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Resenha técnica-jornalística: Laser em dermatologia com ênfase em doenças autoimunes
O emprego de lasers na dermatologia contemporânea cruzou há décadas a fronteira entre procedimentos estéticos e intervenções terapêuticas para dermatoses autoimunes. Esta resenha avalia princípios físicos, indicações clínicas, eficácia relativa e riscos — com enfoque prático para o manejo de pacientes imunomediados.
Princípios e categorias. A escolha do equipamento baseia-se no alvo cromóforo (melanina, hemoglobina, água) e na profundidade da lesão. Lasers vasculares (pulsed dye laser — PDL, 585–595 nm; Nd:YAG 1064 nm) atuam na hemoglobina; lasers ablativos (CO2, Er:YAG) vaporizam tecido e promovem remodelamento; lasers fracionados criam colunas térmicas que estimulam neo-colagênese com tempo de recuperação menor; lâmpadas/excimer (308 nm) e lasers de UVB dirigem-se a imunomodulação epidérmica. Além disso, a terapia a baixa intensidade (LLLT) interfere em processos celulares, com aplicação investigacional em alopecias autoimunes.
Indicações principais em doenças autoimunes cutâneas. Vitiligo: o laser excimer 308 nm demonstrou eficácia em repigmentação em áreas localizadas, especialmente quando combinado a corticoterapia tópica ou tacrolimus; lasers fracionados servem como adjuvantes em técnicas de enxertia epidermal, promovendo receptividade do leito receptor. Lúpus cutâneo discoide: PDL e lasers vasculares podem reduzir eritema e telangiectasias residuais; porém, o uso de lasers ablativos em cicatrizes de lupus exige doença inativa devido ao risco de exacerbação e má cicatrização. Esclerodermia localizada (morphea) e sistêmica: lasers fracionados e ablativos podem melhorar textura e flexibilidade por remodelamento, com resultados modestos e variáveis; telangiectasias respondem a PDL/Nd:YAG. Psoríase e líquen plano: fototerapia e excimer podem reduzir placas localizadas; lasers ablativos têm uso restrito para tratar hiperqueratose refratária. Alopecia areata: LLLT e excimer são opções experimentais com evidências heterogêneas para estimular repilação.
Evidência e limitações. A literatura é prolífica em séries de casos e estudos controlados de pequeno porte; estudos randomizados robustos são menos frequentes. Há consistência quanto à utilidade do excimer na vitiligo localizado e do PDL nas lesões vasculares residuais. Para fibroses autoimunes, os dados sinalizam benefício estético funcional, porém heterogeneidade metodológica e ausência de protocolos padronizados limitam recomendações firmes. Importante ressaltar que muitos resultados dependem da estabilidade prévia da doença e do fototipo do paciente.
Riscos, contraindicações e cuidados pré-procedimento. Pacientes com doença ativa — eritema inflamatório, ulceração, ou manifestações sistêmicas descompensadas — demandam estabilização clínica antes de intervenção. Certos quadros, como lúpus eritematoso sistêmico com fotossensibilidade marcada, requerem cautela: procedimentos que liberam radiação UV podem agravar lesões. Uso concomitante de imunossupressores impõe avaliação do risco infeccioso e de cicatrização; suspender drogas como isotretinoína antes de lasers ablativos é prática comum, e alguns imunomoduladores exigem coordenação com o reumatologista. Teste em área reduzida (test spot), ajuste conservador de fluência e documentação fotográfica sistemática são medidas essenciais. Em fototipos mais escuros, risco de hipo/hiperpigmentação pós-inflamatória é maior; protocolos mais brandos e acompanhamento prolongado são recomendados.
Técnica e combinações terapêuticas. Integração com terapia sistêmica e tópica frequentemente potencializa resultados: excimer + corticóide tópico ou tacrolimus na vitiligo; laser fracionado seguido de aplicação de fatores de crescimento ou corticóide para cicatrizes hipertróficas. Sequência terapêutica e intervalos dependem da modalidade empregada e do estado imunológico. A documentação de parâmetros (comprimento de onda, fluência, duração de pulso, densidade fracionada) é imprescindível para replicabilidade clínica e segurança.
Implicações práticas e perspectivas. O laser representa ferramenta valiosa para controle de sinais (eritema, telangiectasia), melhora de cicatrizes e estímulo de repigmentação, quando a doença está sob controle. Entretanto, sua aplicação em doenças autoimunes exige abordagem multidisciplinar, seleção criteriosa de pacientes e consentimento informado sobre riscos de recidiva e alterações pigmentares. As lacunas científicas apontam para necessidade de estudos randomizados multicêntricos, padronização de protocolos e investigação de interações entre lasers e terapias biológicas.
Conclusão crítica. Lasers em dermatologia para doenças autoimunes oferecem soluções específicas — do excimer na repigmentação ao PDL nas telangiectasias — mas não são panaceia. O progresso técnico e o refinamento de associações terapêuticas ampliam possibilidades, ao mesmo tempo em que sublinham a importância da individualização, da segurança e da evidenciação científica para adoção ampla na prática clínica.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quais lasers são mais indicados para vitiligo?
Resposta: O laser excimer 308 nm tem maior evidência para repigmentação localizada, especialmente em doença estável e em combinação com terapias tópicas.
2) É seguro usar lasers em pacientes com lúpus cutâneo?
Resposta: Pode ser, mas exige doença inativa e precaução com fotossensibilidade; lasers vasculares (PDL) são usados para eritema e telangiectasias, evitando UV em casos fotossensíveis.
3) Lasers podem agravar doenças autoimunes?
Resposta: Sim — trauma térmico pode provocar fenômeno de Koebner e exacerbação; por isso deve-se estabilizar a doença antes do tratamento e fazer test spot.
4) Como manejar pacientes em uso de imunossupressores?
Resposta: Avaliar risco infeccioso e cicatrização, coordenar com especialista que prescreve a imunoterapia e optar por protocolos mais conservadores.
5) Quais são as principais lacunas na pesquisa atual?
Resposta: Falta de estudos randomizados de grande porte, padronização de parâmetros e dados sobre interação entre lasers e terapias biológicas.

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