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PDF SINTÉTICO
COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO 
DE TEXTOS
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerente de Produção Digital: Bárbara Guerra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
231129303641
BRUNO PILASTRE
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas 
de Língua Portuguesa (Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). 
Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia 
de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online, atua na área de 
desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: 
http://lattes.cnpq.br/1396654209681297).
 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EGLAIR JULIANA CIPOLA LACERDA - 37273872890, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Compreensão e Interpretação de Textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Compreensão e Interpretação de Textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. Pressupostos e Subentendidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2. Vozes Discursivas e Tipos de Discurso | Intertextualidade . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3. Elementos da Comunicação e Funções da Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4. Níveis de Linguagem | Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2. Tipologias e Gêneros Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1. Os Gêneros Textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3. Coesão e Coerência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4. Semântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.1. Denotação e Conotação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2. Sinonímia e Antonímia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.3. Polissemia e Ambiguidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5. Figuras e Vícios de Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6. Reescrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
 
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Neste PDF Sintético, você encontrará um material resumido e objetivo, a fim de facilitar 
a assimilação do conteúdo. Alguns recursos visuais serão usados para destacar informações 
pertinentes ao seu estudo, como:
• Grifos em azul, para afirmações importantes;
• Grifos em vermelho, para exceções, restrições ou proibições; e
• Marca-texto amarelo, verde e azul, para destaques.
Então aproveite deste material para sua preparação e garanta sua aprovação!
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. Professor Efetivo do Instituto 
Federal de Goiás. No Gran, é autor de materiais didáticos de Gramática, Texto, Redação 
Oficial e Redação Discursiva.
Olá! Sou o professor Bruno Pilastre, autor do PDF Sintético de Interpretação e 
Compreensão de Textos. Meu objetivo, ao longo desta aula, é simples: ser sintético, 
relevante e preciso na abordagem do conteúdo de Texto em concursos públicos. Para atingir 
esse objetivo, utilizarei os meus 15 anos de experiência na elaboração de obras didáticas 
preparatórias para processos seletivos e toda a minha trajetória acadêmica (Graduação, 
Mestrado e Doutorado). Espero atender todas as suas demandas.
É isso. Feita essa rápida apresentação, podemos iniciar os trabalhos!
 
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOSCOMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1 . COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS1 . COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Em concursos, há dois níveis principais de análise textual. No primeiro, denominado 
compreensão, exige-se de você, candidato(a), a capacidade de identificar informações 
explícitas no texto, bastando retornar a um determinado trecho para se assegurar de que a 
afirmativa da questão está adequada ou não. No segundo nível de análise, o da interpretação, 
exige-se a depreensão (por meio de uma série de procedimentos analíticos, sintetizados ao 
longo desta aula) de conhecimentos extraídos a partir dos elementos presentes no texto 
(e somente a partir do que o texto nos permite inferir).
Os conhecimentos exigidos nesse tipo de operação (o da interpretação) são muito 
variados. Os mais fundamentais são estes:
(i) Um texto pode ser verbal ou não verbal. No caso de texto verbal, há duas 
manifestações: a oralidade e a escrita. Na escrita, duas estruturas predominam: 
a prosa (organizada em períodos e parágrafos) e o poema (organizado em versos e 
estrofes). No texto não verbal, exigem-se conhecimentos sobre valores semânticos de 
linguagem corporal, de cores (e suas combinações), de formas gráficas, de arquétipos 
etc. Ao se unir texto verbal e não verbal, estamos diante de um texto misto (em 
algumascompetência, aplicada 
em 2018, ainda não foi divulgado.
Os resultados disponíveis mostram que a maioria dos estudantes brasileiros obteve desempenho 
abaixo do adequado e não conseguem, por exemplo, tomar decisões em contextos que são 
relevantes para eles, reconhecer o valor de uma simples despesa ou interpretar documentos 
financeiros cotidianos.
É CORRETO afirmar que esse texto pertence ao domínio discursivo:
a) Escolar.
b) Jornalístico.
c) Acadêmico.
d) Publicitário.
017. 017. (SELECON/ASSISTENTE/CRA-RR/2021)
Os desafios da conservação da água no Brasil
Um dos países com maior disponibilidade de recursos hídricos do mundo, o Brasil tem problemas 
com seus indicadores de água. O acesso à água tratada e à coleta e tratamento de esgoto no 
país é desigual. As áreas urbanas tendem a ter índices melhores, enquanto áreas irregulares e 
afastadas são mais prejudicadas. Além de políticas públicas que assegurem o atendimento, que 
é dificultado pela distribuição desequilibrada da água e da população no território brasileiro, 
outro imbróglio é a conservação do próprio recurso, que enfrenta desafios.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
Falta de saneamento
Um dos maiores vilões da qualidade da água no Brasil é a oferta de saneamento básico. Pouco 
mais da metade da população brasileira, 52,4%, tinha coleta de esgoto em 2017, e apenas 46% 
do esgoto total é tratado, de acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento.
Dessa forma, um grande volume de esgoto não coletado ou não tratado é despejado em corpos 
d’água, provocando problemas ambientais e de saúde. “Essa falta de infraestrutura de saneamento 
básico tem um impacto brutal na qualidade das águas de todo o país”, diz o especialista Carlos.
Não só a carência de coleta e de tratamento de esgoto é problemática, mas também a poluição 
causada por indústrias e pela agricultura, como o lançamento de agrotóxicos.
Desmatamento, em especial no Cerrado
O desmatamento de matas ciliares, que acontece em todas as bacias hidrográficas do Brasil, 
altera a quantidade e a qualidade dos corpos hídricos. Essa vegetação protege o solo, ajuda na 
infiltração da água da chuva e na alimentação do lençol freático e permite a recarga dos aquíferos.
Sua retirada aumenta o assoreamento, a perda do solo, a erosão e a taxa de evaporação da água. 
Segundo José Francisco Gonçalves Júnior, professor do Departamento de Ecologia da Universidade 
de Brasília (UnB), todos esses impactos reunidos podem levar a uma indisponibilidade natural 
de recursos hídricos.
Em outra frente, o desmatamento do Cerrado, considerado a “caixa d’água do Brasil” por causa 
de sua posição estratégica na formação de bacias hidrográficas, vem sendo devastado pela 
expansão da fronteira agrícola. “Qualquer alteração no Cerrado pode levar a uma degradação 
de inúmeras bacias hidrográficas de extrema relevância para obtenção de recursos hídricos 
brasileiros”, afirma Gonçalves.
Para o professor, o uso do solo do bioma teve um efeito positivo na produtividade agrícola, mas a 
falta de uma regulação mais firme tem levado a uma superexploração, com vários danos. “Perda 
de território, de recarga de aquíferos, uma perda muito grande de nascentes e uma degradação 
e diminuição da disponibilidade de água”, enumera.
(Disponível em https://www.dw.com/pt-br/os-desafios-daconserva%C3%ATH%C3%A30-da-
%C3%A1
A presença de falas de especialistas é uma das características que revela o pertencimento 
do texto ao tipo:
a) jornalístico
b) filosófico
c) literário
d) jurídico
018. 018. (CEBRASPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)
Texto CB2A1-I
1| Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso
ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
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 Compreensão e Interpretação de Textos
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4| época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção
das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do
pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na
7| Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre
os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que
10| desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história,
como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas.
13| Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura
pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um
século, um novo salto de época nos tomou de surpresa,
16| lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a
rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada
pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma
19| sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários
dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade
22| pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial
anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico,
pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções
25| proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de
comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses
fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a
28| mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,
contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar
envolvidos em primeira pessoa.
31| Ninguém poderia ficar impassível diante de uma
mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais
difundida é a desorientação.
34| A nossa desorientação afeta as esferas econômica,
familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de
crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque
37| quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em
crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de
projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em
40| função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. 
Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à 
presença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.
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019. 019. (INÉDITA/2023) A frase abaixo que mostra a presença do discurso indireto livre é:
a) Sentiu o cheiro bom dos preás que desciam do morro, mas o cheiro vinha fraco e havia 
nele partículas de outros viventes. Parecia que o morro se tinha distanciado muito.
b) A cachorra Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A obrigação 
dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro.
c) Pouco a pouco a cólera diminuiu, e sinhá Vitória, embalando as crianças, enjoou-se da 
cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios.
d) Nesse momento Fabiano andava no copiar,batendo castanholas com os dedos. Sinhá 
Vitória encolheu o pescoço e tentou encostar os ombros às orelhas.
e) Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou 
como gente em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo.
020. 020. (INÉDITA/2023) Alguns narradores, como os de Machado de Assis, interrompem suas 
narrativas para fazer comentários com os leitores; o trecho abaixo em que o narrador 
comenta o processo de composição da narrativa é:
a) “Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, 
realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai 
um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contracção 
cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens 
pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo 
regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, 
andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...”
b) “Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode. Os 
olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse 
certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um 
homem com ares de menino.”
c) “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, 
logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia 
as raias de um capricho juvenil.”
d) “A Casa Verde foi o nome dado ao asilo, por alusão à cor das janelas, que pela primeira 
vez apareciam verdes em Itaguaí. Inaugurou-se com imensa pompa; de todas as vilas e 
povoações próximas, e até remotas, e da própria cidade do Rio de Janeiro, correu gente 
para assistir às cerimônias, que duraram sete dias.”
e) “Nisto, o cônego estremece. O rosto ilumina-se-lhe. A pena, cheia de comoção e respeito, 
completa o substantivo com o adjetivo. Sílvia caminhará agora ao pé de Sílvio, no sermão 
que o cônego vai pregar um dia destes, e irão juntinhos ao prelo, se ele coligir os seus 
escritos, o que não se sabe.”
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021. 021. (INÉDITA/2023) Todos os segmentos textuais abaixo são pertencentes à dinâmica do 
discurso argumentativo; o segmento em que a argumentação constitui uma falácia é:
a) Restrições que apresentam impactos inegáveis, como afirma o presidente do Sindicato 
Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, Bob Machado: “com a pandemia, há um aumento 
das desigualdades sociais”.
b) No fim, e mesmo considerando uma certa margem de erro dadas as diferenças de 
metodologia, o saldo negativo de 191 mil vagas de 2020 ainda foi um resultado bem menos 
catastrófico que o de 2015 (perda de 1,54 milhão de postos de trabalho) e 2016 (saldo 
negativo de 1,32 milhão), quando o Brasil não teve pandemia nem lockdown.
c) Portanto, atitudes legislativas direcionadas à efetivação e reconhecimento de direitos, 
como férias, 13º salário e FGTS, ainda confrontam a persistência de práticas de raiz 
escravocrata. Recentes casos julgados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, como 
o “Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil”, condenaram o Estado pela ausência 
de proteção dos trabalhadores contra práticas de trabalho forçado.
d) Machado de Assis é o maior escritor brasileiro porque nenhum outro foi capaz de produzir 
uma obra que atingisse a mesma magnitude da criação literária do Bruxo do Cosme Velho.
e) Em relação ao perfil social das pessoas resgatadas de escravidão contemporânea até 
o momento em 2021, dados do Seguro-Desemprego do trabalhador resgatado mostram 
que 89% são homens; 49% têm entre 18 e 39 anos; e 35% residem no Nordeste. Quanto 
ao grau de instrução, 21% declararam só ter cursado até o 5º ano, 20% haviam estudado 
do 6º ao 9º ano e outros 18% tinham ensino médio completo.
022. 022. (INÉDITA/2023) Das falácias argumentativas abaixo, aquela que exemplifica uma 
simplificação exagerada é:
a) “Se se defende a restrição à venda de armas de fogo para se evitar assassinatos, devemos 
também restringir a venda de motosserras. Basta lembrar o caso de Paraipaba, em que um 
homem tentou assassinar com uma motosserra um desafeto”.
b) “As jornalistas Aline Valek e Clara Averbuck lançaram um blog chamado “Escritório 
Feminista” na Carta Capital. Certamente vão falar mal dos homens, pois é isso o que toda 
feminista faz”.
c) Os africanos gostavam de ser escravos. Como disse Daenerys Targaryen, de Game of 
Thrones, “As pessoas aprendem a amar as correntes que as prendem”.
d) Se no Brasil os jovens da geração “nem-nem” passarem a trabalhar e a estudar, erradicaremos 
a fome em nosso país!
e) “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto nível de informação”.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
023. 023. (INÉDITA/2023) O segmento abaixo que exemplifica o tipo de texto denominado 
instrucional é:
a) Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias 
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa 
com quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa.
b) Há uma correlação bem documentada em todo o mundo entre a pobreza e as altas 
taxas de natalidade. Em países pequenos e grandes, capitalistas e comunistas, católicos e 
muçulmanos, ocidentais e orientais — em quase todos esses casos, o crescimento exponencial 
da população diminui ou cessa quando desaparece a pobreza esmagadora. A isso se dá o 
nome de transição demográfica.
c) Nos últimos tempos, vem se disseminando a tese da proposição de um suposto gênero 
neutro na língua portuguesa. O tema é complexo, ainda mais quando se ignoram questões 
caras para a ciência linguística, como a distinção entre gênero social e gênero gramatical, 
a função da escrita enquanto sistema representacional que se relaciona com a fala e, mais 
do que tudo isso, a dinamicidade em se tratando de línguas naturais.
d) Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e dizia para a bicharada 
do galinheiro:
- Vou cantar para fazer o sol nascer...
Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e 
ordenava, definitivo:
- Có-có-ri-có-có... E ficava esperando.
e) Inspeção de segurança antes do uso: (i) a inspeção de segurança deve ser realizada antes 
das atividades a serem exercidas por cada usuário. Para cada novo exercício, os dispositivos 
e acessórios a serem utilizados devem ser conferidos quanto a sua segurança, limpeza 
e adequação; (ii) certifique-se de que todos os componentes do equipamento estejam 
devidamente fixados e posicionados antes de realizar os exercícios.
Caros membros da Secretaria de Redação e do Conselho Editorial da Folha,
Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação 
com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal. Sabemos ser incomum 
que jornalistas se manifestem sobredecisões editoriais da chefia, mas, se o fazemos neste 
momento, é por entender que o tema tenha repercussões importantes para funcionários e 
leitores do jornal e no intuito de contribuir para uma Folha mais plural. O episódio a motivar 
esta carta foi a publicação de artigo de opinião intitulado “Racismo de negros contra brancos 
ganha força com identitarismo” (Ilustrada Ilustríssima, 16/1), em que Antonio Risério identifica 
supostos excessos das lutas identitárias, que estariam levando a racismo reverso.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que 
nela se faz da liberdade de expressão. No entanto estes não se dissociam de outros valores 
que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana. A Folha não 
costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, 
terraplanistas e representantes do movimento antivacina.
Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil? Se textos como 
o de Antonio Risério atraem audiência no curto prazo, sua consequência seguinte é minar a 
credibilidade, que é, e deve ser, o pilar máximo de um jornal como a Folha. Por esses motivos, 
convidamos a uma reflexão e uma reavaliação sobre a forma como o racismo tem sido abordado 
na Folha. Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível 
com estar a serviço da democracia.
(Carta aberta de jornalistas da Folha à direção do jornal, 19 de janeiro de 2022)
024. 024. (INÉDITA/2023) O texto precedente pertence ao gênero carta argumentativa. Levando 
em consideração o texto lido, assinale a característica menos adequada a esse gênero.
a) Explicitação do destinatário da carta por meio do vocativo.
b) Adoção de expressões coloquiais e de linguagem figurada.
c) Estruturação textual coesa, clara e objetiva.
d) Apresentação de argumentação que sustenta o ponto de vista de quem subscreve a carta.
e) Emprego de formas verbais e pronominais em primeira pessoa.
025. 025. (INÉDITA/2023) O texto a seguir foi retirado de uma Carta do Leitor do jornal Folha de 
S.Paulo, de 17 de fevereiro de 2022.
Chegar bem aos 100
Excelente o artigo de Karla Giacomin na coluna Como Chegar Bem aos 100 (“Desconstrução 
de políticas de Estado precisa ser denunciada, Corrida, 17/2). Precisamos denunciar 
essa desconstrução política, especialmente aquelas que contemplam as necessidades da 
população idosa.
Marília Berzins (São Paulo, SP)
A marca que NÃO está presente nesse gênero textual é:
a) a presença da assinatura do emissor;
b) a utilização de linguagem próxima à do jornal;
c) o emissor busca posiciona-se em relação a determinada publicação ou acontecimento 
recente;
d) o emprego de intertextualidade;
e) uma solicitação de resposta do jornal acerca do questionamento realizado.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
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COESÃO E COERÊNCIA
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade 
dos estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar 
as 27 unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura, 
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da 
máquina pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não 
mudaram de posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa 
Catarina, que lideram, assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
[...]
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem 
desde infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si.
Paulistas lideram o ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança 
patrimonial, com aumento no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são 
os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na 
escolha das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar 
políticos a priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, 
como um sistema de incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão 
pública da região. São referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros 
para os estados brasileiros. Internet: (com adaptações).
Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue os seguintes itens.
026. 026. (CEBRASPE/ANALISTA/TJ-ES/2023) A forma pronominal “Essa”, em “Essa é a pergunta” 
(início do primeiro parágrafo), estabelece coesão por substituição.
027. 027. (CEBRASPE/ANALISTA/TJ-ES/2023) No trecho “apenas cinco não mudaram de posição” 
(segundo parágrafo), foi utilizada a estratégia de coesão por elipse.
028. 028. (IBFC/ANALISTA/DETRAN-DF/2022)
Eu deveria cantar.
Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse 
acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma 
Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses 
nunca, na caixa de metal “Para as Almas do Purgatório”. Agradecer, pedir luz, como nos tempos 
em que tinha fé.
Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas 
como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou 
Deus. Sem juiz nem plateia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante 
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de fevereiro, olhando o telefone que acabara de desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei 
os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, 
mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, 
dinheiro aplicado, imóveis, nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal 
como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. Nada muito 
sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante 
beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda 
e os joelhos tremessem com frequência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos 
e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.
Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.
Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense 
nesse milagre,homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre 
capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa 
complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um 
nome. Chamava-se – um emprego.
(ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.11-12).
O emprego do pronome demonstrativo presente em “dessas atitudes” é justificado pelo 
seguinte papel coesivo:
a) proximidade espacial em relação ao interlocutor.
b) referência antecipada a elementos pouco específicos.
c) proximidade de tempo entre a enunciação e a referência.
d) referência a elementos já apresentados no texto.
029. 029. (INÉDITA/2023) Uma marca da textualidade é a coesão, a ligação formal entre termos.
Assinale a frase abaixo em que os termos destacados não estão ligados por coesão.
a) A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários que são transmitidos pela 
picada das fêmeas.
b) Em período chuvoso, quando a terra desliza, são carregadas com ela as casas construídas 
nos morros.
c) Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou En-Lai, muito citada, que 
traduz essa noção singular do que seja o tempo.
d) A paciência é uma virtude que é baseada no autocontrole emocional.
e) O que me parece mais relevante é discutir os fatores estruturais, que de certa forma 
impelem nessas conjunturas à tensão inflacionária incidir dessa forma.
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Eu deveria cantar.
Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse 
acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma 
Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses 
nunca, na caixa de metal “Para as Almas do Purgatório”. Agradecer, pedir luz, como nos tempos 
em que tinha fé.
Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas 
como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou 
Deus. Sem juiz nem plateia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante 
de fevereiro, olhando o telefone que acabara de desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei 
os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, 
mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, 
dinheiro aplicado, imóveis, nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal 
como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. Nada muito 
sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante 
beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda 
e os joelhos tremessem com frequência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos 
e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.
Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.
Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense 
nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre 
capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa 
complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um 
nome. Chamava-se – um emprego.
(ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.11-12).
030. 030. (INÉDITA/2023) O pronome “sua” (terceiro período do sexto parágrafo) retoma “homem” 
(segundo período do sexto parágrafo).
SEMÂNTICA
031. 031. (CEBRASPE/ANALISTA/TJ-ES/2023)
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade 
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as 27 unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura, 
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da 
máquina pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
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De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não 
mudaram de posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa 
Catarina, que lideram, assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
[...]
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem 
desde infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si.
Paulistas lideram o ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança 
patrimonial, com aumento no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são 
os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na 
escolha das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar 
políticos a priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, 
como um sistema de incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão 
pública da região. São referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros 
para os estados brasileiros. Internet: (com adaptações).
Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue o seguinte item.
No primeiro período do último parágrafo, a palavra “robusta” está empregada com o mesmo 
sentido de arrojada.
032. 032. (CEBRASPE/ANALISTA/APEX BRASIL/2021)
Texto CB2A1-I
A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas oportunidades para o pequeno 
negócio, o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), que se veem na contingência de mudança 
na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e novas oportunidades, com uma 
fatia maior do comércio eletrônico.
Com a utilização do sistema B2C, sistema de comércio eletrônico, várias vantagens podem ser 
apresentadas, como a facilidade de estabelecer compras online 24 horas por dia, sete dias da 
semana. Verifica-se, ainda, a otimização dos fatores da atividade empresarial, como quadro 
pessoal, loja física e mobilidade urbana, a diminuição de tempo gasto com as operações e a 
sustentabilidade com a teoria de utilização racional de papéis (em inglês, less paper).
Este guia é direcionado aos pequenos empresários, aos varejistas e a todo tipo de comerciante 
que vise ampliar suas atividades pelo uso de novas tecnologias. Os produtos englobados por este 
guia resumem-se em mercadorias, software, hardware e serviço. Os consumidores protegidos pela 
norma conceituam-se como membro individual do público geral, que compra ou usa produtos 
para fins pessoais ou finalidades domésticas.
Todavia, para que esse sistema de transações de comércio eletrônico seja eficaz, o comerciante 
deve planejar, implantar e desenvolver o sistema de comércio eletrônico e mantê-lo atualizado 
e transparente, de modo a auxiliar os consumidoresna efetivação da credibilidade desse tipo 
de negociação online.
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Para tanto, a capacidade, a adequação, a conformidade, a pluralidade e a diversidade na rede 
devem gerar um maior suporte ao consumidor, em relação às suas reclamações e dúvidas na 
transação eletrônica.
Utilize o passo a passo sugerido neste guia e seja bem-sucedido em seu comércio eletrônico!
ABNT/ SEBRAE. Guia de implementação ABNT NBR ISO 10008: gestão da qualidade –satisfação 
do cliente – diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio a consumidor. Rio de 
Janeiro: 2014, p. 31 (com adaptações).
No primeiro parágrafo do texto CB2A1-I, o vocábulo “contingência” está empregado com 
o sentido de
a) obrigação.
b) circunstância.
c) iminência.
d) urgência.
033. 033. (FGV/AUDITOR/TCE-ES/2023) Todas as frases abaixo mostram verbos ligados à ação 
de “ver”. A frase em que o verbo sublinhado NÃO está adequadamente empregado, por não 
ter seu sentido adequado ao contexto, é:
a) O atirador mirou com cuidado o alvo pretendido;
b) O caçador vislumbrou o animal entre a folhagem;
c) No museu, pessoas observam desatentas os inúmeros quadros;
d) Ao entrarem na Capela Sistina, os turistas contemplam obrigatoriamente as pinturas 
do teto;
e) O daltonismo não permitia que ele distinguisse o verde do vermelho.
