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ÉTICA E BIO
SSEG
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EM
 SAÚ
D
E
BIOÉTICA E 
BIOSSEGURANÇA
EM SAÚDE
Paulo Heraldo Costa do Valle
Organizador(a): Fernanda Carolina Gomes
BIOÉTICA E 
BIOSSEGURANÇA
EM SAÚDE
Paulo Heraldo Costa do Valle
Bioética e 
Biossegurança
em Saúde
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
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Carvalho.
Ilustrador: João Henrique Martins.
Valle, Paulo Heraldo Costa do.
Bioética e Biossegurança em Saúde:
Recife: Grupo Ser Educacional e Telesapiens - 2022.
140 p.: pdf
ISBN: 9786581507237
1. Ética 2. Segurança 3. Ciência.
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Nota sobre uma 
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PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
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REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
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o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
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ASSISTA
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ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
Sumário
UNIDADE 1
Ética: Introdução e histórico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Conceito de ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Comportamento antiéticos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Objetivos da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �14
História da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �15
Ética na Grécia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Ética na Idade Média � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Ética na idade moderna � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �17
Ética Contemporânea � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 20
Ética na pesquisa com seres humanos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Atrocidades da segunda guerra mundial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Código de Nuremberg � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 22
Diretrizes internacionais para pesquisa biomédica � � � � � � � � � � � � � � � � � 25
Resolução Conselho Nacional de Saúde 196/96 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26
Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos
 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26
Termo de consentimento livre e esclarecido � � � � � � � � � � 27
Riscos e benefícios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Ética na pesquisa com animais experimentais � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Utilização dos animais em pesquisa experimental � � � � � � � � � � � � � � � � � 28
Debates éticos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 29
Aspectos positivos e negativos da pesquisa com animais � � � � � � � � � � � 30
Contribuições significativas quanto aos aspectos éticos � � � � � � � � � � � 30
Lei Arouca � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 32
Ética ambiental � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 33
Crescimento econômico e a ética ambiental � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 34
Mudanças durante o século XIX � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 34
Evidências quanto aos graves problemas ambientais � � � � � � � � � � � � � � 35
Prática da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Visão holística � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Constitução Federal de 1988 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
UNIDADE 2
Bioética: Introdução, histórico e conceitos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Introdução a bioética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Princípios da bioética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Beneficência � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Não-maleficência � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 46
Autonomia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 46
Justiça ou equidade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 47
Ética ao profissional de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �48
Objetivo de criação dos conselhos Profissionais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 49
Funções dos conselhos da área da saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 49
Situação atual dos conselhos de classe � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 50
Profissões da área da saúde Regulamentadas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 52
Código de Ética profissional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 52
Organização Mundial da Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 54
Organização Pan-Americana da Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 54
Biossegurança: histórico, conceito e legislação � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Histórico da biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Conceito sobre a biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 56
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 58
Principais classes de riscos ocupacionais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 58
Biossegurança em laboratórios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �59
Normas de Biossegurança para os laboratórios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 60
Programa de Segurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 62
Avaliação e Representação de Riscos Ambientais � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63
Mapa de riscos � � � �BRASIL:
Em 1984 foi realizado o I Workshop de Biossegurança em Laboratórios, en-
quanto que no ano de 1986 foi realizada a primeira avaliação sobre os riscos 
em Laboratório pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). A linha do tempo a 
seguir destaca outros grandes marcos da biossegurança no Brasil.
57
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
58
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
Por meio da aprovação da Lei Nº 11.105 de 25 de março de 2005, foi 
revogada a Lei Nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995. Por meio desta lei 
foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNT-
Bio), cujo mandato do presidente é de dois anos, podendo ser reno-
vado por igual período, sendo designado pelo Ministro da Ciência e 
Tecnologia.
A finalidade foi garantir uma assistência técnico con-
sultivo e o assessoramento para o Governo Federal, com a 
proposta de desenvolver a formulação, atualização e imple-
mentação da Política Nacional de Biossegurança associado 
com os organismos geneticamente modificados (OGMS).
Em 03 De Outubro De 2019, Uma Resolução Normativa, Nº23, 
Foi Publicada No Diário Oficial Da União, Trantando Da Libe-
ração Planejada No Meio Ambiente De Organismos Genetica-
mente Modificados Da Classe De Risco 1.
Principais classes de riscos ocupacionais
Os principais riscos ocupacionais são: físicos, químicos, bio-
lógicos, ergonômicos e de acidentes, que são mostrados no 
mapa de risco por cores características.
 • Físicos - Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não 
ionizantes, temperaturas extremas e umidade. COR: 
VERDE.
 • Químicos - Poeira, fumo, neblinas, névoas, gases e va-
pores, explosivos inflamáveis, corrosivos, irritantes, 
tóxicos e cancerígenos. COR: VERMELHO
VOCÊ SABIA?
59
• Biológicos - Vírus, bactérias, protozoários, parasitas, 
insetos e organismos geneticamente modi icados. COR: 
MARROM
• Ergonômicos - Esforço físico ou cargas excessivas, 
produtividade ou ritmo de trabalho excessivo, postu-
ra inadequada e jornada de trabalho prolongada. COR: 
AMARELO
• Acidentais - Arranjo físico e iluminação inadequados, 
equipamentos inadequados, defeituosos ou sem prote-
ção, sobrecarga de eletricidade, incêndio ou explosão 
e armazenamento de material inadequado. COR: AZUL
Figura 6: Principais classes de riscos ocupacionais
Fonte: BARBOSA, F.C.G.,2021.
Biossegurança em laboratórios 
Neste item você será capaz de entender as normas de biosse-
gurança para os laboratórios, programa de segurança, ava-
liação e representação de riscos ambientais, mapa de riscos, 
serviço especializado de engenharia de segurança em medi-
cina do trabalho e etapas para elaboração dos mapas de riscos.
OBJETIVO
60
Figura 7: Biossegurança nos laboratórios
Fonte: Pixabay
Normas de Biossegurança para os laboratórios
As Normas de biossegurança nos laboratórios são essenciais para 
prevenirem e também reduzirem os riscos dos profissionais que 
trabalham nesses locais desenvolverem doenças devido a exposição 
aos vários agentes que estão presentes nestes locais.
Todas as circunstâncias onde existe um risco pode ocorrer 
acidentes, em alguns dos casos eles não são reversíveis, ocasionan-
do afastamento temporário, definitivo ou até mesmo à morte do 
colaborador.
Existe uma série de processos que devem ser 
empregados nos laboratórios, tendo como 
principal finalidade a diminuição da exposição 
de todos os indivíduos a esses riscos, por meio 
da: limpeza de materiais e dos locais de traba-
lho; manipulação correta de todos os equipa-
mentos; manipulação correta das substâncias 
químicas; manipulação correta dos materiais 
biológicos e radioativos; utilização adequada 
de todos os aparelhos de proteção coletiva e 
individual (HIRATA, et al, 2012).
61
Na tabela a seguir você verá algumas orientações que são 
fundamentais para o planejamento e a organização de todas as ati-
vidades realizadas dentro de um laboratório.
Tabela 2: Orientações para planejamento e organização das atividades
62
Fonte: HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO (2012)
Programa de Segurança
Todo laboratório deve ter um programa de segurança com o objeti-
vo de reduzir os riscos ambientais e prevenção de acidentes, assim 
como um treinamento em contexto de emergência e a realização de 
todas as normas de segurança em vigor.
63
É imprescindível que todo colaborador saiba quais são as con-
dições mínimas para um programa de segurança, entre eles estão:
 • quantidade disponível e utilização adequada dos equipamen-
tos de proteção coletiva e individual;
 • realização regulares dos programas de treinamento;
 • os equipamentos de combate a incêndio precisam estar dispo-
níveis em todos os locais;
 • sinalização das áreas de risco e rotas de fuga; 
 • manutenção de um sistema de geração de energia elétrica
 • de emergência;
 • elaboração e realização de um programa de prevenção de
 • riscos ambientais;
 • sistema de registros para todos os testes de segurança desen-
volvidos quanto ao desempenho dos equipamentos.
Avaliação e Representação de Riscos Ambientais
A avaliação é desenvolvida com o propósito de diminuir os riscos 
de manipulação dos materiais e a proteção para todos os indivíduos 
e ao meio ambiente. Todas estas informações estão fundamenta-
das em função da periculosidade e/ou patogenicidade do agente. Por 
meio dessa avaliação é possível então verificar o nível de biossegu-
rança que é necessário para combater esses agentes.
Essa avaliação dos riscos ambientais pode ser desenvolvida 
por meio da produção de um mapa de risco ambiental, que permite 
fazer um diagnóstico da condição de segurança e saúde ocupacional 
no laboratório.
A confecção do mapa de risco ambiental deve ser executada 
por meio dos membros da comissão interna de prevenção de aci-
dentes (CIPA) estando fundamentada por meio da Norma Regula-
mentadora n° 5 (NR 5).
64
Mapa de riscos
O mapa de riscos deve ser elaborado através da utilização da planta 
baixa do local. Todos os riscos (químicos, físicos, acidentais, bio-
lógicos e egonômicos) precisam ser representados por meio de co-
res e círculos padronizados.
Figura 8: Exemplo de um mapa de Risco
Fonte: LEAL,V.L., 2019. Disponível em: (PDF) Protocolos e técnicas laboratoriais 
de rotina: aplicações em biologia molecular, microbiologia, cultivo celular e 
farmacognosia (researchgate.net)
Além das cores usadas para definir os riscos no mapa, exis-
tem outras que são empregadas com o intuíto de promover uma 
melhor seguridade no local, conforme você pode observar nas ta-
belas seguintes:
Tabela 3: Descrição das cores utilizadas para delimitar riscos em um laboratório
COR UTILIZAÇÃO
Branca
Delimitar áreas isoladamente 
ou combinadas com a cor preta
65
Amarela
Indicar “Atenção” ou 
“Cuidado”
Alaranjada
Identificar partes móveis de 
máquinas e Equipamentos
Vermelha
Indicar equipamentos e os apa-
relhos de proteção e combate ao 
incêndio, além das rotas de fuga 
e da saída de emergência
Púrpura
Indicar os perigos provenientes 
de radiações eletromagnéti-
cas penetrantes e de partículas 
nucleares
Verde
Indicar dispositivos de segu-
rança como chuveiros de emer-
gência, lava-olhos, caixas de 
primeiros socorros e caixas 
com materiais para situações de 
emergência (máscaras contra 
gases)
Azul
Indicar equipamentos fora de 
uso
Preta
Indicar coletores de esgoto ou 
lixo
Fonte: HIRATA; HIRATA; FILHO (2012)
Serviço especializado de engenharia de segurança 
e em medicina do trabalho
Ao elaborar o mapa de riscos é necessário que exista um suporte por 
parte do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT) de acordo com a Norma Regula-
mentadora n° 4 (NR 4 ).
66
Para saber mais, leia na íntegra a Norma Regulamentadora n° 4 
(NR 4) que possui todas as informações sobre o Serviço Especia-
lizado de Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT).
Etapas para a elaboração do Mapa de riscos
As etapas utilizadas para a confecção do mapa de riscos são:
 • conhecer todos os processos e procedimentos do laboratório;• identificar todos os riscos ambientes presentes no local;
 • determinar as medidas de controle existentes como tam-
bém a sua eficácia;
 • verificar a existência de levantamentos ambientais anteriores 
pertencentes ao mesmo local;
 • elaborar o mapa de riscos na planta baixa com a identificação 
de todos os tipos de riscos.
A elaboração do mapa de riscos pode ser realizada por meio 
de seis etapas:
1ª ETAPA
É fundamental avaliar os quatro elementos: elemento hu-
mano (pessoal do laboratório), processo (todas as atividades de-
senvolvidas), material (instrumentos e materiais utilizados) e o 
ambiente (laboratório).
2ª ETAPA
Devem ser avaliados todos os riscos presentes de acordo com 
a tabela 3, e também analisados os efeitos e os danos à saúde.
SAIBA MAIS
67
3ª ETAPA
Devem ser definidas quais serão as medidas preventivas de 
proteção coletiva e individual e a estruturação das atividades no 
laboratório.
4ª ETAPA
É essencial que sejam levantados quais são os indicadores de 
saúde, por meio das informações registradas, como: acidentes de 
trabalho mais comuns, doenças ocupacionais identificadas, faltas e/
ou ausência ao trabalho.
5ª ETAPA
Devem ser verificados todos os levantamentos ambientais 
realizados anteriormente, durante esta avaliação devem ser reali-
zadas toda as medições e o registro de todos os riscos ambientais.
6ª ETAPA
Nesta etapa deve ser preparado o relatório o qual deve conter 
todos os riscos presentes, junto com o mapa de riscos, posterior-
mente a aprovação pela CIPA.
O mapa de riscos precisa estar fixado em um local de fácil vi-
sualização para que todos os indivíduos que passam no local tenha 
acesso a ele.
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? Ago-
ra, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que foi abordado.
Estudamos inicialmente a bioética: introdução, histórico e con-
ceitos através da introdução e princípios da bioética (beneficência, 
não-maleficência, autonomia e justiça ou equidade). Posterior-
mente foi estudado a ética ao profissional de saúde através do es-
tudo do objetivo da criação dos conselhos profissionais, funções 
dos conselhos da área da saúde, situação atual dos conselhos de 
RESUMINDO
68
classe, profissões da área da saúde regulamentadas, Código de Ética 
profissional, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-A-
mericana da Saúde. Foi abordado também a biossegurança: histó-
rico, conceito e legislação através do estudo do histórico e conceito 
de biossegurança, legislação sobre biossegurança, comissão técnica 
nacional de biossegurança e principais classes de risco ocupacio-
nais. E por último foi estudado a biossegurança em laboratórios por 
meio da investigação das normas de biossegurança para os labora-
tórios, programa de segurança, avaliação e representação de riscos 
ambientais, mapa de riscos, serviço especializado de engenharia de 
segurança e em medicina do trabalho e etapas para a elaboração do 
mapa de riscos.
UN
ID
AD
E
3
Equipamentos de 
proteção e assuntos 
controversos
Objetivos
1. Estudar a segurança biológica e doenças adquiridas em 
laboratórios;
2. Compreender como funcionam os equipamentos de proteção 
individual e coletiva;
3. Conhecer os organismos geneticamente modificados;
4. Analisar os assuntos éticos controversos.
70
Introdução
Olá, tudo bem com você? Prezado aluno, gostaria de convidar 
você neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem, tenho certeza que será muito enriquecedor, repleto 
de desafios e estímulos para o seu o crescimento. Você é o nosso 
convidado especial para iniciar essa viagem por meio do conheci-
mento . Durante esta trajetória você irá se deparar com trilhas mui-
to interessantes e desafiadoras em todo o percurso. O tema desta 
unidade é “Equipamentos de proteção e assuntos controversos”, 
o qual está dividido nos seguintes conteúdos: Segurança biológica 
e doenças adquiridas em laboratórios; Equipamentos de proteção 
individual e coletiva; Organismos geneticamente modificados e 
assuntos éticos controversos.
71
Segurança biológica e doenças adquiridas 
em laboratório
Ao término deste item você será capaz de reconhecer os níveis de 
segurança biológica, código de prática, acesso ao laboratório e 
proteção individual no laboratório e normas.
Níveis de segurança biológica
Existem recomendações e orientações básicas que são consideradas 
como condições mínimas para todos os laboratórios com relação 
aos níveis de segurança biológica de acordo com os grupos de risco 
de 1 a 4.
Apesar de que algumas recomendações possam ser julgadas 
como não necessárias para alguns organismos do grupo de risco 1, 
as mesmas podem ser consideradas com o propósito de realização 
de atividades mais seguras.
Já os laboratórios que apresentam a finalidade de diagnós-
ticos e cuidados de saúde (saúde pública, clínicos ou hospitalares), 
são configurados no mínimo para o nível 2 de segurança biológica, 
visto que os laboratórios não tem um controle completo de todas as 
espécimes que recebem.
Os agentes laboratoriais podem estar expostos a organismos 
em grupos de risco que são mais elevados do que o previsto, por-
tanto deve ser levado em consideração essas questões quanto a ela-
boração dos planos e políticas de segurança biológica.
Em vários países, os laboratórios clínicos são obrigados a es-
tarem oficialmente acreditados, sendo, portanto, necessário a ado-
ção e a utilização de cuidados padrão nesses casos.
OBJETIVO
72
As condutas para os laboratórios de base com os níveis 1 e 2 
de segurança biológica devem ser amplas e com muitos detalhes, 
uma vez que são primordiais para os laboratórios de todos os níveis 
de segurança biológica.
No nível 1 está envolvido o trabalho dos agentes com menor 
grau de risco para os indivíduos que estão em contato com eles, sen-
do recomendado, por exemplo, para a pipetagem, um dispositivo 
mecânico além da utilização dos outros equipamentos de proteção.
Já o nível 2 corresponde aos agentes de risco moderado tanto 
para os indivíduos como para o meio ambiente, sendo adequada a 
utilização de uma cabine de segurança biológica além dos equipa-
mentos de proteção individual.
Para os laboratórios de confinamento com nível 3 de segu-
rança biológica, e laboratórios de confinamento máximo com ní-
vel 4, as condutas são o objetivo com relação às modificações e o 
complemento visto que o trabalho com os agentes patogênicos são 
muito perigosos.
O nível 3 está relacionado com a manipulação dos agentes 
infecciosos que podem causar doenças muito sérias ou em certos 
casos podem ser letais.
Todos os procedimentos devem ser realizados na cabine de 
segurança biológica, devendo ser utilizadas máscaras faciais ou 
respiradores além de todos os outros equipamentos de proteção 
individual.
O nível 4 está relacionado com o organismo receptor ou doador com 
o potencial patogênico. Nesse caso é indicado a utilização da rou-
pa protetora completa, descartável e ventilada através da pressão 
positiva. Nesses casos os pipetadores automáticos são obrigatórios 
além de todos os outros equipamentos de proteção individual.
IMPORTANTE
73
Código de práticas
O código de práticas corresponde a uma relação das práticas e 
normas mais importantes que compõem a base das técnicas de 
microbiologia.
A experiências dos laboratórios e os programas nacionais 
para laboratórios podem auxiliar na construção das práticas e nor-
mas escritas para garantirem um desempenho mais seguro.
É fundamental que cada laboratório adote um manual de 
segurança ou de trabalho, onde exista a identificação de todos os 
perigos conhecidos e potenciais, e que estejam detalhados todas as 
práticas e normas tendo como objetivo a eliminação ou a minimiza-
ção de todos os perigos.
As boas técnicas de microbiologia são primordiais para ga-
rantir a segurança nos laboratórios, todos os equipamentos labo-
ratoriais especializados são considerados como auxiliaresdesta 
segurança, mas não devem e não podem nunca substituir as normas.
Acesso ao laboratório
É obrigatório que esteja exposto em todas as portas das salas, o 
símbolo e o sinal internacional de risco biológico (figura 1), nos lo-
cais onde existe a manipulação de microrganismos que fazem parte 
do grupo de risco 2, 3 e 4.
