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1 2 Organização Serviços Públicos


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Prof. Diego de Oliveira Carlin
Contabilidade Governamental I
Semana Acadêmica DCCA 
2012/1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Ciências Econômicas
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais
1. Contabilidade Aplicada ao Setor Público:
1.2 Organização dos Serviços Públicos
Prof. Diego de Oliveira Carlin
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Ciências Econômicas
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais
Contabilidade Governamental I
Prof. Diego de Oliveira Carlin
Contabilidade Governamental I
AGENDA
1. Contabilidade Governamental: a Administração Pública, Estado e os 
Serviços Públicos
1.1 Organização Político-Administrativa do Estado
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.3 Administração Pública
1.4 Controle na Administração Pública
1.5 Contabilidade Governamental (Aplicada ao Setor Público)
CONTEÚDO
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AGENDA
FONTES PRINCIPAIS: 
• PESAVENTO, Roberto. “Cadernão” de Contabilidade Governamental . Vol. I
• KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática (2009)
• MANUAL de Orientação do Gestor Público. RS, Cage (2018)
• LEI 8.987/95. Lei das Concessões.
• BRASIL: Constituição Federal de 1988. 
• PALUDO, Augustinho. Administração Pública. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
• ALEXANDRE, Ricardo; DEUS João de. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense 2017
• HELLY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo
• Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo
• Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo,
CONTEÚDO
PARA FINS DIDÁTICOS AS CITAÇÕES NÃO SERÃO 
SEMPRE LITERAIS.
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Contabilidade Governamental I
AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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Prof. Diego de Oliveira Carlin
Contabilidade Governamental I
AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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Contabilidade Governamental I
1.2.1 Definição
Base Constitucional
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
(CF/88)
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o 
caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de 
caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.2.1 Definição
“toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por
meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades
coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público.” (Di Pietro, pág. 90).
toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime
jurídico de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e
secundárias da coletividade. (José Carvalho Filho)
são todos aqueles prestados pelo Estado ou delegados por concessão ou permissão sob 
condições impostas e fixadas por ele, visando à satisfação de necessidades coletivas ou 
públicas. Daí se concluir que a existência do Estado senão como entidade prestadora de 
serviços e utilidades aos indivíduos que o compõem (MEIRELLES apud KOHAMA, 2009).
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.1 Definição
Sentido Objetivo: 
serviço público como atividade (Serviço Público)
Sentido Subjetivo: 
serviço público como conjunto de órgãos ou entidades que irá prestá-los
(Administração Pública)
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.1.2.1 Serviços Públicos e Serviços de Utilidade Pública
Definições
Serviços Públicos
são todos aqueles prestados pelo Estado ou delegados por concessão ou permissão sob
condições impostas e fixadas por ele, visando à satisfação de necessidades coletivas ou
públicas. Daí se concluir que a existência do Estado senão como entidade prestadora de
serviços e utilidades aos indivíduos que o compõem (MEIRELLES apud KOHAMA, 2009).
é uma utilidade pública administrativa de satisfação concreta de necessidades individuais
ou coletivas, materiais ou imateriais, vinculadas a um direito fundamental, insuscetíveis
de satisfação adequada mediante os mecanismos da iniciativa privada, destinada a
pessoas indeterminadas, qualificada legislativamente e executada sob regime de direito
público. (JUSTEN FILHO apud MANUAL DO GESTOR, p. 87)
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.1.2.1 Serviços Públicos e Serviços de Utilidade Pública
Características
Serviços Públicos:
Abrangem atividades exclusivas do Estado e são por ele exercidas
diretamente (serviços essenciais e privativos), pois exigem atos de império
e compulsórios em relação aos administrados (necessidades públicas).
Serviços de Utilidade Pública
Atividades exercidas por delegação, e por conveniência (e não por
essencialidade), atendendo a interesses e necessidades coletivas ou
individuais, para facilitar a existência do indivíduo na sociedade.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.1.2.1 Serviços Públicos e Serviços de Utilidade Pública
Características
Serviços de Utilidade Pública:
Os serviços de utilidade pública são os reconhecidos pela Administração pela sua
conveniência e não pela essencialidade ou necessidade, conforme H. L. Meirelles. São os
serviços prestados para facilitar a vida do indivíduo na coletividade, denominados
também de serviços pró-cidadão. São delegáveis a terceiros, como entidades paraestatais
e particulares e remunerados por tarifas. (PESAVENTO, p. 33)
São serviços públicos prestados por delegação do Poder Público, sob condições fixadas por ele (delegação: concessão,
permissão, autorização etc), conforme o princípio da boa-fé e lealdade para com os administrados, sendo vedado ao
prestador do serviço utilizar de ardis comerciais para obter vantagens ou lucros em detrimento da coletividade. O
proveito deve ser do beneficiado e não do prestador, sob a ótica do lucro.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.1.2.1 Serviços Públicos e Serviços de Utilidade Pública
Características
Serviços de Utilidade Pública:
Atividades exercidas por delegação, e por conveniência (e não por essencialidade),
atendendo a interesses e necessidades coletivas ou individuais, para facilitar a
existência do indivíduo na sociedade.
