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3- Fontes, interpretação e integração da norma penal

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FONTES: sujeito do qual emanam as normas 
jurídicas. O modo pelo qual ele se cristaliza na 
sociedade. 
 
 De produção ou materiais: 
 
Art. 22, CF: Compete privativamente à União legislar 
sobre: ... Direito penal... 
 
 De conhecimento/cognição ou formais: 
 
1. Imediata ou direta: lei ordinária (sentido estrito) 
2. Mediata ou indireta: princípios gerais do direito, 
costumes, doutrina, jurisprudência. 
 
INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL: 
 
 Lacuna no ordenamento jurídico. 
 Fato social não tem regulação na lei penal. 
 Colmatar a lacuna pela analogia, 
semelhança jurídica. 
 Limitando sua aplicação à lei penal não 
incriminadora e para beneficiar. 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL: 
entender o sentido da norma jurídica. 
 
 in claris cessat interpretatio 
 
A. Quanto à espécie: 
I. objetiva (voluntas legis): suposta vontade da 
lei 
II. subjetiva (voluntas legislatoris): vontade do 
legislador. 
 
OBS: Este último é criticado por ser impossível, 
já que a lei é feita por muitos legisladores, 
com diversas vontades cada um. 
 
B. Segundo o sujeito ou órgão emanador: varia de acordo com 
quem interpreta. 
 
B1. Autêntica: interpretação do legislador no bojo da lei. 
 
 Contextual – artigo explicando artigo, na mesma lei. Tem efeito 
vinculante a todos, cogente. Ex: 327 do CP, quando ao tipificar os 
crimes cometidos por funcionário público, dá o conceito de 
funcionário público. 
 
 Posterior –Lei posterior vem interpretando lei anterior. 
 
 Ex: Lei A – vigência em 12/12/2013. /// Lei B – interpreta 
lei A – vigência em 01/09/2014. 
 
Se a nova lei interpretadora B apenas interpreta a lei A, seus efeitos serão 
ex-tunc. 
Se a lei B diz que só interpreta a lei A, mas traz alteração, aplica-se o 
princípio da irretroatividade da lei mais gravosa: se ela veio para 
melhorar seus efeitos serão ex-tunc, mas se veio para piorar os efeitos 
serão ex-nunc. 
 
B2. Judicial/jurisdicional (vinculante e não vinculante): 
realizada pelos aplicadores do Direito intra-autos do 
processo, se for extra-autos será doutrinária. 
 
 Tem efeito vinculante entre as partes do processo. 
 Não vincula o legislativo, porque seria usurpar a função 
primeira deste. 
 As súmulas são incluídas como interpretação judicial. 
 Não tinham o poder vinculante até a EC nº 45 de 2004, 
mas só o STF pode editar súmulas vinculantes. Art. 103-
A CF. 
 Súmulas só terão efeito vinculante se aprovadas por 
2/3 dos ministros, ou seja, 8. Se houver menos 
aprovações poderá ser editada a súmula, mas não será 
vinculante. 
 
B3. Doutrinária: não tem efeito vinculante, o Estado e 
particular podem ou não adotar, é mera opinião. 
 
C. Segundo os meios/métodos empregados: ferramentas 
para a interpretação, a hermenêutica dá as ferramentas. 
 
I. Gramatical/ filológica/ literal: (civil Law) leitura do texto. 
Conhecer o efetivo significado das palavras. 
 
I. Teleológica/lógico/finalística: finalidade que pretende atingir, 
fins propostos pela lei, objeto a ser protegido. 
 
II. Sistemática: compreender a norma no sistema completo. 
 
III. Progressista/adaptativa: adaptar às mudanças sociais. Adaptar a 
lei (onde se lê cruzeiro, leia–se real). 
 
IV. Histórica: intérprete volta ao passado, ao tempo em que foi 
editado o diploma que se quer interpretar, buscando os 
fundamentos de sua criação, querendo entender o motivo 
pelo qual houve necessidade de modificação do ordenamento 
jurídico. 
 
D. Segundo os resultados obtidos: pelos 
meios empregados 
 
I. Declarativa: declara o próprio teor da 
norma, resultado objetivo. 
 
II. Restritiva: a redação da lei está desconforme 
com a própria norma legal. Diz mais do que 
pretende dizer. Tem que haver significância e 
relevância jurídica e social (princípios vêm 
para restringir uma norma, os princípios 
garantidores são restritivos). 
 
III. Extensiva: o objetivo da norma diz mais do 
que está escrito da lei, a norma diz menos 
do que pretende. 
 
 
Interpretação analógica: intralegis. 
 
Norma penal que autoriza o emprego da interpretação analógica 
que possui estrutura específica que a distingue das demais. 
 
Ex: Art. 121, CP. Matar alguém. 
 §2º Se o homicídio é cometido: 
 I – mediante paga ou promessa (fórmula concreta e casuística) 
ou por outro motivo torpe (cláusula genérica – analisa-se a 
casuística e aplica-se por semelhança). 
 
OBS: Diferença entre interpretação extensiva, interpretação 
analógica e analogia. 
 
Na interpretação extensiva e interpretação analógica tenho a 
existência da norma, sendo que na primeira a redação da norma 
diz menos que quer dizer e na segunda a norma autoriza a 
interpretação analógica para estender seus efeitos. Na analogia 
não tem a existência da norma, há uma lacuna, vazio legislativo.

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