034. 034. (FGV/AUXILIAR/PREF. MUN. PAULÍNIA-SP/2021) Um jornal de Paulínia é chamado de 
vespertino; isso significa que esse jornal
a) era distribuído somente em alguns bairros.
b) só era distribuído à tarde.
c) era publicado somente nos dias úteis.
d) tratava exclusivamente de eventos festivos.
e) era marcado por fazer críticas violentas.
035. 035. (INÉDITA/2023) Assinale a frase a seguir que está isenta de ambiguidade.
a) A nomeação do Ministro foi surpreendente.
b) O médico descartou os aparelhos velhos.
c) Pedro encontrou Maria andando pela orla da praia
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d) A descrição de Saramago foi bem feita.
e) Os operadores não atendiam ninguém de roupa suja.
FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM
036. 036. (FCC/TÉCNICO/TRT-18/2023)
Imagine uma pessoa afivelada a uma cama com eletrodos colados em suas têmporas. Ao se 
girar um botão situado em local distante, a corrente elétrica nos eletrodos aumenta em grau 
infinitesimal, de modo que o paciente não chegue a sentir. Um hambúrguer gratuito é então 
ofertado a quem girar o botão. Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − 
sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para 
eletrocutar a vítima. Quem é responsável pelo quê? Algo tenebroso foi feito, mas de quem é a culpa? 
O efeito isolado de cada giro do botão é, por definição, imperceptível − são todos “torturadores 
inofensivos”. Mas o efeito conjunto é ofensivo ao extremo. Até que ponto a somatória de ínfimas 
partículas de culpa se acumula numa gigantesca dívida moral coletiva? − O experimento mental 
concebido pelo filósofo britânico Derek Parfit dá o que pensar. A mudança climática em curso 
equivale a uma espécie de eletrocussão da biosfera. Quem a deseja? A quem interessa? O ardil da 
desrazão vira do avesso a “mão invisível” da economia clássica. O aquecimento global é fruto da 
alquimia perversa de incontáveis ações humanas, mas não resulta de nenhuma intenção humana. 
E quem assume − ou deveria assumir − a culpa por ele? Os 7 bilhões de habitantes da Terra 
pertencem a três grupos: o primeiro bilhão, no cobiçado topo da escala de consumo, responde 
por 50% das emissões de gases-estufa; os 3 bilhões seguintes por 45%; e os 3 bilhões na base da 
pirâmide (metade sem acesso a eletricidade) por 5%. Por seu modo de vida, situação geográfica 
e vulnerabilidade material, este último grupo − o único inocente − é o mais tragicamente afetado 
pelo “giro de botão” dos demais.
(GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
Pode ser considerada paradoxal a seguinte expressão empregada no texto:
a) efeito isolado.
b) torturadores inofensivos.
c) ínfimas partículas.
d) intenção humana.
e) vulnerabilidade material.
037. 037. (IDECAN/DESENVOLVEDOR/SEFAZ-RR/2023)
Postei uma foto no meu perfil do Instagram em que apareço tomando a vacina contra a Covid-19. 
Na legenda, de poucas palavras, deixei claro que era a terceira dose. Recebi muitas curtidas e alguns 
comentários, entre eles o de uma moça que perguntou: “Martha, você já tomou a terceira dose?”
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Dias antes, havia postado sobre o lançamento do meu novo livro no Rio, em fevereiro próximo, e 
disse na legenda: “Não há outras cidades confirmadas. Quando houver, avisarei”. De novo, muitas 
curtidas e alguns comentários, entre eles: “E Goiânia?” “Curitiba quando?”
Não sou louca de desconsiderar: é carinho, eu sei. Mas é também um sintoma. Houve um tempo 
em que as pessoas liam livros, muitos deles extensos, divididos em dois ou três volumes. Depois 
veio a era tecnológica e com ela a impaciência: leituras rápidas, cultura do aperitivo. E agora nem 
isso: a criatura passa os olhos por duas linhas e não registra nada.
Ninguém mais quer perder tempo, é o argumento de defesa. Mas não me convenço. A falta de foco, 
sim, é que nos faz perder tempo: somos obrigados a repetir as perguntas, repetir as respostas, 
voltar aos mesmos assuntos duas, três, cinco vezes. Estamos nos comunicando miseravelmente, 
trocando mensagens cifradas por WhatsApp, com preguiça de dar uma informação completa, 
de prestar atenção nos detalhes, de facilitar o entendimento. Agimos como aquelas telefonistas 
estressadas que atendiam um cliente enquanto deixavam outros sete pendurados (na saudosa 
época em que não falávamos com robôs).
Essa pressa toda pra quê mesmo? Dizem que é o tal do “Fear of Missing Out”, ou em bom português, 
“medo de ficar por fora”. Em vez de a pessoa se dedicar uns minutinhos a concluir o que está 
fazendo – uns minutinhos!! – ela some e já está em outra e depois outra e ainda outra interação, 
que serão igualmente capengas. Isso é medo de ficar por fora? A pessoa já está em órbita e não 
percebeu. Fica batendo de porta em porta e não entra em lugar nenhum.
Adentre, amigo. Puxe uma cadeira e sente. Converse. Pergunte pela família. Olhe nos olhos. Cinco 
minutos de atenção não arrancarão pedaço. Fique o suficiente para demonstrar que se importa 
com seu interlocutor. Cale-se e escute. Nutra esses preciosos cinco minutos, para que eles não 
se dissolvam por inanição.
Ando bem tonta com a esquizofrenia cibernética, com o parcelamento de informações, com a 
falta de cuidado e de concentração. Ninguém mais se esforça minimamente para estabelecer 
uma conexão verdadeira. Agora virou moda dizer que fulano tá ON, sicrana tá ON. Balela. ON a 
gente estava quando se importava. Agora estão todos OFF, desligados crônicos,vivendo a falsa 
ilusão de uma vida plena. ON está aquele que consegue pausar.
Martha Medeiros. In: NSC Total. Acesso em:https://www.nsctotal.com.br/colunistas/martha-
medeiros/quem-esta-on, 14 out., 2022
“Ando bem tonta com a esquizofrenia cibernética, com o parcelamento de informações, 
com a falta de cuidado e de concentração.” (linhas 22 e 23)
O uso repetido da preposição com é um recurso linguístico chamado de
a) catáfora.
b) dêitico.
c) elipse.
d) anáfora.
e) silepse.
038. 038. (CEBRASPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA) A sentença “Eu era a imagem do que 
não era” expressa um paradoxo ou oximoro.
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039. 039. (INÉDITA/2023) 
André DahmerAndré Dahmer
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O humor da tirinha reside no fato de o personagem “Homem Literal” ser incapaz de interpretar 
figurativamente a expressão “Vá ver se eu estou lá na esquina”.
040. 040. (INÉDITA/2023) Uma antítese é um tipo de linguagem figurada em que ocorre a presença 
de duas palavras de sentido oposto; a frase abaixo em que NÃO ocorre a presença de uma 
antítese ou de um paradoxo é:
a) “Onde nasci, morri. Onde morri, existo. E das peles que visto muitas há que não vi.” (Carlos 
Drummond de Andrade);
b) “Ao olhar para o Universo, o homem é nada. Ao olhar para o Universo, o homem é tudo.” 
(Marcelo Gleiser);
c) “Em tristes sombras morre a formosura; em contínuas tristezas a alegria.” (Gregório 
de Matos);
d) “Oh, metade exilada de mim, leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco que 
aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.” (Chico Buarque);
e) “Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações.” (Hugo von 
Hofmannsthal).
041. 041. (INÉDITA/2023)
O papel social da literatura africana
Em 1987, Wole Soyinka tornou-se o primeiro negro a receber um Nobel de Literatura. Fazia apenas 
27 anos que a Nigéria, seu país natal, se tornara independente. Pensar que um africano poderia 
receber um prêmio de reconhecimento mundial por seu intelecto e sua obra é algo recente em 
nossa história. Faz 34 anos do reconhecimento de Soyinka e 28 anos que uma mulher negra, Toni 
Morrison, recebeu o Nobel de Literatura de 1993.
A realidade de pessoas não brancas e não Ocidentais receberem reconhecimento no Ocidente 
é tão nova quanto a emergência dos Estados africanos contemporâneos e o fim das leis de 
segregação nos Estados Unidos e África do Sul. Se autores do século XVI, como Shakespeare ou 
Camões, podiam ser naturalmente considerados como parte do cânone da Literatura, os autores 
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não europeus, em especial as mulheres do Sul global, estavam fora desse mundo. Mas quem fez 
o mundo do modo que ele é, excludente, segregado e racializado?
Nossa história foi e em muitos sentidos continua sendo mediada pelo Ocidente e essa mediação 
fez e faz constantes escolhas intelectuais e políticas embasadas em fortes estruturas mentais 
inventadas pelo próprio Ocidente. Duas marcantes ideias dessa estrutura mental para pensarmos 
o papel social da literatura africana são o racismo e o eurocentrismo. São apenas duas delas, 
mas deveras definidoras.
Seguindo o pensamento ocidental desde sua expansão globalizante no século XVI, damo-nos 
conta de que sua visão de mundo é excludente. Ou seja, os africanos, suas culturas, suas línguas 
e suas literaturas (orais e escritas) não merecem existir. Ao olhar do estrangeiro que possui um 
cocuruto recheado de ideias eurocêntricas do que é errado e do que é certo, ao chegar em África 
esse estrangeiro só enxerga coisas erradas, formas desviantes de todas expressões morais, 
éticas, sociais e culturais de seu berço europeu. O mesmo ocorreu com os povos originários da 
América, da Oceania e da Ásia.
Não falam como falam na Europa, não conhecem e não acreditam no mesmo deus, não vivem 
como se vive na Europa. O continente que colonizou a maior parte do mundo tratou de classificar 
o mundo por meio do que considerava ausências. Se não há o que existe na Europa, então não 
existe nada. É então esse povo classificado pelo outro, considerado inferior e sem valor.
Mas em vez de entender o não europeu apenas como diferente e assim deixá-lo, o pensamento 
centrado na Europa se propõe universal. Por isso, ao encontrar esse mundo diferente, o desejo 
de quem se considera correto é de destruir ou alterar aquilo que se considera errado. E assim 
foi que a missão colonizadora, carregada de uma visão de mundo estrangeira aos africanos, 
penetrou em suas “terras selvagens”, entre seus “povos incivilizados” para direcioná-los da 
“escuridão para a luz.”
A noite colonial foi longa e seus efeitos ainda existem. A literatura africana é um testemunho 
disso. Foi nesse mundo que Wole Soyinka nasceu. Ele e outros de sua geração, como Chinua 
Achebe, Ngũgĩ wa Thiong’o, Es’kia Mphahlele, Flora Nwapa, Buchi Emecheta, Ousmane Sembène, 
Ana Paula Tavares, Uanhenga Xitu e Rebeka Njau. Essa geração, em diferentes locais da África, 
viveu a noite colonial, viu os sóis das independências e descobriu a vida no crepúsculo de um 
mundo que ainda existe entre a colônia e a pós-colônia.
(Le Monde Diplomatique Brasil. 4.10.2022)
Utiliza-se a figura de linguagem conhecida como piada da internet conta que no seguinte 
trecho:
a) [...] o pensamento centrado na Europa se propõe universal. (6º parágrafo)
b) Em 1987, Wole Soyinka tornou-se o primeiro negro a receber um Nobel de Literatura. 
(1º parágrafo)
c) Ou seja, os africanos, suas culturas, suas línguas e suas literaturas (orais e escritas) não 
merecem existir. (4º parágrafo)
d) Pensar que um africano poderia receber um prêmio de reconhecimento mundial por seu 
intelecto e sua obra é algo recente em nossa história. (1º parágrafo)
e) A noite colonial foi longa e seus efeitos ainda existem. (7º parágrafo)
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042. 042. (INÉDITA/2023) A frase que exemplifica um caso de linguagem figurada é:
a) O dólar é uma moeda estável.
b) O Brasil está queimando.
c) A atriz acusa o diretor de assédio.
d) Os empresários apresentaram um manifesto ao governo.
e) O Ministro Celso de Mello antecipa aposentadoria e deixará STF em 13 de outubro.
043. 043. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-RO/2021)
Uma piada da internet conta que “Na minha cidade, havia um sujeito tão magro que, 
para ter certeza de que havia entrado no Banco, ele devia passar duas vezes pela mesma 
porta giratória”.
Essa piada se apoia em um caso de linguagem figurada denominado:
a) metáfora, porque mostra uma comparação;
b) hipérbole, porque contém um exagero;
c) eufemismo, porque traz a atenuação de uma ideia ruim;
d) gradação, porque se apoia numa sequência de termos;
e) ironia, porque afirma algo por meio do seu contrário.
044. 044. (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2018)
Tomando resolutamentea sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estrutural nos ensina, 
já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sérias e que nelas se articula um 
sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento propriamente 
dito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos 
não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente, 
investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar a 
tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pensamento. 
Se, em suma, deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma 
espécie de mitomania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo 
de sua gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem 
ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles 
desempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade. 
Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos 
subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo 
tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sempre sob o signo do 
esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se verdadeiros momentos de distensão, 
e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro 
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essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa 
forma, sua existência.
Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia, são 
bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e velhos; mas, quando eles têm vontade 
de rir realmente, pedem a algum velho versado no saber tradicional para contá-las mais uma 
vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso 
explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria.
Considerando o contexto, está correto o que se afirma em:
a) “caçoar” (4º parágrafo) está empregado em sentido metafórico.
b) “primitivos” (4º parágrafo) e “selvagens” (1º parágrafo) são sinônimos.
c) “mitos” e “pensamento” (2º parágrafo) são antônimos.
d) “selvagens” (1º parágrafo) é hiperônimo de “homens”.
e) “primitivos” (4º parágrafo) está empregado de forma irônica.
045. 045. (IUDS/OFICIAL/CÂM. DE ESTÂNCIA DE SOCORRO/2022)
Pode-se dizer, em relação ao texto que:
a) o termo “doces” gera humor devido a relação de sinonímia.
b) não há polissemia, pois os termos têm significado único.
c) “doces tempos” é ambíguo e responsável por desencadear o efeito de humor.
d) o vocábulo “doces” é polissêmico porque ambas as ocorrências têm sentido denotativo.
REESCRITA
046. 046. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-PE/2023)
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade 
dos alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da 
educação básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio 
educacional, os últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem 
enfrentadas — reforçadas pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem 
dos alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa 
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realizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de 
Juiz de Fora (UFJF) apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa 
amostral, em matemática, o desempenho alcançado no 3º ano do ensino médio foi de 255,3 
pontos na escala de proficiência, inferior aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9º ano 
do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua 
portuguesa, os estudantes do 9º ano apresentaram uma queda de 12 pontos, e os do 3º ano do 
ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais 
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes 
possam retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil 
que se posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi 
possível atender todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número 
de participação dos estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a 
resolução das tarefas”, afirma. Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados 
também mostram dificuldades no que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar 
atenção nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de 
realizar um isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos 
suficientes”, contextualiza Suelaine.
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão 
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. 
“Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, 
e aos fins de semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola 
Estadual Mário Davi Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar 
que não conseguem aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, 
principalmente os que estão em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros 
especialistas têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, 
compromisso público com a educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: (com adaptações).
Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue o seguinte item.
Em “Para Suelaine Carneiro” (início do quarto parágrafo), a palavra “Para” poderia ser 
substituída por Segundo, sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto.
047. 047. (IADES/AUDITOR/VISA-DF/2023)
Operação Pronto Emprego
A Secretaria DF Legal deu início, em agosto de 2020, à Operação Pronto Emprego, com o objetivo 
de combater as invasões de terra e obras irregulares, ainda em fase inicial de construção. A 
operação busca dar resposta às denúncias dessa natureza dentro do prazo de até 72 horas, 
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a partir do conhecimento do fato. Dessa forma, procura reduzir os impactos social, político e 
financeiro, inclusive para os infratores.
São removidas casas e barracos desabitados, cercamentos, bases para construção, muros, caixas 
d’água irregulares, cisternas, poços, entre outras edificações ilegais.
NEUBERGER, Tereza. Disponível em:três, escoradas umas nas outras; no corredor, quatro, que sobem do chão até o teto como 
cobras. Às vezes, fica pensando quem é que cuidará desse acervo quando morrer.
A metade atroz do padre partido ao meio seria casca-grossa. Ele tem iracúndias sagradas – e 
não raro estoura alguma gritaria fenomenal na sacristia da Paróquia São Miguel Arcanjo, uma 
pequena igreja, bem no limite entre os bairros do Belenzinho e da Mooca, que comanda há 36 
anos. Personalista, tende a narrar os feitos de sua comunidade na primeira pessoa, o que às 
vezes irrita e espana alguns colaboradores. Como, ao longo da vida, já visitou vários círculos 
do Inferno de Dante, é desconfiado e solta frases que parecem delírios persecutórios como 
“o próximo ataque, eu nunca sei de onde virá…”. Exige, sempre, soluções imediatas para o que 
quer e arma circos homéricos quando não consegue – como sabem todos os últimos prefeitos 
de São Paulo. E, por causa desse conjunto, pode provocar decepções nos que esperam virtude 
total dos líderes espirituais, mais ou menos como aquele desapontamento planetário de 2019, 
quando o papa Francisco, num arroubo de irritação extrema, tascou uma palmada nas mãos de 
uma peregrina que o puxou pelo braço.
Na vida pública, o padre Júlio Lancellotti é há décadas realmente cortado ao meio, em duas fatias 
irreconciliáveis. Por um lado, é beatificado em vida por seu destemido trabalho de assistência aos 
excluídos dos excluídos: os sem-teto, a população carcerária, os menores infratores, as crianças 
órfãs portadoras de HIV, os jovens LGBTQIA+ que são marginalizados. Por outro, é demonizado 
como aproveitador da população carente, um “esquerdopadre” viciado em mídia. Lancellotti 
reage suspendendo os ombros, num misto de indiferença e desânimo, sempre que fala desse 
pêndulo frequente sobre sua cabeça. “Na verdade, eu acho é que muita gente me vê como um 
enigma”, diz, ajeitando o longo crucifixo que usa no pescoço.
Mesmo dentro da Igreja Católica, o padre Júlio ocupa um lugar próprio, sujeito a rapapés e 
pedradas. No Brasil, a instituição é formada por uma tropa de 268 bispos, 48 cardeais na ativa 
e 19 428 padres distribuídos por 12,2 mil paróquias. Para se manter dentro dos preceitos, todos 
precisam andar na linha hierárquica e fechar questão em temas fundamentais de fé e moral, 
o que não é pouco. De resto, a Igreja é um cintilante regime democrático. Qualquer integrante 
do clero tem o direito de ser um conservador, um moderado ou um progressista. Nesse aquário 
colorido, a maioria esmagadora dos sacerdotes com influência que vai além de seus altares 
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integra a categoria dos cantores e/ou youtubers ligados à Renovação Carismática, corrente 
de orientação conservadora. Dono de um magnetismo envolvente, o padre Marcelo Rossi é o 
expoente dessa ala.
Aos 72 anos, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, o 
padre Júlio Lancellotti é também um nome famoso, mas acomoda-se numa gaveta mais solitária. 
Ele é, hoje, o padre mais político do Brasil.
(Angélica Santa Cruz. O Padre que morde. Revista Piauí, 18 de julho de 2021).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os próximos 
itens.
051. 051. (INÉDITA/2023) Sem prejuízo da correção gramatical, a expressão “com histórias de 
vida dificílimas” poderia ser substituída por “com histórias de vida dificílima”.
052. 052. (INÉDITA/2023) Em “Transita, embevecido, entre pilhas de livros espalhadas pela casa 
onde mora com três sobrinhos no bairro do Belém”, o vocábulo “embevecido” poderia ser 
substituído por “envaidecido”, sem prejuízo do sentido original do texto.
053. 053. (INÉDITA/2023) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “há” por “existe” 
em “que comanda há 36 anos” (2º parágrafo).
054. 054. (INÉDITA/2023) Em “pela casa onde mora com os sobrinhos”, o vocábulo “onde” poderia 
ser substituído pela expressão “em que”, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido 
original do texto.
055. 055. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018)
Pronomes
1 Antes de apresentar o Carlinhos para a turma, Carolina pediu:
— Me faz um favor?
— O quê?
4 — Você não vai ficar chateado?
— O que é?
— Não fala tão certo.
7 — Como assim?
— Você fala certo demais. Fica meio esquisito.
— Por quê?
10 — É que a turma repara. Sei lá, parece...
— Soberba?
— Olha aí, “soberba”. Se você falar “soberba”, ninguém vai saber o que é. Não fala “soberba”. Nem 
“todavia”. Nem “outrossim”. E cuidado com os pronomes.
— Os pronomes? Não posso usá‐los corretamente?
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16 — Está vendo? Usar eles. Usar eles!
O Carlinhos ficou tão chateado que, junto com a turma, não falou nem certo nem errado. Não 
falou nada. Até comentaram:
— Ó, Carol, teu namorado é mudo?
Ele ia dizer “Não, é que, falando, sentir‐me‐ia vexado”, mas se conteve a tempo. Depois, quando 
estavam sozinhos, a Carolina agradeceu, com aquela voz que ele gostava.
24 — Comigo você pode botar os pronomes onde quiser, Carlinhos.
Aquela voz de cobertura de caramelo.
Luis Fernando Veríssimo. Contos de verão. In: O Estado de S. Paulo, Caderno 2, Cultura, p. D2, 
jan./2000.
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens a seguir.
No trecho “— Você fala certo demais. Fica meio esquisito.” (linha 8), a inserção de ponto e 
vírgula no lugar de ponto continuativo entre as duas orações, com a devida conversão de 
letra maiúscula em minúscula, manteria a correção gramatical e a coesão textual.
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GABARITOGABARITO
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
1. b
2. e
3. a
4. c
5. e
6. d
7. C
8. C
9. C
10. E
TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS .
11. e
12. e
13. e
14. d
15. d
16. b
17. a
18. C
19. b
20. a
21. d
22. d
23. e
24. b
25. e
COESÃO E COERÊNCIA
26. C
27. C
28. d
29. d
30. E
SEMÂNTICA
31. E
32. b
33. c
34. b
35. b
FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM
36. b
37. d
38. C
39. C
40. d
41. e
42. b
43. b
44. e
45. c
REESCRITA
46. C
47. c
48. a
49. C
50. E
51. C
52. E
53. E
54. C
55. C
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GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
001. 001. (CONSULPLAN/ANALISTA/SEGER/2023) Relacione adequadamente os fatores às suas 
respectivas características.
1. Aceitabilidade.
2. Intencionalidade.
3. Situacionalidade.
4. Informatividade.
5. Intertextualidade.
(  ) � Está direcionada ao protagonistado ato comunicativo. Trata-se da disposição e do 
empenho de se construir um discurso coerente, coeso e com grande capacidade de 
satisfazer determinada audiência. Diz respeito às informações e conhecimentos 
prévios que o autor tem para chegar a seu público.
(  ) � É voltada para o contexto no qual a situação comunicativa está inserida. Ela se relaciona 
à adequação ou não do contexto, pois ele pode influenciar no significado do texto que, 
inserido em contextos distintos, pode produzir significados completamente diversos.