- Podem ser sociais (Saúde, educação, habitação, lazer) ou econômicos (intervenção econômica
evitando formação de carteis, monopólios, preços abusivos etc.
- Especiais: podem ser divididos em unidades de consumo, e prestados pela iniciativa privada
- Remunerados por tarifas (princípio da modicidade das tarifas)
- Ex.: transporte coletivo, energia elétrica, gás canalizado, telefone, água e esgoto, comunicações
- Prestação via de regra pela Administração Indireta e pelo setor privado
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO: 
1.1.4 Serviços Públicos e Serviços de Utilidade Pública
Características
Pesavento, p. 34
FINALIDADES DOS SERVIÇOS/ATIVIDADES
DE ESTADO DE GOVERNO
Serviços Públicos Serviços de Utilidade Pública
Essenciais ao Estado Conveniência
Necessários Facilitar a vida do cidadão
Pró-Comunidade Pró-CidadãoPrivativos do Estado Não privativos do Estado
Indelegáveis
(Exigem: atos de império e medidas compulsórias)
Delegáveis a outras entidades
Fonte de recurso: Tributos (principal fonte) ou gratuitos Fonte de recurso: Tarifas (nas concessões) ou gratuitos
Exemplos: defesa do território, ordem jurídica, serviço de polícia, 
políticas nacionais, etc.
Exemplos: aqueles em que o particular também pode 
prestar: educação, saúde, transportes, comunicações, etc.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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1.2.2 Classificação
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Quanto à adequação:
Serviços próprios do Estado - são aqueles que se relacionam intimamente com as
atribuições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde públicas etc.) e
para a execução dos quais a Administração usa da sua supremacia sobre os
administrados. Não podem ser delegados a particulares. Tais serviços, por sua
essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.
Serviços impróprios do Estado - são os que não afetam substancialmente as
necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e,
por isso, a Administração os presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades
descentralizadas (Ex.: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações governamentais), ou delega sua prestação a concessionários, permissionários
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1.2.2 Classificação
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Quanto à essencialidade:
Serviço público propriamente dito (indelegáveis): são os serviços públicos
entendidos essenciais, indispensáveis à própria sobrevivência do homem, sendo
que, por isto mesmo, não admitem delegação ou outorga. A doutrina também os
denomina de serviços pró-comunidade (ex.: polícia, saúde pública, judiciária);
Serviço de utilidade pública (delegáveis): são úteis, mas não apresentam a
essencialidade dos denominados "essenciais“ e sim conveniência. Podem ser
prestados diretamente pelo Estado ou por terceiros. São também chamados
de serviços pró-cidadão (ex.: transporte, telefonia, energia elétrica, gás, transporte)
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1.2.2 Classificação
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Quanto ao objeto ou finalidade:
Serviços administrativos: atividades que visam atender necessidades internas da
Administração ou servir de base para outros serviços.
Ex.: Imprensa Oficial.
Serviços comerciais ou industriais: atividades que visam atender necessidades da
coletividade no aspecto econômico.
Ex.: serviço de energia elétrica.
Serviços sociais: atividades que visam atender necessidades essenciais da coletividade
em que há atuação da iniciativa privada ao lado da atuação do Estado. Ex: serviço de
saúde (existem hospitais públicos e privados), serviço de educação (há escolas públicas e
privadas).
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1.2.2 Classificação
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Quanto ao usuário ou destinatário:
Serviços públicos individuais (uti singuli): são aqueles prestados a usuários
determinados ou determináveis.
Ex: serviços de energia ou de telefonia domiciliar.
Serviços públicos gerais (uti universi): são aqueles prestados à coletividade como um 
todo. 
EX: serviço de segurança pública e serviço de iluminação pública.
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1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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1.2.3 Princípios
Princípios da Administração Pública (Constitucionais ou Legais):
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 da CF/88,
supremacia do interesse público sobre o particular, indisponibilidade do interesse público,
razoabilidade e proporcionalidade.
Princípios (Lei 8.987/95), art. 6.º, I:
Serviço Adequado: Continuidade, eficiência, atualidade, generalidade, modicidade de 
tarifas, cortesia e segurança.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço 
Público 
(Utilidade)
Poder Concedente
Concessionário ou 
Permissionário Usuário
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1.2.3 Princípios
Princípios (Lei 8.987/95), art. 6.º, I: Serviço Adequado
• Regularidade: frequência na prestação (não faltar a disponibilidade do serviço)
• Continuidade: não sofrer interrupção (salvo exceções)
• Eficiência: qualidade e rendimento dos serviços
• Atualidade: modernidade de equipamentos, técnicas e instalações buscando a expansão 
e melhoramento dos serviços
• Generalidade: prestado de maneira indistinta ao maior número de usuários, sem 
distinção
• Modicidade de tarifas: acessíveis e sem excluir os usuários pelo seu preço elevado
• Cortesia: urbanidade, respeito e educação com o usuário
• Segurança: o serviço não apresente riscos ao usuário
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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1.2.4 Forma de Prestação
Centralizado: pelas próprias entidades políticas, de maneira centralizada e pelos seus 
órgãos (detém a competência e a titularidade para execução)
Descentralizado:
• Outorgando, por Lei, a titularidade ou execução do serviço público (ou ambas)
criando entidades para este fim (autarquias, Sociedades de Economia Mista,
Fundações e Empresas Públicas), integrantes da estrutura da administração pública
(indireta)
• Delegando para terceiros (fora da administração pública): por concessão ou
permissão, a execução do serviço, mas nunca a titularidade. A estes só é permitido
transferir a execução.
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1.2.4 Forma de Prestação 
Forma Centralizada ou Direta
O Poder Público presta os serviços públicos por seus próprios órgãos em seu nome e sob exclusiva
responsabilidade. Presta os serviços de maneira CENTRALIZADA ou diretamente à sociedade. O
Estado é, ao mesmo tempo, titular e prestador do serviço.
Ex.: Ministérios, Secretarias, Departamentos etc.
Pode ser de maneira concentrada ou desconcentrada (mais ou menos órgãos).
Forma Descentralizada ou Indireta
A descentralização consiste na transferência da execução de serviços públicos (para
outras entidades de direito público) ou de serviços de utilidade pública (para outra
entidades de direito público ou não), por meio de outorga ou delegação
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.4 Forma de Prestação 
Descentralização - Decreto-Lei 200/1967:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente 
descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de 
direção do de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente 
aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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1.2.5 Descentralização: Formas
Ocorre por:
Outorga (por lei) ou 
Delegação (negocial – por contrato ou ato administrativo)
– Concessão 
– Permissão
– Autorização
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.5 Descentralização: Formas
OUTORGA
Definição
Por lei, transfere a titularidade e a execução do serviço público para outras PJ de direito
público ou privado, integrantes da administração pública indireta (autarquias, sociedades
de economia mista, empresas públicas e fundações públicas).
Características
• Descentralização por serviços, funcional ou técnica.
• Presunção de Definitividade (exercida indeterminadamente)
• Não há hierarquia ou subordinação, mas, sim, vinculação.
• Tutela administrativa, supervisão ministerial e controle finalístico
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.2.5 Descentralização: Formas
DELEGAÇÃO
Definição
Descentralização por colaboração, se dá por atos uni ou bilaterais,
transferindo a execução (e não a titularidade) do serviço público e de
utilidade pública para outras entidades fora da administração pública, que
agem em nome próprio e por sua conta e risco, podem se dar por concessão,
permissão ou autorização, segundo as condições impostas e fiscalizadas pelo
Estado (Poder Concedente).
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.2.5 Descentralização: Formas
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Administração Direta
(União, Estados, DF e 
Municípios)
Administração 
Indireta 
(outorga – por Lei)
Autarquias
Fundações Públicas
Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista
Iniciativa Privada 
(Delegação – por ato 
ou contrato)
Concessionárias
Permissionárias
Autorizatários
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Contabilidade Governamental I
AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
a) Definição e Base Legal
São todos aqueles que terceiros, particulares e até mesmo entidades da Administração
Indireta do Governo, executam em seu nome, por conta e risco, remunerados por tarifa,
na forma regulamentar, mediante delegação do poder público concedente.
• São serviços de alto interesse geral,
• atendendo necessidades básicas da coletividade
• vista da reconhecida utilidade pública que apresentam.
• O poder concedente apenas delega a execução do serviço de sua competência
• Não transfere a propriedade nem perde seus direitos, que podem ser retomados
• Pois a exploração pode ser feita diretamente pelos seus órgãos, suas autarquias e entidades
paraestatais, caso o particular não o prestar adequadamente.
• Os serviços delegados são remunerados pelas tarifas cobradas dos usuários dos serviços.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Pesavento, p. 135
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1.2.6 Delegação
a) Definição e Base Legal
Exemplos
• Energia elétrica (geração, transmissão e distribuição)
• Transportes (coletivo municipal, rodoviários de passageiros, ferroviário, aquático, aéreo)
• Telecomunicações
• Exploração (de portos, infra-estrutura aeroportuária, infra-estrutura aeroespacial, obras
viárias, barragens, contenções, eclusas, diques)
• Gás canalizado (distribuição)
• Saneamento básico, água (tratamento e abastecimento)
• Limpeza urbana, tratamento de lixo
• Serviços funerários e outros, a critério e interesse da Administração, mas sempre por lei que
autorize.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Pesavento, p. 135
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
a) Definição e Base Legal (CF/88) e Lei 8.987/95
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização
para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da
complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
Portanto, saúde e educação, quando prestados pela iniciativa privada, NÃO dependem de delegação pelo poder 
público.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
18
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
a) Base Legal (CF/88) e Lei 8.987/95
Competências da União (Art. 21, XI, XII e XXIII), explorar, diretamente ou mediante autorização, 
concessão ou permissão:
• os serviços de telecomunicações
• os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (existe Lei Específica)
• os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de 
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
• a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
• os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
• os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
• os portos marítimos, fluviais e lacustres;
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
a) Base Legal (CF/88) e Lei 8.987/95
Competências dos Estados (art. 25, § 2.º)
Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado
(Lei das Concessões) Lei 8.987/95 Dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição
Federal, e dá outras providências.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
b) Definições – Art. 2.º Lei 8.987/95
Poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em
cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da
execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão.
Ex.: Estado do RS (Poder concedente) delega a exploração de uma rodovia
estadual a uma empresa (concessionária), responsável pela manutenção
rodoviária (execução do serviço público), mediante cobrança de pedágio
(tarifa).
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
b) Definições – Art. 2.º Lei 8.987/95
Concessão (de serviço público) é a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco, e por prazo determinado.
Ex.: manutenção de estradas, energia elétrica e comunicação.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
b) Definições – Art. 2.º Lei 8.987/95
Permissão (de serviço público) é a delegação, a título precário, mediante
licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
Ex.: Transporte coletivo urbano
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1.2.6 Delegação
b) Definições – (Não está na Lei... Mas na doutrina e previsto na CF/88)
Autorização foi conceituada pela doutrina como ato administrativo
discricionário e precário, paradelegar a particular a prestação de serviços
que não exigem execução pela Administração, nem pedem especialização
na sua prestação ao público, consente na sua execução por particular para
atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória”.
Ex.: Táxis, transporte rodoviário
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
Delegação de Serviços Públicos a Particulares
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
DE
LE
G
AÇ
ÃO
Concessão
Permissão
Autorização
Comuns
(Lei 8.987/95 e 9.074/95)
De Serviço Público
De Serviço Público 
precedido de Obra Pública
Especiais (PPP)
(Lei 11.079/04)
Patrocinada
(art. 2º, § 1.º)
Administrativa
(art. 2º, § 2.º)
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1.2.6 Delegação
c) Diferenças Concessão x Permissão
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CONCESSÃO PERMISSÃO
Delegação de Serviço Público Delegação de Serviço Público
Poder Público transfere a execução Poder Público transfere a execução
Prestação por conta e risco da concessionária Prestação por conta e risco da permissionária
Sob fiscalização do poder concedente Sob fiscalização do poder concedente
Exige Licitação na modalidade de concorrência Exige Licitação, mas a lei não define a modalidade
Ato Bilateral (contrato) Ato Bilateral (contrato de adesão)
Prazo determinado, podendo ser prorrogado Em regra prazo determinado, podendo ser prorrogado
Celebrado com PJ ou consórcio Celebrado com PJ ou PF
Não precário, não é cabível a revogação Delegação a título precário, Revogável 
Unilateralmente pelo poder concedente
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1.2.6 Delegação
d) Permissão
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, 
que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de 
licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo 
poder concedente
Características
• É uma forma de delegação de serviço público
• Por meio de licitação, porém em qualquer modalidade
• Se formaliza por ato bilateral, contrato de adesão, mas pode ser revogado unilateralmente 
pelo Poder Concedente
• Tem natureza precária, ao contrário das concessões, (Não cabe indenização ao prestador)
• Pode ser pessoa jurídica ou física
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
d) Autorização
O Art. 175 da CF/88 e a Lei 8.987/95 não dispõem de autorização (somente concessão e 
permissão) e art. 21 da CF/88, porém fala da autorização
Características
• Ato Administrativo unilateral, precário e discricionário
• Para um particular pessoa física ou jurídica
• Não exige licitação nem contrato (por ato Administrativo. Ex. Alvará)
• Segundo a doutrina não se destina a serviços públicos, mas de interesse público, diferente das 
concessões e permissões (Não confundir com autorização de delegação com funcionamento)
• Em regra, sem prazo determinado, mas pode ser estabelecido prazo
• Não sujeitos ao princípios da continuidade e da universalidade
• Ex.: (autorização para táxis, despachantes, entidades de ensino e saúde particulares)
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
23
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
e) Extinção das Concessões (Lei 8.987/95, art. 35):
Vencimento do Prazo Contratual: (geralmente nas concessões): os bens essenciais
revertem ao Poder Concedente. Na permissão não há prazo contratual, em tese revogado
a qualquer tempo, por ato unilateral do Poder Concedente.
Encampação: é a retomada dos serviços pelo poder concedente, durante o prazo do
contrato, por ato administrativo, unilateral (supremacia do interesse público), sem culpa
do concessionário. Tem direito a indenização e a autorização é por lei específica.
Intervenção: o Poder Concedente intervém para garantir a adequada prestação dos
serviços. Instituída por Decreto e tem carácter investigativo.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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Contabilidade Governamental I
1.2.6 Delegação
e) Extinção das Concessões (Lei 8.987/95, art. 35):
Caducidade: ocorre em face da inexecução total ou parcial do contrato, durante o prazo
do contrato. (há prazo para a defesa do concessionário ou permissionário ou para sanar
os motivos)
Rescisão Judicial ou Amigável : pode ocorrer por interesse do concessionário
Anulação: ilegalidade no ato/contrato da concessão ou na licitação.
Falência ou Extinção: na insolvência do concessionário ou permissionário.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
f) Parcerias Público-Privadas (PPP) – Lei 11.079/04
Características
• Amplia a definição de Poder Concedente (Inclui as demais entidades da adm. Pública)
• O PPP funciona sobre a forma de Sociedade de Propósito Específico (SPE)
• O Estado assegura à entidade privada uma contrapartida financeira nos investimentos. 
• O Estado pode pagar um valor a título de compensação ao investidor privado quando o 
retorno obtido pelo parceiro não forem suficientes para remunerar os investimentos.
• É um contrato de execução de obras, serviços e atividades de interesse público
• responsabilidade pelo investimento e pela exploração incumbem, no todo ou em parte, ao 
ente privado
• A viabilidade econômico-financeira do empreendimento depende de um fluxo de receitas 
total ou parcialmente proveniente do setor público.
• Modalidades Especiais de Concessão: Patrocinada e Administrativa
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.6 Delegação
f) Parcerias Público-Privadas (PPP) – Lei 11.079/04
Definição
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade 
patrocinada ou administrativa.
Modalidade
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de 
que trata a Lei nº 8.987/1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos 
usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.(usuário e 
Estado remuneram por tarifa o parceiro privado)
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de
obra ou fornecimento e instalação de bens. (só o Estado remunera o parceiro privado)
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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AGENDA
1.2 Organização dos Serviços Públicos
1.2.1 Definição
1.2.2 Classificação
1.2.3 Princípios
1.2.4 Forma de Prestação
1.2.5 Descentralização
1.2.6 Delegação
1.2.7 Forma de Execução
CONTEÚDO
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1.2.7 Forma de Execução
Execução Direta (Art. 6.º da Lei 8.666/93)
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: (...)
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios 
meios;
A execução será direta quando a obra ou o serviço forem realizados pessoalmente pelos próprios
órgãos da entidade.
Exemplo: Uma autarquia realiza a pintura de seus prédios com seus próprios funcionários; a
execução da pintura é execução direta.
NÃO CONFUNDIR COM FORMA DE PRESTAÇÃO: CENTRALIZADA OU DESCENTRALIZADA
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
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1.2.7 Forma de Execução
Execução Indireta (Art. 6.º da Lei 8.666/93)
Da Lei de Licitações, ainda o art. 6º:
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: (...)
VIII - execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos 
seguintes regimes:
Quando a entidade contrate com terceiros, que pode ser outra entidade pública ou privada, a
prestação a prestação de serviços. Normalmente, confia-os a particulares.
Exemplo: Uma autarquia, por exemplo a UFRGS, contrata em uma concorrência uma empresade
engenharia para restaurar um prédio seu; a execução dos serviços de engenharia é indireta. Ou,
ainda, o DMAE contrata uma empresa de vigilância para a guarda de seu patrimônio; a execução
do serviço de vigilância é uma execução indireta.
1.2 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS