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Cleane Fernandes dos Santos VISUAL DESIGN E USABILIDADE Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 CICLO DO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACE DIGITAL �������������������������������������� 5 EQUILÍBRIO VISUAL (ORDEM, CORES, CONTRASTE) �������������������������������������������������������17 Equilíbrio visual: ordem ������������������������������������������������������ 20 Equilíbrio visual: cores �������������������������������������������������������� 25 Equilíbrio visual: contraste ������������������������������������������������� 30 MOODBOARD E DESIGN SYSTEM ����������������� 34 TESTE DE USABILIDADE ������������������������������ 41 TENDÊNCIAS EM UX E UI ����������������������������� 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������������� 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS �������������������������������������������� 52 2 INTRODUÇÃO Neste e-book abordaremos assuntos de suma importância como o ciclo do desenvolvimento de interface digital, o equilíbrio visual (ordem, cores e contraste), moodboard e design system, teste de usabilidade e tendências em UX e UI� Já sabemos que o design de interface é uma práti- ca de desenvolvimento de interfaces baseada em planejamento que visa a aplicar uma solução por meio de um produto, mantendo como prioridade a experiência do usuário que irá interagir com o produto físico e/ou digital� Nesse sentido, UX (user experience) e UI (user in- terface) design precisam estar em sintonia para se criar uma boa experiência para o usuário, foco da UX, de forma leve e fácil, ou seja, o usuário deve ser dispensado de muitos esforços físico e/ou cognitivo durante uma experiência� Sendo assim, o UI designer tem como missão desenvolver solu- ções que atendam às necessidades dos usuários, conduzindo a interação humano-computador de maneira simples, intuitiva e amigável� Há estudos que defendem a interface como uma extensão do corpo humano, de tão próxima à realidade� Para comprovar essa tese podemos observar a nós mesmos e à nossa relação diária 3 com os aparatos tecnológicos, pelos quais nos comunicamos por meio da interface� É exatamente por essa ideia, cada vez mais viva, que a interface do usuário se torna prioridade na mediação da comunicação humana com computadores� A interface é um lugar em que o usuário “permanece” durante uma experiência; a interatividade, portan- to, faz parte do processo de desenvolvimento de interfaces digitais� Ela deverá cumprir o papel de atender às necessidades do usuário e, ao mesmo tempo, ser uma experiência agradável� O visual design e usabilidade andam de mãos da- das; a ausência de qualquer um afeta diretamente a experiência do usuário e o sucesso de um pro- duto digital� A interface representa a qualidade de um sistema e, por isso, precisa ser amigável, leve, simples, útil e visualmente equilibrada� A usabilidade é a soma das aplicações de uma interface com a interatividade e o funcionamen- to do sistema conectado à Interface gráfica do usuário (GUI), e é uma grande responsabilidade atribuída ao UX/UI designer desenvolver produtos e/ou interfaces digitais� 4 CICLO DO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACE DIGITAL Figura 1: UX e a interface digital� Fonte: Freepik�com� Iniciaremos nosso estudo falando sobre o ciclo do desenvolvimento de interface digital e, para isso, precisaremos retomar alguns conhecimentos que serão sempre necessários, por exemplo, saber a diferença entre UX e UI� Resumidamente, UX (user experience) refere-se ao processo de construção da experiência do usuário, a qual é contemplada por métodos de pesquisas, descobertas, ferramentas e testes com usuários� UI (user interface) é tudo que se refere ao desen- volvimento de interface do usuário, que também 5 se utiliza de métodos, ferramentas e testes do usuário� O UI designer deve acompanhar todas as etapas de um projeto para que compreenda as necessidades do usuário e, assim, possa convertê- -las em soluções por meio de interfaces digitais, meio pelo qual os usuários poderão resolver seus problemas ao interagir com um sistema� UX/UI design é a soma de conceitos, métodos e práticas de design e tecnologia que entrega soluções com ênfase na melhor experiência para o usuário� Desenvolver uma interface digital requer conhe- cimentos técnicos e conceituais de UX� Por isso, atualmente, há uma diferença entre designers no mercado: nem todo designer gráfico está apto a desenvolver um projeto de UI design, esse é o profissional voltado para o desenvolvimento de interfaces digitais para aparatos tecnológicos como smartphones, tablets, computadores desktop, interfaces para videogames e games digitais etc� O primeiro requisito de um profissional de UI design é repertório: você precisa saber exatamente o que está fazendo, qual é a finalidade do produto final, o que norteia o desenvolvimento desse produto, quais são as regras e quais os métodos e os con- ceitos por trás de uma interface digital� Todo design é baseado em conceitos� O UI design deve seguir o mesmo caminho, ou seja, os prin- 6 cípios básicos de visual design� Esses princípios são fundamentais no design de interface, porque é por meio dessas diretrizes que o produto se apresentará amigável para o usuário final. Um dos segredos de sucesso de uma interface é a antecipação das etapas de desenvolvimento de um projeto com foco em experiência para o usuário (UX), já que, nesse segmento, é essencial conhecer o usuário para além de dados sociodemográficos. Os hábitos, a cultura, os gostos, os desejos e as necessidades são colocados com o usuário no centro do processo de UX/UI design� Sendo assim, uma interface digital não se resume a uma tela com ícones, botões, menu, textos, barra de rolagem e/ou troca de telas� Cada elemento simbólico de uma interface digital precisará ser testado e aprovado em sua performance de in- teratividade e usabilidade junto ao usuário final. [���] o design de interface propõe diferentes formas de ressignificação e interação, prevendo a qualidade do sistema e a melhor comunicação com os usuários [���]� Os aspectos que envolvem a interação devem ser planejados cuidadosamente em uma interface: os diversos formatos de telas, a composição visual, os botões, os menus e até as barras de rolagem, que podem integrar projetos com grande conteúdo textual (CARDOSO, 2022, p� 152)� 7 Analise a figura a seguir, é um protótipo de alta fide- lidade de um aplicativo fictício chamado “Estrela”. Figura 2: Modelo de protótipo – interface de aplicativo� Bom te ver Estrela! LOG IN Sign up with Forget password Create account Create an account Don’t have and account? E-MAIL PASSWORD Bom te ver Estrela! LOG IN Sign up with Forget password Create account Create an account Don’t have and account? E-MAIL PASSWORD Fonte: Elaboração própria, com a ferramenta de prototipação Figma� O objetivo da figura anterior é mostrar como os princípios de design para o desenvolvimento de interfaces são importantes� Sem essa noção, de conhecimento conceitual e técnico, é praticamente