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1-INTRODUÇÃO A REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA

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Introdução à Reprodução Humana
Assistida
A história da Reprodução Humana Assistida (RHA) e as noções de Gametogênese, anatomia e fisiologia
dos sistemas reprodutores feminino e masculino, assim como os principais conceitos e as técnicas
realizadas na Reprodução Assistida.
Profª. Ana Clara Coelho Esteves
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender o histórico da Reprodução Assistida e seus principais conceitos, relembrando a anatomia e
fisiologia dos sistemas reprodutores feminino e masculino e os principais eventos da reprodução humana,
como base para a expansão do conhecimento no universo da RHA.
Objetivos
Reconhecer a história e os principais conceitos de Reprodução Assistida.
Descrever o sistema reprodutor feminino e masculino e a fisiologia da reprodução.
Introdução
A dificuldade em se ter um filho é uma condição que afeta não só casais que não conseguem engravidar
naturalmente, mas também pacientes que têm sua fertilidade ameaçada - quando não destruída - por
tratamentos médicos (radio e quimioterapia), mulheres que não possuem parceiro e desejam ser mães
independentes, e casais homoafetivos. 
As técnicas de Reprodução Assistida surgiram com o objetivo de contornar o impeditivo em questão e ajudar
essas pessoas, dando a elas uma possibilidade adicional de completar ou aumentar suas famílias. 
Cada vez mais individualizados, os tratamentos de Reprodução Assistida objetivam ampliar a gama de
pacientes a serem atendidos, com a esperança de que as tecnologias auxiliares que surgem e se aperfeiçoam
continuamente possam prover as ferramentas necessárias para problemas ainda sem solução, mas que em um
futuro próximo poderão ser resolvidos, trazendo alegria a um número ainda maior de pessoas. 
Para entender o papel das técnicas de Reprodução Assistida, é necessário entender também o que acontece
na forma natural e fisiológica da reprodução, para saber os problemas que podem surgir e como contorná-los.
Assim, vamos seguir a evolução dos conhecimentos iniciando como se segue a evolução de um embrião.
Prontos? Vamos lá! 
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
Orientações sobre unidades de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.
• 
• 
1. Histórico e técnicas de Reprodução Assistida
Introdução à Reprodução Assistida
A Reprodução Assistida consiste no conjunto de técnicas de manipulação laboratorial de gametas em alguma
fase do processo, com o objetivo de auxiliar na gestação, quando essa não pode ser alcançada de forma
natural, ou seja, quando o casal ou paciente apresenta algum fator de infertilidade.
Gametas
São as células germinativas femininas e masculinas - oócitos e espermatozoides, respectivamente -
resultantes do processo de divisão meiótica que, juntas, dão origem ao embrião.
Mas o que é infertilidade?
A infertilidade é a impossibilidade de alcançar uma gestação após 12 meses de relações sexuais regulares e
sem uso de contraceptivo. Esse período pode variar de acordo, principalmente, com a idade da mulher, que é
o fator mais sensível ao tempo quando falamos em Reprodução Assistida. A infertilidade pode ser:
Primária
Quando não se alcança nenhuma gravidez
Secundária
Quando não se consegue alcançar uma
gravidez após uma primeira concepção bem-
sucedida. 
A concepção pode ser entendida como sinônimo de gravidez, ou seja, a geração de um bebê.
 
Desse modo, as técnicas de Reprodução Humana Assistida (RHA) podem ajudar casais com algum fator de
infertilidade, mulheres que desejam engravidar de forma independente (sem parceiro) e casais homoafetivos,
bem como oferecem a possibilidade de preservação de fertilidade para pacientes oncológicos, por exemplo.
Técnicas de Reprodução Assistida
As técnicas empregadas na Reprodução Assistida podem ser de baixa ou alta complexidade, e permitem
contornar os fatores (sociais, anatômicos, endócrinos, indicações médicas, entre outros) que, de algum modo,
interferem no sucesso da gestação – seja ela de planejamento imediato seja apenas de um desejo futuro.
As técnicas de baixa complexidade não requerem manipulação de oócitos e pré-embriões em um laboratório e
são, em geral, mais acessíveis, como veremos a seguir: 
Coito programado
O crescimento dos folículos ovarianos da paciente é acompanhado por
ultrassonografia e a relação sexual é programada para o período
ovulatório. 
Inseminação intrauterina
O sêmen passa por capacitação laboratorial e a amostra resultante é
inseminada no útero da mulher. 
Já as técnicas de alta complexidade requerem que os oócitos sejam manipulados e fertilizados em laboratório,
para que possa haver a transferência de um pré-embrião de volta ao útero posteriormente. Elas se resumem
em fertilização in vitro (FIV), que pode ser convencional ou por injeção intracitoplasmática de espermatozoide
(ICSI), brevemente descritas a seguir:
Atenção
A fertilização in vitro é considerada um procedimento de alta complexidade por exigir equipamentos
mais especializados, além de manipulação dos oócitos em laboratório, para sua realização. 
Inseminação intrauterina X FIV convencional X FIV com ICSI
FIV convencional 
Simula o que ocorreria naturalmente na
trompa uterina e consiste em colocar oócitos
em uma gota de meio de cultivo com
espermatozoides, que, por sua vez, vão
fecundar os oócitos sem maiores
interferências.
FIV com ICSI 
É mais invasiva, uma vez que os
espermatozoides são selecionados pelo
embriologista sob visualização
microscópica, para depois serem
injetados nos oócitos (um
espermatozoide por oócito) por meio da
utilização de microagulhas.
Neste vídeo, a biomédica Beatriz Campos, faz uma comparação entre a inseminação intrauterina, FIV
convencional e FIV com ICSI, abordando a indicação e as diferenças metodológicas. Ah! fique tranquilo, alguns
termos empregados no vídeo vocês irão conhecer quando começarem a explorar mais o mundo da
reprodução humana assistida! 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
História da Reprodução Assistida
É verdade que, quando pensamos em Reprodução Assistida, pensamos em fertilização in vitro, no famoso
“bebê de proveta”, exatamente por este ter sido um procedimento de maior complexidade que trilhou um
longo caminho até permitir que diversos fatores de infertilidade fossem driblados com a geração de um bebê
em laboratório. Assim, é principalmente em torno dele que gira a nossa história, mas vamos caminhar pelos
passos dados até o sucesso da técnica ser alcançado. 
Curiosidade
Os primórdios do saber científico dentro da Reprodução Assistida registram a primeira inseminação
artificial canina em 1779, feita por um italiano, e a primeira intrauterina em humanos, no final do século
XVIII, realizada por um médico inglês. 
A inseminação perdeu espaço com o advento da fertilização in vitro, mas hoje vem conquistando novamente
seu lugar no tratamento de casais inférteis. Desde quando a pesquisa animal ainda estava ajudando a
fundamentar a prática, os oócitos e pré-embriões eram recuperados por meio de lavagem das trompas e
cavidade uterinas - procedimento realizado em alguns animais até o dias atuais.
Esquema 3D ilustrando o procedimento de aspiração folicular.
Entretanto, cientistas começaram a perceber, entre a década de 1960 e início da 1970, que essa técnica
impedia a recuperação dos oócitos nas pacientes com trompas uterinas danificadas ou bloqueadas, fazendo-
se necessária uma forma de acesso direto para captação dos oócitos. Assim, a laparoscopia se mostrou
eficiente e se tornou a técnica de escolha para coleta de oócitos maduros na época. Hoje, os oócitos são
coletados por aspiração folicular com acesso transvaginal e punção ovariana.
Patrick Steptoe.
Laparoscopia
É uma técnica de cirurgia minimamenteinvasiva. Normalmente, consiste em um ou dois pequenos cortes
para inserção de uma microcâmera que permite a visualização do interior da cavidade peritoneal e,
desse modo, guia os procedimentos cirúrgicos realizados naquele local.
Como não existiam cursos de aperfeiçoamento específicos para laboratório, as técnicas eram adquiridas por
aprendizagem na prática. Os procedimentos laboratoriais eram realizados por profissionais com experiência
em embriologia experimental e biologia veterinária. Os laboratórios de fertilização in vitro, que hoje possuem
padrões de filtragem de ar, temperatura e umidade ideais exigidos pelos órgãos reguladores para seu
funcionamento, no início, eram frequentemente improvisados em salas de cirurgia pré-existentes, nas quais
não era incomum se deparar com profissionais fumando e se alimentando entre os procedimentos.
A Reprodução Assistida teve contribuição de muitas áreas de atuação. Os equipamentos hoje utilizados nos
laboratórios foram baseados e adaptados de antecedentes que outrora desempenhavam outras funções. 
Exemplo
O primeiro microscópio invertido foi desenvolvido em 1850 e o primeiro micromanipulador para
microcirurgias em células foi inventado em 1912, ambos nos Estados Unidos da América. As primeiras
incubadoras datam do Egito Antigo, quando eram usadas para chocar ovos; no século XIX, foram
substituídas por redomas aquecidas de vidro que, na década de 1960, foram substituídas por
incubadoras de dióxido de carbono e, nos anos 1970, por incubadoras de jaqueta aquecida. 
O primeiro laboratório especialmente dedicado
e elaborado para a realização de fertilização in
vitro foi construído em Cambridgeshire, no
Reino Unido, em 1980, pelos pioneiros Robert
Edwards e Patrick Steptoe, diretor científico e
médico, respectivamente, e Jean Purdy,
enfermeira que frequentemente tem seu papel
omitido, mas com função primordial no trabalho
junto a Edwards e Steptoe, atuando
principalmente no controle de qualidade do
laboratório.
 
