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Teorias da Personalidade 
 
PERSONALIDADE: TERMOS E DEFINIÇÕES 
 
Freud foi o primeiro a desenvolver uma teoria verdadeiramente moderna da personalidade, 
com base, principalmente, em suas observações clínicas. Ele formulou a “Grande Teoria”, 
ou seja, uma teoria que tentou explicar a personalidade para todas as pessoas. 
 
O conceito de personalidade, em seu sentido literal, aparece desde suas origens 
associado à noção de pessoa. Pessoa, termo derivado do latim persona, que significa 
máscara caracterizadora do personagem teatral. 
 
René Descartes 
Racionalista: Em seu “Discurso sobre o Método”, René Descartes afirmava que apenas a 
razão pode estabelecer a verdade. 
 
A razão independe da experiência sensível, uma vez que é inata e igual em todos os 
homens e que o poder de bem aquilatar e diferenciar o vero do falso, quer dizer, o chamado 
bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens. 
 
Modo indivíduo 
Doravante, os indivíduos construídos sob os ideais românticos e pelo racionalismo 
cartesiano tomaram a si mesmos como fonte e sede absoluta de todos os sentidos de sua 
existência, desconhecendo qualquer dependência a laços sociais. 
 
Os indivíduos isolados uns dos outros, incapazes de estabelecer redes de relações 
solidárias, carentes da interação humana possível com o mundo na esfera pública e 
privada, tornam-se indiferentes e desinteressados também em relação a si mesmos. 
 
Prolongando uma intuição foucaultiana, Armstrong (1994) assinala que tal objetivação do 
indivíduo surge a partir dos discursos e das práticas da medicina, da biologia e das ciências 
humanas. É nesse campo que o indivíduo se constitui como realidade corporal e normativa. 
É aí que ele adquire estatuto de sujeito como interioridade fechada, a qual é referência para 
todo acontecimento possível. 
 
Personalidade 
 
Inclui todos aqueles traços ou características relativamente permanentes que dão alguma 
consistência ao comportamento de uma pessoa. 
 
Entendemos que a formação do ser humano representa um processo que sintetiza o 
conjunto de fenômenos produzidos pela história humana, de tal forma que a construção do 
indivíduo se situa no cerne de uma construção mais ampla: a da humanidade. Neste 
sentido, a personalidade põe-se como atributo do indivíduo, ou expressão máxima da 
individualidade humana, de tal forma que a compreensão materialista da personalidade 
demanda uma compreensão materialista da individualidade. 
 
 
Freud 
 
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico neurologista e importante psicanalistaaustríaco. 
Foi considerado o pai da psicanálise. Quase todas as teorias da personalidade 
desenvolvidas nos anos que se seguiram à obra de Freud têm um vínculo com a sua 
posição, seja por se apoiar nela, seja por se oporem a ela. 
 
Em 1885, Freud foi ao encontro de Charcot na clínica de Salpêtrière, em Paris, com 
intenção de aprender o método da hipnose. No tratamento de pacientes histéricas, Freud 
percebeu que a histeria era uma doença psíquica cuja gênese requer uma explicação 
psicológica. 
 
Breuer escreveu com Freud parte da primeira edição de Estudos sobre a histeria, obra 
fundamental da psicanálise. Também foi o primeiro a atender a famosa Anna O., que se 
tornaria a primeira paciente tratada com o método psicanalítico. 
 
Subjetividade: 
 Freud eliminou as fronteiras entre razão e a loucura e mostrou que somos ao mesmo 
tempo racionais e irracionais, e que existe uma continuidade entre corpo e alma/mente. 
Somos um cruzamento onde transita todo tipo de forças contrárias que é preciso controlar. 
 
Pulsões: é uma força inconsciente, um impulso ao mesmo tempo psíquico e somático 
situado entre o corpo e a mente. 
Pulsões de vida: A pulsão de vida é a tendência do organismo humano para buscar a 
satisfação, a sobrevivência, a perpetuação. Relaciona-se ao desejo sexual, ao amor, à 
criatividade e ao desenvolvimento individual e coletivo. Relaciona-se a uma busca por 
prazer, alegria e felicidade. 
Pulsões de morte: é a tendência do organismo humano para buscar destruir, desaparecer 
ou aniquilar (a si ou a outra pessoa ou coisa). Esta pulsão impele o comportamento 
agressivo, as perversões (como o sadismo e o masoquismo e a autodestruição. *Para 
Freud, essas pulsões de vida e de morte, não são totalmente excludentes. Vivem numa 
tensão e, ao mesmo tempo, numa dinâmica de equilíbrio. 
 
Instinto: é um comportamento intuitivo e hereditário proveniente da evolução da espécie. 
Ele resulta de um mecanismo fisiológico. 
Libido: é a energia que possibilita a relação de tudo o que é suscetível de ser 
compreendido sob o conceito de amor. 
Sonhos: Freud acreditava que os sonhos representam, de forma simbólica, desejos, 
temores e conflitos reprimidos. Esses sentimentos foram tão fortemente reprimidos que só 
podem vir à tona de maneira disfarçada durante o sono. 
 
Influência Darwinista, evolução da espécie 
 A noção de conflito e adaptação, presentes primordialmente em A Origem das Espécies 
(1859) são fundamentais na teoria psicanalítica de Freud. 
A primeira delas consta em seu Estudo sobre a Histeria, a segunda é perceptível nas 
afirmações de Freud acerca das forças pulsionais. 
Por fim, após a teoria estrutural do ego, id e o superego — momento popularmente 
conhecido como segunda tópica ou segunda topologia. 
1a Tópica 
 
- Consciente: é o nosso contato com o mundo exterior e é responsável pelos 
raciocínios, pelos pensamentos, pela nossa percepção etc. 
- Pré-consciente é um sistema que filtra o que pode passar do inconsciente para o 
consciente recalcando os comportamentos considerados inaceitáveis do ponto de 
vista social. 
- Inconsciente é uma zona de impulsos primitivos onde não existe valor moral, não 
existe noção de tempo, nem de "bem" ou "mal". Nele estão depositadas todas as 
tendências e desejos humanos cujo único objetivo é a satisfação imediata. 
 
 
2º Tópica 
 
- Id é de natureza biológica e instintiva, está ligado a impulsos como fome ou 
sexualidade e está presente à nascença tendo como objetivo a sobrevivência. 
- Ego é uma instância psíquica que funciona como mediador entre os nossos instintos 
básicos e as exigências do meio pois baseia-se em princípios lógicos e reais. 
- Superego é de origem social, e tem como função opor-se aos impulsos socialmente 
inaceitáveis que surgem do id, e ao mesmo tempo pressiona o ego para seguir 
objetivos morais. 
 
Ampliando o conceito de sexualidade da época, Freud dizia que as pessoas são seres que 
buscam comportamentos e pensamentos prazerosos, e grande parte da sua teoria da 
personalidade gira em torno da necessidade de inibir ou de reprimir os desejos sexuais. 
 
Fases do desenvolvimento Psicossexual: 
 
Fase Oral: A principal fonte de interação da criança ocorre através da boca, de modo que o 
reflexo de enraizamento e sucção é especialmente importante. O principal conflito neste 
estágio é o processo de desmame. Se a fixação ocorre nesse estágio, Freud acreditava que 
o indivíduo teria problemas com dependência ou agressão. 
 
Fase Anal: Entre dois e quatro anos, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres anais 
e a bexiga. A criança presta atenção especial à micção e à evacuação. Freud acreditava 
que as experiências positivas durante esse estágio serviram de base para as pessoas se 
tornarem adultos competentes, produtivos e criativos. Se os pais são muito rígidos ou 
começam cedo demais o treinamento, Freud acredita que uma personalidade anal-retentiva 
se desenvolve em que o indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo. 
 
Fase Fálico: Freud sugeriu que durante o estágio fálico, o foco primário da libido está nos 
genitais. Nesta idade, as crianças também começam a descobrir as diferenças entre 
homens e mulheres. 
 
Se uma criança não resolvesse os conflitos que ocorreram durante essa fase, ela teria 
problemas mais tarde na vida. Esses problemas podem incluir problemas de 
relacionamento, neurose ou fixações. 
 