Nas áreas de trabalho é permitido a entrada apenas dos indi-
víduos que estão autorizados, sendo que as portas devem sempre 
permanecerem fechadas.
Nenhuma criança está autorizada a entrar ou ter contato nas 
áreas de trabalho do laboratório.
Quanto ao acesso aos locais onde estão os animais é necessá-
ria uma autorização especial, nenhum outro animal pode entrar no 
laboratório além dos que já estão.
74
Figura 1: Símbolo risco biológico
Fonte: Pixabay
Proteção individual no laboratório
Fluxograma 1: O que pode e não pode em laboratório
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
75
Normas
A seguir será abordado as várias normas que devem sempre ser res-
peitadas em um laboratório, por exemplo:
 • É terminantemente proibido realizar a pipetagem com a boca;
 • Não se pode colocar na boca nenhum material; Não se pode 
lamber nenhum rótulo;
 • Os procedimentos técnicos precisam ser realizados de uma 
maneira que exista a redução quanto a formação dos aerossóis 
e gotículas.
 • Não deve ser limitada a utilização das agulhas e seringas hi-
podérmicas, as mesmas não podem ser substituídas por pipe-
tas ou qualquer outro procedimento.
 • Em caso de acidente, por exemplo, a aspiração de algum 
fluido deve ser notificada imediatamente para o supervisor 
responsável.
 • Todos os acidentes precisam ser documentados, ou seja,
 • devem ser registrados por escrito imediatamente.
 • É necessário que todas as normas quanto a limpeza esteja es-
crita de forma bastante detalhada.
 • Todos os líquidos que estiverem contaminados de forma 
química ou física devem ser descontaminados previamen-
te antes de serem lançados nos esgotos sanitários. De acor-
do com o caso pode ser necessário a existência de um sistema 
de tratamento de efluentes, devendo ser realizado a avalia-
ção dos riscos quanto ao agente ou agentes que estão sendo 
manipulados.
 • Todos os documentos escritos que por algum motivo tenham 
que sair do laboratório, necessitam estar protegidos quanto a 
contaminação dentro do laboratório.
76
Nesta competência você estudou sobre os níveis de segurança bio-
lógica, código de prática, acesso ao laboratório e proteção individual 
no laboratório e normas, viu que há normas quanto ao uso do equi-
pamento de proteção, bem como para a segurança no laboratório.
Equipamentos de proteção individual e 
equipamentos de proteção coletiva
Neste tópico vamos estudar a função do Ministério do Trabalho, os 
equipamentos de proteção coletiva e individual e as obrigações es-
pecíficas para empregador, empregados, fabricante e importadores.
Ministério do Trabalho
A função do Ministério do Trabalho é comprovar a qualidade dos 
equipamentos de proteção que estão disponíveis no mercado por 
meio da emissão de um certificado que é chamado de certificado de 
aprovação (CA).
A comercialização ou fornecimento de qualquer equipamento 
de proteção sem o certificado de aprovação é considerado como um 
ato criminal, o que significa que tanto o comerciante quanto o em-
pregador vão estar sujeitos às penalidades previstas em lei. 
RESUMINDO
OBJETIVO
77
Através da Lei n° 6.514 de 22 de dezembro de 12 de 1997 toda empre-
sa é obrigada a fornecer de forma gratuita a todo seus funcionários 
os equipamentos de proteção individual estando em completo esta-
do de conservação, de acordo as necessidades do trabalho e os riscos 
aos quais o trabalhador vai estar exposto.
Equipamentos de Proteção
Existem dois tipos de equipamentos de proteção que devem ser 
utilizados:
 • Equipamentos de proteção coletiva (EPCs); 
 • Equipamentos de proteção individual (EPIs).
Figura 2: Equipamento de proteção individual
Fonte: BARBOSA, F.C.G.,2021.
IMPORTANTE
78
Equipamento de proteção coletiva
Os equipamentos de proteção coletiva (EPCs) como o próprio nome 
diz, possuem a função de proteger ou socorrer de forma coletiva 
todos os indivíduos.
Esses equipamentos listados a seguir precisam estar instala-
dos ou posicionados nos locais que são considerados como estraté-
gicos, alguns exemplos destes equipamentos são:
 • Cabines de segurança (mais conhecidas como “capelas”); 
 • Chuveiros de emergência;
 • Lavador de olhos; 
 • Equipamentos de socorro; 
 • Luminárias de emergência; 
 • Isolamentos acústicos; 
 • Extintores;
 • Hidrantes;
 • Chuveiro automático ou sprinklers;
 • Cones de sinalização.
Figura 3: Equipamentos de proteção coletiva
Fonte: BARBOSA, F.C.G.,2021.
79
Extintores
A finalidade dos extintores é combater os princípios de in-
cêndio. Existem quatro tipos:
 • Espuma;
 • Água pressurizada; 
 • Dióxido de carbono; 
 • Pó químico.
Extintores de espuma
Os extintores de espuma são indicados para os incêndios em com-
bustíveis comuns (classe A) e líquidos inflamáveis. O agente ex-
tintor neste caso é a espuma (bicarbonato de sódio e sulfato de 
alumínio) somado a um estabilizador (gás carbônico), sendo então 
o agente propulsor.
Extintores de água
Os extintores de água pressurizada atuam por meio do resfriamen-
to do material combustível que está em combustão. O agente pro-
pulsor neste caso é um gás (dióxido de carbono e nitrogênio).
Extintores de dióxido de carbono
Estes extintores de dióxido de carbono vão agir sobre o fogo por 
meio da exclusão do oxigênio através do abafamento e também por 
uma ação de resfriamento.
Extintor de pó químico
O extintor de pó químico é o agente extintor composto pelo bicar-
bonato de sódio ou bicarbonato de potássio, que vai obter Um tra-
tamento para tornar-se higroscópico (a higroscopia é a propriedade 
que determinados materiais possuem de absorver a água). O agente 
propulsor neste caso é o dióxido de carbono ou nitrogênio.
80
Figura 4: Extintores
Fonte: Pixabay
Chuveiro automático ou sprinklers
Outro equipamento importante de proteção coletiva é o chuveiro 
automático ou sprinklers, sendo um tipo de instalação de proteção 
contra incêndio formado por uma série de crivos que tem o objetivo 
de borrifar de forma automática a água no local do foco inicial de um 
incêndio para evitar a propagação por meio da sua extinção.
Figura 4: Sprinklers
Fonte: Pixabay
Chuveiros automáticos
Todos os chuveiros automáticos precisam estar com os seus re-
gistros sempre abertos. É necessário que exista um espaço li-
vre de 1,00m abaixo e ao redor dos pontos de saída dos chuveiros 
81
automáticos, tendo como objetivo garantir a dispersão da água de 
forma eficiente.
Hidrantes
Os hidrantes são utilizados para o combate de incêndio, sendo for-
mados pela mangueira, requinte, esguicho e um conjunto de insta-
lação. Tendo a função de atuarem de forma autossuficiente, devem 
estar situados estrategicamente para que toda a área esteja protegi-
da completamente.
Equipamentos de proteção individual
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) são dispositivos de 
uso individual, devendo ser manipulados por todos os funcionários. 
A finalidade é oferecer a proteção para todos os riscos que são sus-
cetíveis que podem prejudicar a segurança e a saúde de todos os 
empregados, assegurando um mínimo de desconforto sem tirar a 
liberdade de movimento de quem está usando.
Os principais equipamentos de proteção individual que de-
vem ser utilizados são:
 • Luvas; 
 • Óculos; 
 • Máscaras;
 • Protetores auriculares; 
 • Capacetes;
 • Sapatos apropriados; 
 • Avental.
Todos os equipamentos de proteção individual são funda-
mentais na prevenção de acidentes e doenças envolvidos com o 
trabalho. É obrigatório o fornecimento desses equipamentos de 
proteção para todos os funcionários.
82
Entrega dos equipamentos de proteção individual
Os materiais devem ser entregues nas seguintes situações:
 • Nos casos onde os cuidados não conseguemoferecer uma 
completa proteção contra aos riscos de acidentes de trabalho 
ou de doenças ocupacionais;
 • Enquanto as medidas de proteção coletiva ainda estão sendo 
implantadas;
 • Para atender às situações de emergência.
Toda empresa é obrigada a providenciar para todos os empre-
gados, sem nenhum custo, os equipamentos de proteção individual 
devendo estar adequados ao risco e em perfeito estado de conserva-
ção e funcionamento, nos casos em que as medidas de ordem geral 
não garantem uma proteção completa contra os riscos de acidentes 
e danos à saúde de todos os empregados.
Obrigações Específicas para Empregador, 
Empregados, Fabricante e Importador
Existem algumas obrigações que são específicas para o empregador, 
para os empregados e também para o fabricante ou o importador. 
Seguem abaixo todas essas obrigações:
Obrigações para o empregador
As obrigações para o empregador são:
 • Utilizar o equipamento adequado ao risco para cada atividade;
 • Exigir o uso dos equipamentos para todos os funcionários do 
setor envolvido;
 • Fornecer ao trabalhador somente os equipamentos que estão 
aprovados através do Órgão Nacional competente relativo à 
segurança e à saúde no trabalho;
83
 • Orientar todos os trabalhadores com relação a utilização ade-
quada e à conservação;
 • Substituir todos os equipamentos que forem danificados;
 • Ser o responsável pela higienização e manutenção periódica 
de todos os equipamentos;
 • O gerenciamento de todos os equipamentos de proteção indi-
vidual é fundamental para o empregador, visto que em uma 
auditoria deve ser comprovado, por exemplo, o uso efetivo 
de protetores auriculares, respiradores, capacetes, luvas entre 
outros.
 • Caso o empregador não consiga comprovar a utilização, será 
condenado a pagar indenizações em função da inexistência de 
provas quanto à utilização efetiva dos equipamentos de pro-
teção individual.
Obrigações para o empregado
As obrigações para o empregado estão listadas a seguir:
 • Utilização dos equipamentos apenas para a finalidade 
destinada;
 • Ser o responsável pela guarda e conservação;
 • Comunicar imediatamente ao empregador qualquer alteração 
que possa deixar impróprio o equipamento;
 • Cumprir todas as determinações do empregador quanto a uti-
lização adequada;
 • Caso o funcionário não queira utilizar o equipamento, esta 
atitude será considerada como uma falta grave.
84
Obrigações do fabricante ou do importador
As obrigações do fabricante ou do importador são as seguintes:
 • Estar cadastrado no Órgão Nacional competente com relação 
à segurança e saúde do trabalho;
 • Solicitar o certificado de aprovação periodicamente;
 • Requerer um novo certificado de aprovação quando existir 
alteração referente às especificações do equipamento;
 • Ser o responsável pela manutenção da qualidade dos equipa-
mentos de proteção individual que deram origem ao certifi-
cado de aprovação;
 • Comercializar apenas os equipamentos de proteção indivi-
dual que possuam o certificado de aprovação;
 • O equipamento deve sempre ser vendido portando todas as 
instruções técnicas no idioma nacional, com todas as orien-
tações relativas à sua utilização, manutenção e restrição 
quanto a utilização.
 • Deve constar nos equipamentos de proteção individual o 
número do lote de fabricação.
 • É dever manter a qualidade de todos os equipamentos de 
proteção individual que deram origem ao certificado de 
aprovação;
 • Todos os equipamentos precisam ser testados em laborató-
rios para a comprovação quanto à qualidade e, ainda, serão 
avaliados pelo auditor fiscal e pelos profissionais da área de 
segurança.
Não se pode comercializar ou vender nenhum equipamento 
sem o certificado de aprovação. A validade é de cinco anos para os 
equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformi-
dade avaliada no Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial (SIMMETRO), dois anos para os equipamentos 
85
de proteção que foram desenvolvidos até a data de publicação des-
ta norma e no caso de não existirem normas técnicas nacionais ou 
internacionais oficialmente reconhecidas ou laboratório capacitado 
para a realização dos exames.
O gerenciamento dos equipamentos de proteção individual 
deve sempre ser realizados com base na NR 6 levando em conside-
ração os principais pontos que são:
A seleção do equipamento a ser utilizado pelo empregado 
deve ser realizada com base no critério técnico;
O empregador deve exigir a utilização dos equipamentos de 
proteção individual, visto que a recusa injustificada pelo empregado 
quanto a utilização dos equipamentos de proteção individual é con-
siderada como um ato faltoso;
Só deve ser oferecido ao empregado os equipamentos de pro-
teção individual que forem aprovados pelo órgão nacional respon-
sável pela segurança e saúde do trabalhador;
O funcionário precisa ser orientado e treinado com relação 
a utilização adequada dos equipamentos de proteção individual, o 
treinamento para a utilização dos equipamentos é primordial para o 
programa de gerenciamento;
Todo o treinamento com os funcionários deve sempre ser 
documentado, visto que nos processos judiciais e administrativos 
pode ser utilizado como uma prova para justificar de que o preparo 
era realizado de forma satisfatória;
Todo equipamento quando estiver danificado ou extraviado 
precisa ser substituído imediatamente, sendo fundamental tam-
bém que exista um programa de gerenciamento dos equipamentos 
de proteção, prevendo a periodicidade de substituição dos mes-
mos, orientando que os trabalhadores comuniquem imediatamente 
quando os equipamentos forem danificados ou extraviados. A hi-
gienização e a manutenção dos equipamentos devem ser realizadas 
periodicamente.
86
Organismos geneticamente modificados
A seguir será estudado as Lei n° 8.974/95, Lei n°11.105 que estão 
relacionadas com a fiscalização dos organismos geneticamente 
modificados, gestão das comissões internas de biossegurança e as 
principais funções das comissões internas de biossegurança.
Lei n° 8�974
No Brasil, a legislação sobre biossegurança iniciou através da Lei 
8.974/95, que inicialmente apresentou todas as normas de biosse-
gurança para regular a manipulação e a utilização de todos os orga-
nismos geneticamente modificados.
Figura 5: Organismos geneticamente modificados
Fonte: Freepik
Lei n° 11�105
A Lei n° 11.105 de 24 de março de 2005 foi promulgada com o obje-
tivo de determinar os mecanismos relacionados com a fiscalização 
referente aos organismos geneticamente modificados e seus deri-
vados por meio dos seguintes itens: 
87
 • Construção;
 • Cultivo; 
 • Produção; 
 • Manipulação; 
 • Transporte; 
 • Transferência; 
 • Importação; 
 • Exportação; 
 • Armazenamento; 
 • Pesquisa; 
 • Comercialização; 
 • Consumo,
 • Liberação no meio ambiente;
 • Descarte.
As principais diretrizes desta lei estão as-
sociadas com um grande estímulo para um 
importante avanço científico na área de bios-
segurança e biotecnologia, como também 
quanto a proteção à vida e à saúde humana, 
animal e vegetal (SALIBA, 2008).
Todos os órgãos financiadores ou patrocinadores públicos, 
privados, internacionais ou qualquer outro tipo de organizações que 
desenvolvem atividades relacionadas com os organismos genetica-
mente modificados são obrigados a cumprirem esta lei, além de 
serem obrigados a comprovar a sua idoneidade técnico-científica 
por meio do Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) que 
deverá ser emitido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegu-
rança (CNTBio).
88
Todas as instituições que precisam prestar contas a este órgão 
estão envolvidas com o ensino, pesquisa científica e o desenvol-
vimento tecnológico como também à prestação dos serviços que 
estejam relacionados com organismos geneticamente modificados.
Comparações entre as duas leis
Ao ser comparado as duas leis (Lei 8.974/1995 e Lei n° 11.105/2005) 
pode ser observado que houve um certo retrocesso, uma vez quea 
lei anterior era mais rigorosa com relação a liberação de transgêni-
cos em território nacional. Os dados mostram que desde a aprovação 
desta lei, nenhum pedido de liberação comercial de transgênicos 
foi negado, e de acordo com vários estudiosos neste assunto estão 
sendo aprovadas pesquisas incompletas que possuem conclusões 
erradas.
Nestes últimos anos foram aprovadas algumas variedades de 
soja e de milho resistentes ao herbicida 2,4 D que por incrível que 
pareça foi utilizado pelos Estados Unidos durante a guerra do Viet-
nã, sendo considerado altamente tóxico. 
Em 2019, uma resolução normativa tratando sobre OGMs foi publi-
cada no Diário Oficial da União, chamada de normativa número 23. 
Nela, pode-se ver uma reformulação a respeiro da liberação plane-
jada no meio ambiente de organismos geneticamente modificados 
da classe de risco 1. Para saber mais pesquise a Resolução Normati-
va nº23, de 03 de outubro de 2019.
SAIBA MAIS
89
Gestão das Comissões Internas de Biossegurança
O papel das Comissões Internas de Biossegurança (CIBio) é primor-
dial com relação as questões de biossegurança, a composição destas 
comissões deve ser constituída por especialistas que possuam co-
nhecimento e experiência para realizarem todas as atividades que 
estão envolvidas com a engenharia genética, manipulação, produ-
ção e transporte dos organismos geneticamente modificados.
Os membros das CIBio são os responsáveis quanto a no-
meação do responsável legal da instituição, devendo ser consti-
tuída no mínimo por três especialistas que façam parte das áreas 
compatíveis.
Também pode ser incluído um membro externo à comunida-
de científica como um colaborador da empresa que tenha condições 
para retratar os interesses da comunidade.
É primordial que exista a criação de um regu-
lamento interno com o objetivo de facilitar o 
funcionamento, garantindo a padronização de 
todas as atividades, como também a definição 
da agenda das reuniões, entre outras ativida-
des (SALIBA, 2008). 
Principais funções das comissões internas de 
biossegurança 
Algumas das principais funções das comissões internas de biosse-
gurança são as seguintes:
 • Assegurar que os responsáveis técnicos por todos os projetos 
saibam da necessidade de cumprimento de todas as normas 
de biossegurança estando de acordo com todas as recomen-
dações das comissões.
 • Solicitar o certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) 
através da apresentação dos documentos que estão definidos 
por lei.
90
 • Devem ser realizadas pelo menos uma reunião semestral e 
outras extraordinárias todas as vezes que forem necessárias.
 • Promover treinamentos em biossegurança para garantir que 
todos os envolvidos estejam cientes de seus riscos.
 • Estabelecer programas de prevenção de acidentes. Submeter 
anualmente à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
o relatório das atividades desenvolvidas sob pena de perder o 
certificado de Qualidade em Biossegurança.
Assuntos éticos controversos 
Este item reúne assuntos bastante controversos, mas que preci-
sam sem dúvida alguma serem discutidos com um enfoque bastante 
ético, como por exemplo o começo da vida, engenharia genética, 
aborto, reprodução assistida, transplante de órgãos, pacientes 
terminais, eutanásia e morte assistida.
Começo da vida
Na Constituição da República Brasileira de 1988, mais conheci-
da como Constituição Cidadã está previsto e assegurado o direito 
à vida. Existe uma grande discussão por parte dos pesquisadores 
quanto ao início da vida, ou seja, não se pode ainda afirmar com 
exatidão quando realmente a vida começa. Para alguns pesquisado-
res ela inicia por volta de vinte e quatro a trinta e seis horas após a 
fecundação, onde se iniciam as divisões que dá origem ao embrião.