O planejamento desse local veio depois de
centenas de tentativas de fertilização que
resultaram em dois nascimentos de bebês
vivos. Ao mesmo tempo, várias outras clínicas eram construídas em outros locais do mundo, como Austrália,
Estados Unidos, Índia, Áustria, França, Holanda, Suécia e Espanha. Em 1985, esse novo campo de atuação
emergente estava sendo referido como Tecnologia da Reprodução Assistida.
O nascimento de Louise Brown foi noticiado em
diversos jornais, como mostra a imagem.
Incubadora usada para gerar o primeiro bebê de
proveta (modelo “redoma de vidro”).
Ainda em um laboratório um tanto quanto improvisado,
Patrick Steptoe e Robert Edwards conseguiram sucesso na
técnica de FIV e relataram o nascimento do primeiro “bebê
de proveta”. Louise Brown nasceu saudável, de parto
cesárea, em 25 de julho de 1978 – e é por isso que
comemoramos o dia do embriologista nessa data!
Naquela época, a possibilidade de sucesso de um
tratamento de Reprodução Assistida não passava de 5%,
enquanto hoje podemos ver taxas de implantação girando
em torno de 50%. Isso certamente se deve ao
aprimoramento do ambiente em que todo o tratamento se
passa. 
Desde o nascimento desses primeiros bebês,
equipamentos e técnicas utilizados no
laboratório de FIV sofreram drásticas
evoluções. As incubadoras, que antes eram
basicamente redomas de vidro, hoje são
detalhadamente adaptadas ao cultivo
embrionário, podendo inclusive possuir
câmeras em seu interior para monitorar o
desenvolvimento dos pré-embriões
(incubadoras time-lapse). Os meios de cultivo
passaram de composições simples com
soluções salinas e plasma sanguíneo a
complexos meios otimizados, de modo a
oferecerem exatamente os nutrientes que o
pré-embrião precisa; os profissionais estão
cada vez mais especializados; as técnicas de
biópsia e análise genética embrionária são cada
vez mais precisas e abrangentes, e assim por
diante.
O primeiro bebê de proveta no Brasil
No Brasil, celebramos em 07 de outubro de 1984 – apenas seis anos após o primeiro bebê de proveta
do mundo – o nascimento de Anna Paula Caldeira, primeiro bebê brasileiro resultante de FIV (e
estima-se que tenha sido o 700º de todo o mundo), pelas mãos do pioneiro Milton Nakamura.
Nilson Donadio, também pioneiro na área, reivindica que, meses antes do nascimento de Anna Paula,
ele próprio teria obtido o nascimento de um bebê por meio de fertilização in vitro, mas foi mantido em
sigilo por questões éticas. Assim, a prioridade histórica fica com Nakamura, por ter sido o responsável
pela divulgação midiática do evento.
Foto de uma ICSI prestes a acontecer. A agulha maior
segura o oócito e a menor injeta um único
espermatozoide em seu citoplasma.
Com o passar do tempo, foi sendo notado um obstáculo
para o sucesso da FIV convencional: o fator de infertilidade
de origem masculina. Assim, em 1992, foi desenvolvida pelo
italiano Gianpiero Palermo a ICSI, grande avanço posterior
ao advento da fertilização in vitro. A técnica consiste na
injeção de um único espermatozoide no citoplasma de cada
oócito, possibilitando a paternidade biológica mesmo
quando a quantidade de espermatozoides disponíveis é
pequena ou quando não estão disponíveis no ejaculado – ou
seja, nos casos em que são recuperados cirurgicamente do
testículo ou epidídimo.
A procura por tratamentos de reprodução assistida vem
crescendo não só no Brasil, mas também em todo o mundo.
Na América Latina, o Brasil lidera o ranking dos países que
mais realizaram técnicas de Reprodução Assistida, com 83
mil bebês brasileiros nascidos a partir dessas técnicas em
25 anos. Apesar de a maioria das clínicas ser particular, tratamentos gratuitos são oferecidos em algumas
seletas instituições, como o Hospital Pérola Byington, em São Paulo. 
Saiba mais
Nesses locais onde os tratamentos são livres de custo, costumam ser realizadas as técnicas de baixa
complexidade, ou FIV com estimulação mais branda, que resulta na formação de uma quantidade menor
de oócitos e, consequentemente, pré-embriões. 
Conceitos importantes na Reprodução Assistida
Para entrarmos no universo da Reprodução Humana Assistida mais detalhadamente, faz-se necessário
recordar alguns conceitos relevantes.
Você certamente já ouviu falar nos tipos de divisão celular importantes para a geração de células
germinativas, formação de um novo indivíduo, crescimento, renovação e diferenciação celular. Provavelmente
também lembra que uma dessas divisões é reducional – reduz o número de cromossomos na célula – e a outra
não. Vamos relembrar a diferença entre elas e seus resultados? 
Mitose
É o processo de multiplicação celular em que uma célula-mãe duplica seu
conteúdo e depois divide-se, dando origem a duas células-filhas com o
mesmo conteúdo celular original. É por meio desse processo que o zigoto
se divide em duas células, que continuam se multiplicando até formar o
pré-embrião, o embrião, o feto, o bebê e o indivíduo adulto.
O ser humano realiza mitose desde seu primeiro estágio celular diploide
até o momento de sua morte.
Meiose
É o processo de divisão celular que resulta em células com a metade do
número de cromossomos da célula original (célula-mãe), como é o caso
da formação das células germinativas ou gametas (oócitos e
espermatozoides) dos organismos de reprodução sexuada. 
Assim, as células-mãe são diploides, enquanto as células originadas do
processo meiótico são haploides. 
Vale lembrar que haploidia é a característica de células que possuem apenas um conjunto de cromossomos,
como os gametas humanos (oócitos e espermatozoides). A designação mais comum para os organismos
haploides é “n”. A fusão de dois núcleos celulares com conteúdo haploide (n) resulta em uma célula com
núcleo diploide (2n), ou seja, contendo dois conjuntos de cromossomos – como acontece na união do
espermatozoide (n) com o oócito (n), formando o zigoto (2n), que dará origem ao pré-embrião, por meio da
mitose.
Cormossomos
São estruturas compostas de cadeias de DNA (ácido desoxirribonucleico) que carregam a informação
genética do indivíduo. Podemser somáticos (autossomos) ou sexuais.
Diploidia é a característica de células que possuem seus cromossomos organizados em pares homólogos,
chamados de cromossomos homólogos, ou seja, são os cromossomos herdados do pai e da mãe que
compõem um mesmo par e possuem informações genéticas correspondentes, bem como estrutura e tamanho
semelhantes. Seres humanos são organismos diploides.
Saiba mais
Células diploides, caso se unissem, formariam um indivíduo tetraploide (com 4 conjuntos de
cromossomos). Por essa razão, é necessária a formação de células haploides (gametas) para a
fertilização. O resultado dessa união é o ser humano apresentando dois conjuntos de 23 cromossomos
(23 pares) em suas células (exceto células germinativas), sendo 22 pares de cromossomos somáticos
(ou autossomos) e 1 par de cromossomos sexuais. 
Mas qual a diferença entre cromossomos somáticos e cromossomos sexuais?
Chamamos de cromossomos somáticos aqueles que não são ligados às características sexuais dos indivíduos.
O ser humano possui 44 (22 pares) autossomos. 
Já os cromossomos sexuais são aqueles que determinam as características ligadas ao sexo do indivíduo. Nos
seres humanos, mulheres carregam duas cópias do cromossomo X, razão pela qual o cariótipo feminino
normal é descrito como 46,XX, significando 46 cromossomos no total, sendo os sexuais XX. Já os homens
com cariótipo normal são descritos como 46,XY, ou seja, além dos autossomos, carregam uma cópia do
cromossomo X e uma do cromossomo Y, podendo passar qualquer uma das duas à sua prole. Por essa razão,
é dito que o homem é quem determina o sexo da criança, uma vez que a contribuição materna só pode ser um
cromossomo X. Desse modo, se a criança herdar um cromossomo Y do pai, terá o cariótipo masculino; se
herdar o cromossomo X, esse se juntará ao cromossomo X herdado da mãe e resultará em um cariótipo
feminino. 
Ilustração do cariótipo humano normal, evidenciando a diferença entre os
cromossomos sexuais.
Como nós sabemos, os gametas são as células germinativas resultantes do processo de divisão meiótica
(haploides) que, juntas, dão origem ao pré-embrião (diploides). 
Esquema ilustrativo das células germinativas e do produto de sua união, com
respectivos materiais genéticos.
E o que definimos como um embrião?
Existe uma divergência de opiniões quanto à adequabilidade do termo “embrião”, de forma que alguns
profissionais preferem utilizar o termo “pré-embrião” para designar o produto da união dos gametas durante
os primeiros 14-16 dias de desenvolvimento, e “embrião" para o período que se segue, até a oitava semana de
gestação, quando o produto da concepção passa, então, a ser chamado de “feto”. Sendo assim, no que se
refere à Reprodução Humana Assistida, estaríamos trabalhando com pré-embriões em laboratório. No entanto,
para fins didáticos, podem ser encontrados ambos os termos “pré-embrião” e “embrião”. Mas daremos aqui
preferência ao termo “pré-embrião”.
Saiba mais
O período máximo de cultivo laboratorial é de 14 dias (como estabelecido pela última Resolução nº
2.294/2021 do Conselho Federal de Medicina), ainda que na prática terapêutica não seja visto o cultivo
posterior ao sétimo dia de desenvolvimento embrionário. 
Para a formação do pré-embrião, é necessária a fecundação, que acontece quando o espermatozoide
consegue penetrar o oócito. Mas antes de falar da fecundação propriamente dita, vamos relembrar o que são
os espermatozoides e os oócitos. 
Espermatozoides
Apresenta três partes em sua estrutura: cabeça, peça intermediária e
cauda. A cabeça de um espermatozoide morfologicamente normal
apresenta aspecto oval e achatado, e abriga o núcleo celular contendo as
informações genéticas do pai biológico (conjunto de cromossomos n);
também ali está presente uma estrutura conhecida como acrossomo,
responsável por abrigar as enzimas necessárias para que o
espermatozoide consiga fecundar o oócito. Na peça, estão localizadas as
mitocôndrias, que geram a energia necessária ao movimento dos
espermatozoides. A cauda, também chamada de flagelo, é responsável
pela movimentação espermática.
Oócitos
Carrega o conjunto de cromossomos (n) contendo as características
genéticas da mãe biológica. Seu citoplasma (também chamado
ooplasma) é cercado por uma camada glicoproteica, chamada zona
pelúcida, com um pequeno espaço entre eles, chamado espaço
perivitelínico, onde se situa o primeiro corpúsculo polar (cujas
composição e origem estudaremos mais à frente), indicativo de que o
oócito está maduro e pronto para ser fertilizado. Logo após a zona
pelúcida, o oócito é envolto por uma camada de células que compõem a 
corona radiata e que desempenham importante papel na fecundação.
Após fertilização do oócito e exclusão do segundo corpúsculo polar, o
gameta passa a ser chamado de óvulo.
O processo de fecundação segue as seguintes etapas:
I. A fecundação se inicia nas células da corona radiata, que por meio da quimiotaxia (liberação de sinais
químicos de atração) atraem os espermatozoides na direção do oócito.
 