(  ) � Consiste na influência e na relação que um texto exerce sobre outro. Esse processo 
ocorre durante a produção de um texto, no qual o autor coloca, na estrutura de sua 
produção, referências explícitas ou implícitas de outra obra.
(  ) � Nesse fator, consideram-se as informações prévias e as informações novas obtidas 
no texto. É preciso que haja equilíbrio entre ambas, pois um texto que possui apenas 
informações prévias não traz novidade ao leitor. Já um texto somente com informações 
novas pode dificultar a compreensão da leitura.
(  ) � Esse fator está focando no leitor. O leitor precisa de algum conhecimento sobre o 
assunto para poder analisar o texto e decidir se concorda com a intenção do autor. É 
através de sua interpretação do texto que ele poderá reconhecer o que está implícito 
ou explícito no texto.
A sequência está correta em
a) 1, 3,5, 4, 2.
b) 2, 3, 5, 4, 1.
c) 3, 1, 2, 5, 4.
d) 5, 1, 4, 2, 3.
e) 5, 2, 3, 4, 1.
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A sequência correta é esta (cada termo seguido de sua definição): (2) a intencionalidade está 
direcionada ao protagonista do ato comunicativo. Trata-se da disposição e do empenho de se 
construir um discurso coerente, coeso e com grande capacidade de satisfazer determinada 
audiência. Diz respeito às informações e conhecimentos prévios que o autor tem para 
chegar a seu público; (3) a situacionalidade é voltada para o contexto no qual a situação 
comunicativa está inserida. Ela se relaciona à adequação ou não do contexto, pois ele pode 
influenciar no significado do texto que, inserido em contextos distintos, pode produzir 
significados completamente diversos; (5) a intertextualidade consiste na influência e na 
relação que um texto exerce sobre outro. Esse processo ocorre durante a produção de 
um texto, no qual o autor coloca, na estrutura de sua produção, referências explícitas ou 
implícitas de outra obra; (4) no critério informatividade, consideram-se as informações 
prévias e as informações novas obtidas no texto. É preciso que haja equilíbrio entre ambas, 
pois um texto que possui apenas informações prévias não traz novidade ao leitor. Já um 
texto somente com informações novas pode dificultar a compreensão da leitura (1) o 
critério da aceitabilidade está focando no leitor. O leitor precisa de algum conhecimento 
sobre o assunto para poder analisar o texto e decidir se concorda com a intenção do autor. 
É através de sua interpretação do texto que ele poderá reconhecer o que está implícito ou 
explícito no texto.
Letra b.
002. 002. (IBFC/ACAI/IBGE/2022)
ciclo vicioso
minha namorada sempre sonha que namora
seu namorado antigo minha ex-namorada
sempre sonha que me namora e eu, desconfiado,
tenho feito tudo para não sonhar...
(Cacaso, Poesia Completa, p.126)
O sentido do texto constrói-se por meio de sua organização interna. Desse modo, de acordo 
com o poema, o esforço do enunciador por “não sonhar” deve-se ao fato de:
a) sentir muito ciúme de sua atual namorada.
b) desejar ocupar o sonho de sua ex-namorada.
c) não acreditar em sonhos de amores antigos.
d) querer que sua atual namorada sonhe com ele.
e) não querer sonhar com sua ex-namorada.
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O eu-lírico não quer sonhar com sua ex-namorada. Esse receio é depreensível pela cadeia 
de eventos anteriores (quem sonha, sonha com a/o ex). O esforço para não sonhar não 
decorre, então, dos fatos apontados em “a”, “b”, “c” ou “d”.
Letra e.
003. 003. (IDECAN/TÉCNICO/SEFAZ-RR/2023)
Relações de poder e decisão: conflitos entre médicos e administradores hospitalares
Os hospitais abrigam tensões de natureza grupal e profissional. Seu corpo diretivo e clínico é 
constituído por médicos que usualmente têm dificuldade de aceitar normas disciplinares e 
de ouvir recomendações, principalmente quando elas vêm dos administradores hospitalares. 
Esta pesquisa tem como objetivo analisar como administradores hospitalares da cidade de 
Belo Horizonte percebem as relações de poder entre sua categoria profissional e a dos médicos 
proprietários de hospitais e suas consequências. Os discursos de nove administradores hospitalares, 
com experiência mínima de quatro anos na gerência de hospitais, foram coletados e analisados 
usando a metodologia qualitativa. A pesquisa identificou que o hospital é um local da disciplina 
médica, no qual o médico controla o cotidiano dos demais profissionais, determinando o tipo de 
comportamento esperado. Os empregados entrevistados se ressentem da falta de autonomia 
na gestão e consideram que isso prejudica o andamento dos processos e a qualidade dos 
serviços prestados. Queixam-se, principalmente, da falta de informações e da impossibilidade 
de participarem das decisões estratégicas. Admitem que o relacionamento com os médicos 
proprietários é permeado por conflitos, pois, muitas vezes, estes ignoram as questões colocadas 
pelos administradores e insistem na diferença de classe como forma de fazer prevalecer suas 
opiniões. A principal característica dos conflitos refere-se à percepção de superioridade do 
profissional médico em relação aos demais.
RAM, Rev. Adm. Mackenzie 11 (6) • Disponível em: https://doi.org/10.1590/
S1678-69712010000600004
O tipo de linguagem predominante no Texto é
a) referencial
b) conativa
c) metalinguística
d) fática
e) poética
Predomina no texto a função referencial, pois o foco é o contexto (fatos do mundo). Não se 
trata, portanto, de função conativa (centrada no destinatário), metalinguística (centrada 
no próprio código), fática (centrada no canal/contato) ou poética (centrada na mensagem).
Letra a.
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004. 004. (IADES/AUDITOR/SEPLAD-DF/2023)
As modificações viárias foram propostas para reduzir os engarrafamentos nas cidades, 
especialmente nos eixos de circulação, apresentando soluções de transportes de massa, 
confortáveis, seguros e incentivo aos deslocamentos ativos (ciclismo e caminhada) como alternativa 
ao modal automotivo. Para isso, foi estabelecida uma rede de transporte público estruturante, 
consolidando as principais rotas do Distrito Federal, com a implementação de corredores 
segregados de ônibus (BRTs), ampliação da linha do metrô, expansão da malha cicloviária, 
construção/melhoria das calçadas e construção de um Veículo Leve Sobre Trilhoslinhas teóricas, texto multimodal).
(ii) Outro conhecimento exigido diz respeito aos critérios de textualidade (aceitabilidade, 
intencionalidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade). Em provas, 
as bancas avaliam cada um desses elementos de diferentes formas. No entanto, 
ainda que as abordagens sejam diferentes, é possível identificar o tipo de questão 
que prioriza a intencionalidade do autor, a intertextualidade estabelecida etc.
1 .1 . PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS1 .1 . PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
A distinção (com detalhes) entre pressupostos e subentendidos, fundamentais para 
uma interpretação adequada, é esta:
Subentendidos Pressupostos
Definição
É aquilo que se pensa ou se deduz, 
mas que não foi dito ou escrito.
É algo (uma marca discursiva) capaz de fazer 
supor a existência de uma informação.
Manifestação
Demanda análise (por inferências) do 
contexto de ocorrência.
Há marcas discursivas, como:
- Pontuação;
- Formatação (gráfica);
- Vocabulário;
- Recursos morfológicos;
- Padrões sintáticos.
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1 .2 . VOZES DISCURSIVAS E TIPOS DE DISCURSO | INTERTEXTUALIDADE1 .2 . VOZES DISCURSIVAS E TIPOS DE DISCURSO | INTERTEXTUALIDADE
Um texto nunca é “puro”, no sentido de nunca haver um texto que seja isolado no mundo 
discursivo. Explico melhor: todo texto é um intertexto. Quando lemos um artigo de opinião, 
o autor dialoga com diferentes perspectivas, diferentes intelectuais que também debateram 
aquele tema. Nesse debate, o autor também traz para o texto diferentes vozes, as quais 
dão mais força aos argumentos. Em minha aula, por exemplo, utilizo diversos conceitos e 
autores, formando um grande intertexto.
As principais formas de intertextualidade (ou de integração de diferentes vozes 
discursivas) são a citação (explícita ou implícita), a paródia, a alusão, a paráfrase e a epígrafe. 
Em provas de concurso, predomina a exigência de conhecimentos sobre as formas de 
citação (em especial, pelo uso de aspas) e as de intertextualidade com pensamentos e 
formulações bastante conhecidas, como “penso, logo existo”.
1 .3 . ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM1 .3 . ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA LINGUAGEM
O conteúdo sobre os elementos da comunicação e as funções da linguagem é 
avaliado em concursos da seguinte forma (comandos de questões retirados de provas das 
principais bancas):
Banca Enunciado da questão sobre Funções da Linguagem
CEBRASPE
A função da linguagem predominante nesse diálogo está centrada no próprio canal da 
comunicação, estando os participantes praticando um ritual de contato, sem preocupação 
com o conteúdo da mensagem que veiculam:
FCC Considerando-se a definição acima, ocorre metalinguagem no seguinte trecho:
FGV Na passagem acima, a sequência “rs” é uma manifestação da seguinte função da linguagem:
IDECAN O segmento sublinhado no período acima é exemplo da função da linguagem:
QUADRIX
No texto, o ponto de exclamação constitui marca de subjetividade do autor, o que evidencia 
a presença da função emotiva da linguagem.
Os elementos da comunicação e as funções da linguagem estão sintetizados a seguir:
Mensagem
Função Poética
Código
Função Metalingística 
Canal
Função Fática
Receptor
Função Apelativa
Contexto/Referente
Função Referencial
Emissor
Função Expressiva
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O esquema acima deve ser lido desta maneira:
(i) o emissor transmite uma mensagem ao receptor;
(ii) essa mensagem tem como suporte o canal (o som de nossa voz ou o registro 
escrito, por exemplo) e está codificado em nossa língua portuguesa;
(iii) essa mensagem está situada em um contexto situacional e faz referência ao 
mundo biossocial do emissor e do receptor.
A depender da ênfase que se dê a cada um desses elementos, a função da linguagem 
(ou seja, do uso da linguagem) será diferente (daí os termos “função referencial”, “função 
expressiva” etc.).
Veja a definição e um exemplo de cada função:
Função Definição Exemplo
Referencial
(ou denotativa ou 
informativa)
Centrada no contexto/referente, é 
a mais “neutra” em relação ao modo 
como as informações são transmitidas. 
L inguisticamente, é marcada pela 
impessoalidade. O objetivo é tratar de um 
“outro”, de um terceiro.
Textos jornalísticos.
Discursos científicos.
Relatórios.
Apelativa
(ou conativa)
Centrada no receptor. Busca agir sobre quem 
recebe a mensagem, de modo a modificar 
algum comportamento (fazer, deixar de fazer; 
convencer). Linguisticamente, é marcada pela 
forma imperativa e por recursos expressivos 
como exclamações (e entonações).
Anúncios publicitários.
Manuais.
Expressiva
(ou emotiva)
Centrada no emissor. É subjetiva e expressas 
estados interiores (emoções ou sentimentos, 
por exemplo). Linguisticamente, é marcada 
pelo uso de primeira pessoa e por adjetivação.
Relato pessoal.
Poética
Centrada na mensagem. Explora recursos 
linguísticos com fins expressivos e estéticos, 
trabalhando sobre a forma.
Tipicamente, os textos poéticos 
exploram recursos linguísticos 
com fins expressivos. No entanto, 
nos textos poéticos, também 
podem predominar outras 
funções, como a metalinguística, 
a expressiva ou a apelativa.
Fática
Centrada no canal. É um recurso para manter 
a comunicação ativa, sendo evidente quando 
se busca consolidar o contato.
Certificar-se (“está me ouvindo?”; 
“Alô!?”).
Metalinguística
Centrada no código (em nosso caso, na língua 
portuguesa).
Uma aula de morfologia, 
de sintaxe, de fonologia. Os 
dicionários. Essa nossa aula, 
que, por meio do código, busca 
explicar esse mesmo código.
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1 .4 . NÍVEIS DE LINGUAGEM | VARIAÇÃO LINGUÍSTICA1 .4 . NÍVEIS DE LINGUAGEM | VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Seguindo o nosso projeto de sintetizar os conteúdos, apresento a seguir os níveis de 
linguagem e os tipos de variação linguística mais cobrados em concursos públicos.
Níveis de linguagem (níveis de registro)
Culto
Faz-se uso da língua-padrão, aquela que possui prestígio social e segue 
as normas da gramática tradicional.
É o nível de linguagem usado em situações formais e os falantes possuem 
alto nível de escolarização.
Comum
Está situado entre os níveis culto e coloquial.
É o registro empregado por falantes com escolarização básica e pelos 
meios de comunicação de massa.
Coloquial (popular)
Não possui prestígio social e é utilizado em situações informais de 
comunicação.
Não “segue” as normas da gramática tradicional e faz uso de vocabulário 
dito restrito (menos específico ou variado).
Na sequência, a classificação das principais variações linguísticas (utilizo as definições 
de Camacho (2001)):
Tipos de variação linguística
Variação histórica
(Diacrônica)
Acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser 
identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de 
mudança é gradual.
Variação geográfica
(Diatópica)(VLT), ligando 
aeroporto de Brasília, W3 sul e norte e Eixo Monumental, conectado com os setores Sudoeste/
Octogonal e com o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
Disponível em: <https://www.codeplan.df.gov.br/wp content/uploads /2018/02/>. Acesso 
em: 7 fev. 2023, com adaptações.
De acordo com o texto, uma rede de transporte público estruturante foi estabelecida para
a) atender às rotas mais relevantes do Distrito Federal e expandir as ciclovias e calçadas.
b) implementar corredores segregados de ônibus, ampliar a linha de metrô e aumentar o 
número de calçadas para pedestres.
c) reduzir os engarrafamentos nas cidades com alternativas ao uso de carros particulares, 
melhores condições dos transportes coletivos e estímulo aos deslocamentos ativos.
d) diminuir as distâncias entre o aeroporto de Brasília e as cidades administrativas.
e) construir BRTs e VLTs confortáveis para os moradores de Brasília.
A finalidade do estabelecimento de uma rede de transporte público estruturante é apresentada 
no primeiro parágrafo. Na alternativa (C), apresenta-se a finalidade adequada (nesse sentido, 
considero que seja possível estabelecer uma sinonímia entre “modal automotiva” e “carros 
particulares”). Nas demais alternativas, há algum tipo de incorreção (principalmente a 
extrapolação), pois no texto: (A) não se fala em “rotas mais relevantes”; (B) essa não é a 
finalidade; (D) essa não é a finalidade; (E) não se fala em “BRTs e VLTs confortáveis”.
Letra c.
005. 005. (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO/TRT 1ª REGIÃO/2018) Assinale a alternativa que apresenta 
um uso coloquial da linguagem.
a) “[...] os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos [...]”.
b) “[...] um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso 
equilíbrio latino de mens sana in corpore sano [...]”.
c) “[...] os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação [...]”.
d) “Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é 
tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito [...]”.
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e) “[...] o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos 
pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.”.
O uso coloquial é marcado por diversos fatores, como vocabulário (expressões), padrões 
morfológicos e sintáticos. No caso das alternativas em análise, o uso da expressão gatos 
pingados (significando “poucos indivíduos) é o marcador de coloquialidade.
Letra e.
006. 006. (FGV/PROFESSOR/SME-SP/2023)
Leia o fragmento a seguir.
Foi no Instituto de Letras da UFF, há alguns anos. Convidado, fez lá conferência um ex-Ministro de 
Angola. O assunto já não me lembra... Em todo caso, o tema é de somenos. Terminada a fala, com 
as palmas rituais, pôs-se o orador às ordens, para perguntas. À questão das línguas respondeu 
que, desgraçadamente, a oficial era a do colonizador, acreditando ele que essa anômala situação 
ainda duraria um século.
Assinale a opção que apresenta o tipo de preconceito linguístico a que esse fragmento 
textual se refere.
a) O preconceito socioeconômico, ligado ao fato de membros das classes mais pobres, 
pelo acesso limitado à educação e à cultura, geralmente, dominarem apenas as variedades 
linguísticas mais informais e de menor prestígio.
b) O preconceito regional, ligado a um tipo de aversão ao sotaque ou aos regionalismos 
típicos de áreas mais pobres.
c) O preconceito cultural, preso à aversão pela cultura de massa e às variedades linguísticas 
por ela usadas.
d) O preconceito político, referente à imposição de uma língua a falantes de outras línguas.
e) O preconceito racial, ligado às manifestações culturais de outras raças, inclusive a língua, 
considerando-as atrasadas.
O texto faz referência ao preconceito linguístico do tipo político. Na fala do ex-Ministro da 
Angola (país lusófono, de colonização portuguesa), observamos a sobreposição da Língua 
Portuguesa (língua do colonizador) sobre a língua do colonizado (como o quimbundo e o 
umbundo). Não se trata, então, de preconceito socioeconômico, regional, cultural ou racial, 
ainda que esses aspectos estejam indiretamente relacionados ao preconceito político.
Letra d.
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Chamam‐se fonemas os sons elementares e distintivos que o ser humano produz quando, pela 
voz, exprime seus pensamentos e emoções.
Desde logo, uma distinção se impõe: não se há de confundir fonema com letra. Fonema é uma 
realidade acústica, realidade que nosso ouvido registra; enquanto letra é o sinal empregado para 
representar na escrita o sistema sonoro de uma língua. 
Na atividade linguística, o importante para os falantes é o fonema, e não a série de movimentos 
articulatórios que o determina. Assim sendo, enquanto a análise fonética se preocupa tão somente 
com a articulação, a fonêmica atenta apenas para o fonema que, reunindo um feixe de traços 
que o distingue de outro fonema, permite a comunicação linguística.
Evanildo Bechara. Moderna gramática portuguesa. 37.a ed. rev. E ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 
2002, p. 57 (com adaptações).
Em relação a aspectos estruturais do texto precedente e às informações por ele veiculadas, 
julgue (Certo ou Errado) os itens subsequentes.
007. 007. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018) Comparando‐se a forma padrão 
“registrar” com a grafia não padrão “registrá”, verifica‐se que não há alteração da posição 
da sílaba tônica da palavra, que permanece oxítona, estando a acentuação gráfica de 
“registrá” de acordo com o que prescreve a regra.
Toda a afirmativa está correta. Note a forma flexionada com pronome enclítico “registrá-
la”, a qual é acentuada por ser uma oxítona (o que demonstra ser verdadeira a análise 
proposta pelo item).
Certo.
008. 008. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018) Predomina no texto a função 
metalinguística, visto que o foco da mensagem é o próprio código linguístico.
Quando uma linguagem fala sobre si mesma, temos metalinguagem. É exatamente isso o 
que observamos no texto: o autor fala sobre a língua utilizando a língua (escrita). Outros 
exemplos de metalinguagem: uma tirinha que fala sobre o ato de fazer tirinhas; uma pintura 
que fale sobre o ato de fazer uma pintura; um filme que fale sobre o ato de fazer um filme; 
uma fotografia que fale sobre o ato de fotografar.
Certo.
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Texto CB1A1
Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo 
com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse universo deverá 
ser de 2,3 bilhões de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento 
da população e as novas configurações familiares, com mulheres mais presentes no mercado 
de trabalho e menosdisponíveis para assumir encargos com parentes sem autonomia, têm 
levado os países a repensar seus sistemas de atenção a populações vulneráveis. Partindo desse 
panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, 
do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, identificaram, em estudo, 
o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam amparar indivíduos com distintos 
níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. Enquanto, em algumas 
nações, o papel do Estado é preponderante, em outras, a atuação de instituições privadas se 
sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto mais marcante.
Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois 
tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, 
como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve 
na intimidade e, com frequência, envolve a manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela 
relata que o conceito de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca 
de trinta anos e, desde então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em 
áreas como economia, antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão sobre 
essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele 
era uma necessidade nas situações de dependência, mas tal entendimento se ampliou. Hoje, 
ele é visto como um trabalho fundamental para assegurar o bem-estar de todos, na medida em 
que qualquer pessoa pode se fragilizar e se tornar dependente em algum momento da vida”, 
explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é 
distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo, de forma mais intensa, sobre as mulheres.
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, 
nos Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a noção arraigada de que 
o trabalho de cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado 
gratuitamente. Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre outros aspectos, de construção 
cultural a respeito da maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.
Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação 
no mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença feminina saltou de 18% para 
50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras 
naturais dos serviços de cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de 
casa. Esse fato, aliado ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como 
uma crise no provimento de cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com 
uma mercantilização desses serviços, além de uma maior atuação do Estado, por meio da criação 
de instituições públicas de acolhimento, expansão de políticas de financiamento, formação e 
regulação do trabalho de cuidadores”, conta a socióloga.
Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas 
famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como cuidadoras de 
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crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece 
serviços de cuidado
que compensam a escassa presença do Estado.
Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet: (com adaptações).
Em relação a aspectos estruturais do texto CB1A1 e às informações por ele veiculadas, 
julgue (Certo ou Errado) os itens subsequentes.
009. 009. (CEBRASPE/TÉCNICO/INSS/2022) Os serviços de cuidados fornecidos na América Latina 
diferenciam-se dos providos em países do hemisfério norte.
Ao longo do texto, observamos fatos que denotam a distinção entre os serviços de cuidados 
fornecidos por outros países (em especial, do hemisfério norte) e por países da América Latina.
Certo.
010. 010. (CEBRASPE/TÉCNICO/INSS/2022) A profissionalização do trabalho de cuidados nos 
últimos anos remodelou a essência do conceito de cuidado.
O que remodelou a essência do conceito de cuidado está descrito no terceiro período do 
primeiro parágrafo. Nele, não se encontra a profissionalização de cuidados como fator 
gerador de mudança na essência do conceito de cuidado.
Errado.
TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS .
011. 011. (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018) A afirmativa abaixo que é inadequada em relação às 
narrativas é:
a) toda narrativa implica mudanças de situações ou estados.
b) as narrativas implicam uma causalidade na intriga.
c) todas as narrativas mostram personagens humanos ou humanizados.
d) uma narrativa mostra sempre uma integração de ações.
e) os relatos narrativos implicam sempre um narrador personagem.
Em narrativas, NÃO há obrigatoriedade de o narrador ser personagem. Como sabemos, há 
o narrador em terceira pessoa (observador ou onisciente).
Letra e.
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012. 012. (CEBRASPE/ASSISTENTE/SEFAZ-RS/2019)
Texto 1A2-II
Neide nunca tinha pensado naquilo até que, mexendo um cremezinho de laranja na cozinha, a 
nutricionista do programa das dez da manhã falou:
— Ninguém é obrigado a parecer velho.
Tirando a canseira provocada por aquele horror de exames que o médico tinha pedido, Neide 
considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha. Mexeu o creme com mais 
vigor. A dermatologista deu aparte:
— Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade.
Aos trinta e seis anos, ela já era casada havia doze anos com João Carlos, já era mãe dos gêmeos, 
já sustentava a casa e tinha até contratado um auxiliar só para atender as freguesas que batiam 
palmas no portão. Aos trinta e seis anos, João Carlos já havia sido despedido da firma e já indicava 
que ia se tornar um deprimido de marca e um desempregado crônico. O fogão de seis bocas e a 
campainha com barulho de sino vieram depois, e seus préstimos de doceira eram anunciados em 
uma tabuleta de madeira. A apresentadora, que já nem era tão mocinha, considerou que tudo 
dependia do estado de espírito da pessoa e das escolhas feitas durante a vida:
— Às vezes, é preciso dizer não.
Neide pensou que falar era fácil e que mais a vida mandava do que ela escolhia. Na tevê, a palavra 
era do geriatra, um homem robusto, de tez bronzeada e cabelos fartos e grisalhos.
— As pessoas podem continuar sexualmente ativas até a morte. Literalmente, o amor não 
tem idade.
Neide sentiu uma tontura, e, de repente, a colher de pau caiu ao chão com barulho. Foi bem na 
hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede. Varreu com os olhos a figura diante 
de si: o pijama azul de listras estava tão acabado que nem dava para pano de chão, e a barriga 
do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões. A tontura deu uma pequena trégua, o 
suficiente para que ela se desgostasse à visão do descaimento.
Cíntia Moscovich.Aos sessenta e quatro. In: Essa coisa brilhante que é a chuva. Rio de Janeiro: 
Record, 2012 (com adaptações).
Assinale a opção que reproduz trecho do texto 1A2-II em que predomina a tipologia descrição.
a) “Ninguém é obrigado a parecer velho” (l. 4)
b) “Neide considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha. Mexeu o 
creme com mais vigor” (l. 6 a 8)
c) “Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade” (l. 9 e 10)
d) “Foi bem na hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede” (l. 31 e 32)
e) “a barriga do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões” (l. 35 e 36)
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A descrição é uma “fotografia” por escrito. Nela, o autor busca compor verbalmente imagens, 
as quais são formadas na mente do leitor. Apenas em (E) isso ocorre: é possível imaginar 
como a barriga do homem abria/rompia/desfiava as casas dos dois últimos botões (da 
roupa). Nas demais alternativas, temos o predomínio de outros elementos, como a narração.
Letra e.
013. 013. (FGV/ANALISTA/MP-RJ/2019) Observe o seguinte texto descritivo a seguir.
“A casa estava situada em centro de terreno; era bastante grande, com duas salas, quatro quartos, 
dois banheiros e um pequeno quintal. O piso de todos os cômodos era de cerâmica cinzenta e 
cada um deles possuía uma iluminação diferente”.
Nesse caso, a estratégia discursiva parte:
a) de longe para perto;
b) de cima para baixo;
c) das partes para o todo;
d) de baixo para cima;
e) do todo para as partes.
A estratégia discursiva parte do todo (casa em um terreno), segue para os cômodos e 
finaliza na descrição de elementos do cômodo, como cerâmica e iluminação. Então temos 
a estratégia indicada na alternativa (e): a descrição parte do todo para as partes.
Nesse tipo de questão, a banca demanda do candidato a capacidade de sintetizar uma 
noção presente em um trecho de texto. Essa síntese, no caso da questão em análise, é do 
tipo essência da estratégia discursiva no âmbito da descrição.
Letra e.
014. 014. (FGV/PROFESSOR/SME-SP/2023)
Como ensinar a ler
Se eu fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, 
enxadas e tesouras de podar. Eu a levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e 
árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; a levaria a uma livraria para que 
ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos 
jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e 
pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe falaria sobre os instrumentos que 
fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse 
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o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as 
cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza 
tem de vir antes.
Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura, não começaria com as letras e as sílabas. 
Simplesmente leria as estórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da 
fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela desejaria que eu lhe ensinasse o 
segredo que transforma letras e sílabas em estórias.
É muito simples. O mundo de cada pessoa é muito pequeno. Os livros são a porta para um 
mundo grande. Pela leitura vivemos experiências que não foram nossas e então elas passam a 
ser nossas. Lemos a estória de um grande amor e experimentamos as alegrias e dores de um 
grande amor. Lemos estórias de batalhas e nos tornamos guerreiros de espada na mão, sem os 
perigos das batalhas de verdade. Viajamos para o passado e nos tornamos contemporâneos dos 
dinossauros. Viajamos para o futuro e nos transportamos para mundos que não existem ainda. 
Lemos as biografias de pessoas extraordinárias que lutaram por causas bonitas e nos tornamos 
seus companheiros de lutas. Lendo, fazemos turismo sem sair do lugar. E isso é muito bom.
ALVES, Rubem, Ostra feliz não faz pérola. Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo. 2021.
O texto precedente, considerando-se sua organização discursiva, deve ser incluído entre 
os textos
a) descritivos.
b) narrativos.
c) dissertativos expositivos.
d) dissertativos argumentativos.
e) injuntivos.
Há, no texto, uma clara defesa de um ponto de vista. Nessa defesa, o autor argumenta no 
sentido de convencer o leitor de que a forma de educar uma criança (ensinar a ler, a fazer 
jardinagem, a apreciar música) defendida por ele é a correta. Por essa razão, o texto é 
corretamente classificado como argumentativo. Não se trata de descrição (apresentação 
de propriedades/características de objeto, ser ou espaço), narração (apresentação de 
eventos praticados/sofridos por personagens em determinado tempo e espaço), injunção 
(comandos/orientações/instruções dirigidas a um interlocutor) ou exposição (apresentação 
de fenômenos, fatos e conceitos sobre o mundo).
Letra d.
015. 015. (FGV/TÉCNICO/PGM/2023) Abaixo aparecem cinco slogans publicitários; o slogan que 
apela a uma estratégia diferente da dos demais casos, é:
a) Um pouco de Veja e muito de limpeza;
b) São os pequenos detalhes que fazem as grandes marcas;
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c) Após a escuridão vem a claridade com Eveready;
d) Não faça economia: compre um BMW;
e) Príncipe veste hoje o homem de amanhã.
Na alternativa (D), não observamos os mesmos pares contrastivos em (A), (B), (C) e (E): 
pouco-muito, pequenos-grandes, escuridão-claridade, hoje-amanhã.
Letra d.
016. 016. (IBGP/MUNICIPIO DE ITABIRA/ENGENHEIRO CIVIL/2020)
Educação financeira chega ao ensino infantil e fundamental em 2020
Oferta está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Antonia, auxiliar de escritório, todos os dias compra uma balinha ou um chocolate, no ponto de 
ônibus, na volta do trabalho, que custa R$ 0,50. “Eu não dava importância para aquele gasto. 
Imagina, R$ 0,50 não é nada! Mas eu nunca consegui economizar um centavo”. Fazendo as contas, 
esses centavos viram R$ 11 em um mês e R$ 132 em um ano.
São situações como essa, retirada de livro didático disponível online, que ensinam estudantes 
de escolas em várias partes do país a terem consciência dos próprios gastos e a ajudar a família 
a lidar com as finanças. A chamada educação financeira, cuja oferta hoje depende da estrutura 
de cada rede de ensino passa a ser direito de todos os brasileiros, previsto na chamada Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC).
“É uma grande oportunidade, uma grande conquista para a comunidade escolar do país”, diz a 
superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil), Claudia Forte.“A 
educação financeira busca a modificação do comportamento das pessoas, desde pequeninas, 
quando ensina a escovar os dentes e fechar a torneira para poupar água e economizar. Isso é 
preceito de educação financeira”.
A BNCC é um documento que prevê o mínimo que deve ser ensinado nas escolas, desde a educação 
infantil até o ensino médio. Educação financeira deve, pela BNCC, ser abordada de forma 
transversal pelas escolas, ou seja, nas várias aulas e projetos. Parecer do Conselho Nacional de 
Educação (CNE), homologado pelo Ministério da Educação (MEC), prevê que as redes de ensino 
adequem os currículos da educação infantil e fundamental, incluindo esta e outras competências 
no ensino, até 2020.
A educação financeira nas escolas traz resultados, de acordo com a AEF-Brasil. Pesquisa feita 
em parceria com Serasa Consumidor e Serasa Experian, este ano, mostra que um a cada três 
estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro depois de participar de 
projetos de educação financeira. Outros 24% passaram a conversar com os pais sobre educação 
financeira e 21% aprenderam mais sobre como usar melhor o dinheiro.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
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Desafios
Levar a educação financeira para todas as escolas envolve, no entanto, uma série de desafios, 
que vão desde a formação de professores, a oferta de material didático adequado e mesmo a 
garantia de tempo para que os professores se dediquem ao preparo das aulas.
De acordo com o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz 
Miguel Garcia, os municípios, que são os responsáveis pela maior parte das matrículas públicas 
no ensino infantil e fundamental, focarão, em 2020, na formação dos docentes, para que eles 
possam levar para as salas de aula não apenas educação financeira, mas outras competências 
previstas na BNCC.
“Tivemos um grande foco na construção dos currículos e, agora, neste ano, [em 2020], entramos 
no processo de formação. Educação financeira, inclusão, educação socioemocional, todos esses 
elementos vão chegar de fato na sala de aula a partir da discussão que fizermos agora”, diz. 
Segundo ele, a implementação será concomitante à formação, já em 2020.
De acordo com Garcia, não há um levantamento de quantos municípios já contam com esse 
ensino. “Não existe uma orientação geral com relação a isso. São iniciativas locais. Não tenho 
como quantificar, mas não é algo absolutamente novo”, diz.
Ensinar a escolher
A educação financeira é pauta no Brasil antes mesmo da BNCC. Em 2010 foi instituída, por 
exemplo, a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), com o objetivo de promover ações 
de educação financeira no Brasil. Na página Vida e Dinheiro, da entidade, estão disponíveis livros 
didáticos que podem ser baixados gratuitamente e outros materiais informativos para jovens 
e para adultos.
As ações da Enef são coordenadas pela AEF-Brasil. Claudia explica que a AEF-Brasil foi convocada 
pelo Ministério da Educação (MEC) para disponibilizar materiais e cursos para preparar os 
professores e, com isso, viabilizar a implementação da educação financeira nas escolas.
As avaliações mostram que o Brasil ainda precisa avançar. No Programa Internacional de Avaliação 
de Estudantes (Pisa) 2015, o Brasil ficou em último lugar em um ranking de 15 países em 
competência financeira. O Pisa oferece 4 avaliações em competência financeira de forma optativa 
aos países integrantes do programa. O resultado da última avaliação dessa competência, aplicada 
em 2018, ainda não foi divulgado.
Os resultados disponíveis mostram que a maioria dos estudantes brasileiros obteve desempenho 
abaixo do adequado e não conseguem, por exemplo, tomar decisões em contextos que são 
relevantes para eles, reconhecer o valor de uma simples despesa ou interpretar documentos 
financeiros cotidianos.
É CORRETO afirmar que esse texto pertence ao domínio discursivo:
a) Escolar.
b) Jornalístico.
c) Acadêmico.
d) Publicitário.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
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A questão exige conhecimentos sobre o conteúdo de Tipologias e Gêneros Textuais. O texto 
é claramente uma notícia, e por isso ele se enquadra no domínio discursivo jornalístico. 
Não se trata de uma obra didática (domínio discursivo escolar), um texto acadêmico (como 
um artigo científico) ou publicitário (uma propaganda, por exemplo). Por isso, temos a 
alternativa (B) como correta.
Letra b.
017. 017. (SELECON/ASSISTENTE/CRA-RR/2021)
Os desafios da conservação da água no Brasil
Um dos países com maior disponibilidade de recursos hídricos do mundo, o Brasil tem problemas 
com seus indicadores de água. O acesso à água tratada e à coleta e tratamento de esgoto no 
país é desigual. As áreas urbanas tendem a ter índices melhores, enquanto áreas irregulares e 
afastadas são mais prejudicadas. Além de políticas públicas que assegurem o atendimento, que 
é dificultado pela distribuição desequilibrada da água e da população no território brasileiro, 
outro imbróglio é a conservação do próprio recurso, que enfrenta desafios.
Falta de saneamento
Um dos maiores vilões da qualidade da água no Brasil é a oferta de saneamento básico. Pouco 
mais da metade da população brasileira, 52,4%, tinha coleta de esgoto em 2017, e apenas 46% 
do esgoto total é tratado, de acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento.
Dessa forma, um grande volume de esgoto não coletado ou não tratado é despejado em corpos 
d’água, provocando problemas ambientais e de saúde. “Essa falta de infraestrutura de saneamento 
básico tem um impacto brutal na qualidade das águas de todo o país”, diz o especialista Carlos.
Não só a carência de coleta e de tratamento de esgoto é problemática, mas também a poluição 
causada por indústrias e pela agricultura, como o lançamento de agrotóxicos.
Desmatamento, em especial no Cerrado
O desmatamento de matas ciliares, que acontece em todas as bacias hidrográficas do Brasil, 
altera a quantidade e a qualidade dos corpos hídricos. Essa vegetação protege o solo, ajuda na 
infiltração da água da chuva e na alimentação do lençol freático e permite a recarga dos aquíferos.
Sua retirada aumenta o assoreamento, a perda do solo, a erosão e a taxa de evaporação da água. 
Segundo José Francisco Gonçalves Júnior, professor do Departamento de Ecologia da Universidade 
de Brasília (UnB), todos esses impactos reunidos podem levar a uma indisponibilidade natural 
de recursos hídricos.
Em outra frente, o desmatamento do Cerrado, considerado a “caixa d’água do Brasil” por causa 
de sua posição estratégica na formação de bacias hidrográficas, vem sendo devastado pela 
expansão da fronteira agrícola. “Qualquer alteração no Cerrado pode levar a uma degradação 
de inúmeras bacias hidrográficas de extrema relevância para obtenção de recursos hídricos 
brasileiros”, afirma Gonçalves.
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Para o professor, o uso do solo do bioma teve um efeito positivo na produtividade agrícola, mas a 
falta de uma regulação mais firme tem levado a uma superexploração, com vários danos. “Perda 
de território, de recarga de aquíferos, uma perda muito grande de nascentes e uma degradação 
e diminuição da disponibilidade de água”, enumera.
(Disponível em https://www.dw.com/pt-br/os-desafios-daconserva%C3%ATH%C3%A30-da-
%C3%A1
A presença de falas de especialistas é uma das características que revela o pertencimento 
do texto ao tipo:
a) jornalístico
b) filosófico
c) literário
d) jurídico
O texto jornalístico (especialmente as reportagens) é caracterizado pela presença de falas 
de especialistas. A presença de falas de especialistas também ocorre em textos jurídicos 
e filosóficos, mas não é uma característica inerente ao gênero.
Letra a.
018. 018. (CEBRASPE/ANALISTA/PGE-PE/2019)
Texto CB2A1-I
1| Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso
ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
4| época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção
das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do
pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na
7| Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre
os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que
10| desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história,
como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais curtas.
13| Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura
pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um
século, um novo salto de época nos tomou de surpresa,
16| lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a
rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada
pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma
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19| sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários
dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade
22| pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial
anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico,
pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções
25| proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de
comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses
fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a
28| mais irresistível de toda a história humana — na qual nós,
contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar
envolvidos em primeira pessoa.
31| Ninguém poderia ficar impassível diante de uma
mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais
difundida é a desorientação.
34| A nossa desorientação afeta as esferas econômica,
familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de
crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque
37| quem está desorientado sente-se em crise, e quem se sente em
crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de
projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em
40| função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. 
Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à 
presença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.
Dentre os fatos históricos que trazem ao texto uma feição de dissertativo-argumentativo, 
temos “a ultrapassagem da agricultura pela indústria” (linhas 13 e 14) e “invenção das 
técnicas para controlar o fogo” (linhas 4 e 5). O uso desses fatos históricos tem por finalidade 
o convencimento do leitor acerca de um ponto de vista.
Certo.
019. 019. (INÉDITA/2023) A frase abaixo que mostra a presença do discurso indireto livre é:
a) Sentiu o cheiro bom dos preás que desciam do morro, mas o cheiro vinha fraco e havia 
nele partículas de outros viventes. Parecia que o morro se tinha distanciado muito.
b) A cachorra Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A obrigação 
dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro.
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c) Pouco a pouco a cólera diminuiu, e sinhá Vitória, embalando as crianças, enjoou-se da 
cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios.
d) Nesse momento Fabiano andava no copiar, batendo castanholas com os dedos. Sinhá 
Vitória encolheu o pescoço e tentou encostar os ombros às orelhas.
e) Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou 
como gente em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo.
O discurso indireto livre é marcado pela mescla entre o discurso do narrador e o do personagem. 
Ocorre tipicamente quando não se pode definir com clareza se o enunciado foi produzido 
pelo narrador ou pelo personagem. Em (B), isso ocorre na interrogativa “Que faziam aqueles 
animais soltos de noite?”, pois não sabemos se esse questionamento foi feito pelo narrador 
ou pelo personagem (no caso, a cachorra Baleia). Nas demais alternativas, não há discurso 
indireto livre: há apenas a narração de eventos em terceira pessoa.
Letra b.
020. 020. (INÉDITA/2023) Alguns narradores, como os de Machado de Assis, interrompem suas 
narrativas para fazer comentários com os leitores; o trecho abaixo em que o narrador 
comenta o processo de composição da narrativa é:
a) “Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, 
realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai 
um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contracção 
cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens 
pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo 
regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, 
andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...”
b) “Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode. Os 
olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse 
certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um 
homem com ares de menino.”
c) “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, 
logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia 
as raias de um capricho juvenil.”
d) “A Casa Verde foi o nome dado ao asilo, por alusão à cor das janelas, que pela primeira 
vez apareciam verdes em Itaguaí. Inaugurou-se com imensa pompa; de todas as vilas e 
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povoações próximas, e até remotas, e da própria cidade do Rio de Janeiro, correu gente 
para assistir às cerimônias, que duraram sete dias.”
e) “Nisto, o cônego estremece. O rosto ilumina-se-lhe. A pena, cheia de comoção e respeito, 
completa o substantivo com o adjetivo. Sílvia caminhará agora ao pé de Sílvio, no sermão 
que o cônego vai pregar um dia destes, e irão juntinhos ao prelo, se ele coligir os seus 
escritos, o que não se sabe.”
Em “b”, “c”, “d” e “e”, os excertos narrativos estão centrados nos personagens e nos eventos 
internos à narrativa. Em “a”, o narrador dirige-se ao leitor (e fala sobre o processo de 
composição da narrativa), como podemos confirmar pela leitura deste trecho: “porque o 
maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar”. 
É a chamada referência exofórica.
Letra a.
021. 021. (INÉDITA/2023) Todos os segmentos textuais abaixo são pertencentes à dinâmica do 
discurso argumentativo; o segmento em que a argumentação constitui uma falácia é:
a) Restrições que apresentam impactos inegáveis, como afirma o presidente do Sindicato 
Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, Bob Machado: “com a pandemia, há um aumento 
das desigualdades sociais”.
b) No fim, e mesmo considerando uma certa margem de erro dadas as diferenças de 
metodologia, o saldo negativo de 191 mil vagas de 2020 ainda foi um resultado bem menos 
catastrófico que o de 2015 (perda de 1,54 milhão de postos de trabalho) e 2016 (saldo 
negativo de 1,32 milhão), quando o Brasil não teve pandemia nem lockdown.
c) Portanto, atitudes legislativas direcionadas à efetivação e reconhecimento de direitos, 
como férias, 13º salário e FGTS, ainda confrontam a persistência de práticas de raiz 
escravocrata. Recentes casos julgados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, como 
o “Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde vs. Brasil”, condenaram o Estado pela ausência 
de proteção dos trabalhadores contra práticas de trabalho forçado.
d) Machado de Assis é o maior escritor brasileiro porque nenhum outro foi capaz de produzir 
uma obra que atingisse a mesma magnitude da criação literária do Bruxo do Cosme Velho.
e) Em relação ao perfil social das pessoas resgatadas de escravidão contemporânea até 
o momento em 2021, dados do Seguro-Desemprego do trabalhador resgatado mostram 
que 89% são homens; 49% têm entre 18 e 39 anos; e 35% residem no Nordeste. Quanto 
ao grau de instrução, 21% declararam só ter cursado até o 5º ano, 20% haviam estudado 
do 6º ao 9º ano e outros 18% tinham ensino médio completo.
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Há uma falácia em “d”: a petição de princípio (ou círculo vicioso), em que o autor apresenta 
a própria declaração como prova dela (Machado é o maior escritor brasileiro porque ele é o 
maior escritor brasileiro). Nas demais alternativas, as estratégias argumentativas não são 
falácias: “a” citação de autoridade; “b” apresentação de dados e cotejamento; “c” adoção 
de método dedutivo (do geral para o particular); “e” apresentação de dados (estatísticos).
Letra d.
022. 022. (INÉDITA/2023) Das falácias argumentativas abaixo, aquela que exemplifica uma 
simplificação exagerada é:
a) “Se se defende a restrição à venda de armas de fogo para se evitar assassinatos, devemos 
também restringir a venda de motosserras. Basta lembrar o caso de Paraipaba, em que um 
homem tentou assassinar com uma motosserra um desafeto”.
b) “As jornalistas Aline Valek e Clara Averbuck lançaram um blog chamado “Escritório 
Feminista” na Carta Capital. Certamente vão falar mal dos homens, pois é isso o que toda 
feminista faz”.
c) Os africanos gostavam de ser escravos. Como disse Daenerys Targaryen, de Game of 
Thrones, “As pessoas aprendem a amar as correntes que as prendem”.
d) Se no Brasil os jovens da geração “nem-nem” passarem a trabalhar e a estudar, erradicaremos 
a fome em nosso país!
e) “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto nível de informação”.
Há simplificação exagerada em “d”: primeiramente, a erradicação da fome em nosso país 
não ocorrerá se no Brasil os jovens da geração “nem-nem” passarem a trabalhar e a estudar, 
pois há muitos outros fatores envolvidos (como distribuição de renda, abertura de vagas 
no mercado de trabalho etc.). Em segundo lugar, a solução é simplista: como se pode 
empregar, de uma hora para outra, todos os jovens da geração “nem-nem”? Em “a”, “b”, “c” 
e “e”, as falácias são estas, respectivamente: falsa analogia; generalização excessiva; apelo 
à autoridade irrelevante; generalização excessiva.
Letra d.
023. 023. (INÉDITA/2023) O segmento abaixo que exemplifica o tipo de texto denominado 
instrucional é:
a) Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias 
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa 
com quem se fala), levam a concordância para a terceira pessoa.
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b) Há uma correlação bem documentada em todo o mundo entre a pobreza e as altas 
taxas de natalidade. Em países pequenos e grandes, capitalistas e comunistas, católicos e 
muçulmanos, ocidentais e orientais — em quase todos esses casos, o crescimento exponencial 
da população diminui ou cessa quando desaparece a pobreza esmagadora. A isso se dá o 
nome de transição demográfica.
c) Nos últimos tempos, vem se disseminando a tese da proposição de um suposto gênero 
neutro na língua portuguesa. O tema é complexo, ainda mais quando se ignoram questões 
caras para a ciência linguística, como a distinção entre gênero social e gênero gramatical, 
a função da escrita enquanto sistema representacional que se relaciona com a fala e, mais 
do que tudo isso, a dinamicidade em se tratando de línguas naturais.
d) Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e dizia para a bicharada 
do galinheiro:
- Vou cantar para fazer o sol nascer...
Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e 
ordenava, definitivo:
- Có-có-ri-có-có... E ficava esperando.
e) Inspeção de segurança antes do uso: (i) a inspeção de segurança deve ser realizada antes 
das atividades a serem exercidas por cada usuário. Para cada novo exercício, os dispositivos 
e acessórios a serem utilizados devem ser conferidos quanto a sua segurança, limpeza 
e adequação; (ii) certifique-se de que todos os componentes do equipamento estejam 
devidamente fixados e posicionados antes de realizar os exercícios.
O texto instrucional (ou injuntivo) é caracterizado pelo predomínio da função conativa, na 
qual se busca influenciar/dirigir o comportamento do interlocutor. Isso ocorre apenas em 
“e”, pois o texto realiza instruções em relação a como deve ocorrer a inspeção de segurança. 
Em “a”, temos um texto expositivo/metalinguístico; em “b”, um texto expositivo; em “c”, o 
texto é argumentativo; em “d”, por fim, temos um texto narrativo.
Letra e.
Caros membros da Secretaria de Redação e do Conselho Editorial da Folha,
Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio destacarta expressar nossa preocupação 
com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal. Sabemos ser incomum 
que jornalistas se manifestem sobre decisões editoriais da chefia, mas, se o fazemos neste 
momento, é por entender que o tema tenha repercussões importantes para funcionários e 
leitores do jornal e no intuito de contribuir para uma Folha mais plural. O episódio a motivar 
esta carta foi a publicação de artigo de opinião intitulado “Racismo de negros contra brancos 
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ganha força com identitarismo” (Ilustrada Ilustríssima, 16/1), em que Antonio Risério identifica 
supostos excessos das lutas identitárias, que estariam levando a racismo reverso.
[...]
Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que 
nela se faz da liberdade de expressão. No entanto estes não se dissociam de outros valores 
que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana. A Folha não 
costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, 
terraplanistas e representantes do movimento antivacina.
Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil? Se textos como 
o de Antonio Risério atraem audiência no curto prazo, sua consequência seguinte é minar a 
credibilidade, que é, e deve ser, o pilar máximo de um jornal como a Folha. Por esses motivos, 
convidamos a uma reflexão e uma reavaliação sobre a forma como o racismo tem sido abordado 
na Folha. Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível 
com estar a serviço da democracia.
(Carta aberta de jornalistas da Folha à direção do jornal, 19 de janeiro de 2022)
024. 024. (INÉDITA/2023) O texto precedente pertence ao gênero carta argumentativa. Levando 
em consideração o texto lido, assinale a característica menos adequada a esse gênero.
a) Explicitação do destinatário da carta por meio do vocativo.
b) Adoção de expressões coloquiais e de linguagem figurada.
c) Estruturação textual coesa, clara e objetiva.
d) Apresentação de argumentação que sustenta o ponto de vista de quem subscreve a carta.
e) Emprego de formas verbais e pronominais em primeira pessoa.
Uma carta argumentativa possui tipicamente as seguintes características (expressas em 
“a”, “c”, “d” e “e”): explicitação do destinatário da carta por meio do vocativo; estruturação 
textual coesa, clara e objetiva; apresentação de argumentação que sustenta o ponto de 
vista de quem subscreve a carta; e emprego de formas verbais e pronominais em primeira 
pessoa (do singular ou do plural). Em “b”, lemos uma característica que não é típica em 
cartas argumentativas: a adoção de expressões coloquiais e de linguagem figurada.
Letra b.
025. 025. (INÉDITA/2023) O texto a seguir foi retirado de uma Carta do Leitor do jornal Folha de 
S.Paulo, de 17 de fevereiro de 2022.
Chegar bem aos 100
Excelente o artigo de Karla Giacomin na coluna Como Chegar Bem aos 100 (“Desconstrução 
de políticas de Estado precisa ser denunciada, Corrida, 17/2). Precisamos denunciar 
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essa desconstrução política, especialmente aquelas que contemplam as necessidades da 
população idosa.
Marília Berzins (São Paulo, SP)
A marca que NÃO está presente nesse gênero textual é:
a) a presença da assinatura do emissor;
b) a utilização de linguagem próxima à do jornal;
c) o emissor busca posiciona-se em relação a determinada publicação ou acontecimento 
recente;
d) o emprego de intertextualidade;
e) uma solicitação de resposta do jornal acerca do questionamento realizado.
As marcas linguístico-discursivas em “a”, “b”, “c” e “d” estão presentes no gênero textual 
carta do leitor em análise (seja no gênero, seja no exemplo analisado). Em “e”, temos uma 
marca não recorrente do gênero carta do leitor e inexistente no exemplo analisado: não há 
solicitação de resposta do jornal acerca do questionamento realizado.
Letra e.
COESÃO E COERÊNCIA
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade 
dos estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar 
as 27 unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura, 
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da 
máquina pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não 
mudaram de posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa 
Catarina, que lideram, assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
[...]
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem 
desde infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si.
Paulistas lideram o ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança 
patrimonial, com aumento no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são 
os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na 
escolha das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar 
políticos a priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, 
como um sistema de incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão 
pública da região. São referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros 
para os estados brasileiros. Internet: (com adaptações).
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Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue os seguintes itens.
026. 026. (CEBRASPE/ANALISTA/TJ-ES/2023) A forma pronominal “Essa”, em “Essa é a pergunta” 
(início do primeiro parágrafo), estabelece coesão por substituição.
A coesão por substituição ocorre quando um vocábulo (principalmente pronomes) substituem 
outro termo (e, como isso, realizam a retomada). É exatamente o que ocorre em “Essa é a 
pergunta”, em que o pronome “Essa” substitui toda a oração interrogativa “Você mora em 
um lugar competitivo?”.
Certo.
027. 027. (CEBRASPE/ANALISTA/TJ-ES/2023) No trecho “apenas cinco não mudaram de posição” 
(segundo parágrafo), foi utilizada a estratégia de coesão por elipse.
A elipse ocorre quando se pode depreender a existência de um termo suprimido. Isso ocorre 
no trecho em análise, pois é possível depreender a forma “estados” está subentendida em 
“apenas cinco [estados] não mudaram de posição”.
Certo.
028. 028. (IBFC/ANALISTA/DETRAN-DF/2022)
Eu deveria cantar.
Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse 
acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso,uma Ave Maria e uma 
Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses 
nunca, na caixa de metal “Para as Almas do Purgatório”. Agradecer, pedir luz, como nos tempos 
em que tinha fé.
Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas 
como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou 
Deus. Sem juiz nem plateia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante 
de fevereiro, olhando o telefone que acabara de desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei 
os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, 
mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, 
dinheiro aplicado, imóveis, nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal 
como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. Nada muito 
sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante 
beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda 
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e os joelhos tremessem com frequência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos 
e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.
Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.
Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense 
nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre 
capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa 
complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um 
nome. Chamava-se – um emprego.
(ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.11-12).
O emprego do pronome demonstrativo presente em “dessas atitudes” é justificado pelo 
seguinte papel coesivo:
a) proximidade espacial em relação ao interlocutor.
b) referência antecipada a elementos pouco específicos.
c) proximidade de tempo entre a enunciação e a referência.
d) referência a elementos já apresentados no texto.
O pronome “essas”, presente em “dessas atitudes”, é um anafórico: retoma elementos já 
apresentados no texto. Não se trata de referência espacial ou temporal. Também não se 
trata de um termo catafórico (que antecipa algo a ser dito).
Letra d.
029. 029. (INÉDITA/2023) Uma marca da textualidade é a coesão, a ligação formal entre termos.
Assinale a frase abaixo em que os termos destacados não estão ligados por coesão.
a) A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários que são transmitidos pela 
picada das fêmeas.
b) Em período chuvoso, quando a terra desliza, são carregadas com ela as casas construídas 
nos morros.
c) Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou En-Lai, muito citada, que 
traduz essa noção singular do que seja o tempo.
d) A paciência é uma virtude que é baseada no autocontrole emocional.
e) O que me parece mais relevante é discutir os fatores estruturais, que de certa forma 
impelem nessas conjunturas à tensão inflacionária incidir dessa forma.
Em (A), (B), (C) e (E), os termos destacados formam pares coesivos (são anáforas: o segundo 
termo do par retoma o primeiro): protozoárioshumano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não 
mudaram de posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa 
Catarina, que lideram, assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
[...]
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem 
desde infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si.
Paulistas lideram o ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança 
patrimonial, com aumento no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são 
os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na 
escolha das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar 
políticos a priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, 
como um sistema de incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão 
pública da região. São referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros 
para os estados brasileiros. Internet: (com adaptações).
Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue o seguinte item.
No primeiro período do último parágrafo, a palavra “robusta” está empregada com o mesmo 
sentido de arrojada.
Os vocábulos “robusta” e “arrojada” não são sinônimos. Por isso, não são intercambiáveis 
(um não pode substituir o outro no contexto em análise). A diferença de significado é esta: 
“robusto” significa algo de constituição física muito forte, vigoroso; “arrojado” denota que 
aquilo que apresenta características inovadoras, progressistas; ousado.
Errado.
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032. 032. (CEBRASPE/ANALISTA/APEX BRASIL/2021)
Texto CB2A1-I
A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas oportunidades para o pequeno 
negócio, o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), que se veem na contingência de mudança 
na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e novas oportunidades, com uma 
fatia maior do comércio eletrônico.
Com a utilização do sistema B2C, sistema de comércio eletrônico, várias vantagens podem ser 
apresentadas, como a facilidade de estabelecer compras online 24 horas por dia, sete dias da 
semana. Verifica-se, ainda, a otimização dos fatores da atividade empresarial, como quadro 
pessoal, loja física e mobilidade urbana, a diminuição de tempo gasto com as operações e a 
sustentabilidade com a teoria de utilização racional de papéis (em inglês, less paper).
Este guia é direcionado aos pequenos empresários, aos varejistas e a todo tipo de comerciante 
que vise ampliar suas atividades pelo uso de novas tecnologias. Os produtos englobados por este 
guia resumem-se em mercadorias, software, hardware e serviço. Os consumidores protegidos pela 
norma conceituam-se como membro individual do público geral, que compra ou usa produtos 
para fins pessoais ou finalidades domésticas.
Todavia, para que esse sistema de transações de comércio eletrônico seja eficaz, o comerciante 
deve planejar, implantar e desenvolver o sistema de comércio eletrônico e mantê-lo atualizado 
e transparente, de modo a auxiliar os consumidores na efetivação da credibilidade desse tipo 
de negociação online.
Para tanto, a capacidade, a adequação, a conformidade, a pluralidade e a diversidade na rede 
devem gerar um maior suporte ao consumidor, em relação às suas reclamações e dúvidas na 
transação eletrônica.
Utilize o passo a passo sugerido neste guia e seja bem-sucedido em seu comércio eletrônico!
ABNT/ SEBRAE. Guia de implementação ABNT NBR ISO 10008: gestão da qualidade –satisfação 
do cliente – diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio a consumidor. Rio de 
Janeiro: 2014, p. 31 (com adaptações).
No primeiro parágrafo do texto CB2A1-I, o vocábulo “contingência” está empregado com 
o sentido de
a) obrigação.
b) circunstância.
c) iminência.
d) urgência.
O contexto é este: “A rapidez da difusão do comércio eletrônico tem trazido novas 
oportunidades para o pequeno negócio, o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), 
que se veem na contingência de mudança na gestão do comércio, visando um aumento de 
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lucratividade e novas oportunidades, com uma fatia maior do comércio eletrônico.” Aqui, 
o sentido é de “eventualidade”, “caráter do que é circunstancial” (segundo o dicionário 
Houaiss, 2009). Nesse sentido, o substituto adequado é “circunstância”, em (B): “A rapidez da 
difusão do comércio eletrônico tem trazido novas oportunidades para o pequeno negócio, 
o varejo e as micro e pequenas empresas (MPE), que se veem na circunstância de mudança 
na gestão do comércio, visando um aumento de lucratividade e novas oportunidades, com 
uma fatia maior do comércio eletrônico.”
Letra b.
033. 033. (FGV/AUDITOR/TCE-ES/2023) Todas as frases abaixo mostram verbos ligados à ação 
de “ver”. A frase em que o verbo sublinhado NÃO está adequadamente empregado, por não 
ter seu sentido adequado ao contexto, é:
a) O atirador mirou com cuidado o alvo pretendido;
b) O caçador vislumbrou o animal entre a folhagem;
c) No museu, pessoas observam desatentas os inúmeros quadros;
d) Ao entrarem na Capela Sistina, os turistas contemplam obrigatoriamente as pinturas 
do teto;
e) O daltonismo não permitia que ele distinguisse o verde do vermelho.
Os significados de “mirar” (fixar os olhos em), “vislumbrar” (enxergar parcial, indistinta ou 
fracamente; entrever), “contemplar” (fixar o olhar em (alguém, algo ou si mesmo), com 
encantamento, com admiração) e “distinguir” (perceber a diferença entre (coisas) ou ser 
diferente de (algo)) estão adequados para o contexto de ocorrência. No caso de “observar”, 
em (C), o problema está no emprego do vocábulo “desatentas”, já que o ato de observar 
pressupõe a ideia de ver com atenção.
Letra c.
034. 034. (FGV/AUXILIAR/PREF. MUN. PAULÍNIA-SP/2021) Um jornal de Paulínia é chamado de 
vespertino; isso significa que esse jornal
a) era distribuído somente em alguns bairros.
b) só era distribuído à tarde.
c) era publicado somente nos dias úteis.
d) tratava exclusivamente de eventos festivos.
e) era marcado por fazer críticas violentas.
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O termo “vespertino” designa o turno do dia em que algo ocorre: à tarde. Assim, se o jornal 
é chamado de “vespertino”, isso significa que ele era distribuído/publicado neste turno (isto 
é, à tarde). Por isso, temos a alternativa (B) como adequada. Nas demais alternativas, as 
noções apresentadas não são compatíveis com a semântica do termo “vespertino”: local 
de distribuição, dia da semana em que o jornal era publicado; tipo de evento abordado pelo 
jornal;e tipo de crítica realizada pelo jornal.
Letra b.
035. 035. (INÉDITA/2023) Assinale a frase a seguir que está isenta de ambiguidade.
a) A nomeação do Ministro foi surpreendente.
b) O médico descartou os aparelhos velhos.
c) Pedro encontrou Maria andando pela orla da praia
d) A descrição de Saramago foi bem feita.
e) Os operadores não atendiam ninguém de roupa suja.
Em (B), não há ambiguidade: os sentidos veiculados pela frase são um só: alguém (o médico) 
fez algo (descartou os aparelhos que eram velhos). Em (A), (C), (D) e (E), há mais de um 
sentido para cada frase: (A) Ministro foi nomeado ou nomeou; (C) Pedro estava andando 
quando encontrou a Maria/Maria estava andando quando foi encontrada; (D) Saramago 
descreveu bem ou foi bem descrito (por outra pessoa); (E) os operadores não atendiam 
de roupa suja; ninguém era atendido se (o público a ser atendido) estivesse de roupa suja.
Letra b.
FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM
036. 036. (FCC/TÉCNICO/TRT-18/2023)
Imagine uma pessoa afivelada a uma cama com eletrodos colados em suas têmporas. Ao se 
girar um botão situado em local distante, a corrente elétrica nos eletrodos aumenta em grau 
infinitesimal, de modo que o paciente não chegue a sentir. Um hambúrguer gratuito é então 
ofertado a quem girar o botão. Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − 
sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para 
eletrocutar a vítima. Quem é responsável pelo quê? Algo tenebroso foi feito, mas de quem é a culpa? 
O efeito isolado de cada giro do botão é, por definição, imperceptível − são todos “torturadores 
inofensivos”. Mas o efeito conjunto é ofensivo ao extremo. Até que ponto a somatória de ínfimas 
partículas de culpa se acumula numa gigantesca dívida moral coletiva? − O experimento mental 
concebido pelo filósofo britânico Derek Parfit dá o que pensar. A mudança climática em curso 
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equivale a uma espécie de eletrocussão da biosfera. Quem a deseja? A quem interessa? O ardil da 
desrazão vira do avesso a “mão invisível” da economia clássica. O aquecimento global é fruto da 
alquimia perversa de incontáveis ações humanas, mas não resulta de nenhuma intenção humana. 
E quem assume − ou deveria assumir − a culpa por ele? Os 7 bilhões de habitantes da Terra 
pertencem a três grupos: o primeiro bilhão, no cobiçado topo da escala de consumo, responde 
por 50% das emissões de gases-estufa; os 3 bilhões seguintes por 45%; e os 3 bilhões na base da 
pirâmide (metade sem acesso a eletricidade) por 5%. Por seu modo de vida, situação geográfica 
e vulnerabilidade material, este último grupo − o único inocente − é o mais tragicamente afetado 
pelo “giro de botão” dos demais.
(GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
Pode ser considerada paradoxal a seguinte expressão empregada no texto:
a) efeito isolado.
b) torturadores inofensivos.
c) ínfimas partículas.
d) intenção humana.
e) vulnerabilidade material.
Segundo o dicionário Houaiss (2009), um paradoxo é uma contradição (isto é, uma oposição 
entre noções, as quais tipicamente são incompatíveis quando em contraste). Isso ocorre 
em (B), já que a figura de um torturador não pode ser considerada como inofensiva. Nas 
outras alternativas, não se observam paradoxos.
Letra b.
037. 037. (IDECAN/DESENVOLVEDOR/SEFAZ-RR/2023)
Postei uma foto no meu perfil do Instagram em que apareço tomando a vacina contra a Covid-19. 
Na legenda, de poucas palavras, deixei claro que era a terceira dose. Recebi muitas curtidas e alguns 
comentários, entre eles o de uma moça que perguntou: “Martha, você já tomou a terceira dose?”
Dias antes, havia postado sobre o lançamento do meu novo livro no Rio, em fevereiro próximo, e 
disse na legenda: “Não há outras cidades confirmadas. Quando houver, avisarei”. De novo, muitas 
curtidas e alguns comentários, entre eles: “E Goiânia?” “Curitiba quando?”
Não sou louca de desconsiderar: é carinho, eu sei. Mas é também um sintoma. Houve um tempo 
em que as pessoas liam livros, muitos deles extensos, divididos em dois ou três volumes. Depois 
veio a era tecnológica e com ela a impaciência: leituras rápidas, cultura do aperitivo. E agora nem 
isso: a criatura passa os olhos por duas linhas e não registra nada.
Ninguém mais quer perder tempo, é o argumento de defesa. Mas não me convenço. A falta de foco, 
sim, é que nos faz perder tempo: somos obrigados a repetir as perguntas, repetir as respostas, 
voltar aos mesmos assuntos duas, três, cinco vezes. Estamos nos comunicando miseravelmente, 
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trocando mensagens cifradas por WhatsApp, com preguiça de dar uma informação completa, 
de prestar atenção nos detalhes, de facilitar o entendimento. Agimos como aquelas telefonistas 
estressadas que atendiam um cliente enquanto deixavam outros sete pendurados (na saudosa 
época em que não falávamos com robôs).
Essa pressa toda pra quê mesmo? Dizem que é o tal do “Fear of Missing Out”, ou em bom português, 
“medo de ficar por fora”. Em vez de a pessoa se dedicar uns minutinhos a concluir o que está 
fazendo – uns minutinhos!! – ela some e já está em outra e depois outra e ainda outra interação, 
que serão igualmente capengas. Isso é medo de ficar por fora? A pessoa já está em órbita e não 
percebeu. Fica batendo de porta em porta e não entra em lugar nenhum.
Adentre, amigo. Puxe uma cadeira e sente. Converse. Pergunte pela família. Olhe nos olhos. Cinco 
minutos de atenção não arrancarão pedaço. Fique o suficiente para demonstrar que se importa 
com seu interlocutor. Cale-se e escute. Nutra esses preciosos cinco minutos, para que eles não 
se dissolvam por inanição.
Ando bem tonta com a esquizofrenia cibernética, com o parcelamento de informações, com a 
falta de cuidado e de concentração. Ninguém mais se esforça minimamente para estabelecer 
uma conexão verdadeira. Agora virou moda dizer que fulano tá ON, sicrana tá ON. Balela. ON a 
gente estava quando se importava. Agora estão todos OFF, desligados crônicos, vivendo a falsa 
ilusão de uma vida plena. ON está aquele que consegue pausar.
Martha Medeiros. In: NSC Total. Acesso em:https://www.nsctotal.com.br/colunistas/martha-
medeiros/quem-esta-on, 14 out., 2022
“Ando bem tonta com a esquizofrenia cibernética, com o parcelamento de informações, 
com a falta de cuidado e de concentração.” (linhas 22 e 23)
O uso repetido da preposição com é um recurso linguístico chamado de
a) catáfora.
b) dêitico.
c) elipse.
d) anáfora.
e) silepse.
ATENÇÃO! O conceito de “anáfora” envolve dois significados. Segundo o dicionário Houaiss 
(2009), uma anáfora pode ser a “repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de 
duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido” ou um “processo pelo qual 
um termo gramatical retoma a referência de um sintagma anteriormente”. A questão da banca 
examina o primeiro significado: a repetição do termo “com” configura uma anáfora. Não se 
trata, então, de catáfora (antecipação de uma expressão), dêitico (referente ao momento 
da enunciação), elipse (supressão de um termo que pode ser facilmente subentendido) ou 
silepse (concordância lógica).
LetraTrata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura 
sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-
se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores 
da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões 
linguísticos utilizados na região de sua influência.
Variação social
(Diastrática)
Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, 
determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; 
a idade e o sexo.
Variação estilística/social
(Diafásica)
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de 
comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de 
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores.
2 . TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS2 . TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS
Questões sobre as tipologias estão SEMPRE presentes em provas de concurso, 
especialmente nas bancas FGV e CEBRASPE (e nas bancas VUNESP, FCC, QUADRIX, IBFC e 
IDECAN). Considerando os últimos 5 anos, foram aplicadas nada menos que 1247 questões 
sobre tipologias e gêneros textuais. É um conteúdo muito relevante. Em especial, a banca 
FGV tem tirado o sono de muitos candidatos ao explorar em detalhes as características das 
tipologias. Para as outras bancas, dominar as noções fundamentais tem sido suficiente.
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Bruno Pilastre
Para a síntese das tipologias e dos principais gêneros cobrados em concurso, utilizarei 
tabelas e mapas mentais. Iniciemos com o quadro sinóptico:
TIPOLOGIA CARACTERÍSTICAS CENTRAIS FORMAS LINGUÍSTICAS TÍPICAS
Narrativa
Na narração, há seres que participam de 
eventos em determinado tempo e espaço. 
Os participantes desses eventos são os 
personagens, os quais podem ser reais 
ou fictícios. O evento (uma espécie de 
ação) é denotado por verbos nocionais e 
de movimento, como cantar, correr, beijar, 
nadar, ouvir etc. O tempo da narrativa é 
tipicamente o passado, mas pode ser o 
presente (a narração de um jogo de futebol) 
ou o futuro (obras proféticas, por exemplo). 
Em uma narrativa, o espaço pode ser físico 
(uma cidade, uma casa, uma escola) ou 
psicológico (mente do personagem ou do 
narrador).
Verbos que denotam evento (com 
agente e paciente).
Formas adjuntas que denotam 
tempo e espaço.