impossível desenvolver interfaces amigáveis, que agradem o usuário e que façam sentido para o contexto ao qual o produto é destinado� 8 Note que, no exemplo à esquerda da figura, o visual está harmonioso, mais agradável, alinhado, com respiro, mais legível, completamente oposto ao exemplo à direita, que apresenta cores que não contrastam bem, com elementos desalinhados e mal distribuídos pelo layout, pela tela� Qual dos dois exemplos você acha que tem maior chance de oferecer uma boa experiência para o usuário? O design de interface é a representação de um sistema e isso resume o trajeto de um profissional UX/UI designer, pois será necessário conhecer as funcionalidades do sistema, como os usu- ários poderão executar as tarefas e o grau de conhecimento do usuário em relação ao projeto de interface� Daí a importância de pensarmos em contexto: não podemos simplesmente desenvolveruma interface para mecânicos e destiná-la para usu- ários que não possuem conhecimento nenhum em mecânica, em linguagem técnica da área, em ferramentas e diretrizes básicas da profissão, seria um projeto totalmente descontextualiza- do, além disso, os usuários, mesmo interessa- dos no assunto, poderiam ficar frustrados� O ideal é sempre direcionar ao usuário final, ao público-alvo, ou, se for um projeto de interface 9 para iniciantes, começar com especificações e contextualização básica� Isto faz parte do UX/UI design: informar o usuá- rio o que é o produto, para que serve, a quem é destinado� O projeto deverá seguir um modelo conceitual e considerar o ponto de vista do usu- ário� Não é uma tarefa fácil, mas é realizável� O ciclo de desenvolvimento de interfaces digitais, centradas no usuário, possui quatro principais fases, são elas: y A especificação do contexto de uso; y A especificação de requisitos; y A criação de soluções; y A avaliação de propostas� Observe a figura a seguir, ela apresenta um mo- delo de infográfico detalhado sobre o ciclo de desenvolvimento de interface digital� 10 Figura 3: Ciclo de Desenvolvimento de Interface Digital� O sistema funciona e atende os requisitos? Está alinhado em funcionalidade com a interface? Verificação de satisfação do sistema Como implementar as melhorias nos problemas identificados? Quais as possíveis soluções? Gerar e ter alternativas como soluções Quais são as necessidades do usuário? Identificar as necessidades PESQUISA O usuário resolverá que tipo de problema? Especificar o contexto de uso OBJETIVOS Considerar testes de AI (Arquitetura da informação) com usuários, de funcionalidades do sistema e de interface por meio de wireframes e protótipos. Pesquisa UX/UI; Esboços; Wireframes; UI KIT; Protótipos, Testes do Usuário. Garantia de Uso Eficácia e Eficiência do sistema, Segurança de Informações e dados do usuário, a Utilidade na realização de tarefas, de fácil Aprendizagem e intuitivo, o usuário guarda na memória. Envolve interatividade e como o usuário transita de uma tela para outra; Testes do Usuário. Pesquisa; O trajeto do usuário pelo sistema; Comandos e tarefas do usuário; Ações e feedbacks; Conclusão das tarefas; Experiência; Testes. Estrutura das Informações, grupos e categorias baseadas no modelo mental do usuário, Testes. Testes ao longo do processo de desenvolvimento Quais são os requisitos do usuário e do sistema Identificar e especificar os requisitos CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE INTERFACE Visual Design Usabilidade Arquitetura da Informação Transição de telas Navegação Fonte: Elaboração própria� 11 O que o usuário deverá fazer primeiro na interface? O cadastro no site e/ou aplicativo? Quais dados ele precisará, somente e-mail e senha ou mais informações pessoais? Como serão as primeiras telas, com design mais minimalista, com contrastes marcantes de cores? Tudo dependerá do objetivo, do perfil dos usuários e suas necessidades e da identidade visual da empresa/marca� Você já sabe o que é um UI kit, certo? Bem, ele é bastante confundido com design system, a diferença é que o UI kit é o conjunto de elementos gráficos de uma interface, como variedades de botões, textos, cores, imagens, ícones etc., é toda a parte gráfica desenvolvida em UX/UI design para a interação do usuário com o sistema� Conheceremos o que é design system no decorrer deste e-book� O designer de interface precisará criar um UI kit a ser utilizado em seu projeto, é como uma identidade visual baseada na identidade visual da marca e/ou empresa� O UI kit otimiza o processo de criação da interface porque o padrão do visual design já foi definido quando o UI kit é desenvolvido. Acesse o site “UI kit crafted by professionals” para co- nhecer modelos profissionais de UI kit. Disponível em: https://uikit�to/� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 12 https://uikit.to/ Para que você tenha uma ideia melhor sobre o ciclo de desenvolvimento de interface digital, na prática, vamos entender quais são os elementos da interface do usuário� Toda interface deve con- ter elementos que são conhecidos pelo usuário, e aqui nos referimos aos elementos que já foram aprendidos, que fazem parte da cultura digital, que são comumente utilizados� No caso de novos e/ou diferenciados elementos, devemos sempre considerar um método para ensinar o usuário o significado do símbolo e/ou ícone diferenciado em uma interface� Como assim? Observe a imagem a seguir, que apresenta alguns ícones a que você, e boa parte da população mun- dial, está familiarizado� Figura 4: Exemplo de ícones comuns em interfaces digitais� Fonte: Elaboração própria� Elementos gráficos como os ícones apresentados anteriormente são considerados de fácil aprendi- zagem porque é possível ao usuário assimilar a simbologia, por exemplo, de “casa” com a página inicial de um aplicativo e/ou ícone� Isso vem sendo 13 ensinado e repassados na cultura digital desde os primórdios da interface digital, tempos nos quais os primeiros profissionais de computação e desig- ners gráficos passaram a criar as conexões entre representação simbólica com a ação do usuário na realização de uma tarefa, mirando um resultado� Você provavelmente reconhece cada um dos elementos gráficos apresentados, no entanto, se há algum que você não conseguiu associar às ações do usuário em uma interface, sugiro que faça pesquisas sobre UX/UI Design – elementos de interfaces digitais� Quanto mais você buscar referências, mais preparado e apto para desenvolver interfaces digitais você será� Observe a tabela a seguir, ela é de suma importância para que você complemente seu entendimento sobre o ciclo de desenvolvimento de uma interface digital� Tabela 1: Ciclo de desenvolvimento de interfaces centradas no usuário� CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES CENTRADAS NO USUÁRIO Você deverá pensar na consistência, o uso inteligente de co- res, hierarquia, ícones que ajudem o usuário a tomar decisões em sua experiência, de modo que ele possa fazer assimila- ções sem frustração no momento da interação pela interface� 14 CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES CENTRADAS NO USUÁRIO Outro ponto que você deve considerar no desenvolvimento de uma interface são os atalhos facilitadores como o tão utilizado Ctrl+C e Crtl+V� Dependendo dos objetivos da inter- face e das tarefas a serem realizadas pelo usuário, além da tecnologia utilizada, os atalhos, quando possíveis, devem ser implementados, desde os mais usuais quanto os necessários, que facilitem as tarefas� No entanto, se o usuário tiver que aprender os atalhos, mostre o caminho do recurso, de modo simples e agradável� Os feedbacks são mais que necessários: em uma intera- ção via interface há comandos, ações e comunicação, e os feedbacks são uma maneira de mostrar ao usuário como a interação está fluindo. Portanto, feedbacks bem apresentados e contextualizados com cada ação devem ser pensados na UX e implementados no projeto de UI Design� Cometemos erros constantemente� Um sistema pode dizer ao usuário que há um erro em relação à tarefa que ele não conseguiu realizar com sucesso, os erros devem ser apresen- tados de maneira amigável na interface, mostrando ao usuário o caminho correto para conseguir finalizar a tarefa desejada. Devemos pensar nos casos de ansiedade do usuário, para isso, a reversão de ações deve ser prevista no sistema UX/UI design, e o usuário deve identificar que é possível desfazer o que não queria fazer ou um possível erros cometido, isso está bastante ligado aos atalhos, como o Ctrl+Z que altera o último resultado de uma ação� Todo sistema tem que oferecer suporte de controle ao usuá- rio. Um ambiente seguro e com informações úteis o suficiente para que ele se sinta capaz de resolver problemas, apoiado e no controle de suas ações durante sua experiência� O usuário, tendo o total suporte, poderátomar decisões sem se sentir frustrado ou prolongar a concretização de uma tarefa, e isso faz parte do pacote de user experience: soluções simples, fáceis, encontráveis e/ou visíveis, assim, o usuário não se sentirá inútil e ficará muito mais satisfeito por concluir o que desejava, ou seja, atingir um resultado� 15 CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES CENTRADAS NO USUÁRIO Sabemos que o usuário deve ser poupado o máximo possível de muitas informações, pois o cenário no qual vivemos, das tecnologias e da conexão dia e noite, acaba sufocando-o� Há muita demanda de informações para processar de diversos meios e pontas, por isso quanto menor a carga de memória um produto digital e/ou sistema exigir do usuário maior será o sucesso em experiência para o usuário. Isso significa que o usuário precisa de menos ações para realizar as tarefas em um sistema pela user interface, menos cliques, menos telas e subtelas, menos textos e informações gerais� Isso dentro do possível, pois é importante não deixar o usuário no escuro, sem informações que são necessárias� As tarefas do usuário também devem ter um curto espaço de tempo, ou seja, curta duração, para que ele não se sinta fatigado e desista do obje- tivo inicial� Fonte: Elaboração própria� 16 EQUILÍBRIO VISUAL (ORDEM, CORES, CONTRASTE) Agora você saberá o que é o equilíbrio visual, de modo que possa aplicar em seus projetos pessoais e/ou profissionais, por meio da ordem dos elemen- tos, considerando a hierarquia das informações, das cores e do contraste entre cores, textos e elementos gráficos. Vamos lá? Vamos analisar, a seguir, quais são os princípios básicos do UI design: y Cor e contraste: refere-se às cores utilizadas no design e à relação entre elas e se o contraste é adequado – permite que usuários com determi- nados problemas de visão, como astigmatismo, possam ver o conteúdo de modo legível; y Respiro: diz respeito à quantidade de elementos utilizados em um layout para tela� Se o layout es- tiver poluído, na tela será igual; é preciso avaliar a distribuição dos elementos e o espaçamento entre eles, ou seja, os elementos como textos, formas, imagens etc� Devem ter um espaço entre eles, uma margem de respiro entre uma informação e outra; y Hierarquia: refere-se à organização dos ele- mentos em tela/layout� Quando vamos trabalhar na construção de uma interface, devemos saber priorizar o conteúdo que aparecerá para o usuário, criando uma sequência coerente de categorias e 17 adequando-as aos layouts para as telas, trabalhan- do destaques em títulos e/ou comandos para os usuários e avisos – com destaques adequados e textos em tamanhos legíveis� Em uma interface, além do design, devemos pensar na hierarquia das ações do usuário, todas as ações iniciais até as finais e desenvolvê-las no design da interface. O que é prioridade é apresentado primeiro e/ou com maior destaque, o que merece atenção especial precisa de um destaque para que o usuário veja; y Proporção: em UI design, diz respeito aos pa- drões reconhecidos e já utilizados em elementos de interfaces, como tamanhos de botões, textos e ícones� Muitos elementos podem ser adaptados, não é preciso seguir regras a risco, no entanto, dependendo da tela para a qual a interface será aplicada, é preciso tomar certos cuidados para não utilizar elementos desproporcionais, um botão muito grande, um texto muito grande, cores que não contrastam bem, tamanhos de caixas, formas, ícones e imagens� A experiência do usuário se dará por intermédio da interface, por isso, compreender e aplicar adequadamente a proporção entre os elementos nos layouts é fundamental, você pre- cisará escalonar os elementos gráficos seguindo algumas regras na diagramação e distribuição dos elementos no layout; y Clareza: diz respeito à identificação e leitura dos elementos de uma interface� Os botões, por 18 exemplo, precisam parecer botões, o usuário deve olhar para um botão e diferenciá-lo de outros elemen- tos� Às vezes encontramos aplicativos e/ou sites com informações que se misturam, não sabemos diferenciar um box para inserir informações de um botão que, embora possa ter o nome do comando/ ação, confunde quando olhamos para a tela� Os botões têm design próprio, cores, sombras e/ou ondulações, por exemplo� Outro elemento impor- tante são as informações textuais, títulos possuem destaques para que se caracterizem como títulos, por isso, as fontes em tamanhos maiores ou com destaque “bold” são formas de gerar destaque; y Consistência: refere-se aos grupos de informa- ções de uma determinada tela que se apresentam em harmonia� Na página de um log-in, por exemplo, onde há os campos de preenchimento de nome, telefone, e-mail, senha etc�, cada item deve seguir um padrão em tamanhos de box, texto e cores, por exemplo, para que a tela não seja desagradável e faça sentido para o usuário� A consistência deve ser mantida o máximo possível nos layouts, é preciso pensar na usabilidade entre telas, não pode haver mudanças drásticas em design e funcionalidades de uma tela para outra� Dentro do possível, deve- mos manter a experiência entre as ações que o usuário irá realizar durante a interação, mantendo a consistência� 19 Faça estudos sobre princípios de design que serão bastante úteis para que você desenvolva interfaces amigáveis� Sempre há novas considerações em relação a padrões e diretrizes� Conforme produtos e/ou serviços