Para algumas pessoas e nações, todos os grandes avanços da 
ciência na área da saúde não podem e não devem de nenhuma forma 
impedir a vida, e sim permitir a vida, por meio do respeito de todos 
os princípios da bioética como a beneficência, não-maleficência, 
autonomia e a justiça ou equidade.
91
Figura 6: feto
Fonte: Pixabay
Engenharia genética
A engenharia genética tem como definição um grupo de processos 
que permitem a manipulação dos genes de um organismo. Nor-
malmente este processo diferente da atividade normal reprodutivo 
deste ser vai ocorrer por meio do isolamento, manipulação e a in-
trodução do DNA em um ser vivo.
Um grande risco que pode existir no futuro caso não existam 
normas éticas que considerem estas questões é a possibilidade de 
rejeição ou eliminação de embriões e fetos com defeitos genéticos, 
devido uma sociedade que está na busca de filhos perfeitos e com 
características físicas pré estabelecidas, principalmente pelos pró-
prios pais e a sociedade em geral.
Outra questão que precisa ser levada em consideração é o 
preconceito racial por meio da identificação dos genes que estão 
relacionados com as raças, visto que em algumas raças pode exis-
tir a discriminação em função de ações que são consideradas como 
antissociais.
Uma tendência bastante comum nos casais que buscam à fer-
tilização in vitro, é a escolha do sexo.
92
Figura 7: Engenharia genética
Fonte: Pixabay
Aborto
De acordo com a Legislação Brasileira o aborto ou a interrupção da 
gravidez no Brasil é considerada como um ato criminoso.
Quanto ao ponto de vista ético, existem três posições dife-
rentes sobre o embrião:
 • Pode ser considerado como um indivíduo que já pertence a 
comunidade, não sendo feito, portanto, nenhum tipo de di-
ferença entre os vários estágios de desenvolvimento humano 
como embrião, feto, recém-nascido, criança, adulto.
Neste caso desde a concepção, já existe um novo membro 
na sociedade, ou seja, o óvulo que foi fertilizado torna-se um novo 
membro desta comunidade. Esta posição ética não concorda com 
qualquer tipo de pesquisa que for realizada com os embriões e nem 
com a prática do aborto.
 • O embrião não é considerado como uma vida, sendo classi-
ficado como uma “coisa”. Esta posição tem apresentado um 
grande crescimento nos últimos anos, devido as várias técni-
cas de reprodução artificial.
 • O embrião pode ser transferido, congelado, estocado e utiliza-
do para a pesquisa.
93
O embrião humano é uma entidade biológi-
ca, durante o período que não é colocado um 
projeto parental para a formação da criança, o 
mesmo pode ser utilizado como material para 
pesquisas com a finalidade de experimentação 
científica (VEATCH, 20014).
O Ministério da Saúde estima que anualmente são realizados mais 
de um milhão de abortos induzidos, sendo o aborto clandestino a 
quinta causa de morte materna no país.
Modalidades do aborto não espontâneo
O aborto pode ser dividido em três modalidades:
 • Provocado pela gestante;
 • Provocado por terceiro, mas sem o consentimento da
 • gestante;
 • Provocado por terceiro, através do consentimento da
 • gestante.
Código Penal
O Código Penal vigente criado através do Decreto Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940, pelo presidente Getúlio Vargas durante 
chamado período do Estado Novo, consta duas possibilidades onde 
a prática do aborto é apontada como uma atividade lícita:
SAIBA MAIS
94
 • Quando a gravidez é decorrente de um estupro, denominado 
como um aborto sentimental. 
 • Quando não existe outra forma de salvar a vida da gestante, 
denominado de aborto necessário ou terapêutico.
Posteriormente, mais especificamente a partir de 13 de abril 
de 2012 por uma decisão considerada como histórica para o Supre-
mo Tribunal Federal, através da direção do Ministro Marco Aurélio 
Mello, o aborto para casos de feto anencéfalo (ausência completa 
do cérebro) foi considerado também como um ato lícito ou legal.
Atualmente o Brasil é o quarto país do mundo com maior ocorrência 
de fetos anencéfalos, estando atrás somente dos países como Chile, 
México e Paraguai, a incidência é de um em cada mil nascimentos.
Reprodução assistida
Os procedimentos relacionados com a reprodução assistida inicia-ram no final do século XVIII, porém obtiveram êxito em 1978 atra-
vés nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê gerado in vitro e 
em 1984 na Austrália por meio do nascimento de Baby Zoe que foi o 
primeiro bebê que nasceu a partir de um embrião congelado.
Normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução 
assistida.
As normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assis-
tida foram instituídas no Brasil por meio da Resolução do Conselho 
Federal de Medicina nº 1358/1992, sendo atualizada posterior-
mente por meio da Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 
CURIOSIDADE
95
1957/2010 e por último foram atualizadas através da Resolução do 
Conselho Federal de Medicina nº 2168/2017.
Alterações da Resolução do Conselho Federal de Medicina em 
vigor
Nesta resolução em vigor foram acrescentadas importante questões 
como a possibilidade dos indivíduos que não possuem problemas 
diagnosticados quanto a reprodução, mas querem utilizar as técni-
cas de reprodução assistida como uma forma para o congelamento 
dos gametas, embriões e tecidos germinativos, ou seja estes indi-
víduos querem planejar o aumento da sua família de acordo com um 
calendário pessoal, levando em consideração, por exemplo, todos os 
projetos de estudo e trabalho.
Quanto ao descarte e a doação, foi reduzido de cinco para 
três anos o tempo mínimo para o descarte de embriões. Este novo 
critério está relacionado com os casos onde existe uma condição de 
abandono, existindo um descumprimento do contrato pré- estabe-
lecido entre o paciente e o serviço de reprodução assistida que não 
consegue entrar em contato com os responsáveis pelo material ge-
nético criopreservado.
Nesta resolução está definida que a idade máxima para a par-
ticipação como doador é de 50 anos para os homens e 35 anos para 
as mulheres.
Transplante de órgãos
Com relação ao aspecto ético, é indispensável que o doador dê o 
consentimento em vida possuindo plena condição de decisão no 
caso da retirada de um órgão ímpar como o rim ou no caso de morte 
acidental, para que a doação possa ocorrer é obrigatório a autoriza-
ção da família para a retirada de qualquer órgão.
Toda doação de um órgão para o transplan-
te deve ser gratuita, sendo considerado como 
crime qualquer tipo de tráfico remunerado de 
96
pessoas e órgãos entre países e instituições 
(VEATCH, 20014).
Na prática, infelizmente, ainda existe atualmente um co-
mércio clandestino, que segundo a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), movimenta mais de US$ 600 milhões e US$ 1,2 bilhões a 
cada ano por meio de venda ilegal de órgãos.
A maior parte destes transplantes são efetuados na África do 
Sul e Índia. Estima-se que cerca de 10% de todos os transplantes de 
rins no mundo inteiro são obtidos clandestinamente.
O Brasil atualmente é a maior referência mundial quanto a área de 
transplantes, sendo considerado como o maior sistema público de 
transplantes em todo o mundo. O Sistema Único de Saúde é respon-
sável por 96% de todos os procedimentos.
Em números absolutos o Brasil ocupa o segundo lugar de 
maior transplantador em todo o mundo, perdendo apenas para os 
Estados Unidos.
Figura 8: Doação de órgãos
Fonte: Freepik
CURIOSIDADE
97
Pacientes terminais
Durante a progressão de algumas doenças, pode chegar um deter-
minado momento onde não existe mais nenhum recurso disponível, 
portanto a morte do paciente passa a ser inevitável.
Nestes casos, toda a terapêutica disponível não é mais capaz 
de aumentar ainda mais a sobrevida do paciente, mas apenas con-
seguir prolongar este processo lento da morte.
A atuação da equipe de saúde, precisa sempre estar compro-
metida por meio de dois princípios morais que são:
 • Preservação da vida; 
 • Alívio do sofrimento.
Estes dois princípios vão se complementar na grande maioria 
dos casos, mas existem algumas situações onde os dois princípios 
podem ser considerados como antagônicos: neste caso um deles vai 
prevalecer sobre o outro.
Em boa parte dos casos a progressão da doença vai levar a 
morte, sendo então apontada como um processo natural, onde não 
existe mais possibilidades para ser combatida. O que significa dizer 
que enquanto existe alguma possibilidade quanto a preservação da 
vida a equipe de saúde deve trabalhar a todo custo para que possa 
reverter este quadro, porém nos casos onde a morte é inevitável, 
a equipe deve então estar preocupada em aliviar o sofrimento do 
paciente.
Eutanásia e morte assistida
A eutanásia é uma palavra de origem grega e tem como significa-
do “boa morte” ou “morte sem dor”, não sendo aceita pela grande 
maioria dos países, uma vez que acaba ferindo a conduta ética, mo-
ral e legal.
98
O Uruguai em 1934 foi o primeiro país no mundo a permitir a euta-
násia, nos países onde esta prática é permitida ela vai ocorrer poste-
riormente a aprovação do médico ao ser confirmado que o paciente 
apresenta um prognóstico não favorável e irreversível.
Está prática também é permitida nos seguintes países: Ho-
landa, Bélgica, Suíça, Colômbia, Canadá e Estados Unidos.
Existe uma outra possibilidade de morte chamada de “suicí-
dio assistido”, onde é o próprio paciente vai provocar a morte, nor-
malmente por meio da ingestão de um medicamento.
A diferença entre estas práticas é que a eutanásia é realizada 
por meio da intervenção de um profissional da saúde enquanto que 
o suicídio assistido é realizada pelo próprio paciente.
Esta conduta pode ser dividida em dois tipos:
 • Ativa; 
 • Passiva.
Na ativa, um exemplo seria a injeção intravenosa de potás-
sio ocasionando a morte rápida, já a passiva seria a suspensão dos 
cuidados vitais, e que vai levar o paciente ao óbito em um período 
de tempo variável, ambas as situações são consideradas proibidas.
Existe uma grande diferença entre o tratamento dos pacien-
tes terminais comparado com a eutanásia, visto que no tratamento 
do paciente terminal todos os cuidados são focados para promoção 
do conforto, diminuição do sofrimento do paciente.
Nestes casos toda a equipe de saúde continua mantendo to-
dos os cuidados referentes a higiene e o tratamento para a dor. Desta 
forma, os analgésicos e ansiolíticos devem ser administrados com 
o objetivo de reduzir o sofrimento do paciente como também para 
CURIOSIDADE
99
atuar na redução da função cardiorrespiratória e de forma indireta 
para acelerar a morte do paciente.
E então? Gostou do que foi mostrado? Aprendeu mesmo tudo? Ago-
ra, só para ter certeza de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vou resumir tudo o que foi abordado. 
Foi estudado inicialmente a segurança biológica e doenças ad-
quiridas em laboratório através da abordagem dos níveis de segu-
rança biológica, código de prática, acesso ao laboratório, proteção 
individual no laboratório e normas. 
Posteriormente foi estudado os equipamentos de proteção indivi-
dual e equipamentos de proteção coletiva, através da abordagem 
da função do Ministério do Trabalho, os equipamentos de proteção 
coletiva e individual e as obrigações específicas para empregador, 
empregados, fabricante e importador.
Na sequência foram estudados os organismos geneticamente mo-
dificados através das leis n° 8.974/95 e n°11.105 relacionadas com 
a fiscalização dos organismos geneticamente modificados, gestão 
das comissões internas de biossegurança e as principais funções das 
comissões internas de biossegurança. 
E por último, foi estudado os assuntos éticos controversos sendo 
abordado o começo da vida, engenharia genética, aborto, reprodu-
ção assistida, transplante de órgãos, pacientes terminais, eutanásia 
e morte assistida.
RESUMINDO
100
UN
ID
AD
E
4
Normas e 
Gerenciamento 
de Resíduos
Objetivos
1. Estudar a utilização das normas;
2. Compreender o comitê de ética em pesquisa em animais e 
humanos;
3. Pesquisar sobre os resíduos sanitários e ambientais.
4. Analisar o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde.
102
Introdução
Olá tudo bem com você? Prezado aluno, gostariade convidar 
você neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem. Tenho certeza que será muito enriquecedor, reple-
to de desafios e estímulos para o seu o crescimento! Durante esta 
trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantes e de-
safiadoras em todo o percurso. O tema desta unidade é “Normas 
e gerenciamento de resíduos”, o qual está dividido nos seguintes 
conteúdos: Utilização das normas; Comitê de ética em pesquisa em 
animais e humanos; Resíduos sanitários e ambientais; e Geren-
ciamento de resíduos dos serviços de saúde.
103
Utilização das normas
Ao término desta competência você será capaz de entender como 
funciona algumas normas técnicas e as trinta e sete normas regula-
mentadoras. Isso será fundamental para o exercício de sua profis-
são. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Normas Técnicas
As normas técnicas são diretrizes elaboradas pela Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas (ABNT). Essas normas estão relacio-
nadas com o manuseio, acondicionamento, tratamento, coleta e 
transporte de todos os resíduos que estão relacionados com a área 
da saúde.
Veja a seguir algumas normas técnicas:
NÚMERO NORMAS TÉCNICAS
NBR 7.500
Símbolos de riscos e manuseio 
para o transporte e armazena-
mento de materiais
NBR 8.419
Apresentação de projetos de 
aterros sanitários de resíduos 
sólidos Urbanos
NBR 9.190
Sacos plásticos para acondicio-
namento de lixo – Classificação
NBR 9.191
Sacos plásticos para acon-
dicionamento de lixo 
– Especificação
OBJETIVO
104
NBR 9.195
Sacos plásticos para acondicio-
namento de lixo – Métodos de 
Ensaio
NBR 10.004
Resíduos sólidos 
– Classificação
NBR 10.005
Lixiviação de resíduos 
– Classificação
NBR 10.006
Solubilização de resíduos 
– Procedimento
NBR 10.007
Amostragem de resíduos 
– Procedimento
NBR 10.157
Aterros de resíduos perigosos – 
critérios para projeto, constru-
ção e operação – Procedimento
NBR 12.807
Resíduos de serviços de saúde 
– Terminologia
NBR 12.808
Resíduos de serviços de saúde 
– Classificação
NBR 12.809
Manuseio de resíduos de saúde 
– Procedimentos
NBR 12.810
Coleta de resíduos de saúde 
– Procedimentos
NBR 12.980
Coleta, varrição e acondicio-
namento de resíduos sólidos 
urbanos – Terminologia
NBR 13.055
Sacos plásticos para acondicio-
namento de lixo – Determina-
ção da capacidade volumétrica
NBR 13.056
Filmes plásticos para sacos 
plásticos para acondiciona-
mento de lixo – Verificação 
de transparência. Método de 
ensaio
105
NBR 13.221 Transporte de resíduo
NBR 13.853
Coletores para resíduos de 
serviços de saúde perfurantes 
ou cortantes – requisitos e 
métodos de ensaio
Fonte: Elaborada pelo autor
Normas regulamentadoras
O Ministério do Trabalho no dia 8 de junho de 1978, através da Por-
taria nº 3.214 aprovou as normas relacionadas com à Segurança e 
Medicina do Trabalho; nesse documento inicialmente foram apro-
vadas 28 normas regulamentadoras.
Posteriormente foram aprovadas mais 9 normas regulamen-
tadoras conforme pode ser observado a seguir:
 • NR 29 - Portaria nº 53 de 17 de dezembro de 1997.
 • NR 30 - Portaria nº 34 de 4 de dezembro de 2002.
 • NR 31 - Portaria nº 86 de 3 de março de 2005.
 • NR 32 - Portaria nº 485 de 11 de novembro de 2005.
 • NR 33 - Portaria nº 202 de 22 de dezembro de 2005.
 • NR 34 - Portaria nº 200 de 20 de janeiro de 2012.
 • NR 35 - Portaria nº 313 de 25 de março de 2012.
 • NR 36 - Portaria nº 555 de 18 de abril de 2013.
 • NR 37 - Portaria nº 1186 de 05 de fevereiro de 2019.
106
Figura 1: Normas regulamentadoras
Fonte: www.diap.org.br
Tabela 2: Normas Regulamentadoras
NÚMERO NORMA REGULAMENTADORA
NR 1 Disposições Gerais
NR 2 Inspeção Prévia
NR 3 Embargo ou Interdição
NR 4
Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT)
NR 5
Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (CIPA)
NR 6
Equipamento de Proteção 
Individual
NR 7
Programa de Controle Médico 
de Saúde Ocupacional
NR 8 Edificações
107
NR 9
Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais
NR 10
Instalações e Serviços em 
Eletricidade
NR 11
Transporte, Movimentação, 
Armazenagem e Manuseio de 
Materiais
NR 12
Segurança no Trabalho em Má-
quinas e Equipamentos
NR 13 Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 Fornos Industriais
NR 15
Atividades e Operações 
Insalubres
NR 16
Atividades e Operações 
Perigosas
NR 17 Ergonomia
NR 18
Condições e Meio Ambiente 
de Trabalho na Indústria da 
Construção
NR 19 Explosivos
NR 20
Líquidos Combustíveis e 
Inflamáveis
NR 21 Trabalhos a céu aberto
NR 22
Segurança e Saúde Ocupacional 
na Mineração
NR 23 Proteção contra incêndios
NR 24
Condições Sanitárias e de Con-
forto nos Locais de Trabalho
NR 25 Resíduos Industriais
NR 26 Sinalização de Segurança
108
NR 27
Registro Profissional do Téc-
nico de Segurança do Trabalho 
no Ministério do Trabalho
NR 28 Fiscalização e Penalidades
NR 29
Norma Regulamentadora de 
Segurança e Saúde no Trabalho 
Portuário
NR 30
Segurança e Saúde no Trabalho 
Aquaviário
NR 31
Segurança e Saúde no Trabalho 
na Agricultura, Pecuária Silvi-
cultura, Exploração Florestal e 
Aquicultura
NR 32
Segurança e Saúde no Trabalho 
em Estabelecimentos de Saúde.
NR 33
Segurança e Saúde no Trabalho 
em Espaços Confinados
NR 34
Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho na Indústria da Cons-
trução e Reparação Naval
NR 35 Trabalho em Altura
NR 36
Norma Regulamentadora sobre 
Abate e Processamento de Car-
nes e Derivados
NR 37
Segurança e Saúde em Plata-
formas de Petróleo
Fonte: Elaborado pelo autor
109
A norma regulamentadora nº 37 foi aprovada em 12 de dezembro de 
2018, através da Portaria n 1.186 que aprovou a criação dessa norma, 
após quase dez anos de discussão sobre a segurança nas platafor-
mas de petróleo.
Assim sendo, as políticas públicas vêm sendo trabalhadas no 
sentido de normatizar a segurança e medicina do trabalho, os des-
cartes de resíduos e a segurança do meio ambiente.
