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ANAIS DA II JORNADA DE BOTÂNICA E ECOLOGIA E II JORNADA AMAPAENSE
DE BOTÂNICA 1ª Edição Macapá -AP 2022
Book · December 2022
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4 authors, including:
Mellissa Sobrinho
Federal University of Amapá
18 PUBLICATIONS   254 CITATIONS   
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Patrick Cantuaria
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
120 PUBLICATIONS   417 CITATIONS   
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Organizadores 
Luciano Araujo Pereira 
Mellissa Sousa Sobrinho 
John Laurent Saraiva Ferreira 
Patrick de Castro Cantuária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS DA II JORNADA DE BOTÂNICA E 
ECOLOGIA E II JORNADA AMAPAENSE DE 
BOTÂNICA 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá - AP 
2022 
 
Diagramação e Arte 
John Laurent Saraiva Ferreira 
Mellissa Sousa Sobrinho 
 
Fotos e Logo 
Débora Regina dos Santos Arraes 
 
Capa 
Débora Regina dos Santos Arraes 
John Laurent Saraiva Ferreira 
Luciano Araujo Pereira 
Patrick de Castro Cantuária 
 
Editoração eletrônica 
John Laurent Saraiva Ferreira 
Luciano Araujo Pereira 
 
Revisão de formatação 
John Laurent Saraiva Ferreira 
Luciano Araujo Pereira 
Mellissa Sousa Sobrinho 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ 
Reitora 
Kátia Paulino dos Santos 
 
Vice Reitora 
Marcela Nunes Videira 
 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação 
Marcelo da Silva Andrade 
 
Coordenador do Curso de Ciências Naturais 
Darlan Coutinho dos Santos 
 
 
 
LABORATÓRIO DE BOTÂNICA E ECOLOGIA 
Chefe do Laboratório de Botânica e Ecologia 
Luciano Araujo Pereira 
 
COMITÊ CIENTÍFICO/CORPO EDITORIAL 
Adriano Castro de Brito - Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) 
Alex Bruno Lobato Rodrigues - Universidade Federal do Amapá 
Alexandre José Jordão - Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá 
(IEPA) 
Ana Angélica Monteiro de Barros - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 
Ana Rita Facundes Rodrigues - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
Annelise Frazão - Universidade de São Paulo (USP) 
Darlan Coutinho do Santos - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Galdino Xavier de Paula Filho - Universidade Federal do Amapá/Campus Mazagão 
Gerlany de Fátima dos Santos Pereira - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Jadson Coelho de Abreu - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Jakeline Prata de Assis Pires - Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) 
Janaina Freitas Calado - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Kalyne Sonale Arruda de Brito - Universidade Federal do Amapá/Campus Mazagão 
Karollina do Nascimento Monteiro - Secretaria Municipal de Educação de São Luis (SEMED/MA) 
Marcelo Silva Andrade - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Marcos Vinicius Meiado - Universidade Federal de Sergipe (UFS) 
Mellissa Sousa Sobrinho - Universidade Federal do Amapá/Campus Mazagão 
Micheline Carvalho-Silva - Universidade de Brasília (UNB) 
Patrick de Castro Cantuária - Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá (IEPA) 
Paulo Sergio Mendes Pacheco Junior - Universidade do Estado do Amapá (UEAP) 
Renan Fernandes Moura - Universidade Federal de Uberlândia (UFU) 
Rosany Lopes Martins - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) 
Tania Maria de Moura - Instituto Federal Goiano (IFG) 
Vera Lúcia Gomes Klein - Universidade Federal de Goiás (UFG) 
 
COMISSÃO ORGANIZADORA 
Coordenação Geral 
Luciano Araujo Pereira 
 
Coordenação adjunta 
Débora Regina dos Santos Arraes 
 
Coordenação do Comitê técnico-científico 
Mellissa Sousa Sobrinho 
Patrick de Castro Cantuária 
 
Coordenação de cerimonial 
Aline Furtado Simões Barbosa 
 
Coordenação de Comunicação e Divulgação em Mídias sociais 
Juliana Eveline Farias 
 
Comissão de Comunicação e Divulgação em Mídias sociais 
Alessandra dos Santos Facundes 
Sandy Pacheco da Luz 
 
Coordenação de tecnologia da informação e transmissão do evento 
Alessandra dos Santos Facundes 
Janaína Freitas Calado 
Sandy Pacheco da Luz 
 
Coordenação do Comitê cultural 
Ana Cláudia Lira Guedes 
Mellissa Sousa Sobrinho 
 
Coordenação de monitores e minicursos 
Emanuelle Maria Gomes Castro 
Francisco Diniz da Silva 
Rosany Lopes Martins 
Sandy Pacheco da Luz 
 
Coordenação de credenciamento e atendimento a participantes 
Alessandra dos Santos Facundes 
Mellissa Sousa Sobrinho 
Sandy Pacheco da Luz 
 
Distribuição 
Laboratório de Botânica e Ecologia (LABOECO) do Curso de Ciências Naturais 
Universidade do Estado do Amapá (UEAP) - Campus I 
Av. Presidente Vargas, nº 650, Centro | CEP: 68.900-070 
E-mail: joboeco@gmail.com 
 
 
 
Informa-se que o conteúdo dos trabalhos é 
de inteira responsabilidade dos autores. 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 A II Jornada de Botânica e Ecologia (JOBOECO) e II Jornada Amapaense de 
Botânica, coordenadas pelo Laboratório deAMAPÁ 
 
Alison P. Magalhães
1
*, Gabriela G. Costa
1
, Libna G. Fernandes
1
, Zenaide P. Miranda
1
, Salustiano V. Costa-Neto
2
 
1. Universidade do Estado do Amapá; 2. Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá. 
*alisonmagalhaes429@gmail.com 
 
Introdução 
 
 O manguezal é um ecossistema litorâneo comum em locais onde ocorrem o encontro de 
ambientes marinhos e terrestres. É possível encontrá-lo em áreas que possuem climas tropicais e 
subtropicais, onde são suscetíveis a condução das marés (SCHAEFFER-NOVELLI; VALE; 
CINTRÓN, 2015). É um berçário da vida marinha, e possui a capacidade de comportar uma grande 
diversidade de espécies aquáticas provenientes de várias partes do oceano, que encontram no 
mangue um ambiente propício para reprodução e alimentação (AMARAL et al., 2010). 
 As florestas de mangue, além de sua clara similaridade florística e morfológica, exibem 
grande variabilidade regional, no que diz respeito a sua capacidade de rendimento primário e 
secundário e à sua propensão de importar ou exportar energia e matéria orgânica. Essas florestas 
realizam diferentes papéis ecológico, que podem beneficiar socioeconomicamente diversas 
comunidades de acordo com sua região (LANA, 2004). O desenvolvimento das espécies de 
mangue nessas áreas é favorecido principalmente pela umidade perene, sedimentação de matéria 
orgânica e pelas altas temperaturas acima de 20°C (SPALDING, 2010). 
 Os manguezais são conhecidos por espécies arbóreas que apresentam características 
semelhantes. E dentre essas espécies os gêneros Rhizophora, Avicennia e Laguncularia se 
destacam, sendo encontrado apenas em regiões tropicais, nas áreas que possuem proximidade 
continente-oceano, em que ocorre a intervenção diária das marés (MELO; FURLAN, 2005). 
 Estudos que tem como objetivos analisar as estruturas dos manguezais com intuito de 
comparação, podem ajudar a enfatizar o quanto as mudanças nesse ecossistema podem estar 
relacionadas com crescimento e a distribuição das espécies (LUZ, 2018). 
 A dominância de uma única espécie, segundo Bernini e Rezende (2004), pode ser 
consequência da sucessão ecológica no ecossistema de mangue. No entanto, outros autores como 
Arieira e Cunha (2006), salientam que a monodominância também pode estar ligada a modificações 
ambientais, causadas pela intervenção humana. 
 Assim este estudo teve como objetivo caracterizar estruturalmente os bosques de mangue da 
Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (EEMJ) no município de Amapá-AP, bem como investigar 
quais espécies são dominantes. 
 
Material e métodos ou Metodologia 
 
 A área de estudo está localizada na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (EEMJ), em uma 
região costeira no município de Amapá, estado do Amapá nas coordenadas 01°49‘51" e 02°12‘54" 
Latitude Norte ; 50°11‘2" e 50°34‘22" Longitude Oeste (ICMBIO, 2017). De acordo com a 
classificação de Köppen-Geiger, o clima do estado do Amapá é Am, isto é, tropical chuvoso, com 
chuvas intensas nos primeiros meses do ano, e com uma reduzida estação seca. Esse clima é 
considerado uma transição do clima equatorial para o tropical (TORRES; MACHADO ,2012, apud 
ICMBio,2017). 
 Na área de estudo foram distribuídas nove parcelas em áreas de manguezais com diferentes 
gradientes de inundação, denominadas de bacia, franja e transição, dispostos de forma aleatória, 
totalizando 0,718 ha de área amostral. A alocação dos transectos ocorreu em quatro localidades: 
Cidadezinha, Cidade Grande, Paraíso e Inferninho. Foram mensurados todos os indivíduos adultos 
das parcelas levando em consideração a altura e DAP mínimo ≥ 2,5 cm, medido a 1,30 m ou 30 cm 
acima da raiz mais alta do suporte. Para a análise estrutural da floresta de mangue encontrada na 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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EEMJ, foram considerados os seguintes critérios fitossociológicos: área basal, dominância, 
abundância, frequência, densidade e índice de valor de importância (IVI). 
 Para comparar as três populações encontradas na EEMJ foi utilizado o teste não paramétrico 
de Kruskal-Wallis (K-W). Este teste pode ser usado com o objetivo de avaliar se a três populações 
estudada apresentam função de distribuição iguais, em oposição a hipótese alternativa de que duas 
ou mais populações possuem distribuição distintas (KRUSKAL; WALLIS, 1952). 
 
Resultados e discussão 
 
 Nas nove parcelas alocadas na EEMJ foram encontradas três espécies de mangue, 
Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae); Avicennia germinans (L.) Stearn (Achantaceae) e 
Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn (Combretaceae). No entanto, a única espécie que ocorreu 
em todas as áreas amostradas foi a R. mangle, com 462 indivíduos. Madi et al. (2016) encontrou em 
seu estudo uma maior frequência de L. racemosa e menor para A. germinans, a frequência de cada 
espécie pode variar de acordo com as condições ambientais presentes em cada área estudada. As 
maiores frequências da espécie foram encontradas nas parcelas 1, 4 e 8, com 71 indivíduos 
(45,95%). As parcelas com ocorrência de R. mangle que obtiveram maiores frequências de 
indivíduos foram 8 e 9, com 188 indivíduos (29,23%). A. germinans ocorreu em oito das nove 
parcelas, o equivalente a 89% de toda área. A espécie com menor frequência foi L. racemosa, 
ocorrendo em apenas três parcelas (33%),. A parcela 6 obteve a maior frequência dessa espécie, 
com seis indivíduos (66,67%). A. germinans apresentou os maiores valores médio de DAP 30,93 
cm ± 23,99 m e altura 17,59 m ± 9,50 m, seguidos por R. mangle com DAP médio 8,62 cm ± 9,64 
m e altura 8,23 m ± 6,10 m. Em todas as parcelas a espécie que obteve os menores valores para 
todos os parâmetros calculados foi a L. racemosa, com valor médio de DAP 2,47 cm ± 0,96 m e 
altura 2,33 m ± 0,30m. Matni, Menezes e Mehlig (2003) estudando os bosques de mangue em 
Bragança/Pará, encontrou resultados diferentes aos deste estudo, com a espécie R. mangle obtendo 
valores médios de DAP superiores aos de A. germinans e com a L. racemosa obedecendo o mesmo 
padrão de frequência. Essa variação de DAP das três espécies demonstra que as nove parcelas 
estudadas se encontram em diferentes estágios sucessionais. 
 A espécie que alcançou maior densidade foi a R. mangle com 79% dos indivíduos ocupando 
a área, seguido por A. germinans com 19,17% e L. racemosa com 1,04% da representatividade 
amostral. R. mangle foi a que teve o maior número de indivíduos amostrados, no entanto, A. 
germinans foi a que alcançou maior dominância e índice de valor de importância. De acordo com 
Freitas e Magalhães (2012) espécies que possuem baixas densidades e elevados valores de 
dominância possuem uma condição característica de espécies dominantes solitárias, com 
quantidades reduzidas, mas separadas com regularidade em grandes áreas. 
 A espécie com maior contribuição de área basal foi A. germinans com 10,46% (Tabela 1). 
Os elevados valores de área basal encontrados para A. germinans são consequências dos grandes 
diâmetros que a espécie possui. Esses valores de diâmetro podem retratar as mudanças estruturais 
em que se encontram os bosques de mangue (MATNI; MENEZES; MEHLIG, 2003). 
 No que se refere a dominância das três espécies encontradas, mais uma vez A. germinans 
apresentou maior contribuição com 92,24% da área total, na sequência estão R. mangle com 
dominância de 7,17% e L. racemosa com 0,59%. Também foram constatadas dominância de A. 
germinans nas fisionomias borda, bacia e costeira no mangue do Golfo de Urabá por Hoyos (2012). 
 Os maiores resultados alcançados com o IVI , foi de 111,81% para A. germinans, seguido 
por R. mangle (IVI= 87,41%) e L. racemosa (IVI = 1,78%) (Tabela 1). Hipoteticamente a 
população que possui maior relevância na área, em se tratando de IVI, seráaquela que obtêm 
melhor desempenho em aproveitar os recursos que são fornecidos por seu meio. Através de cada 
critério que constitui o IVI é possível saber se a espécie é dominante ou não (MULLER-
DOMBOIS; ELLENBERG, 1974; KENT, 2012). A espécie com maior frequência foi a R. mangle, 
entretanto, a dominante foi A. germinans. Por mais que uma espécie detenha maior quantidade de 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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indivíduos, isso não influenciará na dominância e no IVI se essa não investir em altura e diâmetro, 
uma vez que os cálculos para esses parâmetros fitossociológicos levam em consideração a área 
basal das árvores (Figura 1). Neves (2014) estudando os manguezais da região do Baixo São 
Francisco constatou que a espécie R. mangle destacou-se com o maior índice de valor de 
importância de 61,35%, enquanto L. racemosa apresentou 38,65%. Em ambos os estudos a espécie 
R. mangle apresentou os maiores índices de frequência e densidade, característica similares às 
encontrada neste estudo. 
 
Tabela 1. Critérios fitossociológicos observados nas florestas de mangue da Estação Ecológica Maracá-Jipióca, 
município de Amapá, estado do Amapá. Em que UI – unidades amostrais; Ni – número de indivíduos; FA– frequência 
absoluta; FR - frequência e relativa, DA/R – densidade absoluta e relativa, AB – área basal, DoA – dominância 
absoluta, DoR – dominância relativa, IVI – índice de valor de importância. 
Espécie UI Ni FA FR% DA DR% AB (m²) DoA (ha) DoR% IVI% 
Rhizophora mangle L. 9 462 1 45 71,49 79,79 0,81 12,58 7,17 87,41 
Avicennia germinans(L.) 8 111 0,89 40 17,18 19,17 10,46 161,95 92,24 111,81 
Laguncularia racemosa (L.) 3 6 0,33 15 0,93 1,04 0,06 1,04 0,59 1,78 
Total 9 579 2,22 100 90 100 11,34 176 100 201 
 
 O teste de K-W mostrou que houve diferença significativa entre as três populações 
estudadas, em relação a variável DAP [X² (2) = 107,144; P1
, Larissa C. M. Coutinho
1
, Mayra A. C. Leite
1
, Mirian A. Oliveira
1
, Natálya G. L. 
Santos
1
, Rafaela N. Marques
1
, Ridelley S. Sousa
1
, Thayná O. Corrêa
1
, Thays R. Peres
1
, Marlon O. Nascimento
2
, 
Sheylla S. M. S. Almeida
1
, Yasmin M. N. Cardoso
1
. 
1. Universidade Federal do Amapá; 2. Instituto Federal do Amapá. 
*andreza220798@gmail.com 
 
Introdução 
 
 A humanidade desde o início de sua existência sempre se utilizou das plantas para a 
alimentação, para fins terapêuticos e na agricultura, de maneira instintiva o ser humano sempre 
buscou maneiras de sobreviver e as espécies vegetais são responsáveis por uma parcela dessa 
sobrevivência humana. Só o Brasil abriga aproximadamente cem mil espécies de plantas, sendo que 
duas mil têm valor curativo para doenças (SÁ, 2008). 
 Levando em consideração as espécies de flores tropicais, que são muito relevantes para o 
setor de floricultura devido às características positivas que apresentam em termos de beleza e 
durabilidade. Muitas espécies ornamentais tropicais são nativas do Brasil, já que este país apresenta 
condições edafoclimáticas favoráveis como: clima, umidade, temperatura, tipo de solo, precipitação 
pluvial e radiação (LUZ, 2013). A floricultura tropical é uma atividade que está em ascensão no 
Brasil e no mundo por destacar-se como um agronegócio gerador de renda, fixador de mão de obra 
no campo, sendo adequado como cultura alternativa para pequenos produtores, movimentando 
anualmente, no mercado mundial, aproximadamente US$ 94 bilhões, mas com uma demanda que é 
aproximadamente o dobro da atual (SOUSA, 2009). 
 Dentro dessa circunstância, se sobressaem as espécies do gênero Heliconia, por 
apresentarem características atípicas. O notável potencial de comercialização deste gênero tanto no 
mercado interno quanto no externo é justamente devido às particularidades presentes na aparência 
exótica das inflorescências, a vasta variedade de cores e formatos, que resultam em uma produção 
de flores contínuas, em uma quantidade consideravelmente grande com um alto nível de 
durabilidade, mesmo depois de cortadas, de maneira que é possível deduzir uma visão promissora 
na utilização dessas espécies para paisagismo (SOUSA, 2009). 
 As helicôniasnão revelam toxicidade ou efeito inibidor aos fitófagos que são organismos 
que se alimentam de vegetais, ou seja, estas plantas ornamentais muito belas não apresentam riscos 
à saúde (SIMÃO; SCATENA, 2004). Podem estar atuando na recuperação de solos que já foram 
deteriorados, conseguem uma relação coevolutiva com certas espécies de animais, espécies estas 
que tem relação com o processo de polinização dessas plantas (LAMAS, 2004). 
 No Brasil, cerca de 40 espécies ocorrem de maneira natural e são conhecidas por vários 
nomes populares, conforme a região, como os seguintes nomes: bananeira-de-jardim, bananeirinha-
de-jardim, bico-de-guará, falsa-ave-do-paraíso, bico-de-papagaio, paquevira, entre outros. Como 
objeto de estudo a espécie escolhida foi a Heliconia psittacorum. (FARIAS et al., 2009). A 
visualização da espécie consta na Figura 1. 
 
 
Figura 1. Inflorescência da espécie H. psittacorum 
Fonte: Gardenia (2020) 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
38 
 
 A família Heliconiaceae se distribui na América do Sul e Central, ilhas Caribenhas, algumas 
ilhas do Pacífico Sul (ANDERSON, 1989; SHEELA, 2008). Estas espécies geralmente se 
desenvolvem melhor em regiões úmidas, entretanto, existem espécies que conseguem se adaptar a 
secas momentâneas (CRILEY; BROSCHAT, 1992). A família Heliconiaceae apresenta cerca de 
200 a 250 espécies, sendo que existem 40 espécies nativas no Brasil (SIMÃO, 2004). Embora 
existam controvérsias entre diferentes autores, são classificadas mais de 250 espécies de helicônias, 
além de serem conhecidos alguns híbridos naturais e formas distintas de uma mesma espécie 
(LAMAS, 2004). 
 As principais espécies cultivadas que são indicadas para o cultivo comercial são: Heliconia 
angustra, H. psittacorum, H. bihai, H. caribaea, H. stricta, H.rostrata, H. chartacea, H. golden 
torch, H. wagneriana, H. rauliniana, H. sexy pink e outras (CASTRO et al., 2007). São plantas que 
apresentam caule não lenhoso, que possuem rizomas subterrâneos, uma característica que facilita 
sua propagação. As inflorescências podem ser pendentes ou eretas, em um ou mais planos, com 
diferentes formatos e flores que destilam uma grande quantidade de néctar (LAMAS, 2004). 
 Essas espécies são herbáceas, eretas que atingem a altura de até 10m, dependendo da 
espécie, tem pseudocaule que é formado pela sobreposição do limbo foliar ou pelo pecíolo, em 
algumas espécies pode apresentar uma camada de cera branca. As folhas são formadas por um 
pecíolo e a lâmina foliar, geralmente verde, entretanto, existem espécies que podem ter coloração 
castanha ou vermelha. No que diz respeito a inflorescência, apresenta um desenvolvimento 
acelerado, é terminal, ereta, pendular, se compõe por uma raquis alongada, que será o local de 
inserção das brácteas espadiformes e que terão cores variadas (DANIELS; STILES, 1979; BERRY; 
KRESS, 1991; CASTRO, 1995). 
 Conforme Estrada et al. (2009), foram relatados em vários estudos a presença de atividade 
antiofídica nos extratos de Heliconiacurtispatha, levando em consideração esses dados foi 
realizado um estudo para verificar se a espécie Heliconia psittacorum, que demonstrou capacidade 
neutralizante parcial ou total da atividade letal, hemolítica indireta, proteolítica, coagulante, 
mionecrosante e edemizante do veneno de Bothrops asper. 
 
Metodologia 
 
Coleta e processamento do material vegetal 
 Escolheu-se as folhas da planta H. psittacorum para a análise fitoquímica que foram 
coletadas no bairro Novo Buritizal, localizado na cidade de Macapá, Estado do Amapá 
(0°00‘51.4‘‘N 51°04‘47.4‘‘W), nos meses de março a abril de 2015, entre 9h e 10h da manhã. O 
período da coleta foi durante o inverno no estado do Amapá e por consequência período de 
constantes chuvas fortes. A coleta das folhas foi executada com o auxílio de uma tesoura de 
jardinagem, as folhas foram limpas e secadas em papel absorvente, posteriormente envoltas em 
jornais para serem guardadas em sacolas plásticas até serem transportadas para o Laboratório de 
Farmacognosia e Fitoquímica da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) onde se deu 
continuidade ao processo. Também se produziu uma exsicata para identificação e confirmação da 
espécie da planta por um especialista-botânico. 
 
Preparo do extrato bruto 
 No laboratório foi executado o processo de secagem em estufa para a realização do 
procedimento de trituração. O material vegetal foi seco em estufa com um desumidificador à 
temperatura de 47 °C, até as folhas tornarem-se quebradiças. O processo teve duração aproximada 
de 24 horas consecutivas. Após a secagem, foi efetuada a trituração do material vegetal em 
triturador elétrico onde ao fim do processo foram obtidos 200g de material seco e moído da folha 
de H. psittacorum. A quantidade de 140g de material seco e moído foi submetida à percolação 
contínua com etanol a 90% em três etapas de extrações com a duração de dois dias cada extração e 
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ao final foi utilizado quatro litros de etanol a 90%, ao fim de cada etapa de extração seguiu-se a 
filtração. Após a filtração houve concentração em evaporador rotativo, para obtenção de 17,5g do 
extrato bruto etanólico. 
 
Análise fitoquímica 
 Após a produção do extrato bruto etanólico, foi realizada a análise fitoquímica desseproduto da H. psittacorum, para verificação da presença de metabólitos secundários. O extrato 
etanólico foi submetido a uma série de reações. Os testes foram executados para os seguintes 
metabólitos secundários: saponinas, ácidos graxos orgânicos, açúcares redutores, polissacarídeos, 
esteróides e triterpenos, alcalóides, glicosídeos cardíacos, depsídeos e depsionas, antraquinonas, 
purinas, flavonoides, catequinas, fenóis e taninos, heterosídeos antraquinonicos, núcleo esteroidal, 
cumarinas, proteínas e aminoácidos, tais testes foram realizados de acordo com a metodologia de 
Barbosa (2001). 
 
Resultados e discussão 
 
 Os resultados obtidos foram positivos para os seguintes metabólitos: ácidos graxos 
orgânicos, esteroides e triterpenos, alcalóides, depsídeos e depsidonas, fenóis, cumarinas e 
proteínas e aminoácidos. O resultado do total de testes preliminares realizados foi expresso na 
Tabela 1. 
 
Tabela 1. Análise fitoquímica do extrato etanólico de H. psittacorum 
Testes Resultados 
Saponinas - 
Ácidos graxos orgânicos + 
Açúcares redutores - 
Polissacarídeos - 
Esteróides e triterpenos + 
Alcalóides + 
Glicosídeos cardíacos - 
Depsídeos e depsidonas + 
Antraquinonas - 
Purinas - 
Flavonóides - 
Catequinas - 
Fenóis e taninos* + 
Heterosídeos antraquinônicos - 
Núcleo esteroidal - 
Cumarinas + 
Proteínas e aminoácidos + 
Legenda: (-) ausência, (+) presença, (*) positivo apenas para fenóis. 
 
 Ácidos graxos orgânicos são frequentemente usados como aditivos alimentares e 
conservantes para proteger os alimentos da deterioração iminente, incluindo principalmente os 
ácidos monocarboxílicos e seus derivados (CHERRINGTON et al., 1991). Inicialmente os ácidos 
graxos foram incorporados à indústria como uma adição para a ração animal com finalidade de ser 
um fungistático (PASTER, 1979; DIXON, 1981; HAMILTON, 1981). Entretanto, se especula a 
utilização dos ácidos graxos como antimicrobianos (RICKE, 2003). Os ácidos graxos seriam uma 
expansão de mercado que deseja produzir ácidos graxos orgânicos pela via microbiana, de maneira 
a criar uma produção mais sustentável (SAUER, 2008). 
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 Esteróides e triterpenos são substâncias formadas devido ao processo de condensação de 
unidades isoprênicas originadas da via metabólica acetato-mevalonato. São frequentes em óleos 
essenciais onde é possível encontrar o timol com ação antisséptica e o eugenol com ação analgésica 
e anestésica. Os terpenos são formados por uma família grande e diversa estruturalmente de 
produtos naturais, derivada de unidades isoprênicas. Dependendo da quantidade de unidades 
isoprênicas, os compostos terpênicos podem ser classificados como monoterpenos (C10), 
sesquiterpenos (C15), diterpenos (C20), sesterterpenos (C25), triterpenos (C30) e tetraterpenos 
(C40). Os esteróides são triterpenóides modificados (DEWICK, 2002). Os esteróides vegetais são 
formados por 28 ou 29 carbonos, o que os diferencia do colesterol que apresenta 27 carbonos, 
justamente pela presença de uma ramificação metila ou etila a mais na cadeia carbônica. Desde os 
anos 50 os esteróides vegetais são estudados no quesito redução da colesterolemia, e na atualmente 
já se reconhece as propriedades hipocolesterolêmicas destes metabólitos vegetais (ARAÚJO, 
2004). 
 Segundo Ríos (2010), os triterpenos serem analisados para busca de anti-inflamatório e 
características antivirais, essas não são suas únicas aplicações, também é possível empregá-los para 
pesquisas futuras de medicamentos imunossupressores, é importante buscar novas trajetórias de 
estudos sobre seus efeitos e como esses efeitos afetam as respostas imunológicas. 
Conforme Gurib-Fakim (2006), os alcalóides são um complexo orgânico que contém nitrogênio em 
sua estrutura. São uma família consideravelmente grande com aproximadamente 15.000 
metabólitos que se caracterizam por apresentarem ao menos um átomo de nitrogênio na molécula, 
por serem solúveis em água e demonstrarem atividade biológica. Nos seres humanos são capazes 
de gerar respostas psicológicas e fisiológicas, sua interação se destaca por ocorrer com 
neurotransmissores, em doses altas são extremamente tóxicos, contudo, em dose baixas apresentam 
utilidade terapêutica como tranquilizantes, analgésicos, antitussígenos, relaxantes musculares. 
Além disso, alguns alcalóides podem ajudar a diminuir os níveis de glicose no sangue como é o 
caso dos alcalóides presentes na espécie Lupinus mutabilis (BALDEÓN, 2012). 
 Depsídeos são um exemplo de policetídeos que são metabólitos secundários gerados por 
diferentes tipos de organismos como plantas, animais, fungos e bactérias (GUGENISHVILI, 2009). 
Os depsídeos são metabólitos produzidos por líquens e microrganismos endofíticos, que tem como 
característica química a presença de dois ou mais anéis aromáticos que são ligados por uma 
unidade carboxílica. Estudos demonstraram que os depsídeos e depsidonas apresentam atividades 
contra bactérias gram-positivas, micobactérias, nematóides e insetos, além de apresentarem 
propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas, analgésicas, antivirais e antipiréticas (ZHAO et 
al., 1997). Os depsídeos são formados na ocorrência da esterificação da carboxila da posição 1 da 
primeira unidade com a hidroxila da posição 4‘ ou da posição 3‘ da segunda unidade (HONDA; 
VILEGAS, 1999; KUMAR; MÜLLER, 1999). 
 Segundo Pantelidis et al. (2007) os fenóis são antioxidantes que servem como complemento 
de vitaminas de ação antioxidante e também de enzimas que atuam na defesa contra o estresse 
oxidativo que acontece em decorrência do excesso de espécies reativas de oxigênio. Podem se 
dividir nos seguintes grupos: ácidos hidroxicinâmicos, flavonas, flavonoides, flavanonas, flavonóis, 
isoflavonas ácidos hidroxibenzoicos proantocianidinas, estilbenoslignano e antocianinas. 
Compostos fenólicos tem se destacado bastante devido as suas utilidades para saúde humana, um 
exemplo seria o licopeno que atua na prevenção de doenças degenerativas, neurodegenerativas, 
doenças cardiovasculares e cancros (TSAO, 2010). Também foram relatadas pesquisas sobre o fato 
de que alguns derivados de fenol, como o p-iodofenol que aumenta significativamente a emissão de 
luz numa maior extensão que os derivados de 6-hidroxibenzotiazol e a cinética da reação é tão 
eficiente que a luz emitida é bastante intensa e brilhante, além de ser prolongada, logo foi possível 
afirmar que essas características foram capazes de superar certas limitações que ocorrem na maioria 
dos ensaios luminescentes com finalidade de marcadores em imunoensaios onde a luz emitida 
geralmente é de curta duração e com baixa intensidade (THORPE et al., 1985). 
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 O isolamento da primeira cumarina foi realizado por Hermann Wilhelm Vogel, retirada da 
espécie Coumarouna odorata no ano de 1820 (MURRAY, 1978). Já foram identificadas 
aproximadamente 1300 cumarinas provenientes de origem natural, são descritas em torno de 150 
espécies distribuídas em 30 famílias distintas como as famílias: Asteraceae, Oleaceae, 
Thymeleaceae,Apiaceae e são muito abundantes nas famílias Umbelliferae e Rutaceae (RADÜNZ 
et al., 2012). Podem ser encontradas em todas as partes das plantas, entretanto tem um nível mais 
elevado em frutas, raízes, caules e folhas. Também aparecem bastante em óleos essenciais como o 
óleo de canela, óleo de lavanda e como exemplo de frutas com alta concentração de cumarinas tem-
se o mirtilo e a amora (ASIF, 2015). Esses metabólitos secundários fazem parte do grupodas 
benzopironas, que são formadas por um núcleo básico que resulta de uma fusão dos anéis benzeno 
e 1.2-pirona, sendo que a cumarina mais conhecida é a 1,2-benzopirona (LACY; O´KENNEDY, 
2004). A via da biossíntese é pelo ácido chiquímico que é o responsável por formar três 
aminoácidos aromáticos o triptofano, a tirosina e a fenilalanina que são estes os precursores dos 
metabólitos secundários das plantas como os flavonoides, alcaloides e as cumarinas 
(CZELUSNIAK et al., 2012). É relevante ressaltar as cumarinas importantes isoladas, como a 
novobiocina que é um antibiótico que pode inibir a DNA girase, este antibiótico foi isolado de 
Streptomyces, que são actinobactérias que ocorrem geralmente no solo e as aflatoxinas oriundas dos 
fungos da espécie Aspergillus, em que sua ingestão causa problemas de saúde tanto para animais 
quanto para os seres humanos (TORTORA et al., 2011). 
 Cumarinas possuem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, anticancerígenas, 
anticoagulantes e antivirais. E devido a sua diversidade estrutural, já que as substituições podem 
acontecer em qualquer um dos seis locais da sua base molecular, essas características justifica as 
várias propriedades biológicas desses compostos que ajudam na saúde humana e reduzem o risco 
de doenças, é presumível efeitos antiproliferativos e antioxidantes e indo além certos derivados de 
cumarinas novas demonstraram atividade citotóxica e antioxidante substancial in vitro e in vivo. 
Também se relatou a inibição de células inflamatórias através das cumarinas (KOSTOVA, 2011). 
 Explanando sobre os aminoácidos é possível os definir como compostos que manifestam na 
sua molécula um grupo amino (–NH2) e um grupo carboxila (–COOH) e ligado a isso é possível 
conceituar proteínas como polímeros formados por aminoácidos, estas são sintetizadas a partir de 
20 aminoácidos distintos (MARZZOCO; TORRES, 2007). Além das funções mais conhecidas 
pelas proteínas, é interessante destacar que uma glicoproteína proveniente da próstata, denominada 
de p30, que é exclusivamente masculina, podendo estar presente no sêmen, foi utilizada para 
detecção de sêmen em fluidos corporais para investigações forense, podendo ser aplicada a casos de 
estupro, já que a mesma forneceu certos resultados positivos para evidência de sêmen (GRAVES; 
SENSABAUGH; BLAKE, 1985). 
 
Considerações finais 
 
 A Heliconia psittacorum ou bico-de-papagaio proporciona um desenvolvimento financeiro 
para floricultura em decorrência de sua beleza exótica tornando-se muito útil para paisagismo, além 
das características externas que chamam atenção, também tem uma capacidade adaptativa muito 
impressionante. A espécie ainda não apresenta risco de intoxicação aos animais ou seres humanos, 
muito pelo contrário, o estudo realizado detectou a presença de metabólitos secundários que podem 
ter um valor significativo com relação a propriedades biológicas que ajudem a promover a saúde 
dos seres humanos e possam ter utilidades terapêuticas, como é caso das cumarinas as quais a 
literatura descreve suas propriedades biológicas como antioxidante, anti-inflamatória e 
anticoagulante. 
 Enquanto, os ácidos graxos podem ser aplicados como antimicrobianos, os terpenos podem 
ter uma utilidade promissora com relação a medicamentos imunossupressores, os alcaloides já são 
conhecidos pelas suas propriedades terapêuticas principalmente como relaxantes musculares, 
tranquilizantes, os depsídeos e depsidonas apresentam propriedades antipiréticas, antivirais, fenóis 
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podem ser utilizados como marcadores potenciais a emissão de luz em imunoensaios e também na 
prevenção de doenças degenerativas e cardiovasculares. E até mesmo certas proteínas podem ser 
aplicadas a investigações forenses como a glicoproteína p30 que pode servir como um marcador 
para a evidência de sêmen. Diante das informações apresentadas, é necessário afirmar que o estudo 
fitoquímico demonstra que a utilidade da H. psittacorum vai muito além dos seus usos ornamentais, 
mas que a espécie tem um potencial biológico considerável. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecimento pela concessão de Bolsa pelo o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento 
Tecnológico e Inovação (PIBITI/CNPq)para com o Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica, coordenado pela Dra. 
Sheylla Susan Moreira. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(CAPES). 
 
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ENTRE EXPERIMENTO DIDÁTICO E REGISTROS FOTOGRÁFICOS: UMA 
METODOLOGIA IMPORTANTE PARA O ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL 
 
Antonio J. C. Ferreira*, Aparecida B. de Paiva 
Faculdade de Educação de Crateús (FAEC), Universidade Estadual do Ceará (UECE). 
*antonio.jeovani@aluno.uece.br 
 
Introdução 
 
O conhecimento de biologia vegetal apresenta em sua maioria um conteúdo concreto. 
Todavia, a principal abordagem do mesmo é por meio de exposição teórica e o livro didático, o que 
torna por essa prática o conteúdo concreto em abstrato. Na concepção de Santos, Silva e Lima 
(2018), para a concretização do processo de ensino e aprendizagem é necessário a utilização de 
diversas meios envolvidos em um conjunto de fatores desde a estrutura escolar até as metodologias 
aplicadas pelos professores. 
Essas afirmações revelam a necessidade em abordar o estudo das plantas por via de 
diferentes formas. Catelan e Rinaldi (2018) consideram as atividades experimentais como 
estratégias didáticas extraordinárias que favorecem a aprendizagem de conteúdos abordados em 
sala de aula. Os autores ainda ressaltam, que as atividades experimentais possibilitam ao discente a 
pensar, a agir, a interferir e a questionar, com isso proporciona uma mudança de atitude do aluno ao 
deixar ser apenas observador, e na metodologia do docente. 
Nesta conjuntura, a presente pesquisa partiu da hipótese de que os registros fotográficos 
oferecem subsídios para a complementação da explicação do conteúdo de biologia vegetal. Desta 
forma, buscou-se como objetivo analisar o potencial pedagógico de registros fotográficos como 
metodologia de ensino em fisiologia vegetal por meio de um experimento didático. 
 
Metodologia 
 
Apresenta-se como uma investigação de natureza básica, por meio de análise descritiva e 
com aplicação de abordagem qualitativa. Utilizou-se um procedimento experimental, o método 
aplicado foi o dedutivo e a técnica de coleta de dados aconteceu por registros escritos em diário de 
campo e registros fotográficos foram feitos um vez por semana com auxílio de aparelho celular. 
No experimento foi observado o crescimento de plantas de milho (Zea mays L.) expostas a 
diferentes variáveis de quatro condições ambientais. Aconteceu durante dez semanas a partir do dia 
10 de janeiro de 2020 até 12 de março do mesmo ano. Em especial durante a realização da 
disciplina de fisiologia vegetal do curso de ciências biológicas da Faculdade de Educação de 
Crateús (FAEC), campus da Universidade Estadual do Ceará (UECE). O sujeito da pesquisa foi um 
aluno matriculado na disciplina citada, na qual aplicou e fez os registros dos experimento didático. 
Os materiais utilizados foram nove recipientes de garrafa (17 cm de altura) PET de 2 L, 27 
unidades de sementes de milho, terra escura, areia, matéria orgânica, papel alumínio e fita adesiva. 
Os nove recipientes foram distribuídos para duas/três variáveis das condições ambientais 
Temperatura, Água, Matéria orgânica e Luz solar. Todas as variáveis receberam o seu devido 
código que foi escrito em fita adesiva e colado em seu respectivo recipiente. Na tabela 1 é possivel 
observar os dados mencionados a cima. 
 
Tabela 1. Condições ambientais e os códigos correspondentes às variáveis. 
Condições de exposição Variáveis Cód. 
Temperatura 
 
excesso de calor T1 
temperatura ambiente T2 
Requerimento hídrico 
quantidade normal A1 
excesso de água A2 
nenhuma/ baixa disponibilidade A3 
Matéria orgânica alta disponibilidade M1 
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 pouca disponibilidade M2 
Luz solar 
 
exposição S1 
não exposição S2 
 
 As vasilhas das condições temperatura, água e luz solar foram depositadas o mesmo 
material que foi terra escura. Na condição de Temperatura, o recipiente T1 foi envolvido com papelalumínio para proporcionar calor em excesso. Já na condição matéria orgânica, em M1 foi colocado 
terra escura com folhas secas e em M2 foi depositado a mistura com a metade de terra escura e o 
restante areia. 
 Em todos os recipientes foram plantados três sementes de milho e depois do plantio ficaram 
expostos em um espaço em que parte do dia recebiam radiação solar e na outra era sombra. Com a 
excessão de S2 que ficou em um ambiente escuro de laboratório. 
 Durante os dias da semana as plantas foram regadas um vez por dia, somente não foram 
regadas nos finais de semana e feriados. Importante ressaltar, que a proposta do experimento foi 
observar desde a germinação até o crescimento das plantas de milho na décima semana. Além 
disso, como porposta do experimento também foi analisado a altura, as características das folhas, o 
tamanho das raízes, o número de gemas e folhas. 
 Ainda no que diz a respeito aos registros fotográficos como técnica de coleta de dados no 
contexto de pesquisa, Rios, Costa e Mendes (2016) tratam a fotografia como uma fatia espacial da 
realidade parada no tempo em forma de imagem. Os autores ressaltam que a fotografia como a 
função de imagem tem a importânte função de ser pensada como fonte de estudo, objeto de 
pesquisa e também de conhecimento. 
 