Substantivos e pronomes pessoais 
para identificação e retomada de 
personagens.
Descritiva
Em uma descrição, apresentamos uma 
série de característica de determinado 
ser/objeto/espaço, formando na mente do 
leitor/ouvinte a imagem do que está sendo 
descrito.
Na descrição, essa apresentação de 
características é verbal (oral ou escrita).
A descrição pode ser objetiva ou subjetiva.
A descrição pode ser global ou específica. 
Em termos de dinâmica, pode partir do 
geral para chegar ao particular ou partir 
do particular para chegar ao global.
Predicações nominais.
Adjetivação (ou subordinadas 
adjetivas).
Forma verbal predominante: 
presente e aspecto imperfeito 
(para o pretérito).
Dissertativa-
Expositiva (Expositiva)
No tipo textual dissertativo expositivo, o 
autor do texto expõe/apresenta ideias, fatos 
e fenômenos. Por ser de caráter expositivo, 
não se busca convencer o leitor em relação 
ao ponto de vista - pressupõe-se, assim, que 
a dissertação expositiva apenas apresenta 
a ideia, o fato ou o fenômeno.
Estruturas de impessoalização.
Verbos no presente e no passado 
(retomando eventos factuais).
Dissertativa- 
Argumentativa
(Argumentativa)
No tipo textual dissertação argumentativa, 
diferentemente da dissertação expositiva, 
procura-se formar a opinião do leitor ou 
ouvinte, objetivando convencê-lo de que 
a razão (o discernimento, o bom senso, o 
juízo) está com o enunciador, de que quem 
enuncia é que está de posse da verdade. 
Para isso, utilizam-se argumentos.
Estruturas de impessoalização.
Verbos no presente e no passado 
(retomando eventos factuais). 
Há modalizadores discursivos 
que denotam a perspectiva do 
enunciador (adjetivos, estruturas 
sintáticas, voz verbal etc.).
Injuntiva
A propriedade básica do tipo textual 
injuntivo é: ensinar/orientar/instruir o leitor/
ouvinte/espectador a realizar uma tarefa.
Verbos no infinitivo.
Verbos no modo imperativo.
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Para cada tipologia, há certos pormenores, que, por vezes, são abordados pelas bancas, 
como na estrutura narrativa: tipo de narrador, tipo de personagem, tipos de discurso etc. 
Para relembrarmos cada característica, adoto os mapas mentais a seguir (que retomam 
algumas informações apresentadas no quadro anterior):
Tipologia textual – Tipologia textual – narração
Tipologia textual – Tipologia textual – descrição
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Tipologia textual – Tipologia textual – exposição ee argumentação
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Tipologia textual -Tipologia textual - injunção
2 .1 . OS GÊNEROS TEXTUAIS2 .1 . OS GÊNEROS TEXTUAIS
Os principais gêneros textuais possuem as seguintes características:
Gênero textual Característica(s)
Editorial
Argumenta-se em favor de uma tese, a qual se encaminha para uma proposta de 
intervenção. O ponto de vista apresentado é o do veículo de comunicação ( jornal, 
canal de TV, rádio etc.), da empresa jornalística ou do redator-chefe.
Artigo de opinião
Busca-se convencer o leitor em relação a uma determinada ideia. O autor do artigo 
de opinião não representa o ponto de vista do veículo que publica o texto, mas sim do 
próprio articulista. Esse também é um gênero pertencente ao tipo textual dissertativo-
argumentativo. É frequente o uso da primeira pessoa do singular e de modalizadores 
do discurso, marcando um posicionamento individual de quem escreve.
Notícia
Relata-se concisamente e objetivamente os fatos da realidade, destacando-se as 
seguintes informações: o que, quem, quando, onde, como e por quê.
Reportagem
É um texto jornalístico que trata de fatos de interesse público. A abordagem desses 
fatos é mais aprofundada (e didática) em relação à abordagem observada no gênero 
notícia.
Crônica
É um texto literário breve, com trama quase sempre pouco definida e motivos geralmente 
extraídos do cotidiano imediato. É um texto de natureza tipicamente narrativa.
Conto
É uma narrativa breve e concisa. No conto, há um só conflito, uma única ação (com 
espaço geralmente limitado a um ambiente). Além disso, há unidade de tempo e 
número restrito de personagens. O conflito é quase sempre resolvido após o clímax.
Divinatório
Possui valor “preditivo” e busca estabelecer o futuro (seja do interlocutor, sejad.
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038. 038. (CEBRASPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA) A sentença “Eu era a imagem do que 
não era” expressa um paradoxo ou oximoro.
Comentário: estamos diante de um paradoxo, de expressões que denotam sentidos (ideias) 
contraditórias, opostas: ser x não ser. Observe, em especial, que a banca não faz distinção 
entre os termos “paradoxo” e “oximoro”.
Certo.
039. 039. (INÉDITA/2023) 
André DahmerAndré Dahmer
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O humor da tirinha reside no fato de o personagem “Homem Literal” ser incapaz de interpretar 
figurativamente a expressão “Vá ver se eu estou lá na esquina”.
Por “incapaz de interpretar figurativamente”, devemos entender: interpretar apenas 
literalmente (por isso ele é o “Homem Literal”!). Por meio da leitura da linguagem não 
verbal, observamos o Homem Literal de fato indo a algum lugar (a esquina), o que confirma 
a interpretação literal da expressão.
Certo.
040. 040. (INÉDITA/2023) Uma antítese é um tipo de linguagem figurada em que ocorre a presença 
de duas palavras de sentido oposto; a frase abaixo em que NÃO ocorre a presença de uma 
antítese ou de um paradoxo é:
a) “Onde nasci, morri. Onde morri, existo. E das peles que visto muitas há que não vi.” (Carlos 
Drummond de Andrade);
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b) “Ao olhar para o Universo, o homem é nada. Ao olhar para o Universo, o homem é tudo.” 
(Marcelo Gleiser);
c) “Em tristes sombras morre a formosura; em contínuas tristezas a alegria.” (Gregório 
de Matos);
d) “Oh, metade exilada de mim, leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco que 
aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.” (Chico Buarque);
e) “Qualquer novo conhecimento provoca dissoluções e novas integrações.” (Hugo von 
Hofmannsthal).
Em “d”, temos o predomínio de uma figura denominada comparação (além de haver 
personificação), não de antítese ou paradoxo. Nas demais alternativas, observam-se as 
seguintes antíteses: “a” nascer/morrer; morrer/existir; “b” nada/tudo; “c” tristeza/alegria; 
e “e” dissolução/integração.
Letra d.
041. 041. (INÉDITA/2023)
O papel social da literatura africana
Em 1987, Wole Soyinka tornou-se o primeiro negro a receber um Nobel de Literatura. Fazia apenas 
27 anos que a Nigéria, seu país natal, se tornara independente. Pensar que um africano poderia 
receber um prêmio de reconhecimento mundial por seu intelecto e sua obra é algo recente em 
nossa história. Faz 34 anos do reconhecimento de Soyinka e 28 anos que uma mulher negra, Toni 
Morrison, recebeu o Nobel de Literatura de 1993.
A realidade de pessoas não brancas e não Ocidentais receberem reconhecimento no Ocidente 
é tão nova quanto a emergência dos Estados africanos contemporâneos e o fim das leis de 
segregação nos Estados Unidos e África do Sul. Se autores do século XVI, como Shakespeare ou 
Camões, podiam ser naturalmente considerados como parte do cânone da Literatura, os autores 
não europeus, em especial as mulheres do Sul global, estavam fora desse mundo. Mas quem fez 
o mundo do modo que ele é, excludente, segregado e racializado?
Nossa história foi e em muitos sentidos continua sendo mediada pelo Ocidente e essa mediação 
fez e faz constantes escolhas intelectuais e políticas embasadas em fortes estruturas mentais 
inventadas pelo próprio Ocidente. Duas marcantes ideias dessa estrutura mental para pensarmos 
o papel social da literatura africana são o racismo e o eurocentrismo. São apenas duas delas, 
mas deveras definidoras.
Seguindo o pensamento ocidental desde sua expansão globalizante no século XVI, damo-nos 
conta de que sua visão de mundo é excludente. Ou seja, os africanos, suas culturas, suas línguas 
e suas literaturas (orais e escritas) não merecem existir. Ao olhar do estrangeiro que possui um 
cocuruto recheado de ideias eurocêntricas do que é errado e do que é certo, ao chegar em África 
esse estrangeiro só enxerga coisas erradas, formas desviantes de todas expressões morais, 
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éticas, sociais e culturais de seu berço europeu. O mesmo ocorreu com os povos originários da 
América, da Oceania e da Ásia.
Não falam como falam na Europa, não conhecem e não acreditam no mesmo deus, não vivem 
como se vive na Europa. O continente que colonizou a maior parte do mundo tratou de classificar 
o mundo por meio do que considerava ausências. Se não há o que existe na Europa, então não 
existe nada. É então esse povo classificado pelo outro, considerado inferior e sem valor.
Mas em vez de entender o não europeu apenas como diferente e assim deixá-lo, o pensamento 
centrado na Europa se propõe universal. Por isso, ao encontrar esse mundo diferente, o desejo 
de quem se considera correto é de destruir ou alterar aquilo que se considera errado. E assim 
foi que a missão colonizadora, carregada de uma visão de mundo estrangeira aos africanos, 
penetrou em suas “terras selvagens”, entre seus “povos incivilizados” para direcioná-los da 
“escuridão para a luz.”
A noite colonial foi longa e seus efeitos ainda existem. A literatura africana é um testemunho 
disso. Foi nesse mundo que Wole Soyinka nasceu. Ele e outros de sua geração, como Chinua 
Achebe, Ngũgĩ wa Thiong’o, Es’kia Mphahlele, Flora Nwapa, Buchi Emecheta, Ousmane Sembène, 
Ana Paula Tavares, Uanhenga Xitu e Rebeka Njau. Essa geração, em diferentes locais da África, 
viveu a noite colonial, viu os sóis das independências e descobriu a vida no crepúsculo de um 
mundo que ainda existe entre a colônia e a pós-colônia.
(Le Monde Diplomatique Brasil. 4.10.2022)
Utiliza-se a figura de linguagem conhecida como piada da internet conta que no seguinte 
trecho:
a) [...] o pensamento centrado na Europa se propõe universal. (6º parágrafo)
b) Em 1987, Wole Soyinka tornou-se o primeiro negro a receber um Nobel de Literatura. 
(1º parágrafo)
c) Ou seja, os africanos, suas culturas, suas línguas e suas literaturas (orais e escritas) não 
merecem existir. (4º parágrafo)
d) Pensar que um africano poderia receber um prêmio de reconhecimento mundial por seu 
intelecto e sua obra é algo recente em nossa história. (1º parágrafo)
e) A noite colonial foi longa e seus efeitos ainda existem. (7º parágrafo)
A metáfora é a “designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa 
outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança” (Houaiss, 
2009). Em (E), o termo “noite” não significa especificamente o “tempo que transcorre 
entre o ocaso e o nascer do sol”. Na verdade, designa um período de ignorância, de 
desesperança, de obscurantismo (isto é, o que representou o período colonial para a África). 
Nas demais alternativas ((A), (B), (C) e (D)), os termos estão sendo empregados em sentido 
predominantemente denotativo.
Letra e.
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042. 042. (INÉDITA/2023) A frase que exemplifica um caso de linguagem figurada é:
a) O dólar é uma moeda estável.
b) O Brasil está queimando.
c) A atriz acusa o diretor de assédio.
d) Os empresários apresentaram um manifesto ao governo.
e) O Ministro Celso de Mello antecipa aposentadoria e deixará STF em 13 de outubro.
A linguagem figurada está presente em (b), já que a expressão “O Brasil está queimando” não 
significa “toda a extensão territorial da República Federativa do Brasil está sendo tomada 
pelo fogo”. Pela expressão, quer-se dizer que os focos de queimadas estão se ampliando 
por muitas áreas (e, para destacar que as áreas são extensas e que e os focos são muitos, 
há uma espécie de exagero na afirmação, de ampliação do espaço em que as queimadas 
estão presentes).
Nas demais alternativas, não há linguagem figurada, mas literal (o que se afirma em (a), 
(c), (d) e (e) traduz exatamente o que se vê em realidade).
Letra b.
043. 043. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-RO/2021)
Uma piada da internet conta que “Na minha cidade, havia um sujeito tão magro que, 
para ter certeza de que havia entrado no Banco, ele devia passar duas vezes pela mesma 
porta giratória”.
Essa piada se apoia em um caso de linguagem figurada denominado:
a) metáfora, porque mostra uma comparação;
b) hipérbole, porque contém um exagero;
c) eufemismo, porque traz a atenuação de uma ideia ruim;
d) gradação, porque se apoia numa sequência de termos;
e) ironia, porque afirma algo por meio do seu contrário.
Estamos diante de uma linguagem figurada denominada hipérbole: há um exagero em 
relação a quão magro é o sujeito.
Letra b.
044. 044. (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2018)
Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estrutural nos ensina, 
já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sérias e que nelas se articula um 
sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento propriamente 
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dito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos 
não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente, 
investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar a 
tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pensamento. 
Se, em suma, deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma 
espécie de mitomania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo 
de sua gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem 
ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles 
desempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade. 
Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos 
subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo 
tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sempre sob o signo do 
esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se verdadeiros momentos de distensão, 
e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro 
essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa 
forma, sua existência.
Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia, são 
bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e velhos; mas, quando eles têm vontade 
de rir realmente, pedem a algum velho versado no saber tradicional para contá-las mais uma 
vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso 
explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria.
Considerando o contexto, está correto o que se afirma em:
a) “caçoar” (4º parágrafo) está empregado em sentido metafórico.
b) “primitivos” (4º parágrafo) e “selvagens” (1º parágrafo) são sinônimos.
c) “mitos” e “pensamento” (2º parágrafo) são antônimos.
d) “selvagens” (1º parágrafo) é hiperônimo de “homens”.
e) “primitivos” (4º parágrafo) está empregado de forma irônica.
Uma forma de identificar que a palavra “primitivos” está sendo empregada com ironia é 
a presença de aspas. O mesmo ocorre, por exemplo, no primeiro parágrafo (“selvagens”).
A alternativa (A) está incorreta porque a palavra “caçoar” não está sendo empregada no 
sentido metafórico (na verdade, emprega-se no sentido denotativo, literal). Em (B), os 
termos destacados não são intercambiáveis (como seria em uma sinonímia), pois denotam 
sentidos distintos. A alternativa (C) está errada porque os termos em destaque não são 
antônimos (o mito é uma espécie de pensamento). Por fim, na alternativa (D), a semântica 
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de “selvagem” não recobre o grupo semântico denotado por “homens”, por isso não pode 
ser hiperônimo.
Letra e.
045. 045. (IUDS/OFICIAL/CÂM. DE ESTÂNCIA DE SOCORRO/2022)
Pode-se dizer, em relação ao texto que:
a) o termo “doces” gera humor devido a relação de sinonímia.
b) não há polissemia, pois os termos têm significado único.
c) “doces tempos” é ambíguo e responsável por desencadear o efeito de humor.
d) o vocábulo “doces” é polissêmico porque ambas as ocorrências têm sentido denotativo.
A ambiguidade está presente no termo “doce”, o qual é polissêmico: pode caracterizar 
situações/acontecimentos tranquilos, felizes ou pode caracterizar algo (um alimento) 
preparado com açúcar ou outra substância adoçante. Esse termo não é polissêmico porque 
ambas as ocorrências têm sentido denotativo (na verdade, o primeiro sentido é figurado). 
No quadrinho em questão, o termo não estabelece relação de sinonímia (com outro termo).
Letra c.
REESCRITA
046. 046. (CEBRASPE/PROFESSOR/SEE-PE/2023)
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade 
dos alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da 
educação básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio 
educacional, os últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem 
enfrentadas — reforçadas pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem 
dos alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa 
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realizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de 
Juiz de Fora (UFJF) apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa 
amostral, em matemática, o desempenho alcançado no 3º ano do ensino médio foi de 255,3 
pontos na escala de proficiência, inferior aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9º ano 
do ensino fundamental no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua 
portuguesa, os estudantes do 9º ano apresentaram uma queda de 12 pontos, e os do 3º ano do 
ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais 
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes 
possam retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil 
que se posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi 
possível atender todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número 
de participação dos estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a 
resolução das tarefas”, afirma. Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados 
também mostram dificuldades no que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar 
atenção nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de 
realizar um isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos 
suficientes”, contextualiza Suelaine.
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão 
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. 
“Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, 
e aos fins de semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola 
Estadual Mário Davi Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar 
que não conseguem aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, 
principalmente os que estão em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros 
especialistas têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, 
compromisso público com a educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: (com adaptações).
Em relação aos aspectos gramaticais do texto precedente, julgue o seguinte item.
Em “Para Suelaine Carneiro” (início do quarto parágrafo), a palavra “Para” poderia ser 
substituída por Segundo, sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto.
As duas formas – “para” e “segundo” – são conectivos que denotam conformidade. Por essa 
razão, são intercambiáveis (um termo pode substituir o outro no contexto de ocorrência 
em análise).
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047. 047. (IADES/AUDITOR/VISA-DF/2023)
Operação Pronto Emprego
A Secretaria DF Legal deu início, em agosto de 2020, à Operação Pronto Emprego, com o objetivo 
de combater as invasões de terra e obras irregulares, ainda em fase inicial de construção. A 
operação busca dar resposta às denúncias dessa natureza dentro do prazo de até 72 horas, 
a partir do conhecimento do fato. Dessa forma, procura reduzir os impactos social, político e 
financeiro, inclusive para os infratores.
São removidas casas e barracos desabitados, cercamentos, bases para construção, muros, caixas 
d’água irregulares, cisternas, poços, entre outras edificações ilegais.
NEUBERGER, Tereza. Disponível em:faz 30 
anos); (C) a construção proposta não é a versão ativa da passiva correspondente (a versão 
ativa seria algo como “alguém/algo quase destruiu que [= uma cidade]”; (D) com a presença 
da palavra “não”, a próclise é obrigatória; (E) a substituição não registra a crase obrigatória 
em “à beira do”.
Letra a.
Eu deveria cantar.
Rolar de rir ou chorar, eu deveria, mas tinha desaprendido essas coisas. Talvez então pudesse 
acender uma vela, correr até a igreja da Consolação, rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e uma 
Glória ao Pai, tudo que eu lembrava, depois enfiar algum trocado, se tivesse, e nos últimos meses 
nunca, na caixa de metal “Para as Almas do Purgatório”. Agradecer, pedir luz, como nos tempos 
em que tinha fé.
Bons tempos aqueles, pensei. Acendi um cigarro. E não tomei nenhuma dessas atitudes, dramáticas 
como se em algum canto houvesse sempre uma câmera cinematográfica à minha espreita. Ou 
Deus. Sem juiz nem plateia, sem close nem zoom, fiquei ali parado no começo da tarde escaldante 
de fevereiro, olhando o telefone que acabara de desligar. Nem sequer fiz o sinal da cruz ou levantei 
os olhos para o céu. O mínimo, suponho, que um sujeito tem a obrigação de fazer nesses casos, 
mesmo sem nenhuma fé, como se reagisse a uma espécie de reflexo condicionado místico.
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Acontecera um milagre. Um milagre à toa, mas básico para quem, como eu, não tinha pais ricos, 
dinheiro aplicado, imóveis, nem herança e apenas tentava viver sozinho numa cidade infernal 
como aquela que trepidava lá fora, além da janela ainda fechada do apartamento. Nada muito 
sensacional, tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se da cadeira de rodas com o semblante 
beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas. Embora a miopia ficasse cada vez mais aguda 
e os joelhos tremessem com frequência, não sabia se fome crônica ou pura tristeza, meus olhos 
e pernas ainda funcionavam razoavelmente. Outros órgãos, verdade, bem menos.
Toquei o pescoço. E o cérebro, por exemplo.
Já chega, disse para mim mesmo, parado nu no meio da penumbra gosmenta do meio-dia. Pense 
nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre 
capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa 
complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida, tinha um 
nome. Chamava-se – um emprego.
(ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.11-12).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os próximos 
itens.
049. 049. (INÉDITA/2023) A substituição do trecho “tipo recuperar de súbito a visão ou erguer-se 
da cadeira de rodas com o semblante beatificado e a leveza de quem pisa sobre as águas” 
(terceiro período do quarto parágrafo) por “como recuperar subitamente a visão ou erguer-
se da cadeira de rodas com o semblante bem-aventurado e a leveza de quem caminha sobre 
as águas” manteria os sentidos e a coerência do texto.
Todas as substituições estão adequadas, pois mantêm os sentidos originais e a coerência 
do texto: “tipo” e “como”; “de súbito” e “subitamente”; “beatificado” e “bem-aventurado”; 
e “pisa sobre” e “caminha sobre”.
Certo.
050. 050. (INÉDITA/2023) No sexto período do terceiro parágrafo, a substituição de “Nem sequer” 
por Nem ao menos prejudicaria a coerência e a correção gramatical do texto.
A substituição, na verdade, é adequada e não prejudicaria a coerência e a correção gramatical 
do texto. As duas formas expressam negação, introduzindo algo não realizado.
Errado.
No livro O Visconde Partido ao Meio, de Italo Calvino, o jovem Medardo di Terralba se mete em 
uma batalha pela cristandade, leva um balaço de canhão e sai cortado em duas metades: o lado 
esquerdo é benigno, o direito é insidioso. Se fosse possível dividir o padre Júlio Renato Lancellotti 
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em dois, a banda boa seria de uma simpatia comovente. O religioso tem fraqueza por doces 
retrôs, como marzipã e marrom-glacé, especialmente o espanhol. Reserva os sábados para 
regar plantas. Vive rodeado por uma coleção de imagens de seus santos preferidos, a maioria 
deles com histórias de vida dificílimas. Gosta de citações. Em momentos graves das conversas, 
encaixa uma da escritora existencialista Simone de Beauvoir: “O opressor não seria tão forte se 
não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.” Em horas mais descontraídas, lembra da 
frase atribuída ao bovino Homer, o pai na animação Os Simpsons: “Se a culpa é minha, eu coloco 
em quem eu quiser.” Orgulha-se de nunca ter tirado férias e só ter ido ao exterior rapidamente 
e a trabalho, em rasantes pela Itália, Colômbia, Nicarágua, Panamá e El Salvador. Parece muito 
feliz com sua opção de não ter carro, roupas de marca, sapatos caros ou títulos imponentes 
demais dentro da Igreja Católica. Transita, embevecido, entre pilhas de livros espalhadas pela 
casa onde mora com três sobrinhos no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo – só na sala, 
são três, escoradas umas nas outras; no corredor, quatro, que sobem do chão até o teto como 
cobras. Às vezes, fica pensando quem é que cuidará desse acervo quando morrer.