Nesta competência você conheceu o que são as Normas Técnicas e 
as Normas Regulamentadores e aprendeu o que cada uma delas tra-
ta. Viu que atualmente existem 37 normas regulamentadores e que 
essas normas são obrigatórias para todas as empresas brasileiras.
Comitês de ética em pesquisa em animais e 
humanos 
Ao término desta competência você será capaz de entender a Re-
solução n º 466 de 12 de dezembro de 2012, o comitê de ética em 
pesquisa e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Atribui-
ções do Conselho Nacional de controle de experimentação animal, 
VOCÊ SABIA?
RESUMINDO
OBJETIVO
110
Orientações técnica do Conselho Nacional de controle de experi-
mentação animal e as comissões de ética no uso de animais). Isso 
será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Moti-
vado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Figura 2: Pesquisa com animais
Fonte: Freepik
Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012
Antes de abordar sobre os comitês de ética em pesquisa, é funda-
mental frisar que a importante Resolução 196/96, considerada 
como um marco quanto as diretrizes e normas regulamentadoras 
para as pesquisas com seres humanos, de forma direta e indireta, 
individualmente ou coletivamente, em todos os campos profissio-
nais (biológico, cultural, educacional, psíquico e social), foi subs-
tituída pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, que está 
vigente até os dias atuais.
Essa nova resolução trouxe pontos muito importantes com 
relação:
 • aos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos;
 • ao termo de consentimento livre e esclarecido;
111
 • ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP);
 • ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Comitê de ética em pesquisa
Toda pesquisa que envolve seres humanos e animais precisa ser 
submetida a um comitê de ética em pesquisa (CEP), portanto todas 
as instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos 
e animais são obrigadas a terem um comitê de ética em pesquisa.
Nos casos emque a instituição não tem um comitê de ética 
em pesquisa, o pesquisador deve encaminhar o projeto de pesquisa 
para outra instituição que possua o comitê de ética.
Todo comitê de ética em pesquisa deve ser formado por um 
colegiado com número não inferior a sete membros, devendo ser 
composto por profissionais da área da saúde, exatas, sociais e hu-
manas, bem como um membro da sociedade, ao menos, que repre-
sente os usuários.
Todos os membros devem ter liberdade com relação a toma-
da de decisões no exercício de suas funções, mantendo sempre ca-
ráter confidencial referente a todas as informações recebidas, não 
podendo sofrer nenhum tipo de pressão por superiores hierárquicos 
ou ainda por indivíduos interessados em uma determinada pesqui-
sa, isentando-se de qualquer envolvimento financeiro e conflito de 
interesse.
Comissão nacional de ética em pesquisa (CONEP)
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) é uma auto-
ridade colegiada vinculada ao comitê de ética e pesquisa. A função 
dessa comissão é avaliar os aspectos éticos da pesquisa que estão 
relacionados com os seres humanos, além de adequar e atualizar as 
normas, nesses casos podendo ser consultado a sociedade em geral 
sempre que for necessário.
112
Todos os comitês de ética em pesquisa precisam estar re-
gistrados na comissão nacional de ética em pesquisa, tendo como 
função o registro e a supervisão quanto ao funcionamento dos co-
mitês, podendo ainda cancelar os registros, elaborar as direretrizes 
referentes a acreditação dos comitês de ética em pesquisa que estão 
registrados.
Todas as pesquisas com seres humanos precisam atender os 
princípios éticos, por exemplo:
 • autonomia individual;
 • direito à informação;
 • consentimento esclarecido;
 • privacidade;
 • confidencialidade;
 • os benefícios da pesquisa devem sempre ser maiores que to-
dos os riscos;
 • a participação deve ser livre, voluntária e consciente, o indi-
víduo não pode ser induzido a participar da pesquisa, não 
se pode trabalhar em pesquisas com indivíduos que sejam 
dependentes dos próprios pesquisadores, funcionários do 
laboratório, presidiários, visto que esses grupos constituem 
indivíduos que tendem a apresentar grandes dificuldades em 
demonstrar a sua recusa quanto a participação na pesquisa.
É necessário que também sejam tomados esses cuidados nas 
pesquisas com pacientes hospitalizados, visto que na maioria dos 
casos essas pessoas estão vulneráveis e dependentes dos profissio-
nais da saúde.
O pesquisador é obrigado a estabelecer todas as condições 
necessárias para que o paciente possa aceitar ou recusar a sua par-
ticipação na pesquisa. O paciente possui a liberdade de recusar a 
participar da pesquisa, entretanto, isso não pode trazer prejuízo em 
relação ao seu tratamento.
113
Para participar da pesquisa o indivíduo não pode receber ne-
nhuma remuneração, pois o pagamento pode impedir a livre deci-
são do indivíduo em participar ou não da pesquisa.
Nos casos onde existe um gasto com a pesquisa o indivíduo 
avaliado deve ser reembolsado com o transporte, alimentação, per-
da do dia de trabalho e etc.
O pagamento não pode e não deve ser padronizado, cada par-
ticipante deverá ser reembolsado conforme as suas despesas pes-
soais, que são decorrentes da sua participação na pesquisa.
É necessário que todos os indivíduos pesquisados sejam 
esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, objetivos, métodos, 
duração da pesquisa, os riscos físicos e sociais, os benefícios, a pos-
sibilidade de liberdade de recusa, a revogação do consentimento 
dado e também a garantia do sigilo.
É fundamental que fique claro ao pesquisado que ele tem o 
direito de revogar a sua decisão a qualquer momento, sem que te-
nha prejuízos quanto a assistência que já vem recebendo.
Pesquisa com animais
O Decreto nº 6.899 de 15 de julho de 2009 é referente a composi-
ção da Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal 
(CONCEA), determinando todas as normas com relação ao funcio-
namento e criação do cadastro das instituições que fazem uso cien-
tífico de animais, sendo criado também o Cadastro das Instituições 
de Uso Científico de Animais (CIUCA).
Atribuições do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal
As atribuições do Conselho Nacional de Controle de Experimenta-
ção animal são as seguintes:
 • Formular e zelar pelo cumprimento das normas relacionadas 
com a utilização humanitária e ética dos animais no ensino e 
pesquisa científica;
114
 • Credenciar as instituições para criação ou utilização de ani-
mais com finalidade de ensino ou pesquisa científica;
 • Monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que 
substituam a utilização de animais em ensino ou pesquisa 
científica;
 • Estabelecer e rever, periodicamente, as normas para uso e 
cuidados com animais para ensino e pesquisa científica, em 
consonância com as convenções internacionais das quais o 
Brasil seja signatário;
 • Organizar e revisar de forma periódica todas as normas téc-
nicas referentes a instalação e o funcionamento dos centros 
de criação, biotérios e laboratórios de experimentação animal,
 • Organizar e revisar de forma periódica as normas sobre o cre-
denciamento de instituições que criem ou utilizem animais 
para ensino e pesquisa;
 • Garantir a atualização dos cadastros quanto aos protocolos 
experimentais ou pedagógicos, utilizáveis para os procedi-
mentos de ensino e projetos de pesquisa científica realizados 
ou em andamento no país;
 • Elaboração e submissão junto ao Ministro da Ciência e Tecno-
logia, para aprovação, do regimento interno.
Orientações técnica do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal
A orientação técnica do Conselho Nacional de Controle de Experi-
mentação Animal n° 4, de 20 de março de 2015, apresenta todas as 
responsabilidades que as instituições que produzem ou mantêm 
animais nas atividades relacionadas com o ensino ou pesquisa cien-
tífica e de suas Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs) pre-
cisam seguir:
 • A estrutura física deve ser adequada para as pesquisas que se-
rão desenvolvidas;
115
 • Existência de um sistema de registro automatizado, para o 
monitoramento do número de animais produzidos e utiliza-
dos na instituição, cujos dados deverão compor o relatório das 
CEUAs;
 • Abertura de contas de endereço eletrônico institucionais es-
pecíficas para a instituição, para as CEUAs e para os biotérios, 
os quais devem ser disponibilizadas ao CONCEA;
 • Registro das atividades profissionais realizadas nos CEUAs, 
especificando as horas de trabalho prestadas;
 • Subsídios materiais e financeiros para a formação e atualiza-
ção técnica dos membros das CEUAs, tais como: participação 
em cursos ou eventos relacionados com suas atividades.
Comissões de Ética no Uso de Animais
As Comissões de Ética no Uso de Animais têm como função:
 • proporcionar a todos os membros o acesso irrestrito e igua-
litário aos processos, protocolos em análise, relatórios e a 
quaisquer documentos relativos à sua atividade;
 • indicar a assinatura, pelos seus membros, de um termo de 
confidencialidade sobre os projetos e/ou protocolos submeti-
dos à sua avaliação;
 • realizar a divulgação dos trabalhos, anualmente, no âmbito de 
suas instituições, expondo seus critérios de avaliação, o ba-
lanço de projetos, as estratégias de trabalho e o plano de for-
mação de seus recursos humanos;
 • confirmar que os protocolos e projetos envolvendo animais 
estejam de acordo com a legislação vigente;
 • monitorar de forma periódica quanto a execução dos proto-
colos e dos projetos em andamento, estando atento quanto ao 
nível de dor, sofrimento, distresse e grau de invasividade dos 
procedimentos nos animais;
116
 • se dedicar para que seja priorizado, quando possível, os mé-
todos alternativos na execução dos projetos desenvolvidos na 
instituição, buscando sempre utilizar o princípio dos 3rs: re-
placement, reduction, refinement;
 • ter uma página na internetpara a publicação das informações 
relacionadas com os procedimentos;
 • disponibilizar os dados atuais dos projetos e dos protocolos 
em execução na instituição, inclusive com o prazo de vigência.
Assim sendo, essa Comissão tem como finalidade deixar o 
mais transparente possível a ética no uso de animais em pesquisas, 
divulgar anualmente os trabalhos, entre outras atribuições.
Nesta competência você estudou sobre a pesquisa com animais e o 
decreto que a regulamenta, as atribuições do conselho nacional de 
controle de experimentação animal; as orientações técnicas do 
Conselho Nacional de controle de experimentação animal e a Co-
missões de Ética no uso de animais.
Resíduos sanitários e ambientais
Ao término desta competência você será capaz de entender a for-
mação de resíduos, geradores de resíduos dos serviços de saúde, 
atribuições das empresas geradoras de resíduos do serviço de saú-
de, substâncias perigosas, plano de gerenciamento de resíduos 
de serviços de saúde e tipos de resíduos (A, B, C, D e E). Isso será 
RESUMINDO
OBJETIVO
117
fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Formação de resíduos
Como resultado da Revolução Industrial surgiram novos hábitos de 
consumo da sociedade, sendo necessário, portanto, uma infraes-
trutura e locais específicos para a disposição final dos resíduos 
sólidos.
Até os dias atuais, a destinação de um local apropriado para o 
despejo de todos os resíduos ainda é um grande problema. Um desses 
casos é o grande aumento da produção dos resíduos não orgânicos 
(sem a decomposição natural), devido à falta de locais apropriados 
para a disposição final.
Infelizmente, o progresso em todo o mundo vem trazendo 
grandes danos ao meio ambiente, entre eles:
 • Aumento da poluição ambiental;
 • Aquecimento global;
 • Contaminação dos reservatórios naturais;
 • Diminuição da camada de ozônio;
 • Entre outros tantos exemplos.
Geradores de resíduos dos serviços de saúde
Apenas no século passado o Brasil começou a se preocupar com o 
meio ambiente. Existem atualmente várias questões ambientais 
que podem ser observadas tanto no Brasil como no mundo, devido 
em grande parte aos elevados níveis da degradação ambiental e dos 
agravos a saúde do ser humano.
O objetivo fundamental para esse caso é a prevenção da con-
taminação ambiental. Essa importante ação de prevenção pode ser 
118
atingida através de processos que são considerados ecologica-
mente corretos, com o objetivo de operarem no combate ao ciclo 
contaminante dos resíduos dos serviços da saúde ao meio ambiente.
Figura 4: Resíduos dos serviços de saúde
Fonte: Wikimedia
No Brasil existe uma importante associação sem fins lucrativos, que 
representa todas as empresas que trabalham com a prestação de 
serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, atuando 
de forma conjunta tanto para os setores públicos e privados como 
realizando uma troca permanente de informações.
Esta associação chama-se Associação Brasileira de Empre-
sas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).
VOCÊ SABIA?
119
 Atribuições das empresas geradores de resíduos 
do serviço de saúde
E obrigatório que todas as empresas geradoras de resíduos do ser-
viço de saúde elaborem um plano de gerenciamento de resíduos de 
serviços de saúde, com base nas características dos resíduos gera-
dos e na classificação dos mesmos, definindo as diretrizes quanto 
ao seu manejo.
Todos as organizações que produzem resíduos de serviços 
de saúde são regulamentadas por meio da Resolução da Diretoria 
Colegiada da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) n. 
222/2018 e a Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA) n. 358/2005.
Os estabelecimentos que produzem resíduos são:
 • Hospitais;
 • Clinicas medicas;
 • Laboratórios de análises clinicas,
 • Funerárias;
 • Farmácias;
 • Estabelecimentos de ensino e pesquisa;
 • Centros de controle de zoonoses;
 • Distribuidores de produtos farmacêuticos;
 • Importadores unidades moveis de atendimento à saúde;
 • Serviços de acupuntura;
 • Entre outros.
120
Substâncias perigosas
De acordo com a NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), existem algumas substâncias e produtos de vá-
rias classes que são consideradas como perigosas, visto que podem 
oferecer um risco potencial a todos os seres vivos como também ao 
meio ambiente.
Algumas das características que estes produtos apresentam 
são:
 • Inflamabilidade;
 • Corrosividade;
 • Reatividade;
 • Toxicidade.
Figura 4: Símbolo substâncias radioativas
Font: Pixabay
A responsabilidade quanto ao destino de todos os resíduos é 
sempre de quem os gerou, sendo o responsável quanto ao acom-
panhamento e gerenciamento de todos os resíduos gerados nos 
121
serviços de saúde, tendo como objetivo a preservação da saúde pú-
blica e a qualidade do ambiente.
Os tipos de resíduos produzidos nos serviços de saúde, podem 
ser:
 • Infectantes;
 • Químicos;
 • Perfurocortantes;
 • Resíduos comuns.
Plano de gerenciamento de resíduos de serviços 
de saúde
O plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde deve 
levar em consideração:
 • Critérios técnicos;
 • Legislação ambiental;
 • Normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza 
urbana;
 • Entre outros.
Nos casos onde o local é constituído por mais de um servi-
ço, por meio de alvarás sanitários individualizados, nestes casos o 
plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde deve ser 
único e precisam cobrir todos os serviços existentes, estando sob a 
responsabilidade técnica da empresa.
Nos casos de novos serviços, reformas ou devido a amplia-
ções é necessário que seja encaminhado o plano de gerenciamento 
de resíduos de serviços de saúde em conjunto com o projeto básico 
de arquitetura para a vigilância sanitária do município onde o es-
tabelecimento está instalado, quando houver a solicitação do alva-
rá sanitário. É necessário que exista sempre um responsável para a 
elaboração e implantação do plano de gerenciamento de resíduos de 
122
serviços de saúde, devidamente habilitado e registrado no conselho 
de classe.
Nos casos onde a formação do responsável não é compatível 
com todos os conhecimentos necessários, é permitido a assessoria 
através de pessoas qualificadas para desempenharem esta função.
Quanto às empresas que prestam serviços terceirizados, é in-
dispensável a apresentação de toda a documentação ambiental re-
ferente ao tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços 
de saúde.
Este cadastro só é emitido pelo órgão responsável pela lim-
peza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos. Esta docu-
mentação deve ser requerida junto aos órgãos públicos que são 
responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou 
disposição final dos resíduos de serviços de saúde. Esta documen-
tação deverá identificar se todas as orientações dos órgãos de meio 
ambiente estão em conformidade.
Todos os registros relacionados com os procedimentos de 
venda ou doação dos resíduos destinados a reciclagem ou compos-
tagem devem ser mantidos até a inspeção seguinte.
As empresas que dispõem de registro de medicamentos pre-
cisam mantê-los atualizados junto a ANVISA, através de uma lista 
com todos os produtos que em função do princípio ativo e a forma 
farmacêutica, não ofereçam riscos de manejo e disposição final.
É necessário que sejam informados o nome comercial, prin-
cípio ativo, forma farmacêutica e o registro respectivo do produto. 
Esta lista deve ficar disponível no endereço eletrônico da ANVISA 
para consulta dos geradores de resíduos. Devem também apresentar 
qual será a maneira do atendimento as orientações e regulamenta-
ções federais, estaduais e municipais que estão relacionadas com o 
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde.
Também é obrigatório a apresentação de todas as ações que 
devem ser tomadas no caso de situações de emergênciae acidentes, 
revendo as ações relacionadas com os processos referentes a pre-
venção de saúde do trabalhador.
123
Estas empresas também precisam assegurar a permanência 
dos programas de capacitação, englobando todos os setores gera-
dores de resíduos de serviços de saúde, como também os setores de 
higienização e limpeza, comissão de controle de infecção hospita-
lar, comissões internas de biossegurança, serviços de engenharia de 
segurança e medicina no trabalho, comissão interna de prevenção 
de acidentes.
A monitorização e a avaliação do plano de gerenciamento de 
resíduos de serviços de saúde, também é uma função da empresa 
geradora dos resíduos de serviço de saúde. Estas empresas devem 
utilizar instrumentos de avaliação e controle para obter informa-
ções do tipo:
 • Taxa de acidentes com resíduos perfurocortantes;
 • Variação da geração de resíduos;
 • Variação da proporção de resíduos entre os grupos existentes;
 • Variação do percentual de reciclagem.
124
Tipos de resíduos
Fluxograma 1: Tipos de Resíduos e seus descartes
Fonte: BARBOSA, F.C.G., 2021.
Grupo A
Os resíduos que fazem parte do grupo A estão envolvidos 
com uma possível presença de agentes biológicos que apresentam 
125
maiores características de virulência ou concentração, podendo 
apresentar um alto risco de infecção.
O grupo A é dividido em cinco subgrupos de resíduos que são: 
A1, A2, A3, A4 e A5. Através da tabela a seguir você pode observar 
cada um dos subgrupos.
Tabela 3: Classificação do subgrupo A
A1
Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fa-
bricação de produtos biológicos, descarte de vacinas de 
microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura 
e instrumentais utilizados para transferência, inocula-
ção ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de 
manipulação genética. 
Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos 
ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação 
biológica, microrganismos com relevância epidemioló-
gica e risco de disseminação ou agente causador de 
doença emergente que se torne importante com relação 
ao aspecto epidemiológico ou ainda, cujo mecanismo 
de transmissão seja desconhecido. 
Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocom-
ponentes rejeitadas por contaminação ou por má con-
servação, ou com prazo de validade vencido. 
Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou 
líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes 
do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou 
líquidos corpóreos na forma livre.
A2
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resí-
duos provenientes de animais submetidos a processos 
de experimentação com inoculação de microrganis-
mos. Ainda os cadáveres de animais suspeitos de se-
rem portadores de microrganismos de relevância 
epidemiológica e com risco de disseminação, que foram 
submetidos ou não ao estudo anátomo patológico ou 
confirmação diagnóstica.
