o Pregão eletrônico –  ambas herdadas da lei do Pregão e, largamente praticadas sem quaisquer sobressaltos de ordem legal/ constitucional. A inversão de fases este recurso diminui as chances da combinação de valores entre os licitantes, uma vez que o conhecimento da identidade dos participantes ocorre na fase dos lances verbais.
Como vimos, o RDC possui mecanismos  modernos, valoriza a sustentabilidade econômica, social e ambiental, rompe com entraves burocráticos, mas, contradiz grande parte dos critérios usuais de contratações públicas.
Por outro lado, sua mecânica só é entendida se olhado o universo além da Lei de Licitações, devido a grande importação de conceitos e critérios advindos de outros diplomas (existentes na legislação de contratações públicas brasileiras).
É claro que em alguns dispositivos do novo regime, como vimos, encontram-se falhas e lacunas que podem e devem ser sanadas. As dificuldades aqui abordadas são relevantes, mas não devem ser postas de modo ameaçar a nobre pretensão do diploma: desburocratizar as licitações públicas por meio de instrumentos que contemplem a economia, a celeridade e a eficiência. Talvez a maior inovação trazida pelo RDC seja a reflexão para uma atualização dos mecanismos existentes nas licitações públicas.
Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/, Contratação pública diferenciada RDC. Entendendo o novo regime - Lei nº 12.462/11, Rodrigo Krawczyk
http://jus.com.br/artigos/, Dos princípios administrativos aplicados ao RDC – Regime Diferenciado de Contratações públicas e suas inovações nas licitações, Fernando de Oliveira Leme, Publicado em 04/2014. Elaborado em 03/2014.

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