são lançados, novos olhares para o desenvolvimento de interfaces são construídos� Leia o artigo a seguir “10 princípios fundamentais de design para um UI Designer” e explore alguns princípios do UI design� O artigo apresenta exemplos que permitem observar a aplicação de cada princípio� Disponível em: https://chiefofdesign�com�br/ui-designer/� Acesso em: 20 set� 2022� EQUILÍBRIO VISUAL: ORDEM A ordem no equilíbrio visual tem bastante relação com a hierarquia das informações no que se refere aos elementos gráficos, às cores, às tipografias, às imagens, aos ícones, aos símbolos, aos blocos/ grupos de informações e às formas como boxes que compõem uma interface� Dentro dessa lista, devemos considerar os elementos específicos de uma interface digital, como barra de progresso, campo de pesquisa, barra de rolagem, menus, bo- tões, campos de digitação de textos e de avaliação de um sistema, por exemplo� SAIBA MAIS 20 https://chiefofdesign.com.br/ui-designer/ O principal na ordem dos elementos de uma interface é considerar tudo que foi desenhado antes, como a AI (arquitetura da informação), a qual norteará o que deverá ser prioridade e/ou aparecer primeiro, em destaque, e o que deverá ser secundário� Ao desenvolver uma interface digital, a ordem das informações e dos elementos deve ser de conhecimento prévio do UX/UI designer, esse conhecimento facilitará a solução para às necessidades do usuário final. Exemplo Imagine que você recebeu duas demandas para desenvolver duas interfaces para aplicativos, pelos quais os usuários finais deverão realizar a inscrição para participar de workshops� A primeira interface, Grupo 01, será destinada a professores, pesquisadores e acadêmicos que receberão uma série de workshops; a segunda interface, Grupo 02, será destinada para jovens “youtubers”, que também receberão uma série de workshops após a inscrição� Tendo em vista que você não partici- pou de etapas anteriores ao desenvolvimento da interface: 1) Qual seria sua primeira tarefa para cumprir essa missão?; 2) Como você se planejaria para desenhar essas interfaces, elas seriam produtos diferentes ou duas 21 etapas para dois tipos de usuários em um mesmo produto digital? Pense sobre isso e, se achar interessante, tome como um desafio e desenvolva essa missão como um projeto de portfólio pessoal� Aí vão algumas dicas: 1) Sua primeira tarefa seria se apropriar de todas as informações existentes, relacionadas ao projeto, mas, no caso de um projeto que você começará do zero,faça pesquisas para conhecer bem cada perfil dos grupos de usuários, os quais são bem distintos; descubra informações como hábitos, cul- tura, gostos, expectativas, observe referências de interfaces com o mesmo propósito da sua missão de UX/UI design; faça pesquisas estruturadas, como um formulário e descubra as reais necessidades de potenciais usuários do grupo 01 e do grupo 02; 2) Após obter as informações e conhecer melhor os perfis de usuários, faça personas para cada gru- po das interfaces que você desenvolverá� Depois, desenvolva uma AI e, se possível, valide-a com testes de usuários, para verificar se faz sentido. Faça um sitemap com a jornada dos usuários� Você poderá, em seguida, criar esboços iniciais e fazer wireframes, pense nos modelos de elementos grá- ficos, o que será preciso ter na interface para que os usuários realizem as tarefas de inscreverem-se nos programa de coleção de workshops, pense 22 cada etapa, tela a tela, as interações necessárias, as trocas de telas e reveja o modelo de sitemap; defina a identidade visual, se haverá duas, para dois aplicativos diferentes, ou se haverá uma variedade de cores, por exemplo, em um mesmo aplicativo, direcionadas para cada um dos grupos de usuá- rios. Esse é o momento de definir como será seu projeto final, mas você tem a opção de desenvolver as duas propostas, ou seja, duas versões de inter- face para um mesmo produto digital, o aplicativo do programa de workshops, ou duas interfaces bem distintas, em relação ao UI design, para dois aplicativos, isso ficará por sua conta. Crie os UI kit e protótipos para testar com potenciais usuários finais (as redes sociais são um ótimo campo para conseguir contar com a participação de pessoas interessadas nos projetos, explore esse recurso); 3) Validando os protótipos, faça ajustes e com- partilhe como portfólio em suas redes sociais� Bom projeto! A hierarquia visual é essencial para mostrar ao usuário os pontos principais� Por exemplo, durante sua leitura em uma interface, as cores ajudam o usuário a selecionar o que é mais importante e/ ou a encontrar o que procura no momento que iniciou uma tarefa� 23 Não há como ler todas as informações constan- temente, nosso cérebro e nossos olhos trabalham com filtros de informações em um contexto de necessidade, por isso, a ordem das cores e das informações precisam ser bem trabalhadas, elas criam relações entre as informações transmitidas aos usuários, informam, criam e geram emoções que conduzem, em uma experiência digital, as decisões do usuário� Entenda, a seguir, o que se- ria uma desordem na interface digital para você compreender a necessidade da ordem� Figura 5: A ordem na UI� Te ver Estrela, bom! LOG IN Sign up with Forget password Create account Create an account Don’t have and account? E-MAIL PASSWORD Bom te ver Estrela! LOG IN Sign up with Forget password Create account Create an account Don’t have and account? E-MAIL PASSWORD Fonte: Elaboração própria� 24 Note as duas interfaces para um aplicativo: na primeira, à esquerda, está notável a falta de ordem visual e ordem das informações, afinal, não é só em relação às cores que devemos nos atentar; além da repetição de cores dos elementos em uma interface, é preciso que haja uma harmonia nos princípios de design da repetição e as informações devem seguir a ordem dos padrões preestabelecidos� Por exemplo, a senha (password, em inglês), no cadastro em um site e/ou aplicativo, jamais apa- rece antes do campo do e-mail; o botão de log-in deve aparecer na sequência, como a próxima ação a ser realizada pelo usuário após digitar o e-mail e a senha de cadastro� As cores estão em desarmonia e não há uma ordem de apresentação, eles se repetem sem uma estratégia inteligente de UX/UI design� Compare a primeira tela de interface da imagem com a segunda, não há como negar a falta de ordem na primeira tela, não é mesmo? Considere esse exemplo a não ser seguido em seus projetos de design de interface digital� EQUILÍBRIO VISUAL: CORES Você, provavelmente, já entendeu a importância e o poder das cores em um projeto visual para interface digital� Muitas vezes podemos encontrar 25 desafios em trabalhar com as cores em uma in- terface, principalmente quando elas devem seguir uma identidade visual que não colabora com os princípios de design e com o desenvolvimento de uma interface amigável, centrada no usuário, não é mesmo? Se você não passou por uma situação parecida, provavelmente ainda passará! Nem todas as marcas possuem uma identidade que conversa bem com interfaces digitais, principalmente quando há uma grande demanda de telas a serem desenvolvidas� É preciso pensar em alternativas para solucionar esse tipo de problema, como delimitar as cores apenas ao logotipo e/ou utilizar as cores princi- pais da marca em destaques e/ou categorias e/ou sessões, deixando o conteúdo bruto menos denso quando as cores predefinidas forem fortes e/ou com alto teor de saturação� Uma interface possui diversas informações, as quais os usuários darão atenção; as cores devem ser trabalhadas com estratégia e seguindo as diretrizes do bom design, conceitos como teorias das cores e estudos como cores para interfaces digitais são um ótimo caminho para você seguir� Além disso, há um estudo que fará muita diferença e vale a pena você estudar: é a Semiótica, muito estudada pela psicologia, na relação com as emo- 26 ções humanas, como elas influenciam a percepção e os sentimentos� É exatamente por isso que todo UX/UI designer deve conhecer esse estudo para aplicar de modo consciente em seus projetos de user interface (UI)� Por meio das cores podemos desenvolver uma interface com uma boa estética, o que favorece a experiência do usuário e a funcionalidade, tudo de- penderá da harmonia entre essas partes� Somente a funcionalidade não é interessante e/ou agradável ao usuário, mostrar equilíbrio das cores em uma interface é um dos caminhos mais seguros para garantir excelência em experiência para o usuário� Observe a seguir o que seria o oposto ao equilíbrio visual em uma interface: 27 Figura 6: Exemplo de desequilíbrio visual em interface� Bom te ver Estrela! LOG IN Sign up with Forget password Create account Create an account Don’t have and account? E-MAIL PASSWORD Fonte: Elaboração própria� Você conseguiu perceber como as cores podem ser desagradáveis quando não trabalhadas em harmonia? O equilíbrio visual das cores depende desse fator, da harmonia e da simbologia das cores alinhadas às necessidades do usuário final em um projeto de user experience (UX)� Note como o fundo vermelho soa agressivo e embora haja repetição das cores elas estão organizadas de uma maneira que transmite uma total confusão na interface do 28 usuário� O contraste entre as cores é outro fator que prejudica a usabilidade e a experiência do usuário. Utilize essa figura como exemplo a não seguir, hein? Você poderá trabalhar bem as cores, definir uma paleta para seu projeto de interface quando estiver desenvolvendo a UI kit, as cores são fundamentais e devem ser previamente planejadas e testadas em protótipos, ninguém melhor que o usuário para indicar em um teste o que funciona e o que não funciona� É possível perceber o impacto das cores em uma interface mesmo antes de ouvir o usuário, pois as expressões durante uma sessão teste dizem bastante� As cores, como já mencionado, têm impacto direto na tomada de decisão do usuário, sua permanên- cia em um site e/ou aplicativo, por exemplo, pode ser influenciada pelo trabalho com as cores, uma estratégia bastante utilizada, há tempos, por em- presas em ambientes físicos� Quer se aprofundar no estudo das cores? Leia o livro A psicologia das cores, de Eva Heller� SAIBA MAIS 29 Para trabalhar com as cores em interfaces digitais você precisa conhecer os conceitos e as teorias das cores e os sistemas como RGB e CMYK, sen- do o primeiro destinadopara imagens digitais e o segundo para impressos� Faça seus estudos sobre cores e as utilize com consciência em seus projetos de interface do usuário� A qualidade de uma interface dependerá do todo e as cores são um dos elementos que compõem uma interface� Observe a figura a seguir e comece seus estudos pela observação do círculo cromático e seu pro- cesso de composição� Figura 7: As cores e o círculo cromático� As cores primárias são as que não podemos criar, por isso elas recebem esse nome, são elas: amarelo, vermelho e azul. As cores secundárias nascem da mistura das cores primárias, por exemplo: amarelo com vermelho, forma a cor laranja. As cores terciárias são as que se originam das misturadas das cores primárias com as cores secundárias. Círculo cromático, soma de todas as cores a serem utilizadas separadamente ou por combinações. 3 3 6 12 Fonte: Elaboração própria� EQUILÍBRIO VISUAL: CONTRASTE O contraste é a percepção marcante entre a dife- rença de cores que reforça uma intenção desejada� Essa percepção é construída pela combinação de cores que são selecionadas, por exemplo, com base em estudos da psicologia das cores� Para 30 criar uma composição de uma interface digital que seja harmoniosa, devemos conhecer matiz, brilho e saturação, desse modo poderemos trabalhar com as cores do círculo cromático e criar uma paleta de cores apropriada para um projeto de UX/UI design� O contraste é um dos princípios de design� Em todo projeto gráfico o contraste entre as cores deve ser bem analisado e embasado em estudo das cores, considerando os efeitos emocionais que podem causar no usuário e os objetivos do produto digital� Salve em sua biblioteca um livro que é bastante indicado para designers, independentemente de você ser designer UI ou designer gráfico de impresso. Os princípios e os estudos de design servem para todos da profissão, pois temos sempre regras e conceitos gerais e específicos. O livro Design para quem não é design não é apenas para principiante, é um guia de diversos designers profissio- nais, você encontrará um ótimo conteúdo para aprender sobre cores� Disponível em: https://pt�slideshare�net/ man3lla/design-para-quem-no-designer-robin-williams� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 31 https://pt.slideshare.net/man3lla/design-para-quem-no-designer-robin-williams https://pt.slideshare.net/man3lla/design-para-quem-no-designer-robin-williams Analise a figura a seguir, observe como os elemen- tos gráficos também foram contrastados com as cores, como as informações foram distribuídas e os pontos de destaque que mais chamam a atenção: Figura 8: Cores e interface digital� Fonte: Freepik Você percebeu como as interfaces digitais da figura anterior são modernas e agradáveis. Ape- sar do minimalismo em cor, elas têm o poder de despertar o interesse ao fisgar nossos olhos. O uso de poucas cores em uma interface é algo que 32 é bastante praticado no UX/UI design, a visibilida- de do que deve se destacar para o usuário pode ser realçada pela cor que é aplicada em pontos estratégicos nos elementos de interação de uma interface� O equilíbrio visual é uma das estratégias mais marcantes em uma interface, você deve estu- dar constantemente cores e aprender a trabalhar com elas, fazendo combinações que criem um contraste agradável e harmonioso� Isso será um diferencial em seus projetos que ressignificará a experiência do usuário� 33 MOODBOARD E DESIGN SYSTEM Agora falaremos sobre moodboard e design system� Começaremos entendendo o que é moodboard, mas antes de explorarmos o conceito analise a figura a seguir: Figura 9: Exemplo de moodboard para interface digital� Doctor’s Helpline Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna COMPANY NAME Get Started Categories Lorem ipsumLorem ipsumLorem ipsum Specialist Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Categories Lorem ipsumLorem ipsumLorem ipsum Doctor’s Helpline Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit, sed diam nonummy nibh euismod tincidunt ut laoreet dolore magna COMPANY NAME Get Started Tela 1 Tela 2 Specialist Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Lorem ipsum - Hospital 0422 831 21 Dr. Lorem Ipsum Fonte: Adaptado de Freepik� Note que na figura anterior, que traz um exemplo simplificado de moodboard, há uma seleção de elementos gráficos, ícones, textos/tipografias, componentes de interface e definição da paleta de cores� Você consegue perceber todos os elementos aplicados em layouts para telas de um aplicativo; as telas podem ser categorizadas como protóti- pos de alta fidelidade, a versão mais próxima do produto final. 