A metade atroz do padre partido ao meio seria casca-grossa. Ele tem iracúndias sagradas – e 
não raro estoura alguma gritaria fenomenal na sacristia da Paróquia São Miguel Arcanjo, uma 
pequena igreja, bem no limite entre os bairros do Belenzinho e da Mooca, que comanda há 36 
anos. Personalista, tende a narrar os feitos de sua comunidade na primeira pessoa, o que às 
vezes irrita e espana alguns colaboradores. Como, ao longo da vida, já visitou vários círculos 
do Inferno de Dante, é desconfiado e solta frases que parecem delírios persecutórios como 
“o próximo ataque, eu nunca sei de onde virá…”. Exige, sempre, soluções imediatas para o que 
quer e arma circos homéricos quando não consegue – como sabem todos os últimos prefeitos 
de São Paulo. E, por causa desse conjunto, pode provocar decepções nos que esperam virtude 
total dos líderes espirituais, mais ou menos como aquele desapontamento planetário de 2019, 
quando o papa Francisco, num arroubo de irritação extrema, tascou uma palmada nas mãos de 
uma peregrina que o puxou pelo braço.
Na vida pública, o padre Júlio Lancellotti é há décadas realmente cortado ao meio, em duas fatias 
irreconciliáveis. Por um lado, é beatificado em vida por seu destemido trabalho de assistência aos 
excluídos dos excluídos: os sem-teto, a população carcerária, os menores infratores, as crianças 
órfãs portadoras de HIV, os jovens LGBTQIA+ que são marginalizados. Por outro, é demonizado 
como aproveitador da população carente, um “esquerdopadre” viciado em mídia. Lancellotti 
reage suspendendo os ombros, num misto de indiferença e desânimo, sempre que fala desse 
pêndulo frequente sobre sua cabeça. “Na verdade, eu acho é que muita gente me vê como um 
enigma”, diz, ajeitando o longo crucifixo que usa no pescoço.
Mesmo dentro da Igreja Católica, o padre Júlio ocupa um lugar próprio, sujeito a rapapés e 
pedradas. No Brasil, a instituição é formada por uma tropa de 268 bispos, 48 cardeais na ativa 
e 19 428 padresdistribuídos por 12,2 mil paróquias. Para se manter dentro dos preceitos, todos 
precisam andar na linha hierárquica e fechar questão em temas fundamentais de fé e moral, 
o que não é pouco. De resto, a Igreja é um cintilante regime democrático. Qualquer integrante 
do clero tem o direito de ser um conservador, um moderado ou um progressista. Nesse aquário 
colorido, a maioria esmagadora dos sacerdotes com influência que vai além de seus altares 
integra a categoria dos cantores e/ou youtubers ligados à Renovação Carismática, corrente 
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de orientação conservadora. Dono de um magnetismo envolvente, o padre Marcelo Rossi é o 
expoente dessa ala.
Aos 72 anos, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, o 
padre Júlio Lancellotti é também um nome famoso, mas acomoda-se numa gaveta mais solitária. 
Ele é, hoje, o padre mais político do Brasil.
(Angélica Santa Cruz. O Padre que morde. Revista Piauí, 18 de julho de 2021).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os próximos 
itens.
051. 051. (INÉDITA/2023) Sem prejuízo da correção gramatical, a expressão “com histórias de 
vida dificílimas” poderia ser substituída por “com histórias de vida dificílima”.
Em “com histórias de vida dificílimas”, a concordância do termo “dificílima” ocorre com 
“histórias de vida” (as “histórias de vida” é que são dificílimas). Em “com histórias de vida 
dificílima”, por sua vez, a “vida” é que é dificílima. A concordância, portanto, está adequada. 
Se há ou não mudança de sentido, isso não importa, pois o item expressa com clareza: “Sem 
prejuízo da correção gramatical”.
Certo.
052. 052. (INÉDITA/2023) Em “Transita, embevecido, entre pilhas de livros espalhadas pela casa 
onde mora com três sobrinhos no bairro do Belém”, o vocábulo “embevecido” poderia ser 
substituído por “envaidecido”, sem prejuízo do sentido original do texto.
O termo “envaidecido” não é sinônimo de “embevecido”, por isso a substituição gera prejuízo 
do sentido original do texto. “Embevecido” significa “extasiado”, “encantado”.
Errado.
053. 053. (INÉDITA/2023) Estaria gramaticalmente correta a substituição de “há” por “existe” 
em “que comanda há 36 anos” (2º parágrafo).
A substituição de “haver” por “existir” só é possível quando o verbo “haver” denota existência. 
Quando “haver” denota tempo decorrido, essa substituição não é gramaticalmente correta.
Errado.
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054. 054. (INÉDITA/2023) Em “pela casa onde mora com os sobrinhos”, o vocábulo “onde” poderia 
ser substituído pela expressão “em que”, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido 
original do texto.
As duas expressões (“onde” e “em que”) denotam localização. Além disso, a neutralidade de 
“que” permite a vinculação à expressão “casa”. Afirmativa correta, portanto.
Certo.
055. 055. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018)
Pronomes
1 Antes de apresentar o Carlinhos para a turma, Carolina pediu:
— Me faz um favor?
— O quê?
4 — Você não vai ficar chateado?
— O que é?
— Não fala tão certo.
7 — Como assim?
— Você fala certo demais. Fica meio esquisito.
— Por quê?
10 — É que a turma repara. Sei lá, parece...
— Soberba?
— Olha aí, “soberba”. Se você falar “soberba”, ninguém vai saber o que é. Não fala “soberba”. Nem 
“todavia”. Nem “outrossim”. E cuidado com os pronomes.
— Os pronomes? Não posso usá‐los corretamente?
16 — Está vendo? Usar eles. Usar eles!
O Carlinhos ficou tão chateado que, junto com a turma, não falou nem certo nem errado. Não 
falou nada. Até comentaram:
— Ó, Carol, teu namorado é mudo?
Ele ia dizer “Não, é que, falando, sentir‐me‐ia vexado”, mas se conteve a tempo. Depois, quando 
estavam sozinhos, a Carolina agradeceu, com aquela voz que ele gostava.
24 — Comigo você pode botar os pronomes onde quiser, Carlinhos.
Aquela voz de cobertura de caramelo.
Luis Fernando Verissimo. Contos de verão. In: O Estado de S. Paulo, Caderno 2, Cultura, p. D2, 
jan./2000.
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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens a seguir.
No trecho “— Você fala certo demais. Fica meio esquisito.” (linha 8), a inserção de ponto e 
vírgula no lugar de ponto continuativo entre as duas orações, com a devida conversão de 
letra maiúscula em minúscula, manteria a correção gramatical e a coesão textual.
A reescrita proposta ficaria assim: “Você fala certo demais; fica meio esquisito.” Como se 
vê, as relações coesivas são mantidas com a substituição do ponto final por ponto e vírgula, 
dado que as orações são semanticamente próximas (interagem mais fortemente, tendo em 
vista a primeira afirmativa ser retomada na elipse do verbo “fica”, na segunda afirmativa).
Certo.
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REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ADLER & DOREN. Como ler um livro. 1990.
AZEREDO, J. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2008.
BRASIL. Manual de Redação da Presidência da República. 2018.
CAMACHO, R. Sociolinguística. 2001.
GARCIA, O. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever aprendendo a pensar. 
2013.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 2009.
JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 2014.
KOCH, I. Introdução à linguística textual. 2013.
KOCH, I. O texto e a construção dos sentidos. 2008.
MARCUSCHI, L. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 2012.
MEDEIROS, J. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 2017.
PEIRCE, C. Semiótica. 2016
PEREIRA & NEVES. Ler/Falar/Escrever. Práticas discursivas no ensino médio: uma 
proposta teórico-metodológica. 2012.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 2007.
PRETO, D. Sociolinguística: os níveis de fala. 2000.
WALTON, D. Lógica informal. 2012.
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ANEXOANEXO
SIGLAS E ABREVIATURAS
e.g. – exempli gratia (forma latina de “por exemplo”).
etc. – et cetera (forma latina de “e outras coisas”).
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	Sumário
	Apresentação
	Compreensão e Interpretação de Textos
	1. Compreensão e Interpretação de Textos
	1.1. Pressupostos e Subentendidos
	1.2. Vozes Discursivas e Tipos de Discurso | Intertextualidade
	1.3. Elementos da Comunicação e Funções da Linguagem
	1.4. Níveis de Linguagem | Variação Linguística
	2. Tipologias e Gêneros Textuais
	2.1. Os Gêneros Textuais
	3. Coesão e Coerência
	4. Semântica
	4.1. Denotação e Conotação
	4.2. Sinonímia e Antonímia
	4.3. Polissemia e Ambiguidade
	5. Figuras e Vícios de Linguagem
	6. Reescrita
	Questões de Concurso
	Gabarito
	Gabarito Comentado
	Referências
	Anexode 
terceiros). Exemplo: horóscopo.
Publicitário e 
propagandístico
Nos textos publicitários e propagandísticos, o emissor busca evidenciar a função 
conativa, atuando sobre o comportamento do destinatário. As formas linguísticas mais 
comuns são o imperativo (modo verbal), além de se adotarem outras estratégias de 
convencimento. Os suportes mais comuns são a mídia impressa, os canais de televisão 
e as redes sociais.
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3 . COESÃO E COERÊNCIA3 . COESÃO E COERÊNCIA
A noção de coerência é vinculada à ideia de harmonia. Um texto coerente é um texto 
harmônico; e para haver harmonia, é necessário que as partes se integrem num todo coeso. 
Opa, já temos uma vinculação entre coerência e coesão.
Há dois tipos centrais de coesão: a sequencial e a referencial. Na coesão sequencial, 
os termos se conectam numa sequência lógica e articulada. Para isso, utilizam-se as 
preposições e as conjunções, além de outras estruturas articuladoras (como certas formas 
adverbiais, e.g. primeiramente). Como estamos trabalhando em formato de síntese, faço 
remissão ao PDF Sintético de Gramática para a revisão das preposições e das conjunções 
(coordenativas e subordinativas).
Na coesão referencial, três referências são relevantes: textual, espacial e temporal. 
Na coesão referencial espacial e temporal, os referentes são os elementos da enunciação 
(atores do discurso, contexto da enunciação e momento da enunciação).
Coesão referencial
Textual Espacial Temporal
Anáfora (retoma)
Perto do enunciador Presente
Catáfora (antecipa)
Perto do interlocutor Passado
Longe do enunciador e do interlocutor Futuro
As formas linguísticas típicas da coesão referencial são os pronomes e os verbos. Os 
pronomes retomam ou antecipam formas substantivas (sintagmas nominais) ou estruturas 
mais complexas (oracionais ou até paragrafais). Os verbos manifestam as propriedades 
gramaticais de tempo e de número-pessoa (as quais são capazes de referenciar). Outras 
estratégias de coesão referencial são utilizadas (e cobradas em concursos), como retomada 
por elipse (apagamento fonológico/gráfico de uma forma linguística subentendida), 
por sinonímia, por perífrase etc.
Professor, esse conteúdo é muito cobrado em provas de concurso?Professor, esse conteúdo é muito cobrado em provas de concurso?
Eu sempre falo para os meus alunos que as bancas cobram com muita frequência o 
conteúdo de coesão (sequencial e referencial). Nos últimos cinco anos, foram aplicadas 
4.708 questões sobre esse tema. Isso nos mostra o quão importante é esse conhecimento 
para a sua preparação.
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4 . SEMÂNTICA4 . SEMÂNTICA
O conteúdo de semântica é o mais complexo de se ensinar. Eis o porquê: não é possível 
apresentar a você, candidato em preparação para uma prova, os significados de todos os 
vocábulos em português. A única forma de se ampliar esse conhecimento é por meio 
de muita leitura (e eu sei que você tem lido muito – e isso é ótimo) e por meio de uma 
técnica bastante eficaz: depreender os sentidos do vocábulo pelo contexto. Vamos à 
segunda técnica.
Imagine uma mulher conversando com uma amiga após um encontro ruim: “Nossa, 
não gostei do Pedro. Ele estava muito sorumbático no encontro. Eu esperava alguém mais 
animado, mais alegre”. A palavra desconhecida é “sorumbático”. Você consegue depreender 
o significado desse adjetivo? Pelo contexto, certamente é o contrário de animado, de 
alegre. Logo, seria algo como “triste”, “sombrio”. Pronto, chegamos ao significado correto 
da palavra em análise!
Em termos técnicos, a semântica estuda o modo como um significante se une a um 
significado, formando um signo linguístico. Em concursos, os seguintes conceitos são 
fundamentais: denotação e conotação; sinonímia e antonímia e polissemia e ambiguidade.
As bancas são muito prolíficas (uia, que palavra mais chique, professor!) na cobrança de 
conhecimentos de semântica. Somente nos últimos 5 anos (consulta na Plataforma Gran 
Questões), foram aplicadas 1275 questões sobre esse conteúdo.
4 .1 . DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO4 .1 . DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
A denotação é a relação significativa objetiva entre o significante e o significado. A 
denotação é o elemento estável da significação da palavra, elemento não subjetivo (isto é, 
descreve as coisas do mundo tal qual elas são). Pode ser analisado fora do discurso (contexto).
A conotação, por sua vez, é o conjunto de alterações ou ampliações que se agregam 
ao sentido denotativo de um signo. Essas alterações e ampliações ocorrem por associações 
linguísticas de diversos tipos (estilísticas, fonéticas, semânticas) ou por identificação com 
algum dos atributos de coisas, pessoas e seres da natureza.
Como ilustração, observe a palavra “cachorro”. Em sentido denotativo, esse signo 
denomina um “mamífero carnívoro da família dos canídeos”. Em sentido conotativo, essa 
palavra qualifica (ou denomina) um indivíduo indigno ou mau-caráter.
As noções de denotação e conotação são próximas às noções de sentido literal (conforme 
ao próprio e genuíno significado das palavras, por oposição ao seu sentido figurado; exato, 
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rigoroso) e sentido figurado (que se caracteriza por uso abundante e sistemático das 
figuras de palavra (tropos), como a metáfora, a metonímia e a sinédoque).
4 .2 . SINONÍMIA E ANTONÍMIA4 .2 . SINONÍMIA E ANTONÍMIA
Para os conceitos de sinonímia e antonímia, basta lembrar do seguinte par:
SINÔNIMO  IGUAL
ANTÔNIMO  CONTRÁRIO
Temos, então, o seguinte: a sinonímia é a relação que se estabelece entre duas palavras 
ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes; a antonímia é a relação que se 
estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários.
4 .3 . POLISSEMIA E AMBIGUIDADE4 .3 . POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
Para os fenômenos semânticos de polissemia e ambiguidade, vale o seguinte esquema:
POLISSEMIA
MAIS DE 1 SIGNIFICADO
AMBIGUIDADE
Ou seja, na polissemia e na ambiguidade, a expressão linguística possui mais de um 
significado (mais de uma interpretação possível). A ambiguidade só será resolvida pelo 
contexto (isto é, só se sabe o significado “real” de uma frase quando conhecemos o contexto 
em que o enunciado ocorreu).
Em uma prova recente da banca FGV (2023), uma frase foi apresentada em uma das 
alternativas: “Antes de sair, meu pai quis aconselhar-me.” Você consegue identificar 
a ambiguidade? Quem saiu? Quem falou a frase (o “eu” discursivo”) ou o pai? Apenas o 
contexto responde essas perguntas.
A mesma situação ocorre na polissemia/homonímia, em que uma palavra possui mais 
de um significado (por exemplo, em “ele ficou no banco o dia todo”, em que não sabemos 
se o banco é um móvel (um assento) ou um estabelecimento (financeiro)).
5 . FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEM5 . FIGURAS E VÍCIOS DE LINGUAGEMNa Plataforma Gran Questões (filtros: Língua Portuguesa, últimos 4 anos, todas as 
bancas), há 918 questões sobre Figuras de Linguagem e 156 questões sobre Vícios de 
Linguagem. Os enunciados tipicamente apresentam estas formulações:
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Banca Enunciado da questão sobre Figuras e Vícios de Linguagem
CEBRASPE
A personificação, figura de linguagem em que características humanas são 
atribuídas a algo inanimado ou abstrato, evidencia-se nas passagens da 
penúltima estrofe.
No trecho “embaça-se um homem a si mesmo”, do texto, nota-se uso expressivo 
de pleonasmo, que, no caso em questão, configura-se pela
FGV
Essa frase refere-se a uma figura de linguagem denominada eufemismo, em 
que se apresenta uma coisa ruim por meio de expressões mais brandas.
Assinale a opção que indica o problema de construção dessa frase.
VUNESP
Verifica-se um aparente paradoxo entre os termos que compõem a expressão
A comunicação nas organizações quando bem executada contribui no 
envolvimento da equipe, na confiança dos clientes e do mercado, ou seja, no 
alcance dos resultados pretendidos. Contudo, quando há erros, os problemas 
são inevitáveis. Veja a charge a seguir e responda: qual é o tipo de erro cometido 
nesse tipo de comunicação?
QUADRIX
É correto afirmar que a expressão “resistir à tentação” constitui um exemplo 
da figura de linguagem conhecida como metáfora.
Ocorre, na passagem, um vício grave de linguagem chamado, popularmente, de 
“gerundismo”, caracterizado pelo uso desnecessário da forma nominal gerúndio.
As características e os exemplos de cada figura de linguagem e de cada vício de linguagem 
estão apresentados nos quadros a seguir. Utilizo as definições do Dicionário Houaiss (2009).
Começamos pelas figuras de linguagem:
FIGURAS DE LINGUAGEM
Figura Definição Exemplo
Antítese Figura pela qual se opõem, numa mesma frase, duas 
palavras ou dois pensamentos de sentido contrário.
“Com luz no olhar e trevas no 
peito.”
“A mão que afaga é a mesma 
que apedreja.”
Oximoro (paradoxo) Figura em que se combinam palavras de sentido 
oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas 
que, no contexto, reforçam a expressão.
“Claro enigma.”
Antonomásia
(ou perífrase)
Variedade de metonímia que consiste em substituir 
um nome de objeto, entidade, pessoa etc. por outra 
denominação, que pode ser um nome comum (ou 
uma perífrase), um gentílico, um adjetivo etc., que 
seja sugestivo, explicativo, laudatório, eufêmico, 
irônico ou pejorativo e que caracterize uma 
qualidade universal ou conhecida do possuidor.
Aleijadinho por Antônio 
Francisco Lisboa.
O Salvador por Jesus Cristo.
Anáfora Repetição de uma palavra ou grupo de palavras 
no início de duas ou mais frases sucessivas, para 
enfatizar o termo repetido
Este amor que tudo nos toma, 
este amor que tudo nos dá, 
este amor que Deus nos 
inspira, e que um dia nos há 
de salvar.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Catacrese
Metáfora já absorvida no uso comum da língua, de 
emprego tão corrente que não é mais tomada como 
tal, e que serve para suprir a falta de uma palavra 
específica que designe determinada coisa.
Braços de poltrona.
Dentes do serrote.
Nariz do avião.
Pescoço de garrafa.
Comparação
Paralelo feito entre dois termos de um enunciado 
com sentidos diferentes.
Dirige como um louco.
Disfemismo
Emprego de palavra ou expressão depreciativa, 
ridícula, sarcástica ou chula, em lugar de outra 
palavra ou expressão neutra.
Ficar puto por ficar com raiva.
Eufemismo
Palavra, locução ou acepção mais agradável, de que 
se lança mão para suavizar ou minimizar o peso 
conotador de outra palavra, locução ou acepção 
menos agradável.
Ele bateu as botas (morreu).
Hipérbole
Ênfase expressiva resultante do exagero da 
significação linguística.
Morrer de medo.
Estourar de rir.
Metáfora
Designação de um objeto ou qualidade mediante 
uma palavra que designa outro objeto ou qualidade 
que tem com o primeiro uma relação de semelhança.
Ele tem uma vontade de ferro.
Metonímia
Figura de retórica que consiste no uso de uma 
palavra fora do seu contexto semântico normal, 
por ter uma significação que tenha relação objetiva, 
de contiguidade, material ou conceitual, com o 
conteúdo ou o referente ocasionalmente pensado.
Adora Portinari por a obra de 
Portinari.
Personificação
(ou prosopopeia)
Figura pela qual o orador ou escritor empresta 
sentimentos humanos e palavras a seres inanimados, 
a animais, a mortos ou a ausentes.
“Ah, cidade maliciosa de olhos 
de ressaca”
Sinestesia
Cruzamento de sensações; associação de palavras 
ou expressões em que ocorre combinação de 
sensações diferentes numa só impressão.
O cheiro áspero de terra.
E seguimos com os principais vícios de linguagem:
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Vício Definição Exemplo
Ambiguidade
(ou anfibologia)
Propriedade que apresentam diversas unidades 
linguísticas (morfemas, palavras, locuções, 
frases) de significar coisas diferentes, de admitir 
mais de uma leitura.
O rapaz bateu na velha com a bengala.
Barbarismo
Uso de formas vocabulares contrárias à 
norma culta da língua, seja do ponto de vista 
ortoépico (pronúncia), ortográfico, gramatical 
ou semântico.
Peneu no lugar de pneu;
Rúbrica no de rubrica;
“Menas palavras” por “menos 
palavras”.
Cacofonia
Repetição de sons (fonemas ou sílabas) 
considerada desagradável ao ouvido.
A última atividade será uma diligência 
no Pará para ouvir as populações 
afetadas.
Pleonasmo Redundância de termos no âmbito das palavras. Ele via tudo com seus próprios olhos.
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VÍCIOS DE LINGUAGEM
Queísmo
Omissão da preposição de antes da conjunção 
integrante que, onde, pela regência do verbo na 
norma culta da língua, ela é necessária.
Gostaríamos [de] que ele fosse nosso 
paraninfo.
Sínquise
Tipo de hipérbato no qual a transposição de 
ordem das palavras de uma oração ou período 
resulta em dificuldade para o entendimento 
da construção.
Em “pesada caiu o pobre melancolia” 
por “o pobre caiu em pesada 
melancolia”.
Solecismo
Intromissão, na norma culta de uma língua, de 
construções sintáticas alheias a essa língua, 
geralmente por parte de pessoas que não 
dominam inteiramente suas regras.
Os chamados erros de concordância, 
de regência, de colocação, a 
má construção de um período 
composto etc.
6 . REESCRITA6 . REESCRITA
As questões de reescrita são as queridinhas das bancas. Na Plataforma Gran Questões 
(filtros: Língua Portuguesa, últimos 4 anos, todas as bancas), há 2750 questões sobre esse 
conhecimento em Língua Portuguesa. São muitas!
Os enunciados tipicamente apresentam estas formulações:
Banca Enunciado da questão sobre Reescrita
CEBRASPE
Assinale a opção em que a proposta de reescrita do último período do texto 
preserva os seus sentidos e a correção gramatical.
FCC
A frase acima ganha nova redação, na qual se mantêm seu sentido básicoe a 
correção gramatical, na seguinte versão:
FGV
A reescritura da passagem do texto na qual NÃO se verifica nenhum desvio em 
relação à norma padrão do português é:
IDECAN
Assinale a alternativa em que a alteração do segmento sublinhado no período 
acima tenha provocado forte alteração de sentido.
VUNESP
Assinale a alternativa que reescreve o trecho destacado na passagem – O que 
não parece certo é apontar e discriminar, para excluir aqueles que não estão 
inseridos no grupo do bem. – de acordo com a norma-padrão.
QUADRIX
Estariam mantidas as relações sintáticas e de sentido do texto, bem como a sua 
clareza, caso o trecho “que nos permitem ver da imensidão do cosmo ao diminuto 
mundo subatômico” fosse reescrito da seguinte forma: Que permitem-nos ver 
da imensidão do cosmo ao diminuto mundo subatômico.
