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1 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Semana Acadêmica DCCA 2012/1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais 1. Contabilidade Aplicada ao Setor Público: 1.3.2 Administração Pública Indireta - I Prof. Diego de Oliveira Carlin Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais Contabilidade Governamental I Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.3 Entidades Paraestatais CONTEÚDO 2 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais CONTEÚDO Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais 3 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.1 Definições e Características a) Definição “Administração indireta ou descentralizada é aquela atividade administrativa caracterizada como serviço público ou de interesse público, transferida ou deslocada do Estado, para outra Entidade por ele criada ou cuja criação é por ele autorizada” (KOHAMA, 2009, p.35) “É o conjunto de pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado, criadas ou autorizadas por lei específica para prestar serviços públicos ou exercer atividades econômicas e distintas daquelas que as instituíram, tendo seu fundamento na descentralização administrativa. (DiPietro) A Administração Indireta corresponde às pessoas jurídicas criadas pelos entes federados, vinculadas às respectivas Administrações Diretas, cujo objetivo é exercer a função administrativa de forma descentralizada. (Alexandre, Deus, 2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.1 Definições e Características b) Características É composta exclusivamente por pessoas administrativas (PJ de direito público ou privado) e não por pessoas políticas (União, Estados/DF e Municípios) Suas Entidades possuem personalidade jurídica própria; Seu regime jurídico pode ser de direito público ou de direito privado, conforme a espécie de entidade; São manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica (outorga); Integram a chamada “Administração Indireta” do Estado; Dependem de lei em sentido estrito para serem criadas; (princípio da reserva legal) Possuem capacidade de autoadministração (autonomia administrativa, técnica e financeira), mas não têm autonomia política para legislar; 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre; Deus (2017, cap. 2) 4 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.1 Definições e Características b) Características Criação: Princípio da Reserva legal (necessita de lei específica para sua criação ou autorização para sua instituição) CF/88, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Autonomia: Possuem autonomia em relação ao Poder Central, mas não independência absoluta Vinculação: vinculam-se a um órgão do Poder Central (ministérios ou secretarias), mas não são subordinadas Controle: submetem-se ao Controle Externo (dos Tribunais de Contas) e ao Controle Finalístico do Poder Central (Ministérios, Poder Executivo) Tipos de Serviços quanto à Centralização: Regra geral, PJ de Direito Público prestam serviços públicos específicos e as PJ Direito Privado atuam atividades de interesse público e com fins econômicos. As atividades privativas do Estado e os serviços públicos são executados pela Administração Direta. Alexandre; Deus (2017, cap. 2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.1 Definições e Características c) Entidades DECRETO-LEI 200/67 Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta .... II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. e) Consórcios Públicos (incluídos pela 11.107/05) – [Há dúvidas na Doutrina quanto a esta classificação] 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 5 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.1 Definições e Características c) Entidades ADMINISTRAÇÃO FORMA ESPÉCIES DIRETA Entidades Políticas (União Estados/DF e Municípios) ÓRGÃOS (sem personalidade jurídica própria) Da Presidência Dos Ministérios Dos Poderes Legislativo, Judiciário e MPU Conselhos * Respectivamente nos Estados e Municípios INDIRETA (Entidades Administrativas) ENTIDADES PJ de Direito Público ou Privado Autarquias Fundações Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista Consórcios Públicos 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Adaptado de Paludo (2003) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais 6 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias a) Definição CARACTERÍSTICAS GERAIS a) Pessoa Jurídica de Direito Público b) Geralmente executam serviços públicos típicos de Estado, mas de natureza especializada (fiscalização, polícia administrativa, serviços públicos, requerendo maior autonomia de gestão, organização e de pessoal) c) Recebe a execução do serviço público por transferência (outorga) e não por delegação; embora descentralizada, integra o organismo Estatal (prolongamento do Estado) d) Sujeita às disposições da Administração Pública Direta (art. 37 da CF) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DL 200/67 Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada” Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias b) Características Específicas - Administrativas a) Criação e extinção: Criação e extinção por lei específica; regulação por decreto b) Personalidade jurídica: de direito público; c) Administrativamente: É a personalização de um “serviço público” d) Atos Administrativos: equiparam-se ao ato administrativo, portanto os atos de seus dirigentes estão sujeitos a mandado de segurança e ação popular e) Contrato Administrativos: seus contratos seguem as normas de direito adm. (público) f) Licitação: as despesas relativas a compras, serviços e obras estão sujeitas as normas de Licitação g) Regime Estatutário e Concurso: os servidores sujeito ao Regime Estatutário próprio ou podem adotar o regime dos servidores públicos e ingressopor concurso público h) Responsabilidade Civil Objetiva e Direito de Regresso: por seus agentes, em regra, de maneira objetiva e tem o direito de regresso se o servidor agiu com dolo ou culpa. 