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APOSTILA ESPECIFICIDADES DA PROVA DA OAB A IMPORTÂNCIA DA DEONTOLOGIA JURÍDICA PARA O EXAME DA ORDEM Professor: Ricardo José Magalhães Ferreira 2.015/01 ESPECIFICIDADES DA PROVA DA OAB - A IMPORTÂNCIA DA DEONTOLOGIA JURÍDICA PARA O EXAME DA ORDEM Professor: Ricardo José Magalhães Ferreira Dúvidas enviar para: E-mail: ricardo_ferreiraadv@hotmail.com Contato: (64) 9230-9090 – (64) 9971-9818 Whatszap- (64) 8457-4020 Facebook: Ricardo Ferreira LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: Estatuto da OAB, Lei ordinária 8.906/94. Código de ética e disciplina do OAB/95. Regulamento geral do estatuto da OAB. Provimento 94 (publicidade na advocacia). Provimento136 (delibera sobre o exame da ordem). Provimento 112 (delibera sobre a sociedade de advogados). Provimento 114 (delibera sobre a atuação da advocacia pública). DA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO: Os artigos 8º ao 12ª do estatuto da OAB, trazem os requisitos essenciais a inscrição do advogado, são eles: 1) Capacidade civil, ou seja, o candidato de comprovar estar apto a realizar todos os atos da vida civil. Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário: I - capacidade civil; OBSERVAÇÃO: A OAB, não questiona a veracidade da informação, basta a simples afirmação do acadêmico de que possui referida capacidade. 2) Apresentar diploma ou certificado de graduação no curso de direito, que deve ser no curso de bacharel em direito, realizado em instituição obrigatoriamente reconhecida pelo MEC. Art. 8º “... II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; § 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo. 3) Estar em dia com as obrigações eleitorais e militares se brasileiro. Art. 8º “...Para inscrição como advogado é necessário: III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 4) Aprovação no exame da ordem (pela legislação anterior não havia necessidade, havia um estágio supervisionado pela OAB). Se aprovado, o acadêmico recebe um certificado de aprovação sem prazo de validade, ou seja, imprescritível. Art. 8º “... IV - aprovação em Exame de Ordem; OBSERVAÇÃO: As regras gerais sobre a aplicação e avaliação da prova do exame da ordem, está regulamentada no Provimento 136 da Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 8º “... § 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. 5) Não exercer atividade incompatível com a advocacia (atividade que gere conflito de interesses insanável ao exercício da advocacia, exemplos: Art. 8º “... V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; (Vide ADIN 1127-8) III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; VI - militares de qualquer natureza, na ativa; VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. § 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente. § 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico. Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora; II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos jurídicos. 6) Ter idoneidade moral, ou seja, uma boa conduta e reputação ilibada, e não ter sido condenado por crime infamante, ou seja, crime que traz uma repercussão negativa para a advocacia. OBSERVAÇÃO: Não se trata necessariamente crimes cometidos com violência ou hediondos, más aqueles que possam repercutir negativamente ao exercício da atividade, temos como exemplos, o estelionato cometido por advogado, furto com abuso de confiança etc. Art. 8º “... VI - idoneidade moral; IMPORTANTE: Qualquer pessoa interessada poderá questionar essa idoneidade e requerer a instauração de um incidente de inidoneidade moral, com ampla defesa e contraditório, se dois terços dos conselheiros entenderem pela procedência do incidente o candidato terá sua inscrição negada, podendo posteriormente, fazendo prova da sua idoneidade voltar a requerer a inscrição. § 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. 7) Prestar compromisso junto ao conselho competente da OAB, da seccional onde pretende exercer a atividade com prevalência, (domicílio profissional, seu escritório). OBSERVAÇÃO: Trata-se de obrigação personalíssima devendo ser prestada pessoalmente, não podendo ser delegada a terceiro. Art. 8º “... VII - prestar compromisso perante o conselho. INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR: A OAB tem como regra geral, que o advogado terá uma inscrição apenas (inscrição principal), más se o profissional preferir exercer a atividade em mais de um Estado, ou passar a atuar em outro Estado da Federação com habitualidade (mais de 5 causas ao ano) terá mais de uma inscrição (inscrição suplementar), que serão identificados por uma sigla logo após o número da inscrição barra “A”, prevalecendo como domicílioprofissional o de sua residência, e terá que pagar tantas anuidades, quanto forem suas inscrições e está taxa o isenta do pagamento da contribuição sindical obrigatória e é fixada por cada subseção. Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. § 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado. § 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano. TRANSFERÊNCIA DA INSCRIÇÃO PRINCIPAL: Em caso de mudança definitiva de endereço profissional, o advogado poderá requerer junto a subseção que está inscrito sua transferência em pedido formal, neste caso o número da inscrição do advogado será modificado, conforme sequência no novo domicílio. DESVINCULAMENTO DA INSCRIÇÃO: Possível de duas formas, são elas: CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO: Quando o advogado decidir se desligar definitivamente ou ocorrente um dos fatos elencados no artigo 11 do Estatuto. Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que: I - assim o requerer; II - sofrer penalidade de exclusão; III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. § 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa. § 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º. § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação. RESTAURAÇÃO DA INSCRIÇÃO: O advogado pode requerer a restauração de sua inscrição a qualquer momento, por vontade próprio no caso do inciso I, ou demonstrando que restabeleceu os requisitos da inscrição e se excluído por crime infamante, deverá ter se reabilitado, entretanto não mais terá seu número originário, mas sim um novo na ordem das inscrições que estão sendo requeridas. LICENCIAMENTO: Neste caso o advogado não se desvincula totalmente da Ordem, ele continua advogado mas se afasta de suas atividades, são motivos de afastamento, o requerimento justificado, exercício temporário de atividade incompatível e doença mental curável. Art. 12. Licencia-se o profissional que: I - assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer doença mental considerada curável. CONSEQUÊNCIAS DO LICENCIAMENTO: Fica dispensado de pagar anuências. Não fica obrigado a votar nas eleições da OAB dos conselhos seccionais. Não poderá se utilizar dos benefícios da caixa de assistência dos advogados. Impedido de exercer a atividade da advocacia enquanto licenciado. ATIVIDADES PRIVATIVAS DO ADVOGADO: Art. 1º São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. ADIN 1.127-8: Proposta em 1994 pela AMB (Associação dos Magistrado Brasileiros), julgada pelo Ministro Relator Marco Aurélio de Melo em 26 maio de 2006, retirando a expressão “a qualquer órgão”. EXCEÇÕES: Justiça de Paz, Justiça do Trabalho, salvo no TRT, e Juizados Cíveis, até 20 salários mínimos, Criminais na audiência de conciliação e Registro de Pessoas Jurídicas M.E. e EPP. POSICIONAMENTO DA OAB SOBRE A FUNÇÃO DO ADVOGADO: Segundo posiciona a OAB, o advogado tem uma dupla função, no seu ministério privado, ele exerce uma função social e possui múnus público na defesa dos interesses do seu cliente, limitado a aplicação correta da lei, do Estado Democrático de Direito e pela efetivação do texto constitucional, e vedado ao advogado a advocacia temerária (aventuras judiciais). INSTRUMENTO PROCURATÓRIO: Documento pelo qual o cliente constitui o advogado como defensor de seus direitos, não obrigatório em casos específicos, como nos atos urgentes (Ver artigo 37 do CPC), defensoria pública (mandato aparente), e nos casos de nomeação em ata (apud acta). PRAZO DE VALIDADE DO MANDATO: Em regra o mandato vale até a conclusão do feito ou enquanto houver confiança recíproca, podendo ser encerrada pelo cliente através de uma revogação, sem se desonerar dos pagamentos proporcionais, ou pelo advogado por meio de renúncia ficando vigilante pelo processo pelo prazo de 10 dias, ou substabelecer sem reservas a outro advogado, com a anuência do cliente. SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA DE PODERES: O advogado não renuncia ao feito, ao contrário, permanece como procurador más distribui atribuições a outros advogados. SÃO DIREITOS DO ADVOGADO: Segundo determinam os artigos 6º e 7º do Estatuto: Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho. Art. 7º São direitos do advogado: I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; II - ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB; II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expedientee independentemente da presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais; VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença; VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando- se a ordem de chegada; IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; (Vide ADIN 1.127-8) (Vide ADIN 1.105-7) X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo; XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias; XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela; XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. § 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justiça; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. § 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. § 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. § 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator. § 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. § 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008) PONTOS IMPORTANTES: Dentre os direitos elencados, destacam-se: Nos moldes constitucionais, a não existência de hierarquia entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público. Inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, etc., salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB, quando o advogado estiver sendo investigado criminalmente, ou para buscar dados de clientes que estejam em concurso com ele no cometimento de crime. Se o advogado for preso em flagrante, para que seja lavrado o auto, exige- se a presença de representante da OAB, nos crimes comuns haverá apenas a comunicação ao órgão. Sigilo profissional, o advogado não é obrigado a revelar segredos sobre seus clientes. Desagravo público, sempre que ofendido no desempenho de suas funções ou violado em suas prerrogativas, a OAB, tomando conhecimento do fato via requerimento, verificando a relevância do fato (ofensa pessoal não viabiliza o desacato), fara um repúdio público dirigido a autoridade ou pessoa que tenha violado essas prerrogativas, lida e publicada em jornais e revistas da OAB. Direito de se retirar de local onde se deveria realizar ato judicial, após 30 minutos, se a autoridade judiciária não comparecer sem se justificar ou avisar sobre o atraso, fazendo com que sua presença seja constatada nos autos, e comprovando que ele aguardou por todo este período. Imunidade do advogado por suas manifestações e palavras em juízo e fora dele, respondendo pelos excessos que cometer, no que se refere a injúria e difamação, o desacato foi considerado inconstitucional pelo STF. DEVERES DO ADVOGADO: Os deveres do advogado não se encontram previstos no Estatuto, má sim no Código de Ética e Disciplina da OAB, que elencam a obrigação do advogado junto aOAB, sua categoria profissional e seus clientes, são eles: Artigo 2º - O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce. Parágrafo único. São deveres do advogado: I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III – velar por sua reputação pessoal e profissional; IV – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional; V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI – estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII – aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial; VIII – abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue; c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso; d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade. Manter uma conduta íntegra, obedecer os ditames do Estatuto do Regulamento e leis correlata se manter atualizado e não utilizar da advocacia para se auto promover. Com relação ao cliente, o advogado tem a obrigação, em um primeiro momento de evitar o litígio, ou seja, sempre orientar seu cliente a buscar uma composição evitando buscar o judiciário. Sempre buscar informar corretamente seu cliente sobre os riscos da demanda, como os riscos de incidir em custas e verbas sucumbenciais, no caso de derrota judicial (obrigação de meio). Prestar as informações sobre o andamento do processo, sempre que solicitado por seu cliente, bem como prestar contas sobre despesas efetuadas e valores recebidos, e ao final, devolver todos os documentos não utilizados sob seu poder ao cliente. Obrigação de zelar pela correta aplicação da lei, estás proibido de falsear a verdade nos autos (litigância temerária), devendo advertir seu cliente que não pode buscar o judiciário com má fé. O advogado não pode deixar o feito ao abandono, sair do processo sem prévio aviso ao cliente, deixar de praticar os atos devidos, tendo em vista que poderá ser responsabilizado pelos prejuízos que causar ao cliente por dolo ou culpa, tanto na esfera administrativa quanto civil e criminal. Não pode patrocinar causas de dois ou mais clientes que possuam interesse opostos, no caso de jurisdição voluntária, se durante o processo surgir conflitos de interesse, o advogado deverá escolher qual parte pretende patrocinar, sem se valer de informação sob confiança, ou deixar a causa. O advogado não pode atuar no mesmo feito como preposto e patrono de uma empresa ao mesmo tempo. O advogado deve defender seu cliente na esfera criminal mesmo sem acreditar em sua inocência. SOCIEDADE DE ADVOGADOS: Não se trata de mero acordo informal de interesses entre advogados que se agrupam para dividir despesas, nesse caso estaríamos diante de um mero grupamento de advogados, para a OAB, para se configurar uma sociedade de advogados, necessário se fazem os requisitos do artigo 15 ao 17 do Estatuto e do Provimento 112/2006 da OAB. CONCEITO DE SOCIEDADE DE ADVOGADOS: É a sociedade de advogados formalmente constituída registrada e aprovada no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil, e com o devido registro do seu contrato social no Conselho Seccional da OAB do Estado em que se localiza a sociedade e que pretenda atuar com prevalência, constituída somente por advogados regularmente inscritos nos quadros da Ordem. NATUREZA JURÍDICA DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS: Segundo a norma posta, a sociedade de advogados não se enquadra em nenhuma forma societária prevista no Código Civil de 2002 e nem na Lei 6.404/76, segundo classificação da própria OAB, trata-se de uma sociedade civil de prestação de serviços de advocacia. JUSTIFICATIVA: A sociedade de advogados não pode ter características mercantilistas tendo em vista que o Estatuto veda a captação de clientela, seja via propaganda, por intermédio de terceiros, vincular sua atividade a outra etc. AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: A sociedade de advogados somente adquire sua personalidade jurídica mediante o registro e aprovação de seu contrato social pelo Conselho seccional do estado onde atua com prevalência, recebendo um número de inscrição. INSTALAÇÃO DE FILIAIS DA SOCIEDADE EM OUTRO ESTADOS DA FEDERAÇÃO: Para instalar uma filial em outro estado, necessário o arquivamento de termo aditivo no contrato social arquivado no Conselho seccional onde se localiza a matriz, e, em seguida o registro da filial no Conselho sede da filial, e, obrigatoriamente, uma inscrição suplementar neste Estado de todos os advogados sócios. NOME DA SOCIEDADE: No registro do nome da sociedade de advogados, é obrigatório o emprego de razão social (nomes ou prenomes de um ou mais sócios), admitindo-se o emprego da expressão &, seguido do objeto da sociedade, ou seja, as expressões advogados associados, escritório de advocacia, assessoria jurídica etc., e devera ainda o contrato social, determinar pela permanência ou não do nome do sócio que vier a falecer. PARTICULARIDADES SOBRE A SOCIEDADE: Havendo o licenciamento de um dos sócios, este deverá ser apenas anotado no contrato original, más continua a fazer parte da sociedade, no caso de exclusão, seu nome deverá ser excluído também da sociedade. O mesmo advogado não pode integrar mais de uma sociedade no mesmo Estado. Pessoas casadas, independentemente do regime adotado podem constituir sociedade, desde que ambos advogados. Uma mesma sociedade de advocacia não podem atender a clientes com interesses opostos. O código de Ética e disciplina é aplicável a sociedade como um todo, e os sócios respondem com responsabilidade subsidiária e ilimitada por seus atos não excluindo a responsabilidade disciplinar. Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de serviço de advocacia, na forma disciplinada nesta lei e no regulamento geral. § 1º A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. § 2º Aplica-se à sociedade de advogados o Código de Ética e Disciplina, no que couber. § 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte. § 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. § 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado noregistro da sociedade e arquivado junto ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados à inscrição suplementar. § 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as sociedades de advogados que apresentem forma ou características mercantis, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar. § 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. § 2º O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição. § 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. Art. 17. Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possa incorrer. ADVOGADOS ASSOCIADOS: Embora não façam parte do contrato social (não são sócios), más, mediante termo expresso ou verbal a parte, participam com parte do lucro ou resultado da sociedade em determinadas demandas. ADVOGADO EMPREGADO: Aquele que possui vínculo empregatício na esfera administrativa (subordinação, habitualidade, onerosidade e pessoalidade - SHOP) com empresa particular ou sociedade de advogados, regida pela CLT e legislação trabalhista como um todo, passando a ter direito a férias, 13º salário e outros benefícios de um empregado comum, más passa também a ter que cumprir jornada de trabalho com subordinação. OBSERVAÇÃO: Em regra, a jornada do advogado contratado deverá ser de 4 horas diárias ou 20 semanais, se está jornada for fixada em 8 horas diárias ou 40 semanais, trata-se de dedicação exclusiva, qualquer hora excedente deverá ser paga como hora extra com 100% de acréscimo, trata-se de norma cogente (de aplicação obrigatória), e se trabalhar no período de 20:00h as 05:00h, horário noturno segundo a OAB, terá direito a adicional de 25% no valor hora. Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. § 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. § 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. § 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento. Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados. Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo. CONTRATO DE HONORÁRIOS: Também denominado contrato de prestação de serviços de advocacia, é o contrato firmado entre o advogado o sociedade de advogados e o cliente, mediante contraprestação. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: É o valor devido ao advogado mediante prestação de serviços, e se dividem em 3 tipos, são eles: HONORÁRIOS CONTRATADOS OU CONVENCIONADOS: São aqueles previamente estabelecidos entre o advogado ou sociedade de advogados e seu cliente, preferencialmente mediante contrato escrito, e possuem limite mínimo fixado em tabela de honorários elaborada por cada seccional em Unidade de Referência de Honorários (URH), ou em porcentagem, sobre o máximo, não existe limite. Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. § 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. § 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou. OBSERVAÇÃO: Não existe forma imposta de pagamento dos honorários, a OAB sugere que, salvo disposição em contrário, a cobrança e 3 parcelas, sendo 1/3 no início, 1/3 em sede de decisão de 1º grau e 1/3 ao final do feito. § 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final. CLÁUSULA “QUOTA LITIS”: Honorários vinculados ao êxito na demanda, ou seja, o advogado somente recebe se houver sucesso na ação, somente deverão ser recebidos em pecúnia e não podem ser fixados acima do proveito do cliente. Código de Ética e Disciplina, Art. 36. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes: I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II – o trabalho e o tempo necessários; III – a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV – o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para ele resultante do serviço profissional; V – o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente; VI – o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do advogado; VII – a competência e o renome do profissional; VIII – a praxe do foro sobre trabalhos análogos. HONORÁRIOS ARBITRADOS JUDICIALMENTE: Arbitrados em sentença ou acórdãos, respeitando os limites mínimos da tabela, e são comuns no caso de nomeação de defensor dativo, e são fixados em Unidades de Honorários Dativos (UHD), a ser recebidos pelo causídico mediante petição endereçada ao Tribunal do Estado. Art. 22. A prestação de serviço profissional asseguraaos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. § 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado. OBSERVAÇÃO: Pode ocorrer da parte sucumbente ter condições de contratar advogado e por má fé ou omissão, deixa de fazê-lo, comparecendo em juízo desprovido de defensor técnico, neste caso o juiz nomeia um defensor e fixa os honorários más, quem paga e o próprio assistido. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA OU SUCUMBENCIAIS: Não excluem os honorários contratados e são os honorários devidos pela parte vencida ao advogado da parte vencedora, ainda que este atue em causa própria. CPC - Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria § 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidos: a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior. § 5o Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o valor da condenação será a soma das prestações vencidas com o capital necessário a produzir a renda correspondente às prestações vincendas (art. 602), podendo estas ser pagas, também mensalmente, na forma do § 2o do referido art. 602, inclusive em consignação na folha de pagamentos do devedor. Estatuto da OAB - Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. § 3º É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.194-4: No caso do parágrafo 3º do artigo 24 do Estatuto, o STF entendeu ser inconstitucional, e por unanimidade, os ministros julgaram este dispositivo inconstitucional, dando interpretação conforme a Constituição Federal. Eles seguiram o voto do ministro Maurício Corrêa, segundo o qual o advogado da parte vencedora poderá negociar a verba honorária de sucumbência com seu constituinte, já que se trata de direito disponível. NORMAS DE COMPORTAMENTO: A OAB em sua legislação, traz uma série de normas de comportamento ao advogado, no caso de descumprimento ou violação destas, após o devido processo legal, poderá ser cominada uma sanção ao advogado. OBSERVAÇÃO: A esfera disciplinar administrativa da OAB, não exclui a possibilidade de uma ação na justiça comum, seja no âmbito civil ou criminal, e correm em separado más um pode servir de prova ao outro. INFRAÇÕES DISCIPLINARES: A lei traz um rol meramente exemplificativo, ou seja, o advogado poderá incorrer em violações administrativas não previstas, desde que a conduta seja considerada reprovável ao exercício da profissão. Art. 34. Constitui infração disciplinar: Exercer a advocacia estando impedido, por exemplo um Deputado Federal, ou facilitar o seu exercício aos