II. Seguindo sua passagem pela corona radiata, os espermatozoides chegam à zona pelúcida, cujas
glicoproteínas possuem a função, entre outras, de ligação com os receptores presentes na membrana dos
espermatozoides.
 
III. Após atravessarem a zona pelúcida, a membrana plasmática do espermatozoide se funde com a do oócito,
e o material genético do espermatozoide é liberado no ooplasma.
Todas as etapas descritas acima são também uma forma de seleção espermática.
Zigoto humano, corretamente fertilizado, com dois pró-
núcleos no centro do ooplasma.
Fecundação.
Chamamos de fertilização se a fecundação tiver sucesso e houver formação dos pró-núcleos feminino e
masculino e posterior início das divisões celulares (clivagem celular). 
Mas o que é o pró-núcleo?
Como o próprio nome diz, são núcleos anteriores ao núcleo verdadeiro da célula diploide eucarionte. São
estruturas vesiculares que podem ser observadas no citoplasma do zigoto - estágio de célula diploide,
resultante da união do oócito com o espermatozoide, prévio à primeira divisão celular- e contêm o material
genético do oócito e do espermatozoide, separadamente, antes que esses sofram singamia e se tornem um
único núcleo com dois conjuntos de cromossomos.
Singamia
Processo de união dos dois pró-núcleos para que formem um único núcleo diploide. 
Quando a fertilização correta do oócito é
verificada sob aumento microscópico, percebe-
se a presença de dois pró-núcleos: um feminino
e um masculino. O pró-núcleo masculino se
forma perto do local onde o espermatozoide
entra, enquanto o pró-núcleo feminino se forma
no pólo citoplasmático do fuso meiótico.
Saiba mais
O processo da fecundação ocorre sempre que o espermatozoide encontra o oócito “por si só”, ou seja,
dentro da Reprodução Assistida, aconteceria nos casos de coito programado, inseminação intrauterina e
FIV convencional. Na ICSI, as barreiras dos oócitos não são vencidas pelo próprio espermatozoide, uma
vez que existe seleção artificial do espermatozoide (pelo embriologista) e que este é injetado por inteiro
no citoplasma do oócito com auxílio de microagulhas. 
O processo de desenvolvimento embrionário segue a partir das etapas abaixo:
2º e 3º dias - Clivagem
Sabemos que a fecundação ocorre naturalmente nas trompas uterinas, e ainda ali se inicia a clivagem
celular do pré-embrião, ou seja, ocorrem inúmeras divisões mitóticas durante o caminho percorrido na
trompa uterina. A clivagem subdivide o zigoto primeiramente em duas células; então, em quatro;
depois em oito e assim por diante.
4° dia - Mórula
Após quatro dias da fecundação, o pré-embrião entra na fase de mórula, que representa o estágio de
desenvolvimento embrionário em que observamos uma massa compacta de células, sem limites de
membranas distinguíveis e, portanto, o número dessas células pode ser estimado entre 16 e 32, mas
não pode ser claramente identificado.
5° dia - Blastocisto
Por volta do quinto dia de desenvolvimento, o pré-embrião alcança a cavidade uterina no estágiode
blastocisto, apresentando dois grupos de células diferenciadas: células da massa celular interna
(MCI), que darão origem ao feto, e células do trofectoderma (camada única de células que delimita o
blastocisto. São as células que, após a implantação do embrião no endométrio, darão origem à
placenta), que darão início à placenta. Além desses dois grupos celulares, está presente a blastocele,
que consiste em uma cavidade observada no pré-embrião em estágio de blastocisto, preenchida por
líquido.
6° ao 9° dia - Implantação
Até então, o pré-embrião ainda possui a zona pelúcida, mas quando atinge esse estágio inicia o 
hatching (eclosão), ou seja, as células do trofectoderma rompem a zona pelúcida e começam a
“invadir” o endométrio, para formação da placenta. Assim, uma vez na cavidade uterina, ocorre a
implantação, também chamada de nidação, ou seja, momento em que o pré-embrião inicia sua
adesão ao endométrio.
Esquema representativo do desenvolvimento embrionário, da ovulação até a
implantação.
Devemos, ainda, relembrar alguns conceitos genéticos, que serão extremamente essenciais durante o estudo
da Reprodução Assistida, visto que algumas das técnicas disponíveis incluem análise genética do pré-
embrião. Vale, portanto, recordarmos os conceitos de euploidia e algumas outras definições, como veremos a
seguir:
Euploidia
Caracteriza o conjunto cromossômico numericamente correto, ou seja,
com 22 pares de autossomos e 1 par de cromossomos sexuais,
totalizando 46 cromossomos.
Aneuploidia
É caracterizada pela alteração do número de cromossomos de um
indivíduo, com aumento ou diminuição da quantidade de cópias de um
tipo de cromossomo. As mais comuns são monossomias (condição em
que está presente apenas uma cópia de um determinado cromossomo, e
não duas cópias, como seria o normal no conjunto euploide) e trissomias
(condição em que estão presentes três cópias de um determinado
cromossomo, e não duas). Destaca-se também a nulissomia, condição
em que ambas as cópias de um determinado cromossomo estão
ausentes.
Mosaicismo
Condição em que um pré-embrião não apresenta alterações
cromossômicas em todas as suas células. Em um mesmo pré-embrião,
podemos encontrar diferentes linhagens celulares, ou seja, podemos
encontrar células euploides e aneuploides (e diferentes tipos de
aneuploidia), constituindo o pré-embrião. 
Saiba mais
As doenças monogênicas são aquelas que afetam apenas um gene e também são conhecidas como
doenças mendelianas. Tão importante quanto esse conceito é o da translocação, definida como a
alteração cromossômica na qual ocorre rearranjo cromossômico parcial – uma porção de um
determinado cromossomo é substituída por uma porção de um cromossomo não homólogo, e vice-versa. 
Todos esses conceitos serão revisados e contextualizados ao longo do conteúdo que veremos a seguir,
permitindo assim a percepção de cada um deles de maneira mais detalhada.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Introdução à Reprodução Assistida
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Técnicas de Reprodução Assistida
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Vimos que a Reprodução Assistida consiste no conjunto de técnicas de manipulação laboratorial de gametas
em alguma fase do processo, com o objetivo de auxiliar na gestação, quando essa não pode ser alcançada de
forma natural. Em quais casos podem ser aplicadas as técnicas de Reprodução Assistida?
 
I. Para casais com fator de infertilidade de origem masculina ou feminina.
 
II. Para casais homoafetivos.
 
III. Para mulheres que desejam ter filhos sozinhas, sem parceiro.
 
IV. Para pacientes oncológicos que desejam preservar sua fertilidade antes do tratamento de rádio e/ou
quimioterapia.
 
É correto o que se afirma em:
A
I, II e III
B
I, III e IV
C
I, II e IV
D
II, III e IV
E
I, II, III e IV
A alternativa E está correta.
As técnicas de Reprodução Assistida não se limitam a casais heterossexuais que desejam ter filhos e não
conseguem por conta própria, podendo também ser aplicadas em outros contextos, como, por exemplo,
casais homoafetivos, mulheres que desejam ter filhos sozinhas e pacientes oncológicos que desejam
preservar sua fertilidade antes do tratamento.
Questão 2
Vimos que as técnicas de Reprodução Assistida são divididas em alta e baixa complexidade. Assim, o que
diferencia os tratamentos de baixa e alta complexidade em Reprodução Assistida?
A
O tempo de duração do procedimento.
B
Os medicamentos utilizados no preparo da paciente.
C
A necessidade de manipulação de oócitos e pré-embriões em laboratório.
D
O risco do tratamento oferecido.
E
Apenas o custo dos procedimentos.
A alternativa C está correta.
As técnicas de alta complexidade são aquelas que exigem manipulação de oócitos e pré-embriões em
laboratório, enquanto as de baixa complexidade não exigem manipulação de gametas, ou exigem
manipulação apenas do sêmen.
2. A fisiologia da reprodução humana
Sistema reprodutor masculino
O sistema reprodutor masculino contempla os testículos, um sistema de dutos (que inclui epidídimo, ducto
deferente, ducto ejaculatório e uretra) e as glândulas acessórias (vesículas seminais, próstata e glândulas
bulbouretrais – essas últimas também conhecidas como glândulas de Cowper), além de estruturas de apoio,
como pênis e escroto, conforme observamos imagem abaixo. 
Sistema reprodutor masculino.
A principal função dessas estruturas é produzir e armazenar espermatozoides, permitir a maturação
espermática e contribuir com secreções para formação do sêmen, além de possibilitar o transporte do sêmen,
desde sua formação até sua ejaculação. A seguir, detalhamos as características de algumas dessas estruturas
e suas funções:
Testículos
Os testículos são as gônadas masculinas responsáveis pela produção de espermatozoides e do
hormônio testosterona. Possuem cerca de 5cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro, e estão
localizados no escroto, que pode ser definido basicamente como uma bolsa de pele, também
chamado de bolsa escrotal.
Os testículos possuem, em seu interior, cerca de 900 túbulos seminíferos contorcidos, onde ocorre a
produção dos espermatozoides.
Epidídimo e ductos deferentes
Uma vez produzido nos túbulos seminíferos, o esperma é lançado ao epidídimo, que é um órgão em
forma de vírgula, de aproximadamente 4 centímetros de comprimento, que se localiza posteriormente
ao testículo. O epidídimo consiste em ductos enrolados (que, se fossem desenrolados, mediriam
aproximadamente 6 metros de comprimento) e corresponde ao local de maturação dos
espermatozoides, ou seja, é no epidídimo que os espermatozoides adquirem motilidade e a
capacidade de fertilizar um oócito.
Em certo ponto, os ductos do epidídimo tornam-se menos enrolados e com diâmetro maior. A partir
de então, passam a ser chamados de ductos deferentes. Esses ductos possuem cerca de 45cm de
comprimento e contornam o epidídimo em direção à uretra. Têm a função de transportar os
espermatozoides do epidídimo até a uretra, bem como armazená-los. Os ductos deferentes se
alargam na ampola do canal deferente, logo antes de entrar no corpo da glândula prostática.
Vesículas seminais e próstata
As vesículas seminais, que se localizam uma de cada lado da próstata, secretam seu conteúdo na
terminação prostática da ampola. A próstata, por sua vez, secreta seu conteúdo nos ductos
prostáticos. Ambos os conteúdos da ampola e dos ductos prostáticos são conduzidos aos ductos
ejaculatórios, que desembocam na uretra, último local de passagem do sêmen antes de ser ejaculado.
Uretra
Sabe-se que a uretra é o local de passagem da urina, mas é por ela também que o sêmen passa ao
ser ejaculado. Parte da uretra passa pela próstata, mas sua maior parte está localizada ao longo do
corpo esponjoso do pênis. A uretra contém muco proveniente majoritariamente das glândulas
bulbouretrais (glândulas de Cowper), quese localizam próximas à origem da uretra.
Vale lembrar que o sêmen é o conjunto dos espermatozoides, do líquido do canal deferente
(aproximadamente 10% do total do sêmen) com as secreções da próstata (cerca de 30%) e vesículas
seminais (em torno de 60%), e do muco produzido pelas glândulas bulbouretrais.
Fisiologia do sistema reprodutor masculino
Nos homens, assim como nas mulheres, ocorre a liberação do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH)
pelo hipotálamo. O GnRH, por sua vez, atua na hipófise, que libera hormônio luteinizante (LH), cuja principal
função é estimular a secreção de testosterona pelos testículos, e hormônio folículo estimulante (FSH), cuja
atuação primária é na estimulação da espermatogênese (produção de espermatozoide). 
A liberação de GnRH pelo hipotálamo é feito de forma pulsátil e cíclica, padrão de liberação também seguido
pela hipófise na liberação de LH. Já o FSH aumenta e diminui de maneira discreta a cada mudança na
secreção de GnRH, tendo uma resposta mais perceptível às alterações a longo prazo do GnRH. Ambos os
hormônios LH e FSH atuam em células-alvo localizadas nos testículos. 
Como mencionado, o LH estimula a produção de testosterona que, ao longo da vida do homem, desempenha
importantes papéis.
No feto, a testosterona é, inicialmente, secretada pelas
cristas genitais e, posteriormente, pelas células de Leydig
presentes nos testículos fetais, desempenhando
importantes papéis ainda na vida fetal, quando induz a
formação do pênis, do saco escrotal, da próstata, das
vesículas seminais e dos dutos genitais masculinos,
enquanto suprime a formação dos órgãos reprodutores
femininos.
Nos adultos, a testosterona continua sendo produzida pelas
células de Leydig presentes no tecido testicular, quando
essas são estimuladas pelo LH. Essas células estão presentes no recém-nascido, desaparecendo após
algumas semanas e ressurgindo na puberdade, com o aumento de LH.
A secreção de testosterona pelos testículos inibe a secreção de GnRH pelo hipotálamo por feedback negativo,
o que consequentemente diminui a produção de FSH e LH. Com a diminuição nos níveis de LH, cai também a
produção de testosterona. 
O ciclo também funciona de modo reverso: quando os níveis de testosterona estão baixos, o hipotálamo
aumenta a produção GnRH atuante na hipófise, que por consequência aumenta a secreção de LH e FSH. Com
o aumento dos níveis de LH, as células de Leydig são mais estimuladas a produzir testosterona.
Já o FSH atua nas células de Sertoli localizadas nos túbulos seminíferos, induzindo o seu crescimento e a
produção de secreções necessárias para a espermatogênese. A testosterona também tem seu papel na
espermatogênese. Veremos esse fenômeno mais à frente, quando estudarmos a “Gametogênese”. 
Ocorre, ainda, o feedback de FSH: quando a espermatogênese acontece de forma intensa, isso inibe a
produção de FSH pela hipófise. Por outro lado, quando a produção de espermatozoides pelos tubos
seminíferos diminui, ocorre um aumento na produção de FSH. 
No esquema abaixo, vemos ilustrada a regulação hormonal do sistema reprodutor masculino.
Sistema reprodutor feminino
O sistema reprodutor feminino é composto externamente pela vulva, que compreende o monte púbico, os
grandes lábios, os pequenos lábios, o vestíbulo da vagina, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e as glândulas
vestibulares maiores, e internamente pelos ovários, trompas uterinas, útero e vagina. Os órgãos genitais
externos femininos são separados dos órgãos internos pelo hímen – membrana que cobre o óstio vaginal e
que normalmente é rompido durante a primeira relação sexual com penetração.
O sistema reprodutor feminino desempenha duas funções principais:
1
Preparo do corpo para a gestação
O preparo do corpo para a gestação, que inclui o ciclo menstrual, no qual ocorrem oogênese
(processo de formação dos gametas femininos) e desenvolvimento dos folículos no ovário, ovulação,
espessamento do endométrio e menstruação – ou gravidez.
Ilustração com detalhe do ovário.
2Período da gestação
O período da gestação em si (caso ocorra fertilização do óvulo), quando o sistema reprodutor
desempenha a função de transporte do óvulo fertilizado até o útero, implantação do pré-embrião no
endométrio, nutrição primária do embrião, formação da placenta, gravidez e parto.
Sistema reprodutor feminino.
As estruturas internas que compõem o sistema reprodutor feminino são essenciais para que uma mulher
possa ter uma gestação. Os ovários são as gônadas ou glândulas sexuais femininas, que produzem os oócitos.
Estes, por sua vez, são carregados pelas trompas até o útero, que se conecta com a vagina pelo canal
cervical. Como essas estruturas são as que estão mais diretamente envolvidas na reprodução, vamos revisá-
las com mais detalhes:
Ovário
Os ovários possuem forma de amêndoa e medidas variáveis
de acordo com a fase reprodutiva na qual a mulher se
encontra. São os órgãos reprodutivos que dão origem,
nutrem e preparam os oócitos para que eles possam ser
ovulados.
Trompas uterinas
Também conhecidas como tubas ou trompas de Falópio,
possuem cerca de 10 a 12cm e têm a função de carregar os
oócitos dos ovários até o útero. São divididas em:
Porção intramural: atravessa a parede uterina.
Istmo: parte estreita das trompas, entre a porção intramural e a ampola.
Ampola: segmento mais longo e mais largo das trompas, é o local no qual normalmente ocorre a
fertilização do oócito.
1. 
2. 
3. 
Infundíbulo: extremidade afunilada com projeções irregulares chamadas fímbrias, que se projetam
sobre o ovário.
Representação do sistema reprodutor feminino com indicação das diferentes partes
das tubas uterinas.
Útero
O útero é um órgão em formato de pêra invertida, oco, com paredes musculares grossas e contráteis. Pode
ser dividido em 4 partes:
Fundo: parte arredondada acima do nível de entrada das trompas.
Corpo: parte principal do útero, que se inicia abaixo do nível de entrada das trompas e se estende até o
colo – as partes laterais mais altas do corpo uterino, onde se inserem as trompas, são denominadas
cornos uterinos.
Istmo: constrição de aproximadamente 1 centímetro que marca a separação entre o corpo e o colo do
útero.
Colo do útero: também conhecido como cérvix ou cérvice, é cilíndrico e se estende até a abertura no
interior da vagina, com a qual forma um ângulo geralmente acentuado.
Se alguma malformação estiver presente, pode dificultar a gravidez ou até mesmo, ser um fator de
infertilidade, por comprometer a implantação e desenvolvimento do embrião. As malformações uterinas
podem resultar em útero didelfo, útero bicorne septado, útero bicorne com um único colo, útero septado,
útero arqueado e útero unicorne. 
Malformações uterinas.
A parede do útero é revestida externamente pelo peritônio, abaixo do qual se encontra o miométrio, uma
espessa camada de músculo liso. Em seu interior, o útero é revestido pelo endométrio, que possui células que
respondem aos hormônios sexuais. 
4. 
1. 
2. 
3. 
4. 
Esquema da fisiologia endócrina do sistema reprodutor
feminino, com feedbacks apontados.
Saiba mais
O endométrio é a camada que fica espessa durante o ciclo menstrual como forma de preparo para nutrir
o pré-embrião nos estágios iniciais e, caso não haja gravidez, é expelida em forma de menstruação. 
Fisiologia do ciclo menstrual
A fisiologia do sistema reprodutor feminino
envolve 5 principais hormônios:
 