 
Figura 1. Categorias – recipientes referentes: em A, temperatura; em B, água; em C, matéria orgânica; em D, luz 
solar. Sementes de milho: em E, antes de serem plantadas; em F, após serem plantadas. Em G, recipiente não exposto a 
luz solar (S2) colocado em um espaço escuro de laboratório. E em H, local do campus onde as vasilhas ficaram 
expostas ao ambiente externo. 
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Resultados e discussão 
 
Na primeira semana após o plantio, as sementes de milho expostas a alta temperatura em T1 
envoltos com papel alumínio foram as primeiras a nascerem e a altura foi a maior em comparação 
com as plantas de temperatura ambiente em T2 (Categorias A e B na Figura 2). Neste sentido, a 
temperatura mais elevada contribuiu para acelerar a germinação das plantas de milho. 
Com relação ao requerimento hídrico, as plantas do recipiente que recebeu pouca/ nenhuma 
em A3 foram as que nasceram mais rápida e com o maior tamanho, depois o que foi regado com a 
quantidade normal em A1 demonstrou ser a segunda melhor germinação e crescimento. Sendo mais 
eficiente em comparação com as plantas que receberam água em excesso em A2 (Categorias C, D e 
E na Figura 2). Dessa forma, pelo menos no período de germinação do milho a pouca quantidade é 
necessária, após isso, os indivíduos vegetais requerem um aumento gradativo deste recurso para o 
seu desenvolvimento após a fase plântulas. 
Na condição nutricional as plantas da vasilha com escassez de matéria orgânica M2 
nasceram mais rápido ao comparar com a germinação das plantas do recipiente com a presença de 
folhas em decomposição M1 (Categorias K e M na Figura 2). Com isso, pode se deduzir que o solo 
um pouco arenoso e com ausência de matéria orgânica contribui para a germinação e o crescimento 
inicial das plântulas de milho. Entretanto, este recurso é essencial para as fases seguintes do 
desenvolvimento das plantas de milho. 
E na condição de luz solar o recipiente exposto em ambiente aberto S1 apresentou uma boa 
germinação e crescimento normal (Categoria O na Figura 2). Ao contrário das sementes que foram 
plantadas no recipiente colocado em local fechado S2 que germinaram, apresentaram cor 
amarelada, tiveram um rápido crescimento em altura, largura bastante fina e morram na terceira 
semana do experimento (Categoria Q na Figura 2). Percebe-se, a partir da situação a cima, que a luz 
solar é um recurso essencial para o desenvolvimento da planta utilizada nesta atividade. 
Diante do exposto, ficou visível na primeira semana do experimento a germinação das 
plantas e as variações das quatro condições ambientais apresentaram características diferentes. 
Ainda foi possível ver esses aspectos diferentes até a quinta semana. No final, as plantas revelaram 
características muito semelhantes em comparação com altura e características folhas (Categorias B, 
D, F, H, J, L, N e R na Figura 2). Vale ressaltar, que outros atributos também estavam quase iguais 
como o tamanho das raízes, o número gemas e as características das folhas. 
Nesse contexto, mesmo com as diferentes variáveis e condições ambientais, caso a coleta de 
dados fossem realizada apenas no final experimento, os resultados seriam aproximadamente os 
mesmos tanto com registros escrito e fotográficos. Assim, essa riqueza de detalhes foi alcançada e 
observada devido os registros por fotografias feitos do início ao fim da atividade experimental. 
Nesse contexto, mesmo com as diferentes variáveis e condições ambientais, caso a coleta de dados 
fossem realizada apenas no final do experimento, os resultados seriam aproximadamente os 
mesmos tanto com registros escrito e fotográficos. Assim, essa riqueza de detalhes foi alcançada e 
observada devido os registros por fotografias feitos do início ao fim da atividade experimental. 
 
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Figura 2. As imagens superiores são do período de germinação das plantas de milho e as inferiores são da finalização 
do experimento. Variáveis ambientais e categorias: Temperatura – em A e B, excesso de calor; em C e D, calor 
ambiente. Disponibilidade hídrica – em E e F, quantidade normal; em G e H, excesso de água; em I e J, baixa ou 
nenhuma disponibilidade. Matéria orgânica – em K e L, presença; em M e N, ausência. Luz solar – em O e P, exposto 
em Q e R, não exposto. 
 
Freisleben e Kaercher (2016) discorrem a fotografia como uma representação daquilo que se 
pode registrar, vizualizar e compreender sobre o mundo. Nesse sentido, a visão dos autores vão de 
encontro com a possibilidade de buscar e utilizar a fotografia com os aspectos abordados no ensino. 
Nas palavras de Faria e Cunha (2016), reafirmam que com o uso do registro fotográfico é um 
imporânte recurso principalmente para o aluno, pois favorece o mesmo fazer a imagem do 
acontecimento do fenômeno, estimula a observação e ainda pode contribuir para a oralidade em 
sala de aula pelo momento de expor o registro. 
De acordo com Monteiro, Paula, e Fernandes-Junior (2019), com o intuíto de fazer com que 
a aprendizagem seja significativa é necessário integrar a teoria e a prática, e uma ferramenta que 
pode víncular de forma íntima as duas abordagens é o uso da fotografia, tanto pelo gesto de 
fotografar como também a ação de lê a fotografia. Nesse sentido, a visão dos autores vão de 
encontro com as ações realizadas neste estudo. Pois, a partir do momento que foram feitos os 
registros por meio de fotos, também houve a participação na abordagem prática e ao mesmo tempo 
o aprofundamento teórico do conteúdo. 
Por outro lado, Augusto, Oliveira e Fernandes-Júnior (2014) argumentam que a fotografia 
não substitui textos e outras fontes de informações, mas ela agregada a estes é mais uma 
possibilidade do uso de diferentes estratéias didáticas com o foco de proporcionar aulas mais 
interativas. Além disso, os autores ainda ressaltam que o manuseio da fotografia em sala de aula 
não deve ser colocada como uma simples ilustração, como ocorre diariamente com as imagens 
presentes nos livros didáticos. 
Estas afirmações mostram, que o uso de fotografias não se apresenta como apenas um 
pequeno detalhe complementar ou uma substituição da atividade prática e a explanação teórica. 
Mas, como um recurso capaz de fundamentar esolidificar o vínculo entre os conecimentos 
concreto e abstrato. 
 
Considerações finais 
 
Ficou claramente perceptível que os registros fotográficos são de grande importância para a 
complementação de atividades experimentais que abordam o conteúdo de fisiologia vegetal. Pois, 
as fotografias possibilitam fornecer inúmeras informações durante o experimento e posteriormente 
quando já estiver sido finalizado. Além disso, podem contribuir para a assimilação do conteúdo 
concreto entre a abordagem teórica e as atividades didáticas no processo de ensino e aprendizagem 
desta temática. 
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Embora a atividade experimental realizada neste estudo aborde o conteúdo concreto, ainda 
assim os registros escritos em diário de campo contemplam a exposição teórica realizada pelo 
professor. E por meio das fotografias os docentes tem mãos dados concretos representativos do 
conteúdo de biologia vegetal. Portanto, a contribuição desta pesquisa é revelar que a soma de 
registros fotográficos em atividades experimentais no ensino de biologia vegetal é uma 
metodologia promissora para alcançar resultados mais satisfatórios a partir da vivência do processo 
de ensino e aprendizagem entre o docente e os discentes. 
 
Referências 
 
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Acesso em: 06 out. 2020. 
 
 
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AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Enterolobium contortisiliquum (Vell.) 
Morong SUBMETIDAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS E PROFUNDIDADES 
 
Brenda R. de S. Barbosa*, Alison P. Magalhães, Fabrício dos S. Lobato, Alexandre P. Mira, Gabriela G. Costa 
Universidade do Estado do Amapá – UEAP. 
*brenda-rebecaap@hotmail.com 
 
Introdução 
 
 A espécie E. contortisiliquum, conhecida popularmente como tamboril, timbaúva, orelha-
de-macaco dentre outros nomes, pertencente à família Fabaceae, é uma espécie nativa do Brasil, 
decídua no inverno. É uma árvore com ampla distribuição no Brasil (LORENZI, 2000; 
TOKARNIA et al., 2012). Espécie arbórea de rápido crescimento e seu grande porte torna-se 
adequada para recuperar áreas degradadas, chegando até cinco metros de altura em dois anos 
(ARAUJO; SOBRINHO, 2011; SOUZA et al., 2017). 
 Apesar do seu crescimento acelerado está espécie possui baixa germinação devido a sua 
dormência; as sementes apresentam uma cobertura de macrosclereídeos e substancias hidrofóbicas 
que às tornam impermeáveis. A germinação só ocorre após o rompimento do tegumento, quando 
inicia-se a absorção de água pela semente (BASKIN, BASKIN e XIAOJIE, 2000). O método de 
escarificação mecânica é uma técnica pratica para quebrar a dormência e de baixo custo (HU, 
BASKIN, BASKIN, YANG, e HUANG, 2017). 
 Outro fator que influencia o comportamento, de maneira constante à germinação é o 
substrato, de forma que o desempenho varia em um substrato a outro pela mistura deles. Tal prática 
determina o melhor método de cultivo, no menor período de tempo. A utilização de substratos que 
propiciem uma boa germinação, crescimento e emergência possui grande importância, pois através 
de tais características permite a obtenção de plântulas com alto vigor em um curto período de 
tempo, favorecendo o desenvolvimento de mudas em diversos ambientes (SILVA et al, 2015). 
 Quanto a profundidade de semeadura, tem como objetivo determinar-a profundidade 
adequada e o melhor desempenho no crescimento de determinada espécie, afim de obter uma 
melhor produção de mudas. Ela exerce total influencia no processo inicial de cultura, pois interfere 
na emergência das plântulas, podendo afetar todo o plantio (VIEIRA et al., 2018). 
 A agroindústria gera toneladas de resíduos orgânicos que podem ocasionar problemas 
ambientais com o acúmulo e o descarte inapropriado. No entanto, depois do processamento de 
alguns produtos, as sobras apresentam o potencial para serem aproveitadas (NASCIMENTO- 
FILHO e FRANCO, 2015). Nesta vertente, resíduos orgânicos são fontes de matérias-primas a 
serem reutilizados como substrato ou adubos orgânicos, influenciando positivamente na produção 
de alimentos (JERÔNIMO e SILVA, 2012). O caroço de açaí como substrato é uma alternativa 
interessante para a utilização do resíduo da agroindústria (MARANHO e PAIVA, 2012). 
 Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a germinação de sementes de 
Enterolobium contortisiliquum e no desenvolvimento inicial de mudas, submetidas em diferentes 
profundidades e substratos com diferentes proporções de fibra de açaí, afim de avaliar o tratamento 
mais adequado para a emergência das plântulas. 
 
Metodologia 
 
 O experimento foi conduzido no laboratório de sementes florestais no Campus I da 
Universidade do Estado do Amapá. Para um melhor controle ambiental o experimento foi montado 
em casa de vegetação durante 20 dias, em temperatura ambiente (32 ºC), localizado 0° 02' 18.84" N 
51° 03' 59.10" O, O clima é tropical, e classificado de acordo com Köppen e Geiger como AM, 
clima tropical úmido e subúmido. 
 Foram coletados 100 frutos de E. contortisiliquum de dez matrizes espalhadas na 
arborização de Macapá-AP. Após a coleta, foi retirado as sementes das vagens, contabilizando 
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511.224 sementes de E. contortisiliquum, através de uma seleção visual foram escolhidas 780 
sementes; posteriormente lavadas em água corrente, divididas em sementes escarificadas e não 
escarificadas (controle); para as sementes escarificadas, foi utilizada lixa de granulação 120/180, 
para o processo de escarificação mecânica, para quebra de dormência; e em seguida as sementes 
foram colocadas para germinar com o hilo voltado para cima em bandejas de isopor. 
 Foram utilizados como substratos: terra preta (TP), terra de várzea (TV), areia (AR) e fibra 
de açaí (FA); nas proporções: 1:0, 1:1; 1:3 e 3:1 nas seguintes profundidades: 0 cm, 2 cm e 4 cm. 
Avaliando a fibra de açaí triturado em diferentes proporções nos substratos terra preta, terra de 
várzea e areia. 
 Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, no esquema fatorial 13x10, contendo 
13 tratamentos e 10 repetições, em cada tratamento foi usado 10 sementes, após os 20 dias de 
semeadura. Os valores foram comparados estatisticamente através do teste Tukey, com 5% de 
probabilidade, por meio do programa R Studio. 
 Durante a germinação, foi calculado o índice de velocidade de germinação (IVG) que foi 
avaliada de três em três dias e foi obtido, por meio da fórmula: 
 
 IVG = (N1 G1 +N2 G2 +...+Nn Gn)/ (G1 +G2 +...+Gn ) 
 
 Onde: G1, G2,...Gn é o número de sementes germinadas no dia da observação; N1 , N2,..., 
Nn é o número de dias de observação, segundo Edmond e Drapalla (1958). 
 
Resultados e discussão 
 
 No tratamento controle, em que as sementes não foram escarificadas, não foram observados 
índices germinativos em nenhum dos tratamentos de profundida de semeadura. E aos substratos e 
suas proporções, sendo uma estratégia adotada pelas sementes para resistir as condições adversas 
fornecidas pelo ambiente, mecanismo natural das sementes com dormência, que prejudica a 
obtenção de água e oxigênio, atrasando a germinação (CARVALHO e NAKAGAWA, 2012). 
 Nas sementes escarificadas o tratamento (0 cm) também não apresentou desenvolvimento. 
De acordo com Gomes (2016), o desenvolvimento germinativo é totalmente influenciado pela 
profundidade onde é inserida a semente no solo. Este ainda aponta que as sementes em solos 
argilosos devem estar entre 3 a 5 cm de profundidade, enquanto que em solos mais arenosos devem 
ser semeados entre 5 a 7 cm de profundidade. Solos arenosos teriam melhores benefícios para as 
sementes a essa profundidade por serem mais úmidos (Cruz, 2010). O que explica o resultado 
negativo à (0 cm). Para (4 cm) só foi observado germinação para o substrato terra preta + fibra de 
açaí nas proporções 1:0, 1:1 e 3:1, e apenas (2 ,56%) do total de sementes germinaram, os dados 
para germinação à (4 cm) não ocorreram em outros substratos e por isso não foi realizado o teste de 
variância, apenas a contagem e frequência por proporção. 
 O tratamento de 2 cm teve a maior taxa de germinação, com 10% do total, sendo os mais 
expressivos em terra preta + fibra de açaí 3:1, areia + fibra de açaí 3:1 com 5 plântulas cada. 
Seguido por areia 1:0, areia + fibra de açaí 1:3 com 4 plântulas cada, terra preta 1:0, areia+ fibra de 
açaí 1:1, terra de várzea 1:0, terra de várzea+ fibra de açaí 1:1, terra de várzea+ fibra de açaí 1:3 
com 3 plântulas cada, terra preta+ fibra de açaí 1:1, terra preta + fibra de açaí 1:3 com 2 plântulas 
cada e apenas uma semente germinada nos tratamentos fibra de açaí 1:0 e terra de várzea + fibra de 
açaí 3:1 (Figura 1). O estudo de SILVA et al. (2009) apresenta resultado não satisfatório no uso do 
caroço de açaí triturado como substrato, onde o tratamento contendo o açaí triturado resultou em 
menores germinações e desenvolvimento de mudas de rúcula em relação aos outros tratamentos 
para esse cultivar. E diferente do resultado obtido por Maranho e Paiva (2011), onde o substrato de 
fibra de açaí 100% influência positivamente na germinação de plântulas de (Supiarana) Alchornea 
discolor. 
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Figura 1. Número de germinação por substrato em suas respectivas proporções de sementes de Enterolobium 
contortisiliquum. 
 
 As mudas de 2 cm de profundidade produzida em terra preta e fibra de açaí, ambas nas 
proporções 1:1 apresentaram maior média de comprimento total, observando diferenças 
significativas entre a mesma proporção para outros substratos, seguido pela proporção 1:0 onde 
terra preta e açaí não se diferem, somente as médias de areia e terra de várzea diferem 
significativamente, posteriormente as proporções 3:1 e 1:3 não diferem entre si em substratos 
diferentes, sendo a menor média entre as duas proporções o tratamento terra de várzea + fibra de 
açaí 3:1, dentre todas a menor média de comprimento total foi no substrato areia 1:0. Em relação a 
espessura do colo as médias não diferem entre os tratamentos e proporções, onde a maior média 
encontra-se na proporção 3:1 no tratamento terra de várzea + fibra de açaí, média de 
desenvolvimento analisados 22 dias após o início da semeadura. Médias inferiores encontradas no 
estudo de (SANTANA et al., 2019), onde foram plantadas em diferentes tratamentos para sementes 
de E. contortisiliquum, análises foram realizadas 60 dias após o processo de semeadura, o que 
explica os valores médios superiores para altura e espessura do colo presente neste trabalho. 
 Em relação a parte aérea o tratamento fibra de açaí 1:0 contendo apenas uma semente 
germinada difere quando comparado a outros tratamentos na mesma proporção 1:0, a menor média 
de desenvolvimento da parte aérea foi o tratamento areia + fibra de açaí, na proporção 1:1, quanto a 
raiz o tratamento terra preta + fibra de açaí apresentou elevado desenvolvimento em comparação 
aos demais, sendo a maior média dentre todos os tratamentos e proporções, incluindo no terra preta 
1:0. O número de folhas apresenta similaridade pelos substratos, sendo o substrato açaí 1:0 com 
maior desenvolvimento foliar (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Parâmetros médios das mudas de E. contortisiliquum após 22 dias de semeadura na profundidade de 2cm. 
Tratamentos Média 
100% (2cm) Raiz(cm) Parte 
Aérea(cm) 
Total(cm) E.Colo(mm) Nº de Folhas 
AR 2,95b 6,97c 9,92c 0,22a 3a 
TV 4,20ab 13,46b 17,6b 0,21a 4a 
TP 5,40a 16,10ab 21,5a 0,17a 4a 
FA 4,30ab 20,20a 24,5a 0,22a 5a 
75%; 25% (2cm) 
AR; FA 4,72a 16,62a 21,34a 0,26a 4a 
TV; FB 4,70a 13,20a 17,90a 0,30a 4a 
TP; FB 5,22a 16,0a 21,22a 0,22a 4,4a 
50%; 50% (2cm) 
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AR; FB 3,6b 9,7a 13,4b 0,22a 4a 
TV; FB 3,5b 17,6a 21,2ab 0,23a 4,6a 
TP; FB 7,1a 18,3a 25,4a 0,23a 4a 
25%; 75% (2cm) 
AR; FB 4,6a 18,02a 22,7a 0,24a 4,5a 
TV; FB 3,5a 12,1a 15,6a 0,26a 4a 
TP; FB 4,8a 14a 18,8a 0,24a 4a 
*Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey a 5% de significância 
 
Para a análise dos dados de velocidade de germinação (IVG) foram realizadas as avaliações 
no 22º dia, onde ao final do experimento as maiores médias foram encontradas para 2cm nos 
substratos terra preta 1:0 com média de (5,60) e areia + fibra de açaí 3:1 com média de (5,15) e a 
menor média no substrato terra de várzea + fibra de açaí 3:1 com médias de (0,78), ao final do teste 
valores médias não diferiram entre si. Houve efeito negativo na profundidade 4cm, apenas três 
tratamentos apresentaram germinações, sendo terra + preta açaí 3:1 média de (2,65), e nas 
proporções terra 1:0 e fibra de açaí 1:0, com maior médias de (3,55 e 2,65) respectivamente. 
 
Conclusões 
 
 Pode-se concluir através dos dadosapresentados que os tratamentos de maiores taxas de 
germinação de sementes de Enterolobium contortisiliquum foram os substratos terra preta + fibra 
de açaí (3:1) e areia + fibra de açaí (3:1), ambos com 50% de taxa germinação e a 2cm de 
profundidade de semeadura, portanto os dois tratamentos são os mais indicados. A fibra de açaí 
apresenta pontencial como componente de substrato. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos a Universidade do Estado do Amapá – UEAP e o Laboratório de sementes pela disponibilização da 
infraestrutura e equipamentos para realização da pesquisa. 
 
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plântulas de Chichá-do-cerrado. Agropecuaria tecnica, v. 36, p. 2 2015. 
 
SILVA, L.J.B.; CAVALCANTE, A.S.S.; ARAÚJO NETO, S.E. Produção de mudas de rúcula em bandejas com 
substratos a base de resíduos orgânicos. Ciência Agrotecnologia, v.33, n.5, p.1301-1306, 2009. 
 
SOUZA, J.P, MELO, M. N. J, HALFED, A. D, E REIS, J. N. Efeitos de sombreamento sobre longevidade foliar e 
funcional traços nas espécies generalizadas Enterolobium (Vell.) Morong. Acta Scientiarum. Ciências Biológicas, 
39 (1), 113-122. 2017. 
 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
55 
 
QUAL A QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA PARA A GERMINAÇÃO DAS 
SEMENTES DA CAATINGA? 
 
Bruno de S. Santos
1
*, Ayslan T. Lima
1,2
, Marcos V. Meiado
1,2
 
1. Laboratório de Fisiologia de Sementes, Departamento de Biociências, Universidade Federal de Sergipe, Itabaiana, 
Sergipe, Brasil; 2. Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Sergipe, São 
Cristóvão, Sergipe, Brasil. 
*bios17@outlook.com 
 
Introdução 
 
 A germinação é um conjunto de processos fisiológicos, bioquímicos e morfológicos que se 
inicia com a embebição e termina com a protrusão da radícula, devido a expansão celular 
(BEWLEY et al., 2013). A embebição é marcada pela entrada de água nos tecidos da semente, o 
que acaba promovendo o aumento na pressão de turgor devido a hidratação das organelas 
protoplasmáticas, gerando condições ideais para que as reações bioquímicas do metabolismo 
germinativo aconteçam. Além disso, a água participa das reações de síntese e de degradação do 
metabolismo germinativo, que se intensificam durante esse processo (BEWLEY et al., 2013; TAIZ 
et al., 2017; KOCHHAR; GUJRAL, 2020; PEIXOTO, 2020). Para que se alcance as três fases da 
embebição, e ocorra a protrusão radicular, as sementes devem atingir um teor mínimo de água, que 
vai variar de acordo com a espécie, sendo essa quantidade de água maior para sementes que contém 
grande quantidade de tecido de reserva (PROPINGES, 1985;BEWLEY et al., 2013). 
 Para que o desenvolvimento embrionário da semente seja garantido, a quantidade de água 
deve ser o suficiente, pois, caso contrário, pode acontecer o acúmulo de solutos orgânicos, a 
aceleração de reações degenerativas, a desnaturação das proteínas e a perda da integridades das 
membranas celulares, que acabam retardando ou impedindo o processo germinativo (SUN e 
LEOPOLD, 1997). Dessa forma, nos experimentos de germinação que são conduzidos em 
laboratório, o substrato utilizado deve estar umedecido o suficiente para que se atenda às 
necessidades fisiológicas das sementes. A Regra de Análise de Sementes (RAS) determina que a 
quantidade de água necessária para germinação está relacionada entre duas a três vezes o peso do 
papel (BRASIL, 2009). Essa quantidade de água pode ser inadequada, principalmente quando se 
refere às sementes de espécies nativas, que possuem diferentes características morfológicas entre as 
relações de tamanho e conteúdo de reserva. A RAS defende a ideia da padronização do conteúdo de 
água justificando que uma maior uniformidade de distribuição da quantidade de água no substrato 
evitaria variações nos parâmetros avaliados (BRASIL, 2009). 
 Diante disso, pesquisas mais consistentes que apresentam melhores resultados nessa área 
são obtidas quando a quantidade de água é controlada através do cálculo baseado nas relações entre 
volume de água e peso de substrato (MARCOS-FILHO, 2005). Portanto, seguindo a proposta da 
manipulação do controle de água sugerida por MARCOS-FILHO (2005) em comparação a 
metodologia proposta pela RAS, bem como visando compreender a germinação de sementes 
nativas em condições de laboratório, o objetivo deste trabalho foi investigar o efeito de diferentes 
quantidades de água em substrato de papel sobre a germinação de sementes de diferentes espécies 
nativas da Caatinga. 
 
Material e métodos 
 
Descrição da área de coleta das sementes. 
 A Caatinga é um ecossistema com diferentes fitofisionomias que são exclusivas do território 
brasileiro, sendo encontrada, majoritariamente, na região Nordeste do Brasil. O ecossistema 
apresenta elevada diversidade de espécies, o que confere uma diversa heterogeneidade nesse 
ambiente, sendo que já são registradas um total de 31 gêneros de espécies endêmicas na região 
(SILVA et al., 2003; RICKEFS e RELYEA, 2016; QUEIROZ et al., 2017). As fitofisionomias 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de BotânicaBotânica e Ecologia do curso de Ciências 
Naturais da Universidade do Estado do Amapá - UEAP, juntamente com a Universidade 
Federal do Amapá (UNIFAP), o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do 
Estado do Amapá (IEPA), a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa/AP) 
e o Instituto Federal do Amapá (IFAP), tiveram por objetivos divulgar dados de pesquisa, 
discutir o ensino, a pesquisa e as principais estratégias sobre o estudo da Botânica e da 
Ecologia, em especial a amapaense. Nestes termos, a Comissão Organizadora dos 
eventos tem a honra de disponibilizar o livro de palestras e resumos, proferidos por 
pesquisadores de vários estados brasileiros e de outros países. 
 A JOBOECO é um evento realizado bianualmente, que busca promover o diálogo e 
o debate acadêmicos entre a comunidade científica e a sociedade, com intuito de 
ampliar a divulgação científica. Busca ainda unir esforços para promover a socialização 
de trabalhos científicos, desenvolvidos por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, bem 
como destacar as atividades exercidas pelas instituições de pesquisa, proporcionando a 
construção da ciência de forma inovadora. 
 A II JOBOECO e II Jornada Amapaense de Botânica foram realizadas 
simultaneamente, incluindo palestras, simpósios, conferências, minicursos e rodas de 
conversa, no dia 3 de novembro e entre os dias 08 e 11 de dezembro de 2020. Contou 
ainda com a promoção e o incentivo a jovens pesquisadores através das premiações nas 
categorias “Novos talentos na ciência” e “Curtas de iniciação científica”. 
 O tema que norteou os eventos foi: "A ciência e tecnologia: novos desafios em 
tempos de crise". Organizados por docentes do colegiado de Ciências Naturais/UEAP, os 
eventos contaram com a participação de pesquisadores amapaenses e dos estados de 
Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande 
do Sul, Goiás e Pernambuco e do Distrito Federal, bem como pesquisadores da 
Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos da América e México. Com estes 
eventos, a UEAP e as instituições parceiras (UNIFAP, IEPA, Embrapa/AP e IFAP) cumprem 
seus papéis sociais na articulação do saber e da divulgação científica. 
 Em palestra magistral, foi tratado sobre o avaço de técnicas de sequenciamento 
genético e de análises de relações filogenéticas para plantas Neotropicais. Essa busca 
pela melhor compreensão da história evolutiva de grupos botânicos também foi tema de 
conferências, palestras e simpósios, envolvendo biogeografia histórica e elucidação de 
processos de especiação. Ainda, análises filogenéticas, em acréscimo a análises de 
caracteres morfológicos, foram utilizadas como ferramentas para deslindar desafios 
taxonômicos complexos e para revisões de gêneros em distintos ecossistemas, na 
América Central e América do Sul. 
 Alguns resumos e palestras trataram do uso sustentável da biodiversidade, 
apresentando aspectos ecológicos, formas de manejo, seu potencial biotecnológico e 
alimentício e importância econômica e cultural. Impactos negativos de ações antrópicas 
ao meio ambiente foram abordados em ecossistemas diversos, como em florestas e 
campos de várzea, assim como tecnologias de rastreamento, avaliação e mensuração 
destes impactos. Pesquisas em torno de meios que promovam a recuperação de 
ambientes modificados pelo ser humano foram também arrazoados. 
 Algumas famílias e espécies botânicas tiveram destaque nos eventos, com seções 
próprias, envolvendo aspectos taxonômicos, ecológicos e socioeconômicos, como 
Bromeliaceae, Leguminosae, Orchidaceae e Araceae, assim como a fonte do “ouro 
negro” da Amazônia, o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), com destaque para aspectos 
de sua polinização. Pesquisas sobre animais também foram apresentadas, tratando de 
aspectos ecológicos e conservacionistas de mamíferos, répteis e anfíbios. 
 As rodas de coversa trataram de temas atuais e muito sensíveis, em especial às 
mulheres pesquisadoras, buscando reflexões sobre como, na ciência e no meio 
acadêmico, se apresentam a representatividade, as políticas públicas, as ações 
afirmativas e a atenção à maternidade. A segurança alimentar em torno do 
reconhecimento de recursos locais e territórios também foi ponto de discussão, assim 
como a sustentabilidade, através do uso biomateriais, e a importância da divulgação da 
ciência para além do ambiente acadêmico. 
 
 Boa leitura! 
 
Os organizadores 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMAÇÃO 
Dia 03/11/2020 (Terça-feira) 
Manhã 
9h30min 10h 11h30min 
 
Cerimonial de Abertura 
Aline Furtado Simões - Empresa Brasileira de 
Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) Macapá, 
Amapá, Brasil 
Coordenação 
 
Palavra de abertura 
Coordenação geral do evento 
Chefe da Embrapa-AP 
Diretor-Presidente do IEPA 
Reitora do IFAP 
Reitor da UNIFAP 
Reitora da UEAP 
 
Palestra magistral 
 
Aline Furtado Simões - Empresa Brasileira 
de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) 
Macapá, Amapá, Brasil 
Cerimonial de Abertura 
 
PhD. Mónica M. Carlsen (Missouri 
Botanical Garden – Saint Louis, Missouri, 
EUA 
Genoma de plantas tropicais: conquistas 
e desafios atuais 
 
Conferência 
 
Esp. Alessandra dos Santos Facundes – Universidade 
Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Marcelino Carneiro Guedes – Empresa Brasileira de 
Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), Macapá, Amapá, 
Brasil 
Ecologia e manejo de pau-mulato em florestas de 
várzea estuarina 
 
 
 
Tarde 
13h30min 15h30min 
 
Mesa redonda 
 
Dos Andes à Antártica: Evolução, padrão de especiação e uso de 
metabarcoding 
 
Me. Adriano Castro de Brito – Doutorando em Ciências Florestais pela 
Universidade Centro-Oeste (UNICENTRO), Irati, Paraná, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Annelise Frazão – USP – São Paulo, São Paulo, Brasil 
Evolução de lianas da família Bignoniaceae na Amazônia 
 
PhD. Micheline Carvalho-Silva – Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 
 
Simpósio 
 
Biogeografia e Taxonomia de monocotiledôneas 
 
Me. Caroline da Cruz Vasconcelos - Doutoranda em Botânica pelo Instituto 
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, Amazonas, Brasil -
 Coordenação da mesa 
 
Eng. Florestal Henrique Mallmann Büneker - Mestrando na Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 
Brasil 
Desvendando a complexidade taxonômica de Dyckia (Bromeliaceae) 
 
 
 
Distrito Federal, Brasil 
Embryophyta na Antártica com uso de metabarcoding 
 
PhD. Nora Helena Oleas - Universidad Tecnológica Indoamérica - Quito, 
Equador 
Múltiplos padrões de especiação nos Andes: o caso de Phaedranassa 
(Amaryllidaceae). 
Dr. Edlley Max Pessoa da Silva – Universidade Federal de Mato Grosso 
(UFMT) 
Delimitação de espécies e biogeografia de um complexo de espécies 
em Epidendrum (Orchidaceae): uma abordagem multidisciplinar. 
 
Dia 08/12/2020 (Terça-feira) 
Tarde 
14h30min 15h 16h30min 
 
Palestra 
 
Me. Carla Samara Campelo – Instituto 
Federal do Amapá, Laranjal do Jari, 
Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Blanca Marisol Alfaro Cruz – 
Mestranda Universidade Federal do 
Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá, 
Brasil 
Modelos alométricos para estimativa 
da biomassa aérea em uma savana 
amazônica 
 
Simpósio 
 
Ecologia e uso sustentável da sociobiodiversidade 
 
Esp. Lúcia Tereza Ribeiro do Rosário – Mestranda em Desenvolvimento 
Regional na UNIFAP - MDR. Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), 
Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Ana Cláudia Lira-Guedes – Empresa Brasileira de Pesquisas 
Agropecuária (EMBRAPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Extrativismo de sementes de andiroba e de pracaxi nas florestas de 
várzea do estuário amazônico 
 
Me. Adriano Castro de Brito – Doutorando em Ciências Florestais pela 
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Irati, Paraná, Brasil 
Componente florístico e estrutural e sua relação com as espécies 
denominadasMacapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
56 
 
encontradas neste ecossistema são classificadas fitogeograficamente de Savanas Estépicas e 
apresentam características bem definidas. Além disso, o ecossistema apresenta como principal 
caraterística a irregularidade na distribuição das chuvas, sendo o período de seca entre os meses de 
junho a dezembro, bem como altas temperaturas, o que confere um clima semiárido na região 
(IBGE, 2012; BARBOSA e KUMAR, 2016; ANDRADE, 2017). As espécies da vegetação desse 
ecossistema apresentam algumas características adaptativas bem definidas como, por exemplo, a 
perda das folhas durante o período de seca, a presença de espinhos, armazenamento de água nos 
tecidos das raízes e caule e aparelho fotossintético com metabolismo ácido das crassuláceas 
(SENA, 2011; TAIZ; ZEIGER, 2009). 
 
Espécies estudadas e quebra de dormência das sementes. 
 O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Fisiologia de Sementes (LAFISE) da 
Universidade Federal de Sergipe. As espécies utilizadas para a montagem do experimento que 
apresentaram dormência tegumentar foram escarificadas utilizando o método de ácido sulfúrico. As 
espécies utilizadas foram: Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc., Astronium urundeuva (M. 
Allemão) Engl., Bauhinia angulata Vell. escarificada por 15 minutos (SMIDERLE e LUZ, 2010), 
Libidibia ferrea Martius escarificada por 30 minutos (DANTAS et al., 2015), Pilosocereus 
gounellei (F.A.C.Weber) Byles e Rowley subsp. gounellei, Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles 
& Rowley subsp. salvadorensis (Werderm.) Zappi., Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. 
escarificada por 10 minutos (FARIAS et al., 2013), Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow e 
R.W.Jobson. escarificada por 30 minutos (AZEREDO et al., 2010), Pterogyne nitens Tul. 
Escarificada por 15 minutos (CARVALHO, 2003) e a Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. e 
Hook.f. ex S.Moore. 
 
Montagem do experimento. 
 Após a realização da quebra de dormência, as sementes foram postas para germinar em 
placas de Petri forradas com duas folhas de papel Germitest com água destilada, o qual foram 
subdivididas em quatro repetições de 25 sementes para cada tratamento. A quantidade de água 
utilizada foi determinada de acordo com os seguintes tratamentos: 2,5; 5,0; 7,5 e 10 vezes o peso do 
papel. Para isso, duas folhas do papel foram pesadas em balança analítica e, com o valor do peso, 
foi feito o cálculo, tendo como referência 2,5 vezes do peso do papel para quantidade de água, 
proposta pela RAS. A quantidade de água utilizada em cada tratamento variou de acordo com o 
tamanho da placa de Petri medido em diâmetro e está descrito a seguir: placas de 5 cm 2,5x = 
0,96mL
-1
; 5,0x = 1,93 mL
-1
; 7,5x = 2,90 mL
-1
; 10x = 3,87 mL
-1
. Placas de 9 cm 2,5x = 2,38 mL
-1
; 
5,0x = 4,77 mL
-1
; 7,5x = 7,16 mL
-1
; 10x = 9,55 mL
-1
. Placas de 15 cm 2,5x = 7,22 mL
-1
; 5,0x = 
14,44 mL
-1
; 7,5x = 21,66 mL
-1
; 10x = 28,88 mL
-1
. A escolha do tamanho das placas de Petri se deu 
de acordo com o tamanho das sementes. 
 
Avaliação do experimento e análises estatísticas. 
 A germinação foi avaliada diariamente, durante 30 dias, e o critério de germinação 
utilizado foi a protrusão radicular. Para as análises estatísticas foram avaliadas a Germinabilidade 
(%), o Tempo Médio de Germinação (TMG-dias), a Velocidade Média de Germinação (VMG-dias
-
1
) e o Índice de sincronização (Z) (RANAL & SANTANA, 2006). A normalidade dos resíduos dos 
dados e a homogeneidade das variâncias foi verificada pelos testes de Shapiro-Wilker e Levene, 
respectivamente, e os resultados foram comprados através da ANOVA. Todos os parâmetros 
germinativos descritos acima foram calculados nos programas GerminaQuant e as análises 
realizadas no software STATISTICA 13. 
 
 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
57 
 
Resultados e discussão 
 
 Os resultados da Germinabilidade (%) mostraram que as espécies apresentaram diferenças 
significativas entre os tratamentos, sendo elas a A. pyrifolium, A. urundeuva, L. ferrea, P. 
catingicola, P. stipulacea, P. nitens e a T. aurea (Tabela 1). Em relação ao Tempo Médio de 
Germinação (TMG-dias) as espécies que apresentaram menor tempo de germinação em relação aos 
tratamentos foram P. catingicola [F= 5,1430; GL= 3; p≤0,0162], sendo que os melhores 
tratamentos foram o de 7,5 e 10 vezes. Para a espécie P. gounellei subsp. gounellei [F= 15,2020; 
GL= 3; p≤0,0002], os melhores tratamentos de 5, 7,5 e 10 vezes. Já para a P. stipulacea [F= 
76,8510; GL= 3; p≤0,0001], os melhores tratamentos foram de 7,5 e 10 vezes. Para P. moniliformes 
[15,8580; GL= 3; p≤0,0002], o melhor tratamento foi de 2,5 vezes e para T. aurea [F= 214,9700; 
GL= 3; p≤0,0001], os melhores tratamentos foram de 5, 7,5 e 10 vezes. 
 Para os dados de Velocidade Média de Germinação (VMG-dias
-1
), as espécies que 
apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos e maior velocidade de germinação 
foram a B. cheilanta [F= 20,1400; GL= 3; p≤0,0001], o qual os melhores tratamentos foram de 2,5, 
5 e 10 vezes. A L. ferrea [F= 5,9915; GL= 2; p≤0,00221] tendo os tratamentos de 7,5 e 10 vezes 
com maior velocidade de germinação. As espécies de P. catingicola [F= 36,6620; GL=3; 
p≤0,0001], P. gounellei subsp. gounellei [F= 25,3160; GL= 3; p≤0,0001], P. moniliformes [F= 
16,4700; GL= 3; p≤0,0001], T. aurea [F= 107,6600; GL= 3; p≤0,0001] tiveram como melhor 
tratamento o de 2,5 vezes. Por fim, para o Índice de Sincronização (Z), as espécies que 
apresentaram significância entre os tratamentos foram a P. catingicola [F= 15,7430; GL= 3; 
p≤0,0002], P. gounellei subsp gounellei [F= 4,5988; GL=3; p≤0,0230], P. moliniformes [F= 
7,9308; GL= 3; p≤0,0035], o qual apresentaram 2,5 vezes como o melhor tratamento germinativo. 
P. stipulacea [F= 4,3689; GL= 3; p≤0,0268], com o melhor tratamento de 10 vezes e a T. aurea [F= 
17,5950; GL= 3; p≤0,0002], com tratamentos de 5 e 7,5 vezes. 
 Para as sementes de A. pyrifolium, A. urundeuva e P. catingicola o melhor tratamento de 
germinabilidade foi de 2,5 vezes o peso do papel para a quantidade de água, indicando que as 
espécies necessitam de pouca quantidade de água para realizar seu metabolismo germinativo. 
Sendo que, as espécies A. pyrifolium e A. urundeuva não apresentaram diferenças significativas 
entre os tratamentos quando avaliados os parâmetros de TMG- dias, VMG-dias
-1
 e Z. Porém, para a 
espécie P. catingicola o tratamento de 2,5 vezes o peso do papel para a quantidade de água o TMG-
dias foi afetado. A baixa necessidade de água para germinação dessas espécies está relacionada ao 
seu tamanho, visto que são sementes muito pequenas e que possuem pouco tecido de reserva, 
possivelmente nos outros tratamentos do parâmetro de germinabilidade a quantidade de água tenha 
provocado deficiência no suprimento de oxigênio (O2). A embebição promove a hidratação e 
ativação de enzimas envolvidas no ciclo do ácido cítrico e na cadeia transportadora de elétrons, 
aumentando a atividade respiratória, e consequentemente, a produção de energia para que ocorra o 
desenvolvimento do embrião. O excesso da quantidade de água bloqueia a entrada de O2 nas 
células das sementes e provoca hipóxia, sem O2 ocorre o acúmulo de piruvato que é rapidamente 
convertido em etanol e ácido lático para promover a oxidação de NADH em NAD
+
 para ser 
utilizado novamente na via glicolítica (BEWLEY et al., 2013; BUCHANAN et al., 2015; NELSON 
& COX, 2018). As sementes de muitas espécies podem germinar nas condições hipóxia devido a 
presença de enzimas desidrogenases que são responsáveis pela eliminação do etanol e ácido lático 
que são compostos tóxicos para a célula. Além disso, o tempo que a semente leva para germinar 
pode demorar maisnessas condições, como foi o caso da P. catingicola que teve um TMG-dias 
maior em condições de maiores disponibilidades hídrica. Isso acontece porque, possivelmente, o 
mecanismo de óxido nítrico é ativado, fazendo com que o consumo de O2 seja reduzido, e como 
consequência, há uma diminuição na biossíntese de ATP, fazendo com que se leve mais tempo para 
semente germinar (BEWLEY et al., 2013). 
 Por outro lado, a germinação também é afetada quando as sementes se encontram em 
condições de baixa disponibilidade hídrica, isso porque o substrato utilizado não contém água 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
58 
 
suficiente para que as sementes consigam atingir o teor mínimo de água para realização do 
metabolismo germinativo, o que pode impedir ou retardar a germinação, como foi o caso das 
sementes das espécies L. ferrea e P. nitens que não germinaram nos tratamentos de 2,5 vezes o 
peso do papel para a quantidade de água. As sementes das espécies de L. ferrea, P. stipulacea, P. 
nitens e T. auera obtiveram melhores resultados em todos os parâmetros germinativos avaliados em 
condições de maiores disponibilidades hídrica quando comparados ao tratamento de 2,5 como é 
indicado pela RAS. As sementes dessas espécies são grandes e contém grande quantidade de tecido 
de reserva o que acaba necessitando de maiores quantidades de água para a germinação. Nessas 
espécies o tratamento de 2,5 provocou déficit hídrico o que afetou a uniformidade, velocidade e 
porcentagem de germinação (ROSA et al., 2005). 
 
 
m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Portanto, conclui-se que a quantidade de água necessária para a germinação das sementes 
varia de acordo com a espécie, onde cada espécie necessitará de uma quantidade específica de água 
para a realização do seu metabolismo germinativo. Dessa forma, as espécies nativas da Caatinga 
não se encaixam na metodologia proposta pela RAS e a padronização no conteúdo de água provoca 
variações nas respostas encontradas nos parâmetros avaliados. 
 