não inscritos ou impedidos. Nesse caso haverá a infração disciplinar ne crime de exercício ilegal da profissão. I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; Constituir sociedade fora das normas, exemplo, advocacia conjuntamente com escritório de contabilidade ou se registrada em junta comercial etc. II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; Captação de causas com ou sem intermédio de terceiros, utilizando-se de publicidade irregular ou cobrando honorários abaixo da tabela por exemplo. III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; Assinar feitos de terceiros, por exemplo, bacharel em direito ainda não aprovado na Ordem. V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; Advogar em desacordo a lei, advocacia temerária. VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; Violar sigilo profissional, salvo nas hipóteses legais, por exemplo, se for afrontado, ou seja, delatado pelo seu cliente, ou no caso de ameaça ao advogado ou terceiros. VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; Fazer acordo com a parte contrária sem o consentimento de seu cliente, ou ciência de seu advogado. VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; Trazer prejuízo a seu cliente, causar prejuízo processual, abandonar causa, ou negar-se, sem justa causa prestar assistência quando nomeado. IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; Deixar de cumprir determinações da OAB, depois de notificado. XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado; XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá- la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; Reter processos abusivamente. XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; Deixar de pagar anuidades, multas e outros serviços da OAB após notificado. XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; Cometer reiterados erros que demonstrem sua inépcia, o advogado tem a obrigação de se manter atualizado. XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; Tornar-se inidôneo para o exercício da advocacia ou praticar crime infamante XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; XXVIII - praticar crime infamante; Estagiário que excede suas permissões, ou seja, fora do juízo, poderá praticar todos os atos desde que de interesse da parte e com autorização de um advogado, em juízo, poderá fazer carga e devolução de autos, requerer certidões em cartórios e assinar petição de juntada de documentos aos autos. XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. Dentre as condutas incompatíveis temos pratica reiterada de jogo de azar, causar escândalos públicos e embriagues ou uso de tóxicos com habitualidade. Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível: a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei; b) incontinência pública e escandalosa; c) embriaguez ou toxicomania habituais. SANÇÕES DISCIPLINARES: Constatada a prática de uma infração disciplinar, é instaurado um processo disciplinar pelo Tribunal de Ética e Disciplina de cada Conselho, franqueada a ampla defesa ao advogado ou estagiário, e ao final, confirmada a infração, os órgãos competentes aplicam a sanção disciplinar. Art. 35. As sanções disciplinares consistem em: CENSURA: Modalidade de sanção mais branda, feita a portas fechadas e sem publicidade, em linhas gerais, seria um puxão de orelha no advogado, no entanto fica anotado no histórico do advogado. Art. 35. “... I - censura; CABIMENTO: Nas hipóteses do inciso I a XVI do artigo 35 do Estatuto da OAB, e no inciso XXIX, referente ao estagiário, além de violações do Código de Ética ou outro preceito do Estatuto não previsto no artigo 34. Art. 36. A censura é aplicável nos casos de: I - infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina; III - violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave. Parágrafo único. A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante. OBSERVAÇÃO: A censura poderá ser convertida em advertência, todas as vezes que houver existência de uma circunstância atenuante artigo 40 caput, ao invés de puxão de orelha sigiloso, um mero conselho, não será anotada no histórico do advogado. Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras: I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; II - ausência de punição disciplinar anterior; III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB; IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. SUSPENSÃO: São mais grave, tornando o advogado temporariamente impedido de exercer a advocacia, ou seja, não perde as características de advogado más, será afastado temporariamente de suas atividades. Art. 35. “... II - suspensão; CABIMENTO: Será aplicada no caso de das faltas disciplinares previstas nos incisos XVII ao XXV do artigo 34 do Estatuto. Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de: I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34; II - reincidência em infração disciplinar. § 1º A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de individualização previstos neste capítulo. § 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. § 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas provas de habilitação. OBSERVAÇÃO: Em regra, o prazo de suspensão será de 30 dias a 12 meses, a critério do Tribunal de Ética e Disciplina de cada Conselho, entretanto existem exceções onde o prazo será indeterminado, quando o advogado deixar de prestar contas até as preste ao cliente, deixar de pagar o OAB até o pagamento, e em caso de inépcia, onde deverá passar por novo exame da Ordem. EXCLUSÃO: Sanção mais grave, neste caso o advogado terá sua inscrição cancelada e será excluído do quadros da OAB. O procedimento ocorre mediante processo administrativo, facultada a ampla defesa ao advogado, e depende de 2/3 da aprovação do Conselho para se efetivar. CABIMENTO: A exclusão somente ocorre em três hipóteses, são elas: Quando este se tornar inidôneo para o exercício da profissão. Quando este cometer crime infamante, ou seja, aqueles crimes que atentam contra a conduto do advogado. Fazer falsa prova dos requisitos para admissão nos quadros da OAB. Art. 35. “... III - exclusão; OBSERVAÇÃO: Mesmo após a exclusão o advogado poderá se reabilitar e voltar a integrar os quadros da OAB, em regra ocorre por pedido formar após um ano da exclusão, fazendo novamente as provas de obtenção dos requisitos para a inscrição, se tratando de cometimento de crime infamante, deverá cumprir a pena e esperar a prescrição do crime. Art. 35. “... IV - multa. SANÇÃO DE MULTA: Esta sanção sempre será aplicada acompanhada de outra, sempre será cumulada a censura ou com a suspensão, com valor que poderá variar entre uma e dez anuidades. CABIMENTO DA MULTA: Quando existir no caso concreto, circunstâncias agravantes, no entanto, o Estatuto não delimita o que seriam estas circunstâncias, nesse caso, necessária a análise do caso concreto para a cominação da multa. Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras: Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as consequências da infração são considerados para o fim de decidir: a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar; b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis. IMPORTANTE: Com relação as sanções de suspensão e exclusão, estas serão públicas, ou seja, a OAB publica listas anuais dos advogados suspensos ou excluídos, nesse caso, se a multa for aplicada em conjunto a suspensão, será pública, no entanto, a censura ocorre em sigilo, neste caso a eventual multa aplicada, o sigilo se impõe, ou seja, a multa acompanha o status da sanção que acompanhar. Parágrafo único. As sançõesdevem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura. REABILITAÇÃO DO ADVOGADO: Independentemente da sanção aplicada ao advogado, a este é lícito buscar o retorno a seu status de primariedade, requerendo uma reabilitação, por exemplo, no caso de pleitear um cargo na OAB que exige a primariedade. Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal. PRESCRIÇÃO NO PROCESSO DISCIPLINAR: A pretensão do Conselho nos processos disciplinares não é eterna, nesse caso, teremos dois tipos de prescrição: PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA: Seria o prazo hábil a OAB, para dar início ao processo disciplinar, ou seja, 5 anos, a contar da constatação oficial do fato. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: Ocorre a prescrição intercorrente, se estando o processo já instaurado, ficar paralisado por mais de 3 anos, sem despacho ou julgamento. Que poderá ser declarada de ofício pela OAB, ou a pedido da parte interessada. Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. § 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL: A lei não se refere a suspensão do prazo más quanto a interrupção, esta ocorre em três hipóteses interrompendo o prazo e passando a contar do início, são eles. Com a instauração do procedimento. Com a notificação válida do advogado. Com decisão recorrível de qualquer dos órgãos da OAB. Art. 43. “... § 2º A prescrição interrompe-se: I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado; II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB. PROCESSO DISCIPLINAR: Artigos 70 a 76 do Estatuto da OAB, artigos 51 a 58 do Código de ética e Disciplina, e na lacuna legal, aplicam-se as regras do Código de Processo Penal. Art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do procedimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem. OBSERVAÇÃO: Nos procedimentos de mera consulta, por exemplo, no caso de dissolução de sociedade de advogados, divisão de honorários e demais procedimentos, na lacuna legal, aplicam-se as regras do Código de Processo Civil. DISPOISIÇÕES GERAIS SOBRE O PROCEDIMENTO DISCIPLINAR COMPETÊNCIA: Como regra geral, será competente para processar e julgar o procedimento disciplinar o conselho seccional do local onde a infração (por ação ou omissão) foi cometida, independentemente do local de inscrição principal do advogado representado, lembrando que o processo disciplinar não afasta a instauração de um processo judicial de reparação civil ou criminal. Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. § 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho. § 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos. EXCEÇÕES: Teremos apenas duas exceções à regra geral, caso em que, o procedimento será instaurado no conselho federal, são elas: 1) Quando a infração disciplinar tiver sido cometida perante o Conselho Federal da OAB, ou se o infrator for membro do Conselho Federal ou Presidente de Conselho Seccional. Nesse caso o procedimento disciplinar será instaurado diretamente no Conselho Federal. 2) Nos julgamentos de suspensão preventiva, espécie de medida cautelar que será aplicada pelo Conselho Seccional de inscrição do advogado, quando a infração por este cometida for de grande repercussão, ou que atente contra os princípios da Ordem. Nesse caso o Conselho Federal julga apenas a suspensão e não o mérito da infração disciplinar. Art. 70. “... § 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias. OBSERVAÇÃO: Em se tratando de medida disciplinar aplicada antecipadamente, a suspensão preventiva, deverá ser julgado em no máximo 90 dias, após este prazo esta medida será revogada, e a manutenção da medida até julgamento da infração na sucessão onde está ocorreu, depende de 2/3 dos votos dos conselheiros federais. PRAZOS PROCESSUAIS: A regra geral é de 15 (quinze) dias para todos os atos, notificação da parte para comparecimento, apresentação de defesa prévia, apresentação de razões finais, etc. Art. 69. Todos os prazos necessários à manifestação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos. § 1º Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o prazo se conta a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento. § 2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia-se no primeiro dia útil seguinte. OBSERVAÇÃO: O processo disciplinar no âmbito da OAB é sigiloso, e este sigilo e indisponível, podendo tomar conhecimento do processo apenas as partes interessadas, testemunhas e órgãos competentes. PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE: Regras gerais. O procedimento disciplinar inicia por peça de Representação interposta pelo cliente interessado, qualquer autoridade que tenha tomado conhecimento do fato ou terceiro interessado, ou de ofício pela OAB. Art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes. Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada. § 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares. § 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. OBSERVAÇÃO: A representação não pode ser anônima para resguardar o direito das partes, e juntamente a inicial, o Representante deverá trazer as provas que pretende produzir. A peça inicial deverá ser endereçadaao 1º Relator (obrigatoriamente deverá ser conselheiro) para que dela tome conhecimento, o Conselho de ética e Disciplina só toma conhecimento do processo num segundo momento, podendo o Relator agir da seguinte forma: Art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve designar relator, a quem compete a instrução do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina. § 1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompanhar o processo em todos os termos, pessoalmente ou por intermédio de procurador, oferecendo defesa prévia após ser notificado, razões finais após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento. § 2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento. § 3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator. § 4º Se o representado não for encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe defensor dativo; § 5º É também permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa prova. Quando verificar que faltam pressupostos de admissibilidade, poderá de plano, manifestar pelo arquivamento. Essa decisão caberá somente ao Presidente do conselho). Faltando elementos necessários a interposição da Representação, o Relator deverá mandar notificar o interessado, para querendo, no prazo de 15 (quinze) dias, trazer aos autos as informações complementares. Estando presente os requisitos necessários, o Relator manda notificar o advogado representado, para que este, num prazo de 15 (quinze) dias (prorrogáveis pelo Relator dependendo da complexidade da causa), traga ao processo sua defesa prévia. OBSERVAÇÃO: Na defesa prévia, o Representado deverá apresentar todas as suas teses de defesa, o rol de testemunhas e os documentos que pretender juntar aos autos, e se este não responder a notificação, o Relator irá nomear um defensor dativo para acompanhar o processo. Retornando o Aviso de Recebimento da notificação cumprido, o processo volta as mãos do Relator que poderá chegar as seguintes conclusões: Se entender pela procedência das justificativas apresentadas, o relator manifesta pelo indeferimento liminar da Representação (ato privativo do Presidente do conselho). Não se convencendo, determina realização de audiência de instrução, onde serão ouvidas as partes. FORMALIDADES DA AUDIÊNCIA: Na audiência serão ouvidas as partes, ao final, o Relator irá verificar a necessidade de novas diligências, não havendo, passa as razões finais, primeiro ao Representante e depois ao Representado, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, findo este prazo, os autos voltam conclusos ao 1º Relator que irá elaborar seu parecer preliminar, concluindo a 1ª fase do procedimento. 2ª FASE DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR: Após a emissão do parecer do 1º Relator, o processo será remetido ao Tribunal de ética e Disciplina, e será designado um 2º Relator que, embora não necessite ser conselheiro, deverá ser membro integrante do Tribunal, que poderá tomar as seguintes medidas: Verificando a necessidade de novas diligências, devera intimar as partes para as devidas providências. Não havendo necessidade de novas providências, o 2º Relator determina a inserção dos autos na pauta de Seção de Julgamento, com prazo mínimo de antecedência de 20 (vinte) dias para notificar as partes, que, desejando possam fazer suas sustentações orais. Em seguida, o Tribunal de Ética de Disciplina profere o julgamento final. POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS: Das decisões do Conselho de ética e Disciplina, cabe recurso para o Conselho Seccional, e deste para o Conselho Federal, ambos com prazo decadencial de 15 dias. PARTICULARIDADE: Ao Conselho Seccional caberá recurso de qualquer decisão, entretanto, deste para o Conselho Federal, apenas no caso de decisão não unânime, ou se houver violação da legislação pertinente ou divergência jurisprudencial. LEGITIMADOS: Partes interessadas e o Presidente da Seccional da OAB onde tramitou o procedimento disciplinar. Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a que o profissional suspenso ou excluído devolva os documentos de identificação. Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o Código de Ética e Disciplina e os Provimentos. Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso referido neste artigo. Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados. REVISÃO PROCESSUAL: Possível sempre que houver erro de julgamento ou nova prova. PUBLICIDADE DO ADVOGADO: Segundo a norma posta, ao advogado é licita a utilização da publicidade meramente informativa, ou seja, aquela que é procurada e não imposta, com isso a OAB busca afastar as características de mercantilismo da atividade advocatícia. Art. 2º. Entende-se por publicidade informativa: a) a identificação pessoal e curricular do advogado ou da sociedade de advogados; b) o número da inscrição do advogado ou do registro da sociedade; c) o endereço do escritório principal e das filiais, telefones, fax e endereços eletrônicos; d) as áreas ou matérias jurídicas de exercício preferencial; e) o diploma de bacharel em direito, títulos acadêmicos e qualificações profissionais obtidos em estabelecimentos reconhecidos, relativos à profissão de advogado (art. 29, §§ 1º e 2º, do Código de Ética e Disciplina); f) a indicação das associações culturais e científicas de que faça parte o advogado ou a sociedade de advogados; g) os nomes dos advogados integrados ao escritório; h) o horário de atendimento ao público; i) os idiomas falados ou escritos. NORMATIZAÇÃO DA PUBLICIDADE: As regras da publicidade do advogado, encontram-se estampadas no provimento 94/2000 da OAB, e no Código de ética e Disciplina, artigos 28 a 34. PROIBIÇÕES EXPRESSAS: Com vistas a afastar o mercantilismo da atividade, a OAB, entre outros, veda expressamente os seguintes meios de informação: Alusão a preços e forma de pagamento pelos serviços prestados. Características do escritório, como por exemplo, ambiente refrigerado e com estacionamento próprio. Utilização de propaganda em rádio, televisão, outdoors, panfletagem, serviços de 0800, convênios, etc. Plotagem em carros informando endereço e qualificação do profissional. MEIOS LÍCITOS DE PROPAGANDA: Lembrando se tratar de mera propaganda informativa, ou seja, aquela procurada. Cartão de visitas, podendo conter as especializações do advogado. Mala direta, com informações básicas dirigida aos clientes, por exemplo informar a mudança de endereço do escritório. Revistas jurídicas,classificados, listas telefônicas, placas na fachada do escritório, desde que se trate de propaganda meramente informativa. FINS E ORGANIZAÇÃO DA OAB: Os artigos 44 a 62 do Estatuto da OAB e Regulamento Geral, artigos 44 a 127, trazem as atribuições essenciais e regulamentações inerentes a atividade. ATRIBUIÇÕES ESSENCIAIS: São elas: Defesa da Constituição Federal, do estado democrático de direito e da correta aplicação da lei, sendo titular no polo ativo, para promover ações de interesse coletivo. Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade: I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; Art. 133 CF. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei. Promover com exclusividade a representação, normatização, a defesa e a disciplina da atividade advocatícia em todo território nacional. Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Determinar os critérios de seleção e inscrição do advogado. Traçar as normas de conduta do profissional. Exercer o controle da atividade. Art. 3º. “... II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. § 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. § 2º O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. Cobrar anuidades dos advogados inscritos, com vistas a custear suas atividades, entretanto, devido ao papel social da OAB, esta possui isenção fiscal. OBSERVAÇÃO: A anuidade dispensa o advogado o isenta da contribuição sindical obrigatória. DISTRIBUIÇÃO DA RECEITA: As anuidades serão distribuídas da seguinte forma: 10% da arrecadação de todas as Subseções será repassado para o Conselho Federal. 3% para o Fundo Cultural de cada conselho seccional que oferece cursos, palestras de grandes autores etc. 2% para O Fundo de integração e desenvolvimento do advogado (FIDA). 45% ficam no Conselho seccional pra cobrir os gastos administrativos. 20% serão destinados a Caixa de Assistência dos Advogados. 20% também ficam na secional para cobertura de outros gastos. ORGÃOS DA OAB: A Ordem dos advogados do Brasil se divide nos seguintes órgãos, todos eles colegiados, ou seja, compostos de diretoria e conselheiros, todos são cargos gratuitos de relevante serviço público. Art. 133 CF. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Art. 45. São órgãos da OAB: I - o Conselho Federal; II - os Conselhos Seccionais; III - as Subseções; IV - as Caixas de Assistência dos Advogados. CONSELHO FEDERAL: Órgão máximo da OAB e dotado de personalidade jurídica próprio, com sede na Capital da República, composto de delegações compostas por 3 (três) advogados eleitos em cada uma das seccionais para conselheiros federais e seus ex presidentes, na forma de membro honorários vitalícios. Art. 45. São órgãos da OAB: I - o Conselho Federal; § 1º O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, é o órgão supremo da OAB. OBSERVAÇÃO: No âmbito do Conselho Federal, os ex presidentes eleitos até julho de 1994, ano da promulgação do Estatuto da OAB, terão direito a voz e a voto, os demais, apenas voz, e o Presidente atual, voz e voto de qualidade (desempate). ELEIÇÃO DO PRESIDENTE NACIONAL DA OAB: Eleito por votos de todos as conselheiros federais, e o presidente do conselho federal não precisa ser conselheiro federal eleito. ÓRGÃOS DO CONSELHO FEDERAL: São órgãos do Conselho Federal: Conselho pleno, presidido pelo Presidente nacional da OAB e representado pelo secretário geral. Órgão especial do conselho, presidido pelo vice Presidente e representado pelo secretário geral. Primeira Câmara, presidida pelo secretário geral. Segunda Câmara, presidida pelo secretário geral adjunto. Terceira Câmara, presidida pelo tesoureiro. CONSELHOS SECCIONAIS: Órgãos estaduais, com personalidade jurídica própria, composto por Presidente, Vice Presidente, Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto, Tesoureiro e conselheiros seccionais, e os seus ex presidentes, como membros honorários vitalícios, apenas com direito a voz. Art. 45. São órgãos da OAB: II - os Conselhos Seccionais; § 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. OBSERVAÇÃO: O número de conselheiros seccionais será determinado pelo número de advogados inscritos na seccional, ou seja, até 3000 inscritos serão 24 conselheiros, após isso, a cada mais 3000 inscritos, mais um conselheiro até o limite de 60 conselheiros. SUBSEÇÕES DA OAB: São partes autônomas dos Conselhos Seccionais, por isso não possuem personalidade jurídica própria. E pode abranger um ou mais municípios, segundo a regra a seguir: Será criada uma nova subseção no momento em que tiver no município, pelo menos 15 advogados inscritos, e será eleito um conselho apenas nos locais onde houver 100 ou mais advogados inscritos. Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. § 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS: Órgão criado pelo Conselho Seccional a partir do momento em que esta tiver mais de 1500 advogados inscritos, possui personalidade jurídica própria, e se encarrega de prestar assistência aos advogados inscritos naquela seccional, e tem como atribuições: Oferecer assistência aos seus vinculados, como seguro, planos de saúde, etc. Criar serviço de seguridade complementar. Art. 45. São órgãos da OAB: IV - as Caixas de Assistência dos Advogados. § 4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Os Conselhos Seccionais poderão sofrer intervenção federal
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