Hormônio liberador de gonadotropina
(GnRH), liberado pelo hipotálamo.
 
Hormônio folículo estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante (LH), secretados
pela hipófise, em resposta à liberação do
GnRH.
 
Estrogênio e progesterona, secretados
pelos ovários, em resposta ao FSH e ao
LH.
A intensidade com a qual esses hormônios são
secretados varia de acordo com as diferentes fases do ciclo menstrual (também chamado – e mais
corretamente descrito – de ciclo sexual mensal), que tem duração média de 28 dias e cuja irregularidade está
frequentemente associada à diminuição da fertilidade. O único hormônio que possui certa constância em sualiberação é o GnRH, que não tem grande variação de concentração ao longo do ciclo.
Relembrando
O ciclo sexual mensal tem início no primeiro dia da menstruação e possui dois resultados principais:
liberação de apenas um oócito maduro por ciclo (na maioria das vezes), e preparo do endométrio para
implantação do eventual pré-embrião. 
O FSH e o LH são liberados de maneira cíclica pela hipófise ao longo do ciclo, o que acarreta em respostas
ovarianas igualmente cíclicas. Esses hormônios atuam nas células-alvo ovarianas, que possuem receptores
específicos para FSH e LH. 
No momento do nascimento, as meninas apresentam, em seus ovários, folículos primordiais – oócitos
estagnados em prófase da divisão meiótica, envolvidos por uma camada de células da granulosa. 
Na puberdade, com o aumento da secreção de FSH e LH, em cada ciclo sexual mensal cerca de 6 a 12 desses
folículos primordiais se tornam primários, com aumento do tamanho do oócito em seu interior e da quantidade
de camadas de células da granulosa. Por fora dessas células da granulosa, são formadas várias camadas
celulares formando a teca, que se diferencia em:
Teca interna – responsável pela liberação de estrogênio e progesterona.
• 
• 
• 
• 
Teca externa – responsável pela formação da cápsula do folículo em desenvolvimento.
As células da teca interna, junto com as células da granulosa, também secretam o líquido folicular (rico em
estrogênio), cujo acúmulo forma o antro do folículo – caracterizando esse estágio como folículo antral. Até
aqui, o desenvolvimento folicular foi estimulado principalmente por FSH.
A partir desse momento, ocorre um crescimento acelerado do folículo, cuja causa é multifatorial: 
1
Aumento de receptores de FSH
Há um aumento no número de receptores de FSH na superfície das células da granulosa, devido ao
aumento da concentração de estrogênio. Isso torna as células ainda mais sensíveis à ação do FSH,
por um efeito de feedback positivo.
2
Estimulação pelo LH
A estimulação pelo LH é possibilitada pela união do FSH ao estrogênio, que se combinam para
promover receptores de LH nas células originais da granulosa. Por sua vez, o LH acelera a secreção
do líquido folicular, o que aumenta ainda mais a concentração de estrogênio.
3
Proliferação das células da teca
A alta concentração de estrogênio combinada à grande quantidade de LH hipofisário estimulam a
proliferação das células da teca.
Nesse processo de crescimento dos folículos antrais, os oócitos também aumentam de tamanho, mas
permanecem aderidos às células da granulosa, localizadas em um polo do folículo.
Aqui vamos retomar a informação de que 6 a 12 folículos são recrutados por mês para complementar dizendo
que apenas um deles chega ao estágio de folículo maduro, com diâmetro aproximado de 15mm – ou seja,
apenas um oócito é liberado por mês (normalmente), o que impede que mais de uma criança seja gerada em
cada gravidez. 
Sendo assim, os outros folículos sofrem atresia. Não se conhece muito bem o mecanismo pelo qual isso
acontece, mas é sugerido que as altas taxas de FSH foliculares causem um feedback negativo, diminuindo a
secreção de FSH hipofisário. Desse modo, o folículo dominante continuaria a crescer devido aos mecanismos
de feedback intrínsecos, enquanto os outros folículos se tornariam atrésicos.
Quando e como ocorre a ovulação?
A ovulação ocorre aproximadamente na metade do ciclo mensal – em um ciclo de 28 dias, ocorreria no 14º dia,
por exemplo. O folículo se rompe e libera o líquido viscoso contido em seu interior que, por sua vez, carrega o
oócito maduro com uma massa de células ao seu redor, incluindo as células da granulosa, denominada corona
radiata. Esse processo é desencadeado por um aumento na secreção de LH hipofisário nos dois dias
anteriores, que atinge um pico 16 horas antes da ovulação, aproximadamente. A secreção de FSH também
sofre aumento nesse período e, junto ao LH, atua no rápido crescimento final do folículo.
O LH também atua transformando as células tecais em células produtoras de progesterona, o que causa um
aumento na concentração desse hormônio e uma diminuição na concentração de estrogênio, cerca de um dia
antes da ovulação. É seguro dizer que o pico de LH é imprescindível para que a ovulação aconteça.
Após a ovulação, as células da granulosa e da teca interna que remanescem no folículo se transformam em
uma massa celular com inclusões lipídicas denominada corpo lúteo, cuja função é a produção de progesterona
(principalmente) e estrogênio, nos 7 a 8 dias posteriores à ovulação. Depois desse período, o corpo lúteo
perde sua função secretora, involui e se transforma no corpus albicans, que eventualmente será reabsorvido.
• 
Representação do crescimento folicular, liberação hormonal e espessamento
endometrial durante o ciclo menstrual.
Gametogênese
Os gametas derivam de células germinativas primordiais que se formam na segunda semana do
desenvolvimento embrionário e, por volta da quinta semana, essas células chegam às gônadas em formação.
Durante essa migração e quando chegam ao local das futuras gônadas, as células germinativas primordiais
passam por divisões mitóticas a fim de se proliferarem.
Mas, afinal, o que é a gametogênese?
Resposta
É o processo pelo qual são originadas as células germinativas (gametas). A gametogênese masculina
é chamada de espermatogênese, enquanto a feminina é chamada de oogênese. A gametogênese é
necessária para reduzir o número cromossômico das células (de diploides para haploides, por meio da
meiose), bem como completar sua maturação, diferenciando-as em gametas.
A meiose consiste, na verdade, em duas divisões celulares: meiose I e meiose II. No início da meiose I, as
células germinativas masculinas e femininas (espermatócitos e oócitos primários) replicam seu DNA, de forma
que os 46 cromossomos ficam com estrutura dupla (cromátides-irmãs).
Aqui vale lembrar a mitose, na qual ocorre esse mesmo processo, porém como se trata de apenas uma divisão
celular (e não duas como na meiose), na metáfase os cromossomos se alinham na placa equatorial da célula
para que cada uma de suas cromátides seja puxada para polos opostos da célula a fim de formar duas células
com o mesmo conteúdo cromossômico.
Entretanto, na metáfase da primeira divisão meiótica, os cromossomos homólogos se alinham em pares na
placa equatorial, de forma que cada uma das duas células-filhas recebe um cromossomo com cromátides-
irmãs, totalizando 23 cromossomos com estrutura dupla. Aqui as células filhas já são haploides, uma vez que
contêm apenas uma cópia de cada cromossomo. Assim, na segunda divisão meiótica (meiose II), as
cromátides-irmãs serão separadas, e o resultado final da meiose será quatro gametas com 23 cromossomos
de estrutura simples em cada um. 
Etapas da gametogênese.
As células com anomalias numéricas cromossômicas podem se originar na meiose ou mitose. Caso ocorra erro
na divisão mitótica ou meiótica, podem ser originadas células-filhas com número alterado de cromossomos.
Se no pareamento de cromossomos homólogos, ambos forem puxados para o mesmo polo celular (não
disjunção cromossômica), o resultado será uma célula com 22 e uma célula com 24 cromossomos, por
exemplo, que ao se unirem a uma célula com 23 cromossomos resultam em uma célula com 45 (monossomia)
e uma com 47 cromossomos (trissomia), respectivamente.
Caso isso ocorra na meiose e essas células com número alterado se unam a uma célula de 23 cromossomos
na fertilização, elas formarão indivíduos com alteração cromossômica numérica em seu cariótipo. 
Exemplo
Uma alteração desse tipo bastante conhecida é a síndrome de Down, em que o indivíduo apresenta três
cópias do cromossomo 21 em seu cariótipo (que será representado por 47, XX ou 47, XY, trissomia do
cromossomo 21). 
Por outro lado, se essa não disjunção cromossômica ocorrer na divisão mitótica embrionária pós-fertilização,
pode gerar um indivíduo mosaico, que apresenta células com alteração numérica e células normais.
A variabilidade genética se deve a dois eventos que acontecemna meiose:
1º evento
Crossover, quando as cromátides de
cromossomos homólogos trocam segmentos
durante o pareamento.
2º evento
Distribuição aleatória de cromossomos
homólogos (podendo ser de origem paterna ou
materna) para as células-filhas.
Espermatogênese
A espermatogênese acontece na puberdade e é responsável pela transformação de espermatogônias em
espermatozoides. Quando o menino nasce, ele possui em seus testículos células germinativas imaturas, que
pouco antes da puberdade se transformam em células-tronco espermatogoniais e, em seguida, em
espermatogônias tipo A, o que marca o início da espermatogênese. As espermatogônias do tipo A sofrem uma
série de divisões para sua multiplicação e a última dessas divisões resulta em espermatogônias do tipo B, que
por sua vez dividem-se em espermatócitos primários. Ao final da meiose I, esses se transformam em
espermatócitos secundários que, durante a segunda divisão meiótica, formam espermátides haploides. 
Denomina-se espermiogênese o período da espermatogênese em que as espermátides passam por diversas
alterações morfológicas, resultando em espermatozoides. A espermiogênese inclui:
Formação do acrossomo – estrutura contendo importantes enzimas que auxiliam na penetração do
oócito e suas camadas circundantes para fecundação.
Condensação do núcleo.
Formação da peça intermediária e da cauda.
Perda de grande parte do citoplasma e corpos residuais, que são fagocitados pelas células de Sertoli.
Espermatogênese.
Retomamos aqui o hormônio LH, secretado pela hipófise, que estimula a produção de testosterona nos
testículos pelas células de Leydig. A testosterona tem seu papel na espermatogênese atuando no crescimento
e na divisão das células germinativas - primeiro estágio da formação dos espermatozoides. Já o FSH estimula
as células de Sertoli, que possuem papel fundamental na espermiogênese (conversão de espermátides em
espermatozoides).
• 
• 
• 
• 
Curiosidade
A espermatogênese dura cerca de 74 dias e cerca de 300 milhões de espermatozoides são produzidos
diariamente. Depois de sua formação completa, os espermatozoides são lançados no lúmen dos túbulos
seminíferos e daí percorrem o caminho pelo sistema reprodutor masculino até serem ejaculados no
sêmen. 
Oogênese
O processo de diferenciação da oogônia em oócito maduro é chamado de oogênese. Diferentemente da
gametogênese masculina, que se inicia na puberdade, a gametogênese feminina se inicia ainda durante o
desenvolvimento fetal. As células germinativas primordiais femininas se diferenciam em oogônias quando
chegam às gônadas embrionárias. Ali, multiplicam-se por diversas divisões mitóticas e, por volta do terceiro
mês do desenvolvimento embrionário, agrupam-se em conjuntos envolvidos por células foliculares.
Parte dessas oogônias entram em divisão meiótica e param em prófase I (prófase da primeira divisão meiótica,
ou meiose I), sendo então chamadas de oócitos primários, e outra parte continua se multiplicando. Esse
período, ainda no terceiro mês do desenvolvimento embrionário, é quando as células germinativas no ovário
alcançam seu número máximo (em torno de 7 milhões). A partir desse momento, muitas oogônias e oócitos
primários sofrem atresia e degeneram, até o sétimo mês de desenvolvimento embrionário, quando cada oócito
primário restante, junto com as células foliculares que o envolvem, forma um folículo primordial. 
Saiba mais
Estima-se que o número de oócitos primários no nascimento seja em torno de 700 mil. Durante a
infância, ocorre degeneração de muitos outros oócitos, de modo que no início da puberdade restam por
volta de 40 mil, dos quais menos de 500 chegarão a ser ovulados – razão pela qual refere-se à urgência
do relógio biológico da mulher, uma vez que nascem com número finito de gametas. 
Os oócitos primários ficam estagnados em prófase I até a puberdade.
Quando a puberdade é atingida, cerca de 6 a 12 folículos primordiais são recrutados a cada mês, mas em geral
apenas um chegará ao estágio de folículo maduro, ocorrendo atresia dos demais. Seguindo o recrutamento
inicial, os folículos primordiais passam ao estágio de folículos primários, com o surgimento de células
granulosas. Essas células, assim como o oócito, secretam uma camada de glicoproteínas na superfície do
oócito, formando a zona pelúcida. 
Com o crescimento do folículo, as células granulosas se organizam em células secretoras (teca interna) e uma
cápsula fibrosa (teca externa), começam a criar um antro preenchido por fluido, e os folículos passam a ser
denominados folículos antrais ou vesiculares. As células granulosas imediatamente circunjacentes aos oócitos
permanecem intactas e são denominadas cumulus oophorus (ou cúmulo oóforo). Esses folículos vão
aumentando de tamanho com o crescimento do antro e, próximo à ovulação, são chamados de folículos
vesiculares maduros ou folículos de Graaf, lembrando que apenas um folículo alcança essa maturidade. 
Maturação folicular.
Nas horas que se seguem, após o pico de LH até a ovulação, a meiose I - que até então estava estagnada em
prófase - se completa, resultando na expulsão do primeiro corpúsculo polar, que fica localizado no espaço
perivitelínico, entre o citoplasma do oócito (também chamado ooplasma) e a zona pelúcida, e contém 23
cromossomos de estrutura dupla. O que acontece na meiose dos gametas femininas é que as células-filhas
geradas são de tamanhos desiguais. O oócito secundário ou oócito maduro (que é o gameta resultante),
recebe a maior parte do citoplasma, enquanto as outras células-filhas - os corpúsculos polares - não recebem
quase nada.
O oócito entra então na meiose II e aproximadamente três horas antes da ovulação entra em metáfase, etapa
na qual fica estagnado. A segunda divisão meiótica só se completa se houver fertilização do oócito. Nesse
caso, ocorre a liberação de um segundo corpúsculo polar, bem como a formação dos pró-núcleos masculino e
feminino no ooplasma.
No esquema abaixo conseguimos observar um resumo da oogênese e do desenvolvimento folicular.
Oogênese.
Fecundação e desenvolvimento embrionário até o estágio
de blastocisto
Reprodução natural
Na reprodução natural, após a ovulação, o oócito maduro é captado pelas fímbrias das trompas uterinas e,
caso não haja fecundação, percorre o caminho das trompas até chegar ao útero e ser eliminado na
menstruação. 
Se, por outro lado, houver encontro dos espermatozoides com o oócito ovulado, a fecundação ocorre na
ampola da tuba uterina. 
Não são todos os espermatozoides contidos no sêmen ejaculado que conseguem chegar até os oócitos. Essa
seleção é chamada de capacitação espermática e é composta por algumas etapas, são elas: 
1
Neutralização dos inibidores de esperma
As substâncias presentes no sistema reprodutor feminino neutralizam os inibidores da atividade dos
espermatozoides que se encontravam no sistema masculino.
2
Separação do plasma seminal
Os espermatozoides precisam, inicialmente, se desvencilhar do plasma seminal. No momento da
ejaculação, o sêmen apresenta aspecto viscoso, mas tende a se liquefazer após alguns minutos.
Essa separação, que acontece quando os espermatozoides passam pelo colo uterino, é necessária
para expor o acrossomo da cabeça dos espermatozoides.
Esquema das etapas envolvidas na fertilização.
3Interações nas tubas uterinas
Nas tubas uterinas, os espermatozoides entram em contato com sua superfície mucosa, o que
permite interações epiteliais entre eles e consequente remoção de uma camada de glicoproteínas e
outras proteínas seminais presentes na membrana plasmática do espermatozoide, permitido assim a
exposição adequada do acrossomo para a reação acrossômica.
Uma vez que passam pelo colo uterino, os espermatozoides podem sobreviver por aproximadamente 72
horas. Seu caminho até as trompas uterinas é facilitado por contrações uterinas e das próprias trompas – em
menor escala, pela própria propulsão proporcionada pelo movimento dos flagelos.
O acrossomo dos espermatozoides carrega enzimas proteolíticas e hialuronidase, cuja função é desfazeras
ligações entre as células da granulosa do oócito. Nesse momento, muitos espermatozoides estão passando
pelas células da granulosa ao mesmo tempo, e alguns deles vão atingir a zona pelúcida.
Os espermatozoides se ligam à zona pelúcida do oócito, que é uma camada glicoproteica, por meio de
receptores específicos. Aqui é o momento da reação acrossômica, em que o acrossomo do espermatozoide
libera todo seu conteúdo, a fim de possibilitar a penetração do espermatozoide no oócito.
Logo após a entrada do primeiro
espermatozoide e fusão de sua membrana com
a membrana citoplasmática do oócito (que é a
fertilização propriamente dita), ocorre uma
reação na zona pelúcida com alteração de sua
estrutura e composição, o que impede a ligação
e penetração de outros espermatozoides,
evitando assim a poliespermia (fertilização do
oócito por mais de um espermatozoide). Após a