34 Moodboard é um termo do inglês que significa “pai- nel de humor”, também é conhecido como painel semântico� Desenvolver um painel semântico para uma interface digital é como fazer uma colagem de elementos gráficos, imagens, ícones, elemen- tos do UI kit e materiais que servem para que o UI designer apresente um conceito para a equipe de desenvolvimento de um produto digital, além de unificar os layouts da interface, evitando falhas na identidade como criar uma tela muito diferente da outra� O moodboard, ou painel semântico, é uma ferramenta que serve como guia na UI� Como fazer o painel semântico? Primeiramente, você deve saber os objetivos do projeto, conhecer o perfil do usuário e ter um bom conhecimento sobre estrutura e identidade visual da marca e/ ou empresa� Com base nessas informações, você poderá selecionar os elementos e ir organizando-os no layout, testando as combinações, com elemen- tos gráficos, imagens, tipografias, componentes da UI e cores� Conforme você for montando-o, você descobrirá o caminho e conseguirá estabelecer uma relação semântica entre os elementos que norteará o de- senvolvimento da interface� Utilizar essa ferramenta favorece seu trabalho porque ajuda a esclarecer, para você e para o time envolvido, as expectativas em relação ao projeto� Além disso, em relação à 35 identidade, componentes principais da interface e elementos gráficos, é possível validá-los com clientes, equipe de desenvolvimento e/ou gestor de projeto o caminho visual e conceitual da user interface� Criar moodboards, em diversos momentos, pode requerer o envolvimento de outros profissionais que trabalham com você em um projeto, uma prática inicial é a organi- zação da equipe para sessões de brainstorming a fim de obter alguns insights� A primeira versão do moodboard pode ser um rascunho, depois ele vai sendo refinado quando a ideia geral estiver predefinida. Conforme você for montando seu moodboard, pode ocorrer algumas alterações em relação ao rascunho inicial e isso faz parte do processo de criação� O mais importante é re- alizar validações das versões finais, isso evitará ruídos e problemas futuros no desenvolvimento do projeto de interface� Saiba que a ferramenta moodboard é utilizada para diversos projetos de design, não se restringindo apenas ao design de interface, inclusive para projetos impressos e eventos� Falaremos agora sobre design system� O termo em inglês é o mesmo que “sistema de design”, porém, os profissionais de UX/UI design utilizam a versão original� FIQUE ATENTO 36 Assim como o UI kit, ou kit de interface do usuário, o design system é uma forma de planejamento para manter a consistência de um projeto de interface digital� No processo de desenvolvimento de inter- face digital, o UX/UI designer é quem determina o comportamento dos componentes visuais da interface, definindo como ocorrerá a interatividade do usuário durante uma experiência, como esses componentes da interface digital serão utilizados pelo usuário� Ao utilizarmos uma interface, percebemosas fun- cionalidades de componentes visuais que ocorrem de modo individual e em grupos, isso parte do design system, pois são as regras estabelecidas para os componentes e as funcionalidades na interatividade do usuário� O UI designer cria os componentes da interface digital, isso você certamente já compreendeu� Den- tro do processo de designer de interface há o que chamamos de guidelines, que é um guia de estilo de uma interface desenhado pelo UX/UI designer� O guideline é a definição da estética da interface. Podemos dizer também que é a direção de arte dos componentes, o estilo da interface digital fundamentado em todas as informações de pes- quisas realizadas no projeto como a pesquisa UX, AI (arquitetura da informação)� 37 É comum haver confusão em relação ao que é de- sign system porque há duas partes que o envolvem: o guideline e a parte de programação, que envolve os códigos utilizados para os componentes da interface� É importante que esses componentes já programados sejam disponibilizados em uma biblioteca e, com esse processo, temos o design system� Portanto, o design system é a junção dos elementos gráficos de uma interface digital programados e disponibilizados com as diretrizes de funcionalida- des� Por exemplo, se um componente for restrito para funcionar apenas um grupo de componentes da interface, o programador será responsável por aplicar essa funcionalidade� O NNgroup define de maneira objetiva e resumida o que é design System� Assista ao vídeo Design Systems and Their Benefits� Disponível em: https://www�youtube�com/ watch?v=3TpiNrZlzt4� Acesso em: 20 set� 2022� Uma biblioteca padronizada de componentes por si só não é design system, assim como somente o guideline de interface digital também não o é� SAIBA MAIS 38 https://www.youtube.com/watch?v=3TpiNrZlzt4 https://www.youtube.com/watch?v=3TpiNrZlzt4 Para entendermos o que é design system, deve- mos considerar que é a soma do guideline (design dos componentes da interface como botões) e a programação, mais especificamente códigos (cada componente possui um código) e assets (ou ativos – elementos gráficos como ícones e/ou imagens e os componentes da interface) definidos em documentação consultável� A parte da documentação precisa ser detalhada com informações de uso do componente, esse detalhamento é importante para a reutilização dos componentes. Podemos entender, por fim, que design system é composto por partes que se somam� Quer compreender melhor, e com exemplos reais, o que é design system? Então explore o site da Apple que é a maior referência em tecnologia e design� Você poderá entender mais sobre componentes, layouts, guideline, códigos e assets, pra isso basta você selecionar, no menu da página principal, “Design” para explorar a parte de design como guideline, e “Develop” para acessar os conteúdos de programação como códigos e assets� Disponível em: https://developer�apple�com/� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 39 https://developer.apple.com/ O design system, portanto, é um padrão de design com um conjunto de ferramentas que estabelecem as diretrizes para uma interface� Seu contexto de uso dependerá do projeto e do design system elaborado pela equipe ou que serviu de referên- cia� Apple e Google são duas gigantes que estão sempre na mira