Sempre digo em minhas aulas que as questões sobre reescrita são do tipo “guarda-
chuva”, pois são capazes de abarcar muitos tópicos, em especial os relacionados à 
norma-padrão. Com isso, uma questão sobre o processo de reescrita pode propor uma nova 
redação de um trecho alterando vocábulos, modificando a ordem das palavras, alterando a 
voz (ativapassiva) etc. Nessas alterações, muitos conhecimentos são exigidos (e você 
deve ativá-los a partir de um olhar analítico bem refinado). Em muitas questões (talvez na 
maioria delas), exige-se também a manutenção (ou não) dos sentidos originais (quando os 
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sentidos são mantidos, estamos diante de uma paráfrase). Está claro, então, o porquê de 
as bancas lançarem mão de questões sobre reescrita, não é?
Como o nosso projeto é sintetizar as informações sobre os conteúdos, REVISANDO os 
conhecimentos exigidos, farei uso de mapas mentais para retomar os principais tipos 
de reescrita exigidos em provas de concurso. Lembro da importância de articular esse 
conhecimento com o conteúdo de gramática, tudo bem? Tudo funciona de forma integrada. 
Vamos aos mapas!
Mapa Mental - Mapa Mental - Reescrita (norma-padrão) 1
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Mapa Mental - Mapa Mental - Reescrita (norma-padrão) 2
Mapa Mental - Mapa Mental - Reescrita e Paráfrase
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QUESTÕES DE CONCURSOQUESTÕES DE CONCURSO
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
001. 001. (CONSULPLAN/ANALISTA/SEGER/2023) Relacione adequadamente os fatores às suas 
respectivas características.
1. Aceitabilidade.
2. Intencionalidade.
3. Situacionalidade.
4. Informatividade.
5. Intertextualidade.
(  ) � Está direcionada ao protagonista do ato comunicativo. Trata-se da disposição e do 
empenho de se construir um discurso coerente, coeso e com grande capacidade de 
satisfazer determinada audiência. Diz respeito às informações e conhecimentos 
prévios que o autor tem para chegar a seu público.
(  ) � É voltada para o contexto no qual a situação comunicativa está inserida. Ela se relaciona 
à adequação ou não do contexto, pois ele pode influenciar no significado do texto que, 
inserido em contextos distintos, pode produzir significados completamente diversos.
(  ) � Consiste na influência e na relação que um texto exerce sobre outro. Esse processo 
ocorre durante a produção de um texto, no qual o autor coloca, na estrutura de sua 
produção, referências explícitas ou implícitas de outra obra.
(  ) � Nesse fator, consideram-se as informações prévias e as informações novas obtidas 
no texto. É preciso que haja equilíbrio entre ambas, pois um texto que possui apenas 
informações prévias não traz novidade ao leitor. Já um texto somente com informações 
novas pode dificultar a compreensão da leitura.
(  ) � Esse fator está focando no leitor. O leitor precisa de algum conhecimento sobre o 
assunto para poder analisar o texto e decidir se concorda com a intenção do autor. É 
através de sua interpretação do texto que ele poderá reconhecer o que está implícito 
ou explícito no texto.
A sequência está correta em
a) 1, 3,5, 4, 2.
b) 2, 3, 5, 4, 1.
c) 3, 1, 2, 5, 4.
d) 5, 1, 4, 2, 3.
e) 5, 2, 3, 4, 1.
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002. 002. (IBFC/ACAI/IBGE/2022)
ciclo vicioso
minha namorada sempre sonha que namora
seu namorado antigo minha ex-namorada
sempre sonha que me namora e eu, desconfiado,
tenho feito tudo para não sonhar...
(Cacaso, Poesia Completa, p.126)
O sentido do texto constrói-se por meio de sua organização interna. Desse modo, de acordo 
com o poema, o esforço do enunciador por “não sonhar” deve-se ao fato de:
a) sentir muito ciúme de sua atual namorada.
b) desejar ocupar o sonho de sua ex-namorada.
c) não acreditar em sonhos de amores antigos.
d) querer que sua atual namorada sonhe com ele.
e) não querer sonhar com sua ex-namorada.
003. 003. (IDECAN/TÉCNICO/SEFAZ-RR/2023)
Relações de poder e decisão: conflitos entre médicos e administradores hospitalares
Os hospitais abrigam tensões de natureza grupal e profissional. Seu corpo diretivo e clínico é 
constituído por médicos que usualmente têm dificuldade de aceitar normas disciplinares e 
de ouvir recomendações, principalmente quando elas vêm dos administradores hospitalares. 
Esta pesquisa tem como objetivo analisar como administradores hospitalares da cidade de 
Belo Horizonte percebem as relações de poder entre sua categoria profissional e a dos médicos 
proprietários de hospitais e suas consequências. Os discursos de nove administradores hospitalares, 
com experiência mínima de quatro anos na gerência de hospitais, foram coletados e analisados 
usando a metodologia qualitativa. A pesquisa identificou que o hospital é um local da disciplina 
médica, no qual o médico controla o cotidiano dos demais profissionais, determinando o tipo de 
comportamento esperado. Os empregados entrevistados se ressentem da falta de autonomia 
na gestão e consideram que isso prejudica o andamento dos processos e a qualidade dos 
serviços prestados. Queixam-se, principalmente, da falta de informações e da impossibilidade 
de participarem das decisões estratégicas. Admitem que o relacionamento com os médicos 
proprietários é permeado por conflitos, pois, muitas vezes, estes ignoram as questões colocadas 
pelos administradores e insistem na diferença de classe como forma de fazer prevalecer suas 
opiniões. A principal característica dos conflitos refere-se à percepção de superioridade do 
profissional médico em relação aos demais.
RAM, Rev. Adm. Mackenzie 11 (6) • Disponível em: https://doi.org/10.1590/
S1678-69712010000600004
O tipo de linguagem predominanteno Texto é
a) referencial
b) conativa
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c) metalinguística
d) fática
e) poética
004. 004. (IADES/AUDITOR/SEPLAD-DF/2023)
As modificações viárias foram propostas para reduzir os engarrafamentos nas cidades, 
especialmente nos eixos de circulação, apresentando soluções de transportes de massa, 
confortáveis, seguros e incentivo aos deslocamentos ativos (ciclismo e caminhada) como alternativa 
ao modal automotivo. Para isso, foi estabelecida uma rede de transporte público estruturante, 
consolidando as principais rotas do Distrito Federal, com a implementação de corredores 
segregados de ônibus (BRTs), ampliação da linha do metrô, expansão da malha cicloviária, 
construção/melhoria das calçadas e construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), ligando 
aeroporto de Brasília, W3 sul e norte e Eixo Monumental, conectado com os setores Sudoeste/
Octogonal e com o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
Disponível em: <https://www.codeplan.df.gov.br/wp content/uploads /2018/02/>. Acesso 
em: 7 fev. 2023, com adaptações.
De acordo com o texto, uma rede de transporte público estruturante foi estabelecida para
a) atender às rotas mais relevantes do Distrito Federal e expandir as ciclovias e calçadas.
b) implementar corredores segregados de ônibus, ampliar a linha de metrô e aumentar o 
número de calçadas para pedestres.
c) reduzir os engarrafamentos nas cidades com alternativas ao uso de carros particulares, 
melhores condições dos transportes coletivos e estímulo aos deslocamentos ativos.
d) diminuir as distâncias entre o aeroporto de Brasília e as cidades administrativas.
e) construir BRTs e VLTs confortáveis para os moradores de Brasília.
005. 005. (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO/TRT 1ª REGIÃO/2018) Assinale a alternativa que apresenta 
um uso coloquial da linguagem.
a) “[...] os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos [...]”.
b) “[...] um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso 
equilíbrio latino de mens sana in corpore sano [...]”.
c) “[...] os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação [...]”.
d) “Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é 
tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito [...]”.
e) “[...] o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos 
pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.”.
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006. 006. (FGV/PROFESSOR/SME-SP/2023)
Leia o fragmento a seguir.
Foi no Instituto de Letras da UFF, há alguns anos. Convidado, fez lá conferência um ex-Ministro de 
Angola. O assunto já não me lembra... Em todo caso, o tema é de somenos. Terminada a fala, com 
as palmas rituais, pôs-se o orador às ordens, para perguntas. À questão das línguas respondeu 
que, desgraçadamente, a oficial era a do colonizador, acreditando ele que essa anômala situação 
ainda duraria um século.
Assinale a opção que apresenta o tipo de preconceito linguístico a que esse fragmento 
textual se refere.
a) O preconceito socioeconômico, ligado ao fato de membros das classes mais pobres, 
pelo acesso limitado à educação e à cultura, geralmente, dominarem apenas as variedades 
linguísticas mais informais e de menor prestígio.
b) O preconceito regional, ligado a um tipo de aversão ao sotaque ou aos regionalismos 
típicos de áreas mais pobres.
c) O preconceito cultural, preso à aversão pela cultura de massa e às variedades linguísticas 
por ela usadas.
d) O preconceito político, referente à imposição de uma língua a falantes de outras línguas.
e) O preconceito racial, ligado às manifestações culturais de outras raças, inclusive a língua, 
considerando-as atrasadas.
Chamam‐se fonemas os sons elementares e distintivos que o ser humano produz quando, pela 
voz, exprime seus pensamentos e emoções.
Desde logo, uma distinção se impõe: não se há de confundir fonema com letra. Fonema é uma 
realidade acústica, realidade que nosso ouvido registra; enquanto letra é o sinal empregado para 
representar na escrita o sistema sonoro de uma língua. 
Na atividade linguística, o importante para os falantes é o fonema, e não a série de movimentos 
articulatórios que o determina. Assim sendo, enquanto a análise fonética se preocupa tão somente 
com a articulação, a fonêmica atenta apenas para o fonema que, reunindo um feixe de traços 
que o distingue de outro fonema, permite a comunicação linguística.
Evanildo Bechara. Moderna gramática portuguesa. 37.a ed. rev. E ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 
2002, p. 57 (com adaptações).
Em relação a aspectos estruturais do texto precedente e às informações por ele veiculadas, 
julgue (Certo ou Errado) os itens subsequentes.
007. 007. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018) Comparando‐se a forma padrão 
“registrar” com a grafia não padrão “registrá”, verifica‐se que não há alteração da posição 
da sílaba tônica da palavra, que permanece oxítona, estando a acentuação gráfica de 
“registrá” de acordo com o que prescreve a regra.
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008. 008. (QUADRIX/PROFESSOR L. PORTUGUESA/SEDF/2018) Predomina no texto a função 
metalinguística, visto que o foco da mensagem é o próprio código linguístico.
Texto CB1A1
Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo 
com o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse universo deverá 
ser de 2,3 bilhões de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento 
da população e as novas configurações familiares, com mulheres mais presentes no mercado 
de trabalho e menos disponíveis para assumir encargos com parentes sem autonomia, têm 
levado os países a repensar seus sistemas de atenção a populações vulneráveis. Partindo desse 
panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, 
do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, identificaram, em estudo, 
o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam amparar indivíduos com distintos 
níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. Enquanto, em algumas 
nações, o papel do Estado é preponderante, em outras, a atuação de instituições privadas se 
sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto mais marcante.
Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois 
tipos de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, 
como cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve 
na intimidade e, com frequência, envolve a manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela 
relata que o conceito de cuidado surgiu comocategoria relevante para as ciências sociais há cerca 
de trinta anos e, desde então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em 
áreas como economia, antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão sobre 
essa concepção ganhou corpo. Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele 
era uma necessidade nas situações de dependência, mas tal entendimento se ampliou. Hoje, 
ele é visto como um trabalho fundamental para assegurar o bem-estar de todos, na medida em 
que qualquer pessoa pode se fragilizar e se tornar dependente em algum momento da vida”, 
explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à constatação de que a oferta de cuidados é 
distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo, de forma mais intensa, sobre as mulheres.
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, 
nos Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a noção arraigada de que 
o trabalho de cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado 
gratuitamente. Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre outros aspectos, de construção 
cultural a respeito da maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.
Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação 
no mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença feminina saltou de 18% para 
50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras 
naturais dos serviços de cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de 
casa. Esse fato, aliado ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como 
uma crise no provimento de cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com 
uma mercantilização desses serviços, além de uma maior atuação do Estado, por meio da criação 
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de instituições públicas de acolhimento, expansão de políticas de financiamento, formação e 
regulação do trabalho de cuidadores”, conta a socióloga.
Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas 
famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como cuidadoras de 
crianças, idosos e pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece 
serviços de cuidado
que compensam a escassa presença do Estado.
Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet: (com adaptações).
Em relação a aspectos estruturais do texto CB1A1 e às informações por ele veiculadas, 
julgue (Certo ou Errado) os itens subsequentes.
009. 009. (CEBRASPE/TÉCNICO/INSS/2022) Os serviços de cuidados fornecidos na América Latina 
diferenciam-se dos providos em países do hemisfério norte.
010. 010. (CEBRASPE/TÉCNICO/INSS/2022) A profissionalização do trabalho de cuidados nos 
últimos anos remodelou a essência do conceito de cuidado.
TIPOLOGIAS E GÊNEROS TEXTUAIS .
011. 011. (FGV/ANALISTA/AL-RO/2018) A afirmativa abaixo que é inadequada em relação às 
narrativas é:
a) toda narrativa implica mudanças de situações ou estados.
b) as narrativas implicam uma causalidade na intriga.
c) todas as narrativas mostram personagens humanos ou humanizados.
d) uma narrativa mostra sempre uma integração de ações.
e) os relatos narrativos implicam sempre um narrador personagem.
012. 012. (CEBRASPE/ASSISTENTE/SEFAZ-RS/2019)
Texto 1A2-II
Neide nunca tinha pensado naquilo até que, mexendo um cremezinho de laranja na cozinha, a 
nutricionista do programa das dez da manhã falou:
— Ninguém é obrigado a parecer velho.
Tirando a canseira provocada por aquele horror de exames que o médico tinha pedido, Neide 
considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha. Mexeu o creme com mais 
vigor. A dermatologista deu aparte:
— Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade.
Aos trinta e seis anos, ela já era casada havia doze anos com João Carlos, já era mãe dos gêmeos, 
já sustentava a casa e tinha até contratado um auxiliar só para atender as freguesas que batiam 
palmas no portão. Aos trinta e seis anos, João Carlos já havia sido despedido da firma e já indicava 
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que ia se tornar um deprimido de marca e um desempregado crônico. O fogão de seis bocas e a 
campainha com barulho de sino vieram depois, e seus préstimos de doceira eram anunciados em 
uma tabuleta de madeira. A apresentadora, que já nem era tão mocinha, considerou que tudo 
dependia do estado de espírito da pessoa e das escolhas feitas durante a vida:
— Às vezes, é preciso dizer não.
Neide pensou que falar era fácil e que mais a vida mandava do que ela escolhia. Na tevê, a palavra 
era do geriatra, um homem robusto, de tez bronzeada e cabelos fartos e grisalhos.
— As pessoas podem continuar sexualmente ativas até a morte. Literalmente, o amor não 
tem idade.
Neide sentiu uma tontura, e, de repente, a colher de pau caiu ao chão com barulho. Foi bem na 
hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede. Varreu com os olhos a figura diante 
de si: o pijama azul de listras estava tão acabado que nem dava para pano de chão, e a barriga 
do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões. A tontura deu uma pequena trégua, o 
suficiente para que ela se desgostasse à visão do descaimento.
Cíntia Moscovich. Aos sessenta e quatro. In: Essa coisa brilhante que é a chuva. Rio de Janeiro: 
Record, 2012 (com adaptações).
Assinale a opção que reproduz trecho do texto 1A2-II em que predomina a tipologia descrição.
a) “Ninguém é obrigado a parecer velho” (l. 4)
b) “Neide considerou que, aos sessenta e quatro anos, até que não parecia velha. Mexeu o 
creme com mais vigor” (l. 6 a 8)
c) “Alguns estudos afirmam que a velhice começa aos trinta e seis anos de idade” (l. 9 e 10)
d) “Foi bem na hora em que João Carlos entrou na cozinha: estava com sede” (l. 31 e 32)
e) “a barriga do marido esgarçava as casas dos dois últimos botões” (l. 35 e 36)
013. 013. (FGV/ANALISTA/MP-RJ/2019) Observe o seguinte texto descritivo a seguir.
“A casa estava situada em centro de terreno; era bastante grande, com duas salas, quatro quartos, 
dois banheiros e um pequeno quintal. O piso de todos os cômodos era de cerâmica cinzenta e 
cada um deles possuía uma iluminação diferente”.
Nesse caso, a estratégia discursiva parte:
a) de longe para perto;
b) de cima para baixo;
c) das partes para o todo;
d) de baixo para cima;
e) do todo para as partes.
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 Compreensão e Interpretação de Textos
Bruno Pilastre
014. 014. (FGV/PROFESSOR/SME-SP/2023)
Como ensinar a ler
Se eu fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, 
enxadas e tesouras de podar. Eu a levariaa passear por parques e jardins, mostraria flores e 
árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; a levaria a uma livraria para que 
ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos 
jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música, não começaria com partituras, notas e 
pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe falaria sobre os instrumentos que 
fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse 
o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as 
cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza 
tem de vir antes.
Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura, não começaria com as letras e as sílabas. 
Simplesmente leria as estórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da 
fantasia. Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela desejaria que eu lhe ensinasse o 
segredo que transforma letras e sílabas em estórias.
É muito simples. O mundo de cada pessoa é muito pequeno. Os livros são a porta para um 
mundo grande. Pela leitura vivemos experiências que não foram nossas e então elas passam a 
ser nossas. Lemos a estória de um grande amor e experimentamos as alegrias e dores de um 
grande amor. Lemos estórias de batalhas e nos tornamos guerreiros de espada na mão, sem os 
perigos das batalhas de verdade. Viajamos para o passado e nos tornamos contemporâneos dos 
dinossauros. Viajamos para o futuro e nos transportamos para mundos que não existem ainda. 
Lemos as biografias de pessoas extraordinárias que lutaram por causas bonitas e nos tornamos 
seus companheiros de lutas. Lendo, fazemos turismo sem sair do lugar. E isso é muito bom.
ALVES, Rubem, Ostra feliz não faz pérola. Ed. Planeta do Brasil Ltda. São Paulo. 2021.
O texto precedente, considerando-se sua organização discursiva, deve ser incluído entre 
os textos
a) descritivos.
b) narrativos.
c) dissertativos expositivos.
d) dissertativos argumentativos.
e) injuntivos.
015. 015. (FGV/TÉCNICO/PGM/2023) Abaixo aparecem cinco slogans publicitários; o slogan que 
apela a uma estratégia diferente da dos demais casos, é:
a) Um pouco de Veja e muito de limpeza;
b) São os pequenos detalhes que fazem as grandes marcas;
c) Após a escuridão vem a claridade com Eveready;
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Bruno Pilastre
d) Não faça economia: compre um BMW;
e) Príncipe veste hoje o homem de amanhã.
016. 016. (IBGP/MUNICIPIO DE ITABIRA/ENGENHEIRO CIVIL/2020)
Educação financeira chega ao ensino infantil e fundamental em 2020
Oferta está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Antonia, auxiliar de escritório, todos os dias compra uma balinha ou um chocolate, no ponto de 
ônibus, na volta do trabalho, que custa R$ 0,50. “Eu não dava importância para aquele gasto. 
Imagina, R$ 0,50 não é nada! Mas eu nunca consegui economizar um centavo”. Fazendo as contas, 
esses centavos viram R$ 11 em um mês e R$ 132 em um ano.
São situações como essa, retirada de livro didático disponível online, que ensinam estudantes 
de escolas em várias partes do país a terem consciência dos próprios gastos e a ajudar a família 
a lidar com as finanças. A chamada educação financeira, cuja oferta hoje depende da estrutura 
de cada rede de ensino passa a ser direito de todos os brasileiros, previsto na chamada Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC).
“É uma grande oportunidade, uma grande conquista para a comunidade escolar do país”, diz a 
superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil), Claudia Forte. “A 
educação financeira busca a modificação do comportamento das pessoas, desde pequeninas, 
quando ensina a escovar os dentes e fechar a torneira para poupar água e economizar. Isso é 
preceito de educação financeira”.
A BNCC é um documento que prevê o mínimo que deve ser ensinado nas escolas, desde a educação 
infantil até o ensino médio. Educação financeira deve, pela BNCC, ser abordada de forma 
transversal pelas escolas, ou seja, nas várias aulas e projetos. Parecer do Conselho Nacional de 
Educação (CNE), homologado pelo Ministério da Educação (MEC), prevê que as redes de ensino 
adequem os currículos da educação infantil e fundamental, incluindo esta e outras competências 
no ensino, até 2020.
A educação financeira nas escolas traz resultados, de acordo com a AEF-Brasil. Pesquisa feita 
em parceria com Serasa Consumidor e Serasa Experian, este ano, mostra que um a cada três 
estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro depois de participar de 
projetos de educação financeira. Outros 24% passaram a conversar com os pais sobre educação 
financeira e 21% aprenderam mais sobre como usar melhor o dinheiro.
Desafios
Levar a educação financeira para todas as escolas envolve, no entanto, uma série de desafios, 
que vão desde a formação de professores, a oferta de material didático adequado e mesmo a 
garantia de tempo para que os professores se dediquem ao preparo das aulas.
De acordo com o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz 
Miguel Garcia, os municípios, que são os responsáveis pela maior parte das matrículas públicas 
no ensino infantil e fundamental, focarão, em 2020, na formação dos docentes, para que eles 
possam levar para as salas de aula não apenas educação financeira, mas outras competências 
previstas na BNCC.
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“Tivemos um grande foco na construção dos currículos e, agora, neste ano, [em 2020], entramos 
no processo de formação. Educação financeira, inclusão, educação socioemocional, todos esses 
elementos vão chegar de fato na sala de aula a partir da discussão que fizermos agora”, diz. 
Segundo ele, a implementação será concomitante à formação, já em 2020.
De acordo com Garcia, não há um levantamento de quantos municípios já contam com esse 
ensino. “Não existe uma orientação geral com relação a isso. São iniciativas locais. Não tenho 
como quantificar, mas não é algo absolutamente novo”, diz.
Ensinar a escolher
A educação financeira é pauta no Brasil antes mesmo da BNCC. Em 2010 foi instituída, por 
exemplo, a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), com o objetivo de promover ações 
de educação financeira no Brasil. Na página Vida e Dinheiro, da entidade, estão disponíveis livros 
didáticos que podem ser baixados gratuitamente e outros materiais informativos para jovens 
e para adultos.
As ações da Enef são coordenadas pela AEF-Brasil. Claudia explica que a AEF-Brasil foi convocada 
pelo Ministério da Educação (MEC) para disponibilizar materiais e cursos para preparar os 
professores e, com isso, viabilizar a implementação da educação financeira nas escolas.
As avaliações mostram que o Brasil ainda precisa avançar. No Programa Internacional de Avaliação 
de Estudantes (Pisa) 2015, o Brasil ficou em último lugar em um ranking de 15 países em 
competência financeira. O Pisa oferece 4 avaliações em competência financeira de forma optativa 
aos países integrantes do programa. O resultado da última avaliação dessa

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