126
A3
Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto 
de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 
500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou 
idade gestacional menor que 20 semanas, que não te-
nham valor científico ou legal e não tenha havido re-
quisição pelo paciente ou familiares.
A4
Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, 
quando descartados. 
Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; 
membrana filtrante de equipamento médico-hospita-
lar e de pesquisa, entre outros similares. 
Sobras de amostras de laboratório e seus recipien-
tes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de 
pacientes. 
Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspira-
ção, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia 
plástica que gere este tipo de resíduos.
A4
Recipientes e materiais resultantes do processo de as-
sistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos 
corpóreos. 
Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resí-
duos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou 
de estudos anátomo patológicos ou de confirmação 
diagnóstica. 
Peças anatômicas, vísceras e outros resíduos prove-
nientes de animais não submetidos a processos de ex-
perimentação com inoculação de microrganismos, bem 
como suas forrações. 
Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual 
pós-transfusão.
A5
Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro 
cortantes ou escarificantes e demais materiais resul-
tantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais.
Fonte: Elaborado pelo autor
127
O conteúdo do subgrupo A é bastante extenso, por isso gostaria de 
chamar a sua atenção para observar novamente esta tabela e per-
ceber como muitos destes resíduos estão presentes diariamente no 
trabalho de muitos profissionais da saúde, portanto, é muito im-
portante que você conheça toda a sua classificação.
Grupo B
Os resíduos do grupo B são substâncias químicas que podem apre-
sentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, de acordo com as 
suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade 
e toxicidade como por exemplo:
 • Os produtos hormonais, antimicrobianos; antineoplásicos; 
imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores precisam 
de uma atenção especial quando forem descartados através 
dos serviços de saúde como as farmácias, drogarias e distri-
buidores de medicamentos. Também precisam ser levados em 
consideração os resíduos e os insumos farmacêuticos dos me-
dicamentos controlados pela Portaria do Ministério da Saúde 
nº 344/98 e suas atualizações.
 • Resíduos de desinfetantes, contendo metais pesados; reagen-
tes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados 
por estes;
 • Rejeitos de processadores de imagem (reveladores e 
fixadores);
 • Rejeitos dos equipamentos automatizados utilizados em 
análises clínicas; e demais produtos considerados perigosos, 
de acordo com a classificação da NBR 10.004 da Associação 
Brasileira de Normas e Técnicas (tóxicos, corrosivos, infla-
máveis e reativos).
OBSERVAÇÃO
128
Grupo C
O grupo de resíduos do grupo C está relacionado com os materiais 
de decorrentes de atividades humanas que possuam radionuclídeos 
em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados 
nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), 
sendo que reutilização não pode ser realizada, como por exemplo:
 • Materiais decorrentes dos laboratórios de pesquisa e ensino 
na área de saúde;
 • Laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nu-
clear e radioterapia que possuam radionuclídeos em quanti-
dade maior que os limites corretos de eliminação.
Grupo D
Este grupo compreende os resíduos que não possuem risco bioló-
gico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, sendo 
semelhante aos resíduos domiciliares como por exemplo:
 • Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças 
descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, mate-
rial utilizado em antissepsia;
 • Restos de alimentos e do preparo de alimentos;
 • Restos alimentares do refeitório;
 • Resíduos decorrentes das áreas administrativas;
 • Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;
 • Resíduos de gesso provenientes dos cuidados à saúde.
129
Grupo E
Já os resíduos do grupo E estão associados com materiais 
perfurocortantes ou escarificantes, como por exemplo:
 • Lâminas de barbear;
 • Agulhas;
 • Escalpes;
 • Ampolas de vidro;
 • Brocas;
 • Limas endodônticas;
 • Pontas diamantadas;
 • Lâminas de bisturi;
 • Lancetas;
 • Tubos capilares;
 • Micropipetas;
 • Lâminas e lamínulas;
 • Todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório.
Figura 5: Material perfurocortantes
Fonte: Freepik
130
O maior acidente envolvendo o descarte de resíduos dos serviços 
de saúde no Brasil ocorreu a 32 anos, com o césio 137, na cidade de 
Goiânia. Este acidente é considerado como o maior do mundo ocor-
rido fora das usinas nucleares.
Gerenciamento de resíduos dos serviços de 
saúde
Ao término desta competência você será capaz de entender o plano 
para gerenciar� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 64
Serviço especializado de engenharia de segurança e em medicina do 
trabalho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 65
Etapas para a elaboração do Mapa de riscos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 66
UNIDADE 3
Segurança biológica e doenças adquiridas em laboratório � � � � � � � 71
Níveis de segurança biológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �71
Código de práticas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73
Acesso ao laboratório � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73
Proteção individual no laboratório � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 74
Normas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75
Equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção 
coletiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �76
Ministério do Trabalho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 76
Equipamentos de Proteção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
Equipamento de proteção coletiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 78
Equipamentos de proteção individual � � � � � � � � � � � � � � � � �81
Obrigações Específicas para Empregador, Empregados, Fabricante e 
Importador � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 82
Obrigações para o empregador � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 82
Obrigações para o empregado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 83
Obrigações do fabricante ou do importador � � � � � � � � � � 84
Organismos geneticamente modificados � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �86
Lei n° 8�974 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 86
Lei n° 11�105 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 86
Comparações entre as duas leis � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 88
Gestão das Comissões Internas de Biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � 89
Principais funções das comissões internas de biossegurança � � � � � � 89
Assuntos éticos controversos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Começo da vida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Engenharia genética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �91
Aborto � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 92
Modalidades do aborto não espontâneo � � � � � � � � � � � � � 93
Código Penal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 93
Reprodução assistida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 94
Normas éticas para a utilização das técnicas de 
reprodução assistida� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 94
Alterações da Resolução do Conselho Federal de Medicina 
em vigor � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95
Transplante de órgãos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95
Pacientes terminais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
Eutanásia e morte assistida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
UNIDADE 4
Utilização das normas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Normas Técnicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Normas regulamentadoras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 105
Comitês de ética em pesquisa em animais e humanos � � � � � � � � � 109
Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �110
Comitê de ética em pesquisa� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Comissão nacional de ética em pesquisa (CONEP) � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Pesquisa com animais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 113
Atribuições do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 113
Orientações técnica do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �114
Comissões de Ética no Uso de Animais � � � � � � � � � � � � � � � 115
Resíduos sanitários e ambientais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 116
Formação de resíduos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
Geradores de resíduos dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
 Atribuições das empresas geradores de resíduos do serviço de saúde
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �119
Substâncias perigosas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 120
Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde � � � � � � � � � � 121
Tipos de resíduos� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Grupo A � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Grupo B � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 127
Grupo C � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 128
Grupo D � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 128
Grupo E � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 129
Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � 130
Resolução nº 306 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 131
Resolução nº 358 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 131
Plano para gerenciar os resíduos provenientes dos serviços de saúde
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 132
Passos para a elaboração do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 134
1º Passo - Identificação do problema � � � � � � � � � � � � � � � �135
2º Passo - Definição da equipe de trabalho � � � � � � � � � � �135
3º Passo - Mobilização da organização � � � � � � � � � � � � � � �135
4º Passo - Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos 
dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
5º Passo - Definição de metas, objetivos, período de 
implantação e ações básicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
6º Passo - Elaboração do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
 7º Passo - Implementação do plano de gerenciamento 
de resíduos de serviço de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �137
8º Passo - Avaliação do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � �os resíduos provenientes dos serviços de saúde e os 
passos para a elaboração do Plano para Gerenciar os Resíduos Pro-
venientes dos serviços de Saúde (8 passos). Isso será fundamental 
para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvol-
ver esta competência? Então vamos lá. Avante!
O gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde está relacio-
nado com:
 • Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (ANVISA) nº 306 de 07 de dezembro de 2004.
 • Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) de nº 358, de 29 de abril de 2005.
ACESSE
OBJETIVO
131
Resolução nº 306
Esta resolução possui o Regulamento Técnico para o gerenciamento 
de resíduos de serviços de saúde, sendo formada por 6 artigos, ane-
xos e apêndices.
O anexo desta resolução está dividido em:
 • História;
 • Abrangência;
 • Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde;
 • Responsabilidades;
 • Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde;
 • Manejo de resíduos dos serviços de saúde;
 • Segurança Ocupacional.
Este regulamento é aplicado para todas as empresas gerado-
ras de resíduos de serviços de saúde, estando relacionada com servi-
ços envolvidos no atendimento à saúde humana ou animal, serviços 
de assistência domiciliar, laboratórios analíticos de produtos para 
saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem ativida-
des de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias, 
farmácias, estabelecimentos de ensino e pesquisa da área de saúde. 
Ainda também centros de controle de zoonoses; distribui-
dores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e 
produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro e por 
último as unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de 
acupuntura e serviços de tatuagem.
Resolução nº 358
Esta resolução aborda sobre o tratamento e a disposição final dos 
resíduos dos serviços de saúde. Este documento dividiu os resíduos 
132
em cinco grupos de risco: A, B, C, D e E, sendo divididos em 32 arti-
gos e 2 anexos, descrevendo cada grupo.
Figura 6: Gerenciamento de resíduos
Fonte: Wikimedia
Plano para gerenciar os resíduos provenientes dos 
serviços de saúde
O documento que contém todos os procedimentos relacionados com 
a gestão, planejamento e implementação é chamado de Plano de 
Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS).
O principal objetivo deste documento é reduzir a produção 
dos resíduos, como também proporcionar um encaminhamento 
mais seguro e eficiente com relação aos resíduos gerados, garantin-
do a todos os trabalhadores proteção, manutenção da saúde públi-
ca e do meio ambiente.
Este documento foi criado por meio da RDC n° 306/04 que 
possui todas as ações relacionadas com o manejo dos resíduos sóli-
dos de serviço de saúde (RSSS).
133
Todas as etapas quanto ao manuseio estão presentes no plano 
de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, desde o planeja-
mento dos recursos físicos, materiais, processo de capacitação dos 
recursos humanos que estão diretas ou indiretamente envolvidos 
nas várias etapas do manejo, até a disposição final do resíduo.
Este documento possui uma certa particularidade para cada 
grupo de resíduos e riscos observados, apresentando os aspectos 
relacionados com:
 • Manejo;
 • Segregação;
 • Acondicionamento;
 • Identificação;
 • Transporte interno;
 • Armazenamento temporário;
 • Tratamento;
 • Armazenamento externo;
 • Disposição final do resíduo.
Todo o plano deve ser compatível com as normas locais que 
necessitam estar relacionadas com a coleta, transporte e disposição 
final dos resíduos gerados nos serviços de saúde.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística, no ano de 2012 existiam 83.379 unidades de saúde 
no Brasil, apresentando uma grande variação entre as atividades e 
produção destes resíduos, relacionados tanto com as características 
como também na quantidade dos resíduos que são gerados todos os 
dias.
O plano de gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde é 
de responsabilidade do gerador do resíduo, sendo obrigatório que 
a elaboração deste documento seja realizada através de profissional 
134
de nível superior que esteja apto e registrado no seu respectivo con-
selho de classe.
Os setores que devem estar envolvidos na unidade de saúde 
são:
 • Setores de limpeza;
 • Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, assim como 
também, os departamentos de Medicina do Trabalho e Segu-
rança do Trabalho (SESMT).
Todas as empresas da saúde geradoras de resíduos devem 
apresentar aos órgãos competentes de vigilância sanitária, até 
o dia 31 de março de cada ano a declaração informando o cumpri-
mento de todas as exigências de acordo com as Resoluções Federais 
CONAMA n° 358/2005 e ANVISA n° 306/2004.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a 
responsável pela verificação, fiscalização e também pela orientação 
das técnicas adequadas para o manejo de resíduos sólidos dos ser-
viços de saúde.
Toda empresa geradora de resíduo é obrigada a manter uma 
cópia do plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde 
disponível para consulta sempre que for solicitado por uma autori-
dade competente sanitária ou ambiental, assim como também pelos 
funcionários, pacientes e clientes, bem como do público em geral.
Os órgãos de saúde e também do meio ambiente poderão so-
licitar uma avaliação do plano de gerenciamento de resíduos de ser-
viço de saúde antes de sua implantação.
Passos para a elaboração do plano para gerenciar 
os resíduos provenientes dos serviços de saúde
Existe uma sequência de passos que pode auxiliar na elaboração do 
plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde conforme 
pode ser observado:
135
1º Passo - Identificação do problema
Está relacionado com o reconhecimento do problema e a sinaliza-
ção positiva da administração da empresa para início do processo. 
Deve ser feito uma avaliação preliminar de todos os resíduos sóli-
dos dos serviços de saúde que são gerados pela empresa, assim como 
também realizar um mapeamento de todas as áreas envolvidas.
2º Passo - Definição da equipe de trabalho
Deve ser escolhido um profissional competente e preparado para 
ser o responsável pela elaboração e implantação do plano de ge-
renciamento de resíduos de serviço de saúde, devendo estar inscrito 
junto ao seu conselho de classe. Posteriormente, deve ser consti-
tuída a equipe de trabalho de acordo com a tipificação dos resíduos 
gerados. O responsável pelo plano de gerenciamento de resíduos de 
serviço de saúde deve atender às exigências do capítulo IV da RDC 
no 306/04. Assim, quanto maior o tamanho da empresa, maior deve 
ser o grupo multidisciplinar. A equipe como um todo deve estar pre-
sente e participar de todas as etapas do plano.
3º Passo - Mobilização da organização
Está relacionado com o envolvimento de toda a empresa para a or-
ganização e a realização do plano de gerenciamento de resíduos de 
serviço de saúde, com o objetivo de sensibilizar os funcionários so-
bre o processo que vai ser iniciado, por meio de informações sobre 
resíduos sólidos dos serviços de saúde e o plano de gerenciamento 
de resíduos de serviço de saúde.
Para esta atividade, é fundamental que existam reuniões com 
todos os setores da empresa, assim como também conferências, 
oficinas dentre outras atividades.
136
4º Passo - Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos dos 
serviços de saúde
Está relacionado com o estudo sobre a situação da empresa com re-
lação aos resíduos sólidos dos serviços de saúde, possibilitando a 
identificação das condições do estabelecimento, as áreas críticas, 
assim como o fornecimento dos dados necessários para a implan-
tação do plano de gestão.
Deve ser realizado um levantamento das atividades desen-
volvidas na empresa através de visitas em todos os setores, sendo 
que o profissional que for realizar este levantamento deve ter capa-
cidade técnica para conseguir direcionaro melhor local de descarte 
dos tipos de resíduos, bem como os detalhes sobre os tipos desses 
resíduos e as condições específicas em que são gerados.
Deve-se tomar alguns cuidados no momento da elaboração 
do relatório, como por exemplo: o mesmo deve ser de fácil leitura, 
bastante sintético, possuir apenas as informações que são conside-
radas essenciais, com argumentos bastante claros e pertinentes.
5º Passo - Definição de metas, objetivos, período de implantação 
e ações básicas
Está relacionado com toda a organização como também com a sis-
tematização de informações e ações que serão a base para a im-
plantação do plano para gerenciar os resíduos provenientes dos 
serviços de saúde. Não se pode esquecer que a principal finalidade 
do plano para gerenciar os resíduos provenientes dos serviços de 
saúde é proporcionar todas as condições necessárias para que haja 
uma total segurança do processo no manejo dos resíduos.
6º Passo - Elaboração do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde
Neste momento deve ser realizado uma hierarquização de todos 
os problemas que foram diagnosticados, verificando a gravida-
de ou urgência; quais são os custos de sua resolução (financeiros, 
137
humanos e materiais); bem como qual será o prazo e o esforço ne-
cessário para que isso aconteça.
Cada plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saú-
de é único. No plano deve ser informado inicialmente os dados da 
empresa, caracterização dos aspectos ambientais como o abas-
tecimento de água, efluentes líquidos, emissões gasosas, tipos e 
quantidades de resíduos gerados, segregação, tipos de acondiciona-
mento, coleta e transporte sólido dos resíduos dos serviços de saúde 
e roteiros de coleta.
Também deve ser levado em consideração o transporte inter-
no e externo, armazenamento temporário dos resíduos sólidos dos 
serviços de saúde, armazenamento para a coleta externa dos resí-
duos sólidos dos serviços de saúde, coleta e transporte, tratamento 
dos resíduos sólidos dos serviços de saúde e disposição final dos re-
síduos sólidos dos serviços de saúde.
 7º Passo - Implementação do plano de gerenciamento de 
resíduos de serviço de saúde
Este item vai abranger todas as ações para a implementação do 
plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Para que 
isso aconteça, é indispensável que exista a disponibilidade dos re-
cursos financeiros; equipe técnica capacitada e o comprometimento 
de todos os funcionários, independente de qual é a posição do fun-
cionário dentro da empresa.
8º Passo - Avaliação do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde
O plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde deve ser 
avaliado periodicamente, afim de verificar se os resultados espe-
rados estão sendo atingidos. Pode-se ainda usar outros indicadores 
que apresentem melhor desempenho e que é mais pertinente do que 
aqueles que são estabelecidos.
138
E então, gostou do que foi mostrado? Aprendeu mesmo tudo? Agora, 
só para ter certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vou resumir tudo o que foi abordado. 
No item utilização das normas foi estudado algumas normas técni-
cas e as 37 normas regulamentadoras. No item seguinte comitês de 
ética em pesquisa em animais e humanos foi estudado a Resolução 
nº 466 de 12 de dezembro de 2012, Comitê de Ética em Pesquisa e a 
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, atribuições do Conselho 
Nacional de controle de experimentação animal, orientações técni-
ca do Conselho Nacional de controle de experimentação animal e as 
comissões de ética no uso de animais. 
Posteriormente foi abordado os resíduos sanitários e ambientais 
através da formação de resíduos, geradores de resíduos dos serviços 
de saúde, atribuições das empresas geradores de resíduos do serviço 
de saúde, substâncias perigosas, plano de gerenciamento de resí-
duos de serviços de saúde, tipos de resíduos (A, B, C, D e E). E por 
último foi estudado o gerenciamento de resíduos dos serviços de 
saúde através do plano para gerenciar os resíduos provenientes dos 
serviços de saúde e os passos para a Elaboração do Plano para Ge-
renciar os Resíduos Provenientes dos serviços de Saúde (8 passos).
RESUMINDO
139
Referências
UNIDADE 1
BRAUNER, MCC. & DURANTE, V. Ética ambiental e bioética: pro-
teção jurídica da biodiversidade. Caxias do Sul. Editora Educs, 2012.
FORTES, PAC. Ética e Saúde. São Paulo, Editora Pedagógica e Uni-
versitária. 6ª Edição, 2010.
KOTTOW, M. História da ética em pesquisa com seres humanos, R. 
Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. 2(1): 7-18, 2008.
PEGORARO, Olinto. Ética e Bioética: Da Subsistência à Existência. 2ª 
ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
REZENDE, AH.; PELUZIO; MCG. & SABARENSE, CM. Experimen-
tação animal: ética e legislação brasileira. Rev. Nutr. 237-241, 
2008.
UNIDADE 2
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho guia prático 
e didático. Saraiva Educação SA, 2018.
DO VALLE, PHC. Bioética e biossegurança. Editora e Distribuidora 
Educacional, 2016.
HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI-FILHO J. Manual de 
Biossegurança. 3ª Ed. Editora Manole Ltda., Barueri, 2017.
SALIBA, T. M. Saúde e segurança do trabalho. São Paulo: Editora 
LTR, 2008.
VEATCH, RM. Bioética. 3° Ed. São Paulo, Editora Pearson, 2014. 
UNIDADE 3
ANDRADE, MZ. Segurança em laboratórios químicos e biotecnoló-
gicos. Caxias do Sul, Editora Educs, 2008.
140
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho: guia 
prático e didático. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 2014.
DO VALLE, PHC. Bioética e biossegurança. Editora e Distribuidora 
Educacional, 2016.
HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI FILHO, J. Manual de 
biossegurança. 2. ed. Barueri: Manole, 2012.
SALIBA, T. M. Saúde e segurança do trabalho. São Paulo: Editora 
LTR, 2008.
VEATCH, RM. Bioética. São Paulo, Editora Pearson, 2014.
UNIDADE 4
ANDRADE, MZ. Segurança em laboratórios químicos e biotecnoló-
gicos. Caxias do Sul, Editora Educs, 2008.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho: guia práti-
co e didático. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 2014.
CÉSPEDES, L. & ROCHA, FD. Segurança e Medicina do Trabalho. 19ª 
Edição, São Paulo, Editora Saraiva, 2017.
DO VALLE, PHC. Bioética e biossegurança. Editora e Distribuidora 
Educacional, 2016.
HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI FILHO, J. Manual de 
biossegurança. 2. ed. Barueri: Manole, 2012.
SALIBA, T. M. Saúde e segurança do trabalho. São Paulo: Editora 
LTR, 2008.
VEATCH, RM. Bioética. São Paulo, Editora Pearson, 2014.� � � � � �137
Autoria
Paulo Heraldo Costa do Valle.
Olá. Meu nome é Paulo Heraldo Costa do Valle. Sou formado em fi-
sioterapia, com mestrado e doutorado em fisiologia pela Universi-
dade Federal de São Carlos (UFSCar), com uma experiência técnico, 
profissional e acadêmica na área de saúde a mais de 25 anos.
Trabalhei em instituições de ensino, tais como, a Universidade de 
Cruz Alta (UNICRUZ), Universidade Regional do Noroeste do Es-
tado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), Universidade Cidade de São 
Paulo (UNICID), Universidade Gama Filho (UGF), Universidade Ibi-
rapuera (UNIb), Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e Kroton 
Educacional.
Atuei como consultor AD HOC do MEC, para autorização, reconhe-
cimento e renovação de cursos de graduação, por durante 10 anos. 
Também participei como membro da Comissão Assessora do Curso 
de Fisioterapia do Exame Nacional de Desempenho do Estudante 
- ENADE.
Fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da Comissão 
de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupa-
cional – COFFITO e membro da Comissão de Sindicância do Conse-
lho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO.
Fui Vice Presidente, assim como também fui presidente da Associa-
ção Brasileira de Ensino em Fisioterapia.
Além da Telesapiens já produzi conteúdos para a Kroton Educacio-
nal, Editora Guanabara Koogam, 5G Educacional, Uninter, Delínea, 
Must, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e DPContent.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiên-
cia de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, 
trabalho junto com a Editora Telesapiens compondo o seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre.
UN
ID
AD
E
1
Objetivos
1. Estudar os marcos históricos da ética.
2. Pesquisar a ética na pesquisa com seres humanos.
3. Identificar a ética na pesquisa com animais experimentais.
4. Analisar a ética ambiental.
Ética na pesquisa
12
Introdução
Olá, prezado aluno, tudo bem com você? Gostaria de convidá-lo 
(a) neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem. Tenho certeza que será muito enriquecedor, reple-
to de desafios e estímulos para o seu o crescimento! Durante esta 
trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantes e de-
safiadoras em todo o percurso. Podemos começar? O tema desta 
primeira unidade é “Ética na pesquisa”, o qual está dividido nos se-
guintes conteúdos: Ética, introdução e histórico; Ética na pesquisa 
com seres humanos; Ética na pesquisa com animais experimentais 
e Ética ambiental.
13
Ética: Introdução e histórico
Ao término deste capítulo você será capaz de entender de forma de-
talhada o conceito e os objetivos da ética, todas as fases da história e 
os acontecimentos importantes relacionados com a ética.
Conceito de ética
A palavra ética tem origem grega “éthos” e o seu significado é pro-
priedade do caráter. Considerada como um dos mecanismos de re-
gulação das relações sociais do homem, é também apontada como o 
estudo do que é bom ou mau.
A sociedade atualmente é pluralista e apresenta diferentes 
compreensões e interpretações quanto aos princípios e os valores 
éticos. 
Comportamento antiéticos
Devido as várias interpretações dos valores éticos, existem vários 
comportamentos que são considerados totalmente antiéticos. Infe-
lizmente, ainda existem muitos indivíduos que buscam vantagem 
em tudo, esquecendo sempre dos valores éticos e morais.
No Brasil, um dos principais exemplos referente a deturpação 
dos conceitos éticos é a famosa expressão conhecida como “Lei de 
Gerson” que foi introduzida na sociedade em meados dos anos 70, 
sendo considerada como o reflexo de uma sociedade que acaba bus-
cando sempre a esperteza, querendo sempre levar vantagens em 
cima dos outros indivíduos. 
OBJETIVO
14
Tal expressão foi lançada no ano de 1976, por meio de uma 
propaganda de cigarros, em que o jogador da seleção brasileira Ger-
son era o protagonista da história. Essa propaganda foi veiculada 
a nível nacional e acabou gerando um grande problema, pois tinha 
uma mensagem subliminar quanto a obter vantagens indiscrimi-
nadas, não se importando, portanto, com as questões éticas ou 
morais. 
Esta expressão é ainda utilizada até os dias atuais em con-
versas onde os indivíduos estão se referindo a várias situações na 
qual existe uma vantagem que está relacionada com alguma forma 
de corrupção. 
Atualmente boa parte da sociedade não aceita mais viver 
dessa forma, estando realmente preocupada em aplicar todos os 
conceitos éticos em seu dia a dia. Devido a isso, este tema vem sendo 
cada vez mais discutido pela sociedade.
Ainda nos dias atuais existem sociedades que 
vivem sobre o poder absoluto, onde estão em 
vigor os chamados princípios e deveres abso-
lutos, e devido a essa situação muitos indiví-
duos, acabam fugindo em massa destes locais, 
por não concordarem com esta forma de go-
vernar onde não existe ética em suas ações, 
esta situação é observada em todo mundo de-
vido ao grande aumento do número de refu-
giados (BRAUNER & DURANTE, 2012).
Objetivos da ética
Um dos principais objetivos da ética é a busca das justificativas para 
as regras que são propostas tanto pela moral como pelo direito.
A moral e o direito são considerados como diferentes da ética, 
uma vez que os dois acabam estabelecendo regras.
A moral é uma palavra de origem grega “mos” ou “mores” e 
tem como significado costumes, conduta de vida, estando relacio-
nada, portanto, com as regras de conduta do homem no dia a dia. 
15
É considerada como um conjunto de princípios, valores e normas 
que são aprendidas mediante seus círculos de convivência.
Já a ética é a ideia universal do comportamento humano. 
Pode ser definida como a expressão única do pensamento, voltado 
às ações que deveriam ser adotadas para melhorar a convivencia em 
sociedade. 
Para alguns pesquisadores a moral corresponde mais a um 
apelo popular, já a ética tem um apelo mais acadêmico, ou seja, a 
moral está mais relacionada a um sentido mais prático do compor-
tamento enquanto a ética está voltada mais para a teoria.
Portanto, a ética pode ser definida como a propriedade do 
caráter, um mecanismo de regulação das relações sociais do ho-
mem, considerada como o estudo geral do que é bom ou mal.
Fluxograma 1: Resumindo os conceitos iniciais
Fonte: Barbosa, F.C.G. 2021
História da ética
Você sabia que ao longo da história a ética foi interpretada de ma-
neiras variadas?
16
A seguir será estudada a ética na Grécia, na idade Média, na 
idade Moderna e na idade Contemporânea.
Ética na Grécia
Pesquisas indicam que a ética nasceu na Grécia, porém existem re-
gistros que confirmam que alguns dos seus preceitos já eram pra-
ticados desde o início da humanidade, que eram combinados aos 
conceitos religiosos na busca de imporem novas regras de com-
portamento que possibilitassem o convívio entre os indivíduos que 
viviam em um determinado local.
Na época em que viveram os filósofos gregos Sócrates, Pla-
tão e Aristóteles, as preocupações eram outras, onde o que era con-
siderado como bom representava apenas a preservação da ordem 
natural.
Sócrates acreditava que o verdadeiro conhecimento estava 
centrado na alma humana. Para ele a verdadeira felicidade só se-
ria possível de ser atingida por meio de uma conduta correta, ou 
seja, por meio da prática do bem em benefício de todos os indiví-
duos. Portanto, esta preocupação ética estava relacionada com a 
coletividade.
Para Platão a ética era um componente indissolúvel da polí-
tica, tendo como principal função a igualdade entre todos os indi-
víduos, impossibilitando, portanto, a concentração nas mãos de um 
grupo ou de apenas um único indivíduo.
Para Aristóteles a ética era considerada como o caminho para 
que a desigualdade fosse eliminada. Ele foi um grande defensor da 
democracia associada à liberdade, mas com o dever de dividiro po-
der sempre de forma igualitária.
Ética na Idade Média 
A Idade Média está relacionada ao período entre os séculos V a XV, 
tendo o seu início com a queda do Império Romano do Ocidente e 
terminando na transição para a Idade Moderna.
17
Nessa época a ética estava relacionada com a religião e com os 
dogmas cristãos, portanto nesse período a igreja exerceu um gran-
de poder sobre todos os indivíduos, reprimindo de todas as formas 
os indivíduos que não estavam enquadrados nessas propostas.
Esse período foi influenciado por vários indivíduos entre eles: 
Santo Agostinho; Santo Anselmo e São Tomás de Aquino.
Para Santo Agostinho a verdade era considerada como uma 
questão de fé, por meio de Deus, subordinada ao Estado e tendo 
como autoridade política a Igreja.
Naquela época se acreditava que tudo só poderia ser alcan-
çado por meio da bondade de Deus, devendo ser evitado todos os 
prazeres da vida, estando então a ética relacionada com a justiça em 
segundo plano, com a valorização da moral. Também ficou conheci-
da até os dias atuais como a idade ou época das trevas, marcada pela 
falta da liberdade de todos os indivíduos.
Ética na idade moderna
A Idade Moderna ficou marcada pela consolidação dos estados eu-
ropeus, antes da Revolução Francesa e Industrial. Nesse momento 
a ética voltou a ser vista de acordo com o seu sentido original gre-
go, com foco na busca da felicidade coletiva, vinculada à política e 
propondo ações para os cidadãos.
Se destacaram na Idade Moderna os pesquisadores Galileu 
Galilei e posteriormente Francis Bacon e Max Weber, dando assim, 
início à chamada ciência moderna.
Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 e faleceu 
em 8 de janeiro de 1642. Por meio dos seus experimentos foi consi-
derado como o responsável pelo início da ciência moderna. Foi um 
importante físico, matemático, astrônomo e filósofo, considerado 
como fundamental para toda a revolução científica.
Ele descobriu, por exemplo, as quatro luas de Júpiter, os anéis 
de Saturno, inventou o telescópio e propôs a teoria do heliocen-
trismo. Galileu se dedicou muito aos estudos sobre todos os mo-
vimentos dos corpos, considerado como o cientista que conseguiu 
18
elaborar as bases para que Isaac Newton pudesse descrever as três 
leis que estavam relacionadas com os movimentos dos corpos no 
universo.
Figura 1: Galileu Galilei
Fonte: ©Justus Sustermans (1597-1681) / Wikimedia Commons
Francis Bacon nasceu no dia 22 de janeiro de 1561 e faleceu 
em 9 de abril de 1626. Em 1620 ele proporcionou o início da ciên-
cia experimental por meio da sua proposição do método científico 
experimental. Foi um dos fundadores do método indutivo de inves-
tigação científica. Baseado no Empirismo, seus estudos auxiliaram 
bastante na construção da história da ciência moderna e em fun-
ção das suas contribuições foi considerado como “o pai do método 
experimental”.
Bacon contribui bastante com a sociedade uma vez que bus-
cou a promoção do conhecimento, sempre de forma eticamente 
neutra, ou seja, ela dava importância apenas para os valores morais 
que estavam relacionados com uma prática correta, não realizando 
nada que fosse considerado antiético.
19
Figura 2: Francis Bacon
Fonte: ©National Portrait Gallery / Wikimedia Commons
Maximilian Karl Emil Weber mais conhecido como Max We-
ber foi um importante economista e intelectual alemão, considera-
do como um dos fundadores da sociologia. Nasceu em 21 de abril de 
1864 e faleceu em 14 de junho de 1920.
Weber defendeu que a ciência recebia da sociedade a função 
para solucionar os vários problemas, estando de um lado os indiví-
duos que estavam praticando a ciência e do outro lado os indivíduos 
que estavam utilizando todos os seus resultados, porém ambos os 
grupos deveriam estar sempre subordinados aos valores éticos. Em 
seus comentários ele sempre frisava o quanto o método científico 
não poderia sofrer nenhum tipo de influência subjetiva, uma vez 
que toda pesquisa deveria ser neutra, para que não exista nenhum 
tipo de distorção.
20
Figura 3: Max Weber
Fonte: ©Wikimedia Commons
Ética Contemporânea
A ética contemporânea foi definida pela separação do conhecimento 
com a religião, voltando a centralização na razão, proporcionando 
então a autonomia humana.
Na Revolução Francesa foi trabalhado o ideal de liberdade, 
igualdade e fraternidade; apontada quanto a tolerância com as di-
ferenças e o estabelecimento de um pacto social. Esse período foi um 
marco pela discussão com o foco nos direitos humanos, por meio da 
“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” em 1789.
Para vários pensadores dessa época a ética passou a ser o 
centro para a fundamentação de todas as ações humanas; consti-
tuindo então o elemento que viabilizaria a convivência entre todas 
as pessoas.
21
Ética na pesquisa com seres humanos
Durante muitos séculos a medicina foi exercida de forma autori-
tária, o que significa que praticamente não existia autonomia por 
parte do paciente. Seres humanos e animais foram utilizados em 
várias pesquisas nessa época de forma totalmente abusiva, sem te-
rem nenhuma escolha de participarem ou não de tais pesquisas.
Figura 4: símbolo bioética
Fonte: MAIS PB. Disponível em: https://www.maispb.com.br/523695/a-bioetica-
veio-para-isso.html
Atrocidades da segunda guerra mundial
Ao refletir quanto ao respeito ao ser humano, ninguém pode ou 
consegue esquecer as atrocidades que ocorreram com os judeus 
durante a Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração 
nazistas.
Os nazistas nos campos de concentração pegavam muitos 
prisioneiros e deixavam a disposição dos médicos para serem uti-
lizados em qualquer tipo de pesquisas. Ao serem submetidos a tais 
experimentos, muitos deles morriam, enquanto outros ficavam 
desfigurados ou definitivamente incapacitados.
Todas essas atrocidades ocorridas durante a Segunda Guerra 
Mundial ficaram conhecidas por meio de imagens, que chocaram as 
pessoas no mundo inteiro.
22
Dentre os exemplos das atrocidades cometidas pelos nazistas des-
tacam-se as do médico Josef Mengele, que realizou experiências 
em mais de 1500 gêmeos, dentre os quais apenas 200 sobrevive-
ram às experiências. Outras pesquisas realizadas nessa época pe-
los médicos alemães estavam relacionadas com as reações em altas 
altitudes, experiências de congelamento para o tratamento para a 
hipotermia, desenvolvimento de medicamentos entre tantas ou-
tras realizadas.
No dia 09 de dezembro de 1946, após o final da Segunda 
Guerra Mundial o Tribunal Militar Internacional, em Nuremberg, 
julgou vinte médicos que foram considerados como criminosos de 
guerra, em função dos experimentos que eles realizaram com os se-
res humanos nos campos de concentração.
Código de Nuremberg
No dia 19 de agosto de 1947, sete dos vinte acusados foram conde-
nados à morte, sete foram absolvidos e os demais foram condena-
dos à prisão. Com isso, foi elaborado um importante documento, 
nomeado como Código de Nuremberg.
O Código de Nuremberg possui um conjunto de dez princí-
pios éticos que regem a pesquisa com os seres humanos.
A seguir você vai observar os princípios éticos do Código de 
Nuremberg:
1. O consentimento voluntário do ser humano para a pesquisa 
é essencial, ou seja, todo indivíduo que será pesquisado deve 
estar legalmente capacitado para dar o seu consentimento, 
sempre consciente do seu direito livre de escolha. Não pode 
existir nenhum tipo de intervenção, por exemplo: força, frau-
de, mentira ou coação ou qualquer outro tipo de restrição, 
VOCÊ SABIA?
23
tendo sempre o conhecimento e a compreensão necessária do 
assunto para que possa tomar a sua decisão.
Portanto é fundamental que seja explicado ao indivíduo a 
natureza, duração e propósito da pesquisa, quais são os métodos 
que vão ser utilizados, os riscos esperados e os eventuais efeitos que 
a pesquisa possa causar na saúde dos participantes.
O pesquisador tem o dever e a responsabilidade de garantir a 
qualidade do consentimento, como também devedirigir e geren-
ciar todo o experimento, sendo então deveres e responsabilidades 
que não podem ser delegados para qualquer outro indivíduo.
2. A pesquisa deve produzir resultados que sejam benéficos para 
a sociedade, os quais não são atingidos por outros métodos de 
estudo.
3. Toda pesquisa deve ser baseada em resultados de experimen-
tação com animais, como também com relação à evolução 
da doença ou outros problemas relacionados com a pesqui-
sa, os resultados previamente esperados devem justificar a 
experimentação.
4. Toda pesquisa precisa ser conduzida de uma forma que possa 
evitar todo o sofrimento e danos desnecessários, físicos ou 
mentais.
5. Nenhuma pesquisa pode ser realizada quando existe alguma 
possibilidade que os indivíduos avaliados possam morrer ou 
sofrer algum tipo de invalidez, exceto nos casos onde o pró-
prio pesquisador (médico) se submeter à pesquisa.
6. O grau de risco que deve ser aceitável deve ser limitado pela 
importância humanitária do problema que o pesquisador se 
propõe a resolver.
7. É necessário que sejam tomados cuidados especiais com a fi-
nalidade de proteger todos os participantes da pesquisa de 
qualquer possibilidade, mesmo que remota, de um possível 
dano, invalidez ou morte.