fertilização, o oócito é ativado metabolicamente
e passa a ser chamado de óvulo. A ativação
oocitária é induzida, provavelmente, por fatores
contidos no espermatozoide. 
Outro acontecimento que se segue
imediatamente após a fertilização é a
finalização da segunda divisão meiótica e
consequente expulsão do segundo corpúsculo polar contendo 23 cromossomos de estrutura simples. Os 23
cromossomos restantes no ooplasma formam então um núcleo vesicular - o pró-núcleo feminino. Do mesmo
modo, o conteúdo do núcleo do espermatozoide, que agora se encontra no ooplasma, também forma um
núcleo vesicular - o pró-núcleo masculino. 
O pró-núcleo feminino é, então, atraído em direção ao pró-núcleo masculino, até o momento em que seus
envoltórios se dissolvem e os cromossomos se alinham. Nesse momento, forma-se uma nova membrana,
única, em torno dos cromossomos pareados, em um processo chamado singamia. Assim, é formado o núcleo
da primeira célula embrionária: o zigoto.
Vale recapitular que os principais eventos resultantes da fertilização são:
1
Restauração da diploidia celular
Sendo resultado de uma combinação de materiais genéticos metade materna e metade paterna, o
zigoto possui uma constituição cromossômica diferente de ambos os pais.
2Determinação do sexo genético do embrião
O óvulo possui, inevitavelmente, um cromossomo X. Assim, quando esse se une ao material genético
de um espermatozoide carregando um cromossomo Y, forma um embrião masculino; caso o
espermatozoide carregue um cromossomo X, o embrião gerado será feminino.
3
Início da divisão embrionária
O zigoto inicia o processo de clivagem. Quando não há fertilização, normalmente o oócito se
degenera aproximadamente 24h após a ovulação.
Reprodução assistida
Nos tratamentos de Reprodução Assistida, algumas etapas da reprodução natural são contornadas, de acordo
com o fator de infertilidade do casal e tratamento proposto. Veremos os tratamentos com mais detalhes em
outro momento, mas, de modo geral, acontece o seguinte:
Inseminação intrauterina
Nesse procedimento (também conhecido como inseminação artificial), o homem coleta o sêmen por
meio de masturbação e a amostra é enviada ao laboratório de andrologia para capacitação artificial
dos espermatozoides, mimetizando o que aconteceria no trato reprodutor feminino. A amostra
capacitada é introduzida e injetada no útero da mulher por meio de um cateter devidamente
posicionado pelo médico.
Tratamentos de alta complexidade
Nos tratamentos de alta complexidade (FIV convencional e FIV com ICSI), não ocorre a ovulação nem
a ejaculação no interior do canal vaginal. O sêmen é coletado por meio de masturbação e enviado ao
laboratório de andrologia para capacitação, assim como ocorre com a inseminação intrauterina. O
líquido folicular contendo os oócitos é aspirado e enviado ao laboratório de embriologia, onde o
embriologista localizará o complexo cúmulo-oócito (CCO) e, em seguida, preparará os oócitos para a
fertilização.
FIV convencional
Na FIV convencional, os espermatozoides previamente capacitados são postos em contato com o
CCO em uma gota de cultivo. Assim, a penetração das células da granulosa e da zona pelúcida, bem
como a união da membrana do espermatozoide com a do oócito, ocorre do mesmo modo que
aconteceria normalmente na ampola das trompas uterinas em uma fertilização natural.
FIV com ICSI
Nesse procedimento, são contornadas ainda mais etapas. Após localização dos CCOs pelo
embriologista, ocorre a retirada das células da granulosa de forma mecânica e enzimática, em um
processo chamado denudação. Assim, é possível identificar os oócitos maduros (que apresentam o
primeiro corpúsculo polar). Uma pequena quantidade da amostra contendo os espermatozoides
capacitados é colocada em uma substância viscosa, que diminui a velocidade de deslocamento dos
espermatozoides. Assim, o embriologista consegue selecionar o melhor espermatozoide, baseado em
sua motilidade e morfologia aparente. Cada espermatozoide selecionado é, então, injetado no
citoplasma de um oócito maduro.
Tanto na FIV convencional como na FIV com ICSI, a fertilização é verificada no dia seguinte à fecundação dos
oócitos, quando são observados dois pró-núcleos (um masculino e um feminino, morfologicamente
indistinguíveis) e dois corpúsculos polares. Na inseminação intrauterina, uma vez que a fertilização ocorre da
mesma forma que a natural (com exceção do preparo seminal), o sucesso do tratamento só pode ser
identificado com exame de sangue indicando se há ou não gravidez, aproximadamente duas semanas após o
tratamento.
Desenvolvimento embrionário
Na reprodução natural, o zigoto inicia a clivagem ainda nas trompas uterinas, chegando à cavidade uterina por
volta do quinto dia após a fertilização. Esse momento é quando o pré-embrião atinge o estágio de blastocisto,
rompe a zona pelúcida em um processo chamado hatching (ou eclosão), e inicia sua implantação no
endométrio.
Desenvolvimento embrionário desde a ovulação até a implantação embrionária.
Enquanto na reprodução natural o pré-embrião passa por todos esses estágios, deslocando-se da ampola da
trompa para a cavidade uterina, na reprodução assistida esses estágios são acompanhados em laboratório. A
equipe médica, os embriologistas e os pacientes tomam a decisão de qual será o melhor momento para
transferir o pré-embrião de volta para o útero. Atualmente, é mais comum a transferência em estágio de
blastocisto, mas não é incomum serem observadas transferências em D+3, existindo argumentos contra e a
favor de ambos.
Na Reprodução Assistida, o desenvolvimento embrionário é acompanhado em laboratório. Após a fertilização 
in vitro, o pré-embrião é mantido em uma incubadora que simula as condições intrauterinas. Seu
desenvolvimento é acompanhado pelo embriologista, que faz observações pontuais ao longo dos dias. 
No desenvolvimento embrionário correto, espera-se que o pré-embrião evolua da seguinte forma
(considerando D0 = dia da fecundação): 
D+1 = Primeiro dia do desenvolvimento embrionário
Observação entre 16 e 18 horas após fecundação/injeção intracitoplasmática do espermatozoide:
zigoto apresentando dois corpúsculos polares no espaço perivitelínico e dois pró-núcleos simétricos e
justapostos.
D+2 = Segundo dia do desenvolvimento embrionário
Observação entre 43 e 45h após fecundação/injeção: pré-embrião com 4 células.
D+3 = Terceiro dia do desenvolvimento embrionário
Observação entre 67 e 69h após fecundação/injeção: pré-embrião com 8 células.
D+4 = Quarto dia de desenvolvimento embrionário
Observação entre 94 e 96h após fecundação/injeção: pré-embrião com membranas celulares
indistinguíveis, em estágio de compactação, sendo observada uma massa compacta de células. A
esse estágio damos o nome de mórula.
D+5 = Quinto dia de desenvolvimento
Observação entre 114 e 118h após fecundação/injeção: pré-embrião em estágio de blastocisto, com
massa celular interna, blastocele e trofectoderma bem definidos.
Abaixo, demostramos o desenvolvimento embrionário capturado em quatro diferentes estágios.
Zigoto.
Estágio de clivagem (D3).
Blastocisto (D5).
Blastocisto após eclosão (D6).
Reprodução humana assistidaX reprodução natural
Neste vídeo, a biomédica Beatriz Campos estabelece um comparativo entre a reprodução humana assistida e
a natural até o desenvolvimento embrionário.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Fisiologia do sistema reprodutor masculino
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Fisiologia do sistema reprodutor feminino
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Espermatogênese
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Oogênese
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Vimos que a gametogênese é o processo pelo qual são originadas as células germinativas (gametas). A
gametogênese masculina é chamada de espermatogênese, enquanto a feminina é chamada de oogênese. Nos
homens, em qual dessas estruturas ocorre a produção dos espermatozoides?
A
Epidídimo
B
Ductos ejaculatórios
C
Túbulos seminíferos
D
Saco escrotal
E
Próstata
A alternativa C está correta.
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos localizados nos testículos, que está contido
dentro da bolsa ou do saco escrotal. No epidídimo, os espermatozoides adquirem a sua maturidade. A
próstata produz um líquido alcalino que compõe o sêmen. Os ductos ejaculatórios conduzem os
espermatozoides e o líquido seminal para a uretra, por onde serão ejaculados.
Questão 2
Vimos que fertilização é o nome dado para indicar que o processo de fecundação, ou seja, o encontro dos
gametas masculinos e femininos quando ocorre de forma correta. Após a fertilização, vários processos são
observados. Sobre os resultados encontrados após a fertilização, analise as afirmativas seguir:
 
I. Após a fecundação, ocorre um zigoto haploide.
 
II. Ocorre a determinação do sexo genético no embrião.
 
III. Ocorre a formação de dois pró-núcleos seguidas de divisão celular do tipo meiose.
 
É correto o que se afirma em:
A
I
B
II
C
III
D
I e II
E
II e III
A alternativa B está correta.
Após a fertilização ocorre a restauração da diploidia celular, pois dois gametas haploides se unem para
formar uma célula diploide (zigoto). Em seguida, esse zigoto inicia uma série de divisões celulares do tipo
mitose, aumentando assim o número de células. Essas primeiras divisões são conhecidas como estágio de
clivagem embrionária. Além disso, é nessa etapa que ocorre a determinação do sexo genético do embrião.
3. Conclusão
Considerações finais
A Reprodução Humana Assistida evoluiu muito desde o seu início e ainda está em constante evolução! As
técnicas são aperfeiçoadas e otimizadas a cada dia para melhor atender aos interesses dos pacientes.
Ao longo deste conteúdo, conhecemos a história dessa ciência, relembramos conceitos importantes e
visitamos a anatomia e o funcionamento fisiológico dos sistemas reprodutores femininos e masculinos, bem
como dos primeiros dias do desenvolvimento embrionário. Esses assuntos são essenciais para uma boa
compreensão do funcionamento das técnicas que assistem os pacientes em seu planejamento reprodutivo.
Nosso caminho por essa ciência tão fascinante está apenas começando. Estaremos juntos explorando de
maneira mais detalhada e específica o universo da Reprodução Assistida.
Podcast
Antes de finalizarmos, a biomédica Beatriz Campos responde algumas perguntas contando um pouco
mais sobre sua experiência na área.
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Explore +
Para ampliar seus conhecimentos sobre o conteúdo, assista aos vídeos abaixo no YouTube:
Um jeito divertido de entender fertilização, no canal DW Brasil.
ICSI Footage no canal Fertillity Associates, em que você consegue ver a técnica de ICSI.
Time-Lapse (embryoscope) | IPGO, do canal TV fertilidade.
 Referências
AUSTRALIAN GOVERNMENT. Human embryo – a biological definition. In: National Health and Medical
Research Council. Canberra, Australia, 2006.
 
BRINSDEN, P. R. Thirty years of IVF: The legacy of Patrick Steptoe and Robert Edwards. In Human Fertility.
Informa Healthcare. Cambridge, Reino Unido. 2009, p. 137-143.
 
JOHNSON, M. H. Robert Edwards: the path to IVF. Biomed Online. Reino Unido. 2011. p.35.
 
LUNA, N. A personalização do embrião humano: da transcendência na biologia. Mana, v. 13, n. 2, p. 411-440,
2007.
 
MOURA, M. D.; SUZA, M. C. B.; SCHEFFER, B. B. Reprodução assistida: um pouco de história. Rev. SBPH, v. 12,
n. 2, 2009.
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• 
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NIEDERBERGER, C.; PELLICER, A.; COHEN, J.; et al. Forty years of IVF. Fertil Steril, v. 110, n. 2, p. 185-324,
2018.
 
PEREIRA, D. H. M. A história da reprodução humana no Brasil. Femina, n. 39, v. 2, p. 59-64, 2011.
 
STEPTOE, P. C.; EDWARDS, R. G. Birth after the reimplantation of a human embryo. Lancet, v. 2, n. 8085, p.
366, 1978.
	Introdução à Reprodução Humana Assistida
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	D+2 = Segundo dia do desenvolvimento embrionário
	D+3 = Terceiro dia do desenvolvimento embrionário
	D+4 = Quarto dia de desenvolvimento embrionário
	D+5 = Quinto dia de desenvolvimento
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	3. Conclusão
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