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HABIGZANG, Luísa Fernanda; DALA CORTE, Fabiana; HATZENBERGER, Roberta; 
STROEHER, Fernanda; KOLLER, Sílvia Helena. Avaliação psicológica em casos de 
abuso sexual na infância e adolescência. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, 
v. 21, n. 2, p. 338-344, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/prc. 
 
Nome: Paula Koscak Pastoriza - RA: G383478 
Data: 14/08/2025 
 
O artigo apresenta os resultados da avaliação psicológica realizada em dez 
meninas com idades entre nove e treze anos, vítimas de abuso sexual intrafamiliar, 
com o objetivo de identificar os sintomas resultantes desse tipo de violência e as 
consequências negativas no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. 
O abuso sexual pode se dar através de toques, carícias, sexo oral ou relações 
com penetração (digital, genital ou anal), além de situações sem contato físico direto, 
exposição a material pornográfico, exibicionismo e assédio, onde a criança ou 
adolescente é submetida a alguém em estágio mais avançado de desenvolvimento 
para estimulação sexual. Geralmente o agressor se aproveita de sua posição de 
confiança ou autoridade para coagir a vítima, o que prejudica que denúncias sejam 
realizadas e evidencia o fato de que o abuso sexual, além de estar relacionado com 
outros tipos de violência: física, psicológica e negligência, é um importante fator de 
risco para o desenvolvimento de psicopatologias 
Foram utilizados instrumentos durante a avaliação psicológica que permitiram 
compreender a história e a dinâmica do abuso sexual e a identificar sintomas 
psicopatológicos e alterações cognitivas, emocionais e comportamentais. Os 
resultados apontaram que a maioria das meninas foi vítima de abuso por pelo menos 
um ano antes de revelar o ocorrido, oito delas sofreram também abuso psicológico e 
físico e todas receberam ameaças. Foram identificados sintomas de TEPT em 7 caso, 
revivência e hipervigilância em 3 casos, depressão em 4 casos, ansiedade, crenças 
distorcidas como culpa e desconfiança e baixo rendimento escolar em 8 casos. Não 
foi apresentado comportamentos hipersexualizados e ideações suicidas. O 
comportamento hipersexualizado está associado ao abuso infantil e pode trazer como 
consequência a revitimização. 
Através da avaliação também foram identificados fatores de riscos na família 
da vítima, violência intrafamiliar, abuso de álcool, dificuldades econômicas, baixa 
escolaridade, histórico de vitimização de outras pessoas pelo agressor, desemprego 
ou subemprego, e problemas conjugais, demonstrando que o modelo de avaliação foi 
eficaz para compreender a dinâmica dos casos e identificar os sintomas decorrentes. 
 As autoras enfatizam a necessidade de se desenvolver novos instrumentos 
psicológicos para a avaliação de casos de abuso sexual infantil, pois as evidências 
obtidas auxiliam no planejamento de intervenções, na precisão diagnóstica e a 
elaboração de relatórios jurídicos; e, apontam a necessidade de uma postura ética, 
comprometida e acolhedora do profissional para que a vítima possa relatar o abuso, 
pois é através de um espaço seguro que ela pode reorganizar a memória traumática, 
corrigir crenças distorcidas e confiar em um adulto não abusivo, além de ser 
fundamental para a qualidade dos resultados. 
Após a avaliação psicológica as dez meninas foram encaminhadas à grupo de 
terapia e aderiram ao processo.

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