Agradecimentos 
 
Ao Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco 
(UNIVASF) pela doação das sementes utilizadas no experimento. 
 
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II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
60 
 
CARACTERÍSTICAS INVISÍVEIS APOIAM O DESCOBRIMENTO DE ESPÉCIES NOVAS? 
 
Caroline C. Vasconcelos
1
*, Isolde D. K. Ferraz
2
, José Luís C. Camargo
3
, Mário H. Terra-Araujo
1
 
1. Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPG-BOT), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); 2. 
Coordenação de Biodiversidade (COBIO), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); 3. Projeto Dinâmica 
Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), Coordenação de Dinâmica Ambiental (CODAM), Instituto Nacional de 
Pesquisas da Amazônia (INPA). 
*cc_vasconcelos@hotmail.com 
 
Introdução 
 
 A espectroscopia no infravermelho próximo (Fourier Transform Near-Infrared 
spectroscopy, FT-NIR) é um método não destrutivo, rápido e altamente econômico (RODRÍGUEZ-
FERNÁNDEZ et al., 2011), que mede a vibração e flexão em ligações moleculares como, por 
exemplo, CH, OH, NH, SH ou C=O (PASQUINI, 2003), pela quantidade de luz absorvida por uma 
amostra. No tecido vegetal, por exemplo, o FT-NIR gera uma resposta espectral em função da 
composição química, da estrutura das células e da morfologia interna do tecido (PONZONI, 2002), 
que podem ser intrínsecas da espécie, resultando em padrões espectrais específicos e complexos 
(WORKMAN JR; WEYER, 2012) e altamente eficientes para fins taxonômicos. 
Nesse contexto, estudos recentes tem demonstrado o altopoder preditivo do FT-NIR como 
um método alternativo para a discriminação de espécies de plantas intimamente relacionadas na 
resolução de complexos de espécies (DAMASCO et al., 2019; PRATA et al., 2018), descoberta de 
novos táxons (GAEM et al., 2020; VASCONCELOS et al., 2020), distinção de espécies em 
diferentes estádios de desenvolvimento (LANG et al., 2015) e níveis taxonômicos (DURGANTE et 
al., 2013; LANG et al., 2017), predição de traços funcionais (COSTA et al., 2018), além de auxiliar 
no reconhecimento de espécies em inventários florestais (HADLICH et al., 2018). Os resultados 
FT-NIR são tão satisfatórios a ponto de sugerir que tal similaridade espectral pode refletir relações 
filogenéticas (KIM et al., 2004) e, portanto, permitir a previsão da classificação de amostras cujas 
sequências de DNA não estão disponíveis. Assim, seguindo a tendência de integrar múltiplas 
evidências na taxonomia, nós propomos neste estudo uma nova espécie de Sapotaceae para a 
Amazônia Central com base em espectroscopia no FT-NIR, assim como em dados morfológicos. 
O gênero Neotropical Chromolucuma Ducke (Sapotaceae, Chrysophylloideae) é um 
pequeno gênero que atualmente compreende cinco espécies restritas aos Neotrópicos e distribuídas 
nas regiões montanhosas da Costa Rica e do Panamá e em florestas tropicais amazônicas 
periodicamente inundadas e não inundadas (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, 
Peru e Venezuela) e na Floresta Atlântica (ALVES-ARAÚJO; ALVES, 2012; MORALES, 2012; 
PENNINGTON, 1991; SWENSON; ANDERBERG, 2005; SWENSON et al., 2008). O gênero é 
parafilético e juntamente com Pradosia Liais e Sarcaulus Radlk.ganhou forte apoio na filogenia de 
Chrysophylloideae Neotropical, porém estes gêneros foram incluídos no ―clado Pouteria‖ e 
futuramente podem ser transferidos para o nível subgenérico (FARIA et al., 2017). Nesta filogenia, 
Chromolucuma formou um grupo (―Clado L‖) com três espécies de Pouteria Aubl. seção 
Franchetella Pierre, tais como P. flavilatex T.D.Penn., P. stipulifera T.D.Penn. e P. williamii 
(Aubrév.; Pellegr.) T.D.Penn. No entanto, Faria et al. (2017) também sugerem que essas espécies 
podem ser transferidas para Chromolucuma, conforme proposto por Alves-Araújo e Alves (2012). 
Morfologicamente, o ―Clado L‖ é suportado pela presença de estípulas (exceto em P. 
williamii), látex amarelo, pólen tipo A8, flores pediceladas, presença de estaminódios e sementes 
sem endosperma (FARIA et al., 2017; PENNINGTON, 1990, 1991; SWENSON et al., 2008). Em 
Chrysophylloideae Neotropical, Chromolucuma (―Clado L‖) e Ecclinusa Mart. (―Clado E‖) são os 
únicos gêneros conhecidos que apresentam grandes estípulas na base do pecíolo, às vezes caducas 
deixando cicatrizes evidentes (FARIA et al., 2017). No entanto, os membros de Chromolucuma são 
facilmente diferenciados de Ecclinusa por uma combinação de caracteres que inclui látex amarelo 
na casca cortada, galhos e pecíolos (vs. látex branco), flores pediceladas (vs. flores sésseis) e 
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presença de estaminódios (vs. ausência de estaminódios) (PENNINGTON, 1990; SWENSON et 
al., 2008; TERRA-ARAUJO et al., 2015). 
A nova espécie para Chromolucuma foi descoberta a partir da coleção de plantas da Área de 
Relevante Interesse Ecológico Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (ARIE-
PDBFF). A maioria dos espécimes foram inicialmente identificados na década passada como 
morfotipos Pouteria (sensu PENNINGTON, 1990), mas após um exame cuidadoso, colocamos 
esses morfotipos em Chromolucuma com base na combinação de características diagnósticas 
citadas anteriormente e em evidências espectrais no FT-NIR. 
 
Material e métodos 
 
A descrição da espécie nova foi baseada em observações de campo e exame de 18 
espécimes da coleção de plantas de referência do PDBFF. Os espécimes foram depositados nos 
herbários INPA, HUAM, MG e RB (siglas conforme THIERS, 2020). A maioria dos caracteres foi 
estudada com base em material seco. As flores da coleção tipo foram dissecadas e medidas com 
estereomicroscópio Leica® (modelo S8APO, com lente Leica DFC295 acoplada). A terminologia 
seguiu Hickey e King (2000) e Harris e Harris (2001). As fotografias foram obtidas em campo. 
Seguimos a hipótese filogenética de Faria et al. (2017) ao comparar Chromolucuma sp. nov.com 
espécies semelhantes do ―Clado L‖, embora as espécies de Pouteria deste clado não tenham sido 
formalmente transferidas para Chromolucuma. 
O mapa de distribuição geográfica é baseado nos registros de ocorrência obtidos de rótulos 
de espécimes de herbário disponíveis online no Global Biodiversity Information Facility 
(www.gbif.org) e SpeciesLink (www.splink.cria.org.br). Após o download dos registros realizamos 
uma triagem dos dados geográficos para corrigir e/ou eliminar coordenadas problemáticas. O mapa 
de distribuição foi criado usando o software ArcGIS 10.1 (ESRI, Redlands, CA, EUA). Além disso, 
importamos dados de espécimes georreferenciados para o pacote ―ConR‖ (DAUBY et al., 2017) 
usando o programa R (R CORE TEAM, 2020) para avaliar o status de conservação de acordo com 
as categorias e critérios da Lista Vermelha da IUCN (IUCN, 2019). Parâmetros de área de 
ocupação (AOO), extensão de ocorrência (EOO) e número de subpopulações foram calculados, 
com tamanho de célula definido em 2 × 2 km. 
A espectroscopia de infravermelho próximo (FT-NIR) foi aplicada para discriminar 
Chromolucuma sp. nov. de outras morfologicamente semelhantes. As medições espectrais de folhas 
secas incluíram 220 leituras espectrais de 48 espécimes (cada um representando uma árvore 
individual) de quatro espécies: Chromolucuma sp. nov. (n = 15), C. rubriflora (n= 6), Pouteria 
flavilatex (n = 20) e P. williamii (n = 7). Espécies com poucas amostras (C. congestifolia e P. 
stipulifera) foram excluídas da análise e espécies de Chromolucuma não representadas nas coleções 
do PDBFF e do INPA não foram consideradas. Dependendo da condição da amostra, uma média de 
quatro espectros para cada espécime foi coletada de pelo menos duas folhas (duas leituras em cada 
face da folha: adaxial e abaxial) usando um analisador de espectroscopia de infravermelho próximo 
com transformada de Fourier (FT-NIR) da Thermo Fisher Scientific, modelo Antaris II controlado 
pelo softwareResult™. Cada espectro consiste em 1.557 valores de absorbância foliar no 
infravermelho próximo com números de onda de 4.000 a 10.000 cm
-1
. Cada medida produzida pelo 
instrumento foi a média de 16 varreduras com resolução de 8 cm
-1
. 
Para avaliar o poder preditivo dos espectros de folhas para reconhecer essas espécies, 
empregamos duas técnicas diferentes de validação cruzada a partir de Análises Discriminantes 
Lineares (LDA) usando o conjunto de dados mais informativo (todas as 1.557 variáveis espectrais 
do conjunto de leituras das faces adaxial + face abaxial): (i) Leave-One-Out Cross-Validation 
(LOOCV), onde cada árvore individual foi identificada por um modelo construído com os espectros 
dos indivíduos remanescentes; e, (ii) uma Holdout Cross-Validation (HOCV), pela qual o modelo 
foi construído com 70% (conjunto de treinamento) dos indivíduos de cada espécie e o conjunto de 
teste foi composto pelos 30% restantes (conjunto de teste). A porcentagem de predição correta das 
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espécies foi anotada e um indivíduo foi considerado identificado corretamente se a maioria dos 
espectros foram identificados corretamente. Todas as análises foram implementadas no ambientedo programa estatístico R (R CORE TEAM, 2020) e os scripts estão disponíveis no site Ecologia e 
Evolução de Plantas Amazônicas (www.botanicaamazonica.wiki.br/labotam). 
 
Resultados e discussão 
 
O resultado das análises espectrais FT-NIR está resumido na Figura 1. O modelo construído 
a partir de leituras espectroscópicas de folhas foi capaz de prever a identidade das espécies testadas 
com taxas de acerto entre 87,5% (LDA-LOOCV) e 96,7% (LDA-HOCV). Os valores de 
absorbância na região do infravermelho próximo resultaram em um padrão único para a espécie 
nova e para os táxons relacionados (Figura 1A). 
 
 
Figura 1. Espectroscopia no infravermelho próximo (FT-NIR). A. As linhas representam espectros compostos pela 
média (por espécie) de 1.557 valores de absorbância no infravermelho próximo. B. Classificação supervisionada 
usando dados FT-NIR. Matriz de confusão de identidade das espécies dadas (linhas) e preditas (colunas) usando os 
resultados da LOOCV. Os valores na diagonal são as previsões corretas e os valores fora da diagonal são previsões 
errôneas. 
 
A posição dos indivíduos (quadrados) na matriz de confusão (Figura 1B) é definida pela 
identificação dada com base na morfologia (linhas) e a identidade prevista com base em espectros 
(colunas). Logo, os indivíduos na diagonal foram identificados como a mesma espécie por 
morfologia (identificação baseada em análise humana) e espectroscopia (identificação baseada em 
computador), e da mesma forma, indivíduos fora da diagonal tiveram identificações morfológicas e 
espectrais divergentes. Os números presentes nos quadrados internos indicam quantos indivíduos 
permaneceram nas mesmas posições. No caso de Chromolucuma sp. nov., todos os espécimes 
(indivíduos) testados foram preditos como tal espécie. Isso demonstra um alto nível de predições 
corretas das análises espectrais FT-NIR, reforçando as evidências morfológicas quanto a 
delimitação da espécie, a exemplo de estudos já realizados com táxons de outras famílias como 
Burseraceae (DAMASCO et al., 2019), Myrtaceae (GAEM et al., 2020) e Rubiaceae (PRATA et 
al., 2018). 
Para o tratamento taxonômico, consideramos a espécie nova morfologicamente relacionada 
com Pouteria stipulifera pelas folhas elípticas ou oblanceoladas, nervura central proeminente, 
pecíolo canaliculado e venação broquidódroma (pelo menos na metade superior em P. stipulifera), 
mas diferindo pela seguinte combinação: ovário 4-locular (vs. 2-locular), pedicelos mais curtos 
0,5–2,6 mm (vs.> 3 mm em todos as congêneres e espécies de Pouteria do ―Clado L‖), folhas 7,6–
27,7 cm e pecíolos maiores 0,4–2,5 cm (vs. folhas 3,5–6,5 cm e pecíolos menores 0,5–0,7 cm), 
veias secundárias 13–26 pares (vs. 5–6 pares) e ramos com lenticelas (vs. sem lenticelas). 
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63 
 
Em relação à distribuição geográfica e habitat, Chromolucuma sp. nov. ocorre apenas na 
porção norte dos municípios de Manaus e Rio Preto da Eva, a 100 km da área urbana de Manaus, 
Amazonas, Brasil, sobrepondo-se geograficamente com algumas congêneres e espécies de Pouteria 
do ―Clado L‖ (Figura 2E). As árvores crescem em florestas de terra-firme, presentes em pelo 
menos quatro parcelas permanentes dentro da ARIE-PDBFF. Sobre a fenologia, as flores foram 
registradas em dezembro e o período de frutificação ainda é desconhecido. 
 
 
Figura 2. Imagens de campo de Chromolucuma sp. nov. A. Copa da árvore vista por baixo. B. Tronco. C. Disposição 
das folhas e detalhe das estípulas. D. Flor (Fotos: A e B por M.U. Adrianzén, C por M.H. Terra-Araujo, D por C.C. 
Vasconcelos); E. Distribuição geográfica conhecida de Chromolucuma sp. nov. e de oito espécies relacionadas 
(Sapotaceae, Chrysophylloideae). 
 
Chromolucuma sp. nov. é conhecida em três locais (resolução de 10 km), representando 
apenas duas subpopulações (raio de 5 km), com ≤ 4 indivíduos maduros observados, todos 
localizados dentro da ARIE-PDBFF. A nova espécie tem uma faixa estreita para EOO e AOO, de 
63 e 16 km
2
, respectivamente. Sua ocorrência parece ser comum dentro de algumas parcelas 
permanentes da ARIE-PDBFF, que consiste em uma grande área de estudo na Amazônia Central 
com fragmentos florestais experimentais (de 1, 10 e 100 ha) e florestas contínuas adjacentes. 
Assim, as subpopulações da nova espécie são relativamente preservadas de ações associadas à 
exploração florestal e ao desmatamento e, portanto, o declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat, 
número de subpopulações e número de indivíduos não são esperados como potenciais ameaças. 
Portanto, a espécie é avaliada preliminarmente aqui como ―Em perigo‖ (EN) [Critérios B1ac (i, ii, 
iii, iv) + B2ac(i, ii, iii, iv) e D], de acordo com as categorias e critérios da Lista Vermelha da IUCN 
(IUCN, 2019) e com base no pacote ―ConR‖ (DAUBY et al., 2017). 
A nova espécie pode pertencer ao ―Clado L‖ (FARIA et al., 2017), com base nas 
características mencionadas acima. Entre as espécies de Chromolucuma e membros do ―Clado L‖, 
Chromolucuma sp. nov. é morfologicamente mais semelhante a C. apiculata, C. congestifolia, 
Pouteria flavilatex e Pouteria stipulifera com base na folhagem e estípulas mais curtas (na ARIE-PDBFF; Ana Andrade, Peterson Campos e Milena Barrera pela assistência com a coleção de plantas 
de referência do PDBFF; Magno Pilco, José Adaílton, João de Deus, Jairo Lopes e Alberto Neves pela assistência de 
campo. Este trabalho foi apoiado financeiramente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq, processo 142214/2018-3), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM, 
processo número 062.00255.2013) e pelo Programa PDBFF de Auxílio de Pesquisa Thomas Lovejoy. 
 
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POLINIZAÇÃO: TRANSPORTANDO IDEIAS E AFLORANDO A CONSERVAÇÃO – 
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA SUPERAR A CEGUEIRA BOTÂNICA 
 
Daniele O. Silva¹*, Eric B. G. Rocha², Henarmmany C. A. Oliveira², Elisangela L. S. Bezerra¹. 
1. Universidade Federal Rural de Pernambuco; 2. Universidade Federal de Pernambuco. 
*daniele.oliveiras@hotmail.com 
 
Introdução 
 
As escolas possuem grande contribuição para a formação de cidadãos conscientes e críticos, 
engajados nas decisões e transformações da realidade socioambiental (OLIVEIRA, 2013). Com a 
crescente degradação do meio ambiente e o declínio da biodiversidade (SIRVINSKAS, 2018), cada 
vez mais tornam-se necessárias ações que levem à reflexão, à prática e à ressignificação da 
Educação Ambiental (EA) (REIGOTA, 2010). Essa ressignificação deve ultrapassar o simples 
compartilhamento de informações e conceitos científicos à sociedade. Ela deve estimular o 
envolvimento das pessoas a partir da inserção da população como sujeito partícipe dos processos 
ecológicos, sendo esta uma condição sine qua non ao desenvolvimento de ações de conservação 
(LIMA, 2011). É impossível resolver as complexas problemáticas ambientais sem uma mudança 
radical nos sistemas fundados pela atual dinâmica socioeconômica de desenvolvimento que 
engloba também a comunidade escolar. Surge então o desafio de se repensar uma EA que seja 
crítica e sobretudo inovadora, buscando através da educação consolidar um ato político 
comprometido com a transformação social (JACOBI, 2003; LEFF, 2009; MEDEIROS, 
MENDONÇA; OLIVEIRA; SOUZA, 2011). 
Em meio às dificuldades e desafios enfrentados pelos docentes da rede básica estão as 
limitações da formação continuada dos professores (IMBERNÓN, 2010). A prática docente quando 
regida pelas rédeas conteudistas, amplia temáticas ao mesmo tempo em que outras passam pelo 
reducionismo (ARRAIS, MASRUA, SOUSA, 2014). Desta forma, passa-se a ter um ranking, 
categorizando assuntos em escalas de grande importância enquanto outros são negligenciados. 
Associa-se a isto a limitação de tempo do percurso escolar, aversão ao assunto, ensino associado à 
memorização de nomenclaturas e falta de contextualização (KINDEL e SOUZA, 2014), temos o 
que Schussler & Wandersee (2001) denominaram por ―cegueira botânica‖.Tal expressão reporta a 
sérias consequências em uma sociedade que não conhece e/ou não valoriza sua flora, como: 1) o 
não envolvimento da população com as causas ambientais; 2) não valorização e estímulo pela 
criação de políticas públicas no cenário ambiental; 3) aumento do desequilíbrio ambiental com 
impacto direto nos centros urbanos, em virtude do aquecimento, remoção de matas ciliares, 
contenção de encostas e diminuição do volume dos rios; 4) perda da biodiversidade e de suas 
relações ecológicas que impactam diretamente na economia (BUCKERIDGE, 2015; 
LAYRARGUES; LOUREIRO, 2013). 
O ensino de botânica torna-se ainda mais desafiador em virtude da necessidade de novas 
abordagens didático-pedagógicas. Silva (2008) critica a abordagem puramente conteudista usada 
nas disciplinas de botânica, considerando-a obsoleta, visto que, na contemporaneidade as 
informações são disseminadas facilmente em formato de mídias digitais. Deste modo, o 
profissional de educação pode dispor como estratégia o uso de metodologias ativas, as mesmas 
estão associadas ao estímulo de diversas habilidades, interesse e autonomia dos alunos, no sentido 
de promover o protagonismo dos mesmos durante todo processo. Uma vez empregada a devida 
contextualização, surge o estímulo da aprendizagem à medida que eles veem sentido na ciência e 
conseguem agregar elementos do cotidiano que tradicionalmente não eram considerados em sala de 
aula. (ALTINO FILHO; ALVES; DA SILVA, 2018; BERBEL, 2011). 
Neste contexto, não reconhecer a importância das plantas e os aspectos ecológicos 
interligados nos leva ao comprometimento do que hoje praticamente sustenta a economia brasileira, 
o agronegócio (Freitas & Imperatriz-Fonseca, 2004). Em todo mundo, cerca de 80% das plantas 
com flores dependem de polinizadores para manutenção de suas populações (OLLERTON, 
mailto:*daniele.oliveiras@hotmail.com
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TARRANT e WINFREE, 2011) e 75% da alimentação humana provêm, direta ou indiretamente, de 
plantas beneficiadas por estas interações mutualísticas com insetos, aves e mamíferos (GALLAI, et 
al., 2009; KLEIN, et al., 2007; POTTS, et al., 2011). Frequentemente, a produção agrícola reduzida 
ou os frutos deformados são resultantes da polinização insuficiente, o que, em ecossistemas 
naturais, podem trazer consequências severas como a extinção de uma planta, ou um declínio 
visível de animais que se alimentam de frutos e sementes, regeneração pobre da flora, erosão do 
solo e diminuição do volume de água (GARIBALDI et al., 2016; KLEIN et al., 2007) 
Baseado nas possibilidades encontradas na literatura e desenvolvendo novas abordagens, o 
presente trabalho propõe estratégias aplicadas a aulas teóricas e práticas sobre o ensino de Botânica, 
envolvendo os aspectos biológico, sociocultural e econômico acerca da polinização numa 
perspectiva CTSA (ciência-tecnologia-sociedade-ambiente), buscando contribuir com mudanças no 
processo de construção do conhecimento e construir entre alunos e professores uma ponte entre 
aprendizado e aplicabilidade por meio de metodologias ativas. 
 
Material e métodos 
 
Ações de extensão universitária desenvolvidas pelo Laboratório de Ecologia reprodutiva de 
Angiospermas (LERA) da Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE foram colocadas em 
prática na Escola de Referência no Ensino Médio Ministro Jarbas Passarinho, localizada no 
Município de Camaragibe, na região metropolitana do Recife/PE. O projeto denominado 
―Poliniz'acão: transportando ideias e aflorando a conservação‖, foi realizado com alunos do 1º ano 
do ensino médio, com o intuito de expor a temática da polinização como tema gerador da proposta 
pedagógica a ser apresentada e vivenciada pelos estudantes, propondo ações multidisciplinares e 
produção de materiais didáticos para conceituar os temas básicos relacionados à interação ecológica 
entre plantas e animais. Para apresentação conceitual do tema, optou-se pelo formato de minicursos 
e oficinas realizados no laboratório de ciências da escola com um encontro semanal com duração de 
3 horas no período de 4 meses. O seguimento do conteúdo foi pensado de maneira que os alunos 
construíssem uma visão integrada entre o micro e o macroscópico, passando inclusive pelo 
histórico de estudos e pesquisadores até chegar às questões contemporâneas de aplicação 
tecnológica e ecologia. 
No primeiro encontro foi ministrada uma aula introdutória na qual apontamos os principais 
desafios envolvendo o ensino-aprendizagem da Botânica, as principais justificativas que nos 
motivaram a compor o projeto, assim como os objetivos do programa e, por fim, as metodologias 
escolhidas a serem trabalhadas. Deixando explícito desde o começo que a aprovação e participação 
de todos era muito importante, por isso, todo o processo foi dialogado e democraticamente aceitas 
as sugestões para desenvolver as atividades de uma forma bastante prazerosa e enriquecedora, tanto 
para eles – os protagonistas – quanto para nós. 
Após a apresentação e com os detalhes metodológicos acordados, aplicamos um 
questionário prévio, com a finalidade de obter informações acerca do que eles entendiam sobre 
Polinização. O questionário foi estruturado com 4 perguntas de múltipla escolha e 4 perguntas 
dissertativas, sobre aspectos gerais de relações entre planta e polinizador, bem como a importância 
deste serviço ecológico para o ambiente e para o homem. As questões fechadas de escolha SIM ou 
NÃO foram: 1. As plantas interagem com os animais? 2. Os animais são importantes para a 
produção de alimento? 3. Você sabe o que são polinizadores? 4. Quais desses animais abaixo são 
polinizadores? As questões dissertativas foram: 5. Como ocorre a reprodução das plantas? 6. Você 
imagina por que existe tanta variedade de plantas e flores? 7. Como os impactos ambientais podem 
prejudicar a produção de alimentos? 8. Qual a sua relação com as plantas, você se considera parte 
da natureza? As respostas das questões estão dispostas a seguir, com o respectivo percentual; as 
questões dissertativas foram categorizadas em BOA, MÉDIA e RUIM. Para compor um 
quantitativo relevante, o questionário foi aplicado para um total de 70 alunos de duas turmas do 1º 
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ano do ensino médio da escola, porém, por questões de logística da própria instituição, 
desenvolvemos o projeto com somente uma turma. 
Nos encontros subsequentes, o embasamento teórico-prático foi consolidado através do 
desenvolvimento de produtos didáticos, confecção de jogo e atividades lúdicas que estão descritas a 
seguir (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Relação entre oficinas e conteúdo ministrado. 
Oficina Conteúdo 
Histórico e aplicação História da ciência e atualidades de pesquisa e tecnologia 
Superpoderes vegetais Morfologia vegetativa, fisiologia e introdução a evolução 
Morfologia floral Morfologia flora e ecologia reprodutiva 
Sentir botânica Propriedades organolépticas, fisiologia vegetal 
Detetive botânico Interação planta-animal e coevolução 
Morfologia de frutos Morfologia de frutos, produção agrícola 
Poliniarte Produção artística 
 
Também foi criado um perfil na rede social Instagram 
(https://www.instagram.com/poliniza.acao/?hl=pt-br) para divulgar as atividades e servir ainda 
como mecanismo de interação além da sala de aula, já que, a maioria dos jovens utilizam esse 
recurso diariamente para se expressar, pesquisar e compartilhar informações. 
 
Resultados e discussão 
 
Conhecimentos prévios 
Apesar de 67,1% dos alunos afirmarem que as plantas interagem comos animais, um 
percentual maior (88,5%) acredita que os animais são importantes para a produção de alimento, 
evidenciando que para algumas pessoas as plantas produzem de maneira independente das relações 
ecológicas. Já no que diz respeito ao saber o que são polinizadores, temos um percentual grande de 
84,3% afirmativas. Porém é possível notar uma pequena dificuldade em reconhecê-los. 
Como um dado do senso comum, temos as abelhas com o maior percentual (95,7%) seguido 
pelas borboletas com 67,1% das assertivas. Para os demais animais em que podemos observar 
claramente a polinização, as aves têm um reconhecimento relativamente baixo com 37,1% e como 
já esperado o menor percentual é o dos morcegos com 31,4%, demonstrando a necessidade de se 
redefinir conceitos e atentar para as crendices que podem causar impacto, como por exemplo: todos 
os morcegos são hematófagos. Para os 2,9% dos alunos que apontaram os peixes como 
polinizadores, explicaram que no mar deve ocorrer alguma forma similar desta interação. 
Para a 5ª questão, as respostas consideradas como BOA apresentavam todos ou a maioria 
dos processos envolvidos na reprodução, incluindo a nomenclatura correta das estruturas femininas 
e masculinas, desde a interação pólen-estigma até a formação do fruto (25,7%). A categoria 
MÉDIA inclui respostas incompletas e as que confundiam com o ciclo reprodutivo das briófitas, 
afinal, também são plantas (38,6%). Curiosamente, todas as respostas avaliadas como RUIM 
dissertam sobre fotossíntese (14,3%). 
A 6ª questão é a que mais nos chamou atenção, pois aponta a menor taxa de respostas tidas 
como BOA entre todas as questões, apenas 10% dos alunos relacionaram à algum fator evolutivo 
como especiação e interação com polinizadores ou alto valor adaptativo, incluindo diversidade de 
raízes, caules e folhas. Como MÉDIA, 32,9% apontaram apenas a interação com polinizadores e, 
enquanto RUIM, 47,1% responderam de forma aleatória como ―não sei‖, ―não imagino‖, ―porque 
Deus criou‖ ou ―através do cruzamento de espécies diferentes‖. 
Apesar de ser uma questão amplamente discutida sob várias disciplinas e com notícias 
veiculadas diariamente, a 7ª questão também apresenta um baixo resultado estimado como BOM, 
27,3% dos estudantes relacionaram muitas interações ecológicas e principalmente a exploração de 
recursos naturais como pontos chave na produção de alimentos. Já 27% (MÉDIA) citaram apenas a 
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desmatação e extinção de polinizadores. As respostas genéricas e diretas como ―aquecimento 
global‖, ―degradando o meio ambiente‖ etc., foram consideradas como RUIM compondo a taxa de 
21,4%. Esta é a pergunta com maior percentual de abstenção. 
Encerrando o questionário, temos uma questão pessoal, porém realizamos o julgamento 
pautado no comportamento político-social que de certa forma interfere na vida de todos. São 
incluídas como BOA as respostas de quem se acha parte da natureza (27%), embora alguns 
expressam não ter nenhuma relação direta com as plantas; MÉDIO (30%) representa as respostas 
―sim‖, ―normal‖; e consideramos RUIM a negativa de que não se acha parte da natureza (28,7%). 
Embora a maioria dos alunos tenha identificado corretamente os polinizadores e reconheça 
que a interação planta-animal é importante para produção de alimento, podemos considerar que a 
percepção dos estudantes acerca dos fatores de biodiversidade é preocupante, visto que, em todas as 
questões a categoria de resposta tida como BOA está abaixo de 30%. Segundo De Moura Carvalho 
(2017), este é o cenário ideal para atuação do educador ambiental, onde habitualmente o imaginário 
de natureza se estabelece a partir de conceitos midiáticos onde a presença do ser humano não existe 
ou quando existe se faz de maneira exclusivamente negativa. Deste modo, a EA pode superar esta 
dicotomia, evidenciando a possibilidade integrativa das relações biológicas, culturais e sociais e 
suas riquezas quando direcionadas para a recuperação do significado de ecodesenvolvimento 
(SORRENTINO et al., 2005). 
 
Histórico e aplicações 
Sentimos a necessidade de planejar aulas que apontassem algo próximo à realidade dos 
alunos, com o objetivo de sensibilizá-los através da identificação, uma abordagem que mostrasse a 
ciência mais palpável, além dos diversos conceitos e termos técnicos, buscamos demonstrar como a 
Botânica é aplicada e está presente em vários momentos das nossas vidas. Para isso, construímos 
uma linha do tempo demonstrando como os estudos surgiram a partir do desejo do homem de 
entender e classificar as formas de vida, até o desenvolvimento tecnológico da importância para a 
indústria farmacêutica, por exemplo. 
Uma curiosidade histórica muito interessante se deve ao fato de que entre os nomes mais 
conhecidos por contribuir significativamente para a botânica, estão pessoas que não tinham 
formação acadêmica na área, apenas demonstravam um imenso apreço e realizavam observações 
por hobby, o que posteriormente constituiu diversas publicações importantes no âmbito científico e 
artístico também. Tratamos este histórico com viés interdisciplinar, tentando mostrar como a 
Botânica pode ser associada à geografia, à história, à sociologia, à climatologia, à agricultura, aos 
alimentos, aos remédios e conhecimento popular. Para conquistar o interesse dos alunos iniciamos 
a aula contando o mito indígena sobre a origem da humanidade, retratado de maneira ilustrada no 
livro Biologia da Polinização, de Rech et al., (2014) que exibe como o homem sempre teve uma 
relação com as plantas desde o início da organização em comunidades. A turma demonstrou muita 
interesse e o tema foi se desenvolvendo de maneira bem descontraída a medida que surgiam 
dúvidas e comentários. 
 
Superpoderes vegetais 
Para a maioria dos estudantes, a anatomia e fisiologia vegetal são os conteúdos mais 
cansativos devido à dificuldade de compreensão e ao elevado número de termos técnicos. Muitos 
estudos apontam que este tema é trabalhado com o intuito de apresentar as terminologias e 
conhecimentos específicos e se isso ocorre de maneira descontextualizada impede o aluno de 
assimilar os conceitos (OLIVEIRA; PAES, 2014). Nesse sentido, planejamos uma aula objetivando 
demonstrar como as estruturas anatômicas e morfológicas são significativas e estão intimamente 
relacionadas com a fisiologia da planta e identificar os tipos de raiz e caule de acordo com a sua 
função. Para isso, utilizamos um vídeo introdutório, do canal no YouTube Nerdologia 
(https://www.youtube.com/watch?v=LvSw0mD2CPI), sobre a biologia do super-herói Groot, ―uma 
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árvore humanóide com os superpoderes de regeneração celular, elasticidade, aumento de tamanho, 
força, durabilidade regenerativa, manipulação de plantas, absorção de matéria orgânica e intelecto 
genial‖; o vídeo explica estas ações à luz da fisiologia vegetal, evidenciando que todos os poderes 
de Groot são possíveis e as plantas já apresentam todas essas capacidades, entretanto, num nível 
menor de observação. 
O fato dos alunos conhecerem o super-herói, garantiu a atenção e consequentemente a 
participação ao longo da discussão sobre o que seria possível ou não para as plantas. 
Posteriormente, vimos os principais tipos e funções de raízes e caules, à priori, apenas com a 
definição para que pudessem comentar como imaginaram tal adaptação, por fim vimos as imagens 
exemplificando cada uma e os alunos realizaram a identificação a partir do que estudamos. O 
resultado foi altamente satisfatório, com muitosacertos durante a identificação e especialmente 
com hipóteses e justificativas pertinentes para as escolhas, propondo que o conteúdo foi facilmente 
compreendido seguindo os conceitos de morfologia e função. 
 
Morfologia floral e reprodução 
De acordo com diversos estudos encontrados na literatura, a melhor metodologia para se 
ensinar-aprender botânica está diretamente relacionada à experiência visual (ARANHA; BORGES; 
SABINO, 2010; GIANNOTTI; PRIGOL, 2008), portanto, para esta temática realizamos coletas nos 
espaços verdes da escola e observações com auxílio de lupas, com o intuito de identificar as 
estruturas morfológicas femininas e masculinas e caracterizar os eventos da reprodução. Os alunos 
coletaram flores de morfologia variada para comparação das estruturas. Eles dispuseram as peças 
florais separadamente e descreveram a função a partir de seus conhecimentos prévios. 
Posteriormente, socializamos os resultados e discutimos sobre as possíveis explicações para as 
diferenças morfológicas, já introduzindo conceitos acerca da evolução e interações com 
polinizadores, também ressaltado na animação assistida sobre reprodução. 
Após a socialização dos resultados e a discussão sobre a caracterização de função das 
estruturas, distribuímos 3 moldes de flores em EVA: masculina, feminina e hermafrodita para que 
tentassem montá-las. Apenas o grupo da flor hermafrodita completou parcialmente a atividade. As 
diferentes formas das estruturas coletadas não foram um empecilho para a atividade proposta, 
assim, os grupos realizaram uma análise minunciosa, separando e agrupando as peças florais, 
contribuindo com a identificação acertada. Para além da atividade, memórias de brincadeiras da 
infância foram recordadas, o que certamente estabeleceu novos vínculos. 
 
Sentir botânica 
A partir do conceito de ―cegueira botânica‖ (SCHUSSLER; WANDERSEE, 2001), 
amplamente discutida por muitos cientistas, buscamos experimentar a botânica excitando o máximo 
de sentidos possíveis (MENEZES et al., 2008). Para isso, introduzimos a aula com as propriedades 
organolépticas dos vegetais atrelados à fisiologia humana da visão, do tato, do olfato e do paladar, 
visto que através destes sentidos podemos construir memórias e sentimentos conectados à qualquer 
experiência, logo, podemos utilizá-los como recurso didático (BORGES; DE PAIVA, 2009). 
Colocando tudo isso em prática realizamos atividades sensoriais. Por questão de organização e para 
dinamizar uma competição, dividimos a turma em 4 grupos para realizar três atividades que 
consistiam em adivinhar o material que era experimentado de olhos fechados através dos sentidos: 
tato, olfato e paladar. Em cada atividade havia pelo menos quatro componentes para dificultar a 
resposta, ganhou a equipe que acertou o maior número de itens e receberam como prêmio uma 
caixa de chocolate. A paleta de amostras do material utilizado para a prática dos sentidos foi 
organizada em: a) elementos que constituíram a prova de paladar (batata inglesa, batata doce, 
jerimum, queijo e couve); b) elementos que constituíram a prova de tato (folha de Mussaenda 
erythrophylla, folha artificial, granola e acerola) e c) elementos da prova de olfato (laranja cravo, 
canela, hortelã, folha de louro e rapadura). Houve grande resistência em participações na prova de 
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paladar, pois a maioria dos alunos não inclui tantos vegetais na dieta e todos que se propuseram 
acertaram apenas batata inglesa e queijo. Na prova de tato não houve acertos, porém, todos 
realizaram descrições muito detalhadas da experimentação. Já a prova de olfato foi a que obteve 
mais acertos. De certo, esta foi uma das oficinas mais interativas, acentuada pela curiosidade, 
fazendo com que quisessem saber quais eram os materiais. 
 
Polinizadores: Jogo Detetive Botânico 
Foi realizada uma releitura adaptada do jogo de tabuleiro Detetive, que originalmente leva 
os envolvidos a descobrirem um enigma, no caso em questão à proposta de descoberta consistia na 
introdução das relações coevolutivas existentes entre plantas e polinizadores de acordo com cada 
bioma brasileiro. Desta forma objetivou-se propor aos alunos envolvidos a descoberta do mistério 
ecológico-botânico: qual animal, planta, recurso floral e em qual bioma houve a interação? As 
cartas do jogo compreendiam em 5 polinizadores, 7 plantas, 5 recursos e 5 biomas. Previamente, 
quatro cartas foram recolhidas aleatoriamente e depositadas dentro de um envelope, ou seja, um 
polinizador, uma planta, um recurso floral e um bioma que seria o enigma a ser desvendado. As 
demais cartas foram distribuídas aos participantes. A turma foi dividida em 4 grupos, cada equipe 
recebeu cartas remanescentes de cada item e para o caminhar do jogo foram realizadas perguntas, a 
medida que uma equipe acertasse a resposta, ela poderia escolher outra equipe para descartar 
alguma carta e contribuir com a solução do mistério. Venceria o jogo a equipe que deduzisse o 
mistério primeiro. A ferramenta pedagógica Detetive Botânico contribuiu para a construção do 
processo de aprendizagem dos educandos de forma interdisciplinar e por meio da sensação de 
competição, estimulando mais esforços para aprender em busca da vitória (FREITAS et al., 2011) 
pois, à medida que os questionamentos foram resolvidos formou-se uma discussão construtiva 
sobre as interações planta-polinizador, possibilitando conexões com outros temas como evolução e 
adaptação dos animais e plantas, além das características dos biomas como clima, tipo de 
vegetação, ecologia das angiospermas, bem como os aspectos econômicos e culturais locais. 
 
Morfologia de frutos 
Para compor outra aula experimental, utilizamos os frutos mais conhecidos para as 
observações morfológicas. Na aula anterior, dividimos quais frutas cada aluno poderia levar e os 
bolsistas ficariam responsáveis por levar açaí e os acompanhamentos para degustação. Acreditamos 
que esta tenha sido uma das aulas mais enriquecedora, pois apesar da rejeição que algumas pessoas 
apresentam em relação ao consumo de vegetais, quando se trata de frutos temos uma aprovação 
unânime que culminou numa interação verdadeiramente fascinante. 
Com foco na contextualização, vimos especialmente a atuação do melhoramento genético 
para a produção, assim como a repercussão negativa do uso de defensivos agrícolas. Outra 
perspectiva que julgamos importante discutir foi a relação cultural de desvalorização dos frutos 
nativos da nossa região, sobre como o consumo influencia diretamente na produção e como 
poderíamos trazer mais visibilidade econômica para a Caatinga, por exemplo. 
 
Poliniarte 
Visando explorar segmentos artísticos com os alunos, propomos a confecção de quadros 
utilizando prego e linha com desenho livre que representasse um momento ou temática que tivesse 
um significado especial para eles. Este momento de descontração foi muito importante para 
estabelecer de fato um vínculo afetivo com a turma, pois, ao passo que desenvolvemos o trabalho, 
conversávamos sobre assuntos diversos do cotidiano e expondo também coisas pessoais sobre 
como observamos a vida. 
Alguns alunos que se portavam mais acuados durante as aulas anteriores demonstraram 
muita habilidade artística e se mostraram muito animados nessa aula, chegando a estimular os 
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demais. Evidenciando a importância de incitar a múltipla competências dos discentes, de modo que 
possam se expressar conforme o que lhes é mais natural (MATOS, 2009). 
Ao final da aula, cada estudantefalou um pouco sobre seu quadro e o que representava, 
muitos relatos envolviam mudanças pessoais da perspectiva sobre a relação homem-ambiente, 
especialmente a visão sobre importância das plantas e curiosidades acerca da alta capacidade 
adaptativa e resistência. 
 
Conclusões 
 
 Em meio aos entraves da educação, podemos observar que um fator determinante é a falta 
de interesse dos alunos, portanto, o uso tradicional de recursos como livro didático e apresentações 
em mídia se tornaram, de certa forma, obsoletos e já não despertam a atenção dos estudantes, pois 
reproduzem a mesma educação bancária definida por Paulo Freire (1970) baseada em decoração e 
avaliação, como demonstrado através do baixo desempenho dos alunos no questionário de 
conhecimentos prévios, deste modo, projetos com abordagem CTSA para difundir noções de 
equilíbrio ecológico são extremamente necessários para formação de uma sociedade 
ambientalmente consciente, especialmente ao passo que a degradação ambiental tem aumentado em 
níveis alarmantes. 
 Além de trabalhar os conceitos, foi possível sensibilizar alguns alunos sobre a importância 
de um olhar crítico para nossas atuações sociais e políticas envolvendo as plantas, sobretudo as que 
demandam ações de conservação e estão ligadas diretamente à nossa realidade, exemplificando os 
produtos que consumimos com defensivos agrícolas. 
 Diante do exposto, confiamos que as atividades desenvolvidas contribuíram 
significativamente para o ensino-aprendizagem do tema proposto. Ressaltando ainda que o uso das 
metodologias é viável para resgatar o interesse dos alunos e a motivação para participar de todo 
processo educativo do ensino como um mecanismo eficiente para se contrapor à cegueira botânica, 
proporcionado ainda a contextualização que é tão necessária para aproximar o aluno do conteúdo 
teórico científico. O uso da rede social Instagram (https://www.instagram.com/poliniza.acao/) 
também se fez muito útil para divulgação das atividades desenvolvidas e para manter uma ótima 
comunicação com os estudantes, a fim de trocar materiais de estudo e acrescentar às propostas por 
meio do feedback instantâneo, atributo da rede social que é bastante acessível para os jovens 
contemporâneos. 
 
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sobre a natureza. Educação e Pesquisa, v. 36, p. 539-570, 2010. 
SANCHES, Lucélia Campos Siqueira. Tecnologias contemporâneas no ensino de artes visuais utilizando a rede 
social Instagram. 2015. 
SILVA, Lenir Maristela; CAVALLET, Valdo José; ALQUINI, Yedo. O professor, o aluno e o conteúdo no ensino de 
botânica. Educação (UFSM), 2006. 
SILVA, Patrícia Gomes Pinheiro da. O ensino da botânica no nível fundamental: um enfoque nos procedimentos 
metodológicos. 2008. 
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. São Paulo: Saraiva, 2015. Tutela constitucional do meio 
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SCHUSSLER, Elisabeth E. Toward a theory of plant blindness/JH Wandersee, EE Schussler. Plant Science 
Bulletin, n. 47, p. 2-7, 2001. 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
74 
 
AÇÕES DE EXTENSÃO E A MODIFICAÇÃO NA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE ESCOLAS 
FAMÍLIA AGRÍCOLA ACERCA DA BOTÂNICADaniele Souza da Costa, Angélica Souza da Costa, Mellissa Sousa Sobrinho*
 
Laboratório de Biologia Floral e Reprodutiva - FLOREM; Universidade Federal do Amapá/Campus Mazagão. 
*mellissasobrinho@unifap.br 
 
Introdução 
 
Historicamente, devido à proximidade do homem com o meio ambiente, seria esperado que 
a Botânica fosse considerada a ciência de maior compreensão e aceitação em sala de aula, porém 
não é isso que se percebe (URSI et al., 2018). O ensino de Botânica, na atualidade, caracteriza-se 
como muito teórico e desestimulante, sendo subvalorizado dentro do ensino de Ciências e Biologia, 
faltando condições de infraestrutura, de modo geral, nas escolas e melhor preparo dos professores 
para modificar essa situação (TOWATA; URSI; SANTOS, 2010; MORAES, 2019). A abordagem 
da Botânica na Educação Básica ainda está distante de alcançar os objetivos esperados em um 
processo de ensino-aprendizagem realmente significativo e transformador, não despertando o 
interesse de professores e alunos pelo conteúdo, tornando-o distante de suas realidades (URSI et 
al., 2018). 
Na região amazônica, as aulas de Botânica limitam-se às salas de aula, o que impede o 
avanço do conhecimento dos alunos acerca da biodiversidade existente (BATISTA; ARAÚJO, 
2015). Autores têm sugerido a utilização de aulas mais práticas, empregando diversos métodos de 
aprendizagem como estratégia didática para melhorar a qualidade do ensino/aprendizado dos 
estudantes, principalmente na área da Botânica (KATON; TOWATA; SAITO, 2013; SILVA; 
CANDIDO; LIMA, 2018). O ensino mais prático, dentro da sala de aula e em ambientes fora dela, 
tem mostrado ser eficiente no aprendizado, pois os alunos são estimulados a fazer uma melhor 
reflexão e a participar das práticas, trazendo sua realidade para seu próprio conhecimento escolar, 
tornando-os sujeitos mais ativos no processo de ensino-aprendizagem (SILVA et al., 2015). 
As plantas, presentes cotidianamente na vida das pessoas, ainda passam despercebidas por 
elas, sendo, por vezes, menosprezadas em importância (SILVA; CANDIDO; LIMA, 2018). 
Oliveira e Paes (2014) defendem que é crucial que os conteúdos relacionados aos vegetais tenham 
também papel de destaque no aprendizado dos alunos, pois só assim irão compreender e valorizar 
os processos ecológicos ocorrentes na natureza, para poder proteger e garantir o equilíbrio do 
planeta. Com isso, estudos com enfoque na polinização mostram-se relevantes nesse processo, uma 
vez que envolvem a biologia reprodutiva das plantas e os polinizadores, que prestam um serviço 
essencial aos ecossistemas e ajudam a manter toda a diversidade da cadeia alimentar e grande parte 
da produção agrícola (WOLOWSKI et al., 2018). 
O presente trabalho teve por objetivo investigar a percepção dos estudantes do Ensino 
Médio e pós-Médio de escolas família do estado do Amapá sobre plantas e seus aspectos 
reprodutivos antes e depois de ações do projeto ―Para não dizer que não falei das flores e dos 
polinizadores também no Ensino Médio‖. 
 
Metodologia 
 
A pesquisa foi realizada junto às ações do projeto de extensão ―Para não dizer que não falei 
das flores e dos polinizadores também no Ensino Médio‖, cadastrado no Departamento de Extensão 
da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e promovido pelo Curso de Licenciatura em 
Educação do Campo - Ciências Agrárias e Biologia da UNIFAP/Campus Mazagão. Este projeto 
promoveu divulgação de conhecimentos científicos da área da Botânica, mais especificamente 
sobre Biologia Reprodutiva de Plantas para alunos de escolas família localizadas na zona rural do 
estado do Amapá. Um dos objetivos era o de ao difundir, de forma diferenciada, conceitos sobre 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
75 
 
flores e polinizadores entre alunos de escolas campo para que estes passassem a observar melhor o 
ambiente que os cercavam, buscando sua conservação e preservação. 
O projeto foi executado em duas escolas família agrícola (EFA) do estado do Amapá, a 
Escola Família Agroextrativista do Maracá (EFAEXMA), localizada no município de Mazagão, 
distante 154 km da sede do município, e a Escola Família Agrícola do Pacuí (EFAP), localizada no 
distrito de São Joaquim do Pacuí, zona rural de Macapá e distante 128 km da zona urbana da 
capital. Nestas escolas, orientadas pela Pedagogia da Alternância, foram contemplados alunos em 
regime de internato de turmas do Ensino Médio e do Curso Técnico em Agropecuária (pós-Médio). 
As atividades do projeto foram desenvolvidas por acadêmicas do Curso de Educação 
Campo, bolsistas do projeto de extensão, ao longo de dois dias em cada escola, quando foram 
tratados conceitos relacionados a plantas com flores e a polinização, em etapas denominadas ―Etapa 
Flores‖ e ―Etapa Polinizadores‖, respectivamente. Na Etapa Flores, foi abordada a classificação 
geral dos grupos que compõem o Reino Plantae, considerando evolução e ocupação do ambiente 
terrestre, e elucidado o papel reprodutivo das flores, evidenciando os seus atributos morfológicos e 
os recursos oferecidos aos visitantes. O processo de polinização, os polinizadores bióticos, o que os 
atrai nas flores, como são recompensados e os serviços ecossistêmicos prestados foram os assuntos 
abordados da Etapa Polinizadores. 
As escolas do campo receberam aulas expositivas sobre o tema, incluindo atividades 
teóricas e práticas, com ações em sala de aula e em área externa, nas proximidades das escolas. 
Para a obtenção dos dados, foi construído um questionário com 16 perguntas abertas e fechadas, 
sendo este aplicado aos alunos antes do inicio da primeira aula e ao final das ações do projeto. 
Inicialmente objetivou-se investigar o conhecimento prévio dos alunos sobre conteúdos de 
Botânica, assim cada participante respondeu anonimamente a um questionário e ao final, para 
avaliar o aprendizado adquirido, aplicou-se novamente o mesmo questionário. A tabulação e 
análise dos dados foram realizadas através do programa Microsoft Excel 2013. 
 
Resultados e discussão 
 
A pesquisa contou com a participação de 38 alunos no primeiro dia e com 32 ao final da 
segunda etapa do projeto. A grande maioria dos participantes era composta por jovens do sexo 
masculino, com idade entre 15 a 25 anos. 
A análise dos questionários mostrou que os alunos já possuíam o claro entendimento de que 
planta é um ser vivo, no entanto, quando questionados se todas as plantas produziam flor, 
primeiramente 52,6% responderam que sim e, mesmo após as aulas, este número ainda permaneceu 
alto, com 41%. Estudos relacionados a este tema já atraíam o interesse de 73,7% daquele público. 
Após as etapas do projeto, mais pessoas afirmaram gostar de estudar sobre as plantas (78%). 
O percentual de alunos que são atraídos pelo ―mundo das plantas‖ mostrou-se expressivo 
nas EFA; normalmente os estudantes mostram mais interesse, dentro do ensino de Biologia, por 
conteúdos não referentes aos vegetais, como apontado por Balas e Momsen (2014), que afirmam 
que estes são mais atraídos por animais do que por plantas, dificultando a compreensão dos 
mesmos por conteúdos botânicos. Em pesquisa realizada com alunos de escolas de todas as Regiões 
do Brasil, foi observado maior interesse por parte de alunos da Região Norte em estudar temas 
ligados à biodiversidade que os cerca, sobre os seres vivos locais, da sua Região (FRANZOLIN; 
GARCIA; BIZZO, 2020). Mesmo com o fascínio pelas plantas, o conhecimento que os alunos 
participantes mostraram sobre elas é pouco aprofundado. Faz-se necessário a valorização das 
plantas e de seu ensino para que os alunos e professores sejam cientes do quão presente as plantas 
estão no seu cotidiano e tenham facilidade em compreendê-las (URSI et al., 2018). 
O conteúdo de Botânica, nos diferentesde cipó-titica (Heteropsis spp.) 
 
PhD. Janaína Deane de Abreu Sá Diniz – Universidade de Brasília (UnB), 
Brasília, Distrito Federal, Brasil 
Agroextrativismo e uso sustentável da sociobiodiversidade no Cerrado 
brasileiro 
 
Lançamento do livro 
 
“Alternativas para o 
Bioma Cerrado: Agroextrativismo e 
uso sustentável da 
sociobiodiversidade” 
 
PhD. Janaína Deane de Abreu Sá 
Diniz – Universidade de Brasília 
(UnB) 
 
 
 
 
 
Dia 09/12/2020 (Quarta-feira) 
Manhã 
8h30min 9h30min 10h 11h 
 
Simpósio 
 
Novos Talentos na Ciência 
 
Me. Iranir Andrade dos Santos – Universidade do 
Estado do Amapá (UEAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Bruno de Santana Santos et al. 
Qual a quantidade de água necessária para a 
germinação das sementes da Caatinga? 
 
Cleicy Alves de Sousa et al. 
O saber etnobotânico dos estudantes sobre o 
cipó-titica (Heteropsis spp. - Araceae) e as 
intervenções pedagógicas de uma Escola Família 
Agrícola no Amapá 
 
Isabelly Ribeiro Guabiraba et al. 
A experiência de participação de extratoras de 
óleo de pracaxi no 2° prêmio sat bndes: 
estímulo à organização comunitária 
 
Mariana Serrão dos Santos et al. 
Peperomia Ruiz & Pav. 
subgênero Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. 
(Piperaceae) no Estado do Amapá 
 
Conferência 
 
Conservação e atualidades 
em Bromeliaceae 
 
Dr. Gabriel Araújo da Silva - 
Universidade do Estado do 
Amapá (UEAP), Macapá, 
Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Ivón Mercedes Ramírez 
Morillo - Centro de 
Investigación Científica de 
Yucatán, Mérida, México 
Hechtioideae (Bromeliaceae) 
un grupo Megamexicano 
 
Simpósio 
 
Restauração florestal em áreas 
degradadas nos ecossistemas 
amazônicos 
 
Eng. Carlos Armando Reyes Flores – 
Mestrando em Ciências Ambientais 
pela Universidade Federal do 
Amapá (UNIFAP) 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Rafael de Paiva Salomão - 
Museu Paraense Emilio Goeldi – 
Belém, Pará, Brasil 
Seleção de espécies estruturantes 
para restauração de florestas de 
áreas degradadas em área de 
mineração 
 
Dr. Marcus Emanuel Barroncas 
Fernandes - Universidade Federal 
do Pará (UFPA), Bragança, Pará, 
Brasil 
Seleção de espécies para 
restauração de florestas de 
manguezais 
 
Palestra 
 
Alessandra dos Santos 
Facundes – Universidade 
Federal do Amapá (UNIFAP), 
Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Eng. Carlos Armando Reyes 
Flores – Mestrando em Ciências 
Ambientais pela Universidade 
Federal do Amapá (UNIFAP), 
Macapá, Amapá, Brasil 
Universidad Nacional Del 
Centro Del Peru 
Lima, Peru 
Ecourbanismo 
 
 
Tarde 
14h 15h30min 16h 16h30min 
 
Simpósio 
 
Estudos de Orquídeas nas Américas 
 
Simpósio 
 
Focos de queimadas no 
 
Palestra 
 
Dra. Marcela Nunes 
 
Simpósio 
 
Produção e polinização do açaizeiro 
 
 
 
Dr. Antônio Ferreira de Oliveira – 
Instituto Federal do Amapá (IFAP), 
Laranjal do Jari, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Patrick de Castro Cantuária - 
Instituto de Pesquisas Científicas, 
Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Por que o gênero Mormodes 
(Orchidaceae) necessita de uma revisão 
urgente? 
 
Me. Isler Chinchilla Alvarado - Jardín 
Botánico Lankester, Universidad de 
Costa Rica, San José, Costa Rica 
Pequenas joias verdes: orquídeas 
Malaxis na Costa Rica 
 
Dr. Germán Carnevali Fernández-Concha 
- Centro de Investigación Científica de 
Yucatán, Mérida, México 
Biogeografía y evolución de Encyclia 
(Laeliinae: Orchidaceae) 
 
Amapá 
 
Dra. Mellissa Sousa Sobrinho 
– Universidade Federal do 
Amapá (UNIFAP), Mazagão, 
Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Me. Nadiane Munhoz Araújo 
– Universidade do Estado do 
Amapá (UEAP), Macapá, 
Amapá, Brasil 
Variação espaço-temporal de 
cicatrizes de queimada no 
município de Mazagão, 
Estado do Amapá 
 
Esp. Patrícia Ribeiro Salgado 
Pinha – ICMBio, Macapá, 
Amapá, Brasil 
Focos de queimadas na 
Reserva Biológica do Lago 
Piratuba e entorno, Estado 
do Amapá 
 
 
Videira – Universidade do 
Estado do Amapá (UEAP), 
Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
MSc. Adelson Rocha 
Dantas – Doutorando do 
Instituto de Pesquisas da 
Amazônia (INPA), Manaus, 
Amazonas, Brasil 
História natural de 
Pentaclethra macroloba 
(Willd.) Kuntze (Fabaceae) 
no estuário do Rio 
Amazonas 
 
 
Dr. Tonny David Santiago Medeiros – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Alexandre Luis Jordão – Instituto de Pesquisas 
Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá 
(IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Polinização do açaizeiro no Amapá 
 
Dra. Jakeline Maria dos Santos – Universidade 
Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, Alagoas, 
Brasil 
Compostos voláteis das flores do açaizeiro 
 
Dra. Ana Margarida Castro Euler – Empresa 
Brasileira de Pesquisas Agropecuárias 
(EMBRAPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Aspectos socioambientais da cadeia de valor do 
açaí no estuário do rio Amazonas, estados do 
Amapá e Pará 
 
Me. Richardson Ferreira Frazão – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
As abelhas melíferas são polinizadoras do 
açaizeiro 
 
Dia 09/12/2020 (Quarta-feira) 
Minicursos 
19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 20h30min 
 
Minicurso 1 
 
Dra. Valéria Saldanha Bezerra 
Ministrante 
 
 
Minicurso 2 
 
Dr. Antônio Francelino de Oliveira Filho 
Ministrante 
 
 
Minicurso 3 
 
MSc. George Azevedo de Queiroz 
Ministrante 
 
 
Minicurso 4 
 
Dr. Rafael Barbosa Pinto 
Ministrante 
 
 
 
A ferramenta Mendeley e sua 
interação com plataformas de 
buscas de artigos científicos 
A sistemática vegetal como ferramenta 
para conhecer a diversidade Introdução a Morfologia das 
Angiospermas Uma Visão Genética da Conquista do 
Ambiente Terrestre Pelas Plantas 
 
 Dia 10/12/2020 (Quinta-feira) 
Manhã 
8h30min 9h30min 10h 
 
Simpósio 
 
Novos Talentos na Ciência 
 
Me. Iranir Andrade dos Santos – Universidade do Estado do Amapá 
(UEAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
João Felipe V. Corrêa et al. 
Distribuição diamétrica e produção de sementes de andirobeiras em 
floresta de terra firme 
 
Kátia dos Santos Pantoja e Lúcia Tereza Ribeiro do Rosário 
Mulheres coletoras de sementes no estuário amazônico: a 
manutenção da agrobiodiversidade e da sociobiodiversidade 
 
Larissa dos Santos Sarges et al. 
Índice de Vegetação de Diferença Normalizada (NDVI) na Resex do Rio 
Cajari, após o mais forte El Niño (2015/2016) da Amazônia 
 
Ruana Serrão Ferreira et al. 
A valorização do saber local sobre o cipó titica (Heteropsis spp. - 
Araceae) como estratégia pedagógica no ensino de botânica: uma 
análise na Escola Família Agrícola na região da Perimetral Norte No 
Estado Amapá 
 
Palestra 
 
Me. Juliana Eveline dos Santos Farias 
– Instituto Federal do Amapá (IFAP), 
Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Llinet Marcela Serna Gonzalez –
 Tecnológico de Antioquia-Institución 
Universitaria (TdeA), Antioquia, 
Colômbia 
Taxonomia, Ecologia e Conservação 
de Magnolia L. 
 
Roda de Conversa 
 
Alimentos para o corpo e para a mente 
como práticas cotidianas na 
agrobiodiversidade 
 
Esp. Plúcia Franciane de Ataide 
Rodrigues – Instituto Federal do Amapá 
(IFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Galdino Xavier de Paula Filho – 
Universidade Federal do Amapá 
(UNIFAP/MZG), Mazagão, Amapá, Brasil 
Agrobiodiversidade alimentar e 
recursos alimentícios locais: 
contribuições para a Segurança 
Alimentar 
 
Dra. Meire Adriana da Silva – 
Universidade Federal do Amapá 
(UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
O reconhecimento dos Territórios Uaçá, 
Galibi e Juminã, enquanto fator de 
segurança alimentar 
 
Tarde 
14h 15h30min 17h30min 
 
Simpósio 
Roda de conversa 
Simpósio 
 
 
 
A Amazônia e seu potencial biotecnológiconíveis de ensino, ainda é ‗enfrentado‘ com muita 
dificuldade pelos estudantes e mostra-se pouco interessante, principalmente quando é apresentado 
em longos conteúdos dentro de sala de aula (KATON; TOWATA; SAITO, 2013). Silva, Candido e 
Lima (2018) defendem que para facilitar o aprendizado dos alunos é necessário ir além dos muros 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
76 
 
da escola e trabalhar o dia a dia destes, sempre buscando diversos recursos alternativos, como 
jogos, experimentos e outros, que podem ajudar a despertar o interesse dos alunos pela Botânica. 
Ao tentarem classificar a ciência Botânica, inicialmente 32% dos alunos informaram não 
saber, 21% classificaram como a ciência que estuda as plantas/vegetais e os demais associaram a 
―partes das plantas‖, ―flores‖, ―coleta de plantas‖ e ―seres vivos/natureza em geral‖. A aplicação do 
segundo questionário mostrou alterações positivas desses percentuais, com aumento para 50% de 
associações da Botânica com a ciência que estuda as plantas/vegetais. Porém o aumento da 
associação a flores, restringindo a Botânica às angiospermas, merece atenção para as futuras ações 
de extensão com o mesmo enfoque (Figura 1). 
 
 
Figura 1. Concepção de alunos da Escola Agrícola do Pacuí e da Escola Agroextrativista do Maracá, no Amapá, sobre 
a definição de Botânica antes e depois das ações do projeto de extensão ―Para não dizer que não falei das flores e dos 
polinizadores também no Ensino Médio‖. 
 
Em pesquisa realizada com alunos do Ensino Médio de escola pública localizada em 
Parintins, no Amazonas, constatou-se 38% de acertos sobre a definição de Botânica (BATISTA; 
ARAÚJO, 2015). Segundo os autores, assim como em parte deste trabalho, as outras 
colocações/termos utilizados pelos alunos estão dentro do contexto da Botânica, mesmo havendo 
grande diversificação de palavras. 
A maioria dos participantes já havia estudado conteúdos relacionados a flor (63%), mas 
apenas 16% responderam corretamente que essa é um órgão de reprodução; este percentual elevou-
se para 38% após as aulas. Ao investigar sobre o entendimento da função biológica da flor após as 
aulas, este, aparentemente, ainda ficou confuso para boa parte dos alunos, que associaram flores à 
produção de frutos e/ou atração polinizadores, desassociando de seu real papel, a reprodução das 
angiospermas. 
Ainda buscando avaliar o conhecimento dos alunos sobre flor, foi questionado sobre as 
partes que compõem uma flor e, no primeiro questionário, pétala e sépala foram as mais citadas (20 
e 18 vezes, respectivamente). Já após as aulas, além dessas, outras partes também foram citadas 
diversas vezes, como ovário (19), estilete (18), estigma (18), pedicelo (17), filete (16) e óvulo (15), 
tendo as demais partes um número menor de citações pelos alunos. 
Ao tratar com os estudantes mais especificamente sobre o grupo das angiospermas, com 
ênfase nas flores, eles apresentaram um pouco de dificuldade com algumas definições. Para Viola 
(2011), o estudante tem que compreender que nem todos os grupos de plantas produzem flores, que 
ela é a parte da planta que tem a função de reprodução e que os alunos devem conhecer os detalhes 
das diferentes flores, ou seja, conhecimento científico sobre flor, porque essa faz parte de um ciclo 
que é fundamental para a manutenção dos ecossistemas. 
Quanto ao processo de polinização, inicialmente 73% dos alunos informaram que já haviam 
estudado sobre o assunto e, quase que em sua totalidade (94,7%), mostraram desde o início das 
aulas ter consciência do quão importante é este processo ecológico. Entretanto, a relação de 
necessidade do ser humano pelos polinizadores foi vista como real por poucos alunos, verificado 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
77 
 
devido as opções ‗ser humano‘ e ‗as pessoas que vivem nas cidades‘ terem sido as menos marcadas 
como os que precisavam dos polinizadores. Estudos sobre a polinização realizada por diversos 
agentes polinizadores, dos quais os bióticos têm grande importância e destaque para a polinização 
de diversas espécies de plantas, demonstram a dependência dos seres humanos pelos polinizadores 
(MAUÉS, 2014). Essa questão precisa de mais atenção e divulgação, uma vez que os polinizadores 
prestam um serviço ecossistêmico considerado fundamental para a produção agrícola e para a 
conservação ambiental, serviços dos quais a humanidade é dependente (IMPERATRIZ-FONSECA 
et al., 2012). É necessário entender essa relação para que os animais polinizadores possam ser 
preservados, já que a ação humana vem causando perdas na biodiversidade e alterando os 
ecossistemas, afetando-os (IMPERATRIZ-FONSECA, 2004). 
Quanto aos polinizadores, 8% dos alunos afirmaram não conhecer nenhum e os demais, que 
conheciam, citaram bastante abelha, indicando em menor número beija-flor, morcego, besouro e 
alguns outros. Destaque às ―mangangavas‖ (Bombus spp. e Xylocopa spp.), mencionadas por 
alunos em associação às abelhas, como se assim não fossem. Após as aulas, o número de citações 
de polinizadores bióticos ficou um pouco mais uniforme entre eles e foram acrescidos mais dois à 
lista, mariposa diurna e esfingídeo, discutidos em aula. 
Os alunos mostraram ter visão negativa em relação aos morcegos, pois o animal era pouco 
conhecido como importante agente ecológico e mais como transmissor de doença. Os morcegos 
prestam importantes serviços para o bom funcionamento dos ecossistemas, como o transporte de 
pólen a longas distâncias e a dispersão de sementes, auxiliando para a perpetuação de muitas 
espécies vegetais (REIS et al., 2007). A percepção negativa sobre os morcegos mudou após a aula, 
mostrando a importância da divulgação de informações, desmistificando preconceitos, corrigindo 
erros e até diminuindo medos. 
Questionados sobre o que as abelhas buscam quando visitam flores, pólen e néctar foram os 
recursos mais marcados entre as opções disponibilizadas, tendo sido mel a escolha de 14 alunos, 
como se este fosse produzido e oferecido pelas flores às abelhas. Essa ideia se deve em parte ao que 
é apresentado em diversos meios de comunicação e se apresenta em alunos desde o Ensino 
Fundamental (COSTA; COSTA; SOBRINHO, 2020), mostrando a necessidade de projetos de 
educação científica com educandos de todas as idades, desde as séries iniciais. 
Sobre como as plantas estão presentes na vida dos alunos, no primeiro e segundo momento 
da pesquisa, mais de 80% afirmaram que as plantas estão presentes de diversas maneiras, como 
enfeite, árvores, flores, frutos, dando sombra, aos arredores da escola, no ato de respirar, para a 
saúde, na ornamentação das casas, hortas, alimentação, ao irrigá-las, nos pomares, em estudos de 
campo, na Botânica, nos quintais, durante o dia todo, do deitar ao levantar. As EFA possuem o 
diferencial de possibilitar total imersão de seus alunos em atividades de campo, podendo aproveitar 
isso para contextualizar o ensino de Botânica e, de forma interdisciplinar, aprofundar este 
conhecimento, apresentando a real importância desses seres fotossintetizantes primordiais, que 
moldaram histórias evolutivas, sociais e econômicas. 
 
Considerações finais 
 
O projeto de extensão ―Para não dizer que não falei das flores e dos polinizadores também 
no Ensino Médio‖, realizado em parceria com escolas família, almejou contribuir para a formação e 
capacitação de futuras professoras do campo e também compartilhar conhecimentos fora dos muros 
da universidade, buscando beneficiar discentes, comunidade escolar e sociedade em geral. Através 
dos resultados obtidos, foi possívelconstatar que a percepção sobre Botânica foi ampliada entre os 
alunos após as ações do projeto, como verificado quando algumas definições como, ―classificar 
botânica, identificar partes florais, reconhecer a função/importância dos polinizadores‖, 
conseguiram obter maiores percentuais de acertos diretos. Os alunos das EFA participantes do 
projeto de extensão mostraram ter afinidade pela Botânica e disposição em entender um pouco mais 
sobre as plantas floríferas e os visitantes florais presentes em seus cotidianos, mas para os quais não 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
78 
 
davam tanta atenção. Estes alunos têm uma relação visivelmente constante com as plantas pelo fato 
de estudarem em uma escola do campo que promove e estimula o frequente contato com as plantas, 
inclusive em atividades de campo, como o cultivo de alguns dos alimentos que complementam suas 
refeições. No entanto, o conhecimento científico ainda é fragmentado, a Botânica acaba sendo vista 
como só mais uma disciplina e é pouco associada ao cotidiano, mesmo estando tão presente. É 
necessário aprofundar e difundir cada vez mais o conhecimento científico sobre a Botânica nas 
escolas família e utilizar metodologias que facilitem o aprendizado, intercalando nas aulas teoria, 
prática, atividades extraclasse e projetos voltados para o melhor entendimento desta ciência tão 
tangível no dia a dia destes alunos amazônidas. 
 
Agradecimentos 
 
À Pró-Reitoria de Extensão e Ações Comunitárias da Universidade Federal do Amapá, pelo apoio financeiro para a 
execução do projeto e pelas bolsas concedidas a Angélica Costa e Daniele Costa (Edital N. 001/2019 – 
DEX/PROEAC/UNIFAP). À Escola Família Agrícola do Pacuí e à Escola Família Agroextrativista do Maracá pela 
parceria e apoio para realização das ações de extensão e pesquisa. 
 
 Referências 
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II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
80 
 
CATÁLOGO DA BRIOFLORA DO ESTADO DE SERGIPE, BRASIL 
 
Fabiano S. Dantas*, Marla I. U. de Oliveira 
Universidade Federal de Sergipe. 
*fabianodantas.bio@gmail.com 
 
Introdução 
 
 Briófitas são plantas popularmente conhecidas como antóceros, hepáticas e musgos 
(COSTA et al., 2010). Para o Brasil são registradas cerca de 1.500 espécies, com representantes em 
todos os domínios fitogeográficos (COSTA; PERALTA, 2015). A região Nordeste do Brasil 
resguarda aproximadamente 50% dos táxons referidos para o país, sendo considerada, portanto, a 
terceira mais diversa (FLORA DO BRASIL 2020 em construção, 2020). Apesar disso, o estado de 
Sergipe está entre os que apresenta as menores adições à sua brioflora (COSTA; PERALTA, 2015). 
 No Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil (COSTA; LUIZI-PONZO, 2010), foram 
reportados 50 musgos e hepáticas para Sergipe. Já Costa e Peralta (2015) registraram 62 espécies 
de Bryophyta e Marchantiophyta, mas na Flora do Brasil 2020 são referidas apenas 60 delas 
(FLORA DO BRASIL 2020 em construção, 2020). Ao comparar essas informações com aquelas 
presentes nos principais trabalhos já realizados no Estado (YANO, 1994; YANO; PERALTA, 
2006; YANO et al., 2010, 2011; SILVA, 2013; SILVA et al., 2016), esses valores tornam-se 
inconsistentes. Este fato, associado à ausência de um inventário para a brioflora em Sergipe, 
dificultam os estudos relacionados à distribuição geográfica dessas espécies para a Flora do Brasil. 
 Diante disso, o presente trabalho compilou as ocorrências de briófitas registradas em 
publicações e plataformas de dados online para Sergipe, afim de apresentar uma listagem atualizada 
dessas espécies. Isso poderá ser utilizado como base para estudos florísticos, taxonômicos, 
ecológicos e conservacionistas futuros, bem como auxilia no preenchimento das lacunas antes 
existentes no conhecimento da brioflora em Sergipe. 
 
Material e métodos 
 
 O estado de Sergipe está localizado na região Nordeste do Brasil, entre as coordenadas 
9°31‘-11°34‘S e 36°25‘-38°14‘W. Possui uma área aproximada de 21.910 km
2
, sendo considerado 
a menor unidade da federação. Limita-se o norte pelo estado de Alagoas, ao sul e oeste pelo estado 
da Bahia, e ao leste pelo Oceano Atlântico.O clima é predominantemente quente e úmido. A 
vegetação é composta principalmente por remanescentes de Caatinga e Mata Atlântica. O revelo 
em sua maior parte não ultrapassa os 300 m, no entanto, pode alcançar até 800 m em um complexo 
de serras residuais localizados no agreste sergipano (FRANÇA; CRUZ, 2013). 
 Para a realização desta revisão de literatura foram consultados os catálogos de Yano (1989, 
1995, 2006, 2008, 2010, 2011, 2013), a Flora do Brasil 2020 (FLORA DO BRASIL 2020 em 
construção, 2020), o speciesLink (CRIA, 2020) e as principais publicações de briófitas no Estado: 
Yano (1994), Gradstein e Costa (2003), Yano e Peralta (2006), Yano et al. (2010, 2011), Bonfim 
(2011), Bordin (2011), Farias (2013), Silva (2013), Costa (2016), Silva et al. (2016), Lima (2019). 
As espécies encontradas nessas bibliografias foram listadas e, para aquelas que apresentavam 
nomenclatura desatualizada, foram apresentadas atualização. A classificação utilizada segue aquela 
presente em Goffinet & Shaw (2009). 
 
Resultados e discussão 
 
 Foram encontradas 31 famílias, 72 gêneros e 145 espécies de briófitas reportadas para o 
estado de Sergipe (Tabela 1). Os musgos (Bryophyta) corresponderam a 68 espécies, sendo as 
famílias mais diversas Calymperaceae (10spp.), Fissidentaceae (8spp.) e Sematophyllaceae (6spp.), 
respectivamente (Figura 1A). Já as hepáticas (Marchantiophyta) foram representadas por 77 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
81 
 
espécies, e as famílias que apresentaram maior riqueza foram Lejeuneaceae (51spp.) e 
Frullaniaceae (9spp.), respectivamente (Figura 1B). É importante ressaltar que não foram 
localizados registros de antóceros (Anthocerotophyta). 
 Quanto a distribuição geográfica no estado de Sergipe, foram encontrados 15 municípios e 
18 localidades específicas com registros coletados, a saber: [1] Aracaju (Centro da Cidade); [2] 
Areia Branca – Itabaiana (Parque Nacional Serra de Itabaiana); [3] Barra dos Coqueiros (Ilha de 
Santa Luzia); [4] Capela (Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco); [5] Cristinápolis (Margem do 
Rio Real); [6] Estância (Área de Proteção Ambiental Litoral Sul); [7] Estância (Margem da 
Rodovia BR-101); [8] Itabaiana (Margem do Rio Tabocas); [9] Neópolis (Margem do Rio São 
Francisco); [10] Nossa Senhora do Socorro (Floresta Nacional do Ibura); [11] Pirambu (Reserva 
Biológica Santa Isabel); [12] Ribeirópolis; [13] Rosário do Catete (Margem da Rodovia BR-101); 
[14] Santa Luzia do Itanhy (Mata do Crasto); [15] São Cristóvão (Campus Universitário); [16] São 
Cristóvão (Centro Histórico); [17] São Cristóvão (Margem da Rodovia BR-101); [18]. 
 
 
Figura 1.Número de espécies de briófitas por família em Sergipe. A. Bryophyta. B. Marchantiophyta. 
 
 Em relação à distribuição nos diferentes ambientes do Estado (Fig. 2), a Mata Atlântica foi 
a que apresentou maior número de espécies (133spp.), seguida pela Caatinga (13spp.). Já os 
remanescentes de restinga e os centros urbanos apresentaram dez espécies cada. Observa-se que há 
uma diferença de ocorrências entre o primeiro e demais tipos vegetacionais, o que pode ser 
explicado pela carência de coletas na Caatinga, restinga e centros urbanos. 
 
 
Figura 2.Distribuição de musgos e hepáticas por tipo vegetacional em Sergipe. 
 
 Dentre as Unidades de Conservação presentes em Sergipe, apenas o Parque Nacional Serra 
de Itabaiana (YANO, 1994; SILVA, 2013), o Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco (SILVA, 
2013) e a Reserva Biológica Santa Isabel (SILVA et al., 2016) foram devidamente catalogadas. 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
82 
 
Isso reforça a necessidade de diminuir as lacunas amostrais ainda existentes na brioflora do Estado, 
em especial nas áreas prioritárias de conservação que permanecem subinventariadas, como as Áreas 
de Proteção Ambiental (APA) do Litoral Sul e Morro do Urubu, a Área de Relevante Interesse 
Ecológico (ARIE) Mata do Cipó, a Floresta Nacional (FLONA) do Ibura e o Parque Estadual (PE) 
Marituba. 
 
Tabela 1.Catálogo de briófitas referidas para Sergipe e sua distribuição geográfica no Estado. Legenda: CAA = 
Caatinga. MA = Mata Atlântica. RES = Restinga. URB = Urbana 
Família Nome científico Ambiente 
DIVISÃO BRYOPHYTA 
Archidiaceae Archidium julicaule Müll.Hal.
18
 CAA 
 Archidium ohioense Schimp. ex Müll.Hal.
9,11,18
 CAA, RES 
Bartramiaceae Philonotis cernua (Wilson) Griffin & W.R.Buck
5
 MA 
 Philonotis uncinata (Schwägr.) Brid.
4
 MA 
Brachytheciaceae Meteoridium remotifolium (Müll.Hal.) Manuel
2
 MA 
 Squamidium brasiliense (Hornsch.) Broth.
2
 MA 
 Zelometeorium patulum (Hedw.) Manuel
2
 MA 
Bryaceae Bryum coronatum Schwägr.
11,15
; RES, URB 
 Rhodobryum procerum (Schimp.) Paris
2,5,8
 CAA, MA 
 Rosulabryum billarderi (Schwägr.) Spence
4
 MA 
 Rosulabryum densifolium (Brid.) Ochyra
2
 MA 
Calymperaceae Calymperes afzelii Sw.
2,4,6
 MA 
 Calymperes palisotii Schwägr.
1,2,3,4,6,11,15
 MA, RES, URB 
 Octoblepharum albidum Hedw.
2,4,11
 MA, RES 
 Octoblepharum cocuiense Mitt.
2
 MA 
 Syrrhopodon brasiliensis Reese
2
 MA 
 Syrrhopodon gaudichaudii Mont.
2
 MA 
 Syrrhopodon graminicola Williams
2
 MA 
 Syrrhopodon incompletus Schwägr.
4
 MA 
 Syrrhopodon parasiticus (Brid.) Besch.
2
 MA 
 Syrrhopodon prolifer Schwägr.
2
 MA 
Dicranaceae Campylopus lamellinervis (Müll.Hal.) Mitt.
2
 MA 
 Campylopus savannarum (Müll.Hal.) Mitt.
2,4
 MA 
 Campylopus trachyblepharon (Müll.Hal.) Mitt.
2
 MA 
 Campylopus uleanus (Müll.Hal.) Broth.
2
 MA 
Ditrichaceae Eccremidium floridanum H.A.Crum
7
 MA 
Fabroniaceae Fabronia ciliaris var. polycarpa (Hook.) W.R.Buck
2
 MA 
Fissidentaceae Fissidens angustifolius Sull.
11
 RES 
 Fissidens asplenioides Hedw.
2,4
 MA 
 Fissidens flaccidus Mitt.
11,13
 MA, RES 
 Fissidens guianensis Mont.
4
 MA 
 Fissidens inaequalis Mitt.
2
 MA 
 Fissidens palmatus Hedw.
4
 MA 
 Fissidens radicans Mont.
2,14
 MA 
 Fissidens zollingeri Mont.
10,17
 MA 
Hypnaceae Chryso-hypnum diminutivum (Hampe) W.R.Buck
4
 MA 
Leucobryaceae Leucobryum martianum (Hornsch.) Hampe ex Müll.Hal.
2
 MA 
Neckeraceae Neckeropsis undulata (Hedw.) Reichardt
4
 MA 
Orthotrichaceae Groutiella apiculata (Hook.) H.A.Crum & Steere
2,4
 MA 
 Groutiella tomentosa (Hornsch.) Wijk & Margad.
2,4,8
 CAA, MA 
 Groutiella tumidula (Mitt.) Vitt
2
 MA 
 Macromitrium pellucidum Mitt.
2
 MA 
Pilotrichaceae Callicostella pallida (Hornsch.) Ångstr.
2,4
 MA 
 Crossomitrium patrisiae (Brid.) Müll.Hal.
2,4
 MA 
 Pilotrichum evanescens (Müll.Hal.) Crosby
4
 MA 
Pottiaceae Barbula indica (Hook.) Spreng.
13
 MA 
 Hyophiladelphus agrarius (Hedw.) R.H.Zander
11,16
 RES, URB 
 Trichostomum termitarum (Müll.Hal.) R.H.Zander
5,8
 CAA, MA 
Pterobryaceae Henicodium geniculatum (Mitt.) W.R.Buck
4
 MA 
 Jaegerina scariosa (Lorentz) Arzeni
4
 MA 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
83 
 
Tabela 1.(continuação). Catálogo de briófitas referidas para Sergipe e sua distribuição geográfica no Estado. Legenda: 
CAA = Caatinga. MA = Mata Atlântica. RES = Restinga. URB = Urbana 
Família Nome científico Ambiente 
 Orthostichopsis tetragona (Hedw.) Broth.
2
 MA 
Pylaisiadelphaceae Isopterygium subbrevisetum (Hampe) Broth.
2,4
 MA 
 Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt.
2,4
 MA 
 Taxithelium planum (Brid.) Mitt.
2,4
 MA 
 Taxithelium pluripunctatum (Renald & Cardot) Broth.
4
 MA 
Racopilaceae Racopilum tomentosum (Hedw.) Brid.
4
 MA 
Sematophyllaceae Aptychopsisestrellae (Hornsch.) Ångstr.
2
 MA 
 Brittonodoxa subpinnata (Brid.) W.R.Buck, P.E.A.S.Câmara & 
Carv.-Silva
2,4
 
MA 
 Donnellia commutata (Müll.Hal.) W.R.Buck
2
 MA 
 Microcalpe subsimplex (Brid.) W.R.Buck
2,4
 MA 
 Sematophyllum adnatum (Michx) E.Britton
4
 MA 
 Trichosteleum papillosum (Hornsch.) Müll.Hal.
2
 MA 
Sphagnaceae Sphagnum palustre L.
2
 MA 
 Sphagnum tabuleirense O.Yano & H.A.Crum
2
 MA 
Stereophyllaceae Eulacophyllum culteliforme (Sull.) W.R.Buck & Ireland
2
 MA 
 Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll.Hal.
2,4
 MA 
Thuidiaceae Eulacophyllum culteliforme (Sull.) W.R.Buck & Ireland
2
 MA 
 Pilosium chlorophyllum (Hornsch.) Müll.Hal.
2,4
 MA 
DIVISÃO MARCHANTIOPHYTA 
Aneuraceae Riccardia cataractarum (Spruce) Schiffn.
2
 MA 
 Riccardia digitiloba (Spruce) Pagán
2
 MA 
 Riccardia regnelii (Ångstr.) G.K.Hell
2
 MA 
Calypogeiaceae Calypogeia laxa Gottsche & Lindenb.
2
 MA 
 Calypogeia peruviana Nees & Mont.
2
 MA 
Fossombroniaceae Fossombronia porphyrorhyza (Nees) Prosk.
4
 MA 
Frullaniaceae Frullania brasiliensis Raddi
2
 MA 
 Frullania caulisequa (Nees) Mont.
2,4
 MA 
 Frullania dusenii Steph.
2
 MA 
 Frullania ericoides (Nees) Mont.
1,2,15
 MA, URB 
 Frullania exilis Taylor
2
 MA 
 Frullania gibbosa Nees
2
 MA 
 Frullania kunzei (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb.
2,4,8,15
 CAA, MA, URB 
 Frullania nodulosa (Reinw, Blume & Nees) Nees
2,4
 MA 
 Frullania riojaneirensis (Raddi) Ångstr.
2,4
 MA 
Lejeuneaceae Bryopteris diffusa (Sw.) Nees
2
 MA 
 Bryopteris filicina (Sw.) Nees
2
 MA 
 Caudalejeunea lehmanniana (Gottsche) A.Evans
2,4,13
 MA 
 Ceratolejeunea coarina (Gottsche) Schiffn.
2
 MA 
 Ceratolejeunea confusa R.M.Schust.
4
 MA 
 Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Steph.
2
 MA 
 Ceratolejeunea cubensis (Mont.) Schiffn.
4
 MA 
 Ceratolejeunea laetefusca (Austin) R.M.Schust.
4
 MA 
 Cheilolejeunea acutangula (Nees) Grolle
2
 MA 
 Cheilolejeunea adnata (Kunze) Grolle
2
 MA 
 Cheilolejeunea clausa (Nees & Mont.) R.M.Schust.
4
 MA 
 Cheilolejeunea conchifolia (A.Evans) W.Ye & R.L.Zhu
2
 MA 
 Cheilolejeunea discoidea (Lehm. & Lindenb.) Kachr. & 
R.M.Schust.
2,15
 
MA, URB 
 Cheilolejeunea filiformis (Sw.) W.Ye, R.L.Zhu & Gradst.
2
 MA 
 Cheilolejeunea rigidula (Nees ex Mont.) R.M.Schust.
1,2,4,9,11,15
 MA, RES, URB 
 Cheilolejeunea trifaria (Reinw, Blume & Nees) Mizut.
4
 MA 
 Cheilolejeunea unciloba (Lindenb.) Malombe
2
 MA 
 Cheilolejeunea xanthocarpa (Lehm. & Lindenb.) Malobe
4
 MA 
 Cololejeunea antillana Pócs
13
 MA 
 Cololejeunea cardiocarpa (Mont.) A.Evans
2
 MA 
 Cololejeunea diaphana A.Evans
2,4
 MA 
 Cololejeunea subcardiocarpa Tixier
2
 MA 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
84 
 
Tabela 1.(continuação). Catálogo de briófitas referidas para Sergipe e sua distribuição geográfica no Estado. Legenda: 
CAA = Caatinga. MA = Mata Atlântica. RES = Restinga. URB = Urbana 
Família Nome científico Ambiente 
 Dibrachiella auberiana (Mont.) W.Q.Shi, R.L.Zhu & Gradst.
4
 MA 
 Dibrachiella parviflora (Nees) W.Q.Shi, R.L.Zhu & Gradst.
4
 MA 
 Diplasiolejeunea brunnea Steph.
2,4
 MA 
 Diplasiolejeunea cobrensis Gottsche ex Steph.
2
 MA 
 Diplasiolejeunea rudolphiana Steph.
2,4
 MA 
 Drepanolejeunea fragilis Bischl. ex L.Sörderstr., A.Hagborg & von 
Konrat
2
 
MA 
 Frullanoides corticalis (Lehm. & Lindenb.) van Slageren
8
 CAA 
 Frullanoides liebmaniana (Lindenb. & Gottsche) van Slageren
8
 CAA 
 Frullanoides tristis (Steph.) van Slageren
8
 CAA 
 Harpalejeunea stricta (Lindenb. & Gottsche) Steph.
2,4
 MA 
 Lejeunea adpressa Nees
3,4
 MA, RES 
 Lejeunea flava (Sw.) Nees
2
 MA 
 Lejeunea laetevirens Nees & Mont.
1,2,4,11,15
 MA, RES, URB 
 Lejeunea phylobolla Nees & Mont.
4
 MA 
 Lejeunea quinqueumbonata Spruce
2
 MA 
 Lejeunea trinitensis Lindenb.
8
 CAA 
 Leptolejeunea elliptica (Lehm & Lindenb.) Besch.
2,4
 MA 
 Lopholejeunea nigricans (Lindenb.) Schiffn.
2
 MA 
 Lopholejeunea subfusca (Nees) Schiffn.
2,4
 MA 
 Marchesinia bachiata (Sw.) Schiffn.
4,13
 MA 
 Metalejeunea cucullata (Reinw, Blume & Nees) Grolle
11
 MA 
 Microlejeunea bullata (Taylor) Steph.
1,8,11
 CAA, MA 
 Microlejeunea epiphylla Bischl.
1,2,15
 MA, URB 
 Microlejeunea globosa (Spruce) Steph
1
 URB 
 Prionolejeunea denticulata (Weber) Schiffn.
2
 MA 
 Rectolejeunea versifolia (Schiffn.) L.Söderstr. & A.Hagborg
2,4
 MA 
 Schiffneriolejeunea polycarpa (Nees) Gradst.
2,4
 MA 
 Symbiezidium barbiflorum (Lindenb. & Gottsche) A.Evans
2,4
 MA 
 Thysananthus auriculatus (Wilson & Hook.) Sukkharak & Gradst.
4
 MA 
Lepidoziaceae Kurzia capilaris (Sw.) Grolle
2
 MA 
 Telaranea nematodes (Gottsche ex Austin) M.A.Howe
2
 MA 
 Zoopsidella integrifolia (Spruce) R.M.Schust.
2
 MA 
 Zoopsidella macella (Steph.) R.M.Schust.
2
 MA 
Lophocoleaceae Cryptolophocolea martiana (Nees) L.Söderstr., Crand-Stotl. & 
Stotler
2
 
MA 
Plagiochilaceae Plagiochila corrugata (Nees) Nees & Mont.
2,4
 MA 
 Plagiochila disticha (Lehm. & Lindenb.) Lindenb.
2
 MA 
 Plagiochila montangei Nees
2,4
 MA 
 Plagiochila raddiana Lindenb.
4
 MA 
Ricciaceae Riccia vitalii Jovet-Ast
18
 CAA 
 Riccia weinionis Steph.
12
 CAA 
 
 A Flora do Brasil 2020 (FLORA DO BRASIL 2020 em construção, 2020) cita ocorrências 
de Aerobryopsis capensis (Müll.Hal.) M.Fleisch, Macromitrium podocarpi Müll.Hal., 
Prionolejeunea aemula (Gottsche) A.Evans Sphagnum perichaetiale Hampe e Symphyogyna 
aspera Steph. na lista de briófitas para Sergipe. No entanto, por não terem sido localizados registros 
de herbários nas publicações ou através da rede speciesLink (CRIA, 2020) que corroborassem a 
presença delas, decidiu-se por não as incluir na listagem. Já Acroporium longirostre (Brid.) 
W.R.Buck, citada por Yano & Peralta (2006), teve a ocorrência descartada devido a espécie não 
estar presente no Brasil (CÂMARA et al., 2015). 
 
Conclusão 
 
 O presente levantamento revela o potencial de Sergipe em sua riqueza de briófitas. Apesar 
do número de ocorrências mencionadas para esta localidade, ainda existem lacunas amostrais a 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
85 
 
serem preenchidas em diversas áreas do Estado. Isso só será possível através de novos estudos 
florísticos, taxonômicos, sistemáticos e ecológicos. 
 
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II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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USO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CACAUÍ 
(Theobroma speciosum Willd. ex Spreng.) 
 
Fabrício dos S. Lobato*, Alison P. Magalhães, Patrícia de S. Vitoriano, Alexandre P. Mira, Robson B. Lima 
Universidade do Estado do Amapá – UEAP. 
*fabriciosanlobato1996@gmail.com 
 
Introdução 
 
 O cacauí (Theobroma speciosum), é uma espécie presente em toda Amazônia brasileira, 
pertencente à família Malvaceae (DUCKE, 1953; VARELLA et al., 2018). A árvore do cacauí 
atinge de 8 a 14 metros, apresenta copa estreita e rala, folhas simples, alterna dística peciolada e 
inteiras. O fruto de casca aveludada de cor amarela quando maduro e polpa suculenta (LORENZI, 
2000). A estrutura anatômica do Theobroma speciosum varia de acordo com o ambiente onde 
cresce (DARDENGO et al., 2017). O cacauí é uma das espécies de maiores valores do gênero 
Theobroma. Dentro do gênero, é a que apresenta teor de gordura semelhante com a do cacaueiro, 
sendo um potencial sucessor (SANTOS, 2003). 
 A fase de reprodução para qualquer organismo é fundamental para o desenvolvimento 
sadio, a reprodução sofre influência diretamente das condições bióticas e abióticas, por sua vez 
ocasionando dificuldade na germinação e na sobrevivência das plântulas (OTÁROLA; ROCCA, 
2014; VARELLA et al., 2018). Contudo, substratos são fundamentais para proporcionar condições 
favoráveis de nutrição e desenvolvimento, colaborando para no crescimento inicial, aumento da 
homogeneidade, sanidade e redução da mortalidade das plantas no momento do plantio. Assim, um 
fator como tipo de substrato é de suma importância para a germinação de sementes e emergência 
inicial das plantas (COSTA et al., 2020). 
 O uso de substrato normalmente é de alto custo para produzir mudas, portanto é necessário 
encontrar alternativas de materiais disponíveis localmente ou próximos ao local de produção para 
substituir os substratos comerciais (BERILLI et al., 2019). O uso de compostos orgânicos na 
fabricação de substrato é uma alternativa bastante viável economicamente e ecologicamente correta 
pela ciclagem de nutrientes e utilização adequada dos resíduos orgânicos e resíduos sólidos dos 
processos agroindustriais (MALHEIROS e JÚNIOR, 1997; HIGASHIKAWA, 2013). 
 De acordo com Kraftz et al. (2013), as propriedades do substrato dependem de diversos 
fatores, como a origem, métodos de obtenção e proporções entre componentes. Entre matérias 
frequentemente utilizados como substrato, cita-se: esterco bovino (GONDIM et al., 2019), casca de 
arroz (ARAUJO et al., 2020), ramas de mandioca (PELLOSO et al., 2020) e serragem (SODRÉ et 
al., 2007). Contudo, a germinação das sementes estar sujeito a qualidade física e química dos 
substratos, especialmente com relação ao desenvolvimento radicular (TORRES et al., 2012). 
 Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo de avaliar a o efeito germinativo de 
plântulas de Cacauí (Theobroma speciosum), submetidas diferentes em tipos substratos. 
 
Material e métodos 
 
O experimento foi conduzido no Campus I da Universidade do Estado do Amapá no 
município de Macapá-AP localizado 0° 02' 18.84" N 51° 03' 59.10" O, O clima é tropical, e 
classificado de acordo com Köppen e Geiger como AM, clima tropical úmido e subúmido. Para um 
melhor controle ambiental foi conduzido em casa de vegetação. 
Foram utilizadas 200 sementes de cacauí (Theobroma speciosum) frutos maduros e sadios 
coletados de matrizes provenientes do Município de Tartarugalzinho-AP. Após coletados, os frutos 
foram quebrados para a retirada das sementes, as sementes foram lavadas em água corrente, em 
seguida disposta em serragem para secar por quatro horas, logo após feito a semeadura em bandejas 
plásticas na profundidade de 1 cm. Foi empregado o método de delineamento casualizado em 
blocos (DCB) aleatórios no esquema fatorial 4 x 5, contendo 5 repetições e quatro tratamentos, 
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sendo 10 sementes por parcela, distribuídas em uma fileira de 4,0 cm de comprimento espaçadas de 
4,0 m entre si. Nos seguintes substratos; Serragem; Terra preta orgânica; casca de mandioca e 
esterco bovino adicionado em terra preta. A irrigação foi realizada diariamente com auxílio de um 
regador, sendo irrigadas duas vezes ao dia, de maneira uniforme em todas as parcelas. 
 Para avaliação da germinação, foram utilizados como critério de germinação de sementes a 
projeção da raiz primária e a formação da plântula normal, de acordo com o conceito tecnológico 
(SILVA; MÔRO,2008; BRASIL, 2009). Após 30 dias de semeadura, foi avaliadoa taxa de 
germinação. A análise de variância foi realizada mediante aplicação do Teste F e Os valores foram 
comparados estatisticamente através do teste Tukey, com 5% de probabilidade, por meio do 
programa R Studio. 
 
Resultados e discussão 
 
Os resultados evidenciaram que as sementes de cacauí tiveram uma baixa taxa de 
germinação somando todos os tratamentos 32%. As plântulas desenvolveram-se saudáveis, 
permitindo a observação da zona pilífera e ramificações da raiz, não apresentaram anomalias, nem 
encurvamento e escurecimento. Entretanto, após um mês de semeadura algumas sementes 
apresentaram ataques de fungos em razão ao ambiente úmido. O ambiente úmido além de oferecer 
boas condições para algumas sementes, também está sujeito a desenvolvimento de fungos e 
bactérias podendo prejudicar o processo de germinação (QUEIROZ, 2000). Quanto mais lento for a 
emergência da plântula, mais ela está vulnerável influência do meio (MARTINS et al., 2000). 
A análise de variância aplicada entre os substratos apontou um valor de F menor que o F-
crítico e o valor de P maior que 0,05, o que indica que os tratamentos efetuados não se diferem 
significativamente nos tratamentos de Theobroma speciosum. Realizando o teste de Tukey a 5% as 
médias seguidas de mesmas letras não se diferem (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Médias de germinação para os 4 tipos de substratos. 
Substratos Médias 
Esterco bovino 4,8a 
Serragem 3,6a 
Terra preta 2,6a 
Casca de mandioca 1,8a 
 
Dentro dos tratamentos o que apresentou melhor resultado foi o substrato de esterco bovino 
com 48% de semeadura (Figura 1), sendo 24 plântulas germinadas. Estudo de Alves et al. (2020), 
semelhante a este apontam o crescimento eficiente de plântulas de abóbora submetidas ao esterco 
bovino apresentaram maiores desenvolvimentos, como altura, diâmetro do colo e números de 
folhas, quando utilizado o substrato na sua concentração máxima, os mesmos autores ainda 
apontam que pode ser usado integralmente com substrato, onde o tratamento promove a melhoria 
da qualidade de mudas. 
De acordo com Burés (1997), substratos de alta composição de serragem apresentam 
problemas de retenção excessiva de umidade e recomenda mesclar esse substrato com materiais de 
menor retenção de água. Esse mesmo autor ressalta que a serragem envelhecida e naturalmente 
compostada podem apresentar fermentação ácida e prejudica o crescimento das plantas. O que 
explica a taxa reduzida de semeadura no tratamento serragem nesse estudo atingindo um percentual 
de 36% (Figura 1), sendo 18 plântulas germinadas. Em contrapartida, o estudo de Sodré et al. 
(2007), onde utilizou a serragem como substrato em diversas proporções misturadas com areia e 
aponta as proporções de serragem + areia em 4:1 e 2:1 respectivamente, como eficientes para o 
crescimento de plantas e proporcionam melhores condições de enraizamento nas mudas de 
cacaueiro. 
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Em relação ao tratamento terra preta, a taxa de germinação foi de 26% (Figura 1), com 
apenas 13 plântulas germinadas. Entre os fatores que podem explicar este baixo resultado está a 
compactação do solo, impedindo o desenvolvimento da raiz para a absorção de água. Outro motivo 
prejudicial poderia ser a falta de matéria orgânica no substrato, consequentemente retardando o 
desenvolvimento. Resultado diferente no estudo de Santos et al. (2017) que associa o substrato de 
terra preta com esterco de aves, alcançando resultados satisfatório no desenvolvimento de mudas de 
alface. 
 O tratamento utilizando cascas de mandioca foi o que apresentou resultados inferiores, 
mesmo não diferindo dos demais. 18% de semeadura (Figura 1), sendo 9 plântulas germinadas. A 
utilização de insumos orgânicos como substratos apresentam potencial para desenvolvimento de 
mudas, desde que sejam submetidos a processos de compostagem e de beneficiamento, visando a 
estabilização dos compostos orgânicos, redução da acidez e salinidade, assim aumentando a 
disponibilidade de nutrientes para ser empregado nas plantações (PIRES et al., 2008; GOMES et 
al., 2008; KIEHL, 2012). 
 
 
Figura 1. Taxa de germinação de sementes de Theobroma speciosum em diferentes substratos. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos a Universidade do Estado do Amapá – UEAP e o Laboratório de sementes pela disponibilização da 
infraestrutura e equipamentos para realização da pesquisa. 
 
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ESPÉCIES FRUTÍFERAS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS DA 
CAPITAL DO TOCANTINS 
 
Gabriela S. Araújo
1
, Ian Carlos M. dos Reis
1
, Laiane F. de Morais
1
, Rafaela P. Soares
1
, Luciana D. S. D. de Oliveira
2
* 
1. Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS), Campus Palmas; 2. Universidade Estadual do Ceará (UECE), 
Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI. 
*lucianadiasoliveira@hotmail.com 
 
Introdução 
 
A vegetação arbórea, de preferência nativa, que compõe a paisagem urbana de uma cidade 
(parques, ruas, jardins, praças e avenidas) é conhecida como arborização (SANCHOTENE, 1994; 
SILVA JÚNIOR; MÔNICO, 1994). As áreas verdes de uma cidade trazem benefícios que variam 
desde a redução das ilhas de calor (LOMBARDO, 1985), ao aumento do bem estar humano 
(KWEON et al., 1998; GRAHN; STIGSDOTTER, 2010) e podem oferecer suporte para habitação, 
descanso e nidificação da fauna urbana, sendo importantes para a sobrevivência desses animais 
(MENEZES, 2004). 
A arborização deve ser pré-concebida de modo que a torne adaptável com o espaço da 
implantação urbana, não podendo ser executada de forma amadorística (GONÇALVES, 1999; 
GONÇALVES; PAIVA, 2006). Precisa aliar, além do estético, fatores econômicos, sociais, 
políticos e de desenvolvimento sustentável (ASSUNÇÃO et al., 2014). Outro aspecto importante é 
que plantas cultivadas em espaços urbanos também podem servir à educação ambiental, gerando 
um sentimento de afeição das pessoas para com a natureza e aumentando o suporte do público a 
ações de conservação biológica (McKINNEY, 2006). A crescente substituição da flora nativa por 
plantas exóticas também pode ser considerada um problema, pois altera o ambiente natural que 
resta nos centros urbanos, uniformizando as paisagens de diferentes cidades e contribui para a 
redução da biodiversidade no meio urbano, dissociando-o do contexto ambiental onde se insere 
(MACHADO et al., 2006). 
Ao contribuir na preservação e regeneração do meio ambiente urbano, a arborização ajuda 
na permanência e saúde dos ecossistemas e adiante na satisfação do indivíduo, melhorando o 
microclima da região por intermédio da redução da amplitude térmica, especialmente através da 
evapotranspiração (SCHUCH, 2006). Auxilia também a colisão da água de chuva e seu escoamento 
superficial, arrefece o ambiente pela alta quantidade de água exalada pelas folhas, melhora a 
qualidade do ar e protege a fauna silvestre (MASCARÓ, 2012). 
O adequado conhecimento das características do ambiente urbano é tido como uma pré-
condição ao sucesso da arborização, sendo importante conhecer a vegetação da região, dentro da 
cidade e nos arredores, selecionando espécies recomendadas para este fim. A análise do local é um 
fator indispensável, pois é necessário evidenciar os locais a serem arborizados, como também 
aqueles que necessitam ser complementados ou adaptados (DANTAS; SOUZA, 2004). O 
conhecimento das espécies (uso, adaptabilidade, crescimento, porte) e do ambiente a ser 
implantado com intuito de aproveitar melhor as características de cada indivíduo, reduzir os custos 
de manutenção e minimizar possíveis conflitos entre as árvores e os elementos urbanos são a base 
para o planejamento da arborização urbana (CEMIG, 2011). 
O planejamento do município de Palmas, capital do Tocantins, tinha a intenção de integrar o 
espaço urbano com as paisagens naturais, sendo os recursos hídricos e as matas de galeria 
elementos determinantes para o arranjo urbanístico da cidade (TEIXEIRA, 2009). Contudo, 
prevaleceu o desmatamento de amplas áreas que provocaram profundas alterações na paisagem do 
Cerrado (TEIXEIRA, 2009), onde alguns espaços vazios foram preenchidos, inclusive, com 
espécies exóticas, prevalecendo o valor estético ou alimentício (PAZ, 2009). As frutíferas têm sido 
extensivamente utilizadas na arborização urbana de Palmas, porém seu uso deve ser avaliado com 
cautela, pois existem diversos problemas associados ao plantio destas espécies nas calçadas. 
Conhecida nacionalmente por suas elevadas temperaturas, é imperativo a existência e manutenção 
mailto:*lucianadiasoliveira@hotmail.com
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de áreas verdes para a melhoria da qualidade de vida da população palmense. Perante o exposto, 
conhecer a espécies utilizadas na arborização urbana dos municípios é necessário para a 
implantação, preservação e duração dos espaços verdes. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi 
listar as espécies de plantas frutíferas encontradas nas vias urbanas de Palmas, capital do Tocantins. 
 
Metodologia 
 
Caracterização da área de estudo 
 Palmas, considerada a capital mais jovem do país, é uma cidade planejada/construída em 
área de Cerrado, que ainda hoje apresenta remanescentes biodiversos com potencial econômico, 
incluindo espécies frutíferas. O clima da região é tropical com estação seca (Aw segundo Koppen-
Geiger), temperatura média anual de 22°C, sendo setembro o mês mais quente (média máxima de 
36°C) e julho o mais frio (média mínima de 22°C) (MIRANDA; BOGNOLA, 1999). As 
precipitações caracterizam-se por dois períodos bem definidos, a estação chuvosa de outubro a abril 
e a estação seca, de maio a setembro. O índice pluviométrico é de 1.300 mm/ano, sendo janeiro o 
mês mais chuvoso (246 mm) e julho o mais seco, com pluviosidade quase nula (INMET, 2013). 
 O município está inserido no Cerrado, considerado o segundo maior bioma brasileiro em 
área (RIBEIRO; WALTER, 2008). Em Palmas, predominam as áreas de Cerrado s.s. caracterizado 
pela presença de árvores e arbustos sem a formação de dossel contínuo. Em algumas regiões da 
cidade, em áreas de solo mais seco, o cerrado florestal se destaca na forma de cerradão e nas 
margens dos córregos formam-se as matas ciliares. 
 
Coleta e identificação do material botânico 
As coletas de material botânico foram realizadas de agosto de 2018 a julho de 2019, por 
meio decaminhas aleatórias, em avenidas e praças selecionadas. A seleção dos espaços urbanos foi 
baseada no quantitativo de espécies lenhosas encontradas. As coletas tiveram como objetivo a 
obtenção de material florido e/ou vegetativo para auxiliar no reconhecimento das espécies. Quando 
possível, foram coletadas três a cinco amostras de cada planta. Flores e frutos foram 
acondicionados em recipientes contendo álcool 70% para auxiliar no processo de identificação. 
Para cada espécime coletado, foram anotadas em caderneta de campo informações sobre hábito da 
planta, coloração dos elementos florais e fruto, presença e cor de látex, habitats preferenciais, nome 
popular, além de outras características julgadas relevantes. Registros fotográficos de partes ou de 
todo o vegetal foram realizados. 
Os espécimes foram coletados e herborizados seguindo as técnicas usuais em taxonomia 
vegetal (MORI et al., 1989; PEIXOTO; MAIA, 2013) e identificados através de bibliografia 
especializada, com posterior depósito no herbário da Universidade do Tocantins (HUTO). Quando 
necessário, foram realizadas comparações com materiais depositados no acervo do herbário HUTO 
para a correta identificação. A grafia dos nomes das espécies será checada na base de dados do 
‗Tropicos‘ (http://www.tropicos.org/) e os nomes dos autores seguirão Brummitt e Powell (1992). 
A determinação do status de frutífera foi baseada em Lorenzi et al. (2015). A listagem das espécies 
levantadas seguiu a proposta de classificação do APG IV (2016). Quanto à origem biogeográfica, 
as espécies foram classificadas em nativas ou exóticas com base na flora do Brasil (Flora do Brasil 
2020). 
 
Resultados e Discussão 
 
As áreas verdes analisadas da região urbana de Palmas foram variáveis em forma, tamanho 
e em composição florística. Em algumas regiões da cidade foi constatada a ausência de árvores, o 
que promove a formação de potenciais ilhas de calor. Estas áreas se concentram na região central 
da cidade, considerada a mais densamente ocupada. Segundo Paz (2009), os principais fatores 
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responsáveis pelas elevadas temperaturas em Palmas são: a carência de áreas com vegetação 
abundante e grandes espaços de solo impermeabilizado. De acordo com Pinheiro et al. (2015), o 
índice de arborização na região central da capital está abaixo da média recomendada, variando entre 
7,0% e 15,0%. 
O Cerrado possui uma das floras mais diversa e exuberante dentre todas as formações 
savânicas mundiais (MMA, 2002). Esta diversidade biológica tem permitido o uso de várias 
espécies na arborização urbana, que se destacam pela floração exuberante (ex.: ipês – espécies de 
Tabebuia sp. e Handroanthus sp.) e por apresentar frutos comestíveis. Neste contexto, no presente 
trabalho, foram identificadas 43 espécies frutíferas em 13 praças e 4 avenidas de Palmas (Tabela 
1). Araújo et al. (2020), ao realizarem o levantamento florístico das espécies utilizadas na 
arborização destes mesmo espaços urbanos de Palmas, registraram 102 espécies. Isso quer dizer 
que, deste total, quase 50% são frutíferas. Destas, destacam-se o araticum (Annona crassiflora 
Mart.), caju (Anacardium occidentale L.), macaúba (Acrocomia aculeata(Jacq.) Lodd. ex Mart), 
mangaba (Hancornia speciosa Gomes) e pequi (Caryocar brasiliense Cambess.) como as espécies 
frutíferas nativas mais amplamente encontradas nos espaços públicos de Palmas e com grande valor 
socioambiental e identitário. 
Das 18 famílias aqui registradas, as que apresentaram maior número de espécies frutíferas 
foram Anacardiaceae (7 spp.), Arecaceae, Myrtaceae (ambas com 5 spp.) e Fabaceae (4 spp.). A 
maioria das espécies de Anacardiaceae e Myrtaceae são comerciais (Tabela 1). A manga 
(Mangifera indica L.) é uma das espécies mais encontradas nos espaços urbanos de Palmas, sendo 
frequentemente utilizada na reposição de indivíduos mortos. Dias (1996) e Santos e Teixeira (2001) 
não recomendam o plantio de árvores frutíferas com potencial econômico em vias públicas, 
principalmente as que produzem frutos grandes (ex.: Artocarpus heterophyllus Lam., Mangifera 
indica e Persea americana Mill.) por serem mais propícias a atos de vandalismo e danos ao 
patrimônio público. Para Milano e Dalcin (2000), os frutos podem também servir de alimento para 
vetores de doenças. Além disso, o porte alto e a superficialidade das raízes podem causar 
problemas na infraestrutura urbana, não sendo indicadas o cultivo em calçadas. Por outro lado, 
Coletto et al. (2008) e Dias e Costa (2008) mencionam a importância de árvores dessa natureza nos 
espaços públicos por propiciarem a atração da fauna silvestre. Em Palmas, ainda é possível avistar 
araras, papagaios, dentre outras aves, nos espaços urbanos muito provavelmente em decorrência da 
oferta de alimentos pelas árvores frutíferas. 
A maioria das espécies frutíferas levantadas nas vias urbanas de Palmas são nativas (23 
espécies). Destas, destaca-se o pequi (Caryocar brasiliense Cambess.), árvore de grande porte, 
típica do Cerradão e o caju, espécie de fácil propagação. Ambas têm boa aceitação pela população 
por conta dos frutos e do sombreamento que proporcionam. Mesmo assim, é possível observar a 
presença de um quantitativo expressivo de espécies exóticas (20 spp.), tanto de outros países quanto 
provenientes de outros biomas brasileiros. Muitas áreas verdes da capital têm sido arborizadas com 
árvores exóticas pertencentes a uma mesma espécies – ex.: alamedas com vários indivíduos de 
jamelão (Syzygium cumini (L.) Skeels). No levantamento das espécies utilizadas nos canteiros e 
avenidas de Palmas, Pinheiro et al. (2015) notificaram o uso frequente de Syzygium cumini. De 
acordo com os autores,esses espaços são dominados por uma única espécie, eventualmente por 
duas ou mais plantadas alternadamente. O uso de espécies exóticas compromete o funcionamento 
da biota, interferindo negativamente na riqueza de espécies da fauna (REIS et al., 2012). Além 
disso, tendem a ser menos adaptáveis ao clima e ao solo e mais vulneráveis a pragas e doenças, 
além de interagirem negativamente com as espécies nativas (SUCOMINE, 2009). 
 
Tabela 1. Espécies frutíferas utilizadas na arborização do município de Palmas, Tocantins. Legenda: Exótica (E), 
Nativa (N). 
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR ORIGEM 
ANACARDIACEAE 
 Anacardium microcarpum Ducke Cajuí N 
 Anacardium occidentale L. Caju N 
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 Mangifera indica L. Manga E 
 Spondias dulcis Parkinson Cajá-manga E 
 Spondias mombin L. Cajá-mirim N 
 Spondias purpurea L. Ceriguela E 
 Spondias venulosa (Engl.) Engl. Cajá N 
ANNONACEAE 
 Annona crassiflora Mart. Araticum N 
 Annona glabra L. Araticum-do-brejo N 
 Annona squamosa L. Ata E 
ARECACEAE 
 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Macaúba N 
 Attalea phalerata Mart. ex Spreng. Palmeira N 
 Oenocarpus bacaba Mart. Bacaba N 
 Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Gueroba N 
 Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá N 
APOCYNACEAE 
 Hancornia speciosa Gomes Mangaba N 
CARYOCARACEAE 
 Caryocar brasiliense Cambess. Pequi N 
EBENACEAE 
 Diospyros brasiliensis Mart. ex Miq. Caqui-da-mata N 
 Diospyros hispida A. DC Caqui-do-cerrado N 
FABACEAE 
 Hymenaea courbaril L. Jatobá N 
 Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne Jatobá N 
 Inga laurina (Sw.) Willg. Ingá N 
 Tamarindus indica L. Tamarineira E 
LAURACEAE 
 Persea americana Mill. Abacateiro E 
LYTHRACEAE 
 Punica granatum L. Romã E 
MALPIGHIACEAE 
 Byrsonima verbascifolia (L.) DC. MuricizãoN 
 Malpighia emarginata DC. Acerola E 
MALVACEAE 
 Sterculia striata A. St.-Hil. & Naudin Chichá N 
 Theobroma grandifolium Cupuaçu E 
MELASTOMATACEAE 
 Bellucia grossularioides (L.) Triana Goiaba-de-anta N 
 Mouriri pusa Gardner Puçá N 
MORACEAE 
 Artocarpus heterophyllus Lam. Jaca E 
 Morus nigra L. Amora E 
MYRTACEAE 
 Eugenia uniflora L. Pitanga N 
 Psidium guajava L. Goiaba E 
 Syzygium cumini (L.) Skeels Jamelão E 
 Syzygium jambos (L.) Alston Jambo E 
 Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo-vermelho E 
OXALIDACEAE 
 Averrhoa carambola L. Carambola E 
RUBIACEAE 
 Genipa americana L. Jenipapo N 
 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Figo-de-cavalo N 
SAPOTACEAE 
 Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Abiu N 
 Pouteria torta (Mart.) Radlk. Abiu N 
 
 
 
 
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Figura 1. Espécies frutíferas utilizadas na arborização do município de Palmas, Tocantins. 1. Anacardium occidentale 
L. 2. Annona crassiflora Mart. 3. Caryocar brasiliense Cambess. 4. Genipa americana L.5. Hancornia speciosa 
Gomes 6. Hymenaea courbaril L. 7. Mouriri pusa Gardner 8. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. 9. Punica granatum L. 
10. Spondias purpurea L. 11. Sterculia striata A. St.-Hil. & Naudin 12. Syzygium cumini (L.) Skeels. 
 
Considerações finais 
 
 As espécies frutíferas utilizadas na arborização do município de Palmas são, na sua maioria, 
provenientes do bioma Cerrado. Contudo, um número expressivo de plantas exóticas foi 
diagnosticado. A manutenção de espécies autóctones na arborização urbana formando ambientes 
semelhantes à paisagem original aumenta a percepção do espaço urbano pela população 
estimulando a sua valorização e conservação. Por isso, a realização de inventários é fundamental 
para diagnosticar os aspectos relacionados à arborização urbana, sendo o meio mais seguro e 
eficiente para conhecer a riqueza arbórea de uma cidade. 
 
Agradecimentos 
 
Os autores agradecem a UNITINS pela concessão de bolsa institucional à primeira autora; ao HUTO pelo apoio 
logístico para a realização das coletas, processamento e incorporação dos materiais. 
 
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ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO BRUTO DE FOLHAS 
DE Ficus benjamina L. (MORACEAE) 
 
Ingrid I. A. Barbosa
1
*, Nathália S. Piedade
1
, Alice M. R. Costa
1
, Andreza S. Silva
1
, Heloíza R. Cunha
1
, Jaryelle S. 
Oliveira
1
, Larissa C. M. Coutinho
1
, Mayra A. C. Leite
1
, Mirian A. Oliveira
1
, Natálya G. L. Santos
1
, Rafaela N. 
Marques
1
, Ridelley S. Sousa
1
, Thayná O. Corrêa
1
, Thays R. Peres
1
, Marlon O. Nascimento
2
, Sheylla S. M. S. Almeida
1
 
1. Universidade Federal do Amapá; 2. Instituto Federal do Amapá 
*isabarbosa709@gmail.com 
 
Introdução 
 
 No Brasil, a riqueza da biodiversidade em flora indica o potencial que o país tem para o uso 
e descoberta de novas ferramentas de origem natural. Os diferentes climas no território brasileiro 
permitiram originar florestas, tais como a Floresta Amazônica, a maior de clima tropical úmida do 
mundo, o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2015). 
 Dependendo da classificação taxonômica, a quantidade de metabólitos pode variar entre as 
famílias do reino Plantae. A família Moraceae Gaudich. (GAUDICHAUD-BEAUPRÉ, 1835) 
inclui, aproximadamente, 50 gêneros e 1.500 espécies, predominantemente tropicais e subtropicais, 
sendo encontradas no Brasil 27 gêneros e, aproximadamente 250 espécies incluindo árvores, 
arbustos, ervas ou lianas, geralmente latescentes (SOUZA et al., 2005). Esta família compreende 
gêneros amplos como Ficus L. (LINNAEUS, 1753) e Dorstenia L. (LINNAEUS, 1754) além de 
outros gêneros importantes como Morus L. (LINNAEUS, 1754), Maclura Nutt. (NUTTALL, 
1818), Artocarpus J.R.Forst. & G.Forst. (FORSTER et al., 1776) e Broussonetia Ortega. 
(ORTEGA, 1798). Muitas espécies desta família, tem valores industriais na madeira, no papel, na 
borracha e na produção de seda, logo há uma grande importância econômica nesta família 
(FEDALTO et al., 1989; CORADIN et al., 1991). 
 Espécies da família Moraceae possuem folhas geralmente alternas, frequentemente simples, 
de margens lisas e, às vezes, apresentando estípulas nos extremos dos ramos, inflorescência 
racemosa, espiciforme, às vezes, formando sicônio, flores não vistosas, unissexuadas em algumas 
plantas monóicas ou dióicas, actinomorfas, monoclamídeas, raramente aclamídeas; quando há 
flores, apresentam as seguintes características: cálice de 4 a 8 sépalas, dialissépalo ou gamossépalo, 
prefloração valvar ou imbricada, estames de 9 a 15, livres entre si, anteras rimosas, quase sempre 
bicarpelar, unilocular, uniovulado, placentação geralmente pêndula. Seus frutos são do tipo drupa, 
aquênio ou formando infrutescência (RESCHKE et al., 2007). Mesmo com certa limitação de uso 
(devido à agressividade de suas raízes), a multiplicação das espécies pode ocorrer pelas sementes, 
ramos, estaquia ou enxertia (BARRIOS et al., 2014). 
 O gênero Ficus L. é o maior gênero da família Moraceae, com aproximadamente 800 
espécies distribuídas, incluindo espécies arbustivas, arbóreas, hemiepífitas e trepadeiras, sendono 
Brasil, 76 espécies nativas (SOUZA et al., 2000). São caracterizadas pela presença de látex leitoso 
em todas as partes da planta, estípulas terminais bem desenvolvidas, folhas com glândulas no 
pecíolo ou na base da lâmina e inflorescências denominadas sicônios, que abrigam numerosas 
flores estaminadas e pistiladas circundadas por bractéolas. Popularmente conhecidas como 
―figueiras‖ ou ―gameleiras‖, podem ser utilizadas como alimento, na indústria têxtil ou na medicina 
tradicional (REYES et al., 2012). 
 A espécie Ficus benjamina L. (LINNAEUS, 1767), de origem indiana é muito popular, 
sendo utilizada principalmente na decoração de ambientes internos, geralmente usada como bonsai. 
Possui caule acinzentado, raízes aéreas e ramos pêndulos, tem crescimento moderado a rápido e, 
em condições naturais, pode chegar a 30 metros de altura. Conhecida popularmente como figueira-
chorão, esta espécie possui folhas pequenas, brilhantes, de coloração verde ou variegada de branco 
ou amarelo. São folhas de formato elíptico com a ponta acuminada com leves ondulações nas 
bordas. As flores são pequenas e brancas. Os frutos pequenos e vermelhos. Suas raízes agressivas e 
superficiais chamam a atenção, e não raramente racham vasos e pavimentos (RESCHKE et al., 
mailto:isabarbosa709@gmail.com
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2007; SOUZA et al., 2007). Barrios (2014), apresenta dados de uma pesquisa feita no município de 
Salto, em São Paulo, no qual resulta na porcentagem de árvores suprimidas por toda zona urbana da 
cidade. A espécie F. benjamina, foi responsável por cerca de 23,81% das supressões, o motivo é 
devido ao desenvolvimento agressivo de seu sistema radicular que compromete calçadas, redes de 
água, esgoto e gás. No município de Macapá, também há um sério problema causado por F. 
benjamina. Nas ruas da cidade é possível ver a enorme quantidade de árvores da espécie, que é 
plantada pelos motivos de crescer rápido e pela coloração e formatação de sua folhagem. No 
decorrer do crescimento da árvore, ocorre danos nas calçadas, pavimentos e em edifícios 
(CASTRO et al., 2013). 
 Um estudo recente da composição fitoquímica do extrato metanólico da espécie foi 
realizado focado em seu potencial antioxidante. Durante a análise fitoquímica, a F. benjamina 
apresentou hidratos de carbono, compostos fenólicos, óleos e gorduras, saponinas, flavonoides, 
alcaloides, proteínas e taninos como principais classes de fitoquímicos (JAIN, 2013). 
 Testes fitoquímicos caracterizam-se pelo estudo de componentes químicos, como princípios 
ativos, odores, pigmentos e moléculas da parede celular (KLEIN, 2014). Segundo Berg e Lubert 
(2008), os metabólitos secundários, componentes de estrutura complexa e baixo peso molecular, 
possuem atividades biológicas marcantes e, diferentemente dos metabólitos primários, são 
encontrados em baixas concentrações e em determinados grupos de plantas. Logo, há grande 
interesse no estudo destes metabólitos, não só pelas atividades biológicas exercidas pelas plantas 
em resposta aos estímulos do meio ambiente, mas também pela imensa atividade farmacológica que 
possuem (SIMÕES et al., 2007). 
 De acordo com estudos realizados por Mousa et al. (1994) com a espécie F. benjamina em 
ensaios para avaliação de potencial antimicrobiano, a partir do método de difusão em placa, os 
resultados indicaram inibição do crescimento de 22 cepas de bactérias. Segundo Oliveira (2013), 
além da atividade antimicrobiana promovida pela F. benjamina, há relatos de propriedades 
antioxidantes, que estão presentes também nas espécies F. pumila L. (LINNAEUS, 1753), F. 
radicans Roxb. (ROXBURGH, 1980) e F. tikoua Bur, (BUREAU, 1888). 
 O objetivo desta pesquisa foi realizar o estudo fitoquímico em busca das principais classes 
de metabólitos secundários presentes na espécie F. benjamina. 
 
Material e métodos 
 
 As folhas da figueira-chorãoDr. Darlan Coutinho dos Santos – Universidade 
do Estado do Amapá (UEAP), Macapá, Amapá, 
Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Eng. Aislan Baden da Conceição Araújo – 
Mestrando da Universidade Federal do Ceará 
(UFC), Fortaleza, Ceará, Brasil 
Prospecção Química e Avaliação da Atividade 
Biológica da Própolis de Salinópolis, Pará 
 
Me. Suelen Felix Pereira – Universidade do 
Estado do Amapá (UEAP), Macapá, Amapá, 
Brasil 
Potencial biotecnológico dos óleos essenciais 
de plantas amazônicas 
 
Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida 
– Universidade Federal do Amapá 
(UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Óleos essenciais de Asteraceae: perspectivas e 
aplicações 
 
 
A (in)formação científica e sua divulgação em tempos 
de crises 
 
Me. Izabel Lúcia dos Santos Oliveira – Secretaria 
Municipal de Educação de Macapá (SEMED), Macapá, 
Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dr. Diego Armando Silva da Silva – Instituto Federal do 
Amapá (IFAP), Laranjal do Jari, Amapá, Brasil 
A importância da divulgação da pesquisa científica 
realizada no Vale do Jari 
 
Dr. Eduardo Costa Campos - Universidade Federal do 
Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
A Revista Biota Amazônia e sua importância para a 
divulgação científica da Biodiversidade da Amazônia 
amapaense 
 
Juliana Philipp – Field Museum of Natural History – 
Chicago, Illinois, EUA 
Os guias de campo do FIELD MUSEUM e sua 
importância como forma de popularização da ciência 
 
PhD. Izildinha de Souza Miranda – Universidade Federal 
Rural da Amazônia (UFRA), Belém, Pará, Brasil 
O Novo Qualis CAPES 
 
Fauna associada aos diferentes padrões de 
vegetação no Amapá 
 
Me. Débora Regina dos Santos Arraes – 
Universidade do Estado do Amapá (UEAP), 
Doutoranda da Universidade Federal do 
Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Cláudia Regina da Silva – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado 
do Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Distribuição de mamíferos no estado do 
Amapá: endemismo e conservação das 
espécies em diferentes formações vegetais 
 
Dr. Jucivaldo Dias Lima – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado 
do Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Répteis: ecologia e conservação no Amapá 
 
Dra. Janaina Reis Ferreira Lima – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado 
do Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Padrões de distribuição espacial de anfíbios 
no Amapá 
 
Dia 10/12/2020 (Quinta-feira) 
Minicursos 
19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 20h30min 
 
Minicurso 1 
 
Dra. Valéria Saldanha Bezerra 
Ministrante 
 
 
Minicurso 2 
 
Dr. Antônio Francelino de Oliveira Filho 
Ministrante 
 
 
Minicurso 3 
 
MSc. George Azevedo de Queiroz 
Ministrante 
 
 
Minicurso 4 
 
Dr. Rafael Barbosa Pinto 
Ministrante 
 
 
 
A ferramenta Mendeley e sua 
interação com plataformas de 
buscas de artigos científicos 
A sistemática vegetal como ferramenta 
para conhecer a diversidade Introdução a Morfologia das 
Angiospermas Uma Visão Genética da Conquista 
do Ambiente Terrestre Pelas 
Plantas 
 
Dia 11/12/2020 (Sexta-feira) 
Manhã 
8h45min 9h30min 10h 12h 
 
Simpósio 
 
Novos Talentos na Ciência 
 
Me. Rosany Lopes Martins –
Doutoranda em Biotecnologia e 
Biodiversidade pela Universidade 
Federal do Amapá (REDE 
BIONORTE/UNIFAP), Macapá, Amapá, 
Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Alessandra dos Santos Facundes et al. 
Potencial de uso de plantas da 
família Piperaceae na região de 
Munguba, Porto Grande, Amapá, 
Brasil 
 
Lana Bonfim da Silva et al. 
Avaliação fitoquímica e das 
atividades biológicas do extrato 
etanólico de Aristolochia 
sempervirens L. (Aristolochiaceae) 
 
Suellen Patrícia Oliveira Maciel et al. 
Uso de materiais orgânicos na 
construção de barreiras físicas para a 
coleta de sementes 
 
Palestra 
 
Dra. Janaina Reis Ferreira 
Lima – Instituto de 
Pesquisas Científicas e 
Tecnológicas do Estado do 
Amapá (IEPA), Macapá, 
Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Me. Mariana Martins 
Medeiros de Santana – 
Doutoranda na 
Universidade Federal da 
Bahia (UFBA), professora 
da Universidade do Estado 
do Amapá (UEAP), Macapá, 
Amapá, Brasil, 
Sensoriamento remoto e 
ecologia do fogo: histórico, 
redes de colaboração e 
tendências 
 
Roda de conversa 
 
Reflexões sobre a presença da 
mulher na ciência brasileira 
 
Me. Maria do Socorro Silva – 
Instituto Federal do Rio Grande 
do Norte (IFRN), Natal, Rio 
Grande do Norte, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Me. Nádia Farias dos Santos – 
Instituto Federal do Rio Grande 
do Norte (IFRN), Natal, Rio 
Grande do Norte, Brasil 
A mulher negra na ciência 
brasileira: Políticas públicas e 
ações afirmativas 
 
Dra. Annelise Frazão – 
Universidade de São Paulo 
(USP), São Paulo, São Paulo, 
Brasil 
Mulheres na botânica brasileira 
 
Dra. Maria Teresa Buril – 
Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), Recife, 
Pernambuco Brasil 
Maternidade e ciência 
 
Curtas de Iniciação Científica 
 
Dr. Patrick de Castro Cantuária – Instituto de 
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do 
Amapá (IEPA), Macapá, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Alice M. R. Costa et al. 
Prospecção fitoquímica da espécie vegetal 
Licania tomentosa (Benth.) Fristch) 
(Chrysobalanaceae) 
 
Andreza S. Silva et al. 
Análise fitoquímica das folhas de Heliconia 
psittacorum L. f. (Heliconiaceae) 
 
Caroline C. Vasconcelos et al. 
Características invisíveis apoiam o 
descobrimento de espécies novas? O caso de 
Chromolucuma brevipedicellata C.C. Vasconcelos 
& Terra-Araujo (Sapotaceae, Chrysophylloideae) 
 
Daniele Souza da Costa et al. 
Ação de extensão no conhecimento de alunos 
de escolas família agrícola acerca da Botânica 
 
Gabriela S. Araújo et al. 
Espécies frutíferas utilizadas na arborização de 
vias públicas da capital do Tocantins 
Jaryelle S. Oliveira et al. 
Análise fitoquímica do extrato bruto etanólico 
 
 
 
Tarde 
14h 15h30min 17h30min 
 
Simpósio 
 
Diversidade no neotrópico e os encantos de 
suas florestas 
 
Dr. Anderson Pedro Bernardina Batista – 
Instituto Federal do Amapá (IFAP), Laranjal do 
Jari, Amapá, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Ana Angélica Monteiro de Barros – 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
(UERJ), São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil 
Florestas sagradas: as árvores que contam a 
 
Roda de conversa 
 
O poder das plantas em substituir recursos 
não-renováveis rumo a um mundo mais 
sustentável 
 
Me. Bruno Costa do Rosário – Instituto 
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) 
Manaus, Amazonas, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Dra. Lina Bufalino – Universidade Federal 
Rural da Amazônia (UFRA), Belém, Pará, 
Brasil 
 
Simpósio 
 
Anthurium: As plantas que embelezam o mundo e 
fazem “estórias” 
 
Dr. Marcus Alberto Nadruz Coelho – Jardim Botânico do 
Rio de Janeiro (JBRJ), Rio de Janeiro, Brasil 
Coordenação da mesa 
 
Me. Marco Vinicio Cedeño Fonseca - Herbario Luis 
Fournier Origgi (USJ), Universidad de Costa Rica, San 
José (Costa Rica) 
Documentação do gênero Monstera na Mesoamérica e 
na Colômbia 
da espécie vegetal Annona squamosa L. 
(Annonaceae) 
 
Larissa C. M. Coutinho et al. 
Prospecção fitoquímica do extrato bruto da 
espécie vegetal Hancornia speciosa GOMES 
(Apocynaceae) 
 
Laura L. Rivera-Parada, Jaime A. Barrera-García 
Plantas com potencial de uso no município de 
Piamonte, Cauca, Colômbia 
 
Mirian A. Oliveira et al. 
Estudo fitoquímico do extrato bruto etanólico 
das flores de Tagetes erecta L. (Asteraceae) 
 
Thayná O. Corrêa et al. 
Análise fitoquímica do extrato bruto de folhas 
da espécie Passiflora laurifolia Linnaeus 
(Passifloraceae) 
 
 
história do povo de santo 
 
Dra. Mellissa Sousa Sobrinho – Universidade 
Federal do Amapá (UNIFAP/MZG), Mazagão, 
Amapá, Brasil 
Leguminosae em Mazagão e suas interações 
ecológicas: polinização e dispersãoforam coletadas no bairro do Buritizal em Macapá-AP, na 
localização 0°01'07.9"N 51°04'20.5"W. O material vegetal foi seco em estufa a 45ºC por 
aproximadamente 48 horas. Após a secagem, foi realizado o processo de moagem do material 
vegetal em moinho elétrico. A maceração da amostra vegetal consistiu a pesagem de 100 g das 
folhas secas, posteriormente submetidas à extração por maceração em 700mL de etanol por 72 
horas. O processo foi repetido 3 vezes com o mesmo material vegetal, resultando em extração por 
exaustão e no final, obteve-se 26,9 g de Extrato Hidroalcoólico Bruto (EHB). Os ensaios 
fitoquímicos do EHB de F. benjamina consistiram em testes de coloração e precipitação baseados 
na metodologia do Manual de Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos, proposta por 
Barbosa et al. (2004), conforme demostra a Tabela 1. 
 
Tabela 1. Metodologia aplicada na análise fitoquímica do extrato de F. benjamina 
TESTE 
FITOQUÍMICO 
METODOLOGIA APLICADA 
Flavonoides Foi dissolver em 10ml de Metanol alguns miligramas do extrato e adicionar 5 gotas de HCl 
concentrado e raspas de magnésio. Reação positiva apresenta mudança na coloração ou formação 
de precipitado. 
Proteínas Dissolver o extrato em 3ml de água destilada e adicionar 0,5ml de NIHIDRINA a 1% e aquecer 
até ebulição. Se houver aparecimento de coloração violeta, indica reação positiva para proteínas e 
aminoácidos. 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
100 
 
Resultados e discussão 
 De 100g do material vegetal seco, obteve-se um rendimento de aproximadamente 27% do 
EHB que apresentou aparecia semissólida de coloração verde. A triagem fitoquímica revelou 
resultados positivos para a presença de açúcares redutores, saponinas, alcaloides e derivados de 
cumarinas, conforme mostra a Tabela 2. 
 
Tabela 2. Dados da análise fitoquímica do extrato de F. benjamina. 
TESTE FITOQUÍMICO RESULTADO 
Flavonoides - 
Proteínas - 
Ácidos Orgânicos - 
Açúcares Redutores + 
Polissacarídeos - 
Saponinas + 
Alcalóides + 
Fenóis e Taninos - 
Esteroides e Triterpenoides + 
Depsídeos e Depsidonas - 
Heterosídeos Antraquinônicos - 
Núcleo Esteroidal - 
Resinas - 
Derivados de Cumarinas + 
Antraquinonas - 
Purinas - 
Parâmetros: Positivo (+), Negativo (-) 
 
Ácidos 
Orgânicos 
Foi dissolvido em água destilada alguns miligramas do extrato seco, transferir 2ml para um tubo 
de ensaio e adicionar de 3 a 5 gotas do reativo de PASCOVÁ, se houver descoloração, há 
resultado positivo para ácidos orgânicos. 
Açúcares 
Redutores 
Foi dissolvido miligramas do extrato em água destilada, e logo após foi adicionado 2ml dos 
reativos de FEHLING A e FEHLING B, aquecendo por 5 minutos. A formação de um 
precipitado vermelho-tijolo indica resultado positivo. 
Polissacarídeos Em água destilada, foi dissolvido alguns miligramas do extrato e adicionado algumas gotas de 
lugol. Em caso de resultado positivo, há o aparecimento de uma coloração azul. 
Saponinas Consistiu em dissolver alguns miligramas do extrato em água destilada, e logo após, diluir em 
mais 15ml de água e agitar por 2 minutos. A formação de uma espuma duradoura sobre a 
superfície por mais de 30 minutos indica resultado positivo para saponinas. 
Alcaloides Consistiu em dissolver o extrato em 5ml de HCl a 5% e separar em 3 tubos de ensaio 1ml em 
cada, e adicionar gotas dos seguintes reagentes: Reativo de Bouchardat, Reativo de Dragendorff e 
Reativo de Mayer. Em caso de resultados positivos, há respectivamente os seguintes resultados: 
precipitado alaranjado, precipitado vermelho-tijolo e precipitado branco. 
Fenóis e Taninos Foi dissolvido em 5ml de água destilada alguns miligramas do extrato e adicionar e 1 a 2 gotas de 
FeCl3 a 1%. Mudanças de coloração indica resultado positivo para fenóis e taninos. 
Esteroides e 
Triterpenoides 
Dissolveu-se em Clorofórmio alguns miligramas de extrato e adicionar 1ml de Anidrido Acético e 
agitar. Adicionou-se 3 gotas de H2SO4 concentrado e foi agitado novamente. O desenvolvimento 
de cores como azul e verde indicam resultado positivo para esteroides e triterpenoides. 
Depsídeos e 
Depsidonas 
Dissolveu-se o extrato em Éter Etílico e logo após evaporou-se o éter em banho-maria e 
adicionou-se Metanol. Após agitação, foi acrescentado 3 gotas de FeCl3 a 1%. O surgimento de 
coloração azul, cinza ou verde indica resultado positivo para depsídeos e depsidonas. 
Antraquinonas Foi dissolvido em 5ml de Tolueno, alguns miligramas de extrato vegetal e adicionado 2ml de 
solução NH4OH a 10% . Após agitação, o aparecimento de cor rosa ou violeta indica reação 
positiva para antraquinonas. 
Purinas Adicionou-se alguns miligramas do extrato seco, 3 gotas de HCl 6N e 2 gotas de H2O2 
concentrado em uma cápsula de porcelana e colocar em banho-maria. Deve haver a formação de 
um resíduo vermelho. Logo após, foi adicionado 3 gotas de NH4OH 6N. Se houver o 
aparecimento de uma coloração violeta, há indicação de reação positiva para purinas. 
 
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101 
 
 Os açúcares redutores são substâncias que reagem com aminoácidos, proteínas e 
monossacarídeos. A capacidade destes compostos em reduzir íons metálicos em soluções alcalinas 
é um bom método de identificação destes. Os monossacarídeos são as principais fontes de energia 
dos seres vivos, além de terem importância no ramo alimentício (SALAMONI et al., 2000). 
 As saponinas são glicosídeos de esteroides ou terpenos policíclicos. São de elevada massa 
molécula e geralmente apresentam-se em estruturas complexas, por isso, seu isolamento, e tal qual 
sua elucidação é trabalhosa. Pode-se classificar as saponinas em dois grandes grupos: a esteroidais 
e as tritêrpenicas. Elas possuem ação hemolítica sobre eritrócitos e ictiotóxica sobre as brânquias de 
peixes. Algumas revelam poder hipocolesterolemiante, espermicida e são anti-helmínticas 
(SANTOS, 2017). No geral, causam irritação nas mucosas. Tem amplo emprego farmacêutico, 
sendo utilizado como adjuvantes em formulações, emulsificantes, detergentes, complexam-se com 
esteroides. São tradicionalmente usadas como expectorantes e diuréticos (SIMÕES et al., 2007). 
Segundo Aguiar (2018), as saponinas possuem ação inibitória sobre o crescimento de bactérias 
Gram-positivas. A espécie F. benjamina apresenta atividade antimicrobiana que possivelmente 
pode ser causado pela presença de saponinas. 
 Segundo Simões et al. (2007), alcaloides são compostos nitrogenados farmacologicamente 
ativos. Nos vegetais que as produzem tem função de defesa, devido a sua toxicidade ou ao fato de 
seu sabor ser amargo. São usados como repelentes de herbívoros e na síntese de feromônio. Para o 
homem, este metabólito pode ser tóxico, como a beladona. A presença de alcaloides já foi detectada 
em várias atividades biológicas, como atividade antimicrobiana, amebecida, anticolinérgico, anti-
hipertensivo, antimalárico, estimulante do SNC, entre outros (SIMÕES et al., 2007). A atividade 
antimicrobiana dos alcaloides ocorre através de mecanismos que interferem na parede celular e no 
DNA do microorganismo (DOMINGO, 2003). 
 Derivadas do ácido cinâmico, as cumarinas apresentam entre seus membros, atividade anti-
inflamatória, antioxidante, antitrombóticas, vasodilatadoras, antimicrobiana, antiviral, 
antiespasmódica e antitumoral (VILLA NOVA et al., 2012). Deste a década de 1980, algumas 
cumarinas vêm sido sintetizadas e usadas com sucesso em diversas áreas, como por exemplo, a 
Warfarina que tem utilidade na terapia anticoagulante (SOUZA, 2005). Há relatos da ação de 
algumas classes de derivados de cumarinas que agemna DNAgirase do microorganismo, fazendo 
com que seja inibida a produção de ATPase (SOUZA, 2005). 
 Constituindo os óleos essenciais, os esteroides e triterpenoides são anti-inflamatórios, 
antimicrobianos e apresentam atividade inseticida (MARINS et al., 2011; SILVA, 2020). 
Farmacologicamente, atuam na redução dos níveis plasmáticos de colesterol total e LDL, logo são 
conciliados em tratamentos para doenças cardíacas (QUEIROZ, 2009). Além das saponinas, 
alcaloides e derivados de cumarinas, a atividade antimicrobiana relacionada a espécies F. 
benjamina pode estar associada a presença dos triterpenoides, que podem causar desestabilização 
da integridade da membrana celular, interferindo diretamente no crescimento bacteriano (PAVA, 
2017), e sua atividade antioxidante pode estar diretamente ligada aos derivados de cumarina, que 
impedem a formação de espécies reativas de oxigênio e evita o estresse oxidativo (CORRÊA, 
2015). 
Considerações finais 
 O estudo realizado com a espécie vegetal F. benjamina possibilitou identificar a presença de 
algumas classes de metabólitos secundários, responsáveis por atividades biológicas no organismo. 
O EHB das folhas da espécie apresentou resultados positivos para as saponinas, açúcares redutores, 
alcaloides, cumarinas, esteroides e triterpenoides. Através deste ensaio, pode-se considerar o 
possível potencial terapêutico dos metabólitos secundários encontrados, estando relacionados 
principalmente a atividades antimicrobianas e antioxidantes, assim como a compreensão destas 
substâncias e suas ações farmacológicas, evidenciando a relevância do estudo de plantas medicinais 
que a biodiversidade brasileira abrange. 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
102 
 
Agradecimentos 
 
Agradecimento pela concessão da Bolsa pelo Programa de Educação Tutorial (PET-MEC-FNDE), ao curso de 
Farmácia, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) para com o Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica, 
coordenado pela Dra. Sheylla Susan Moreira. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico 
(CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES). 
 
 Referências 
 
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II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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ANÁLISE FITOQUÍMICA DO EXTRATO BRUTO ETANÓLICO DA ESPÉCIE 
VEGETAL Annona squamosa L. (ANNONACEAE) 
 
Jaryelle S. Oliveira
1
*, Amanda S. Rocha
1
, Alice M. R. Costa
1
, Andreza S. Silva
1
, Camila A. M. Soares
1
, Heloíza R. 
Cunha
1
, Ingrid I. A. Barbosa
1
, Larissa C. M. Coutinho
1
, Mayra A. C. Leite
1
, Mirian A. Oliveira
1
, Natálya G. L. Santos
1
, 
Rafaela N. Marques
1
, Ridelley S. Sousa
1
, Thayná O. Corrêa
1
, Thays R. Peres
1
, Marlon O. Nascimento
2
, Sheylla S. M. 
S. Almeida
1
 
1. Universidade Federal do Amapá; 2. Instituto Federal do Amapá. 
*jaryellesantos@gmail.com 
 
Introdução 
 
 O conhecimento sobre plantas e suas funções medicinais advém desde o Antigo Egito, 
estendendo-se a cultura indígena, ricos em conhecimento sobre a flora medicinal, no qual 
utilizavam como remédios para enfermidades (RADOMSKI, 2003). A utilização de ervas 
medicinais vai além da questão cultural, visto que a eficácia pode ser comprovada cientificamente 
(BATTISTI et al., 2013), como o conhecimento sobre os metabólitos secundários, sendo estes os 
responsáveis por tais propriedades medicinais. Estes possuem uma complexidade estrutural e baixo 
peso molecular, podendo apresentar baixas concentrações em agrupamentos vegetais específicos 
(PEREIRA, 2012). 
 A Annona squamosa L., descrita por Carl Von Linnaeu em 1753, originada da América 
Central, região das Antilhas, foi introduzida no Brasil em 1926 pelo Conde Miranda, na Bahia, 
adaptando-se na região do Nordeste, devido ao clima tropical e subtropical, sendo popularmente 
conhecida como fruta de conde, pinha ou ata (CORDEIRO, 2000). 
 Sendo amplamente distribuída na América tropical, a ata pertence a família Annonaceae, 
uma angiosperma, com aproximadamente 2000 espécies dispostas em 130 gêneros, mas no Brasil 
apresenta cerca de 29 gêneros e 385 espécies, concentradas nas florestas amazônica e atlântica 
(BFG, 2015). Consiste em uma família que possui ampla atividade, tais como citotóxica, 
imunossupressora, pesticida, antiparasitária e antimicrobiana (LIMA et al., 2010), atuando como 
inibidoras do Complexo I mitocondrial (GONZALEZ et al., 1997). Segundo Leboeuf et al. (1982), 
os alcaloides são compostos nitrogenados farmacologicamente ativos, considerado uma classe de 
metabólitos secundários, e principais constituintes químicos das espécies pertencentes à família 
Annonaceae. 
 Essa espécie pertence ao gênero Annona que abrange aproximadamente 81 espécies 
lenhosas com porte de árvores e arbustos distribuídas na região amazônica, possuindo importância 
econômica devido às características de seus frutos comestíveis e com ampla comercialização para 
produção de sucos e sobremesas, destacando-se a ata e a graviola (ARAÚJO, 2014). Ademais, 
possui relevância no meio medicinal devido à presença de metabólitos secundários como os 
alcaloides, muito frequentes em espécies desse gênero, todavia, constituintes químicos naturais: 
proteínas, taninos, ácido ascórbico, pectinas, aminoácidos, polifenóis e vitaminas do tipo β-
caroteno e do complexo B (CRUZ, 2011). 
Há espécies pertencentes a Annona que auxiliam em tratamentos de espasmos, úlceras, cólica, 
possuindo efeitos cicatrizante, anti-inflamatório, sedativo, entre outras atividades medicinais de 
conhecimento popular e científico, todavia algumas espécies, pertencentes ao gênero não 
apresentam tais propriedades (RABELO, 2014). 
 A espécie estudada, A. squamosa, ou fruta de conde (Figura 1), tem características 
morfológicas de uma árvore de pequeno porte, em média de 4 a 8 metros de altura; casca castanho-
acinzentada; suas folhas possuem de 6 a 7 cm de comprimento, são rígidas, inteiras e alternadas, 
elípticas, obtusas, glabras, com coloração verde escura na parte superior; as flores são pediceladas, 
opostas e solitárias, sendo esverdeadas ou brancas; as sépalas são pequenas; pétalas oblongo-
lineares com cor amarelada ou branca; com mácula purpúrea na base, atribuindo um intenso aroma, 
de grande relevância para a polinização e frutificação, sendo esta uma característica marcante nessa 
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espécie; seu fruto é esférico ou cordiforme, com até 12 cm de diâmetro, quando maduro a epiderme 
é verde-amarelada, composta por carpelos areolados, com 5 a 6 gonas, com ápice arredondado; a 
polpa é branca, densa e adocicada; as sementes lisas e pretas (CORRÊA, 1984). 
 
 
Figura 1. Folhas e fruto da Annona squamosa L. 
Fonte: Globo Rural (2018). 
 
 É uma planta de grande importância comercial devido aos seus frutos, os quais são 
utilizados na culinária. Entretanto a ata detém de propriedades medicinais em decorrência da 
presença de classes de metabólitos secundários, a depender da parte utilizada, como as raízes, as 
folhas e as sementes, podem contribuir para o tratamento de doenças e enfermidades (PEREIRA, 
2012). De acordo com Cordeiro et al. (2000), o extrato e o chá da raiz auxiliam no tratamento de 
prolapso retal; as sementes são capazes de hemolizar as células do sangue e possuem ação 
inseticida devido a presença da classe de metabólito secundário da saponina, mas em tribos da Índia 
o seu pó é utilizado para matar piolhos, entretanto, também possuem alto teor de óleos voláteis que 
podem atuar como antimicrobianos (CHAVAN et al., 2006; RAHMAN et al., 2005). As folhas 
infusionadas são utilizadas como sudorífico e para hipertireoidismo; as folhas contusas como 
cataplasma, que auxiliam em furúnculos, e cozidas são empregadas em banhos contra reumatismo, 
tais métodos são utilizados na medicina popular (PECKOLT, 2016). Diante dos conhecimentos 
tradicionais e populares, a ciência analítica possibilitou a comprovação das atividades biológicas e 
suas ações terapêuticas, através da análisefitoquímica. O perfil fitoquímico da A. squamosa é 
representado por fenóis, flavonoides, taninos, proteínas, aminoácidos e ácidos orgânicos. O 
objetivo desta pesquisa foi determinar e identificar as principais classes de metabólitos secundários 
encontradas nas folhas da espécie vegetal A. squamosa. 
 
Metodologia 
 
 A espécie vegetal foi coletada no Amapá, na cidade de Macapá, no bairro Jesus de Nazaré, 
nas coordenadas (Latitude 0°3‘2,21‖ N e Longitude 51°3‘42,28‖ W). Realizou-se a confecção de 
exsicatas para o Herbário do Instituto de Pesquisa do Estado do Amapá (IEPA). A metodologia 
utilizada foi de Barbosa et al. (2004), no Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica da 
Universidade Federal do Amapá. O material vegetal utilizado para a análise foram as folhas da 
pinha, estas passaram por uma seleção, em seguida iniciou-se o processo de secagem, as folhas 
foram acondicionadas na estufa de secagem à 45°C, em seguida foram moídas, no qual foi possível 
obter 100g do material seco e moído, este foi submetido ao processo de extração por maceração, no 
qual foi utilizado como solvente 750mL de álcool etílico 96°GL, após 72 horas, foi filtrado 
utilizando um papel filtro estéril, obtendo-se o extrato etanólico, adicionou-se novamente 750mL 
do solvente ao material vegetal, sendo repetido 3 vezes a cada 3 dias a maceração. 
 O extrato etanólico obtido passou pelo processo de rotaevaporação em temperatura 
constante de 50°C- 60°C para a eliminação do solvente, obtendo-se 0,180g de extrato bruto. Foram 
realizados 16 testes fitoquímicos com o extrato bruto das folhas da A. squamosa para a 
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identificação das classes de metabólitos secundários presentes na espécie vegetal (Figura 2), sendo 
esses: ácidos orgânicos, açúcares redutores, antraquinonas, alcaloides, cumarinas, depsideos, 
depsidonas, fenóis, taninos, flavonoides, proteínas, aminoácidos, saponinas, entre outros. 
 
Figura 2. Esquema de Análise Fitoquímica 
Fonte: Autor (2020). 
 
 
Resultados e discussão 
 
 De acordo com os testes realizados, a partir da metodologia de Barbosa et al. (2001), foi 
possível identificar algumas das 16 classes de metabólitos secundários, através da análise 
fitoquímica com as folhas da A. squamosa L., apresentando resultado positivo para 3 (três) classes 
de metabólitos secundários, de acordo com a Tabela 1: 
 
Tabela 1- Testes fitoquímicos realizados para identificação das classes de metabólitos secundários 
TESTE FITOQUÍMICO RESULTADO 
Ácidos Orgânicos + 
Açucares Redutores - 
Antraquinonas - 
Alcaloides - 
Cumarinas - 
Depsideos e depsidonas - 
Esteroides e Triterpenoides - 
Fenóis e Taninos + 
Flavonoides + 
Heterosídeos antraquinômicos - 
Núcleo Esteroidal - 
Polissacarídeos - 
Purinas - 
Proteínas e Aminoácidos + 
Resinas - 
Saponinas - 
Parâmetros: Negativo (-); Positivo (+) 
 
 A partir dos resultados da prospecção fitoquímica, foi possível observar a presença de 
ácidos orgânicos, devido a capacidade das folhas de acumular ácidos orgânico em seus vacúolos, 
justificando a presença dele no material analisado. Entretanto, há uma grande diversidade de 
vegetais que apresentam ácidos orgânicos, estes lhes conferem sabor ácido e propriedades 
farmacêuticas semelhantes, a destaque os ácidos: tartárico, málico, cítrico e o silícico (DUARTE, 
2014). Concomitante, os ácidos orgânicos podem ser considerados laxativos, auxiliam no 
tratamento de prolapso retal, antibactericidas e antimicrobianos, portanto, esta classe de metabólito, 
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provavelmente, é responsável, em parte, por esta atividade biológica da A. squamosa, pois se não 
dissociados podem difundir-se passivamente através da parede celular das bactérias, e dissociar-se 
quando o pH interno é superior a constante de dissociação e promover a diminuição do pH interno. 
Os íons H
+
 reduzem o pH interno, e isto é incompatível com certas classes de bactérias que não 
toleram um gradiente significativo de pH em ambos os lados da membrana. Dependendo do pH 
interno, acumulam-se internamente os ânions, modificam a pressão osmótica interna e são tóxicos 
para a bactéria, interrompendo a síntese de ácido nucléico, bloqueando as reações enzimáticas e 
alterando o transporte através da membrana (CHIQUIERI et al., 2010; CHAVAN et al., 2006). 
 Os fenóis identificados no extrato das folhas, provavelmente, podem ter ação 
antimicrobiana e inseticida, devido ao estudo realizado por Gould (2009), onde apresentou uma 
atividade contra cepas de Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus e 
Salmonella typhi, tendo possivelmente potencial, nessa classe, presente na espécie estudada, para 
estas ações biológicas, pois há estudos que apontam que os microrganismos Gram-negativos 
possuem uma maior resistência à ação de antimicrobianos, uma vez que sua parede celular se 
encontra protegida por uma camada de lipopolissacarídeos. A maior suscetibilidade de 
microrganismos Gram-positivos, acredita-se que o mecanismo da ação antimicrobiana do extrato, 
decorra da interação do mesmo com o peptidoglicano presente na parede celular bacteriana, 
caracterizando uma barreira mais frágil do que a parede celular das bactérias Gram-negativas 
(CHANDRASHEKAR et al., 2011). 
 Os taninos identificados na planta em estudo, supostamente, podem, em parte, auxiliar no 
tratamento de furúnculos, ação antidiarreica, ter ação vasoconstritora, impedindo agressões externas 
e diminuição de fluido; é cicatrizante, podendo regenerar tecidos nos casos de feridas ou 
queimaduras; possui ação biológica contra determinados microrganismos, como agentes 
carcinogênicos e causadores de toxicidade hepática; podendo atuar como anti-inflamatórios, 
auxiliando no tratamento de hipertensão arterial e problemas renais, no qual na medicina popular a 
pinha é amplamente empregada (MONTEIRO et al., 2005; SIMÕES, 2010). As ações 
farmacológicas dos taninos, derivam de suas capacidades de formarem complexos com proteínas e 
polissacarídeos, desta maneira contribuem na cura de feridas e queimaduras. Semelhantemente, esta 
afinidade dos polifenóis por proteínas, de essencial importância na atividade de inativação de 
enzimas, impedindo assim o crescimento de alguns microrganismos (SIMÕES, 2010). Dessa 
forma, essa classe metabólica, segundo Peckolt (2016), pode ser responsável, decerto, pela 
atividade tóxica no pó das sementes da A. squamosa, no qual, tradicionalmente, é utilizado para 
matar piolhos. Entretanto, de acordo com a pesquisa realizada por Sunanda et al. (2003), a mesma 
não apresenta, até o momento, potencial de interferência reprodutiva. 
 A classe de flavonoides, podem ser responsáveis por atividades medicinais para tratamento 
hipertireoidismo, como sudoríferos, podendo atuar como antioxidantes; auxiliam na prevenção e 
tratamento de reumatismo, na modulação da inflamação, na hemolização de células sanguíneas, na 
prevenção do câncer e de sua progressão. Dessa forma, estas funções medicinais, desta classe de 
metabólito, podem, supostamente, de acordo com sua concentração, ser correlacionadas a tais 
atividades biológicas presentes nas folhas da espécie estudada, conhecida popularmente como 
pinha, dado que estes são carregadores diretos de radicais livres, uma vez que protegem moléculas 
como o DNA, podem vir a abortar alguns processos carcinogênicos e sequestrar radicais DPPH, 
reduzindo a sua forma menos reativa um grupo de pigmentos de vegetais amplamente distribuídos 
na natureza, que dão cor as folhas, flores e frutos e desempenhamfunção de defesa, protegendo 
contra a radiação UV e outras ameaças (MACHADO et al., 2010; RABELO et al., 2014). 
 Os aminoácidos detectados na análise são essenciais. Estes podem ser relacionados a 
espécie, devido à capacidade de serem sintetizados nos vegetais através do aproveitamento do 
nitrogênio na forma de NH4
+
, nitritos e nitratos presentes no solo e que são produzidos por bactérias 
capazes de fixar o N2 atmosférico convertendo-os nos produtos nitrogenados absorvidos pelos 
vegetais, aqueles que o organismo não consegue produzir e por isso precisam ser obtidos por meio 
da alimentação; aminoácidos não essenciais, o corpo humano consegue produzir; e aminoácidos 
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condicionalmente essenciais, em certas condições patológicas não conseguem ser produzidos em 
quantidade suficiente, ou são sintetizados a partir de outros aminoácidos (VOET, 2000). 
 As proteínas exercem funções diversas, principalmente como catalisadores, elementos 
estruturais e sistemas contráteis, armazenamento (ferritina), veículos de transporte (hemoglobina), 
hormônios, anti-infecciosas (imunoglobulina), enzimáticas (lipases), nutricional (caseína) e agentes 
protetores (VOET, 2000). Dessa forma, pode-se ter ou não, de acordo com a concentração, tais 
ações biológicas, destas classes metabólitos secundários, nas folhas da A. squamosa. 
 
Considerações finais 
 
 A pesquisa realizada com a espécie vegetal A. squamosa por meio de testes fitoquímicos 
realizados a partir do extrato bruto etanólico das folhas da ata apresentaram positividade para 
algumas classes de metabólitos secundários, nos quais estes são responsáveis por atividades 
biológicas no corpo humano, como tratamento ou amenização de infecções. 
 O estudo e aplicação desta pesquisa se mostra de grande relevância tanto para a 
conhecimento científico na área da saúde, como para pessoas que já utilizam desse recurso 
terapêutico, almejando tratamentos como anti-inflamatórios, antioxidantes, cicatrizante, 
antimicrobiano, entre outros objetivos, entretanto, de acordo com o conhecimento popular, a 
semente da ata apresenta um grau de toxicidade para o organismo, portanto, para que tenha uma 
aplicabilidade farmacológica e terapêutica evidencia-se a importância dessa pesquisa, no qual busca 
esclarecer e identificar os metabólitos e suas funcionalidades, como a interferência metabólica 
negativa, visando sempre informar a população e garantir o bem-estar destes. Dessa forma, a 
análise fitoquímica proporcionou um maior conhecimento das substâncias das folhas da ata, suas 
ações e funções no organismo, possibilitando maior compreensão dos efeitos metabólicos referente 
a sua composição e aplicação farmacológica de acordo com o estudo literário e os testes 
laboratoriais. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecimento pela concessão da Bolsa pelo Programa de Educação Tutorial (PET-MEC-FNDE), ao curso de 
Farmácia, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) para com o Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica, 
coordenado pela Dra. Sheylla Susan Moreira. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES). 
 
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ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS AULAS DE BOTÂNICA: JOGO, 
EXPERIMENTO E PRÁTICA 
 
Jéssica R. Ferreira*, Eslane L. Alves, Alday de O. Souza 
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. 
*jeu.ferreira@outlook.com 
 
Introdução 
 
O ensino de botânica gera discussões em sintonia com os pensamentos referentes ao 
processo de ensino-aprendizagem, apresentando peculiaridades que justificam um olhar mais 
cuidadoso e especifico nessa área (URSI et al., 2018). O conhecimento da Botânica é essencial para 
a formação de cidadãos conscientes, conhecedores da diversidade e importância dos vegetais para o 
meio ambiente e, consequentemente, para o homem (ARRAIS et al., 2014). Os conteúdos da 
botânica incluem áreas de estudo como Fisiologia Vegetal, Morfologia e Anatomia Vegetal, 
Sistemática e Taxonomia Vegetal, o que a torna bastante temida pelos estudantes (SILVA, 2015). 
Existe uma aversão com o ensino de botânica na sala de aula, se tornando uma das 
disciplinas menos atrativas, podendo ser associada à forma como vem sendo trabalhada em sala, 
limitando a exposição de nomes vazios de significado para os estudantes (BITENCOURT et al., 
2011). Os conceitos são bastante complexos e extensos, exigindo uma necessidade de memorização 
por parte dos alunos (JORGE et al, 2009). Nesse cenário, o professor é desafiado a adotar 
alternativas pedagógicas que contribuam para a construção de conhecimentos botânicos efetivos, 
trazendo inicialmente o conhecimento de mundo e incluindo no ensino analogias com a realidade 
dos discentes para melhor assimilação (MACEDO et al., 2013). 
O uso de atividades lúdicas, experimentais e aulas práticas são importantes no processo de 
ensino e aprendizagem uma vez que desperta um maior interesse e participação, favorecendo o 
desenvolvendo do conhecimento e promovendo uma melhor aprendizagem (MOREIRA e DINIZ, 
2002; PIAGET, 2002). Essas atividades fornecem aos estudantes um ambiente estimulador, 
prazeroso e agradável possibilitando a aprendizagem de várias habilidades e desenvolvem a 
cooperação e socialização, contribuindo para a construção do conhecimento (PEDROSO, 2009). 
O tempo tem se tornado uma questão chave, principalmente para os professores que 
apresentam uma grande carga horária na escola, além da falta de materiais, mesmo os de custo 
acessível (URSI et al., 2018). Aulas práticas e experimentais, necessitam de tempo para preparo, no 
entanto, a realização de atividades lúdicas dependerá da motivação do professor (MAIA et al., 
2013). Diante das dificuldades encontradas pelos professores no ensino de botânica, o presente 
trabalho teve como objetivo desenvolver estratégias metodológicas ativas como facilitadoras de 
aprendizagens no ensino de Botânica na Educação Básica. 
 
Metodologia 
 
Local 
 O projeto foi desenvolvido em uma turma de 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual 
Camilo de Jesus Lima, localizado na cidade de Vitória da Conquista, Bahia. 
 
Período de observação e planejamento 
 Inicialmente, durante o período de agosto a setembro do ano de 2017, houve um momento 
de observação das aulas da disciplina de Biologia que permitiu uma aproximação com os discentes 
e a verificação das atividades trabalhadas, conhecer a dinâmica da turma, interação aluno-aluno, 
professor-aluno. Os planos de aula foram elaborados com a supervisão da professora regente da 
graduação, assim como os materiais a serem utilizados durante o estágio como: jogos didáticos, 
modelos didáticos e atividades práticas. 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
112 
 
Atividades propostas 
 As atividades desenvolvidas no projeto constaram de aulas expositivas sobre o Reino Fungi 
e Plantae. Foram necessárias 20 aulas, sendo 5 horas/aulas por dia. Inicialmente foi feito uma 
sondagem explanatória por meio de questionário misto com apenas cinco perguntas para verificar o 
conhecimento prévio dos alunos sobre os temas que seriam trabalhados em sala de aula. Em 
seguida, iniciaram as aulas expositivas com maior enfoque nas reais dificuldades elencadas pelos 
estudantes. Após as aulas expositivas, foram feitas aulas de observação no pátio da escola, para 
registrar os exemplares de plantas com flores, levando os alunos a voltar o olhar para as espécies, 
onde foi mostrado e detalhado cada parte das folhas e flores, e seus respectivos significados. Para 
as aulas, foi pedido aos estudantes que levassem exemplares de plantas das suas casas para serem 
trabalhadas em sala de aula. Foi realizado experimento com folhas de acelga para ilustrar o 
transporte de seiva. No último dia de aula foi aplicado o jogo didático, ―o tabuleiro cientifico‖. No 
final de cada aula, foi aplicado atividades xerocopiadas para verificar a assimilação dos alunos com 
os conteúdos trabalhados. 
 
Aplicação das atividades em sala de aula 
 A primeira atividade desenvolvida foi o jogo do tabuleiro em tamanho aumentado, 
possibilitando que o aluno (representante escolhido pelo grupo) exercesse o papel de ―pino 
marcador‖, sendo distinguíveis pela cor do chapéu que eles receberam (Figura 1). Foram colocados 
no quadro 40 envelopes com perguntas referentes aos assuntos: Reino Fungi e Reino Plantae, 
trabalhando por meio da evolução dos grupos, Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e 
Angiospermas. Os alunos escolheram as perguntas pelo número do envelope, cada grupo tinha 1 
minuto para responder a questão. O jogo contou com um dado que definia o número de casas que 
cada grupo deveria avançar caso acertasse a pergunta escolhida, ganhando o jogo o grupo que 
chegasse à última casa. 
 A segunda atividade proposta foi o experimento que consistiu na imersão das folhas de 
acelga em um recipiente com água e corante, (anilina vermelha e azul), para melhor visualização, 
objetivando mostrar a condução de água através dos vasos presentes nas plantas, um processo que 
permite que a água absorvida pelo caule seja distribuída por todo o corpo da planta, chegando até as 
folhas (Figura 2). Após a experimentação, foi solicitado que cada aluno fizesse anotações 
descrevendo o processo e socializando com a turma. 
 Na terceira atividade, foi realizada uma aula prática para melhor visualização e 
entendimento da botânica. A atividade consistiu na amostragem de material biológico onde 
puderam visualizar, manusear, desenhar e identificaras estruturas dos espécimes referente ao Reino 
Fungi e Plantae (Figura 3). 
 
Resultados e discussão 
 
Observações no Ensino de Botânica 
No decorrer das observações foi possível notar que os objetivos traçados pelos professores, 
nem sempre são alcançados junto aos alunos. A conscientização sobre a importância dos conteúdos 
trabalhados é dificilmente aceita pela maioria dos estudantes. No inicio das aulas, o docente 
levantava questionamentos a respeito do conteúdo da aula, com pouco interesse por parte dos 
alunos em responder ao professor, ao serem questionados sobre a botânica, muitos relataram ser 
uma disciplina chata e desinteressante devido a quantidade excessiva de informações dificultando a 
aprendizagem. 
Devido ao grande desinteresse da maioria dos estudantes, ficou nítido que havia uma 
minoria participativa nas aulas, cumprindo as atividades e exigindo aulas mais dinâmicas. As aulas 
expositivas, eram ministradas com domínio do conteúdo, o professor soube trazer informações 
compatíveis com a realidade dos estudantes. Para amenizar a falta de materiais didáticos o docente 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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fez um cladrograma no quadro branco, ilustrando a evolução das plantas e os pontos principais de 
adaptação de cada evento. Essa metodologia, facilitou o entendimento do conteúdo, onde os 
estudantes puderam visualizar melhor os aspectos evolutivos das plantas. 
Durante as observações não foi notado a utilização de nenhum recurso didático, como 
materiais didáticos, jogos, equipamentos audiovisuais ou materiais de laboratório, apenas a aula 
expositiva utilizando o livro didático como único recurso como método de ensino para todas as 
aulas. Apesar do domínio do conteúdo pelo professor, aulas expositivas em excesso se tornam 
maçantes e cansativas tanto para o aluno, quanto para o docente. 
 
Conhecimentos prévios: aplicação de questionário 
Na sondagem explanatória por meio de questionário a primeira pergunta foi quais das 
grandes áreas de biologia eles mais tinham afinidade ou gostavam e qual menos gostavam. A 
maioria dos alunos responderam se identificar com genética e apenas 20% responderam botânica. 
A resposta mais expressiva sobre gostar da botânica foi ―Tenho mais afinidade com a botânica, pois 
amo cuidar das plantas e entender como elas funcionam, isso facilita os cuidados‖. 
O segundo questionamento, foi acerca das aulas, qual estratégia gostaria de adicionar nas 
aulas de botânica para torna-la mais prazerosa de ser estudada? A resposta mais expressiva foi ― 
Nossas aulas de botânica são apenas expositivas, sempre com o uso do livro didático como 
principal fonte, então gostaria que o professor adicionasse jogos, aulas práticas para entendermos 
como são as folhas, e quem sabe um dia conhecer um laboratório pra vê as plantas no microscópio 
e realizar aulas de campo‖. 
A terceira pergunta, foi se os alunos conseguem assimilar o que é estudado em sala de aula 
com o cotidiano deles. A maioria respondeu que não, um dos relatos extraídos do questionário foi 
que ―Eu não consigo visualizar a importância da botânica no meu dia a dia, sei que é importante 
conservar as plantas, mas não sabemos como e o que fazer para melhorar‖. 
A quarta pergunta foi pedido uma definição do que são plantas, o que elas significam e qual 
a importância. Todos os relatos foram que plantas são seres vivos e são extremamente importantes 
para manutenção da vida. Alguns relatos ―Plantas tem caule, folhas, raízes e frutos‖ ―Plantas 
produzem oxigênio, desde o inicio da vida e foram evoluindo até produzir frutas e flores‖. 
Bitencourt et al. (2011) e Silva (2015) apresentaram resultados parecidos, onde, embora as 
respostas possam não está completamente errada, elas são breves e vagas colocadas de uma forma 
generalista sem apontar as principais características de um vegetal. 
A última pergunta foi sobre os grupos das plantas, se os alunos conseguiam identificar e 
saber quais plantas pertencem a quais grupos de plantas do cotidiano deles. A maioria respondeu 
que não sabem identificar, e alguns responderam que só sabem que o grupo das angiospermas 
apresentam flores e frutos. Com estes resultados, é possível concluir que está ocorrendo uma 
defasagem no ensino de botânica em sala de aula, pois, os estudantes não conseguem assimilar o 
que está sendo estudado com a realidade. Freitas et al. (2012) enfatiza a importância da utilização 
de recursos para nortear os alunos a criarem uma visão interdisciplinar e encaixarem os conteúdos 
aplicados em sala de aula no seu dia a dia. 
 
Aplicações das atividades em sala de aula 
Jogo do tabuleiro 
A primeira atividade realizada em sala, após as aulas expositivas, foi o jogo do tabuleiro em 
tamanho aumentado. O jogo funcionou como uma estratégia para avaliar a assimilação dos alunos, 
quanto aos conteúdos. Durante a realização do jogo (Figura 1), os alunos mostraram bastante 
entusiasmo, estavam atentos para não responder às perguntas equivocadamente. Com a aplicação 
do jogo, foi possível perceber ainda uma grande interação entre os alunos, afirmando o que 
Miranda (2001) vem dizendo sobre o jogo didático, pois o mesmo pode proporcionar ao discente 
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II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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uma maior capacidade de interação com os conteúdos trabalhados, favorecendo o desenvolvimento 
de habilidades em relação à cognição, possibilitando socialização, motivação e criatividade. 
 
 
Figura 1. Alunos participando do Jogo o tabuleiro científico. 
Fonte: Eslane Luz Alves. 
 
Experimento 
O experimento foi a segunda atividade desenvolvida (Figura 2). Eles despertam a 
motivação e interesse dos discentes pelo conhecimento, facilitando a compreensão de fenômenos 
naturais e de concepção científica (POSSOBOM, 2002). Na atividade de experimentação foi 
desenvolvido um trabalho de observação com os alunos, a partir da utilização de folhas de acelga 
para demonstrar um pouco a respeito do processo de transporte de seiva que ocorre nas plantas, 
uma vez que grande parte dos alunos apresentam dificuldades de compreender os processos 
fisiológicos da planta. Este fato ocorre pela falta de suporte para aulas experimentais na escola, 
devido à ausência de laboratórios. De acordo as observações e relatos feitos pelos estudantes, estes 
acharam bastante interessante e compreensível, por saber que existem vasos condutores de seiva, 
uma vez que conseguiram visualizar o processo de condução na prática. 
 
 
Figura 2. Experimento com folhas de acelga e corante (Anilina). 
Foto: Eslane Luz Alves 
 
Aula prática 
Os materiais biológicos utilizados fazem com que o aluno tenha uma relação entre teoria e 
prática, não se limitando apenas as abstrações, mas na observação do material real (XAVIER, 
2007). Levando a compreensão dos conteúdos trabalhados permitindo uma visualização direta dos 
fungos e plantas, tanto a parte anatômica, quanto fisiológica. Os estudantes estavam empolgados 
para a aula prática, todos os exemplares foram trazidos por eles e alguns coletados no jardim da 
escola (Figura 3). A aula gerou maior comprometimento com o conteúdo apresentado, foi pedido 
um relatório final sobre a aula prática. 
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115 
 
 
 
 
Figura 3. Alunos em aula prática. 
Foto: Jéssica Rocha Ferreira 
 
Considerações finais 
 
Manter a aprendizagem mais significativa, com desenvolvimentoe execução de atividades 
pedagógicas diferenciadas, exige do professor mais criatividade, tempo e recursos variados. Pois, 
são estratégias válidas para alcançar melhor entendimento e compreensão dos conteúdos estudados. 
O professor deve buscar métodos alternativos para contextualizar os assuntos abordados e tentar ao 
máximo inseri-los no cotidiano dos discentes. 
É importante desconstruir o pensamento sobre a botânica ser chata e desinteressante. Por 
este motivo, é necessário encontrar formas de ensinar conteúdos de maneira mais articulada e 
contextualizada com a realidade do aluno. Quando o professor fica preso á ensinar apenas os 
conteúdos do livro, as aulas se tornam difíceis de serem assimiladas recebendo um status de sem 
importância. Devido a isso, estratégias devem ser traçadas para minimizar os impactos negativos 
que envolvem o ensino de botânica, deixando-a mais clara e prazerosa promovendo uma 
aprendizagem significativa. 
O estudo revelou que a adoção de metodologias ativas é uma opção interessante, 
promovendo um ensino mais contextualizado dos conteúdos de botânica, contribuindo para melhor 
compreensão dos conceitos além de favorecer a valorização do cenário florístico que existe na 
escola do estudo. Além disso, o estudo permitiu reflexões sobre as contribuições da utilização de 
estratégias simples que podem ser aplicadas em sala de aula para auxiliar no processo de 
aprendizagem dos alunos. O uso de atividades diversificadas, como jogos, aulas práticas e 
experimentais fazem uma grande diferença no aprendizado. Os discentes aprovaram a metodologia 
diferenciada, os relatos foram positivos e animadores. As atividades aplicadas em sala, 
demonstraram que ocorreu uma excelente assimilação dos conteúdos trabalhados. 
Portanto, é preciso que os professores se dediquem em trabalhar estratégias diversificadas 
em sala de aula, para estimular os alunos á construir um conhecimento mais sedimentado e não 
apenas decoração de nomes científicos. Assim, o planejamento e a metodologia são essenciais para 
o sucesso da aula, principalmente no manuseio dos experimentos, práticas e dos jogos educativos 
como recursos pedagógicos necessários a desenvolver as habilidades dos alunos. 
 
Agradecimentos 
 
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), pelo suporte necessário e contato com as escolas da cidade 
verificando a disponibilidade de ceder o espaço para realização do projeto. À professora de estágio em docência, Alday, 
por todos os ensinamentos e assistência. Ao Colégio Estadual Camilo de Jesus Lima, por disponibilizar as aulas para 
elaboração do projeto na turma do 2º ano do Ensino Médio. À Joboeco2020, pelo espaço no evento para apresentação 
dos trabalhos. 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
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Referências 
 
ARRAIS, M. G. M.; SOUSA, G. M.; MARSUA, M. L. A. O ensino de botânica: Investigando dificuldades na 
prática docente. RevistadaSBEnBio, n.7, p. 5409-5418, 2014. Disponível 
em:. Acesso em: 
26 Mar. 2017. 
BITTENCOURT, I. M.; MACEDO, G. E. L.; SOUZA, M. L. et al. As plantas na percepção de estudantes de ensino 
fundamental no município de Jequié – Ba. VIII ENPEC, 2011, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, UFRJ, 2011. 
Disponível em:. Acesso em: Acesso em: 26 Mar. 
2017. 
JORGE, V.L., GUEDES, A.G., FONTOURA, M.T.S; PEREIRA, R.M.M. Biologia limitada: um jogo interativo para 
alunos do terceiro ano do ensino médio. Encontro Nacional de pesquisa em educação e ciência. Florianópolis, 2009. 
MAIA, E.D., A, P., Vannier-Santos, M.A. O Ensino de Ciências Biológicas a partir de experimentos nas Aulas 
Práticas no Colégio Estadual Luiz Vianna – Salvador/Ba. In: Atas do VIII ENPEC – Encontro Nacional de Pesquisa 
em Educação em Ciências, 2011. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0532-1.pdf. 
Acesso em: 24 de outubro 2017. 
MIRANDA, S. No Fascínio do jogo, a alegria de aprender. CiênciaHoje, São Paulo, v.28, p.64-66, jan. 2001. 
MOREIRA, M.L., DINIZ, R.E.S. O Laboratório de Biologia no Ensino Médio: Infra Estrutura e Outros Aspectos 
Relevantes Departamento de Educação do Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP. Projeto do Núcleo de 
Ensino, financiado pela FUNDUNESP. 2002, p. 295 – 305. 
PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1972. 
POSSOBOM, C. Atividades práticas no Ensino de Biologia e de Ciências: Relato de uma experiência. Ver. 
Ciência e Educação, p. 113-123, 2002. 
SILVA, T.S. A botânica na educação básica: concepções dos alunos de quatro escolas públicas estaduais em João 
Pessoa sobre o Ensino de Botânica. João Pessoa, 2015. 
URSI, SUZANA et al . Ensino de Botânica: conhecimento e encantamento na educação científica. Estud. av., São 
Paulo, v. 32, n. 94, p. 7-24, Dec. 2018. Available from 
. access on 
19 Oct. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0002. 
XAVIER, K.R.F., et. al. O uso de materiais biológicos como elementos facilitadores do processo de ensino e 
aprendizagem em atividades teórico-práticas. IX Encontro de Extensão, X encontro de Iniciação à docência, UFPB, 
2007. 
 
https://novaescola.org.br/conteudo/554/os-desafios-da-educacao-inclusiva-foco-nas-redes-de-apoio
http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0493-1.pdf
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http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0002
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SIPARUNACEAE (LAURALES) DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 
 
Karina M.D. Sanita¹*, Elton J. de Lírio² 
1. Universidade São Judas Tadeu; 2. Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. 
*karina.m.della@gmail.com 
 
Introdução 
 
 A partir de estudos morfológicos externos e anatômicos, Siparunaceae foi segregada de 
Monimiaceae compondo uma família própria (Schodde 1970). Siparunaceae engloba Siparuna 
Aubl. e Glossocalyx Benth. e aproximadamente 60 espécies (Renner & Haussner 2005). Mais tarde, 
pesquisas filogenéticas moleculares mostraram maior proximidade filogenética de Siparunaceae 
com Gomortegaceae e Atherospermataceae do que com Monimiaceae, confirmando a necessidade 
da segregação anteriormente sugerida por Schodde (l.c.) (Renner et al. 1997, Renner 1998, 1999). 
 Siparuna é exclusiva da região Neotropical, ocorre do México ao norte do Paraguai, já 
Glossocalyx longicuspis Benth., monotípico, ocorre apenas nas planícies da África ocidental 
(Renner & Hausner 2005a; Stevens 2011). No Brasil ocorrem 20 espécies, quatro delas são 
endêmicas do país (Flora do Brasil em construção 2020). A Amazônia é o bioma com maior 
abundância, pois conta com 19 espécies, na sequência está a Mata Atlântica, que conta com sete 
espécies (Flora do Brasil em construção 2020). Pode-se encontrar espécies da família em todos os 
estados, exceto Rio Grande do Sul e Santa Catarina (BFG, 2015). O gênero é composto por 
arbustos, arvoretas ou árvores, monóicas ou dióicas, possuem aroma devido às células de óleos 
presente na planta, folhas opostas cruzadas ou verticiladas, inisófilas. Cimeiras uni ou díparas, 
flores unissexuadas, inflorescência axilar ou cauliflora, cimosa ou fasciculada (Renner e Haussner 
2005). 
 O Espírito Santo é um estado com aproximadamente 45.600 km², e está inteiramente 
coberto pela Mata Atlântica (Ministério do Meio Ambiente, 2000). Segundo Dutra et al. (2015) o 
EspíritoSanto possui 6204 espécies, sendo 516 espécies endêmicas, ainda que disponha de apenas 
11,7% de seus remanescentes naturais. O estado possui uma extensa heterogeneidade de ambientes, 
variando do nível do mar até 2892 m de altitude, com formações de: Floresta Ombrófila Aberta, 
Floresta Estacional Semidecidual, Cerrados, Formações Pioneiras e Refúgios Ecológicos (Garbin et 
al., 2017). O estado do Espírito Santo abrange uma riqueza de 16,5% a respeito da diversidade de 
angiospermas do Brasil (BFG 2015). Uma parte considerável dessas espécies são classificadas 
como ameaçadas de extinção (BFG 2015; Martinelli e Moraes 2013). O objetivo deste estudo é 
caracterizar as espécies de Siparunaceae que ocorrem no Espírito Santo além de fornecer 
distribuição geográfica e imagens das espécies para auxílio na identificação. 
 
Material e métodos 
 
 O estudo foi produzido através de observações em campo e material dos herbários CVRD, 
MBML, VIES, RB e SPF, acrônimos de acordo com Thiers (2020). Além disso, foram consultadas 
fotografias disponíveis em coleções científicas e banco de dados virtuais. Para a identificação das 
plantas foram utilizadas literaturas especializadas (e.g. Renner e Hausnner, 2005) e comparação 
com exsicatas identificadas por especialistas e material tipo disponível em bancos de dados virtuais 
de coleções científicas. Os termos morfológicos seguiram Radford et al. (1974), Payne (1978), 
Barroso et al. (1999), Stern (2004). 
 
Resultados e discussão 
 
Foram identificadas cinco espécies para o estado do Espírito Santo: Siparuna bifida (Poepp. 
e Endl.), Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC., Siparuna cymosa Tolm., Siparuna guianensis 
Aubl.e Siparuna reginae (Tul.) A.DC. Siparuma bifida e S. reginae ocorrem no Cerrado, Mata 
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Atlântica e Amazônia, enquanto S. brasiliensis ocorre somente no Cerrado e Mata Atlântica. S. 
cymosa ocorre nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. Já S. guianensis está presente em diversos 
biomas como a Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal (Flora do Brasil em 
construção 2020). Somente S. cymosa e S. brasiliense são endêmicas do Brasil, as demais espécies 
são encontradas em outros países. 
Siparuna bifida é caracterizada pelas folhas elípticas, ovadas a lanceoladas, glabras, base 
aguda, ápice agudo, obtuso ou pontiagudo, tricomas ramificados ou estrelados. As inflorescências 
são monóicas e bífidas, flores masculinas com receptáculo cupuliforme ou subgloboso, flores 
femininas com tépalas atrofiadas, diminutas. Os frutos são deiscentes e os receptáculos de 
frutificação tuberculosos (Renner e Won, 2001). Podem ser diferenciadas da S. reginae por seus 
pecíolos longos nas flores masculinas e por suas folhas maiores (Renner e Won, 2001). No Brasil, 
podem ser encontradas nas regiões Norte (Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), 
Nordeste (Alagoas, Bahia e Ceará), Centro-Oeste (Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas 
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) (Flora do Brasil em construção 2020). É nativa, mas não 
endêmica do Brasil, ocorre em países como Bolívia, Venezuela e Peru (Peixoto, 2015). Geralmente 
são encontradas em terras baixas, atingindo no máximo 1100 m de altitude (Renner e Hausner, 
2005). 
Siparuna brasiliensis (Figura 1) é caracterizada por arvoretas ou árvores que podem atingir 
até 6 metros de altura, folhas opostas, decussadas, tomentosas. Suas flores são em cimeiras curtas e 
tépalas triangulares. As inflorescências são dióicas, flores masculinas apresentam numerosos 
receptáculos no topo, enquanto as flores femininas exibem o receptáculo subgloboso e frutífero na 
base. Os frutos são drupas deiscentes (Renner e Hausnner 2005). Pode ser encontrada em vegetação 
de Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou de Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional 
Semidecidual ou Floresta Ombrófila. No Brasil, sua distribuição geográfica se dá no Nordeste 
(Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro e São Paulo). A espécie é endêmica do Brasil e conhecida popularmente como negramina, 
negra-mina, limoeiro-do-mato, limãozinho ou limão-bravo, os três últimos nomes correspondem ao 
intenso aroma das folhas que lembram o cheiro do limão. São predominantes em vegetações 
rupestres e se encontram em altitudes superiores a 900 metros (Flora do Brasil em construção 
2020). 
 
 
Figura 1. Ramo com frutos de Siparuna brasiliensis 
Foto: Elton J. de Líri 
 
Siparuna cymosa é caracterizada por folhas opostas, de base aguda e ápice acuminado, 
tricomas estrelados e escamosos. As inflorescências são monóicas e em cimas bífidas, indumento 
tomentoso e tricoma estrelado. Flor estaminada e receptáculo em formato cupuliforme, tépala 
obsoleta, pistilo no formato do receptáculo ovoide, e estilete conato. Os frutos são lisos. Podem ser 
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encontradas nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, está presente nas Floresta Ombrófila (Floresta 
Pluvial). Endêmicas no Brasil, ocorrem no Norte (Acre, Amazonas e Pará), Nordeste (Alagoas e 
Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo) (Flora do Brasil em construção 
2020). 
Siparuna guianensis é composta por espécies arbustivas ou pequenas árvores, que atingem 
de 2 a 7 metros de altura. Possuem folhas opostas, elípticas ou ovaladas com tricomas estrelados ou 
escamosos. Tanto a base quanto o ápice das folhas são arredondados. As flores masculinas têm o 
receptáculo amplamente aberto, esparsamente estrelado-tomentoso. Já as flores femininas possuem 
o receptáculo ovóide intensamente estrelado-tomentoso. Possuem numerosos carpelos (RENNER e 
HAUSSNER, 2005). Ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. 
Está presente nos estados do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, 
Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande 
do Norte e Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso), 
Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná), ou seja, estão 
em todos os estados do Brasil, exceto Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Flora do Brasil em 
construção 2020). A espécienão é endêmica do Brasil, ocorrendo desde a Nicarágua, até o norte da 
América do Sul e o Paraguai, em planícies de florestas primárias e secundárias elevadas, com 
altitude de 1200 metros, eventualmente de 1400 metros (RENNER e HAUSNER, 2005). A Figura 
2 exibe as folhas e frutos da S. guianensis. 
 
 
Figura 2. Ramo com frutos de Siparuna guianensis (Foto: Alex Popovkin) 
 
 Siparuna reginae é caracterizada por arvoretas ou árvores, que podem atingir de 5 a 22 
metros de altura. Suas folhas são reconhecidas por serem opostas, de nervuras secundárias com 
anastomose longe da margem, seu formato é elíptico ou lanceado, podendo também ser ovada, de 
base aguda e ápice agudo ou cuneiforme. Possui tricomas estrelados ou ramificados em tufos. A 
face adaxial apresenta glabra, enquanto a face abaxial possui poucos tricomas. As inflorescências 
são monóicas, bífidas e tomentosas. Flores masculinas possuem o receptáculo cupuliforme 
subgloboso, as femininas por sua vez, possuem tépalas atrofiadas. Os frutos são tuberculosos ou 
espinosos e são deiscentes. No Brasil está distribuída nos estados de São Paulo, Minas Gerais, 
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Ceará, Tocantins, Mato Grosso, Pará, Amazonas, 
Rondônia e Roraima (Flora do Brasil em construção2020). São típicas de vegetação como Floresta 
Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila. Frequentemente estão em solos arenosos, no decurso 
das margens dos rios, sendo assim são encontradas em terras mais baixas atingindo no máximo 
1100 m de altitude (Renner e Hausner, 2005). 
 O Espírito Santo é o segundo estado com maior riqueza de espécies da família na Mata 
Atlântica no Brasil, sendo o estado com maior ocorrência de espécies de Siparunaceae a Bahia, que 
conta com 7 espécies. Na Bahia, são descritas as mesmas espécies de Siparuna que ocorre no 
Espírito Santo, além disso conta com mais duas espécies, Siparuna glycycarpa (Ducke), endêmica 
do Brasil e Siparuna poeppigii (Tul.) A.DC., não endêmica do Brasil (PEIXOTO, 2015). 
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Considerações finais 
 
 Ao todo foram cinco espécies ocorrentes no território do estado do Espírito Santo: Siparuna 
bifida, Siparuna brasiliensis, Siparuna cymosa, Siparuna guianensis e Siparuna reginae. Siparuna 
bifida são plantas dióicas e possuem poucos tricomas em ambas as faces da folha sendo esses 
concentrados na nervura principal e frutos tuberculados. Contém ampla distribuição e no Brasil 
ocorre nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia, Distrito Federal, Goiás, 
Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Não endêmica, 
está presente em outros países como Bolívia, Venezuela e Peru. Comumente confundida com a S. 
bifida, Siparuna guianensis possui características fundamentais para diferenciação pois são plantas 
monóicas e seus frutos possuem superfície lisa, e no que se refere à sua distribuição, no Brasil, 
apresenta ocorrência nos estados Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, 
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, 
Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro, São Paulo e Paraná. Não endêmica, além de ser observada em países da América do Sul, 
também ocorre em países da América Central. Siparuna brasiliensis dispõe de uma particularidade, 
visto que possui folhas dentadas, diferenciando-se das demais espécies de Siparuna descritas neste 
trabalho, sua distribuição se dá pelos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, 
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Siparuna cymosa caracteriza-se por ser uma planta 
monoica, face abaxial da folha glabecente exceto pelos tricomas estrelados a lepidotos na nervura 
principal, é endêmica do Brasil e ocorre nos estados Acre, Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia, Mato 
Grosso e Espírito Santo. Por fim, Siparuna reginae é reconhecida pelas folhas com tricomas 
simples ou pouca ramificação, inflorescências em cimas bífidas e frutos com receptáculo espinhoso 
ou tuberculado, ocorre nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, 
Bahia, Ceará, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Não é 
endêmica do Brasil, ocorre em outros países como Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, 
Equador e Peru. Se comparado aos demais estados do Brasil, o Espírito Santo é o segundo estado 
com a maior riqueza de espécies de Siparunaceae ocorrentes na Mata Atlântica. O presente estudo 
contribui para o entendimento de espécies de Angiospermas basais presentes nas florestas da Mata 
Atlântica. As espécies têm potencial importância econômica devido a extração de óleos para 
etnofarmacológica e etnobotânica, embora exista utilização das espécies por comunidades 
tradicionais, os potenciais são pouco explorados em estudos acadêmicos. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos aos herbários visitados pela disponibilização da coleção de Siparunaceae para que o presente estudo 
pudesse ser concluído, e aos bancos virtuais por viabilizar o acervo de imagens e dados online. 
 
Referências 
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1085-1113. 
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improve the knowledge of an Atlantic Forest biodiversity hotspot. Rodriguésia 66: 1145-1152. 
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fitogeográfico. In: IBGE. Folha SE. 24 Rio Doce: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da 
terra. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. Pp. 553-624. 
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Rodriguésia [online]. 2017, vol.68, n.5, pp.1883-1894. 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
121 
 
Martinelli, G.; Moraes, M.A., 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Tradução Flávia Anderson, Chris Hieatt. - 1. 
ed. - Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1100, p. 30. 
Ministério do Meio Ambiente [MMA]. 2000. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade 
da Mata Atlântica e Campos sulinos. MMA/SBF, Brasília. 40p. 
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Disponivel em: . Acesso em: 10 out 2020. 
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(Siparunaceae: Laurales). International Journal of Plant Sciences 156, vol 6. Evolution of the Laurales. 
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natureza e seus recursos econômicos. Estudo fitogeográfico. In: IBGE. Folha SE. 23/24 Rio de Janeiro/Vitória: 
geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística, Rio de Janeiro. Pp. 353-385. 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
122 
 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICADra. Tânia Maria de Moura – Instituto Federal 
Goiano, Urutaí, Goiás, Brasil 
Diversidade de Mucuna (Leguminosae, 
Papilionoideae) na região neotropical 
 
Novos materiais a partir de biomassas da 
Amazônia 
 
Me. Dhimitrius Neves Paraguassu Smith de 
Oliveira – Universidade Federal do Amapá 
(UNIFAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Painéis sustentáveis cimento-açaí 
 
Dr. Thiago de Paula Protásio – Universidade 
Federal Rural da Amazônia (UFRA), 
Parauapebas, Pará, Brasil 
Bioenergia a partir de biomassas da 
Amazônia 
 
PhD. Luciano Araujo Pereira – Universidade do Estado 
do Amapá (UEAP), Macapá, Amapá, Brasil 
Diversidade e morfologia de Anthurium sect. 
Dactylophyllium (Araceae) no estado do Amapá, Brasil 
 
Me. Mel de Castro Camelo – Doutoranda Escola 
Nacional de Botânica Tropical (ENBT/JBRJ), Rio de 
Janeiro, Brasil 
Novidades taxonômicas de Anthurium sect. 
Pachyneurium (Araceae) da Mata Atlântica 
 
Dr. Marcus Alberto Nadruz Coelho – Jardim Botânico do 
Rio de Janeiro (JBRJ), Rio de Janeiro, Brasil 
Anthurium: um gênero ainda desconhecido e seu uso 
na telinha 
 
Dia 11/12/2020 (Sexta-feira) 
Minicursos 
19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 20h30min 19h às 22h 
 
Minicurso 1 
 
Dra. Valéria Saldanha Bezerra 
Ministrante 
 
A ferramenta Mendeley e sua 
interação com plataformas de 
buscas de artigos científicos 
 
Minicurso 2 
 
Dr. Antônio Francelino de Oliveira 
Filho 
Ministrante 
 
A sistemática vegetal como ferramenta 
para conhecer a diversidade 
 
Minicurso 3 
 
MSc. George Azevedo de Queiroz 
Ministrante 
 
Introdução a Morfologia das 
Angiospermas 
 
Minicurso 5 
 
Dr. Tonny David Santiago Medeiros 
Ministrante 
 
Bancos de Dados de Coleções 
Botânicas - como acessar e manusear 
as informações do Herbário 
Amapaense (HAMAB) 
 
 
 
 
PREMIAÇÃO 
 
A Coordenação da II Jornada de Botânica e Ecologia e II Jornada Amapaense de Botânica parabeniza todos os trabalhos submetidos e divulga os 
premiados com menção honrosa para categoria: 
 Simpósio “NOVOS TALENTOS NA CIÊNCIA” 
Segue ordem de classificação, identificado empate técnico obtivemos dois primeiros lugares. 
 1° Lugar: João F. V. Corrêa et al. 
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ANDIROBEIRAS EM FLORESTA DE TERRA FIRME 
1° Lugar: Suellen P. O. Maciel et al. 
USO DE MATERIAIS ORGÂNICOS NA CONSTRUÇÃO DE BARREIRAS FÍSICAS PARA A COLETA DE SEMENTES 
2° Lugar: Alessandra dos S. Facundes et al. 
POTENCIAL DE USO DE PLANTAS DA FAMÍLIA PIPERACEAE NA REGIÃO DE MUNGUBA, PORTO GRANDE, AMAPÁ, BRASIL 
3° Lugar: Mariana S. dos Santos 
Peperomia Ruiz & Pav. SUBGÊNERO Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. (PIPERACEAE) NO ESTADO DO AMAPÁ 
 
 
A Coordenação da II Jornada de Botânica e Ecologia e II Jornada Amapaense de Botânica parabeniza todos os trabalhos submetidos e divulga os 
premiados com menção honrosa para categoria: 
“CURTAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA” 
Segue ordem de classificação. 
 1° Lugar: Larissa C. M. Coutinho et al. 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO BRUTO DA ESPÉCIE VEGETAL Hancornia speciosa GOMES (APOCYNACEAE) 
2° Lugar: Andreza S. Silva et al. 
ANÁLISE FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE Heliconia psittacorum L. f. (HELICONIACEAE) 
3° Lugar: Daniele Souza da Costa et al. 
AÇÃO DE EXTENSÃO NO CONHECIMENTO DE ALUNOS DE ESCOLAS FAMÍLIA AGRÍCOLA ACERCA DA BOTÂNICA 
Menção honrosa: Caroline C. Vasconcelos et al. 
CARACTERÍSTICAS INVISÍVEIS APOIAM O DESCOBRIMENTO DE ESPÉCIES NOVAS? O CASO DE Chromolucuma brevipedicellata C.C. Vasconcelos & 
Terra-Araujo (SAPOTACEAE, CHRYSOPHYLLOIDEAE) 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 A comissão organizadora agradece à Pró-reitoria de Extensão da UEAP, à coordenação do 
curso de Ciências Naturais da UEAP e aos membros do comitê científico pela avaliação dos 
trabalhos submetidos. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO 
AGRADECIMENTOS 
 
SEÇÃO 
TÍTULO Pág. 
Autor(es) 
RESUMOS EXPANDIDOS 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DA ESPÉCIE VEGETAL Licania tomentosa (Benth.) 
Fritsch (CHRYSOBALANACEAE) ........................................................... 
 
27 
Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, Camila A. M. Soares, Heloíza R. Cunha, 
Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. Oliveira, Jeruza F. Miceli, Larissa C. M. 
Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela 
N. Marques, Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. 
Nascimento, Sheylla S. M. S. Almeida 
 
DOMINÂNCIA DE ESPÉCIES DE MANGUE NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA MARACÁ-JIPIÓCA 
– AMAPÁ ....................................................................................... 
 
32 
Alison P. Magalhães, Gabriela G. Costa, Libna G. Fernandes, Zenaide P. 
Miranda, Salustiano V. Costa-Neto 
 
ANÁLISE FITOQUÍMICA DAS FOLHAS DE Heliconia psittacorum L.f. 
(HELICONIACEAE)............................................................................. 
 
37 
Andreza S. Silva, Alice M. R. Costa, Camila A. M. Soares, Jaryelle S. Oliveira, 
Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. Oliveira, Larissa C. M. 
Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela 
N. Marques, Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. 
Nascimento, Sheylla S. M. S. Almeida, Yasmin M. N. Cardoso 
 
ENTRE EXPERIMENTO DIDÁTICO E REGISTROS FOTOGRÁFICOS: UMA 
METODOLOGIA IMPORTANTE PARA O ENSINO DE BIOLOGIA VEGETAL ............... 
 
45 
Antonio J. C. Ferreira, Aparecida B. de Paiva 
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Enterolobium contortisiliquum 
(Vell.) Morong SUBMETIDAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS E PROFUNDIDADES ..... 
 
50 
Brenda R. de S. Barbosa, Alison P. Magalhães, Fabrício dos S. Lobato, 
Alexandre P. Mira, Gabriela G. Costa 
 
QUAL A QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA PARA A GERMINAÇÃO DAS SEMENTES 
DA CAATINGA? ............................................................................... 
 
55 
Bruno de S. Santos, Ayslan T. Lima, Marcos V. Meiado 
 
 
CARACTERÍSTICAS INVISÍVEIS APOIAM O DESCOBRIMENTO DE ESPÉCIES NOVAS? ... 60 
Caroline C. Vasconcelos, Isolde D. K. Ferraz, José Luís C. Camargo, Mário H. 
Terra-Araujo 
 
POLINIZAÇÃO: TRANSPORTANDO IDEIAS E AFLORANDO A CONSERVAÇÃO – 
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA SUPERAR A CEGUEIRA BOTÂNICA .................. 
 
66 
Daniele O. Silva, Eric B. G. Rocha, Henarmmany C. A. Oliveira, Elisangela L. 
S. Bezerra 
 
AÇÕES DE EXTENSÃO E A MODIFICAÇÃO NA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE ESCOLAS 
FAMÍLIA AGRÍCOLA ACERCA DA BOTÂNICA ............................................... 
 
74 
Daniele Souza da Costa, Angélica Souza da Costa, Mellissa Sousa Sobrinho 
CATÁLOGO DA BRIOFLORA DO ESTADO DE SERGIPE, BRASIL .......................... 80 
Fabiano S. Dantas, Marla I. U. de Oliveira 
USO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CACAUÍ 
(Theobroma speciosum Willd. ex Spreng.) .............................................. 
 
87 
Fabrício dos S. Lobato, Alison P. Magalhães, Patrícia de S. Vitoriano, 
Alexandre P. Mira, Robson B. Lima 
 
ESPÉCIES FRUTÍFERAS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS DA 
CAPITAL DO TOCANTINS .................................................................... 
 
91 
Gabriela S. Araújo, Ian Carlos M. dos Reis, Laiane F. de Morais, Rafaela P. 
Soares, Luciana D. S. D. de Oliveira 
 
ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO BRUTO DE FOLHAS DE 
Ficus benjamina L. (MORACEAE) .......................................................... 
 
98 
Ingrid I. A. Barbosa, Nathália S. Piedade, Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, 
Heloíza R. Cunha, Jaryelle S. Oliveira, Larissa C. M. Coutinho, Mayra A. C. 
Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela N. Marques, Ridelley 
S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. Nascimento, Sheylla 
S. M. S. Almeida 
 
ANÁLISE FITOQUÍMICA DO EXTRATO BRUTO ETANÓLICO DA ESPÉCIE VEGETAL 
Annona squamosa L. (ANNONACEAE) ..................................................... 
 
104 
Jaryelle S. Oliveira, Amanda S. Rocha, Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, 
CamilaDO EXTRATO BRUTO DA ESPÉCIE VEGETAL 
Hancornia speciosa Gomes (APOCYNACEAE) 
 
Larissa C. M. Coutinho
1
*, Letícia O. Machado
1
, Alice M. R. Costa
1
, Andreza S. Silva
1
, Camila A. M. Soares
1
, Heloíza 
R. Cunha
1
, Ingrid I. A. Barbosa
1
, Jaryelle S. Oliveira
1
, Mayra A. C. Leite
1
, Mirian A. Oliveira
1
, Natálya G. L. Santos
1
, 
Rafaela N. Marques
1
, Ridelley S. Sousa
1
, Thayná O. Corrêa
1
, Thays R. Peres
1
, Marlon O. Nascimento
2
, Sheylla S. M. 
S. Almeida
1
 
1. Universidade Federal do Amapá; 2. Instituto Federal do Amapá. 
*larissa.cout30@gmail.com 
 
Introdução 
 
 As plantas medicinais têm sido utilizadas pela humanidade na cura e alívio de diversas 
enfermidades, caracterizando um dos hábitos mais antigos da população mundial. Achados em uma 
sepultura antiga no Iraque sugerem o uso desses vegetais com finalidade terapêutica há mais de 60 
mil anos (BARROS, 2008; DUTRA, 2008). De acordo com a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos contempla todas etapas de 
produção de um fitoterápico, que envolve em suas atividades a sabedoria popular e o conhecimento 
das comunidades tradicionais. Portanto, conhecer o uso popular da planta medicinal, é a base para o 
desenvolvimento de novos fármacos a partir da extração desses vegetais. 
 A espécie vegetal Hancornia speciosa, conhecida popularmente como mangabeira, 
mangaba, mangabeira-do-norte, foi descrita por Gomes em 1812, e pertence à família 
Apocynaceae, compreendendo seis variedades botânicas (DUTRA, 2008). É uma árvore laticífera 
de porte médio, com altura de 4 a 7m, de clima tropical e encontrada em várias regiões do país, 
sendo mais abundante na região nordeste (LIMA, 2014). A espécie apresenta um único tronco, 
tortuoso ou reto, com 0,2 a 0,3m de diâmetro e os ramos são inclinados, numerosos, separados e 
bem formados (BARROS, 2008). Suas folhas são opostas, simples, pecioladas, inteiras, oblangas, 
agudas, coriáceas, brilhantes e glabras; sua inflorescência possui 1 a 7 flores de coloração branca 
(GOMES, 2010). Segundo Silva (2018), a espécie frequentemente desenvolve-se em solos arenosos 
e pobres, especificamente na região do cerrado e nas planícies costeiras caracterizadas por baixas 
matéria orgânica, alta acidez e baixa disponibilidade de nutrientes. 
 A H. speciosa possui importância econômica, visto que o seu fruto (mangaba) é a matéria-
prima para industrialização, resultando em vários produtos como, doces, sucos, sorvetes e compotas 
(BARROS,2008). O principal uso popular da H. speciosa é para o tratamento de dermatoses, 
diabetes, dismenorreia e obesidade, podendo ser utilizadas as folhas, cascas, frutos e o látex para a 
obtenção dos metabólitos secundários (SILVA; MIRANDA; CONCEIÇÃO, 2010). No entanto 
estudos recentes evidenciaram potencial farmacológico da H. speciosa, para atividade anti-
hipertensiva (SILVA et al., 2016), cicatrizante (GELLER et al., 2015) e anti-inflamatória 
(TORRES-REGO et al., 2016). Alguns dos compostos químicos isolados envolvidos nessas 
atividades farmacológicas são o ácido clorogênico, L-(+) -bornesitol, rutina, ácido quínico, 
narigenina-7-O-glicosídeo e proantocianidinas (SILVA, 2018). Dessa forma, têm aumentando os 
avanços científicos nos vegetais, devido aos processos vitais de biossíntese serem os responsáveis 
pela formação, acúmulo e degradação de inúmeras substâncias orgânicas no interior das células que 
formam diversos tecidos dos organismos animais e vegetais (SILVA; MIRANDA; CONCEIÇÃO, 
2010). Diante disso o objetivo deste estudo foi realizar uma análise fitoquímica do extrato bruto da 
espécie H. speciosa e correlacionar com o seu uso na medicina tradicional. 
 
Material e métodos 
 
OBTENÇÃO DO EXTRATO BRUTO 
 Para a análise fitoquímica foram utilizadas as folhas da espécie H. speciosa coletadas em 
sítio na estrada AP-070, Estados do Amapá, Município de Macapá, em março de 2015, às 16 horas, 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
123 
 
sob coordenada 0°37'09.6"N 50°52'42.3"W. O material vegetal foi colocado em estufa a 45ºC 
durante quatro dias. Em seguida foi triturado e retirado 100 g do material para a maceração em 750 
mL de álcool etílico durante três dias. O mesmo processo se repetiu por mais duas vezes, 
alternando a cada três dias. Posteriormente, o extrato etanólico obtido foi submetido a evaporação, 
e consequentemente a obtenção do extrato bruto da espécie H. speciosa. 
 
TESTES FITOQUÍMICOS 
 Os testes fitoquímicos foram realizados de acordo com a metodologia de Barbosa (2001) 
para a identificação dos seguintes metabólitos: ácidos orgânicos, fenóis e taninos, flavonóides, 
polissacarídeos, proteínas e aminoácidos, saponinas, antraquinonas, depsídeos e depsidonas, 
purinas, açúcares redutores, resinas, cumarinas, núcleo esteroidal, esteroides e triterpenóides e 
heterosídeos. As análises foram qualitativas, com reações de coloração e/ou precipitação. 
 
Resultados e discussão 
 
 Através da análise fitoquímica do extrato bruto das folhas da espécie H. speciosa foi 
possível identificar classes de metabólitos secundários de interesse farmacológico, sendo eles: 
ácidos orgânicos, alcaloides, antraquinonas, depsídeos e despsidonas, fenóis e taninos, resinas e 
saponinas, demonstrados na tabela 1. 
 
Tabela 1. Resultados das análises fitoquímicas do extrato bruto das folhas da espécie Hancornia speciosa (+ indica 
presença e – indica ausência) 
METABÓLITO SECUNDÁRIO RESULTADO 
ÁCIDOS ORGÂNICOS + 
AÇÚCARES REDUTORES - 
ALCALÓIDES + 
ANTRAQUINONAS + 
CUMARINAS - 
DEPSÍDEOS E DEPSIDONAS + 
ESTERÓIDES E TRITERPENÓIDES - 
FENÓIS E TANINOS + 
FLAVONÓIDES - 
NÚCLEO ESTEROIDAL - 
HETEROSÍDEOS - 
POLISSACARÍDEOS - 
PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS - 
RESINAS + 
SAPONINAS + 
 
 Os principais usos populares da H. speciosa é para o tratamento de hipertensão, diabetes, 
obesidade, dermatoses e dismenorreia (SILVA; MIRANDA; CONCEIÇÃO, 2010). Diante disso, 
os resultados apresentaram metabólitos secundários (tabela 1) com diversas atividades 
farmacológicas que, possivelmente, possam estar relacionadas ao tratamento dessas doenças. 
Dentre os metabólitos secundários observados na espécie estão os taninos, que além de possuírem 
atividade antibacteriana e antiparasitária (CASTEJON, 2011), atuam na reparação tecidual 
formando uma camada protetora (complexo tanino-proteína) sobre tecidos lesionados, permitindo 
que, logo abaixo dessa camada, a reparação ocorra de forma tecidual (MELO; SANTOS, 2001). 
Portanto, pode ser utilizado em processos de cura de feridas, queimaduras e inflamações, 
justificando a sua possível ação em dermatoses e diabetes. 
 Além disso, os polifenóis podem regular a atividade das enzimas antioxidantes endógenas e 
detoxificantes, ao inibir as enzimas produtoras de carcinógenos (PINHEIRO, 2016), ou seja, os 
fenóis provocam o bloqueio da formação de substâncias cancerígenas e consequentemente sua ação 
também será inibida. Vários compostos fenólicos apresentam também alta capacidade antioxidante 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
124 
 
de neutralizar a atividade de radicais livres gerados no organismo, que estão associados a diversas 
doenças crônico-degenerativas (ROCHA et al., 2011). 
 As saponinas são uma classe de metabólitos secundários que apresentam propriedades 
detergentes e surfactantes, ação antioxidante e capacidade de redução de colesterol (SCHENKEL et 
al., 2007; PINHEIRO, 2016), sendo esta última um dos fatores que podem estar relacionados a 
atividade anti-obesidade e hipertensiva da H. speciosa. Além disso, no organismoA. M. Soares, Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Larissa C. M. 
Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela 
N. Marques, Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. 
Nascimento, Sheylla S. M. S. Almeida 
 
ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS AULAS DE BOTÂNICA: JOGO, 
EXPERIMENTO E PRÁTICA ................................................................... 
 
111 
Jéssica R. Ferreira, Eslane L. Alves, Alday de O. Souza 
 
 
 
SIPARUNACEAE (LAURALES) DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ........................ 117 
Karina M. D. Sanita, Elton J. de Lírio 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO BRUTO DA ESPÉCIE VEGETAL Hancornia 
speciosa Gomes (APOCYNACEAE) ......................................................... 
 
122 
Larissa C. M. Coutinho, Letícia O. Machado, Alice M. R. Costa, Andreza S. 
Silva, Camila A. M. Soares, Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. 
Oliveira, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela 
N. Marques, Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. 
Nascimento, Sheylla S. M. S. Almeida 
 
PLANTAS COM POTENCIAL DE USO NO MUNICÍPIO DE PIAMONTE, CAUCA, 
COLÔMBIA .................................................................................... 
 
127 
Laura L. Rivera-Parada, Jaime A. Barrera-García 
ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO BRUTO ETANÓLICO DAS FLORES DE Tagetes 
erecta L. (ASTERACEAE) .................................................................... 
 
134 
Mirian A. Oliveira, Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, Camila A. M. Soares, 
Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. Oliveira, Larissa C. M. 
Coutinho, Mayra A. C. Leite, Natálya G. L. Santos, Rafaela N. Marques, 
Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. Nascimento, 
Sheylla S. M. S. Almeida 
 
ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO ETANÓLICO DAS FOLHAS DA ESPÉCIE Ficus 
carica L. (MORACEAE) ...................................................................... 
 
142 
Natálya G. L. Santos, Alice, M. R. Costa, Andreza S. Silva, Camila A. M. 
Soares, Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. Oliveira, Larissa C. 
M. Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Rafaela N. Marques, 
Ridelley S. Sousa, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon O. Nascimento, 
Sheylla S. M. S. Almeida 
 
EFEITO DA FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NA DENSIDADE DE LIANAS Machaerium 
Pers. (FABACEAE) ........................................................................... 
 
147 
Paulo R. R. Piovesan, Robyn J. Burnham, Isolde D. K. Ferraz, José L. C. 
Camargo 
 
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DE UMA COMUNIDADE ARBÓREA, EM 
UMA ÁREA DE SAVANA NA APA DO RIO CURIAÚ, MACAPÁ-AP ......................... 
 
152 
Priscila H. F. Silva, Alison P. Magalhães, Fabrício S. Lobato, Gabriela G. 
Costa, Victor R. D. Gomes 
 
ESTUDO FITOQUÍMICO QUALITATIVO DA Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. 
(ANNONACEAE) .............................................................................. 
 
157 
Ridelley S. Sousa, Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, Camila A. M. Soares, 
Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. Oliveira, Larissa C. M. 
Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, Natálya G. L. Santos, Rafaela 
N. Marques, Thayná O. Corrêa, Thays R. Peres, Marlon. O. Nascimento, 
 
 
 
Sheylla S. M. S. Almeida 
ANÁLISE FITOQUÍMICA DO EXTRATO BRUTO DE FOLHAS DA ESPÉCIE Passiflora 
laurifolia L. (PASSIFLORACEAE) ........................................................... 
 
162 
Thayná O. Corrêa, Matheus M. Ramos, Alice M. R. Costa, Andreza S. Silva, 
Camila A. M. Soares, Heloíza R. Cunha, Ingrid I. A. Barbosa, Jaryelle S. 
Oliveira, Larissa C. M. Coutinho, Mayra A. C. Leite, Mirian A. Oliveira, 
Natálya G. L. Santos, Ridelley S. Sousa, Rafaela N. Marques, Thays R. Peres, 
Marlon O. Nascimento, Sheylla S. M. S. Almeida 
 
INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE PREDAÇÃO DE Pygiopachymerus lineola Chevrolat NA 
GERMINAÇÃO DE Cassia grandis L.f. (FABACEAE: CAESALPINIOIDEAE) .............. 
 
168 
Victor R. D. Gomes, Alison P. Magalhães, Priscila H. F. Silva, Gabriela G. 
Costa, Fabrício S. Lobato 
 
 
SIMPÓSIO NOVOS TALENTOS NA CIÊNCIA 
 
POTENCIAL DE USO DE PLANTAS DA FAMÍLIA PIPERACEAE NA REGIÃO DE 
MUNGUBA, PORTO GRANDE, AMAPÁ, BRASIL ............................................ 
 
173 
Alessandra dos Santos Facundes, Plúcia Franciane Ataide Rodrigues, Adriano 
Castro de Brito, Luciano Araújo Pereira 
 
O SABER ETNOBOTÂNICO DOS ESTUDANTES SOBRE O CIPÓ-TITICA (Heteropsis 
spp. - ARACEAE) E AS INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS DE UMA ESCOLA FAMÍLIA 
AGRÍCOLA NO AMAPÁ ....................................................................... 
 
 
180 
Cleicy A. de Sousa, Ruana S. Ferreira, Luciano A. Pereira 
A EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DE EXTRATORAS DE ÓLEO DE PRACAXI NO 2° 
PRÊMIO SAT BNDES: ESTÍMULO À ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA ...................... 
 
185 
Isabelly Ribeiro Guabiraba, Suellen Patrícia Oliveira Maciel, João Felipe 
Vilhena Corrêa, Ana Cláudia Lira-Guedes, Ana Margarida Castro Euler 
 
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA E PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ANDIROBEIRAS EM 
FLORESTA DE TERRA FIRME ................................................................ 
 
191 
João F. V. Corrêa, Paulo C. da Silva, Suellen P. O. Maciel, Isabelly R. 
Guabiraba, Ana C. Lira-Guedes 
 
MULHERES COLETORAS DE SEMENTES NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO: A 
MANUTENÇÃO DA AGROBIODIVERSIDADE E DA SOCIOBIODIVERSIDADE .............. 
 
198 
Kátia dos S. Pantoja, Lúcia Tereza R. Rosário 
ÍNDICE DE VEGETAÇÃO DE DIFERENÇA NORMALIZADA (NDVI) NA RESEX DO RIO 
CAJARI, APÓS O MAIS FORTE EL NIÑO (2015/2016) DA AMAZÔNIA ................... 
 
203 
Larissa S. Sarges, Daniele A. Gonçalves, Marcelino C. Guedes 
 
 
 
 
 
 
Peperomia Ruiz & Pav. SUBGÊNERO Rhynchophorum (Miq.) Dahlst. 
(PIPERACEAE) NO ESTADO DO AMAPÁ .................................................... 
 
209 
Mariana Serrão dos Santos, Micheline Carvalho Silva, Luciano Araujo Pereira 
A VALORIZAÇÃO DO SABER LOCAL SOBRE O CIPÓ TITICA (Heteropsis spp. - 
ARACEAE) COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO ENSINO DE BOTÂNICA: UMA 
ANÁLISE NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA NA REGIÃO DA PERIMETRAL NORTE NO 
ESTADO AMAPÁ .............................................................................. 
 
 
 
215 
Ruana S. Ferreira, Cleicy A. de Sousa, Luciano A. Pereira, Mellissa S. 
Sobrinho 
 
USO DE MATERIAIS ORGÂNICOS NA CONSTRUÇÃO DE BARREIRAS FÍSICAS PARA A 
COLETA DE SEMENTES ...................................................................... 
 
219 
Suellen P. O. Maciel, Jamile A. Ferreira, Isabelly R. Guabiraba, João F. V. 
Corrêa, Paulo C. da Silva, Ana C. Lira-Guedes 
 
 
RESUMOS DAS PALESTRAS 
 
HISTÓRIA NATURAL DE Pentaclethra macroloba (FABACEAE) EM FLORESTA DE 
VÁRZEA DO ESTUÁRIO DO RIO AMAZONAS ............................................... 
 
226 
Adelson Rocha Dantas 
COMPONENTE FLORÍSTICO E ESTRUTURAL E SUA RELAÇÃO COM AS ESPÉCIES 
DENOMINADAS DE CIPÓ-TITICA (Heteropsis spp.) ...................................... 
 
231 
Adriano Castro de Brito, Luciano Araujo Pereira 
PROSPECÇÃO QUÍMICA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DA PRÓPOLIS DE 
SALINÓPOLIS, PARÁ .......................................................................... 
 
237 
Aislan Baden da Conceição Araújo, Gabriel Araújo da Silva, Darlan Coutinho 
dos Santos 
 
PRODUÇÃO E POLINIZAÇÃO DO AÇAIZEIRO, Euterpe oleracea MART. 
(ARECACEAE) ................................................................................. 
 
242 
Alexandre Luis Jordão, Richardson Ferreira Frazão, Laryssa Nogueira de 
Souza 
 
FLORESTAS SAGRADAS: AS ÁRVORES QUE CONTAM A HISTÓRIA DO POVO DE 
SANTO ......................................................................................... 
 
246 
Ana Angélica Monteiro de Barros, Vitor Amorim Moreira de Azevedo 
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS DO AÇAIZEIRO NO ESTADO DO 
AMAPÁ .........................................................................................254 
Ana Margarida Castro Euler 
 
 
 
 
 
 
MULHERES NA BOTÂNICA BRASILEIRA .................................................... 259 
Annelise Frazão, Vera L. Scatena, Rebeca V. R. Viana e Pamela C. Santana 
EVOLUÇÃO DE LIANAS DA FAMÍLIA BIGNONIACEAE NA AMAZÔNIA .................... 262 
Annelise Frazão 
MODELOS ALOMÉTRICOS PARA ESTIMATIVA DA BIOMASSA AÉREA EM UMA SAVANA 
AMAZÔNICA .................................................................................. 
 
265 
Marisol Alfaro Cruz, Ricardo Adaime, Salustiano Vilar Costa-Neto, Jose Júlio 
Toledo 
 
DISTRIBUIÇÃO DE MAMÍFEROS NO ESTADO DO AMAPÁ: ENDEMISMO E 
CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES EM DIFERENTES FORMAÇÕES VEGETAIS .............. 
 
271 
Cláudia Regina da Silva 
IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DO SANTUÁRIO DE ÁRVORES 
GIGANTES DA AMAZÔNIA ................................................................... 
 
276 
Diego Armando Silva da Silva, Eric Bastos Gorgens, Robson Borges de Lima, 
Carla Samara Campelo de Sousa 
 
DELIMITAÇÃO DE ESPÉCIES E BIOGEOGRAFIA DE UM COMPLEXO DE ESPÉCIES EM 
Epidendrum (ORCHIDACEAE): UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR ................ 
 
282 
Edlley Max Pessoa 
AGROBIODIVERSIDADE E RECURSOS ALIMENTÍCIOS LOCAIS: CONTRIBUIÇÕES PARA 
A SEGURANÇA ALIMENTAR ................................................................. 
 
286 
Galdino Xavier de Paula Filho 
DESVENDANDO A COMPLEXIDADE TAXONÔMICA DE Dyckia (BROMELIACEAE) ....... 290 
Henrique Mallmann Büneker 
PEQUEÑAS JOYAS VERDES: ORQUÍDEAS Malaxis EN COSTA RICA ..................... 296 
Isler F. Chinchilla, Mario A. Blanco 
HECHTIOIDEAE (BROMELIACEAE) UN GRUPO MEGAMEXICANO ........................ 299 
Ivón M. Ramírez-Morillo, Katya J. Romero-Soler, Claudia Hornung-Leoni, 
Ricardo Rivera, Germán Carnevali, Néstor Raigoza 
 
COMPOSTOS VOLÁTEIS DAS FLORES DO AÇAIZEIRO ..................................... 306 
Jakeline Maria dos Santos, Laryssa Nogueira de Souza, Alexandre Luís Jordão, 
Henrique Fonseca Goulart, Antônio Euzébio Goulart Santana 
 
AGROEXTRATIVISMO E USO SUSTENTÁVEL DA SOCIOBIODIVERSIDADE NO 
CERRADO BRASILEIRO ....................................................................... 
 
312 
Janaína Deane de Abreu Sá Diniz, Lúcia Tereza Ribeiro do Rosário 
 
 
RIQUEZA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ANFÍBIOS NO AMAPÁ ......................... 318 
Janaina Reis Ferreira Lima, Jucivaldo Dias Lima 
RÉPTEIS DO ESTADO DO AMAPÁ: DISTRIBUIÇÃO E CONSERVAÇÃO .................... 325 
Jucivaldo Dias Lima, Janaina Reis Ferreira Lima 
FIELD GUIDES: KELLER SCIENCE ACTION CENTERSCIENCE & EDUCATION, THE 
FIELD MUSEUM …............................................................................ 
 
336 
Juliana G. Philipp 
TAXONOMÍA, ECOLOGÍA Y CONSERVACIÓN DE MAGNOLIAS COLOMBIANAS .......... 339 
Marcela Serna-González 
DIVERSIDADE E MORFOLOGIA DE Anthurium sect. Dactylophyllium (ARACEAE) 
NO ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL ............................................................ 
 
346 
Luciano Araujo Pereira, John Laurent Saraiva Ferreira, Marcus Augustus 
Nadruz Coelho, Monica M. Carlsen, Thomas Bernard Croat 
 
ECOLOGIA E MANEJO DE PAU-MULATO (Calycophyllum spruceanum (Benth.) K. 
Schum. - RUBIACEAE) ....................................................................... 
 
351 
Marcelino Carneiro Guedes 
DOCUMENTACIÓN DEL GÉNERO Monstera EN MESOAMÉRICA Y COLOMBIA .......... 356 
Marco Vinicio Cedeño Fonseca, Thomas B. Croat, Orlando O. Ortíz, Mario A. 
Blanco 
 
NOVIDADES TAXONÔMICAS EM Anthurium sect. Pachyneurium (ARACEAE) DA 
MATA ATLÂNTICA BRASILEIRA, INCLUINDO UMA ESPÉCIE NOVA ...................... 
 
362 
Mel de Castro Camelo 
LEGUMINOSAE EM MAZAGÃO E SUAS INTERAÇÕES ECOLÓGICAS: POLINIZAÇÃO E 
DISPERSÃO .................................................................................... 
 
370 
Mellissa Sousa Sobrinho, Angélica Souza da Costa, Daniele Souza da Costa 
GENÓMICA DE PLANTAS NEOTROPICALES:LOGROS Y DESAFIOS ACTUALES ......... 376 
Mónica Carlsen 
A MULHER NEGRA NA CIÊNCIA BRASILEIRA: POLÍTICAS PÚBLICAS DE INSERÇÃO 
ONTEM E HOJE ............................................................................... 
 
379 
Nadia Farias dos Santos 
VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE CICATRIZES DE QUEIMADA NO MUNICÍPIO DE 
MAZAGÃO, ESTADO DO AMAPÁ ............................................................ 
 
381 
Nadiane Munhoz Araujo 
 
 
 
MÚLTIPLOS PADRÕES DE ESPECIAÇÃO NOS ANDES: O CASO DE Phaedranassa 
(AMARYLLIDACEAE) .......................................................................... 
 
388 
Nora Helena Oleas 
FOCOS DE CALOR E INCÊNDIOS FLORESTAIS NA RESERVA BIOLÓGICA DO LAGO 
PIRATUBA E ENTORNO ...................................................................... 
 
392 
Patricia Ribeiro Salgado Pinha 
SELEÇÃO DE ESPÉCIES ESTRUTURANTES PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL ....... 399 
Rafael de Paiva Salomão,André Luis Ferreira Hage, Vanessa Gomes de Sousa, 
Camila Fernandes Barra, Jamily Moraes Costa 
 
ABELHAS MELÍFERAS ASSOCIADAS AO AÇAÍZEIRO (Euterpe oleracea Mart.) NO 
ESTADO DO AMAPÁ .......................................................................... 
 
404 
Richardson Ferreira Frazão, Alexandre Luís Jordão 
ÓLEOS ESSENCIAIS DE ASTERACEAE: PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES .................. 410 
Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida 
DIVERSIDADE DE Mucuna Adans. (LEGUMINOSAE, PAPILIONOIDEAE) NA REGIÃO 
NEOTROPICAL ................................................................................ 
 
416 
Tânia Maria de Moura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumos Expandidos 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
27 
 
PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DA ESPÉCIE VEGETAL Licania tomentosa (Benth.) Fritsch 
(CHRYSOBALANACEAE) 
 
Alice M. R. Costa
1
*, Andreza S. Silva
1
, Camila A. M. Soares
1
, Heloíza R. Cunha
1
, Ingrid I. A. Barbosa
1
, Jaryelle S. 
Oliveira
1
,Jeruza F. Miceli
1
, Larissa C. M. Coutinho
1
, Mayra A. C. Leite
1
, Mirian A. Oliveira
1
, Natálya G. L. Santos
1
, 
Rafaela N. Marques
1
, Ridelley S. Sousa
1
, Thayná O. Corrêa
1
, Thays R. Peres
1
, Marlon O. Nascimento
2
, Sheylla S. M. 
S. Almeida
1
 
1. Universidade Federal do Amapá;2. Instituto Federal do Amapá. 
*alicemarac203@gmail.com 
 
Introdução 
 
 O uso da medicina popular é empregado por diversas civilizações ao longo da história, bem 
como a utilização de fitocosméticos e produtos de origem vegetal, o que tem se tornado a 
alternativa de grande parte da população e de empresas muito populares nesse ramo de atuação. No 
Brasil, as matérias-primas vegetais têm forte presença no setor comercial estimulando a economia 
do país (ZUANAZZI; MAYORGA, 2010). 
 Mesmo com o avanço de técnicas medicinais modernas, o uso da medicina tradicional na 
atenção primária é abrangente em grande parte da população dos países em desenvolvimento, tendo 
em vista que 80% desta população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde 
e 85% destes utilizam plantas ou preparações destas. Revelando a importância dos produtos 
naturais, incluindo derivados de plantas, no desenvolvimento de produtos terapêuticos (CALIXTO, 
1997). 
 
 
Oiti – Licania tomentosa 
Fonte: jardineiro.net (2014) 
 
 A Licania tomentosa (Benth.) Fritsch, popularmente conhecida como oiti ou oitizeiro, 
pertence à família Chrysobalanaceae, é originária de regiões de clima subtropical e tropical do 
nordeste brasileiro. Sendo uma espécie arbórea e frutífera, somado aos seus aspectos de tronco 
esgalhado, altura de até 20 metros e copa bastante ampla, teve seu cultivo muito incentivado para o 
processo de arborização em regiões urbanas, principalmente nas cidades do Norte e das regiões 
litorâneas do Brasil, pois propicia sombra e a redução da temperatura (ALBUQUERQUEet al., 
2009). Além disso, essa espécie está presente em diversas culturas tradicionais da América do Sul, 
haja vista que suas sementes são utilizadas para o tratamento do vírus Herpes Simplex-1, e as suas 
folhas para problemas intestinais e atribuições citotóxicas às suas células (CASTILHO; KAPLAN, 
2010). 
 As espécies da família do oiti são utilizadas para os mais variados fins farmacológicos. A 
partir das espécies do gênero Licania já foram isoladas e identificadas várias substâncias, 
principalmente das classes dos diterpenos, triterpenos, flavonoides e também taninos (PEREIRA et 
al., 2002). O objetivo dessa pesquisa foi identificar as principais classes de metabólitos secundários 
do extrato bruto das folhas de L. tomentosa. 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
28 
 
Material e métodos 
 
 O material vegetal foi coletado no campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá 
(UNIFAP), localizado na Rodovia Juscelino Kubitscheck, KM 02, S/N - Jardim Marco Zero, 
Macapá-AP, 68903-419 (0°00‘13.9‘‘S 51°05‘06.3‖W), em abril de 2015. As atividades foram 
realizadas no laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica do bloco de Ciências Farmacêuticas da 
UNIFAP, onde foram limpas, secas e submetidas à extração. 
 O material foi colocado em estufa a 45ºC durante três dias, para a retirada de água. Após a 
secagem, procedeu-se à moagem em triturador elétrico. Obtendo-se 250g do vegetal, seco e 
triturado. Foi colocado em um balão volumétrico de 2000 mL e submetido à extração, usando-se 
álcool 70°GL como líquido extrator. O processo foi realizado três vezes, macerando por três dias 
em cada processo. O extrato foi filtrado em um funil com papel de filtro e armazenado em uma 
garrafa de plástico, para a etapa seguinte, concentração. O solvente extrator foi recuperado em cada 
etapa de concentração. 
 O extrato etanólico de L. tomentosa foi submetido a evaporador rotativo para concentração 
do extrato, retirando o solvente e obtendo-se o Extrato Bruto Etanólico (EBE) da plantaem 
quantidade suficiente para realizar a pesquisa. A análise fitoquímica foi realizada baseada na 
metodologia empregada por Barbosa et al. (2001) em que o extrato é analisado a partir de reações 
de coloração e/ou precipitação possibilitando, assim, visualizar e identificar os principais 
metabólitos presentes no material vegetal. Resultando em testes positivos para ácidos orgânicos, 
açúcares redutores, fenóis e taninos, flavonoides, alcaloides, esteroides e triterpenoides, catequinas, 
saponinas, polissacarídeos, proteínas e aminoácidos, depsídios e depsidonas, glicosídeos cardíacos, 
antraquinonas, purinas, derivados da cumarina e heterosídeos antraquinônicos. 
 
Resultados e discussão 
 O extrato bruto do oiti foi submetido aos testes de fitoquímicos. Dentre estes, detectou-se a 
presença dos seguintes metabólitos: ácidos orgânicos, açúcares redutores, fenóis e taninos, 
esteroides e triterpenoides, catequinas, saponinas, depsídios e depsidonas, e cumarina, 
demonstrados na tabela 1. 
 
Tabela 1 – Resultados da análise fitoquímica da Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. 
Metabólitos identificados Atividades Biológicas 
(Simões et al., 2007) 
Ácidos Orgânicos Ação bactericida 
Açúcares Redutores Ação antioxidante 
Catequinas Ação anticarcinogênica 
Cumarinas Atividade anticoagulante 
Depsídeos e Depsidonas Ação analgésica e antipirética 
Esteroides e Triterpenos Ação anti-inflamatória 
Fenóis e Taninos Ação antifúngica 
Flavonoides Atividade antimicrobiana 
Saponinas Atividade hipocolesterolêmica 
 
Ácidos orgânicos 
 Ácidos orgânicos são compostos químicoslargamente usados na indústria de alimentoscomo 
aditivos.As plantas possuem a habilidade deacumular essa substância em seusvacúolos, isto pode 
ser evidenciado nosuco de frutas cítricas (pH ~ 2,5) devidoa presença do ácido cítrico. Estes 
ácidosnão estão restritos apenas aos frutose podem aparecer também nas folhasde muitas plantas. 
Os ácidos orgânicos possuem poder bacteriostático e bactericida gram-negativo, in vitro, desde que 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
29 
 
as moléculas ácidas se encontrem ionizadas e que haja contato com a bactéria por tempo adequado 
(ALVES et al., 2011). Infere-se, portanto, que a atividade bactericida estudada na planta pode estar 
relacionada à presença deste metabólito. 
 
Açúcares redutores 
 Açúcares redutores são aqueles capazes de reduzir íons metálicos como a prata e o cobre em 
reações onde o açúcar se oxida e forma ácidos carboxílicos. Monossacarídeos, glicose e frutose são 
açúcares redutores caracterizados pela presença de grupos carbonílicos e cetônicos livres, que 
oxidam-se na presença de agentes oxidantes em soluções alcalinas. Como açucares redutores, os 
monossacarídeos têm a capacidade de serem oxidados por íons cúpricos (Cu2
+
) e férricos (Fe3
+
), 
tendo sido útil, há muito tempo, na determinação dos níveis de glicose no sangue e na urina em 
diagnósticos da diabetes melito (FRANCISCO JUNIOR, 2008). Desse modo, supõe-se que a ação 
antioxidante pode estar agregada a presença de açúcares redutores. 
 
Catequinas 
 A espécie L. tomentosa (oiti) mostrou por meio da prospecção do seu extrato etanólico a 
presença de catequinas. Catequinas pertencem a um grupo de polifenóis e apresentam uma série de 
atividades biológicas, antioxidantes, quimioprotetora, termogênicas, antiinflamatória e 
anticarcinogênica, o que caracteriza a provável (SCHMITZ et al., 2005); Sendo assim, a atividade 
antioxidante demonstrada nas folhas do oiti pode ter relação com a presença de catequinas. 
 
Cumarinas 
 A presença de derivados da cumarina também foi constatada com o ensaio fitoquímico. 
Cumarinas são utilizadas no tratamento de doenças de pele, como psoríases, vitiligo, apresentam 
ação contra micoses, urticária, alopecia areata, herpes simples, parasitoses humanas e animais, além 
de outras dermatoses (LEITE, 2009; POZZETI, 2005). A presença de cumarinas no oiti pode ser 
atrelada a sua atividade anticoagulante descrita na literatura. 
 
Depsídeos e depsidonas 
 Depsídios e depsidonas são compostos fenólicos, ocorrendo em líquens e vegetais superiores. Em 
geral, a biossíntese dos compostos fenólicos de líquens ocorre pela rota do acetatopolimalonato. As 
depsidonas representam um grupo de compostos estruturalmente relacionados aos depsídios, sendo estes 
considerados seus precursores. Esses grupos têm sido reconhecidos por apresentarem propriedades 
antioxidantes, antivirais, antitumorais, analgésicas e antipiréticas (HONDA;VILEGAS,1998; HIDALGO 
et al., 1994). Portanto, pode-se conjecturar que o tratamento de febre e infecções bacterianas advém da 
presença deste metabólito. 
 
Esteróides e Triterpenos 
 Os triterpenos constituem um dos grupos dos terpenos, que são diferenciados conforme 
número de carbonos em sua estrutura química. Um dos exemplos destes, são os esteróides, 
constituintes de muitas plantas e responsáveis por atividades biológicas como na redução de 
doenças cardíacas a partir de sua ação hipocolesterolêmica, indicaram a atividade antiproliferativa, 
proapoptótica, anti-inflamatória, analgésica e antipirética (ANTONISAMY, 2011). Além disto, os 
triterpenos são considerados inibidores do HIV, a partir do bloqueio da última etapa do ciclo de 
vida destes vírus, ou seja, inibem a maturação (SILVA, 2014).As folhas do oiti são comumente 
utilizadas como antiinflamatórios, o que pode ser relacionado a presença de esteróides e triterpenos. 
 
Fenóis 
 Compostos fenólicos, apresentam capacidade antioxidante de neutralizar a atividade de 
radicais livresgerados no organismo, com associações a diversas doenças crônico-degenerativas 
como diabetes, câncer e processos inflamatórios inibindo também o risco das doenças 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
II Jornada Amapaense de Botânica Macapá-AP, 03 a 07 de novembro de 2020 
 
30 
 
cardiovasculares (ROCHA et al., 2011). A presença de fenóis nas plantas sugere que há ações 
benéficas em processos inflamatórios e a inibição de doenças vasculares por meio do impedimento 
de aglomeração plaquetária, como descrito na literatura, pode ser atrelado à presença dos 
compostos fenólicos. 
 
Taninos 
 Os taninos possuem a capacidade de precipitar celulose, pectinas e proteínas, são definidos 
como substâncias fenólicas solúveis em água com massa 500- 3000 Da, que apresentam habilidade 
de formar complexos insolúveis em água com alcalóides, gelatina e outras proteínas. Essa sua 
complexação é a base para suas propriedades farmacológica e antimicrobiana (SIMÕES, 2010). A 
ação antifúngica e a utilização no tratamento de diarreia da L. tomentosa podem ser atribuídas à 
presença de taninos pela característica adstringente dada ao fruto por esse metabólito. 
 
Flavonoides 
 Nos vegetais, os flavonóides possuem funções de defesa contra raios ultravioleta, fungos e 
bactérias, já seus pigmentos servem de atração a agentes polinizadores. Compõem um dos grupos 
de metabólitos secundários mais importante e, até hoje, são conhecidos mais de 4.200 flavonoides. 
Possuem atividade anti-inflamatória, antioxidante, antitumoral, antiviral, antiespasmódica, 
diminuição dos riscos de doenças coronarianas, aumento da resistência nas paredes dos vasos 
sanguíneos, dentre outros (ZUANAZZI, 2005). Desse modo, infere-se que, por haver a presença 
desse metabólito, pode haver correlação ao uso do oiti como antimicrobiano. 
 
Saponinas 
 Saponinas tem atividade hemolítica, molusquicida, antiinflamatória, antifúngica, 
antibacteriana, antimicrobiana, antiparasitária, citotóxica e antitumoral, antiviral entre outras 
(SPARG et al., 2004). Plantas que apresentam saponinas são citadas com determinadas ações 
farmacológicas, tais como larvicida, hipocolesterolemiante, expectorante, ventrópica, e cicatrizante 
(LOPES et al., 2011). Portanto, a ação hipercolesterolêmica pode estar atribuída a presença desse 
metabólito na L. tomentosa. 
 
Considerações finais 
 
 A partir das análises fitoquímicas preliminares realizadas, os metabólitos secundários 
presentes nas folhas de L. tomentosa, corroboram com alguns estudos feitos e seu uso para fins 
terapêuticos. A atividade biológica dos metabólitos presentes nas folhas dessa espécie demonstra 
grande potencial a ser explorado, através de novas formulações desenvolvidas a partir de 
combinações com outras substâncias, ou tratamentos diferenciados dessa matéria prima, tanto para 
fins microbiológicos como nutricionais. Entretanto, cabe salientar que é de suma importância 
estudos mais aprofundados com seu material vegetal, pois na literatura há escassez de estudos 
atualizados sobre o oiti. Desse modo, o experimento contribui para a comunidade científica como 
forma de agregar aporte teórico e prático. 
 
Agradecimentos 
 
Agradecimento pela concessão da Bolsa pelo Programa de Educação Tutorial (PET-MEC-FNDE), ao curso de 
Farmácia, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) para com o Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica, 
coordenado pela Dra. Sheylla Susan Moreira. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES). 
 
 
 
 
II Jornada de Botânica e Ecologia 
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Referências 
 
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DOMINÂNCIA DE ESPÉCIES DE MANGUE NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA MARACÁ-
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