24
8. O experimento deve ser conduzido apenas por indivíduos 
cientificamente qualificados. É necessário que exista o maior 
grau possível de cuidado e habilidade, em todos os estágios, 
por parte dos indivíduos que estão conduzindo e gerenciando 
a pesquisa.
9. Durante o curso da pesquisa, os indivíduos têm a liberdade 
plena de se retirarem, caso sintam que exista alguma possibi-
lidade de dano em função da sua continuidade.
10. Durante o curso da pesquisa, o pesquisador precisa estar pre-
parado para suspender os procedimentos em qualquer mo-
mento, se for comprovado que a pesquisa pode causar algum 
tipo de dano, invalidez ou morte para os pesquisados.
Dica
Uma forma dinâmica e legal de entender sobre o código de Nurem-
berg é com o filme: “ O Julgamento de Nuremberg”.
O Código de Nuremberg não foi reconhecido logo após a sua 
criação pelas leis americanas e alemãs. O Código de Nuremberg só 
passou a ser reconhecido por meio da Declaração de Helsinque, du-
rante a 18ª Assembleia Médica Mundial, realizada na Finlândia em 
1964. No ano de 1978, o governo norte-americano, elaborou um do-
cumento no qual constavam os princípios e diretrizes éticas para a 
proteção de pacientes humanos, tal material ficou conhecido como 
Relatório de Belmont.
DICA
25
Diretrizes internacionais para pesquisa biomédica
No ano 1982 por meio do Conselho para Organizações Internacio-
nais de Ciências Médicas (CIOMS), junto com a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) foi escrito as diretrizes internacionais para 
pesquisa biomédica envolvendo seres humanos.
Estas diretrizes foram revisadas no ano de 1993, sendo sub-
dividas em 15 itens que são:
 • Consentimento informado individual;
 • Informações essenciais para os possíveis sujeitos da pesquisa;
 • Obrigações do pesquisador a respeito do consentimento 
informado;
 • Indução a participação;
 • Pesquisa envolvendo crianças;
 • Pesquisa envolvendo pessoas com deficiência intelectual ou 
comportamentais;
 • Pesquisa envolvendo prisioneiros;
 • Pesquisa envolvendo indivíduos de comunidades 
subdesenvolvidas;
 • Consentimento informado em e s t u d o s 
epidemiológicos;
 • Distribuição equitativa de riscos e benefícios;
 • Seleção de gestantes e nutrizes como sujeitos de pesquisa;
 • Salvaguardas à confidencialidade;
 • Direito dos sujeitos à compensação;
 • Constituição e responsabilidades dos comitês de revisão ética;
 • Obrigações dos países patrocinadores e anfitriões.
26
Resolução Conselho Nacional de Saúde 196/96
A Resolução número 196 do Conselho Nacional de Saúde dia 10 de 
outubro de 1996, possui todas as diretrizes e normas regulamenta-
doras para as pesquisas com seres humanos tanto de forma direta 
ou indireta, individualmente ou coletivamente, em todos os campos 
profissionais (biológico, cultural, educacional, psíquico e social).
Para a elaboração dessa resolução foram utilizados os prin-
cipais documentos internacionais relacionados com as pesquisas 
que envolvem os seres humanos, por exemplo, o Código de Nurem-
berg, Declaração de Helsinque e a Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos.
A resolução 196/96 recebeu uma atualização no ano de 2012 e 
posteriormente no ano de 2015, e vários pontos importantes foram 
alteradas nessa nova versão, conforme veremos a seguir:
 • Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos;
 • Termo de consentimento livre e esclarecido;
 • Riscos e benefícios;
 • Comitê de Ética em Pesquisa (CEP);
 • Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos
As pesquisas relacionadas com os seres humanos precisam atender 
todas as exigências éticas e científicas, por exemplo, o respeito aos 
voluntários da pesquisa em sua dignidade e autonomia, asseguran-
do sempre a sua vontade de forma livre e esclarecida de permanecer 
ou não na pesquisa, comprometimento com o máximo de benefícios 
e o mínimo de riscos.
27
Termo de consentimento livre e esclarecido
O termo de consentimento livre e esclarecido deve ser elabora-
do pelo pesquisador responsável pela pesquisa. É fundamental que 
exista todas as informações necessárias para esclarecer o voluntário 
que será submetido à pesquisa.
O voluntário participante da pesquisa deve rubricar todas as 
páginas e assinar no seu término, ele próprio ou por meio do seu 
representante legal e também pelo pesquisador responsável.
Esse documento deveria ser elaborado em 2 vias, sendo que 
uma delas deve ficar com o voluntário da pesquisa ou seu represen-
tante legal e a outra via com o pesquisador.
Riscos e benefícios
Todas as pesquisas que envolvem a utilização dos seres humanos 
possui riscos em graus variados, podendo ser imediatos ou tardios. 
As pesquisas que podem comprometer o indivíduo ou ainda a cole-
tividade, como também a tipificação dos riscos, devem ser definidos 
através de um norma própria pelo Conselho Nacional de Saúde.
Ética na pesquisa com animais 
experimentais 
A utilização dos animais em pesquisa experimental deve estar re-
lacionada com os aspectos técnicos, éticos e políticos. Quanto ao 
ponto de vista técnico é necessário que seja realizada a adequação 
dos modelos animais com relação às metodologias utilizadas em 
pesquisa, como também quais são os seus benefícios em virtude da 
utilização dos modelos animais específicos em relação ao estudo de 
algumas doenças humanas.
28
Utilização dos animais em pesquisa experimental
Figura 5: Animais experimentais
Fonte: ©Pixabay
Quanto ao aspecto ético, a relação entre os homens e os animais 
podem ser consideradas sobre a questão de moralidade, enquanto 
com relação à visão política ou jurídica, essa interação é vista de 
acordo com a regulamentação de leis que dizem respeito também à 
experimentação animal.
É importante ressaltar que praticamente todos os grandes 
avanços alcançados quanto ao conhecimento da biologia dos mamí-
feros foram atingidos por meio dos experimentos com os animais, 
portanto, é fundamental ressaltar a grande relevância de todas es-
tas pesquisas, obedecendo sempre os critérios estabelecidos.
Existem opiniões favoráveis e contrárias com 
relação à utilização dos animais para a pesqui-
sa de doenças humanas, porém pode-se afir-
mar que os grandes avanços alcançados na 
fisiologia e na fisiopatologia foram possíveis 
em função da utilização da experimentação 
animal, sendo que sem elas muitas inovações 
que foram inseridas junto aos cuidados em 
saúde humana não teriam acontecido (RE-
ZENDE, et al, 2008).
29
Todas essas pesquisas com animais precisam levar em con-
sideração durante o seu planejamento os cuidados para evitar, por 
exemplo, estresse, dor e sofrimento desnecessário a todos os 
animais.
Para a escolha do delineamento experimental deve ser sele-cionado os trabalhos com um número menor de animais, que es-
tejam com um menor grau de sensibilidade neurofisiológica, ou 
melhor, que provoquem menores dores, sofrimento, estresse e 
prejuízos duradouros.
Debates éticos
Os cientistas que estão envolvidos nas pesquisas com animais afir-
mam que os animais possuem sim a consciência e a memória e, 
portanto, são capazes de sofrer, sentir dor, ter medo e muitas vezes 
lutarem fortemente pela vida.
Oficialmente, desde o ano de 1876 iniciaram-se os primeiros 
debates com relação às pesquisas com animais, na qual foi consti-
tuída uma sociedade anti-vivissecção em Londres nessa época.
De acordo com vários pesquisadores ainda existe a necessi-
dade de um maior esclarecimento quanto à utilização dos animais 
em pesquisas, visto que muitas vezes os indivíduos em geral desco-
nhecem que a maioria dessas pesquisas são conduzidas por meio de 
padrões éticos e de bem-estar animal.
Assim, torna-se cada vez mais necessário um maior esclare-
cimento quanto a utilização de códigos éticos estabelecidos quanto 
à escolha do método a ser utilizado, bem como à evolução dos re-
sultados obtidos, pois, os mesmos são fundamentais para trazerem 
grandes avanços quanto ao conhecimento e tratamento de várias 
doenças como a Diabetes mellitus tipo 2 e a doença de Chagas.
30
Aspectos positivos e negativos da pesquisa com 
animais
As pesquisas com animais acabam assumindo dois aspectos sendo 
eles:
 • Positivos – estão relacionados com a dedicação quanto à pre-
venção ou alívio do sofrimento de todos os seres humanos 
por meio dos resultados encontrados nas pesquisas com os 
animais.
 • Negativos – a exposição dos animais nas pesquisas acarre-
tando muitas vezes dor, sofrimento, invalidez e morte.
O debate sobre a utilização dos animais em pesquisa vem ga-
nhando grande exposição e repercussão nas mídias: de um lado es-
tão os vários cientistas que realizam experimentos com animais, e 
do outro os grupos de ativistas de proteção aos direitos dos animais.
A grande questão em debate nesse caso é con-
seguir proteger os animais evitando a sua 
utilização em experimentos desnecessários, 
como também procurar aliviar os sofrimentos 
dos mesmos sem comprometer os dados da 
pesquisa (REZENDE, et al, 2008).
Infelizmente ainda existem muitas pesquisas com animais 
que estão sendo malconduzidas, devido à falta de planejamento e o 
desrespeito às normas vigentes. Neste sentido, se faz necessário um 
maior acompanhamento dessas atividades, em que dependendo do 
caso, pode levar a proibição da continuidade da referida pesquisa.
Contribuições significativas quanto aos aspectos 
éticos
No ano de 1959 houve uma importante contribuição no âmbito da 
bioética através da publicação do livro “Princípios da técnica expe-
rimental” por William M. S. Russell e Rex L. Burch.
31
No livro os autores fizeram a proposição de um conceito de-
nominado de três “R” para a experimentação animal, argumentan-
do quanto a necessidade e a importância de se buscar esses três “R” 
que correspondem respectivamente:
 • Reduction;
 • Replacement;
 • Refinement.
Estes três “R” ao serem traduzidos para o português signifi-
cam: redução, substituição e refinamento.
 • Redução – é a diminuição do número de animais em cada uma 
das pesquisas, porém sempre com um número mínimo que 
seja consistente quanto a obtenção dos objetivos do estudo.
 • Substituição – é a substituição dos animais por metodologias 
alternativas como, por exemplo, os testes in vitro, modelos 
matemáticos e cultura de células.
 • Refinamento – é a diminuição do sofrimento dos ani-
mais por meio de cuidados com analgesia, anestesia e pré e 
pós-operatórios.
Devido a todo esse embasamento quanto aos 
fundamentos científicos que são aceitáveis, 
pode- se dizer que objetivo da legislação re-
lacionada com as pesquisas com animais em 
vários países do mundo como nos Estados Uni-
dos, a União Europeia, Brasil e outros países é 
diminuir todos os aspectos éticos que possam 
ser considerados como negativos com relação a 
utilização de pesquisas com animais (REZEN-
DE, et al, 2008).
32
Um dos métodos alternativos conhecidos e aceitos internacional-
mente é chamado de HET-CAM (hen’s egg test chorionallantoic 
membrane).
Lei Arouca
A Lei nº 11.794, foi promulgada no dia 8 de outubro de 2008. Mais 
conhecida como Lei Arouca, esta lei recebeu este nome em home-
nagem a Sérgio Arouca que foi um importante médico e deputa-
do federal, que ocupou vários cargos junto às comissões de saúde, 
ciência e tecnologia.
Foi também um dos principais responsáveis pela criação da 
reforma sanitária e um grande defensor do acesso universal à saúde 
em todo o país.
Essa lei se tornou um importante marco histórico, uma vez 
que estabeleceu todos os procedimentos necessários para a utili-
zação científica de animais em pesquisas, implementando todas as 
definições e regras para a utilização de animais em laboratório.
Por meio dessa lei foi criada, portanto, uma política nacional 
para a utilização dos animais em pesquisa, que contribuiu para o de-
senvolvimento do país e da ciência, fazendo com que toda a comuni-
dade científica fosse mobilizada quanto a importância dos aspectos 
éticos relacionados com a utilização dos animais em pesquisas.
Os pontos principais dessa lei são:
Utilização dos animais para atividades didáticas e cientí-
ficas em Instituições de ensino superior e ensino técnico na área 
biomédica;
 • Criação do Controle de Experimentação Animal (CONCEA);
VOCÊ SABIA?
33
 • Obrigatoriedade de constituição da comissão de ética no uso 
de animais;
 • Registro e licenciamento de cada instituição para a realização 
da pesquisa;
 • Cadastro Institucional de Uso Científico de Animais (CIUCA).
Ética ambiental
Existem alterações constantes com relação aos valores da socieda-
de, em decorrência da cobiça dos indivíduos, que coloca os homens 
como os grandes predadores da natureza desrespeitando alguns 
valores éticos existentes.
É fundamental que seja atingido uma visão ética em relação 
ao ambiente para que essa situação possa ser revertida o mais rápi-
do possível.
Figura 6: Ética ambiental
Fonte: Ética Ambiental. Disponível em: https://etica-ambiental.com.br/
beneficios-da-iso-14001/
34
Crescimento econômico e a ética ambiental
O crescimento econômico decorrente do progresso científico ocorre 
em função do grande desenvolvimento tecnológico que acabou oca-
sionando um enorme diferencial na era moderna. 
Quando se trata da ética ambiental, somado ao modelo da 
economia industrial, esses fatores tendem a aumentar mais ainda a 
deterioração do equilíbrio ecológico, levando a altos prejuízos para 
a vida em todo o planeta.
Mudanças durante o século XIX
O aumento da industrialização (ocorrido durante todo o século XIX), 
aliado ao crescimento desenfreado da população humana, como 
também a expansão econômica (principalmente devido ao regime 
capitalista), foram fatores que contribuíram bastante para o au-
mento do consumo, o que foi acentuando para a população em todo 
o mundo.
A partir dos anos 70 a preocupação com relação 
ao meio ambiente mais sadio começou a fazer 
parte de uma discussão em todo o mundo, 
principalmente com relação ao equilíbrio dos 
ecossistemas naturais que são fundamentais 
para a preservação da vida na terra (BRAUNER 
& DURANTE, 2012).
A utilização dos recursos naturais de forma não controla-
da começou a fazer parte dos temas para as discussões relacionadas 
com a ética ambiental. A relevância quanto as questões lesivas do 
homem sobre o meio ambiente só foram ganhar realmente a aten-
ção no século XXI.
É exatamente nesse momento que o homem conseguiu cau-
sar grandes alterações no planeta, por exemplo:
 • emissão dos vários poluentes;
 • alteração do curso dos rios;
35
 • modificação da composição do solo;
 • desmatamento de todas as florestas;
 • extinção de várias espécies.
Todas essas mudanças, sem dúvida alguma, estão sendo 
muito prejudiciais para toda a população, interferidodiretamente 
no ambiente natural, visto que muitas vezes os seres humanos não 
se preocupam com a real disponibilidade dos recursos, apenas con-
sideram os seus interesses.
Evidências quanto aos graves problemas 
ambientais
Existem ínumeras evidências que a relação do homem com a na-
tureza, principalmente nos últimos anos, está ocasionando graves 
problemas ambientais, muitas vezes devido a ação humana sem li-
mites originada da ambição e da falta de sensibilidade para com o 
planeta.
A intervenção predatória do homem na natureza atingiu ní-
veis críticos. Até um certo tempo atrás a natureza ainda conseguia 
de certa forma “apaziguar” todas as ações do homem, visto que 
existia um período de tempo para recuperar-se. Porém, devido esse 
ritmo muito acelerado de destruição, já não existe mais esse tempo 
mínimo para que seja possível uma reversão dessa situação.
O ambiente, então, vem sofrendo alterações. Pouco a pouco 
alguns fenômenos começaram a se fazer presente, como por exem-
plo, cidades se transformando em desertos com poucas gostas de 
chuva e temperaturas cada vez mais altas, ou mesmo as leves ondas 
da praia sendo substituidas por Tsunamis. 
Sem dúvida alguma, a natureza começou a dar as suas res-
postas em decorrência de toda a violência que vem sofrendo nos úl-
timos anos.
36
Prática da ética
Vários pesquisadores acreditam que apenas a prática da ética em 
sua totalidade pode ser considerada como uma das únicas possibili-
dades de devolver a vida novamente à natureza.
Pode-se afirmar que a relação do homem com o ambiente 
está totalmente deformada e a única saida, realmente, são ações re-
lacionadas com a ética humana, por meio da proteção a natureza.
Por outro lado existem ainda culturas que vi-
vem de uma forma diferente, onde colocam a 
natureza com o centro de sua vida, e que não 
têm coragem de agredir em nenhuma situação 
a natureza, sem dúvida alguma o maior exem-
plo nesse caso são os índios (BRAUNER & DU-
RANTE, 2012).
Espera-se que por meio da ética possa existir uma visão 
voltada para a vida, e que exista uma preocupação global que con-
sidere substituir o antropocentrismo pelo chamado “biocentris-
mo”, uma vez que o antropocentrismo valoriza demais o homem 
e o coloca no centro de tudo, esquecendo todos os demais seres que 
coexistem na natureza.
Visão holística
Para uma visão holística é necessário que seja abandonando, por-
tanto, o antropocentrismo, uma vez que a visão atual além deco-
locar o homem como centro de tudo, enfatiza que a natureza está 
“apenas para servir o homem”.
Por meio dessa nova visão global o homem passa a ser um 
integrante da natureza como todos os outros, ou seja, o ser humano 
passa a ser um integrante nesse contexto global, fazendo parte da 
natureza.
Os seres humanos, como todos os outros seres vivos, depen-
dem das suas relações para sobreviverem. Portanto, todos os seres 
vivos podem ser considerados como “centros da vida”, visto que o 
37
ser humano não é superior a nenhum dos outros seres vivos, que 
esses dependem dos animais, que por sua vez vão depender das 
plantas, que dependem da água, ou seja, fazem parte de uma cadeia 
que está interrelacionada para garantir a vida de todos.
Essa nova visão da realidade deve ser baseada em uma pro-
funda consciência quanto a interrelação e interdependência de 
todos os fenômenos físicos, biológicos, psicológicos, sociais e 
culturais.
Entretanto, pode-se afirmar que ainda não existe uma es-
trutura estabelecida. Dessa forma, as suas linhas mestras estão 
começando a serem formuladas por meio de vários indivíduos, co-
munidade e organizações que buscam novas formas de pensamen-
tos em função desses novos princípios.
É fundamental que cada ser humano, seja um 
guardião que busca cuidar da natureza, de 
forma a criar uma convivência em harmonia, 
que busca apenas utilizar para a sua necessi-
dade mínima e é claro buscando sempre repor 
o que foi utilizado (BRAUNER & DURANTE, 
2012).
O planeta deve ser considerado como um grande sistema que 
está dividido em três subsistemas que são o atmosférico, o conti-
nental e o aquático, sendo que para a manutenção da vida é neces-
sário a interação dos três subsistemas.
Constitução Federal de 1988
Pode-se afirmar que a Constitução Federal de 1988 foi o primeiro 
documento que passou a discutir as questões ambientais, conside-
rando esse assunto como fundamental para a manutenção da vida 
em nosso planeta.
No artigo 225 da Constituição Federal de 1988 você vai ob-
servar que:
“Todos tem o direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado, bem de uso comum 
38
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações ”.
A ética ambiental deve ser buscada tendo como propósito a 
manutenção de todas as condições que são saudáveis para a terra, 
existindo uma ética que esteja comprometida com a existência de 
todas as formas de vida. Que a ética esteja a cargo das sociedades de 
uma forma harmônica e promova o desenvolvimento de uma melhor 
relação do homem com o ambiente, buscando extinguir todo o que 
pode ser considerado como prejucial ao futuro da própria espécie.
É necessário que exista a conscientização dos indivíduos 
quanto as várias possibilidades para conseguir reverter todas as 
tendências quanto a destruição, alterando a forma de viver, po-
dendo ser modificados através de pequenos hábitos que vão alte-
rar de forma muito significativa a qualidade de todos, inclusive a do 
planeta.
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que foi abor-
dado. Estudamos inicialmente a ética por meio de uma introdução 
sobre esse importante assunto e em seguida os principais aconte-
cimentos históricos. Ao longo deste tema foram vistos os compor-
tamentos antiéticos, objetivos da ética, filósofos gregos e o início 
da ciência moderna através dos estudos de Galileu Galilei, Francis 
Bacon e Max Weber. Em seguida, foi abordada a ética na pesquisa 
com seres humanos por meio do estudo das atrocidades da segun-
da guerra mundial, Código de Nuremberg, diretrizes internacio-
nais para a pesquisa biomédica, Resolução do Conselho Nacional 
de Saúde 196/96 através da abordagem dos aspectos éticos, termo 
de consentimento e riscos e benefícios. Posteriormente, foi estu-
dada a ética na pesquisa com animais experimentais e levantado 
RESUMINDO
39
questionamentos sobre a utilização dos animais em pesquisa expe-
rimental, debates éticos, aspectos positivos e negativos da pesquisa 
com animais e as contribuições significativas quanto aos aspectos 
éticos. E por último foi abordado a ética ambiental, que relacionado 
aos estudos do crescimento econômico, evidenciou o surgimento de 
graves problemas ambientais, bem como foi abordado a prática da 
ética, visão holística e a Constituição Federal de 1988.
40
UN
ID
AD
E
2
Objetivos
1. Compreender a bioética: Introdução, histórico e conceitos;
2. Estudar a ética aplicada ao profissional de saúde;
3. Pesquisar sobre a biossegurança: histórico, conceito e 
legislação;
4. Analisar a biossegurança em laboratórios.
Conceitos de 
Bioética e 
Biossegurança
42
Introdução
Olá tudo bem com você? Prezado aluno gostaria de convidar você 
neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem, tenho certeza que será muito enriquecedor, repleto 
de desafios e estímulos para o seu o crescimento. Você é o nosso 
convidado especial para iniciar essa viagem por meio do conheci-
mento, Durante esta trajetória você irá se deparar com trilhas mui-
to interessantes e desafiadoras em todo o percurso. O tema desta 
segunda unidade é “Bioética e biossegurança”, o qual está dividido 
nos seguintes conteúdos: Bioética: Introdução, histórico e concei-
tos; Ética ao profissional de saúde; Biossegurança: histórico, con-
ceito e legislaçãoe Biossegurança em laboratórios.
43
Bioética: Introdução, histórico e conceitos
Ao longo deste item você será capaz de compreender vários conteú-
dos fundamentais com relação à introdução, histórico e os conceitos 
muito importantes que estão relacionados com a bioética.
Introdução a bioética
No ano de 1927 Fritz Jahr publicou um artigo científico em um pe-
riódico alemão onde o termo “bioética” foi utilizado pela primeira 
vez. Para ele este termo estava relacionado com o reconhecimento 
de obrigações éticas, não apenas em relação ao ser humano, mas 
também para com todos os seres vivos, conforme mostra o Fluxo-
grama 01.
Quanto à sua criação na língua inglesa, foi atribuído a André 
Hellergers, no ano de 1971. Como uma forma para estabelecer uma 
área de atuação, relacionado com a reprodução humana, foi criado o 
Instituto Kennedy de Ética.
A ampliação da bioética no mundo não ocorreu de forma ho-
mogênea, sendo observada inicialmente nos Estados Unidos e na 
Europa, enquanto que no Brasil foi apenas na década de 90 por 
meio da proposta que reuniu as várias áreas do conhecimento em 
volta da ética em saúde.
Atualmente tanto a América Latina e principalmente o 
Brasil têm apresentado uma grande contribuição para a composi-
ção do pensamento bioético mundial, no qual foi observado um 
grande número de publicações nessa área.
OBJETIVO
44
Fluxograma 1: Definição Bioética.
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
A bioética está envolvida especificamente com a abordagem 
dos conflitos morais e éticos na saúde. O Relatório Belmont, pu-
blicado no ano de 1978, foi editado por meio da Comissão Nacional 
para Proteção de Pessoas Humanas na pesquisa biomédica e com-
portamental, sendo conceituado como o primeiro a organizar a uti-
lização sistemática de princípios.
45
O Relatório de Belmont foi pensado logo após vir a tona um grande 
experimento teraupêutico sobre sífilis envolvendo cidadãos afro-
-americanos, chamado de “ESTUDO TUSKGEE”. Para saber mais 
sobre o estudo acesse o link: (redbioetica.com.ar)
Princípios da bioética
Fluxograma 2: Princípios bioéticos
Barbosa, F.C.G., 2021.
Beneficência
O princípio da beneficiência apresenta uma relação quanto a busca 
de uma excelência profissional. Você pode observar essa busca, por 
exemplo, por meio do juramento de Hipócrates:
“Usarei o tratamento para ajudar os doentes, 
de acordo com minha habilidade e julgamento 
e nunca o utilizarei para prejudicá-los”. 
O juramento de Hipócrates abrange todas as profissões da 
área da saúde, ou seja, é obrigação de todo profissional da saúde 
sempre fazer o bem para todos os pacientes, utilizando de todos 
os seus conhecimentos e habilidades, bem como devendo sempre 
SAIBA MAIS
46
maximizar os benefícios e minimizar os riscos, procurando alcan-
çar o melhor tratamento e a prevenção para todas as doenças, por 
meio de um equilíbrio físico e emocional.
Não-maleficência
Este princípio é considerado como o mais controverso dos quatro 
princípios, tendo como pressuposto que é dever de todo o profis-
sioinal da saúde não fazer qualquer mal a outro indivíduo, não 
causando danos ou colocando-o em risco. O fato de não se pensar 
em fazer o mal, por si só, já é um ato de bondade para o outro. Você 
está convidado para refletir neste momento, uma vez que muitas 
das intervenções tanto diagnósticas como terapêuticas que estão 
presentes na saúde, em muitos casos, acabam apresentando um 
certo risco.
A maior justificativa em todos estes casos está relacionada 
com os casos onde existe uma certa expectativa quanto ao benefício 
esperado em função desta avaliação ou exame: quando o benefício 
é maior que a possibilidade de risco, a sua realização é, portanto, 
justificada.
Autonomia
Neste princípio está envolvido o poder de decisão que o indivíduo 
tem com relação a si mesmo, e que cada ser humano deve ter a sua 
liberdade resguardada e garantida.
Em função deste princípio, o ser humano que é adulto e pos-
sui plena consciência vai ter sempre o direito de decidir do que 
pode ser realizado ou não no seu próprio corpo.
Existem duas condições que podem ser consideradas como 
fundamentais para que o indivíduo possa exercer sua autonomia: 
ter sempre a capacidade de agir de forma intencional, compreen-
dendo e tendo as condições necessárias para decidir entre todas as 
alternativas apresentadas, como também, a liberdade de decisão 
para todo e qualquer procedimento.
47
Este princípio, na prática, obriga que todo profissional da 
saúde deva apresentar para todos os seus pacientes as informações 
necessárias para que eles consigam entender todos os seus proble-
mas, garantindo que em função dessas informações, tenham condi-
ções para tomar as suas decisões.
Na área da saúde existe um documento que é denominado de 
consentimento informado, que significa a representação dessa in-
teração entre o profissional e o paciente, que após a leitura, como 
também a explicação completa sobre os procedimentos, deve assi-
nar confirmando o seu consentimento, o que significa a sua decisão 
voluntária, quanto a sua submissão para todos os procedimentos 
que forem necessários.
Figura 1: Poder de decisão do paciente
Fonte: Freepik
Justiça ou equidade
Neste princípio está envolvido a organização de todos os deveres 
e benefícios sociais de uma forma coerente e apropriada para to-
dos os indivíduos que fazem parte de uma determinada sociedade, 
devendo ser garantindo para cada um o seu direito. É fundamen-
tal evidenciar que a equidade é diferente da igualdade. Igualdade é 
aplicado quando queremos nos referir a situações iguais, idênticas 
ou equivalentes para todos os indivíduos e para todas as situações. 
Equidade está diretamente ligada ao julgamento imparcial, com re-
tidão e justiça.
48
A bioética ao ser aplicada para o setor público deve prote-
ger a vida e a integridade de todos os indivíduos, evitando portanto 
qualquer forma de discriminação, marginalização ou a segregação 
social, o que significa que todos os indivíduos devem ter os mesmos 
direitos, porém, infelizmente no dia a dia das pessoas este princípio 
muitas vezes não é respeitado, sendo observado, por exemplo, pa-
cientes que ficam meses em uma fila de espera para serem atendi-
dos em uma consulta ou ainda para uma intervenção cirúrgica.
Saiba Mais
Para aprofundar um pouco mais sobre a origem da bioética, a bioé-
tica e a ética, a bioética e a humildade, a bioética e a responsabili-
dade e a bioética e a competência interdisciplinar, leia o artigo do 
professor Doutor em Ciências Médicas José Roberto Goldim, “Bioé-
tica: Origens e Complexidade”,
Ética ao profissional de saúde 
Neste item você irá conhecer a criação dos conselhos profissionais 
da saúde, funções dos conselhos da área da saúde, situação atual dos 
conselhos de classe, profissões da área da saúde regulamentadas, 
código de de ética profissional, Organização Mundial da Saúde e por 
último a Organização Pan-Americana da Saúde.
SAIBA MAIS
OBJETIVO
49
Objetivo de criação dos conselhos Profissionais
O propósito da criação de todos os conselhos profissionais da saú-
de foi regularizar, regulamentar e fiscalizar todos os profissio-
nais que trabalham na área da saúde, além da representação política 
das classes, operando junto com o poder Legislativo, Ministérios, 
Secretarias e Conselhos de Saúde, somado ao empenho de todas as 
instâncias.
Figura 2: Conselhos da área da saúde
Fonte: Freepik
Funções dos conselhos da área da saúde
Está a cargo dos Conselhos Profissionais a fiscalização do exercício 
profissional, sendo destinado às instituições de natureza jurídica 
e federativa, que possuem independência administrativa e finan-
ceira, sustentadas pelas colaborações de cada profissional inscrito, 
com relação a habilitação para o exercício profissional.
Os conselhos devem fiscalizar o exercício profissional, de-
sempenhando, em juízo e fora dele, os interesses gerais e indivi-
duais dos profissionais, garantindo uma boa execução de todos os 
serviços prestadosà sociedade.
50
Nos regimes democráticos no mundo, os conselhos profis-
sionais devem contribuir para o desenvolvimento dos mecanismos 
de controle social e para a democratização das políticas públi-
cas, precisando estar em concordância com o projeto ético-polí-
tico profissional, um projeto social maior; devendo ser um agente 
fundamental na construção e consolidação de uma sociedade mais 
democrática.
A partir da década de 1980 os conselhos estão mais relaciona-
dos nas diferentes lutas da sociedade, com uma grande atuação na 
construção coletiva dos espaços democráticos de defesa das políti-
cas públicas, colaborando para a institucionalização de princípios 
democráticos da Constituição Federal de 1988.
Os conselhos profissionais da saúde têm dado preferência 
para as suas ações que estão envolvidas quanto a qualificação de 
profissionais e trabalhadores, procurando atingir melhores condi-
ções de trabalho, democratização dos vínculos profissionais, atua-
ção nos espaços de controle social, universalização das políticas 
sociais, confirmação do direito ao atendimento humanizado nos 
serviços públicos e incentivo à participação popular, em união com 
os diversos segmentos da sociedade.
Situação atual dos conselhos de classe
Os conselhos de classe atualmente têm um papel primordial com 
relação à constituição de um pacto baseado na ética e nos direitos 
humanos, procurando atingir a justiça social e a democracia.
Qualquer sociedade só pode evoluir por meio de sua habilida-
de de rediscutir todas as suas regras, valores e códigos de conduta 
de maneira plural e estruturada, permitindo as verificações entre o 
presente e o passado com o objetivo de planejar o futuro.
Todas as profissões da saúde possuem um decreto lei, pre-
sentes em todas as suas especificidades, sendo válidos para todo o 
território Nacional, específico para os portadores de diplomas expe-
didos por curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação.
51
Todos os decretos possuem várias resoluções, que tem o pa-
pel de explicar, regulamentar e determinar os padrões e conceitos 
quanto a atuação, técnicas e proibições para cada área além das leis 
que são as responsáveis pela regulamentação de todas as profissões.
A seguir será abordado a regulamentação por meio da lei e do 
decreto de todas as profissões da área da saúde de nível superior, 
com os seus respectivos documentos.
Tabela 1: Profissões da área da saúde
SAIBA MAIS
52
Fonte: Elaborada pelo autor (2019)
Profissões da área da saúde Regulamentadas
No Brasil atualmente existem mais de vinte profissões da área da 
saúde que são regularizadas, sendo algumas de formação de nível 
técnico, por exemplo, técnico em radiologia, enfermagem, auxiliar 
de enfermagem, análises clínicas, prótese dentária, saúde bucal, 
auxiliar de saúde bucal entre outras.
Código de Ética profissional
O Código de ética profissional é um documento que apresenta várias 
diretrizes tendo o obejetivo de auxiliar todos os indivíduos quanto 
às suas atitudes e condutas, aspectos morais aceitos pela sociedade.
53
Cada uma das profissões da área da saúde tem o seu próprio 
código de ética com o objetivo de auxiliar quanto a execuação de 
cada uma das profissões.
O código de ética é escrito em decorrência das lutas, interes-
ses e ambições da sociedade beneficiada para todos os serviços ofe-
recidos pelos profissionais.
Os conceitos de éticas deontológicos determinados pelos 
conselhos, estão diretamente envolvidos com as leis e as normas le-
gais do país. portanto, mesmo que o profissional seja absolvido pelo 
próprio conselho, pode ser caracterizado como uma forma de ferir a 
lei, em função de não estar apenas realizando um descumprimento 
ético, mas também em função do dano causado as vítimas envolvi-
das com essas atitudes não éticas.
A maior parte dos profissionais da área da saúde devem estar 
voltados para a promoção, reabilitação da saúde, prevenção, recu-
peração e autonomia de acordo com todos os preceitos éticos e le-
gais existentes.
Os profissionais são componentes da equipe de saúde, e de-
vem ter como objetivo a satisfação quanto as demandas de saúde da 
sociedade e dos princípios das políticas públicas de saúde e ambien-
tais, que permitam a universalidade de acesso a todos os serviços de 
saúde.
Figura 3: ética, moral e deontologia
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
54
Organização Mundial da Saúde
No dia 07 de abril de 1948 foi criada a Organização Mundial da Saú-
de (OMS) na cidade de Nova Iorque. A OMS é subordinada a Orga-
nização das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra na Suíça.
O objetivo fundamental da organização é desenvolver ao 
máximo possível a saúde em todos os povos. A saúde é caracteri-
zada como um estado de completo bem-estar físico, mental e so-
cial, não compreendendo somente da ausência de uma doença ou 
enfermidade.
Organização Pan-Americana da Saúde
No ano de 1902 foi criado Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS), que é uma organização internacional especializada em saú-
de considerada como a agência internacional de saúde mais antiga 
em todo o mundo.
O trabalho dessa agência é melhorar condições de saúde dos 
países que fazem parte das Américas. A Organização Pan-Americana 
da Saúde faz parte da ONU e atualmente seus escritórios estão pre-
sentes em mais de 27 países, contando com oito centros científicos.
Figura 4: eblema da Organização Pan-Americana de Saúde
Fonte: Observatório Nacional de Saúde Viária. Disponível em: Acesso em: 30/06/2022
55
Biossegurança: histórico, conceito e 
legislação
Ao longo deste item você será capaz de compreender o histórico da 
biossegurança, conceito sobre a biossegurança, legislação sobre 
biossegurança, comissão técnica nacional de biossegurança e prin-
cipais classes de riscos ocupacionais.
Histórico da biossegurança
No período de 1940 a 1950, vários cientistas estavam realizando 
pesquisas com infecções humanas através de vírus e bactérias, que 
eram obtidos nos locais de trabalho por meio da exposição direta ou 
indireta de um agente infeccioso.
Figura 5: biossegurança
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
Na década de 1940 nos Estados Unidos o go-
verno americano começou um programa no 
Forte Detrick, cujo objetivo era organizar para 
uma possível guerra biológica, eles estavam 
OBJETIVO
56
bastante preocupados com a possibilidade da 
Alemanha Nazista utilizar foguetes como um 
veículo para uma guerra biológica durante a Se-
gunda Guerra Mundial (HIRATA, et al, 2012).
Por este motivo, foi construído no Forte Detrick o primeiro lo-
cal para o estabelecimento de um espaço de segurança destinado ao 
trabalho com os agentes biológicos.
Conceito sobre a biossegurança
A biossegurança é definida como a execução de várias ações que estão 
voltadas para a prevenção e proteção dos indivíduos, devido aos riscos ge-
rados em função dos agentes químicos e físicos, redução dos riscos envol-
vidos com as atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico 
e realização dos serviços, tendo em vista a saúde do homem, dos animais e 
a preservação do meio ambiente, e a qualidade dos resultados.
Uma das principais funções da biossegurança é a 
geração de um ambiente biológico seguro, para 
os indivíduos e os profissionais que estão envol-
vidos com uma determinada situação (HIRATA, 
et al, 2012).
Legislação sobre biossegurança
O ano de 1984 é considerado o ano do surgimento da biossegurança, 
porém apenas no ano de 1995 que a primeira Lei da Biossegurança foi 
sancionada no Brasil.
No dia 05 de janeiro de 1995 foi promulgada a Lei 
n° 8.974, denominada como a Lei Brasileira da 
Biossegurança, a qual constitui as especificações 
para o trabalho com DNA no Brasil, na qual in-
cluída a pesquisa, produção e comercialização de 
organismos geneticamente modificados (OGMs), 
como objetivo de cuidar da saúde do homem, 
dos animais e do meio ambiente (HIRATA, et al, 
2012).
DATAS IMPORTANTES PARA A BIOSSEGURANÇA NO

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