Complexo de Édipo 
Desejo do inconsciente da criança demanter uma relação sexual do sexo oposto, ou seja a 
mãe disso. Em contrapartida, há também o desejo de eliminar o pai, do mesmo sexo. Sendo 
assim, o complexo é um conflito definido por desejos que o menino experimenta em relação 
aos próprios pais. No entanto, a criança também teme que ele seja punido pelo pai por 
esses sentimentos, um medo que Freud denominou de ansiedade de castração. 
 
Fase Latente: Período latente é um período de exploração no qual a energia sexual é 
reprimida ou adormecida. Essa energia ainda está presente, mas é sublimada em outras 
áreas, como atividades intelectuais e interações sociais. Assim como nos outros estágios 
psicossexuais, Freud acreditava que era possível que as crianças ficassem obcecadas ou 
“presas” nessa fase. Fixação nesta fase pode resultar em imaturidade e incapacidade de 
formar relacionamentos satisfatórios como um adulto. 
 
Fase Genital: Ao contrário dos muitos estágios iniciais de desenvolvimento, Freud 
acreditava que o ego e o superego estavam totalmente formados e funcionando nesse 
ponto. Os adolescentes no estágio genital do desenvolvimento são capazes de equilibrar 
seus impulsos mais básicos contra a necessidade de se conformar às exigências da 
realidade e das normas sociais. 
 
 
Mecanismos de defesa: 
 
São modos de operação psíquica que o Ego utiliza/constrói para defender-se de perigos 
reais ou fictícios. Tem a função de proteger o ego contra elementos como a ansiedade e o 
desprazer, e são normais a todos os seres humanos, podendo ser utilizados também para 
defender de forma patológica o narcisismo do sujeito. 
 
- Anulação: o sujeito invalida uma atitude ou um desejo que existia anteriormente. 
- Negação: está presente uma recusa do sujeito a aceitar a existência da situação de 
conflito. 
- Sublimação: transforma a energia sexual inerente a impulsos primitivos ou 
inaceitáveis em objetos úteis, arte. 
- Repressão ou o recalque: é considerado um dos mecanismos de defesa mais 
comuns. Consiste em afastar do consciente (passando para o inconsciente). 
 
Psicanálise Método de tratamento psicólogo com a finalidade de aliviar um sofrimento 
psíquico, sintomas, resolver problemas emocionais e estimular o desenvolvimento pessoal; 
A análise não tem como objetivo tornar as reações patológicas impossíveis, mas 
proporcionar ao ego do paciente a liberdade de decidir por um caminho ou outro. 
 
 
 
 
MECANISMOS DE DEFESA DO EGO PARA ANNA FREUD 
 
Formação reativa 
A formação reativa se define como o processo pelo qual um impulso ou desejo inaceitável é 
controlado por uma exageração de tendência oposta. 
 
Palestra das telas 
 
Jung 
 
A Psicologia Analítica, também conhecida como Psicologia Junguiana, foi desenvolvida pelo 
psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Esta abordagem terapêutica distingue-se de outras 
escolas de pensamento por enfatizar a importância dos processos psicológicos 
inconscientes e da busca pela individuação para o desenvolvimento da personalidade. 
 
Freud e Jung 
 
Enquanto, para Freud, a neurose estaria ligada à sexualidade, para Jung seria 
explicada por uma cisão interna, uma ruptura entre o consciente e o inconsciente. 
Jung, diferentemente de Freud, não considerava suas formulações como verdades 
absolutas e imutáveis, o que, entre outras divergências, os levou a romper publicamente no 
ano de 1913. Nesse momento, iniciou-se o surgimento das compreensões próprias da 
Psicologia Analítica como uma nova teoria e forma de observar e esclarecer os fenômenos 
humanos. Para melhor entendimento de sua proposta, é essencial conhecer o que a 
Psicologia Junguiana busca e os significados de seus conceitos próprios e únicos. 
 
A ESTRUTURA DA PSIQUE (PERSONALIDADE) 
 
 
 
Analogia: representação da psique como um vasto oceano (inconsciente) no qual emerge 
uma pequena ilha (consciente); 
 
A Psique é um sistema energético relativamente fechado, cujo potencial de energia é 
constante. Assim, a quantidade de energia de que dispõe a psique é constante, apenas 
variando sua distribuição. 
 
Energia psíquica: libido (agressividade, intelectualidade, apetite sexual etc.) 
 
Ego: é parte da psique preocupada com a percepção, o raciocínio, as sensações e as 
lembranças. É a consciência que temos de nós mesmos e é responsável pela execução das 
atividades da vida cotidiana quando estamos acordados 
 
Inconsciente: compreende inconsciente pessoal e coletivo; é atemporal e aespacial; é uma 
outra realidade, um plano sutil. 
 
Inconsciente Pessoal: camadas mais superficiais, “morada” dos complexos; 
 
Inconsciente Coletivo: camadas mais profundas, fundamentos estruturais da psique 
(substrato psíquico), comuns a todos os homens; herdado do passado ancestral, resíduo do 
desenvolvimento evolutivo, universal. O inconsciente coletivo foi considerado por Jung 
como a suprema fonte psíquica do poder, da totalidade e da transformação interior. 
 
Complexo de ideias 
 
A causa mais frequente da origem dos complexos são os conflitos; Admite-se também que 
choques e traumas emocionais podem ser responsáveis pela sua formação; Os complexos 
são formados por imagens de situações psíquicas; 
Primariamente, são constituídos por um núcleo possuidor de intensa carga afetiva; 
Secundariamente, estabelecem-se associações com outros elementos afins, cuja coesão 
em torno do núcleo é mantida pelo afeto comum a seus elementos. Essas imagens 
possuem existência autônoma (este extremo se verifica nas psicoses). 
 
Tipos de complexos: 
 
COMPLEXO DE INFERIORIDADE: algumas pessoas sentem-se tomadas pela sensação 
de desvalor e baixa autoestima, considerando que nada que façam dará certo, pois não se 
consideram merecedoras ou competentes; 
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE: algumas pessoas acreditam-ser superiores aos outros 
e cobram atenção especial, às vezes, até mesmo impondo seus caprichos, sem se darem 
conta de que estão a mercê do complexo de superioridade, que torna distorcida a forma de 
ver a vida e de se relacionar com os outros; 
COMPLEXO DE ABANDONO E DE REJEIÇÃO: segundo Jung podem levar a pessoa a 
desistir de ter uma relação afetiva, tamanha dor e desconforto emocional que sente , como 
se fosse uma ferida aberta que demora a cicatrizar; 
COMPLEXO MATERNO: A pessoa dominada por um forte complexo materno é 
extremamente sensível a tudo que a mãe diz ou sente, e a imagem dela estará sempre 
gravada em sua mente. 
 
 
 
Fonte dos Complexos: 
 
Os complexos podem se originar por duas fontes: uma a fonte arquetípica, que é o núcleo 
do complexo, portanto, inata. A outra, adquirida, dentro da história pessoal das relações 
entre o indivíduo e suas relações parentais, sociais, onde as experiências afetivas 
marcantes vão dar a tonalidade dos complexos. 
 
 
Arquétipos: 
 
São possibilidades herdadas para representar imagens similares; são formas instintivas de 
imaginar; são matrizes arcaicas onde configurações análogas ou semelhantes tomam 
forma; sua origem é decorrente dos depósitos de impressões superpostas deixadas por 
certas vivências fundamentais, comuns a todos os humanos, repetidas incansavelmente 
através de milênios. 
 
O arquétipo, enquanto virtualidade, funciona como um nódulo de concentração de energia 
psíquica; quando esta energia, em estado potencial, atualiza -se, toma forma, teremos uma 
imagem arquetípica. 
 
Obras de arte, muitas vezes, expressam imagens arquetípicas. 
 
- Persona: sistema de adaptação ou a maneira pela qual se dá a comunicação com o 
mundo; aquilo que não é verdadeiramente, mas o que nós mesmos e os outros 
pensam que somos. 
- Anima: arquétipo do feminino; princípio feminino no homem; 
- Animus: arquétipo do masculino; princípio masculino na mulher. 
- Sombra: são os comportamentos instintivos primitivos que a sociedade considera 
negativos em toda sua crueza: brutalidade, crueldade, capacidade destruidora. 
- Self: arquétipo que envolve a reunião e o equilíbrio de todas as partes da 
personalidade. 
 
Sonhos segundo Jung – Resumo 
Função: Os sonhos são mensagens do inconscientepara ajudar no equilíbrio da psique. 
Função compensatória: Corrigem desequilíbrios do consciente, trazendo à tona aspectos 
ignorados da personalidade. 
Símbolos e arquétipos: Expressam-se por meio de imagens simbólicas ligadas ao 
inconsciente coletivo (ex: Herói, Sombra, Ancião Sábio). 
 
A TEORIA DOS TIPOS PSICOLÓGICOS: 
 
1. Atitudes: 
Jung identificou duas atitudes básicas da personalidade: 
Introversão: voltada para o mundo interior, pensamentos e sentimentos. 
Extroversão: voltada para o mundo exterior, pessoas e ações. 
 
2. Funções Psicológicas: 
São quatro, divididas em dois grupos: 
a) Funções de percepção (como percebemos o mundo): 
● Sensação: foca nos dados concretos, nos cinco sentidos. 
 
● Intuição: capta possibilidades, padrões e significados ocultos. 
b) Funções de julgamento (como tomamos decisões): 
Pensamento: toma decisões com base na lógica e objetividade. 
 
Sentimento: decide com base em valores pessoais e emoções. 
 
Combinando tudo: 
Cada pessoa tem uma função dominante, uma atitude (introvertida ou extrovertida), e uma 
hierarquia de funções. 
Exemplos: 
● Um tipo Pensamento Extrovertido valoriza lógica e estrutura no mundo exterior. 
 
● Um tipo Intuição Introvertida é mais voltado a ideias internas, visões e possibilidades 
futuras. 
A dinâmica da Personalidade 
Uma função dominante – a mais forte e consciente, molda como você percebe e interage 
com o mundo. 
Uma função auxiliar – ajuda a equilibrar a dominante. 
Uma função terciária – menos desenvolvida, atua em segundo plano. 
Uma função inferior – a mais inconsciente, geralmente reprimida; representa um ponto 
fraco ou um desafio de crescimento. 
O desenvolvimento da personalidade 
Infância: atividades instintuais e influência parental. 
Idade adulta jovem: o adolescente se diferencia dos pais e tem a extroversão como atitude 
primária. A consciência domina a vida mental com a escolha da profissão e constituição da 
família. 
Meia-idade: busca do significado, regida pela introversão. Valores sublimados em símbolos 
sociais, espirituais, filosóficos, intuitivos e cívicos. 
 
Simbolização: para Jung, o símbolo tem duas funções, a de tentar satisfazer um impulso 
instintual frustrado e a de corporificar material arquetípico. São representações da psique e 
fazem parte do desenvolvimento da personalidade. Ex.: a dança como forma de sublimar 
energia sexual. Pode ser mais ou menos satisfatório, e pode levar a outros símbolos. 
 
Processo de individuação 
É o processo de tornar-se quem você realmente é, integrando todas as partes da sua 
psique — tanto conscientes quanto inconscientes — para alcançar a totalidade do self. 
A individuação não é algo que ocorre passivamente; exige a colaboração ativa do ego 
consciente, que deve buscá-la e conquistá-la com empenho, engajamento, paciência e 
coragem; 
A individuação é um conceito permeado de significados morais e éticos: qual o tipo de 
atitude moral necessária em certo momento para lidar com as influências perturbadoras do 
inconsciente? 
 
Reich 
Wilhelm Reich nasceu em 24 de Março de 1897 e sua familia era rica (judeus 
germanizados). 
Em 1909, a mãe de Reich começa a ter uma relação extraconjugal e o jovem Reich espiava 
os amantes -> no início de 1910, o marido descobre o adultério, atormentando e humilhando 
impiedosamente sua mulher, de tal forma que ela acabou por se suicidar com veneno. O pai 
morre em 1914 de tuberculose. 
Com o final da Guerra, Reich ingressa na faculdade de Medicina, e em 1919 conhece 
Freud, ficando deslumbrado com seu novo mestre -> tornou-se membro da Sociedade 
Psicanalítica de Viena e começou a praticar a psicanálise. 1927 rompeu com Freud. 
 
O que é um corpo? 
Na psicanálise: O divã como símbolo da Psicanálise: confere a posição do corpo como 
secundária, prevalecendo a palavra como o mais importante, e a única forma de atingir o 
inconsciente é pela linguagem verbal -> Reich chega-se no inconsciente através do corpo – 
“O corpo fala”. 
Para Reich… 
O corpo é uma palavra polissêmica, uma realidade multifacetada e, sobretudo, um objeto 
histórico. Pois o corpo é, ele próprio, um processo. Resultado provisório das convergências 
entre técnica e sociedade, sentimentos e objetivos, ele pertence menos à natureza do que à 
história. 
Sexualidade: 
As ideias de Reich eram muito avançadas para sua época. Na década de 1930, o programa 
de Reich para suas clínicas incluía características que são modernas e ainda hoje 
controversas: 
- Distribuição de contraceptivos 
- À favor do “”””””””direito”””””””” do aborto. 
- À favor da liberdade do divórcio. 
- Educação sexual, incluindo higiene pessoal, auxílio para entender sobre doenças 
transmissíveis. 
Caráter 
Caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão de respostas 
para várias situações que incluem atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento 
(timidez, agressividade, etc.) e atitudes físicas (postura, hábitos, e movimentação do corpo). 
Para Reich, o caráter é uma armadura psicológica e corporal que protege o indivíduo, mas 
que também o limita. A análise do caráter visa dissolver essa rigidez para permitir o fluxo 
livre da energia vital e promover saúde emocional. 
Para Reich, tratar o caráter (e não apenas os sintomas) é essencial para uma verdadeira 
transformação psíquica. Ele acreditava que libertar a energia bloqueada pela couraça de 
caráter permitiria uma vida mais livre, saudável e espontânea. 
Couraça 
Couraça é uma proteção contra tudo que nos ameaça interna ou externamente, aparecendo 
em forma de tensão no corpo. 
Reich sentia que o caráter se forma como uma defesa contra a ansiedade criada pelos 
intensos sentimentos sexuais da criança e o consequente medo da punição -> a primeira 
defesa contra esse medo é a repressão. À medida que as defesas do ego se tornam 
cronicamente ativas e automáticas, elas evoluem para couraças. 
É formada por padrões rígidos de comportamento, atitudes e defesas emocionais. 
Surge como resposta a repressões emocionais, principalmente durante a infância. 
Exemplos: frieza emocional, submissão exagerada, agressividade constante, medo de 
intimidade. 
Atua como uma barreira contra sentimentos reprimidos (como raiva, tristeza ou desejo 
sexual). 
Reich acreditava que emoções reprimidas se fixam no corpo, criando zonas de tensão. 
Perda das couraças: 
A couraça não é natural, ela é construída socialmente. 
Reich então começou a trabalhar no relaxamento da couraça muscular, descobrindo que a 
perda da mesma libertava energia libidinal. 
O trabalho de Reich lidava com a libertação de emoções (prazer, raiva, ansiedade) através 
do trabalho com o corpo, conduzindo a uma vivência muito mais intensa do material infantil 
descoberto na análise. 
Encouraçamento 
Processo pelo qual uma pessoa desenvolve couraças, tanto psicológicas quanto 
musculares, como forma de defesa contra experiências emocionais dolorosas ou 
reprimidas. 
É a formação progressiva de defesas diante de conflitos internos, traumas, repressões 
(especialmente sexuais e emocionais) e exigências sociais. 
Essas defesas se tornam padrões crônicos de comportamento (couraça caracteológica) 
e tensões musculares persistentes (couraça muscular). 
O encouraçamento começa na infância e vai se estruturando conforme o indivíduo se 
adapta ao meio familiar, social e cultural. 
As disfunções corporais que correspondem à couraça formam a base para que com o 
passar do tempo surjam os diferentes tipos de doenças. 
Caráter Genital 
O caráter genital representa, para Reich, o modelo saudável de funcionamento psíquico e 
corporal. Ele é o oposto do caráter neurótico e simboliza uma pessoa que vive em equilíbrio 
emocional, energético e sexual. 
O indivíduo com caráter genital tem um fluxo livre de energia vital (orgônica), sem 
bloqueios emocionais ou musculares significativos. 
Capacidade de descarregar completamente a excitação sexual reprimida por meio de 
involuntárias e agradáveisconvulsões do corpo. Reich descobriu que assim que seus 
pacientes renunciavam à sua couraça e desenvolviam potência orgástica. 
Potência orgástica: 
Potência orgástica é a capacidade de uma pessoa entregar-se totalmente ao reflexo do 
orgasmo, sem inibições nem bloqueios, permitindo a descarga completa da excitação 
sexual acumulada. Ou seja, não é apenas "ter um orgasmo", mas vivê-lo plenamente, com 
entrega total, tanto física quanto emocional, promovendo o alívio completo da tensão 
sexual. 
Em seu trabalho sobre Couraça Muscular, Reich descobriu que o relaxamento dos 
músculos resultava frequentemente em sensações físicas, como: sensação de calor e frio, 
formigamento, coceira e uma espécie de despertar emocional -> ele concluiu que essas 
sensações eram devido a movimentos de uma energia biológica liberada (bioenergia). 
Energia Orgônica = orgasmo + organismo. 
Energia orgônica é uma energia biológica e cósmica fundamental, responsável pela 
vida, crescimento, sexualidade, saúde e até condições climáticas. 
Psicoterapia 
A psicoterapia reichiana é um método terapêutico que integra corpo e mente, buscando 
dissolver defesas emocionais e musculares (couraças), restaurar o fluxo de energia vital e 
promover a saúde emocional, corporal e sexual. É uma abordagem profunda, ativa e 
transformadora. 
Segmentos das couraças 
1. Segmento Ocular 
Local: Testa, olhos, pálpebras, couro cabeludo. 
Bloqueia: Contato visual, percepção, medo, choque emocional. 
Sinais: Olhar fixo ou vago, olhos "mortos", dificuldade em expressar emoções pelos olhos. 
2. Segmento Oral 
Local: Boca, mandíbula, língua, garganta. 
Bloqueia: Choro, grito, alimentação afetiva, comunicação. 
Sinais: Mandíbula rígida, dificuldade em chorar, voz presa, expressão oral limitada. 
 3. Segmento Cervical 
Local: Pescoço e nuca. 
Bloqueia: Raiva, comunicação, impulso sexual. 
Sinais: Pescoço rígido, limitação no movimento da cabeça, voz forçada, autocontrole 
excessivo. 
 4. Segmento Torácico 
Local: Peito, ombros, parte superior das costas. 
Bloqueia: Amor, tristeza, empatia, expressão afetiva. 
Sinais: Respiração superficial, peito "travado", ombros caídos ou tensos. 
 5. Segmento Diafragmático 
Local: Diafragma, parte inferior do tórax. 
Bloqueia: Respiração plena, medo, ansiedade. 
Sinais: Respiração cortada, sensação de sufocamento, risos nervosos, bloqueio do plexo 
solar. 
6. Segmento Abdominal 
Local: Abdômen e região lombar. 
Bloqueia: Emoções viscerais (culpa, vergonha, raiva). 
Sinais: Barriga contraída ou rígida, bloqueio da raiva, desconexão com o “instinto”. 
 7. Segmento Pélvico 
Local: Quadris, genitais, nádegas, pernas. 
Bloqueia: Sexualidade, prazer, impulso vital. 
Sinais: Quadris rígidos, bloqueio do orgasmo, medo de entrega, afastamento da terra 
(instabilidade). 
Self 
Self é o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em 
contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Sonhos segundo Jung – Resumo 
	1. Atitudes: 
	2. Funções Psicológicas: 
	Combinando tudo: 
	1. Segmento Ocular 
	2. Segmento Oral 
	 3. Segmento Cervical 
	 4. Segmento Torácico 
	 7. Segmento Pélvico

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