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre, Deus (2017, cap.2); Pesavento 7 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias b) Características Específicas – Financeiras e Patrimoniais a) Patrimônio: o patrimônio inicial é oriundo da Entidade Estatal a que se vincula (U, E e M) b) Bens e Rendas: constituem patrimônio próprio (patrimônio público) c) Bens Públicos: alienabilidade condicionada, impenhorabilidade e imprescritibilidade d) Orçamento: Integram o Orçamento Público como a administração direta, conforme a Lei 4.320/64 e) Contabilidade: execução e escrituração contábil, financeira, orçamentária e patrimonial nos moldes da Lei 4.320/64 f) Controle: Sujeitam-se ao controle externo dos Tribunais de Contas (Legislativo) e o controle finalístico ou de tutela administrativa pela entidades a que se vinculam (Ministérios e Executivo) g) Imunidade Tributária Recíproca: Possuem imunidade tributária de impostos sobre o patrimônio, a renda e serviços vinculados às suas atividades finalísticas (imunidade recíproca) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre, Deus (2017, cap.2); Pesavento Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias b) Características Específicas – Aspectos e Privilégios Jurídicos a) Foro Competente p/Causas comuns ou relacionadas a servidores estatutários: Justiça Federal (autarquias federais) Justiça Estadual (autarquias estaduais, municipais ou distritais). b) Para litígios relacionados a empregados públicos, regidos pela CLT, a competência é da Justiça do Trabalho, independentemente da autarquia ser federal, estadual, municipal ou distrital; c) Prazo em dobro para recorrer e quadruplo para se manifestar nos Processos Judiciais (CPC, art. 183); d) Prescrição Quinquenal para direitos e ações contra elas invocado o ajuizado e) Créditos (São inscritos em dívida ativa) cobrados mediante processo especial de execuções fiscais f) Duplo grau de Jurisdição Obrigatório, em regra g) Isenção de custas judiciais, exceto de reembolsar a parte vencedora ao final do processo. Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 8 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias c) Classificação e Exemplos Carvalho Filho apud Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Nível Federativo Quanto ao Objeto Quanto à natureza ou regime jurídico Federais Assistenciais Comuns Estaduais Previdenciárias Especiais Municipais Culturais, educação e ensino Fundacionais Profissionais (corporativas) Associações Públicas De Controle Associativas (de consórcios) Administrativas Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias c) Classificação e Exemplos Pesavento (p. 106) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ÁREA DE ATUAÇÃO FEDERAIS EST/MUN Assistenciais, diminuição das desigualdades sociais ou regionais INCRA Assistência social e Previdência Social, as destinadas à defesa da saúde INSS IPE-Saúde, IPE- Prev FASC PREVIMPA, Culturais, que são as de fins culturais, pesquisa, como institutos de ensino e pesquisa, museus, bibliotecas UFRGS, UFRJ, INEP Ibram, BN, ICMBIO, IPHAN OSPA Obras públicas, quando objetivam a construção e conservação de bens de uso comum, as rodovias DNIT DAER Transportes, criadas para realizarem o transporte de passageiros, oficiais ou não. Tratamento e distribuição de água; Coleta e tratamento de lixo; proteção ao meio ambiente IBAMA DMAE, DMLU, 9 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias c) Classificação e Exemplos Pesavento (p. 106) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ÁREA DE ATUAÇÃO FEDERAIS EST./MUN Regulação e fiscalização de seguros, previdência privada, mercado de capitais e valores mobiliários; fiscalização e regulação de meios financeiros; concorrência e defesa econômica SUSEP; CVM; BACEN, CADE; PREVIC JUCERGS De intervenção econômica, para regular a produção e comércio de determinados produtos e fomento ANCINE, SUDENE IRGA, EDP Profissionais: Fiscalização do exercícios profissional (não integrantes da administração pública) CFC, CRCRS, CFM, CFE, CRCRS, CRF Regulação de serviços delegados, para controlar, fiscalizar, fixar tarifas, conceder serviços públicos ANEEL, ANATEL, ANAC AGERGS, DETRAN Administração ou Normatização ANVISA, INMETRO, INPI, SUFRAMA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias c) Classificação e Exemplos • Quanto ao regime jurídico, as autarquias classificam-se em: a) autarquias comuns (ou em regime comum): – aquelas sem nenhuma especificidade são aquelas que se submetem a regras jurídicas geralmente aplicáveis a qualquer autarquia, sem nenhuma especificidade b) autarquias especiais (ou em regime especial): – são especiais as autarquias que possuem prerrogativas especiais, a exemplo do que acontece com as agências reguladoras, cujo regime jurídico especial. Exemplos Agências Reguladoras, BACEN, CVM e Universidades – A especialidade está na lei de criação e constituição da respectiva autarquia, tais como poder normativo técnico, autonomia decisória, independência administrativa e autonomia econômica e financeira. Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 10 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias c) Classificação e Exemplos Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Lei 9.472/1997, que criou a Anatel: Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de órgão regulador das telecomunicações, com sede no Distrito Federal, podendo estabelecer unidades regionais § 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras (DI PIETRO, 2010) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DEFINIÇÃO Pessoas jurídicas de direito público, com natureza jurídica de autarquias de regime especial, cuja função é regulamentar, controlar e fiscalizar determinado setor econômico ou atividades que constituem objeto de delegação de serviço público ou de concessão para exploração de bem público. Em sentido estrito: agência reguladora é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei”. (não confundir com Bacen, CVM) Podem ser classificadas em duas espécies: as que “exercem o Poder de Polícia” como Anvisa, ANS, ANA, e as que “controlar, regular e fiscalizar” as atividades que constituem objeto de concessão, permissão, ou autorização de serviço público” 11 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras (Maria Sylvia Z. Di Pietro, 2010).Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA NATUREZA JURÍDICA: AUTARQUIA DE REGIME JURÍDICO ESPECIAL poder normativo técnico: competência para editar normas técnicas concernentes aos setores que regulam, que encontra limites na lei; autonomia decisória: decidem em última instância administrativa os conflitos existentes no âmbito das atividades reguladas; independência administrativa: dirigentes possuem mandato por tempo determinado e gozam de relativa estabilidade; autonomia econômico-financeira: possuem recursos e patrimônio próprios, cobram taxas, fazem sua própria proposta orçament��ria. Prof.Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Herbert Almeida CARACTERÍSTICAS Pessoas jurídicas de direito público Autarquias de Regimes Especial Atividades típicas do Poder Público (fiscalização, regulação e controle e poder de polícia) Integrantes da Administração Indireta (Descentralizada) Maior autonomia que outras entidades da Adm. Indireta Dirigidas por colegiado, com membros nomeados por prazo determinado pelo Presidente e aprovados pelo Senado, não podem ser exonarados ad nutum Não se submetem ao controle hierárquico do ente central Vinculadas ao Ministério do Setor para fins de tutela, supervisão e controle finalístico 12 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras Regime de pessoal: seus servidores são ocupantes de cargos públicos (regime estatutário). Licitação: “consulta”, modalidade licitatória aplicável somente às agências reguladoras federais. Dirigentes: – mandatos dos membros do colegiado descoincidentes e por prazo determinado; – relativa estabilidade dos dirigentes: só pode ocorrer em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo administrativo disciplinar; – possuem investidura especial (são escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal); – se submetem à quarentena (impedidos de exercer atividades ou prestar serviços a empresas que se submetam ao poder regulador do ente que dirigiu pelo prazo de quatro ou doze meses). 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre, Deus (2017, cap.2) CARACTERÍSTICAS Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre, Deus (2017, cap.2); Pesavento (p.111, 112) Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) – regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal (Lei 9.427/1996); Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) – tem a função de órgão regulador das telecomunicações (Lei 9.472/1997); ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) –atua como órgão regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis (Lei 9.478/1997); Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras (Lei 9.782/1999); ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) – atua na regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde (Lei 9.961/2000); 13 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias e) Agências Reguladoras ANA (Agência Nacional de Águas) tem a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei 9.984/2000); ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) – objetivo é implementar as políticas e regular ou supervisionar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infraestrutura de transportes terrestres (Lei 10.233/2001); Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) –objetivo é implementar as políticas e regular ou supervisionar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infraestrutura de transportes aquaviários (Lei 10.233/2001); Ancine (Agência Nacional do Cinema) – finalidade é o fomento, regulação e fiscalização da indústria cinematográfica e videofonográfica (MP 2.228-1/2001); Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) – finalidade de regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária (Lei 11.182/2005, com alterações da Lei 12.462/2011). 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Alexandre, Deus (2017, cap.2); Pesavento (p.111, 112) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias f) Agências Executivas 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DEFINIÇÃO: é uma qualificação atribuída a entidades já preexistentes, autarquias e fundações públicas, que preencham determinados requisitos legais. REGIME ESPECIAL PARA AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES QUE EXECUTEM ATIVIDADES EXCLUSIVAS DE ESTADO: Art. 37, XX da CF/88: § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre DiPietro (2014, p.538) “Agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que tenha celebrado contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada, para melhoria da eficiência e redução de custos. Não se trata de entidade instituída com a denominação de agência executiva. Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva, podendo perdê-la” 14 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias f) Agências Executivas 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO (CUMULATIVOS): ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; e ter celebrado um contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor (pelo prazo mínimo de um ano). O plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional é um documento que define diretrizes, políticas e medidas voltadas à racionalização de estruturas e do quadro de servidores, à revisão dos processos de trabalho, ao desenvolvimento dos recursos humanos e ao fortalecimento da identidade institucional da agência executiva. O Contrato de Gestão das agências executivas estabelecem as metas, objetivos e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para avaliação do seu cumprimento. Alexandre, Deus (2017, cap.3) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias f) Agências Executivas Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA BENEFÍCIOS: (AO OBTER A QUALIFICAÇÃO, A LEI ASSEGURA A ESTAS ENTIDADES): autonomia de gestão; a duplicação do limite de dispensa de licitação a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir seus objetivos e metas institucionais. OUTROS ASPECTOS Lei Federal (Válida para Adm. Federal): Lei 9.649/1998; RS -> LEI 12.237/05 Ato de qualificação: Decreto do Presidente da República Contrato de Gestão assinado com o Órgão Superior (Ministério a que se vincula) Exemplo: INMETRO (autarquia), ABIN (órgão) e FIOCRUZ (fundação) 15 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.2 Autarquias f) Agências Executivas Alexandre, Deus (2017, cap.3) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA FUNDAMENTO TÉCNICO-ECONÔMICO O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), que é o documento de referência da Reforma Administrativa implementada no Brasil na década de 1990, estabeleceu como objetivo para o setor das atividades exclusivas de Estado: transformar as autarquias e fundações que possuem poder de Estado em agências autônomas, administradas segundo um contrato de gestão. A ideia básica é, portanto, executar com mais eficiência as atividades de Estado (daí a nomenclatura “agências executivas”). Para que tal objetivo sejaalcançado, diminui-se o controle sobre procedimentos (por intermédio de uma ampliação da autonomia), disponibilizam-se os recursos e muda-se o foco do controle para que ele incida principalmente sobre os resultados Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais 16 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas a) Definições 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DL-200/67: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...) IV – Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”. CF, art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas a) Definições Di Pietro (2010) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Para Di Pietro a melhor definição de fundação pública seria: “fundação instituída pelo poder público como patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de auto administração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei.” “Pessoa jurídica de direito público ou privado, integrante da administração indireta, criada mediante a vinculação de uma parcela do patrimônio público ao exercício, de forma descentralizada, de atividades sociais sem finalidade lucrativa, encontrando-se vinculada ao ente político instituidor.” (Alexandre, Deus, 2017, cap. 2) 17 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA CARACTERÍSTICAS Fundações privadas: são criadas por particulares (NÃO INTEGRAM A ADM. PÚBLICA) Fundações públicas ou governamentais: são instituídas pelo Poder Público. São consideradas um patrimônio dotado de personalidade jurídica, afetado a um fim social, sem finalidade lucrativa e com autonomia administrativa, sem hierarquia, mas supervisionada pelo ente instituidor (MANUAL GESTOR, p. 66). Segundo o Código Civil Brasileiro (arts. 62 a 69): I. a figura do instituidor, que faz a doação patrimonial; II. o objeto, consistente em atividades de interesse social; III. a ausência de finalidade lucrativa. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas As fundações públicas são pessoas jurídicas que: • Integram a Administração Indireta dos entes federativos a que se vinculam • Podem ser de Direito Público ou Privado (Há certa controvérsia na doutrina) – Direito de Público são consideradas uma espécie de autarquia (fundações autárquicas), pois são criadas e instituídas pela Lei, “Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”, “fundações públicas”, “fundações controladas pelo poder público”, “fundações sob o controle estatal” – Direito Privado registro no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas, após a autorização para sua criação em lei • Autarquias realizam atividades típicas de Estado, já as Fundações de Direito Público atuam em atividade de interesse público, podendo atuar em setores de natureza social. Alexandre, Deus (2017, cap.2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA CARACTERÍSTICAS 18 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas • Patrimônio próprio e personalidade jurídica distinta do seu ente político criador • Atuam em atividades de interesse social (não lucrativas) e não exclusivas do Estado, como saúde, educação, cultura, assistência social Algumas denominações: São consideradas por alguns como “fundações autárquicas” ou “autarquias fundacionais” Geralmente, atuam em atividades sociais, tais como educação, saúde, assistência social, pesquisa, em áreas que o Estado deve prestar serviços públicos diretamente à Sociedade (Cabe à Lei Complementar regulamentar as áreas de competência das fundações) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA CARACTERÍSTICAS Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Personalidade Jurídica Direito Público x Privado Celso Antônio Bandeira de Mello “É absolutamente incorreta a afirmação normativa de que as fundações públicas são pessoas jurídicas de direito privado. Na verdade são pessoas jurídicas de direito público, consoante, aliás, universal entendimento que só no Brasil foi contendido.” “Em rigor, as chamadas fundações públicas são pura e simplesmente autarquias, às quais foi dada a designação correspondente à base estrutural que têm” Maria Silvia Zanella Di Pietro “Colocamo-nos entre os que defendem a possibilidade de o poder público, ao instituir fundação, atribuir-lhe personalidade de direito público ou de direito privado. (...) Quando o Estado institui pessoa jurídica sob a forma de fundação, ele pode atribuir a ela regime jurídico administrativo, com todas as prerrogativas e sujeições que lhe são próprias, ou subordiná-las ao Código Civil, (...).” 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA X 19 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Comparação 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PRIVADO PJ Direito público PJ Direito Privado Criação por Lei Criação após registro no Cartório Civil de PJ, após autorização por lei Atos Administrativos Atos Privados Contratos Administrativos (Licitação) Contratos Administrativos (licitação) Admissão de Pessoal – Concurso Admissão de Pessoal – Concurso Regime Pessoal Estatutário (único) CLT Bens Públicos (prerrogativas especiais) Bens privados (não possuem garantias especiais) Vincula-se a Administração Indireta Vincula-se a Administração Indireta Alexandre, Deus (2017, cap.2) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Comparação 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PRIVADO Foro competente para causas comuns ou relacionadas a servidores estatutários: a) Justiça Federal (fundações públicas federais); b) Justiça Estadual (fundações públicas estaduais, municipais ou distritais). Foro competente para causas comuns: Justiça estadual, qualquer que seja o ente político ao qual estejam vinculadas (União, Estados, DF ou Municípios, com semelhantes ressalvas). Demanda de empregados pela CLT, a competência é da Justiça do Trabalho Demanda de empregados pela CLT, a competência é da Justiça do Trabalho Aplicação dos privilégios processuais que beneficiam a Fazenda Pública Não possuem privilégios processuais Alexandre, Deus (2017, cap.2) 20 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Comparação 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PRIVADO Gozam de Imunidade Recíproca Gozam de Imunidade Recíproca Responsabilidade Civil recíproca dos agentes Responsabilidade Civil recíproca dos agentes Sujeição a controle finalístico (tutela administrativa) Sujeição a controle finalístico (tutela administrativa) Controle externo do Poder Legislativo,pelo Tribunal de Contas Controle externo do Poder Legislativo, pelo Tribunal de Contas* * Obs.: ao contrário das fundações privadas instituídas por particulares, não há sujeição ao controle finalístico do Ministério Público Alexandre, Deus (2017, cap.2) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.3 Fundações Públicas Exemplos 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PÚBLICO FUNDAÇÃO PÚBLICA DIREITO PRIVADO Rio Grande do Sul UERGS, FASE, FEPAM, FGTAS, FTSP, FADERS, FPERGS FIGTF (extinta) FEPPS, FEPAGRO, Fundação Piratini, Metroplan, FZB, FEE, Cientec (Extintas) Federais FUNASA, FIOCRUZ, FUNARTE, FUNAI, IPEA, IBGE FURG, UFCSPA, UFABC [...] (Fundações Autárquicas) 21 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos a) Definição “Entidades interfederativas, integrantes da administração indireta dos entes consorciados, dotadas de personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, criadas com o objetivo de realizar a gestão consorciada de serviços públicos. (Alexandre, Deus, 2017) São “associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios), com personalidade de Direito Público ou de Direito Privado, criadas mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços públicos”. (Di Pietro, 2010) Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de Direito Público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de Direito Privado sem fins econômicos (Dec. 6.017/2007) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 22 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos b) Previsão legal CF/88 Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. Âmbito Federal: Lei 11.207/2005, regulada pelo decreto 6.017/2007. 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DL 200/67 Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada. § 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais: a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos c) Características Natureza Jurídica: – PJ de Direito Público (Sob a forma de Associações Públicas). • Espécie de “Autarquias de Cooperação Interfederativa”. – PJ Jurídicas de Direito Privado (Sob a forma de Associação Civil). • Espécie de “Empresas Públicas” Autorizadas por lei, mas com registro no Cartório Civil Estrutura: Integram a Administração Indireta dos respectivos entes participantes Composição: Somente por pessoas jurídicas de Direito Público Interno (União, Estados/DF e Municípios) Participação da União: somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Paludo (2003, cap. 1)Alexandre, Deus (2017, cap. 2) 23 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos d) Criação e Constituição (Lei 11.207/2005) a) subscrição de protocolo de intenções (art. 3º); b) publicação do protocolo de intenções na imprensa oficial (art. 4º, § 5º); c) lei promulgada por cada um dos partícipes, ratificando, total ou parcialmente, o protocolo de de intenções (art. 5º) ou disciplinando a matéria (art. 5º, § 4º); d) celebração de contrato (art. 3º) que pode ser de rateio ou de programa; e) atendimento das disposições da legislação civil, quando se tratar de consócio com personalidade de direito privado (art. 6º, II). 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Pesavento (p. 108) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos e) Objeto Gestão associada de serviços públicos: compreende o exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos, por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação entre entes federados, acompanhadas ou não da prestação de serviços públicos ou da transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. – Está sujeito a fiscalização contábil, operacional e patrimonial do Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, sem prejuízo do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio (art. 9.º, parágrafo único). 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Paludo (2003, cap. 1) 24 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos e) Objeto • Contrato de rateio: contrato por meio do qual os entes consorciados comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das despesas do consórcio público; (Pessoal, orçamentário, materiais, etc.) • Contrato de programa: tem por objetivo constituir e regulamentar as obrigações entre um ente da Federação (ou sua administração indireta) para com outro ente da Federação, ou para com consórcio público, no âmbito da gestão associada de serviços públicos. 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Paludo (2003, cap. 1) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos f) Privilégios Exclusivos – Direito Público a) poder de promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública ou interesse social b) outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público (art. 2.º, § 3.º); c) emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado (art. 2.º, § 2.º); Alexandre, Deus (2017, cap. 2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 25 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos f) Privilégios Comuns (de direito público ou privado) a) firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo (art. 2.º, § 1.º, I); b) Podem ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, com dispensa de licitação; c) limites mais elevados para fins de escolha da modalidade de licitação, sendo este limite o dobro, quando forem formados por até três entes federados, ou o triplo, quando integrado por mais de três entes federados d) dispensar a licitação quando celebrarem contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nostermos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação e) valores mais elevados para a dispensa de licitação em razão do valor Alexandre, Deus (2017, cap. 2) Pesavento (p. 108) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos g) Exemplos 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA NOME OBJETIVO PARTICIPANTES Autoridade Pública Olímpica (APO) Coordenou Ação para os jogos olímpicos de 2016 U/E/M (RJ) Interfederativo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Compra de medicamentos; gestão odontológica; consultas especializadas; gestão de aparelhos hospitalares Intermunicipal (RS) 40 municípios Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central agropecuária, infraestrutura, industrialização, educação, empreendedorismo, turismo, Interestadual (Centro Oeste) ÁREAS DE ATUAÇÃO: Agricultura, assistência social, educação, energia, habitação, infraestrutura e transporte, planejamento urbano, segurança, turismo 26 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.4 Consórcios Públicos g) Exemplos 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Em 2023 (base 2022), cerca 4.783 municípios participavam de pelo um consórcio, sendo 90% deles PJ de direito público Dos 732 consórcios identificados 275 têm finalidade em áreas específicas como saúde (188), infraestrutura (20), saneamento (59), meio ambiente (12), resíduos sólidos (12) e turismo (6). Também são áreas de atuação de alguns consórcios a assistência social, educação e cultura, além de mobilidade e previdência, entre outras. https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-12/brasil-tem-491-consorcios-publicos-mostra-levantamento https://www.cnm.org.br/biblioteca/download/3646 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Semana Acadêmica DCCA 2012/1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais 1. Contabilidade Aplicada ao Setor Público: 1.3.2 Administração Pública Indireta - II Prof. Diego de Oliveira Carlin Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais Contabilidade Governamental I 27 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista Base Legal DL 200/67 Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: III – Sociedades de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta” 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Lei 13.303/16 Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. 28 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista Características Exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo por meio de empresas Estatais CF: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Atua sob outorga do Estado sob uma organização privada Geralmente atividades serviços ou atividades de utilidade pública de natureza técnica, industrial ou econômica; É obrigatoriamente constituída sob a forma de Sociedade Anônima Atualmente é regida pela Lei das Estatais (Lei 13.303/06) Alexandre, Deus (2017, cap2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ÁREA DE ATUAÇÃO EXEMPLOS FEDERAL ESTADUAL, MUNICIPAL Saúde e Abastecimento GHC CEASA Setor Financeiro e Fomento Bco. Brasil, da Amazônia, do Nordeste Banrisul, Badesul, CADIP TI e Tecnologia CEITEC Procergs, Procempa Comunicação e Correios Telebrás Infraestrutura Cia. de DOCAS, APS Corsan, Carris Trensurb Energia Petrobrás, Eletrobrás, Nuclebrás, INB CRM, SULGÁS 29 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.6 Empresas Públicas Base Legal DL 200/67 Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:(…) II – Empresa pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito”. 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA LEI 13.303/16 Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 30 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.6 Empresas Públicas Características Manual Gestor Público, p. 59 a) Capital exclusivamente público b) Sua autorização é por lei específica (art. 37 da CF), mas a criação e o estatuto podem ser por decreto e dependem de registro no órgão competente (Junta Comercial ou Cartório Civil de PJ) c) Explorar atividade econômica ou presta serviços públicos d) Pode assumir qualquer forma jurídica prevista no Código Civil(Sociedade limitada, Civil, Anônima etc.) e) Obrigações trabalhistas, tributárias, comerciais, civis seguem as normas de direito privado f) Servidores seguem o regime CLT g) Concurso público para admissão dos funcionários, observância de critérios de licitações, vedação ao acúmulo de cargos e funções públicas h) Seus bens podem estar afetados ou não para atividades para que foram constituídas 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.6 Empresas Públicas Exemplos 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ÁREA DE ATUAÇÃO EXEMPLOS FEDERAL ESTADUAL, MUN. Saúde e Alimentação HC de Poa, HEMOBRAS, EBSERH, CONAB Emissão de Papel moeda Casa da Moeda do Brasil Fomento BRDE Setor Financeiro e Fomento CEF, BNDES, FINEP TI e Tecnologia Serpro, DATAPrev Comunicação e Correios ECT, EBC Transporte e InfraestruturaEGT, CBTU, Infraero, Valec, EPL Porto RS, EPTC, EGR, Pesquisas EMBRAPA, EPE, CPRM 31 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I AGENDA CONTEÚDO 1.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.3.1 Administração Direta 1.3.2 Administração Indireta 1.3.2.1 Definições e Características 1.3.2.2 Autarquias 1.3.2.3 Fundações Públicas 1.3.2.4 Consórcios Públicos 1.3.2.5 Sociedades de Economia Mista (SEM) 1.3.2.6 Empresas Públicas (EP) 1.3.2.7 Regime Jurídico das Empresas Estatais 1.3.3 Entidades Paraestatais Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Decreto 8.945/2016 (regula a lei das Estatais – 13.303/16) Art. 2.º EMPRESA ESTATAL - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, cuja maioria do capital votante pertença direta ou indiretamente à União (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) – A União atualmente possui 44 empresas estatais SUBSIDIÁRIA - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto pertença direta ou indiretamente a empresa pública ou a sociedade de economia mista; CONGLOMERADO ESTATAL - conjunto de empresas estatais formado por uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista e as suas respectivas subsidiárias; 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Características Comuns às SEM e EP 32 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00, art.2.º): I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município; I - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação; III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Características Comuns às SEM e EP Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Criação e extinção: dependem de autorização em lei específica e posterior arquivamento dos atos constitutivos ou extintivos no órgão de registro competente; Atuação: Desempenham atividades econômicas de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, inclusive serviços públicos; Regime Híbrido: Regime jurídico de direito privado derrogado parcialmente por normas de direito público; Pessoal: regido CLT, admitido por concurso, e submetido à Justiça do Trabalho; 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Características Comuns às SEM e EP Alexandre, Deus (2017, cap.2) 33 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Bens privados. Em regra, não gozam das proteções conferidas aos bens públicos, salvo se estiverem afetados à prestação de serviços públicos; Responsabilidade Civil Objetiva: quando forem prestadoras de serviços públicos Responsabilidade Civil Subjetiva: quando desempenharem atividade econômica em sentido estrito; Privilégio Tributário: Em regra, não gozam de privilégios tributários não extensíveis às empresas privadas. (Exceções aos ECT). Falência e Recuperação Judicial ou Extra: Não se submetem a esse processo 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Características Comuns às SEM e às EP Alexandre, Deus (2017, cap.2) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Estrutura societária própria: disposições societárias e estatutárias próprias, conforme o a Lei das estatais 13.303/2016 Governança Corporativa, Responsabilidade Social: mecanismos de GC, auditoria, transparência, gestão de risco, controles internos e escrituração contábeis próprias de entidades privadas (lei das estatais, cap. I do Título I) Licitações e contratos: regras licitatórias e c contratuais próprias para as estatais (arts. 28 a 84) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Características Comuns às SEM e às EP 34 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Diferenças Alexandre, Deus (2017, cap.2) SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA EMPRESA PÚBLICA Permite Capital público e privado, mas sob o controle societário público Capital exclusivamente Público (oriundo das entidades da Adm. Pública) Somente assume a forma de SA (sociedade anônima) Assume qualquer forma jurídica prevista no Código Civil ou no Direito Privado Foro competente: Justiça Estadual, independente de se vincularem à União, Estados/DF ou Municípios Foro Competente: a) Justiça Federal: para as EP federais b) Justiça Estadual: para as EP estaduais e municipais * Ressalvas as causa de falência, acidentes de trabalho e da Justiça Eleitoral e do Trabalho Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Regime Híbrido (art. 37 e 173/CF) Alexandre, Deus (2017, cap. 2) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA REGIME JURÍDICO DAS “EMPRESAS PRIVADAS” (ART. 173/CF e Lei das Estatais) REGIME JURÍDICO “PÚBLICO” (ART. 37/CF) Direitos e Obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários Atender as disposições de Licitação próprias das Estatais (Lei 13.303 art. 28) Não podem gozar de benefícios fiscais não extensivos às empresas do setor privado Realizar concurso público para contratação de seus funcionários, sob o regime CLT Seus bens são privados (há exceções caso a Empresa Estatal preste serviços públicos) Submetem-se ao controle externo dos Tribunais de Contas Não se aplicam regras Falência e Recuperação Judicial ou extra judicial 35 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Em 1º de julho de 2016, entrou em vigor a Lei 13.303, chamada Lei das Estatais, por estabelecer o estatuto jurídico das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias. CF/88 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias. A Lei das Estatais destinou-se a regulamentar, em parte relevante, o § 1º do art. 173 da Constituição Federal. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Título 1 – Disposições Aplicáveis às Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista Capítulo 1 – Disposições Preliminares Capítulo 2 – Do Regime Societário da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista Capítulo 3 – Da função social da empresa pública e da Sociedade de Economia Mista Título 2 - Disposições Aplicáveis às Empresas Públicas, às Sociedades de Economia Mista e às suas Subsidiárias que Explorem Atividade Econômica [...] Capítulo 1 – Das Licitações Capítulo 2 – Dos Contratos Capítulo 3 – Da Fiscalização pelo Estado e Pela Sociedade Título 3 – Disposições finais e transitórias A Lei 13.303/2016 pode ser dividida em dois grandes temas: • Parte I - Regras de Governança e regime societário; • Parte II - Licitações e Contratos 36 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias deverá observarregras de governança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de gestão de riscos e de controle interno, composição da administração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos constantes desta Lei. Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse órgão Disposições Estatutárias Normas Contábeis Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Art. 8º [...] os seguintes requisitos de transparência I - Carta anual consecução dos objetivos estatutários de interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional (VI - inclusive em nota explicativas às demonstrações contábeis) III - Política de Governança Corporativa (inclusive remuneração dos administradores) IV - Prática de Disclosure e política de dividendos VII - Transações com partes relacionadas VIII - Carta Anual de Governança Corporativa IX - Relatório de Sustentabilidade Transparência 37 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Art. 9º [...] Práticas de Gestão de Riscos e Controles Internos: I - ações dos administradores e empregados por meio de práticas de controle interno II – área de gestão de riscos (compliance) III – Auditoria Interna e Comitê de Auditoria Estatutário § 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que disponha sobre: I – orientações sobre conflito de interesse e vedação de atos de corrupção ou fraude III – Canal de denúncias IV – mecanismo de proteção a quem utilizar o canal de denúncias V – sanções à infrações aos Código de Conduta e Integridade VI – treinamento periódico, anualmente, sobre o Código de Conduta e Integridade Gestão de Riscos e Controle Interno Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Gestão de Riscos e Controle Interno Área de Gestão de Riscos vinculada ao Diretor Presidente e liderada pelo Diretor Estatutário (independência de atuação) Auditoria Interna: vinculada ao Conselho de Administração ou por meio do Comitê de Auditoria Estatutário Responsável pelo Controle Interno, Gestão de Risco, práticas de Governança, e disclosure visando ao preparo das demonstrações contábeis Comitê Estatutário: avaliar a conformidade do processo de indicação e avaliação dos membros do Conselho de Administração e Fiscal, inclusive divulgando as atas de suas reuniões. Arbitragem: As SEM poderão utilizar de arbitragem as divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre controladores e minoritários 38 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Estatuto e Acionista Controlador 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Acionista Controlador (Arts. 14 e 15) • Código de Conduta e Integridade • Vedação de divulgação de informações que possam causar impactos nas ações e valores mobiliários da estatal • Independência de atuação dos membros do CA e CF • O Acionista Controlador responde pelos atos praticados com abuso de poder Diretrizes para elaboração do Estatuto (art. 13): • Conselho de Administração: mínimo de 7 e máximo de 11 membros • Diretores: mínimo de 3 • Avaliação de desempenho anual dos administradores – individual e coletiva • Constituição do Comitê de Auditoria Estatutário • Prazo de gestão unificado dos membros do CA e dos diretores: • até 2 anos, permitidas no máximo 3 reconduções consecutivas. Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Dos Administradores: conselheiros de adm. e diretores (Art. 17) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Requisito para a escolha dos Administradores (Art. 17) • Cidadãos de reputação ilibada e notório conhecimento • Tempo mínimo de experiência profissional • 10 anos de atuação em funções superiores na área indicada • 4 anos em funções públicas ou de pesquisa na área • Formação acadêmica compatível • Não ser inelegível Vedações para a escolha dos Administradores (Art. 17) • Representante de órgão, ministro, secretária, dirigente de partido político, parlamentar, ainda que licenciado • Inclusive parentes consanguíneos e afins de até 3.º grau; • Pessoa vinculada nos últimos 3 anos à direção partidária ou companha eleitoral • Exerça cargo em organização sindical • Com fornecedor ou parceiro da Estatal ou do controlador em até 3 anos antes da indicação • Com conflito de interesse com a Estatal e o Controlador 39 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Diretoria: art. 23 • Assunção de compromisso com metas e resultados (fiscalizados pelo CA) • Formalizar Plano de negócios para o exercício seguinte • Estratégia de longo prazo (com análise de riscos e oportunidades) para pelo menos 5 anos seguintes 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Órgãos Estatutários 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Conselho de Administração: arts. 18 a 22 • Conselho de Administração (atribuições art. 142 Lei das S/A) • discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas de governança corporativa, relacionamento com partes interessadas, política de gestão de pessoas e código de conduta dos agentes • Estabelecer política de porta-vozes, evitando “ruídos” • Avaliar os diretores • 25% dos membros independentes (não podendo ser o representante dos empregados e minoritários) • Um representante dos empregados no CA • Acionistas minoritários podem eleger um conselheiro • Vedada participação remunerada em dois conselhos de Estatais Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I Conselho Fiscal: art. 26 • Nos termos da Lei 6.404/76 • Formação acadêmica compatível e pelo menos 3 anos de experiência • um membro indicado pelo ente controlador, servidor público, com vinculo permanente com a administração pública • Prazo de gestão: até 2 anos, permitidas no máximo 2 reconduções consecutivas. 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Órgãos Estatutários 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Comitê de Auditoria Estatutário: arts. 24 a 25 • verificar a conformidade do processo de indicação e de avaliação de membros para o C. de Adm. e para o Conselho Fiscal • Auxilia ao Conselho de Administração • Opina sobre a contratação da auditoria externa • Supervisiona a auditoria interna, o controle interno e o processo de elaboração das DCs. • Elaboração de relatório anual de atividades • Manterá um canal de denúncias, sigiloso, internas ou externas à Empresa Estatal • Divulgar suas atas de reuniões • Autonomia Operacional e dotação orçamentária própria, podendo realizar investigações, consultas e avaliações • Composição: 3 a 5 membros (maioria independente) e um pelo menos especialista em contabilidade societária 40 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Da Função Social das Estatais (Art. 27) 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Função Social: realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação. Orientação Econômica: para o alcance do bem-estar econômico e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela Estatal Acesso aos consumidores: ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores aos seus produtos e serviços Tecnologia Nacional: desenvolvimentoou emprego de tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e serviços Responsabilidade Social e Ambiental: adotar práticas de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o mercado em que atuam Patrocínio: poderão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica (cfe. Licitações) Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Fiscalização pelo Estado e pela Sociedade 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Controle pelo Estado e Sociedade (art. 85) Fiscalizadas pelos órgãos de controle externo e interno quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial, com acesso irrestrito à sua documentação. Disclosure (art. 86) Banco de dados de licitações e contratos com acesso em tempo real aos órgãos de controle. Informações mensais sobre execução dos contratos e orçamento disponíveis ao público, sendo admitidos até 2 meses de retardo (art. 88). Demonstrações contábeis auditadas devem estar disponíveis na internet, inclusive em formato eletrônico auditável. Atas de reuniões, inclusive gravações e filmagens, devem ser disponibilizadas aos órgãos de controle sempre que solicitadas. 41 Prof. Diego de Oliveira Carlin Contabilidade Governamental I 1.3.2.7 Empresas Estatais Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) Fiscalização pelo Estado e pela Sociedade 1.3.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Limites da Tutela Administrativa (art. 89) A supervisão ministerial (tutela) não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia da estatal, nem autoriza a ingerência do supervisor em sua administração e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação aplicável Limites de atuação dos órgãos de controle (art. 90) As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas. Limites de despesa de publicidade e patrocínio (art. 93) Não podem ultrapassar 0,5% do receita operacional bruta do exercício anterior. Poderá ser majorada em até 2% daquele limite por proposta da diretoria e aprovada pelo Conselho de Administração Em ano de eleição no ente federativo a que se vinculam as despesas de publicidade e patrocínio não podem superar à média dos últimos três anos ou do ano anterior à eleição.