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Teorias da Personalidade PERSONALIDADE: TERMOS E DEFINIÇÕES Freud foi o primeiro a desenvolver uma teoria verdadeiramente moderna da personalidade, com base, principalmente, em suas observações clínicas. Ele formulou a “Grande Teoria”, ou seja, uma teoria que tentou explicar a personalidade para todas as pessoas. O conceito de personalidade, em seu sentido literal, aparece desde suas origens associado à noção de pessoa. Pessoa, termo derivado do latim persona, que significa máscara caracterizadora do personagem teatral. René Descartes Racionalista: Em seu “Discurso sobre o Método”, René Descartes afirmava que apenas a razão pode estabelecer a verdade. A razão independe da experiência sensível, uma vez que é inata e igual em todos os homens e que o poder de bem aquilatar e diferenciar o vero do falso, quer dizer, o chamado bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens. Modo indivíduo Doravante, os indivíduos construídos sob os ideais românticos e pelo racionalismo cartesiano tomaram a si mesmos como fonte e sede absoluta de todos os sentidos de sua existência, desconhecendo qualquer dependência a laços sociais. Os indivíduos isolados uns dos outros, incapazes de estabelecer redes de relações solidárias, carentes da interação humana possível com o mundo na esfera pública e privada, tornam-se indiferentes e desinteressados também em relação a si mesmos. Prolongando uma intuição foucaultiana, Armstrong (1994) assinala que tal objetivação do indivíduo surge a partir dos discursos e das práticas da medicina, da biologia e das ciências humanas. É nesse campo que o indivíduo se constitui como realidade corporal e normativa. É aí que ele adquire estatuto de sujeito como interioridade fechada, a qual é referência para todo acontecimento possível. Personalidade Inclui todos aqueles traços ou características relativamente permanentes que dão alguma consistência ao comportamento de uma pessoa. Entendemos que a formação do ser humano representa um processo que sintetiza o conjunto de fenômenos produzidos pela história humana, de tal forma que a construção do indivíduo se situa no cerne de uma construção mais ampla: a da humanidade. Neste sentido, a personalidade põe-se como atributo do indivíduo, ou expressão máxima da individualidade humana, de tal forma que a compreensão materialista da personalidade demanda uma compreensão materialista da individualidade. Freud Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico neurologista e importante psicanalistaaustríaco. Foi considerado o pai da psicanálise. Quase todas as teorias da personalidade desenvolvidas nos anos que se seguiram à obra de Freud têm um vínculo com a sua posição, seja por se apoiar nela, seja por se oporem a ela. Em 1885, Freud foi ao encontro de Charcot na clínica de Salpêtrière, em Paris, com intenção de aprender o método da hipnose. No tratamento de pacientes histéricas, Freud percebeu que a histeria era uma doença psíquica cuja gênese requer uma explicação psicológica. Breuer escreveu com Freud parte da primeira edição de Estudos sobre a histeria, obra fundamental da psicanálise. Também foi o primeiro a atender a famosa Anna O., que se tornaria a primeira paciente tratada com o método psicanalítico. Subjetividade: Freud eliminou as fronteiras entre razão e a loucura e mostrou que somos ao mesmo tempo racionais e irracionais, e que existe uma continuidade entre corpo e alma/mente. Somos um cruzamento onde transita todo tipo de forças contrárias que é preciso controlar. Pulsões: é uma força inconsciente, um impulso ao mesmo tempo psíquico e somático situado entre o corpo e a mente. Pulsões de vida: A pulsão de vida é a tendência do organismo humano para buscar a satisfação, a sobrevivência, a perpetuação. Relaciona-se ao desejo sexual, ao amor, à criatividade e ao desenvolvimento individual e coletivo. Relaciona-se a uma busca por prazer, alegria e felicidade. Pulsões de morte: é a tendência do organismo humano para buscar destruir, desaparecer ou aniquilar (a si ou a outra pessoa ou coisa). Esta pulsão impele o comportamento agressivo, as perversões (como o sadismo e o masoquismo e a autodestruição. *Para Freud, essas pulsões de vida e de morte, não são totalmente excludentes. Vivem numa tensão e, ao mesmo tempo, numa dinâmica de equilíbrio. Instinto: é um comportamento intuitivo e hereditário proveniente da evolução da espécie. Ele resulta de um mecanismo fisiológico. Libido: é a energia que possibilita a relação de tudo o que é suscetível de ser compreendido sob o conceito de amor. Sonhos: Freud acreditava que os sonhos representam, de forma simbólica, desejos, temores e conflitos reprimidos. Esses sentimentos foram tão fortemente reprimidos que só podem vir à tona de maneira disfarçada durante o sono. Influência Darwinista, evolução da espécie A noção de conflito e adaptação, presentes primordialmente em A Origem das Espécies (1859) são fundamentais na teoria psicanalítica de Freud. A primeira delas consta em seu Estudo sobre a Histeria, a segunda é perceptível nas afirmações de Freud acerca das forças pulsionais. Por fim, após a teoria estrutural do ego, id e o superego — momento popularmente conhecido como segunda tópica ou segunda topologia. 1a Tópica - Consciente: é o nosso contato com o mundo exterior e é responsável pelos raciocínios, pelos pensamentos, pela nossa percepção etc. - Pré-consciente é um sistema que filtra o que pode passar do inconsciente para o consciente recalcando os comportamentos considerados inaceitáveis do ponto de vista social. - Inconsciente é uma zona de impulsos primitivos onde não existe valor moral, não existe noção de tempo, nem de "bem" ou "mal". Nele estão depositadas todas as tendências e desejos humanos cujo único objetivo é a satisfação imediata. 2º Tópica - Id é de natureza biológica e instintiva, está ligado a impulsos como fome ou sexualidade e está presente à nascença tendo como objetivo a sobrevivência. - Ego é uma instância psíquica que funciona como mediador entre os nossos instintos básicos e as exigências do meio pois baseia-se em princípios lógicos e reais. - Superego é de origem social, e tem como função opor-se aos impulsos socialmente inaceitáveis que surgem do id, e ao mesmo tempo pressiona o ego para seguir objetivos morais. Ampliando o conceito de sexualidade da época, Freud dizia que as pessoas são seres que buscam comportamentos e pensamentos prazerosos, e grande parte da sua teoria da personalidade gira em torno da necessidade de inibir ou de reprimir os desejos sexuais. Fases do desenvolvimento Psicossexual: Fase Oral: A principal fonte de interação da criança ocorre através da boca, de modo que o reflexo de enraizamento e sucção é especialmente importante. O principal conflito neste estágio é o processo de desmame. Se a fixação ocorre nesse estágio, Freud acreditava que o indivíduo teria problemas com dependência ou agressão. Fase Anal: Entre dois e quatro anos, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A criança presta atenção especial à micção e à evacuação. Freud acreditava que as experiências positivas durante esse estágio serviram de base para as pessoas se tornarem adultos competentes, produtivos e criativos. Se os pais são muito rígidos ou começam cedo demais o treinamento, Freud acredita que uma personalidade anal-retentiva se desenvolve em que o indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo. Fase Fálico: Freud sugeriu que durante o estágio fálico, o foco primário da libido está nos genitais. Nesta idade, as crianças também começam a descobrir as diferenças entre homens e mulheres. Se uma criança não resolvesse os conflitos que ocorreram durante essa fase, ela teria problemas mais tarde na vida. Esses problemas podem incluir problemas de relacionamento, neurose ou fixações. Complexo de Édipo Desejo do inconsciente da criança demanter uma relação sexual do sexo oposto, ou seja a mãe disso. Em contrapartida, há também o desejo de eliminar o pai, do mesmo sexo. Sendo assim, o complexo é um conflito definido por desejos que o menino experimenta em relação aos próprios pais. No entanto, a criança também teme que ele seja punido pelo pai por esses sentimentos, um medo que Freud denominou de ansiedade de castração. Fase Latente: Período latente é um período de exploração no qual a energia sexual é reprimida ou adormecida. Essa energia ainda está presente, mas é sublimada em outras áreas, como atividades intelectuais e interações sociais. Assim como nos outros estágios psicossexuais, Freud acreditava que era possível que as crianças ficassem obcecadas ou “presas” nessa fase. Fixação nesta fase pode resultar em imaturidade e incapacidade de formar relacionamentos satisfatórios como um adulto. Fase Genital: Ao contrário dos muitos estágios iniciais de desenvolvimento, Freud acreditava que o ego e o superego estavam totalmente formados e funcionando nesse ponto. Os adolescentes no estágio genital do desenvolvimento são capazes de equilibrar seus impulsos mais básicos contra a necessidade de se conformar às exigências da realidade e das normas sociais. Mecanismos de defesa: São modos de operação psíquica que o Ego utiliza/constrói para defender-se de perigos reais ou fictícios. Tem a função de proteger o ego contra elementos como a ansiedade e o desprazer, e são normais a todos os seres humanos, podendo ser utilizados também para defender de forma patológica o narcisismo do sujeito. - Anulação: o sujeito invalida uma atitude ou um desejo que existia anteriormente. - Negação: está presente uma recusa do sujeito a aceitar a existência da situação de conflito. - Sublimação: transforma a energia sexual inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis em objetos úteis, arte. - Repressão ou o recalque: é considerado um dos mecanismos de defesa mais comuns. Consiste em afastar do consciente (passando para o inconsciente). Psicanálise Método de tratamento psicólogo com a finalidade de aliviar um sofrimento psíquico, sintomas, resolver problemas emocionais e estimular o desenvolvimento pessoal; A análise não tem como objetivo tornar as reações patológicas impossíveis, mas proporcionar ao ego do paciente a liberdade de decidir por um caminho ou outro. MECANISMOS DE DEFESA DO EGO PARA ANNA FREUD Formação reativa A formação reativa se define como o processo pelo qual um impulso ou desejo inaceitável é controlado por uma exageração de tendência oposta. Palestra das telas Jung A Psicologia Analítica, também conhecida como Psicologia Junguiana, foi desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Esta abordagem terapêutica distingue-se de outras escolas de pensamento por enfatizar a importância dos processos psicológicos inconscientes e da busca pela individuação para o desenvolvimento da personalidade. Freud e Jung Enquanto, para Freud, a neurose estaria ligada à sexualidade, para Jung seria explicada por uma cisão interna, uma ruptura entre o consciente e o inconsciente. Jung, diferentemente de Freud, não considerava suas formulações como verdades absolutas e imutáveis, o que, entre outras divergências, os levou a romper publicamente no ano de 1913. Nesse momento, iniciou-se o surgimento das compreensões próprias da Psicologia Analítica como uma nova teoria e forma de observar e esclarecer os fenômenos humanos. Para melhor entendimento de sua proposta, é essencial conhecer o que a Psicologia Junguiana busca e os significados de seus conceitos próprios e únicos. A ESTRUTURA DA PSIQUE (PERSONALIDADE) Analogia: representação da psique como um vasto oceano (inconsciente) no qual emerge uma pequena ilha (consciente); A Psique é um sistema energético relativamente fechado, cujo potencial de energia é constante. Assim, a quantidade de energia de que dispõe a psique é constante, apenas variando sua distribuição. Energia psíquica: libido (agressividade, intelectualidade, apetite sexual etc.) Ego: é parte da psique preocupada com a percepção, o raciocínio, as sensações e as lembranças. É a consciência que temos de nós mesmos e é responsável pela execução das atividades da vida cotidiana quando estamos acordados Inconsciente: compreende inconsciente pessoal e coletivo; é atemporal e aespacial; é uma outra realidade, um plano sutil. Inconsciente Pessoal: camadas mais superficiais, “morada” dos complexos; Inconsciente Coletivo: camadas mais profundas, fundamentos estruturais da psique (substrato psíquico), comuns a todos os homens; herdado do passado ancestral, resíduo do desenvolvimento evolutivo, universal. O inconsciente coletivo foi considerado por Jung como a suprema fonte psíquica do poder, da totalidade e da transformação interior. Complexo de ideias A causa mais frequente da origem dos complexos são os conflitos; Admite-se também que choques e traumas emocionais podem ser responsáveis pela sua formação; Os complexos são formados por imagens de situações psíquicas; Primariamente, são constituídos por um núcleo possuidor de intensa carga afetiva; Secundariamente, estabelecem-se associações com outros elementos afins, cuja coesão em torno do núcleo é mantida pelo afeto comum a seus elementos. Essas imagens possuem existência autônoma (este extremo se verifica nas psicoses). Tipos de complexos: COMPLEXO DE INFERIORIDADE: algumas pessoas sentem-se tomadas pela sensação de desvalor e baixa autoestima, considerando que nada que façam dará certo, pois não se consideram merecedoras ou competentes; COMPLEXO DE SUPERIORIDADE: algumas pessoas acreditam-ser superiores aos outros e cobram atenção especial, às vezes, até mesmo impondo seus caprichos, sem se darem conta de que estão a mercê do complexo de superioridade, que torna distorcida a forma de ver a vida e de se relacionar com os outros; COMPLEXO DE ABANDONO E DE REJEIÇÃO: segundo Jung podem levar a pessoa a desistir de ter uma relação afetiva, tamanha dor e desconforto emocional que sente , como se fosse uma ferida aberta que demora a cicatrizar; COMPLEXO MATERNO: A pessoa dominada por um forte complexo materno é extremamente sensível a tudo que a mãe diz ou sente, e a imagem dela estará sempre gravada em sua mente. Fonte dos Complexos: Os complexos podem se originar por duas fontes: uma a fonte arquetípica, que é o núcleo do complexo, portanto, inata. A outra, adquirida, dentro da história pessoal das relações entre o indivíduo e suas relações parentais, sociais, onde as experiências afetivas marcantes vão dar a tonalidade dos complexos. Arquétipos: São possibilidades herdadas para representar imagens similares; são formas instintivas de imaginar; são matrizes arcaicas onde configurações análogas ou semelhantes tomam forma; sua origem é decorrente dos depósitos de impressões superpostas deixadas por certas vivências fundamentais, comuns a todos os humanos, repetidas incansavelmente através de milênios. O arquétipo, enquanto virtualidade, funciona como um nódulo de concentração de energia psíquica; quando esta energia, em estado potencial, atualiza -se, toma forma, teremos uma imagem arquetípica. Obras de arte, muitas vezes, expressam imagens arquetípicas. - Persona: sistema de adaptação ou a maneira pela qual se dá a comunicação com o mundo; aquilo que não é verdadeiramente, mas o que nós mesmos e os outros pensam que somos. - Anima: arquétipo do feminino; princípio feminino no homem; - Animus: arquétipo do masculino; princípio masculino na mulher. - Sombra: são os comportamentos instintivos primitivos que a sociedade considera negativos em toda sua crueza: brutalidade, crueldade, capacidade destruidora. - Self: arquétipo que envolve a reunião e o equilíbrio de todas as partes da personalidade. Sonhos segundo Jung – Resumo Função: Os sonhos são mensagens do inconscientepara ajudar no equilíbrio da psique. Função compensatória: Corrigem desequilíbrios do consciente, trazendo à tona aspectos ignorados da personalidade. Símbolos e arquétipos: Expressam-se por meio de imagens simbólicas ligadas ao inconsciente coletivo (ex: Herói, Sombra, Ancião Sábio). A TEORIA DOS TIPOS PSICOLÓGICOS: 1. Atitudes: Jung identificou duas atitudes básicas da personalidade: Introversão: voltada para o mundo interior, pensamentos e sentimentos. Extroversão: voltada para o mundo exterior, pessoas e ações. 2. Funções Psicológicas: São quatro, divididas em dois grupos: a) Funções de percepção (como percebemos o mundo): ● Sensação: foca nos dados concretos, nos cinco sentidos. ● Intuição: capta possibilidades, padrões e significados ocultos. b) Funções de julgamento (como tomamos decisões): Pensamento: toma decisões com base na lógica e objetividade. Sentimento: decide com base em valores pessoais e emoções. Combinando tudo: Cada pessoa tem uma função dominante, uma atitude (introvertida ou extrovertida), e uma hierarquia de funções. Exemplos: ● Um tipo Pensamento Extrovertido valoriza lógica e estrutura no mundo exterior. ● Um tipo Intuição Introvertida é mais voltado a ideias internas, visões e possibilidades futuras. A dinâmica da Personalidade Uma função dominante – a mais forte e consciente, molda como você percebe e interage com o mundo. Uma função auxiliar – ajuda a equilibrar a dominante. Uma função terciária – menos desenvolvida, atua em segundo plano. Uma função inferior – a mais inconsciente, geralmente reprimida; representa um ponto fraco ou um desafio de crescimento. O desenvolvimento da personalidade Infância: atividades instintuais e influência parental. Idade adulta jovem: o adolescente se diferencia dos pais e tem a extroversão como atitude primária. A consciência domina a vida mental com a escolha da profissão e constituição da família. Meia-idade: busca do significado, regida pela introversão. Valores sublimados em símbolos sociais, espirituais, filosóficos, intuitivos e cívicos. Simbolização: para Jung, o símbolo tem duas funções, a de tentar satisfazer um impulso instintual frustrado e a de corporificar material arquetípico. São representações da psique e fazem parte do desenvolvimento da personalidade. Ex.: a dança como forma de sublimar energia sexual. Pode ser mais ou menos satisfatório, e pode levar a outros símbolos. Processo de individuação É o processo de tornar-se quem você realmente é, integrando todas as partes da sua psique — tanto conscientes quanto inconscientes — para alcançar a totalidade do self. A individuação não é algo que ocorre passivamente; exige a colaboração ativa do ego consciente, que deve buscá-la e conquistá-la com empenho, engajamento, paciência e coragem; A individuação é um conceito permeado de significados morais e éticos: qual o tipo de atitude moral necessária em certo momento para lidar com as influências perturbadoras do inconsciente? Reich Wilhelm Reich nasceu em 24 de Março de 1897 e sua familia era rica (judeus germanizados). Em 1909, a mãe de Reich começa a ter uma relação extraconjugal e o jovem Reich espiava os amantes -> no início de 1910, o marido descobre o adultério, atormentando e humilhando impiedosamente sua mulher, de tal forma que ela acabou por se suicidar com veneno. O pai morre em 1914 de tuberculose. Com o final da Guerra, Reich ingressa na faculdade de Medicina, e em 1919 conhece Freud, ficando deslumbrado com seu novo mestre -> tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica de Viena e começou a praticar a psicanálise. 1927 rompeu com Freud. O que é um corpo? Na psicanálise: O divã como símbolo da Psicanálise: confere a posição do corpo como secundária, prevalecendo a palavra como o mais importante, e a única forma de atingir o inconsciente é pela linguagem verbal -> Reich chega-se no inconsciente através do corpo – “O corpo fala”. Para Reich… O corpo é uma palavra polissêmica, uma realidade multifacetada e, sobretudo, um objeto histórico. Pois o corpo é, ele próprio, um processo. Resultado provisório das convergências entre técnica e sociedade, sentimentos e objetivos, ele pertence menos à natureza do que à história. Sexualidade: As ideias de Reich eram muito avançadas para sua época. Na década de 1930, o programa de Reich para suas clínicas incluía características que são modernas e ainda hoje controversas: - Distribuição de contraceptivos - À favor do “”””””””direito”””””””” do aborto. - À favor da liberdade do divórcio. - Educação sexual, incluindo higiene pessoal, auxílio para entender sobre doenças transmissíveis. Caráter Caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão de respostas para várias situações que incluem atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade, etc.) e atitudes físicas (postura, hábitos, e movimentação do corpo). Para Reich, o caráter é uma armadura psicológica e corporal que protege o indivíduo, mas que também o limita. A análise do caráter visa dissolver essa rigidez para permitir o fluxo livre da energia vital e promover saúde emocional. Para Reich, tratar o caráter (e não apenas os sintomas) é essencial para uma verdadeira transformação psíquica. Ele acreditava que libertar a energia bloqueada pela couraça de caráter permitiria uma vida mais livre, saudável e espontânea. Couraça Couraça é uma proteção contra tudo que nos ameaça interna ou externamente, aparecendo em forma de tensão no corpo. Reich sentia que o caráter se forma como uma defesa contra a ansiedade criada pelos intensos sentimentos sexuais da criança e o consequente medo da punição -> a primeira defesa contra esse medo é a repressão. À medida que as defesas do ego se tornam cronicamente ativas e automáticas, elas evoluem para couraças. É formada por padrões rígidos de comportamento, atitudes e defesas emocionais. Surge como resposta a repressões emocionais, principalmente durante a infância. Exemplos: frieza emocional, submissão exagerada, agressividade constante, medo de intimidade. Atua como uma barreira contra sentimentos reprimidos (como raiva, tristeza ou desejo sexual). Reich acreditava que emoções reprimidas se fixam no corpo, criando zonas de tensão. Perda das couraças: A couraça não é natural, ela é construída socialmente. Reich então começou a trabalhar no relaxamento da couraça muscular, descobrindo que a perda da mesma libertava energia libidinal. O trabalho de Reich lidava com a libertação de emoções (prazer, raiva, ansiedade) através do trabalho com o corpo, conduzindo a uma vivência muito mais intensa do material infantil descoberto na análise. Encouraçamento Processo pelo qual uma pessoa desenvolve couraças, tanto psicológicas quanto musculares, como forma de defesa contra experiências emocionais dolorosas ou reprimidas. É a formação progressiva de defesas diante de conflitos internos, traumas, repressões (especialmente sexuais e emocionais) e exigências sociais. Essas defesas se tornam padrões crônicos de comportamento (couraça caracteológica) e tensões musculares persistentes (couraça muscular). O encouraçamento começa na infância e vai se estruturando conforme o indivíduo se adapta ao meio familiar, social e cultural. As disfunções corporais que correspondem à couraça formam a base para que com o passar do tempo surjam os diferentes tipos de doenças. Caráter Genital O caráter genital representa, para Reich, o modelo saudável de funcionamento psíquico e corporal. Ele é o oposto do caráter neurótico e simboliza uma pessoa que vive em equilíbrio emocional, energético e sexual. O indivíduo com caráter genital tem um fluxo livre de energia vital (orgônica), sem bloqueios emocionais ou musculares significativos. Capacidade de descarregar completamente a excitação sexual reprimida por meio de involuntárias e agradáveisconvulsões do corpo. Reich descobriu que assim que seus pacientes renunciavam à sua couraça e desenvolviam potência orgástica. Potência orgástica: Potência orgástica é a capacidade de uma pessoa entregar-se totalmente ao reflexo do orgasmo, sem inibições nem bloqueios, permitindo a descarga completa da excitação sexual acumulada. Ou seja, não é apenas "ter um orgasmo", mas vivê-lo plenamente, com entrega total, tanto física quanto emocional, promovendo o alívio completo da tensão sexual. Em seu trabalho sobre Couraça Muscular, Reich descobriu que o relaxamento dos músculos resultava frequentemente em sensações físicas, como: sensação de calor e frio, formigamento, coceira e uma espécie de despertar emocional -> ele concluiu que essas sensações eram devido a movimentos de uma energia biológica liberada (bioenergia). Energia Orgônica = orgasmo + organismo. Energia orgônica é uma energia biológica e cósmica fundamental, responsável pela vida, crescimento, sexualidade, saúde e até condições climáticas. Psicoterapia A psicoterapia reichiana é um método terapêutico que integra corpo e mente, buscando dissolver defesas emocionais e musculares (couraças), restaurar o fluxo de energia vital e promover a saúde emocional, corporal e sexual. É uma abordagem profunda, ativa e transformadora. Segmentos das couraças 1. Segmento Ocular Local: Testa, olhos, pálpebras, couro cabeludo. Bloqueia: Contato visual, percepção, medo, choque emocional. Sinais: Olhar fixo ou vago, olhos "mortos", dificuldade em expressar emoções pelos olhos. 2. Segmento Oral Local: Boca, mandíbula, língua, garganta. Bloqueia: Choro, grito, alimentação afetiva, comunicação. Sinais: Mandíbula rígida, dificuldade em chorar, voz presa, expressão oral limitada. 3. Segmento Cervical Local: Pescoço e nuca. Bloqueia: Raiva, comunicação, impulso sexual. Sinais: Pescoço rígido, limitação no movimento da cabeça, voz forçada, autocontrole excessivo. 4. Segmento Torácico Local: Peito, ombros, parte superior das costas. Bloqueia: Amor, tristeza, empatia, expressão afetiva. Sinais: Respiração superficial, peito "travado", ombros caídos ou tensos. 5. Segmento Diafragmático Local: Diafragma, parte inferior do tórax. Bloqueia: Respiração plena, medo, ansiedade. Sinais: Respiração cortada, sensação de sufocamento, risos nervosos, bloqueio do plexo solar. 6. Segmento Abdominal Local: Abdômen e região lombar. Bloqueia: Emoções viscerais (culpa, vergonha, raiva). Sinais: Barriga contraída ou rígida, bloqueio da raiva, desconexão com o “instinto”. 7. Segmento Pélvico Local: Quadris, genitais, nádegas, pernas. Bloqueia: Sexualidade, prazer, impulso vital. Sinais: Quadris rígidos, bloqueio do orgasmo, medo de entrega, afastamento da terra (instabilidade). Self Self é o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas Sonhos segundo Jung – Resumo 1. Atitudes: 2. Funções Psicológicas: Combinando tudo: 1. Segmento Ocular 2. Segmento Oral 3. Segmento Cervical 4. Segmento Torácico 7. Segmento Pélvico