de profissionais de UX/UI design, isso porque as inovações em design e tecnologias da comunicação e da informação dessas empre- sas são sempre inspiradoras e aceleradores das inovações em soluções digitais� Outra que não podemos esquecer é a Meta� Assista ao vídeo Microsoft fluent design system para ter uma referência visual do que é design system� A Microsoft, assim como a Apple e o Google, é referência� Disponível em: https://www�youtube�com/ watch?v=JwyjUcFQpfM� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 40 https://www.youtube.com/watch?v=JwyjUcFQpfM https://www.youtube.com/watch?v=JwyjUcFQpfM TESTE DE USABILIDADE Agora, precisamos compreender melhor o que é o teste de usabilidade e como podemos aplicá-lo� Já estudamos anteriormente o conceito de usabilidade, certo? Por meio da usabilidade podemos projetar, testar, mensurar e melhorar a usabilidade de um produto digital com base na experiência do usuário� A mensuração da usabilidade pode ser obtida mediante testes de usabilidade que podem ser aplicados antes do lançamento de um produto digital e/ou após, para confirmar o nível de usabi- lidade e levantar possíveis falhas e/ou erros que possam ser melhorados� Todo produto digital e/ou ferramenta precisa ser útil e para que isso ocorra os usuários devem con- seguir utilizá-lo sem dificuldades. Quanto mais fácil for a utilização de um produto digital, maior é seu nível de usabilidade e, por consequência, melhor é a experiência do usuário� Mas como realizar um teste de usabilidade? A primeira palavra que você deve ter em mente é planejamento; muitas das tarefas que realizados dependem de planejamento, principalmente se quisermos obter sucesso nos resultados, e o teste de usabilidade não é diferente, afinal, você irá tratar diretamente de potenciais usuários e/ou usuários finais. 41 Você deverá selecionar o grupo de usuários para o teste, ou testes� Durante o desenvolvimento de um produto digital é comum fazermos alguns testes, dentre eles está o de usabilidade, que nos mostrará o nível de usabilidade do produto digital e/ou sistema que estamos desenvolvendo� Observe a seguir algumas regras básicas que ajudarão em seu teste de usabilidade: 1) Formação de grupos de participantes do teste (pessoas da equipe e/ou usuários); 2) Definição de quem conduzirá as sessões de testes: a pessoa deverá se preparar bem para não influenciar os participantes durante o teste; a ses- são não pode ser tendenciosa e cada participante deve testar a interface e/ou opinar de maneira livre; 3) Delimitar o que será investigado no teste, ou seja, o que você está querendo saber com o teste, quais funcionalidades e/ou elementos da interface estão sendo testadas; 4) Preparar dois tipos de roteiros, um com informa- ções essenciais para os participantes e outro para quem irá conduzir� O roteiro ajuda na compreensão em relação ao teste, o que se espera, o que deve ser feito e quais são os objetivos� O roteiro é um método de garantir que todos estejam alinhados e saibam exatamente o que fazer; 42 5) Definir qual o melhor ambiente para a sessão: será presencial? Em que sala/lugar? Será on-line? Por qual ferramenta? Será a distância? Qual meio será utilizado, formulário, perguntas e respostas?; 6) A sessão será gravada? Áudio e vídeo ou só áudio? Você poderá tirar fotos durante o teste, mas lembre-se de pedir permissão aos partici- pantes, isso pode requerer um termo de uso de imagem que deverá ser assinado por eles� Essas informações precisarão ser explicadas antes de se iniciar a sessão� Esteja aberto para ouvir um “não”, muitas pessoas não gostam de participar de sessões gravadas, de gravarem suas vozes ou serem fotografadas; 7) Separe todos os materiais que serão necessá- rios, os protótipos, blocos de anotações, post-its, folhas para rascunhos, se for o caso, computadores e/ou smartphones� Se os usuários tiverem que utilizar seus próprios aparelhos, isso deverá ser negociado antes da sessão de teste; não pegue nenhum participante de surpresa; 8) Antes da sessão na prática, converse com os participantes e/ou usuários e, mesmo que eles tenham um roteiro em mãos, explique quais são as tarefas que eles deverão realizar, isso quebra a tensão e deixa os participantes mais à vontade� Depois que iniciar o teste, na prática, evite falar, deixe 43 que o usuário tente sair sozinho das dificuldades que encontrar e, se por acaso ele não conseguir, é importante ter um meio para que ele registre as impressões, as dificuldades, o que não conseguiu fazer e o que poderia ser diferente, por exemplo; 9) Todo teste/tarefa precisa ter um tempo com- binado e isso deveser esclarecido no roteiro do participante do teste e explicado durante a abertura da sessão; 10) Uma boa maneira de criar grupos de teste de usabilidade é ter dois perfis, se você se deparar com muitas pessoas que não queiram ser filmadas e/ ou ter suas participações no teste gravadas, tenha o grupo de pessoas mais reservadas; 11) Ao final da sessão de teste de usabilidade, lembre-se de conversar de maneira aberta e ami- gável com os usuários, escute o que que cada um tenha a dizer e agradeça a todos pela participação� Você pode aproveitar a sessão para fazer algumas perguntas, durante ou ao final, mas é importante que perguntas complementares sejam deixadas para o final da sessão, assim o usuário não se sentirá interrompido e você poderá observar mais os participantes� Existe uma certa regra, como consideram muitos profissionais de UX/UI design, é a do “não mais do 44 que cinco”, que foi criada por Jakob Nielsen, um dos maiores influenciadores em UX, fundador do Nielsen Norman Group� Quer conhecer melhor quem é Jakob Nielsen? Acesse o site do Nielsen Norman Group� Disponível em: https:// www�nngroup�com/people/jakob-nielsen/� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 45 https://www.nngroup.com/people/jakob-nielsen/ https://www.nngroup.com/people/jakob-nielsen/ TENDÊNCIAS EM UX E UI Sabemos que as tecnologias estão por toda parte, principalmente as digitais, que otimizam os pro- cessos de produção e automatizam tarefas que por muito tempo eram parte do trabalho humano� Uma das tendências para o futuro é sabermos utilizar mais o cérebro do que a nossa força física; precisaremos ter bem desenvolvidas as habilida- des técnicas e emocionais, ou melhor, hard skills e soft skills� Tudo bem, mas o que isso tem a ver com UX/UI Design? Saiba que tem tudo a ver! Primeiramente, se você deseja ser um profissional do mercado, atu- alizado e que consegue acompanhar as constantes mudanças, você deverá desenvolver habilidades técnicas como UX/UI design, e comportamentais, como compreender as diferenças, ter empatia, aprender a aprender e escuta ativa, por exemplo� Quando desenvolvemos produtos digitais, com design centrado no usuário, essas habilidades aprimoram nossa capacidade de identificar as reais necessidades, desejos e soluções para os problemas a serem resolvidos na sociedade, que é habitada por pessoas� 46 A experiência do usuário tem explorado constante- mente o campo das emoções, de como o cérebro humano funciona, e soluções tecnológicas com interfaces digitais� Se formos analisar, atualmente temos um amplo terreno a ser explorado em UX/ UI design e uma das tendências é a evolução das tecnologias atuais e de novas descobertas conforme as tecnologias da informação e da comunicação forem evoluindo� Estamos rodeados de aparatos tecnológicos que nos possibilitam experiências por meio do design e da tecnologia, por exemplo os smartwatches com monitoramento de atividades físicas, assis- tentes virtuais como a Alexa (Amazon) e mesmo os sistemas que parecem simples porque já estão bastante naturalizados em nosso dia a dia, como os leitores de bilhete único em ônibus e metrôs� Essas tecnologias fazem parte do que chamamos de ubiquidade e interfaces invisíveis, que é um dos campos de estudo e tendência em UX/UI� Existem algumas perspectivas em relação às tendências em UX/UI, como design centrado não apenas no usuário, mas no meio ambiente também, ou melhor, design centrado na vida. A influência para essa tendência está diretamente conectada às questões ambientais, como o aquecimento global que afeta a preservação da natureza e da vida, em qualquer parte do planeta� 47 Estamos cada vez mais vinculados aos compu- tadores móveis e smartphones, isso influencia as mudanças futuras e, mesmo diante de tantas inovações tecnológicas e soluções em design de interface para esses aparatos, as mudanças não param� Uma tendência que tem sido estudada é o controle de gestos de ar, você já ouviu falar nessa tendência? Bem, o controle de gestos de ar é uma tendência em design para dispositivos móveis que permitirá a realização de um ato, ou atividade, só com os gestos do corpo� Por exemplo, você poderá tirar uma selfie sem a necessidade de se clicar no aplicativo “câmera”, apenas mostrar o gesto da palma da mão em direção à câmera do smartphone será suficiente para tirar uma selfie� Essa tecnologia pode até ser considerada parte da abordagem mobile-first, que é uma tendência contínua se considerarmos a migração constante de produtos e serviços di- gitais adaptáveis e/ou construídos para acesso via smartphones� As cores como background (fundo) estão cres- cendo e é considerado uma tendência, o design clean sempre faz sucesso e para muitos produtos digitais é a melhor solução, mas há contextos nos quais a cor faz muita diferença e por isso é que 48 as opções estão mudando o curso do design com background apenas branco e/ou preto� Uma tendência que já está bastante notável são as experiências por realidade virtual (RV) e reali- dade aumentada (RA), que antes estavam mais concentradas no contexto de jogos� Atualmente já são indicados os caminhos de expansão des- sas tecnologias que deverão contar com ótimas soluções em UX/UI� Educação, Medicina (Saúde), indústria automobilística, varejo e viagens são alguns exemplos� Muitos materiais de pesquisa e as melhores referências em UX/UI design são de língua estrangeira, como o in- glês, que é um idioma que possui uma diversidade de estudos em UX/UI� O mercado de trabalho e o cenário de mudanças para o futuro destacam, dentre as habilidades técnicas e comportamentais, a fala e compreensão de outros idiomas como o inglês, que se encaixa em uma habilidade técnica� Fique atento às exigências e aos cenários com oportunidades em UX/UI Design, você pode pesquisar constantemente e acompanhar os meios de comunicação e informação que estão mais concentrados em sua área de interesse� O NNgroup (Nielsen Norman Group) é uma ótima fonte, que está sempre à frente em relação à UX/UI� FIQUE ATENTO 49 Leia o artigo “UI/UX design trends of 2022 you need to catch up to” para obter mais informações sobre ten- dências em UX/UI� Você irá encontrar sempre novas informações em relação às tendências, isso porque, como já sabemos, o mundo está cada vez mais rápido e com isso as mudanças também� Não conseguimos acompanhar tudo, mas podemos filtrar as informações mais relevantes e que impactam diretamente em nossa vida e em nossa carreira, por isso, pesquise sempre sobre tendências� Disponível em: https://uxplanet�org/ ui-ux-design-trends-of-2022-you-need-to-%D1%81atch- -up-to-d02ff6623d5a� Acesso em: 20 set� 2022� SAIBA MAIS 50 https://uxplanet.org/ui-ux-design-trends-of-2022-you-need-to-%D1%81atch-up-to-d02ff6623d5a https://uxplanet.org/ui-ux-design-trends-of-2022-you-need-to-%D1%81atch-up-to-d02ff6623d5a https://uxplanet.org/ui-ux-design-trends-of-2022-you-need-to-%D1%81atch-up-to-d02ff6623d5a CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste e-book, falamos sobre o ciclo de desenvol- vimento de interface digital, compreendendo os pontos principais com uma apresentação deta- lhada das etapas do processo� Você aprendeu o que é equilíbrio visual (ordem, cores e contraste), podendo diferenciar a importância de cada ele- mento para o desenvolvimento de interfaces com equilíbrio visual� Estudamos o conceito e modelos de moodboard e design system, de modo que você seja capaz de entender os conceitos e utilizar cada um deles em seus projetos digitais� Aprendemos como realizar um teste de usabilidade, podendo contar com uma lista de regras básicas para realizar suas próprias sessões de testes e, por fim, vimos algumas ten- dências em user experience (UX) e user interface (UI), que caminham juntas em qualquer projeto de desenvolvimento de interface do usuário� 51 Referências Bibliográficas & Consultadas AROUCHA, B� Z� L� Design da informação� Curitiba: Intersaberes, 2021� [BibliotecaVirtual]� BARRETO, J� S� Interface humano-computador� Porto Alegre: SAGAH, 2018� BELMIRO, J� (org�)� Usabilidade interface homem máquina� São Paulo: Pearson Education, 2017� [Biblioteca Virtual]� CARDOSO, L� da C� Design de aplicativos� Curitiba: Intersaberes, 2022� FERREIRA, M� B� Prototipagem e testes de usabilidade� Curitiba: Contentus, 2020� KISTMANN, V� Design Emocional� Curitiba: Contentus, 2020� LOWDERMILK, T� Design centrado no usuário: um guia para o desenvolvimento de aplicativos amigáveis� São Paulo: Novatec Editora, 2013� NIELSEN, J� 10 Usability heuristics for user interface Design� NN/g Nielsen Norman Group, 15 nov� 2020� Disponível em: https://www� nngroup�com/articles/ten-usability-heuristics/� Acesso em: 19 set� 2022� https://www.nngroup.com/articles/ten-usability-heuristics/ https://www.nngroup.com/articles/ten-usability-heuristics/ PAZ, M� Webdesign� Curitiba: Intersaberes, 2021� [Biblioteca Virtual]� SOBRAL, W� S� Design de interfaces: introdução� São Paulo: Erica, 2019� [Minha Biblioteca]� STATI, C� R; SARMENTO, C� F� Experiência do Usuário (UX)� Curitiba: Intersaberes, 2021� [Biblioteca Virtual]� TAI, H� Design: conceitos e métodos� São Paulo: Blucher, 2018� [Minha Biblioteca]� WILLIAMS, R� Design para quem não é designer: princípios de design e tipografia para iniciantes. 4� ed� São Paulo: Callis, 2013� Introdução Ciclo do desenvolvimento de interface digital Equilíbrio visual (ordem, cores, contraste) Equilíbrio visual: ordem Equilíbrio visual: cores Equilíbrio visual: contraste Moodboard e design system Teste de usabilidade Tendências em UX e UI Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas