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Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 28Curso 06 - Direito de Propriedade Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 29Curso 06 - Direito de Propriedade Davi: Olá, Otávio! Seja bem-vindo! Otávio: Olá, Davi! Obrigado. Tudo bem por aqui? Davi: Sim. Que bom receber sua visita! Ando com algumas dúvidas sobre direito de propriedade e acredito que você vai poder me ajudar. Otávio: Vamos lá, que dúvidas são essas? Davi: Ouvi falar que a mesma lei que garante o “direito à propriedade” também autoriza o Poder Público a dispor desta mesma propriedade, caso não seja utilizado, adequadamente, mediante indenização em dinheiro. Otávio: Bem, Davi, a lei garante ao homem a propriedade, mas há vários detalhes sobre as leis de indenização que permeiam as propriedades e que precisam ser esclarecidas e estudadas. Davi: Hum! Realmente! Sei da importância de conhecer sobre propriedade: suas leis e indenização. Por isso, conto com sua ajuda. Otávio: É sempre um prazer ajudá-lo. Sobre este assunto, você sabia que neste curso que estamos fazendo há um módulo que trata exatamente sobre isso? Davi: É mesmo? Tenho conseguido esclarecer minhas dúvidas por meio desses cursos. Vou fazer esse módulo. Otávio: Então vamos lá! Saber um pouco mais sobre como se relacionam as leis e as indenizações ao direito de propriedade. Otávio foi até a casa de Davi para conversar um pouquinho. Vamos acompanhar a visita? Visita à propriedade de Davi Assim que terminar de ler a conversa de Otávio e Davi, convidamos você a seguir em frente. Olá! Seja bem-vindo ao terceiro e último módulo desse curso, chamado Propriedade: lei e indenização. Neste módulo trataremos de que forma é garantido o direito de propriedade, também discutiremos a relação entre lei e Constituição e, por último, como acontece a indenização ao direito de propriedade. Por isso, até o término deste módulo, você deverá ser capaz de: Apresentação do módulo Propriedade: lei e indenização. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 30Curso 06 - Direito de Propriedade Objetivos Conhecer de que forma é garantido o direito de propriedade. Analisar as leis que regem as propriedades. Conhecer como são tratadas as leis na Constituição. Conhecer como acontecem as indenizações de propriedades. Fique atento ao recadinho abaixo! Agora que você já conheceu o conteúdo que será trabalhado neste módulo e os objetivos de aprendizagem. Leia no próximo tópico o desafio lançado para você! Caso não saiba ou não tenha certeza, não se preocupe! Pois até o final deste módulo você terá acesso a essas informações e muitas outras. Bom estudo! No início de cada módulo você será convidado a realizar um desafio, pois o objetivo é ajudá-lo a verificar o que já conhece sobre o assunto a ser abordado em cada módulo. Então, vamos fazer o desafio deste módulo? Desafio do módulo Desafio Você sabe de que forma são tratadas as leis de propriedade? Como a sua propriedade está assegurada por lei? Cite um fato que você conheça onde houve indenização de propriedade. Propriedade: lei e indenização. Neste tópico trataremos sobre propriedade e lei. Você tem clareza de como essas duas palavras associadas são trabalhadas? Vamos entender melhor? O direito de propriedade, ainda que seja inserido no âmbito dos direitos de liberdade, requer atuação do legislador. Propriedade e lei Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 31Curso 06 - Direito de Propriedade Neste tópico você estudou propriedade e lei. No próximo tópico vamos conhecer a restrição de propriedades. As restrições à propriedade, caso não sejam estabelecidas, expressa e diretamente pela Constituição, também ficam submetidas à atuação legislativa (Elaboração de novas leis). Verifica-se a possibilidade do legislador ponderar o direito de propriedade e outros valores constitucionais que com ele colidam segundo determinadas circunstâncias. Restrição ao direito de propriedade Tais restrições acabam por sujeitar-se, nesse ponto, ao princípio da reserva legal. Ou seja, somente à lei elaborada pelos representantes do povo cabe dispor sobre tais questões, sendo proibida a imposição de limitações à propriedade por atos normativos de índole infralegal. Trata-se de uma exigência, que remonta à Magna Carta (Constituição) de 1215 que requer embasamento em lei formal, devidamente aprovada pelos representantes da população, como pressuposto de eventual restrição ou privação da propriedade. Você quer conhecer como o princípio da reserva legal foi tratado na Declaração de Direitos da Virgínia e no texto constitucional brasileiro? Então acompanhe o próximo tópico. Neste tópico vamos relembrar ou conhecer de que forma o princípio da reserva legal foi tratado na Declaração de Direitos da Virgínia e no texto constitucional brasileiro. Vamos conferir? Reserva legal Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 32Curso 06 - Direito de Propriedade A Declaração de Direitos da Virgínia, em seu art. 7º, também consagrava cláusula no mesmo sentido tratado no tópico anterior. Vamos ver um exemplo: Nenhuma parte da propriedade de um vassalo pode ser tomada, nem empregada para uso público, sem o consentimento desse vassalo, ou de seus representantes legítimos; e o povo só está obrigado pelas leis, da forma por ele consentida para o bem comum. O texto constitucional brasileiro conserva tal conquista do constitucionalismo clássico, estabelecendo, além do art. 5º, II, diversas outras cláusulas específicas de reserva legal. Desse modo, a restrição à propriedade imposta, sem fundamento legal, mediante atos de natureza administrativa contempla grave violação da Constituição, não devendo subsistir nem produzir efeitos. Tudo certo até aqui? Qualquer dúvida, não hesite, em entrar em contato, pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem, com seu tutor. Vamos ao tópico que tratará sobre propriedade e indenização. A privação ou ablação ainda que parcial, da propriedade gera, como regra geral, o dever de indenizar. A reparação financeira pela limitação da propriedade constitui uma garantia. Propriedade e indenização Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 33Curso 06 - Direito de Propriedade Ao contemplar, em caráter excepcional, a possibilidade de privação da propriedade quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir manifestamente, o art. 17 da Declaração define como condição o pagamento de justa e prévia indenização. Tudo tranquilo até aqui? No próximo tópico vamos tratar sobre a indenização, segundo a Constituição Federal de 1988. Otávio: Davi, você está gostando de saber como acontece a indenização segundo a Constituição? Davi: Sim, gostando e aprendendo também. Otávio: Você sabia que, em caso de requisição administrativa por iminente perigo público, é possível pedir indenização no caso de dano? Davi: É verdade? Otávio: Sim! Neste módulo que estamos fazendo há um tópico que trata sobre isso. Vamos dar uma pausa agora para uma atividade e, logo em seguida, vamos aprender como funciona? Davi: Vamos sim, nos encontramos lá! Indenização segundo a Constituição Federal de 1988 A Constituição brasileira de 1988, em seu art. 5º, XXIV, autoriza o legislador a estabelecer o procedimento para desapropriação por: Necessidade; Utilidade pública; Interesse social; Mediante justa e prévia indenização em dinheiro, salvo os casos previstos pelo próprio texto constitucional. Ao dispor sobre o instituto da requisição administrativa, o art. 5º, XXV, da Constituição permite, em caso de iminente perigo público, que a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Vamos acompanhar a seguir uma conversa de Otávio e Davi sobre Indenização. Tudo bem até aqui? Então, para relaxar, convidamosvocê a realizar uma atividade no próximo tópico. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 34Curso 06 - Direito de Propriedade No tópico anterior foi apresentada a disciplina da indenização segundo a Constituição. Diante deste conteúdo, acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem para realizar a atividade desse tópico. Atividade Após realizar a atividade, você ficou com alguma dúvida? Caso sua resposta seja positiva, não hesite em contatar o tutor pela ferramenta Tira-dúvidas. Ele está lhe aguardando! Caso não possua dúvidas, siga em frente! Na sequência você vai conhecer como acontece a Indenização no Supremo Tribunal Federal. O dever de indenizar como aspecto do direito de propriedade tem encontrado amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Vamos acompanhar um fato onde houve indenização. Leia no livro a seguir para saber mais. Indenização no Supremo Tribunal Federal No julgamento do RE nº 134.297-8/SP se analisou a interdição administrativa de remoção parcial de cobertura arbórea em propriedade rural abrangida pela Estação Ecológica de Juréia-Itatins. Neste julgamento os produtores rurais foram impedidos pelo órgão ambiental competente de implantar projeto de cultura de cacau com aproveitamento dos recursos naturais existentes na área, consoantes recomendações de estudo de viabilidade econômica que fizeram realizar. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 35Curso 06 - Direito de Propriedade O Ministro Celso de Mello, em seu voto, que conduziu o julgamento, garantiu que: • A circunstância de o Código Florestal (Lei nº 4.771/65) definir como bens de interesse comum tanto as florestas existentes no território nacional quanto às demais formas úteis de vegetação que revestem as áreas por elas ocupadas, não impedem que se reconheça a obrigação de indenizar do Poder Público. • Há o dever de indenizar o proprietário do solo naquelas hipóteses em que as limitações administrativas, suprimindo ou reduzindo a possibilidade de exploração dos recursos naturais da terra, venham a virtualmente esterilizar, em seu conteúdo essencial, o direito de propriedade. Ou seja, as limitações administrativas, ainda que de caráter ambiental, à propriedade que impliquem redução ou esvaziamento de seu conteúdo econômico impõem ao poder público o dever de indenizar, como forma de assegurar minimamente o direito definido no art. 5º, XXII, da Constituição. Este assunto está muito interessante, não é mesmo? Então vamos seguir o estudo dele no próximo tópico, só que apresentando outro julgamento, agora “Desarmamento”. A mesma orientação foi confirmada no julgamento da ADI nº 3.112/DF que examinou a constitucionalidade da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Tópico 01: Indenização no Supremo Tribunal Federal Questionamento Você sabia que ao decidir sobre a impugnação, por violação do direito de propriedade, do preceito legal o Supremo Tribunal Federal determinava a entrega de armamentos e munição? O Supremo Tribunal Federal definiu que o direito do proprietário à percepção de justa e adequada indenização, reconhecida no diploma legal impugnado, afasta a alegada violação ao art. 5º, XXII, da Constituição Federal. Ou seja, o dispositivo legal que determinava a reparação financeira em face da entrega de armas e munições constitui, segundo a interpretação da Corte, imposição decorrente do direito fundamental de propriedade. Está tudo tranquilo até aqui? Vamos saber no próximo tópico como acontece a indenização de conservação da Natureza por meio da Desapropriação. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 36Curso 06 - Direito de Propriedade Também em obediência ao direito de propriedade, a Lei nº 9.985, de 2000 (que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências) determina hipóteses de desapropriação com a respectiva prévia e justa indenização de áreas particulares que recaem sobre unidades de conservação que, segundo a lei, devem ser de posse e domínio públicos. É o que estabelece, entre outros: Desapropriação Legislação O § 1º do art. 17 (Florestas Nacionais); O § 1º do art. 19 (Reserva de Fauna); O § 2º do art. 20 (Reserva de desenvolvimento sustentável); O § 1º do art. 9º (Estação Ecológica). Ou seja, a interdição da propriedade decorrente da decretação de tais unidades de conservação requer, necessariamente, que seja regulado o processo expropriatório, com a devida reparação financeira exigida em nome do direito inscrito no art. 5º, XXII, da Constituição. Você entendeu? Vamos exemplificar: Exemplo Se um indivíduo tiver de sair de sua propriedade ele será devidamente compensado financeiramente de acordo com o direito inscrito no artigo: art. 5º, XXII, da Constituição. Tudo certo até aqui? Qualquer dúvida, não hesite, em entrar em contato com seu Tutor. Vamos ao próximo tópico então, que vai tratar sobre confisco de propriedade. Confisco de propriedade Neste tópico vamos tratar sobre confisco de propriedade. Vamos relembrar o significado de Confisco? Conceito Confisco é uma a ação que priva o proprietário de seu bem, retirando-lhe sem o pagamento de indenização. Trata-se de uma penalidade admitida excepcionalmente em determinadas infrações. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 37Curso 06 - Direito de Propriedade O confisco constitui, portanto, penalidade excepcional de privação da propriedade sem o pagamento de indenização, que somente cabe ser aplicada mediante expressa previsão em lei. Não cabe assim, em face de atividade lícita, desempenhada nos termos da lei, a execução de medida confiscatória sem base legal ou conotação punitiva. Isso constitui expropriação que requer, em face do direito de propriedade, devida reparação financeira. Após leitura de confisco de propriedade acompanhe, no próximo tópico, a conclusão do módulo. Um terreno em qualquer região do país que utilizar para a cultura plantas psicotrópicas (maconha, haxixe, etc.), isso é, culturais ilegais, será confiscado pelo Poder Público, nos termos do art. 243 da Constituição Federal. Determina-se, ainda, a mesma medida para qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (art. 243, parágrafo único da Constituição). O art. 91 do Código Penal determina que serão confiscados, entre outros, os produtos (resultado) de crime, bem como os instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cuja fabricação , alienação ou detenção constitua fato ilícito. Disciplina semelhante é, ainda, encontrada no art. 7º, I, da Lei nº 9.613, de 1998, que fala sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Confiscam-se quando: Concluindo o módulo Chegamos ao final do nosso módulo 3 propriedade: lei e indenização. O assunto tratado foi muito vantajoso. Você concorda? Nele você teve oportunidade de conhecer a relação entre lei e propriedade. Verificou-se que a lei disciplina os modos de aquisição, exercício e extinção do direito de propriedade e que este foi concebido pelo pensamento liberal como um direito inato ao homem e pré-existente ao Estado. Desse modo, conclui-se que há um dever para o legislador de garantir o exercício desse direito para que não seja o indivíduo impedido de usar de seus bens onde ele plantando, colhendo, criando, modificando a área, produzindo seu sustento e de sua família, produza riquezas para o bem social. Módulo 03 - Propriedade: lei e indenizações 38Curso 06 - Direito de Propriedade Atividade final do módulo Lembre-se: você deve acessar o Ambiente Virtual de Aprendizaem para realizar esta atividade. Neste módulo você estudou sobre propriedade: lei e indenização. Diante do que foi estudado é correto afirmar:( ) O direito de propriedade é único e exclusivo do proprietário das terras. ( ) O direito de propriedade, mesmo que ainda seja inserido no âmbito dos direitos de liberdade, requer atuação do legislador. ( ) O direito de propriedade é um bem exclusivo do Poder Público. Vimos, também, como são tratadas as restrições ao direito de propriedade na nossa Constituição, sendo importante salientar o princípio da reserva legal para regulamentação desse direito. Falamos ainda sobre a propriedade e indenização, analisando-se o fato de que a Constituição Federal garante o “direito de propriedade”, mas também autoriza o Poder Público a desapropriar de um bem móvel ou imóvel em determinadas hipóteses, mediante prévia e justa indenização em dinheiro. Para finalizar este módulo realize no próximo tópico a atividade final. Queremos dizer que a sua participação foi muito importante neste curso! Aguardamos você numa próxima oportunidade! Até mais! Referências MENDES, G. F. Comentários à Constituição de 1967: com a Emenda nº1 de 1969. Rio de Janeiro: Forense, Tomo V, 1987. SILVA, J. A. Os direitos fundamentais da Constituição portuguesa de 1976. Coimbra: Almedina. 3. ed. , 2004. Finalização do Curso 39Curso 06 - Direito de Propriedade Você teve uma caminhada e tanto até aqui: estudos, leituras, pesquisas, interação com o seu tutor e colegas de curso e, sem contar, das conversas com as pessoas próximas a você, não é mesmo? E quanto ao conteúdo, muitos assuntos foram tratados. Desta forma podemos concluir que: Lembre-se! Que temos uma longa caminhada rumo ao que entendemos ser justo e necessário quando tratamos de trabalho rural. Só teremos uma realidade mais justa quando cada um fizer a sua parte, ou seja, é importante que todos dêem a sua contribuição. Agindo da forma correta, estaremos auxiliando na construção de um mundo melhor, para nós mesmos e para as futuras gerações. Esperamos que você tenha gostado do curso. Importante Se você já finalizou o curso, preencheu a pesquisa de satisfação e realizou todas as atividades, seu certificado estará disponível para impressão no Portal pessoal do Ambiente Virtual de Aprendizagem. Certifique-se que seu nome está cadastrado corretamente. Para atualizar clique no link Meu espaço, ferramenta Meus Dados. Aguardamos sua participação em outros cursos promovidos pelo ICNA/SENAR. Acesse www.canaldoprodutor.com.br/eadsenar. Até a próxima! Fechamento do Módulo Parabéns pela conclusão! Mesmo que o direito de propriedade seja um direito assegurado pela Constituição Federal, não se trata de um direito absoluto. Isso porque esse direito é disciplinado pela própria Constituição e pode ser restringido em favor de outros direitos. As leis do país asseguram aos titulares do direito de propriedade, uma série de garantias para que não haja violações aos seus direitos. A primeira é o princípio de reserva legal que, na sua mais simples tradução, assegura ao indivíduo a ter seu direito de propriedade restringido somente por leis aprovadas pelos representantes populares, não deixando à administração pública a competência de determinar livremente quais serão as suas limitações. A segunda é o dever de indenização, caso ocorra a privação total ou parcial da propriedade do indivíduo somado à proibição de confisco, exceto em casos da prática de determinados atos ilícitos.
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